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O Evangelho de

Mateus

Roberto Coelho

Junho 2019
REQUISITOS DO CURSO

I. Descrição do Curso, Objetivos


A. Descrição - Este curso estuda o evangelho escrito por Mateus
apresentando Jesus Cristo como Messias e Rei de Israel. As
características dispensacionais e proféticas do livro são notadas, com
ênfase especial no desenvolvimento da apresentação do reino e verdades
escatológicas relacionadas. A ênfase é no entendimento teológico da
narrativa e sua exposição bíblica apropriada no contexto. "

Objetivos:

1. Familiarizar o estudante com as questões de autoria e fontes
sinópticas em relação ao Evangelho de Mateus 


2. Identificar o propósito, tema e características do Evangelho de Mateus


3. Identificar e explicar a estrutura do Evangelho de Mateus 

4. Traçar o argumento do livro através do Evangelho de Mateus e a
contribuição que o argumento faz à teologia dispensacional

5. Explicar o Evangelho de Mateus a partir de uma hermenêutica
dispensacional, pretribulacional e pré-milenial. 


6. Entender a narrativa no seu contexto de modo a pregá-la de maneira


coerente com o objetivo do narrador humano (Mateus) e Divino.
Após a conclusão de Mateus, o aluno deve ser capaz de fazer o
seguinte: 


1. Identificar o conteúdo de cada capítulo do livro e como cada segmento


se encaixa no proposito do autor.


2. Identificar os seis aspectos do Reino Teocrático. 


3. Definir os pontos de vista sobre o Sermão da Montanha e definir as


várias bem-aventuranças em Mateus 5.


4. Interpretar as questões-chave em Mateus 12-13. 



5. Interpretar e avaliar os ensinamentos do livro em uma cosmovisão
bíblica e cristã.
6. Desenvolver uma posição bíblica sobro o casamento e divorcio

7. Desenvolver uma posição bíblica sobre a disciplina na igreja.

II- Conteúdos do Curso


A. Assuntos Introdutórios
Este curso considera as seguintes questões introdutórias: Autoria; Fontes
Sinópticas; Datas; Propósito; Características; Grupos Religiosos;
Estrutura e Esboço.

B. Exposição de Mateus


O restante do material será uma exposição do Evangelho de Mateus.


Requisitos do Curso

A. Leitura

1. O aluno lerá o Evangelho de Mateus cinco vezes. A primeira leitura


deve ser cuidadosa notando e anotando conceitos enfatizados e repetidos
(ex. “filho de Davi”, “filho do homem”, etc). Cada capítulo é equivalente
a uma página. Esta leitura totalizará 140 páginas. O aluno também lerá
páginas dos livros atribuídos. A leitura total deste curso é de páginas.
2. Livros didáticos:
Carson, D. A. O Comentário de Mateus, editor Shedd, distribuido por
Vida Nova, 2011. (696 páginas)

Wiersbe, Warren W. Seja Leal, seguindo o Rei dos reis. Comentário


bíblico baseado no livro de Mateus. Editora Geográfica, 1987 (272
páginas).
3. Leitura total para este curso –páginas

C. Esboços do Sermão
1. O aluno preparará dois sermões relacionados com o Evangelho de
Mateus. Cada sermão deve ser completo, escrito por extenso, como seria
pregado na igreja.

2. Os sermões devem ser digitados, contendo título, texto, tema,


introdução, sentenças de transição e conclusão.
3. O aluno deve redigir uma trabalho acadêmico defendendo sua posição
bíblica sobre o divorcio e casamento.

IV. Classificação
A. Distribuição das notas
1. Leituras– 20%

2. Participação em aula (contribuição para o bom andamento com


perguntas e comentários pertinentes) 5%

3. Esboços do Sermão – 50% (Cada esboço é 25%).

4. Trabalho sobre divorcio – 25%

B. Escala de classificação
100-98 A+ 77-75 C
97-95 A 74-71 C–
94-91 A– 70-68 D+
90-88 B+ 67-65 D
87-85 B 64-61 D–
84-81 B– 60-00 F
80-78 C+
C. Trabalho Atrasado
A política de classe seguirá a política padrão do Seminário. Se você tiver
alguma dúvida, consulte seus professores.
V. Data de Entrega – A data final para entrega será estabelecida por seus
professores.

UNIDADE 1

INTRODUÇÃO
I. Autoria
A. Evidência interna

 1. O livro de Mateus tem um interesse especial pelo dinheiro.

2. O autor do evangelho usa de humildade quando se refere a si


mesmo, o que é explicável se Mateus escreveu o evangelho.

B. Evidência externa

Os seguintes pais da igreja citam Mateus como o autor: Papias (120-150


a.D.); Ireneu (185 a.D.); Origenes (C. 185-254 a.D.); Eusébio (324-325
a.D.); Clemente de Roma; Policarpo; Justino Mártir; Clemente de
Alexandria; Tertuliano (Hiebert, An Introduction to the New Testament,
1: 42-50, Barbieri, Mateus, 15).
II. Fontes Sinópticas
Esta questão gira em torno da questão de qual evangelho, Mateus ou
Marcos, foi escrito primeiro. Uma vez que existem grandes semelhanças
entre os três evangelhos sinóticos, supõe-se que Mateus ou Marcos foi
escrito primeiro e os outros dois usaram o primeiro como um recurso.
Gromacki afirma: "Praticamente todo o Livro de Marcos pode ser
encontrado dentro dos outros... Foi calculado que dos 661 versos em
Marcos, 610 são paralelos a Mateus e Lucas. Dos oitenta e oito parágrafos
separados em Marcos, apenas três estão ausentes de Mateus e Lucas"
(Gromacki, New Testament Survey, 54).
A. A fonte "Q"
1. A "hipótese de dois documentos"
2. A "hipótese de quatro documentos"

3. Resposta
a) Os intérpretes conservadores concordam que os escritores
do evangelho usaram fontes sob a inspiração do Espírito Santo.

b) Estas teorias supõem que Marcos foi escrito primeiro,


antes de Mateus. Embora haja boa evidência para esse
entendimento, não é um fato comprovado e é debatido (Gromacki,
New Testament Survey, 56).

c) Supondo que o evangelho de Marcos foi escrito antes de


Mateus, não é um problema dizer que Mateus usou Marcos como
uma fonte e então acrescentou material que se

d) Estas fontes extras não foram encontradas.


B. A Prioridade de Mateus

C. A Prioridade Marcana
1. Explicação
Existem boas razões para acreditar que Marcos escreveu seu evangelho
primeiro e que Mateus o usou como fonte.
a) Uso das palavras de Marcos
b) O concordancia de Mateus e Lucas com Marcos
"Mateus e Lucas geralmente seguem a ordem de eventos de Marcos na
vida de Jesus, e onde qualquer um deles difere por razões tópicas, o outro
sempre se mantém na ordem de Marcos" (Grassmick, Mark, 98). Se
Mateus diverge da ordem de Marcos, Lucas não. O oposto também é
verdade. Lucas divergirá da ordem de Marcos, mas Mateus ainda segue
Marcos. No entanto, Mateus e Lucas raramente divergem juntos de
Marcos (Carson, Mateus, 13). Grassmick acha que essa mudança envolve
cerca de 6% das passagens em Marcos (Grassmick, Mark, 98).

III. Data
Em Mateus 24.1-2, Jesus prediz a destruição do templo. Esta profecia foi
cumprida em 70 a.D. Se o evangelho foi escrito depois desta data, seria
provável que Mateus iria registrar este fato. No entanto, ele não a
menciona. Esta omissão leva à conclusão de que Mateus foi escrito antes
dessa data. Em Mateus 4.5 e 27.53, ele refere-se a Jerusalém como "a
cidade santa". Esta descrição parece descrever a cidade como atualmente
existente (Barbieri, Mateus, 16). Se o livro foi escrito após o Evangelho
de Marcos, então a data seria algum tempo no final dos anos 60.
Gromacki coloca a data entre 50-70 a.D. (Gromacki, New Testament
Survey, 71. Ver também Toussaint, Behold the King, 333.). Hiebert
oferece as datas de 66-68 a.D. (Hiebert, An Introduction to the New
Testament, 66). Carson, Moo e Morris afirmam: "Mas a preponderância
de evidências sugere que Mateus foi publicado antes de 70,
provavelmente durante os anos sessenta "(Carson, Moo e Morris,
Introdução ao Novo Testamento, 79). Este estudo seguirá a sugestão de
Hiebert de 66-68 A.D.

IV. Tema
1. Jesus -O tema do livro é Jesus, O Messias. Mateus se propõe a
responder quem Jesus é, o que Ele fez, e o que devemos fazer em resposta
a Ele.
2. Reino de Deus. Segundo Toussaint, "Mateus apresenta o programa do
reino em três aspectos. Primeiro, o reino terreno literal foi oferecido a
Israel na pessoa de Jesus, o Messias, em Sua primeira vinda. Segundo, o
reino foi adiado porque Israel rejeitou seu Messias. Este reino adiado será
estabelecido na segunda vinda de Cristo. Terceiro, Cristo Jesus está agora
empenhado em edificar Sua igreja, composta daqueles que neste século
são os herdeiros do reino" (Toussaint, Behold the King, 20). Quando
lemos o livro de Mateus, devemos lembrar que o tema é sobre o reino
teocrático. Este reino é o mesmo reino que foi estabelecido no AT, e tem
as mesmas características.

V. Objetivo
O propósito do livro é documentar à nação de Israel que lhes foi oferecido
o reino e eles o rejeitaram. À luz dessa rejeição, o reino não será
estabelecido até um tempo futuro. O programa atual de Deus é a igreja.
Barbieri afirma: "Se de fato Jesus é Messias", um judeu perguntaria, "o
que aconteceu com o reino prometido?" O Antigo Testamento claramente
ensinou que o Messias traria um glorioso reino utópico na terra em que a
nação de Israel teria uma posição proeminente. Desde que a nação
rejeitou seu verdadeiro Rei, o que aconteceu com o reino?" (Barbieri,
Mateus, 16-17). O Evangelho de Mateus responde a esta pergunta
indicando que o reino foi adiado e será inaugurado no futuro, que será o
governo milenar de Cristo (Barbieri, Mateus, 17).

VI. Características
A. A ênfase na realeza de Cristo

1. Explicação
a) Em Mateus 1, Cristo tem uma linhagem real.

b) No capítulo dois, ele recebe uma visita real de homens


sábios e um rei ciumento tenta matá-lo.
c) Ele tem um precursor no ministério de João Batista (Mt 3).

d) Sua mensagem é do reino vindouro (Mt 7.17).


e) Suas parábolas se referem ao reino dos céus (Mt
13.11,19,24ss).
f) Quando Jesus entra em Jerusalém na Entrada Triunfal, é a
entrada de um rei (Mt 21.5, 9).
g) O julgamento de Mateus 24.31 é de um rei sobre seu trono
e ocorre antes do reino de Cristo, o milênio.
h) Finalmente, quando Jesus foi crucificado, foi porque ele
era o rei dos judeus (Mt 27.37).
i) O uso da palavra "reino".
j) O título "filho de Davi"
k) Referências especiais a Jerusalém

2. Aspectos da apresentação do reino


Mateus apresenta o reino em três etapas, como foi observado acima por
Toussaint. Primeiro, o reino é apresentado e oferecido à nação. Então a
nação rejeita o reino. Esta rejeição é especialmente vista em Mateus 12
com o relato da blasfêmia do Espírito Santo. Finalmente, à luz da rejeição
da nação e do adiamento do reino, Cristo estabelecerá Sua igreja.
3. Referência clara

Toussaint afirma: "Talvez a mais pontual de todas as referências reais seja


Mateus 21.5, contendo uma citação de Zacarias 9.9 e introduzida por uma
cláusula de Isaías 62.11: ‘Dize à filha de Sião: Eis que o teu Rei é Vindo
para ti, gentil e montado sobre um jumento, sobre um jumentinho, o potro
de uma besta de fardo’. Claramente, Jesus é retratado não apenas como o
Cristo, mas como o Messias real" (Toussaint, Behold the King , 21, itálico
seu).
B. A ênfase em João Batista, o precursor do rei

Desde que João Batista é o precursor do rei, ele tem um lugar de


importância. O Evangelho de Mateus contém uma quantidade
considerável de material sobre João.
1. Mateus 3.1-17 registra o testemunho de João e o batismo de Jesus.
2. Mateus 4.12 registra que João foi preso.
3. Em 11.1-19, Mateus descreve a pergunta de João da prisão e a resposta
de Jesus. No versículo 11, Jesus afirma que "entre os nascidos de
mulheres não surgiu ninguém maior do que João Batista".
4. Em 14.1-12, Mateus documenta a morte de João. Em 17.9-13, Jesus
estabelece uma
conexão entre João Batista e Elias.
C. Os ensinamentos de Cristo
1. Os discursos de Cristo

O Evangelho de Mateus registra os sermões de Jesus. Segundo Toussaint,


"nenhum outro evangelho contém tanto ensinamento de Jesus" (Toussaint,
Behold the King, 22). A estrutura do livro é construída em torno dos
discursos de Jesus. Dois dos sermões mais famosos de Jesus, o Sermão da
Montanha e o Discurso das Oliveiras, são encontrados em Mateus. O
autor do primeiro evangelho demonstra verdades sobre Jesus e então
registra seus sermões relacionados às verdades. Os cinco discursos do
livro são encontrados em Mateus 5-7, 10.5- 42, 13.1-53, 18.1-35 e 24.4 -
25.46 (Toussaint, Behold the King, 24).

2. As parábolas de Cristo
Hiebert afirma: "O evangelho contém quinze


parábolas de Jesus, das quais dez são exclusivas" (Hiebert, An
Introduction to the New Testament, 1:46).

D. A atmosfera Judaica

1. Citações do AT
Mateus cita o AT cerca de 50 vezes e alude a ele cerca de 75 vezes
(Barbieri, Mateus, 16). Toussaint afirma: "Normalmente, as citações são
feitas para provar um ponto para os leitores judeus. Isto é especialmente
verdadeiro com referência a Cristo" (Toussaint, Behold the King, 16).
Muitas destas citações relacionam-se de algum modo ao cumprimento da
profecia do AT. Veja por exemplo 1.23, 2.6, 15, 18, 23, 3.3, 4.15-16,
8.17, 13.35, 26.56 (Harrison, Introduction to he New Testament, 170). De
acordo com Hiebert, "nenhum outro evangelho conecta a história de Jesus
tão intimamente com o Antigo Testamento quanto Mateus" (Hiebert, An
Introduction to the New Testament, 1:44).

Mateus apresenta Jesus como o cumprimento das seguintes profecias do Antigo


Testamento:
1. Isaías 7:14 (Mt 1: 22-23) predisse que o Messias nasceria de uma virgem.
2. Miquéias 5: 2 (Mt 2: 6) predisse que o Messias nasceria em Belém.
3. Oséias 11: 1 (Mt 2:15) predisse que o Messias seria chamado do Egito.
4. Jeremias 31:15 (Mateus 2:18) predisse o massacre dos bebês.
5. Isaías 40: 3 (Mt 3: 3) predisse que um profeta no deserto se prepararia para a vinda do
Senhor.
6. Isaías 9: 1–2 (Mateus 4: 14–16) predisse que o Messias viria à Galiléia dos Gentios.
7. Isaías 53: 4 (Mt 8:17) predisse que o Messias tomaria nossas doenças e levaria nossas
enfermidades como um cordeiro de sacrifício.
8. Miquéias 7: 6 (Mt 10: 35-36) predisse que o Messias faria com que os membros da
família se voltassem uns contra os outros.
9. Isaías 26:19; 29:18; 35: 5; 42:18; e 61: 1 (Mat. 11: 5; 15:31) predisse que o Messias
daria vista aos cegos, fizesse o coxo andar, fizesse o surdo ouvir, ressuscitasse os mortos
e pregasse boas novas aos pobres.
10. Êxodo 23:20 e Malaquias 3: 1 (Mt 11:10) predisseram que um mensageiro precederia
a vinda do Messias.
11. Isaías 42: 1–4 (Mt 12: 18–21) predisse que o Messias não seria alto ou pretensioso.
12. Isaías 6: 9–10 (Mt 13: 14–15) predisse que o ensinamento do Messias seria mal
interpretado.
13. Salmo 78: 2 (Mat. 13:35) predisse que o Messias ensinaria em parábolas.
14. Isaías 29:13 (Mat. 15: 8–9) predisse que o povo de Deus se rebelaria contra ele e
ensinaria coisas falsas.
15. Malaquias 4: 5 (Mt 17: 10-13) predisse que a vinda do Messias seria precedida pela
chegada de uma figura semelhante a Elias.
16. Isaías 62:11 e Zacarias 9: 9 (Mat. 21: 5) predisseram a entrada triunfal do Messias em
Jerusalém.
17. Zacarias 13: 7 (Mat. 26:31) predisse que os discípulos do Messias o abandonariam.
18. Zacarias 11:13 (Mt 27: 9) predisse que o Messias seria traído por trinta moedas de
prata.
19. O Salmo 22: 1–2, 6–8, 18 (Mt 27:35, 43, 46) predisse que as pessoas apostariam nas
vestes do Messias e zombariam dele, e que o Pai o abandonaria durante o seu sofrimento
na Cruz.

2. A genealogia
A genealogia começa por se referir a Cristo como "o filho de Davi, filho
de Abraão" (1:1). Esta referência demonstra a herança real de Cristo, mas
também o seu judaísmo. No próximo versículo (1.2), Mateus começa com
Abraão, que é o pai dos judeus (Toussaint, Behold the King, 17).
3. Um costume judaico sema necessidade de explicação
4. A religião Judaica nos dias de Jesus

a) O mal-entendido da Lei (5.21-43 - "ouviste o que foi dito...")


 b) Auto-promoção da justiça (6.1-18)



c) As disputas com os líderes religiosos (12.8, 22-45; 15.1-9;
16.1-12; 23.1-36).

5. Sua autoridade sobre as estruturas sociais judaicas



Ele enumera os seguintes exemplos (Harrison, Introduction to he New
Testament, 170):

a) A Lei (5.21-22, 27-28).


 b) O Sábado (12.8).

 c) O profeta (12.41).

d) O templo (12.6).

e) O rei (12.42).
E. Apresentação do material

Mateus agrupa seu material para se adequar ao seu propósito. Como tal, o
evangelho de Mateus não é uma interpretação cronológica rigorosa da
vida de Cristo. Em vez disso, o material é agrupado para apoiar o seu
tema do Messias e Seu reino (Barbieri, Mateus, 16). Hiebert aponta que
há uma ordem cronológica para os capítulos um a quatro e a Semana da
Paixão de Cristo. No entanto, o resto do material é organizado para se
ajustar ao propósito de Mateus por escrito. De acordo com Hiebert,
"narrativas semelhantes e os ditos de Jesus estão agrupados" (Hiebert, An
Introduction to the New Testament, 1:46).
G. A Igreja

Mateus é o único evangelho que menciona a igreja. Há duas referências à


igreja: 16.18; 18.17
VII. Facções religiosas
A. Fariseus


1. Descrição geral

O nome parece derivar da ideia de "separadas" (Gromacki, New


Testament Survey, 35), mas essa identificação não é correta (Ferguson,
Backgrounds of Early Christianity, 480-81). O início deste grupo não é
certo. Eles podem ter surgido durante os dias de Esdras e Neemias ou
durante o período intertestamental. Se os fariseus começaram neste
período posterior, então eles podem ser associados com os hassidim, um
grupo de indivíduos que se opuseram à influência grega na vida judaica
(Gromacki, New Testament Survey, 35; Ferguson, Backgrounds of Early
Christianity, 481).
2. Crenças e Práticas

Os fariseus tinham como fontes de autoridade, o Pentateuco (a Torá, a


Lei) e tradições (Gromacki, New Testament Survey, 35; Ferguson,
Backgrounds of Early Christianity, 481). De acordo com Ferguson, "as
duas colunas do sistema farisaico eram "Torá e Tradição”. Torah (ensinar,
ou lei) era principalmente os cinco livros de Moisés. Uma lei escrita deve
ser interpretada e aplicada. O processo de aplicação do ensino contido na
Torá envolveu novos preceitos. Os fariseus diferiam dos saduceus em dar
autoridade divina à interpretação e aplicação da lei" (Ferguson,
Backgrounds of Early Christianity, 482). Os fariseus não eram da classe
ou da ordem sacerdotal e não estavam diretamente associados com o
templo. Seu desejo de pureza ritual levou-os a fazer aplicações estritas em
outras áreas da vida, como a preparação de alimentos e o dízimo
(Ferguson, Backgrounds of Early Christianity, 482-83; Gromacki, New
Testament Survey, 35). Veja, por exemplo, Mateus 23.23-26. Nos versos
23- 24 eles são cuidadosos com o dízimo e nos versículos 25-26 eles são
cuidadosos com lavagens ou limpezas. Segundo Gromacki, "Eles
acreditavam na existência dos anjos, na vida após a morte, e na
ressurreição do corpo" (Gn 23.6, 8, 24.25)" (Gromacki, New Testament
Survey, 35).
3. O Grupo Hillel
Esse grupo era a divisão mais relaxada dos fariseus. Eles não eram tão
rigorosos quanto o grupo Shammai. De acordo com seu entendimento, um
homem poderia se divorciar de sua esposa por qualquer motivo, até ao
ponto de se divorciar dela por queimar o jantar.
4. O Grupo Shammai

Este grupo era o mais rigoroso das duas divisões dos fariseus. De acordo
com seu entendimento, um homem poderia se divorciar de sua esposa
apenas por imoralidade. Em Mateus 19:3-9 essa divisão é usada em uma
tentativa de colocar Cristo em uma posição embaraçosa. Cristo é
questionado sobre o divórcio e se refere ao desenho original do casamento
de Gênesis 2.23-25. Cristo é então perguntado sobre o regulamento de
Moisés que é encontrado em Deuteronômio 24.1-4. Havia estas duas
escolas de pensamento farisaico nesta passagem. Cristo afirma que o
divórcio foi permitido por algum tipo de imoralidade, mas que o
regulamento foi dado devido à dureza dos corações judeus. Uma maneira
fácil de distinguir esses dois grupos é a afirmação "Hillel é hilário
(hilarious) e Shammai é rigoroso (strict)".

B. Saduceus
O grupo rival dos fariseus era o saduceus. Embora a fonte de autoridade
dos fariseus fosse a Escritura e a tradição, a fonte de autoridade para os
saduceus era a Lei, mas somente a Lei. Eles não colocaram autoridade nos
Escritos ou nos Profetas. Sua rejeição do sobrenatural fez com que eles
negassem que havia anjos, que havia uma ressurreição do corpo, e que o
espírito era imortal (Mt 22.23, At 23.8). Os saduceus eram poderosos ao
redor da área do templo porque eram compostos principalmente de
sacerdotes. A destruição do templo em 70 dC levou à sua diminuição
(Gromacki, New Testament Survey, 35-36).
Em Mateus 22.23-33 Jesus é questionado pelos saduceus sobre a
ressurreição. Como eles não consideram os escritos ou os profetas como
autoridade, Jesus cita Êxodo 3.6 como prova da ressurreição em vez de
Daniel 12.3 (Ferguson, Backgrounds of Early Christianity, 486).
C. Sacerdotes-Chefe
Este grupo é designado por uma variedade de nomes como o "Sinédrio",
"governantes", "chefes de sacerdotes e governantes", "chefes de
sacerdotes e anciãos e escribas" e "conselho". Semelhante à Suprema
Corte dos Estados Unidos. O grupo tinha mais autoridade em julgamentos
religiosos do que em julgamentos civis. Na área religiosa eles tinham
autoridade para infligir a pena de morte aos gentios que violavam os
limites do templo ou aos judeus que encorajavam os gentios a este
respeito. No domínio civil, eles tiveram que obter permissão do governo
romano para infligir a pena de morte. O Sinédrio também tinha sua
própria força policial (Mateus 26.47) (Gromacki, New Testament Survey,
36-37).
VIII. Estrutura e Tópicos


Toussaint tem uma discussão interessante sobre a estrutura de Mateus. Ele


afirma:
O esboço aqui apresentado segue o argumento de Mateus, que se baseia
na recorrência de "e aconteceu que quando Jesus tinha terminado" (kαὶ
ἐγένετο ὅτε ἐτέλεσεν ὁ Ἰησοῦς), que Mateus evidentemente usou para
marcar as divisões de seu Evangelho. Esta cláusula idêntica ocorre em
Mateus 7.28; 11.1; 13.53; 19.1 e 26.1, e sempre no final de um discurso.
O fato dos endereços serem bastante alargados e que ocorrem no final de
cada secção implica que eles são climáticos. Parece que Mateus usa as
seções narrativas de seu Evangelho como uma introdução e um cenário
para os discursos de Jesus. Devido a isso, os acontecimentos geralmente
se afastam e os discursos assumem o papel importante. Curiosamente, as
narrativas do Evangelho de Mateus são quase sempre mais breves que as
correspondentes no Evangelho de Marcos, isto apesar do fato de Marcos
ser muito mais curto do que Mateus. Cerca de 606 dos versos de Marcos
são comprimidos em 500 de Mateus. Claro que isto não quer dizer que os
eventos não são importantes. Eles são cruciais, já que os discursos seriam
sem sentido e contraditórios sem eles. Com exceção do prólogo e do
epílogo de Mateus, cada um dos movimentos termina com um discurso. O
esquema é, portanto, disposto em conformidade" (Toussaint, Behold the
King, 24-25, itálico original).
O esboço deste estudo segue esta estrutura e reflete forte influência de
Toussaint, Carson, Moo e Morris. Veja especialmente Toussaint, Behold
the King, 25-32, mas também o resto do comentário e Carson, Moo e
Morris, Introdução ao Novo Testamento, 63-65.

I. A Apresentação do Rei (Mateus 1-4) – passado e presente narrativos

II. A Pregação do Reino (4.12 – 7.29)

III. A Autoridade do Rei (8.1 – 11.1)

IV. A Rejeição do Rei (11.2 – 13.53)

V. A Ofensa ao Rei (13.54 – 19.2)

VI. Oposição ao Rei (19.3 – 26.5)


VII. A morte, sepultamento e ressurreição do rei (26.6 – 28.20)


Conteúdo dos Capítulos de 
Alimentando os 5.000
Mateus 
Andando sobre o mar 

15. O que contamina 

Mulher cananéia (Siro-fenícia)

1. Genealogia Alimentando os 4.000 

Anunciação 
 16. Fermento dos fariseus
2. Visita dos Sábios 
 
Confissão de Pedro 

3. Ministério de João 17. Transfiguração

O Batismo de Jesus 
 
Discípulos impotentes
4. Tentação Dinheiro na boca do peixe 


CHAMADA de Pedro, André, 18. Crianças pequenas & Reino dos
Tiago, João 
 céus As noventa e nove

5. As Bem-aventuranças 
 O irmão culpado

Cristo e a lei 
 O servo incompassivo
6. Oração do Senhor 
 19. Divórcio

Provisão Divina 
 O jovem rico
7. Julgamento 
 Os doze tronos

Perguntando 
 20. Trabalhadores e a vinha
Testes do verdadeiro crente 
 Pedido de Salome
8. Quatro curas (leproso, centurião, Dois cegos curados
sogro, os 
endemoniados 21. Entrada triunfal
gadarenos) 
 Limpeza do templo
Acalmar o mar 
 Maldição da figueira
9. Homem paralítico 
 Dois filhos
Mulher com fluxo de sangue 
Os lavradores maus
Filha de Jairo
 22. Ceia de casamento

Dois homens cegos 
 Três perguntas (dinheiro de
10. Doze chamados e enviados tributo, ressurreição, maior
Conflito causado pelo evangelho mandamento)

 23. Condenação dos fariseus
11. Perguntas de João Batista 24. Discurso das Oliveiras
Cidades repreendidas 25. Dez virgens
Jugo de Cristo 
 Talentos
12. Colher cereais no sábado Julgamento
Cura mão seca 
 
26. Ungido na casa de Simão
Expulsao do demônio 
 Plano da traição Páscoa

Acusado de associação Getsêmani

demoníaca 
 Prisão e julgamento
13. Parábolas do Reino (Semeador, 27. Julgamento perante Pilatos
joio, grão de 
mostarda, Morte de Judas
fermento, tesouro, pérola, rede) Crucificação

 28. Ressurreição
14. Morte de João Batista

17
UNIDADE 2

I. A Apresentação do Rei - Mateus 1-4.11
A. A linhagem do rei (Mt 1.1-25)
1. Sua genealogia (1.1-17)


a) A genealogia de Abraão a Davi (1.1-6a)

b) A genealogia de Davi a Jeconias (1.6b-11)


c) A genealogia de Jeconias a Cristo (1.12-16)

d) Resumo (1.17)

2. O compromisso de seus pais (1.18-25)

B. A Recepção do Rei (Mt 2.1-23)


1. A visita dos Magos a Belém (2.1-12)

2. Sua fuga para o Egito (2.13-18)


3. Seu retorno a Nazaré (2.19-23)
C. Sua Preparação (Mt 3.1-4: 11)

1. O anúncio do Rei – João Batista seu precursor (3.1-12)

18
Reino dos Céus - Aspectos do Reino Teocrático
O reino que João e Cristo proclamam foi o mesmo reino
apresentado no AT. Ele tinha os mesmos aspectos ou características
do reino teocrático no AT. Isso é visto nos seguintes pontos
(McClain, The Greatness of the Kingdom, 286-303).

1. O Aspecto Espiritual - Mateus 3.2; 4.17; Marcos 1.15; João


3.3
2.
2. O Aspecto Moral - Mateus 5.21-48; 6.33; 19.18
3.
3. O Aspecto Social - Mateus 5.21-26, 38-42
4.

4. O Aspecto Eclesiástico / Religioso - Mateus 5.17-20; 6.1-18;


23.23

5. O aspecto Político - Mateus 5.35; Lucas 1.31-33

6. O Aspecto Físico - Mateus 9.35; 12.28; 14.24-32

2. A unção do Rei - o batismo de Jesus (3.13-17)


3. O adversário do Rei - as tentações de Jesus (4.1-11)

As Tentações de Satanás com Eva e Jesus

Genesis
Tentação Mateus 4
3

Você
pode Você pode
Apelo ao comer comer
apetite de transformando
físico qualquer pedras em
árvore pães (4.3)
(3.1)

19
Você
Apelo ao Você não
não irá
ganho ferirá seus pés
morrer
pessoal (4.6)
(3.4)

Você
Você terá
Apelo ao pode ser
todos os
poder ou como
reinos do
à glória Deus
mundo (4.8-9)
(3.5)

Unidade 3

II. A Pregação do Reino (4.12 – 7.29)

A. Introdução aos Princípios (4.12-25)


1. Resumo (4.12-17)

2. Chamando seus apóstolos (4.18-22)

3. Resumo do ministério ns Galiléia (4.23-25) – prova de seu ministério

B. Apresentação dos Princípios - O Sermão da Montanha (5.1-7.29)


O Propósito do Sermão da Montanha
Uma das áreas de debate sobre o Sermão da Montanha é o seu propósito
para o sermão. O debate engloba a questão de qual é a razão de Cristo
para dar este sermão; como ele se relaciona com o resto do livro; e como
o sermão se aplica aos cristãos de hoje. Esta breve excursão considera o
tema do propósito deste sermão, discutindo várias sugestões para o seu
propósito.
1. A Visão do Milênio
2. A Abordagem Ética do Crente

20
3. A Abordagem Ética Interina

Exposição do Sermão da Montanha


1. As bem-aventuranças (5.1-12)
2. Ilustração (5.13-16)

3. Ilustrações sobre a Lei (5.17-48)


a) Cristo veio cumprir a lei (5.17-20)


b) Instruções sobre a raiva (5.21-26)

c) Instruções relativas à luxúria (5.27-30)

d) Instruções relativas ao divórcio (5.31-32)


e) Instruções relativas a juramentos ou votos (5.33-37)

f) Instruções sobre retaliação (5.38-42)


g) Instruções relativas aos inimigos (5.43-48)

4. Instruções sobre praticar a justiça a alguém (6.1-18)


a) Instrução geral (6.1)
b) Instruções relativas à prática de dar (6.2-4)
c) Instruções para praticar a oração (6.5-14)

(1) Duas proibições na oração (6.5-8)


(a) Não faça oração hipócrita (6.5-6)
i) um mandamento negativo
ii) Um mandamento positivo (6.6)

21
(b) Não praticar a oração repetitiva (vã) (6.7-8)

(2) Um exemplo de oração (Oração do Senhor) (6.9-13)


(a) Petições para a glória de Deus (6.9-10)
i) O nome de Deus (6.9)
ii) O reino de Deus (6.10a)

iii) A vontade de Deus (6.10b)

(b) Petições para o nosso bem (6.11-13)


i) Provisão diária (6.11)

ii) Perdão(6.12)

iii) Vitória sobre a tentação (6.13a)


iv) Libertação sobre o mal (6.13b)

(3) Duas condições para a oração (6.14-15)



 (a) Uma condição positiva de perdão (6.14)
(b) Uma condição negativa de perdão (6.15)

4) Instruções relativas à prática do jejum (6.16-18)

5. Instruções relativas às finanças (6.19-34)



a) Não permita que o dinheiro o controle (6.19-24)
b) Não se preocupe com dinheiro (6.25-34)

22
6. Instruções para julgar (7.1-6)

7. Instruções para pedir (7.7-11)

8. Instrução sobre o tratamento de outros (7.12)


9. Conclusão (7.13-27)
Jesus conclui seu sermão com uma série de contrastes.

Esta seção segue a divisão tripla, mas adapta os títulos de Carson.


a) Dois caminhos (7.13-14)

b) Duas árvores (7.15-23)

c) Dois construtores (7.24-27)

10. A autoridade de Jesus (7.28-29)

23
UNIDADE 4

III. A Autoridade do Rei (8.1-11.1)
A. A Demonstração de Autoridade (8.1-9.34)

1. Autoridade sobre doenças (8.1-17)


a) Autoridade sobre lepra (8.1-4)

b) Autoridade sobre paralizações (8.5-13)


c) Autoridade sobre febre e demônios (8.14-17)

2. O custo do discipulado (8.18-22)

3. Autoridade sobre os reinos (8: 23-9: 8)


a) Autoridade sobre o reino da natureza (8: 23-27)


b) Autoridade sobre o reino dos demônios (8.28-34)
c) Autoridade sobre o reino do pecado (9.1-8)
4. Autoridade com Seus discípulos (9.9-17)

24
a) A chamada de Mateus (9.9-13)
b) Os discípulos e o jejum (9.14-17)
5. Autoridade de restauração (9.18-34)


a) Autoridade para restaurar a vida (9.18-26)


a
b) Autoridade para restaurar a vista (9.27-31)

c) Autoridade para restaurar a fala (9.32-34)

B. Delegação de Autoridade (9.35-11.1)


1. Alistar trabalhadores (9.35-10.4)

a) A necessidade de trabalhadores (9.35-38)


b) Chamando apóstolos (10.1-4)

2. Instruções aos doze (10.5-42)


a) Instruções gerais (10.5-15)
b) Instruções relativas à perseguição (10.16-33) (1) Avisos de
perseguição (10.16-25)
(2) Conforto para perseguição (10.26-33)

a) Divisão causada pela mensagem (10.34-39)


b) Recompensas (10.40-42)

3. A continuação do ministério de Jesus (11.1)

25
UNIDADE 5
IV. A Rejeição do Rei (11.2-13.53)
A. Evidências de Oposição (11.2-12.50)
1. Oposição ao precursor do rei, João Batista (11.2-19) a) A prova do rei
para seu precursor (11.2-6)

(1) A pergunta de João Batista - "Você é o Messias?" (11.2-3)


(2) A resposta de Jesus - os milagres provam que eu sou (11.4-6)
b) A rejeição de João Batista (11.7-19)

2. Denúncia de cidades impenitentes (11.20-24)


3. Convite aos seguidores de Jesus (11.25-30)
4. Questões de autoridade (12.1-37)

a) A questão do sábado (12.1-21)



(1) Colher grãos no sábado (12.1-8)
(2) Cura no sábado (12.9-14)
(3) Jesus se retira da área (12.15-21)

26
b) A questão da fonte [de poder] do Rei (12.22-37)
(1) A acusação contra Cristo (12.22-24)
(2) A refutação de Cristo (12. 25-37)


 (a) A refutação de seu argumento (12.25-32)


(b) A aplicação à sua vida (12.33-37)
5. O sinal de Jonas (12.38-42)

6. O espírito maligno errante (12.43-45)

7. As relações do reino (12.46-50)

B. As parábolas de Jesus (13.1-53)


No capítulo anterior, a nação rejeitou seu rei. Em particular, a liderança da
nação, os escribas e fariseus, rejeitou o rei e o povo seguirá sua liderança
no julgamento e crucificação de Cristo. Ambos Toussaint e Barbieri
afirmam que "o dado é lançado" (Toussaint, Behold the King, 168;
Barbieri, Mateus, 48). Devido a esta rejeição, o reino é adiado. Ele não
será inaugurado até Cristo retornar e derrotar as forças do anticristo na
Batalha do Armagedom (Ap 19.11-21). As instruções de Cristo assumem
a forma de parábolas. Segundo Barbieri, "A palavra "parábola" vem de
duas palavras gregas (para e ballō), que em conjunto significam "jogar ao
lado". Uma parábola como uma ilustração faz uma comparação entre uma
verdade conhecida e uma verdade desconhecida; Ele as lança ao lado uma
da outra" (Barbieri, Mateus, 48-49). Uma parábola é geralmente uma
história que é fiel à vida em seus detalhes, mas tem alguma aplicação para
aqueles que estão ouvindo. À luz do contexto anterior (Mt 12.22-50) e a
rejeição do Rei, essas parábolas ensinam verdades sobre o adiamento do
reino (Toussaint, Behold the King, 176).
1. As parábolas públicas (13.1-35)
a) O ajuste (13.1-2)

27
b) O semeador (13.3-9)
c) O propósito das parábolas (13.10-17)
d) A explicação da parábola do semeador (13.18-23)

e) O trigo e as ervas daninhas (13.24-30)


f) A semente de mostarda (13.31-32)
g) O fermento (13.33)

h) A justificativa (13.34-35)

2. As parábolas privadas (13.36-52)



a) O trigo e as ervas daninhas (13.36-43)

b) O tesouro escondido (13.44)

c) A pérola de grande preço (13.45-46)


d) A rede de pesca (13.47-50)

e) O tesouro (13.51-52)

3. A partida de Jesus (13:53)

28
Unidade 6

IV. A Ofensa ao Rei (13.54-19.2)
A. Ofensa Crescente ao Rei (13.54-17.27)
Note que esta seção começa e termina com a palavra "ofensa" e um
exemplo de ofensa. Ver 13.57 e 17.27.

1. Ofensa para com o Rei (13.54-14.36)



a) Dois exemplos de ofensa (13.54-14.12)
(1) Ofensa em sua cidade natal (13.54-58)
13.54-58.

Toussaint afirma: "Este breve parágrafo é a chave para a seção"


(Toussaint, Behold the King, 188).
(2) Ofensa ao seu mensageiro, João Batista (14.1-12)

b) Milagres do Rei (14.13-36)



(1) Jesus alimenta cinco mil homens (14.13-21)
(2) Jesus caminha sobre as águas (14.22-33)
(3) Jesus cura muitos (14.34-36)

29
2. Oposição/Ofensa pelos fariseus e escribas (15.1-39)
a) A questão da tradição (15.1-20)

(1) Condenação dos fariseus (15.1-9)


(2) Explicação aos Seus discípulos (15.10-20)
b) Milagres do Rei (15.21-39)


(1) Jesus cura a filha da mulher cananeia (15.21-28)

(2) Jesus cura muitos (15.29-31)


(3) Jesus alimenta quatro mil homens (15.32-39)

3. Oposição dos fariseus e dos saduceus (16.1-12)

a) O pedido de um sinal (16.1-4)


b) A fermento dos fariseus e saduceus (16: 5-12)

4. A confissão de Pedro (16.13-20)


5. O custo do discipulado (16.21-28)
a) O custo para Jesus (16.21-23)
b) O custo para os discípulos (16.24-28)
6. A Transfiguração - a demonstração da glória messiânica (17.1-13)
J. D. Pentecost afirma: “A transfiguração foi uma revelação da vinda do
Filho do homem na glória (16.27), e deve ser entendido como uma
imagem em miniatura e prematura da segunda vinda do Messias em Sua
glória para estabelecer Seu reino (2Pd 1.16-18)" (J. Dwight Pentecost,
Manual de Escatologia, 460).

a) A Transfiguração (17.1-13)

(1) A descrição da transfiguração (17.1-8)

30
(2) O ensino sobre a vinda de Elias (17.9-13)
b) Jesus cura o menino possuído pelo demônio (17.14-21)
O versículo 21 não está nos melhores manuscritos. Sua inserção é
provavelmente de Marcos 9.29 (Carson, Mateus, 392, ver notas)].

7. Ofensa sobre o imposto do templo (17.22-27)
a) Jesus prediz sua morte e ressurreição (17.22-23)

b) Jesus paga o imposto do templo (17.24-27)


B. Ensinando sobre ofensa e perdão (18.1-19.2) 1. Pecar contra crianças
(18.1-20)

a) Evite ofender as crianças (18.1-6)

b) Medidas drásticas a tomar para evitar a ofensa (18.7-9)


c) A importância dos filhos para Deus (18.10-14)

[Verso 11 não é suportado pelos melhores manuscritos (Carson, Mateus,


401). É omitido na ESV].
d) Evitar ofender o irmão (18.15-20)

18.18. Ἀμὴν λέγω ὑμῖν · ὅσα ἐὰν δήσητε ἐπὶ τῆς γῆς ἔσται δεδεμένα ἐν
οὐρανῷ, καὶ ὅσα ἐὰν λύσητε ἐπὶ τῆς γῆς ἔσται λελυμένα ἐν οὐρανῷ.
18.15-18. Cristo lida com a disciplina da igreja nos versos 15-18. Em
16.18-19 Jesus declara que no futuro Ele edificará Sua igreja. Então, nos
versículos 21-22, Ele profetiza Sua morte e ressurreição vindouras. Em
17.22-23 contém outra profecia por Cristo de Sua morte e ressurreição.
Em 18.17, Ele se refere à igreja. Cristo parece ter em mente o período
após Sua morte e ressurreição, que seria o tempo da igreja. Além disso,
em 16.18, Ele usa a palavra "igreja" e depois a usa novamente nesta
passagem. Pareceria ter a mesma conotação devido à referência em 16.18
(Figart, The King of the Kingdom of Heaven, 356).
Cristo está lidando com a disciplina da igreja. Se um irmão pecar e isso
precisar da atenção da igreja, então um indivíduo deve ir para o irmão
31
pecador em particular e resolver a situação. Se isso não funcionar, então
ele leva duas a três testemunhas. Deuteronômio 18.15- 21 estabelece esta
prática para os santos do AT. Após este encontro, a questão é trazida à
igreja. Se não houver arrependimento, então o irmão é removido da
comunhão da igreja. Há um procedimento de quatro etapas nesta prática
(Figart, The King of the Kingdom of Heaven, 354-57). Figart observa: "O
gentio, ou pagão, estava fora do reino da crença no único Deus
Verdadeiro, e o cobrador de impostos, para o judeu, era considerado
traidor de sua nação, bem como um opressor do seu vizinho" (Figart, The
King of the Kingdom of Heaven, 357). A decisão da igreja é final. Sua
decisão é confirmada pelo céu, que é o ponto do versículo 18 (Figart, The
King of the Kingdom of Heaven, 357-58).
2. Instruções sobre o perdão (18.21-35)

a) A questão de Pedro (18.21-22)


b) A parábola de Jesus (18.23-35)

18.23-35. A parábola ilustra a abundância do perdão.

3. A partida de Jesus (19.1-2)

UNIDADE 7
VI. Oposição ao Rei (19.3-26.5)

32
A. Perguntas ao Rei (19.3-22.46)
1. A questão relativa ao divórcio (19.3-12)
Carson afirma: “A oposição a Jesus se torna mais aquecida e focada: as
posições de Jesus e os líderes judeus se tornam mais irreconciliáveis”
(Carson, Mateus, 410).
19.3-6. Esta seção começa com outra tentativa dos fariseus (πειράζοντες
αὐτὸν) para colocar Cristo em uma situação embaraçosa e desacreditá-lo.
Desta vez, eles perguntam a Ele sobre a questão do divórcio (v.3). Havia
duas escolas de pensamento sobre esta questão, a escola de Shammai e a
escola de Hillel. Não importa como Cristo respondesse, Ele estaria em
desacordo com uma das duas escolas. Toussaint e Carson também
sugerem que os fariseus estavam tentando colocar Cristo em problemas
com Herodes e Herodíades, como João Batista tinha feito (Toussaint,
Behold the King, 224; Carson, Mateus, 411).
Há muitos pontos de vista sobre a questão do divórcio e do novo
casamento. A seguir está uma lista:

(1) sem permissão de divórcio ou recasamento;


(2) permite divórcio, mas não o novo casamento;

(3) permite o divórcio durante o período de noivado;


(4) divórcio para casamentos "mistos/incestuosos" (parentes muito
próximo);
(5) divórcio e novo casamento apenas por imoralidade;
(6) divórcio e novo casamento apenas por imoralidade e deserção (as
cláusulas de exceção);
(7) o divórcio e o novo casamento permitidos, porque o governo civil o
permite;
(8) o divórcio e o novo casamento quando o pastor de um indivíduo ou os
conselheiros espirituais o permitem e o aconselham.

33
Jesus responde nos versículos 4-6, apelando a Gênesis 1.27 e 2.24. O
ponto de Sua citação é que o casamento deveria ser uma união
permanente e não deveria ser dissolvido.

19.7-9. Os fariseus respondem a Jesus citando Deuteronômio 24.1-3.


Jesus responde-lhes dizendo que Moisés fez isso devido à dureza de seus
corações. Originalmente, o divórcio e o novo casamento não faziam parte
do desígnio de Deus.
2. Jesus abençoa as criancinhas (19.13-15)
3. A questão sobre a riqueza / o jovem principe rico (19.16-20.16)
a) A discussão com o rico governante jovem (vv.16-22)

b) A discussão com os discípulos (vv.23-30)


c) A parábola dos trabalhadores da vinha (20.1-16)

4. Jesus prediz Sua morte e ressurreição (20.17-19)

5. O pedido relativo a posições no reino (20.20-28)


6. Jesus cura os cegos (20.29-34)

B. O ministério de Jesus em Jerusalém (21.1-22.46)


1. A entrada triunfal - a apresentação do Rei (21.1-11)
2. A purificação do templo (21.12-17)
3. Jesus amaldiçoa a figueira (21.18-22)
4. A autoridade de Jesus é questionada (21.23-27)
a) A questão da autoridade (21.23-27)
b) A parábola dos dois filhos - a resposta a João Batista
(21.28-32)
c) A parábola da vinha - a resposta a Jesus (21.33-46)
d) A parábola da festa de casamento - a resposta a Deus Pai

34
(22.1-14)
5. A questão dos fariseus sobre impostos (22.15-22)
6. A questão dos saduceus sobre a ressurreição (22.23-33)

7. A pergunta dos fariseus sobre o maior mandamento (22.34-40)


8. A pergunta de Jesus a respeito do Messias (22.41-46)
C. Condenação dos escribas e fariseus (23.1-39)

1. Condenação geral (23.1-12)

2. Sete sofrimentos condenando a hipocrisia (23.13-36)


a) O primeiro ai (23.13-14)

b) O segundo ai (23.15)

c) O terceiro ai (23.16-22)
d) O quarto ai (23.23-24)

e) O quinto ai (23.25-26)
f) O sexto ai (23.27-28)
g) O sétimo ai (23.29-36)
3. O lamento de Jesus sobre Jerusalém (23.37-39)
D. O Discurso do Monte das Oliveiras (24.1-25.46)
O Discurso das Oliveiras é o ensinamento de Jesus sobre o fim dos
tempos. De acordo com Toussaint, "Este discurso, entregue em particular
aos discípulos, é a mais longa mensagem profética de Cristo" (Toussaint,
Behold the King, 266). A interpretação desta passagem desempenha um
papel importante na compreensão do momento do arrebatamento.
Indivíduos que mantêm uma visão de Arrebatamento Pré-ira ou uma visão
de Arrebatamento Pós-tribulacional extraem muito do seu apoio deste
sermão. Indivíduos que mantêm uma visão de Arrebatamento Pré-
tribulacional geralmente ensinam, mas nem sempre, que a igreja não é o
35
tema da discussão de Cristo. As razões a seguir indicam que a igreja não
está em vista nesses capítulos (McCune, A Systematic Theology, 3:349-
50).

(1) O contexto refere-se à nação de Israel.


(2) Os discípulos fazem a Jesus duas ou três perguntas (v.3).
(3) A abominação da desolação (24.15) é judia no contexto.

(4) O tema geral de Mateus é o Rei e Sua rejeição.

(5) O intérprete deve estar ciente de questões interpretativas


significativas no discurso.

1. O cenário para o discurso (24.1-3)

2. A primeira metade do período da tribulação, a septuagésima semana de


Daniel (24.4-8)

3. A segunda metade do período da tribulação (24.9-14)

4. Mais detalhes sobre a segunda metade do período da tribulação (24.15-


28)

a) O sinal do meio da tribulação (24.15)


b) A necessária fuga da perseguição (24.16-22)
c) A advertência dos falsos mestres (24.23-28)
5. A vinda do Rei (24.29-31)

a) O tempo de Sua vinda (24.29)
b) O reavivamento espiritual de Israel (24.30)
c) O reajuntamento para a terra (24.31)
.
6. Ilustrações de vigilância (24.32-25.13)

36
a) A parábola da figueira (24.32-35)
b) Os dias de Noé (24.36-39)
c) Os dois no campo e no moinho (24.40-42)

d) O homem bom e sua casa (24.43-44)


e) Os servos fiéis e maus (24.45-51)
f) A parábola das dez virgens (25.1-13)


7. Julgamentos pós-tribulacionais (25.14-46)


a) A parábola dos talentos - o julgamento de Israel (25.14-30)

b) O julgamento das ovelhas e cabras - o julgamento das Nações


Gentias (25.31-46)
(1) O julgamento das ovelhas - os fiéis (25.31-40)

(2) O juízo dos bodes - os infiéis (25.41-46)


E. Jesus prediz Sua morte (26.1-5)

UNIDADE 8

37
VII. A morte, sepultamento e ressurreição do rei (26.6-28.20)
"Implacavelmente os eventos da vida do Rei se movem em direção à Sua
morte na cruz. Ele completou Sua manifestação pública a Israel e a nação
o rejeitou. Além disso, os discípulos foram instruídos a respeito da
rejeição de Israel e da base espiritual de entrada no reino terrestre. Tudo o
que resta é a obra do Messias para prover os meios pelos quais aqueles
que exercem fé Nele podem entrar em Seu reino. Esta obra, a morte e a
ressurreição do Rei, é relatada sucintamente por Mateus. Em grande parte,
o argumento de Mateus é realizado, e estes últimos acontecimentos são
uma conclusão adequada para o seu livro desde que Jesus aqui se move
através da derrota para a vitória" (Toussaint, Behold the King, 295).
A. Preparação para a morte do Rei (26.6-27: 30)

1. Jesus é ungido para Seu sepultamento (26.6-13)

2. Judas planeja trair a Cristo (26.14-16)


3. Jesus e a última ceia (26.17-29)

Dr. Alan D. Cole Mateus - Anotações de Aula 102

a) Preparação para a última ceia (26.17-19)


b) Previsão da traição (26.20-25)

c) A instituição da Nova Aliança (26.26-29)


4. Jesus no Monte das Oliveiras (26.30-56)

a) Jesus prediz que os discípulos o abandonarão (26.30-35)

b) Jesus ora no Getsêmani (26.36-46)


c) A prisão de Jesus no Getsêmani (26.47-56)
5. O julgamento de Jesus perante Caifás (26.57-27.2)

 a) Os testemunhos anteriores a Caifás (26.57-68)
b) As negações de Pedro (26.69-75)

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c) Jesus é entregue a Pilatos (27.1-2)
7. Jesus diante de Pilatos (27.11-26)

a) As perguntas de Pilatos (27.11-14)

b) Pilatos libera Barrabás (27.15-23)


c) A decisão de Pilatos (27.24-26)
d) Jesus é zombado (27.27-30)

B. A crucificação de Jesus (27.32-56)

1. O início da crucificação (27.2-44)


2. A morte de Jesus (27.45-56)


a) Suas palavras finais (27.45-50)

b) Os resultados da Sua morte (27.51-54)


c) As mulheres em sua morte (27.55-56)

.
D. O pedido dos principais sacerdotes e fariseus (27.62-66)
E. A ressurreição do Rei (28.1-20)
1. Os testemunhos da ressurreição de
Cristo (28.1-10)
a) O testemunho do anjo (28.1-8)
b) O mandamento do Senhor (28.9-10)

28.9-10. As mulheres encontram Cristo e O adoram (προσεκύνησαν


αὐτῷ) (v.9). Cristo manda que digam a Seus discípulos que Ele os
encontrará na Galileia (v.10). Barbieri afirma: "Este ministério galileu de
Jesus era proeminente na narração de Mateus e era natural que Jesus
encontrasse Seus discípulos ali" (Barbieri, Mateus, 93).
2. O falso relato referente à ressurreição (28.11-15)

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a) A explicação racional (28.11-15a)
b) A explicação duradoura (28.15b)
3. A comissão do Rei (28.16-20)


a) A prova da comissão (28.16-17)


b) O poder da comissão (28.18)
c) O programa da comissão (28.19-20)

28: 19-20. O texto grego destes versos é o seguinte: πορευθέντες οὖν


μαθητεύσατε πάντα τὰ ἔθνη, βαπτίζοντες αὐτοὺς εἰς τὸ ὄνομα τοῦ πατρὸς
καὶ τοῦ υἱοῦ καὶ τοῦ ἁγίου πνεύματος, 20 διδάσκοντες αὐτοὺς τηρεῖν
πάντα ὅσα ἐνετειλάμην ὑμῖν · καὶ ἰδοὺ ἐγὼ μεθ ὑμῶν εἰμι πάσας τὰς
Ἡμέρας ἕως τῆς συντελείας τοῦ αἰῶνος.
Carson fornece um fechamento apropriado para o estudo de Mateus. Ele
afirma:

O Evangelho de Mateus termina com a expectativa de uma missão e um


ensino contínuo. As cinco seções do processo concluem sempre com um
bloco do ensinamento de Jesus (3.1-26.5); Mas a paixão e a ressurreição
de Jesus terminam com uma comissão a seus discípulos para continuar
com o mesmo ministério..., à luz da cruz, o túmulo vazio, e a triunfante
vindicação e exaltação do Senhor ressuscitado. Nesse sentido, o
Evangelho de Mateus não é um livro fechado até a consumação. O
capítulo final está sendo escrito na missão e ensinamento dos discípulos
de Jesus (Carson, Mateus, 599, itálico dele).

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