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20 - O problema das sete pontes de Königsberg é um famoso problema matemático que levou

à teoria dos grafos.

A cidade de Königsberg, na Prússia (atualmente Kaliningrado, Rússia), era dividida em quatro


sessões pelos braços do Rio Pregel. Existiam sete pontes que ligavam tais áreas, e o problema
consistia em encontrar um caminho que atravessasse cada uma das sete pontes uma única vez
e retornasse ao ponto de partida, sem passar duas vezes pela mesma ponte. Para resolver esse
problema, o matemática Leonhard Euler, no século XVIII, criou um modelo abstrato
representado por um grafo sendo que sua solução pode ser a primeira a usar a teoria dos
grafos, visto que foi publicada em 1736.

Sendo assim, um ciclo euleriano em um grafo G é um clico simples que contém todas as
arestas de G.

Um caminho euleriano em G é um caminho simples que contém todas as arestas de G.

No livro didático de Kenneth Rosen — Matemática Discreta e suas Aplicações —, observamos


as duas figuras apresentadas acima, que ilustram o funcionamento dos grafos eulerianos a
partir do problema da Cidade de Königsberg e suas Sete Pontes, a partir de um modelo
multigrafo.

Na figura 3, tem-se exemplificado um problema envolvendo os grafos eulerianos:


O grafo G1 tem um ciclo euleriano, como exemplo: a, e, c, d, e, b, a. Já os grafos G2 ou G3 não
possuem ciclo euleriano, enquanto apenas G3 tem um caminho euleriano — a, c, d, e, b, d, a,
b.

21- Conforme explicitado, o matemático Euler foi fundamental na formulação da Teoria dos
Grafos. Para tal, Euler sintetizou critérios para averiguar se um multigrafo tem um ciclo ou
caminho euleriano a partir do seu problema das pontes de Konigsberg. Supondo que um grafo
tenha um número finito de vértices e arestas, tem-se as seguintes condições:

 Caminho Euleriano: sua condição necessária é a de que todos os vértices do grafo,


exceto possivelmente dois, devem ter grau par. De tal modo que se um grafo possui
um caminho euleriano, significa que é possível percorrer todas as arestas do grafo sem
repetir, começando em um vértice e terminando em outro. Isso, entretanto é possível
se todos os vértices, exceto possivelmente dois (onde um será o ponto de partida e o
outro o ponto de chegada), tiverem grau par.
Ademais, possui como condição suficiente: Se a condição necessária for satisfeita, o
grafo possui um caminho euleriano.
 Ciclo Euleriano: Sua condição necessária e suficiente é a de que todos os vértices do
grafo devem ter grau par. Isso denota que há possibilidade de percorrer todas as
arestas do grafo em um ciclo fechado, passando por todos os vértices e sem
repetições.

22- Um caminho Hamiltoniano caracteriza um caminho que contenha todas as arestas de um


multigrafo exatamente uma vez. Em suma, em um grafo, o caminho Hamiltoniano é aquele
que visita cada vértice exatamente uma vez. Ou seja, é uma sequência de vértices onde cada
vértice é visitado apenas uma vez, e não é necessário passar por todas as arestas do grafo:
nessa lógica, o caminho começa em um vértice e termina em outro.

Já o ciclo Hamiltoniano, apesar de possuir caracterização semelhante a de um caminho


Hamiltoniano, ressalta-se algo que o diferencia: o último vértice do ciclo está conectado ao
primeiro, e isso forma um ciclo fechado que visita todos os vértices do grafo exatamente uma
vez.
Como exemplo, a figura acima demonstra três grafos: G1, G2 e G3.

 G1 tem um ciclo hamiltoniano: a, b, c, d, e, a.


 G2 não possui ciclo hamiltoniano, porém tem um caminho hamiltoniano: a, b, c, d.
 Já G3 não possui ciclo hamiltoniano, bem como não possui um caminho, pois não há
caminho que contenha uma das arestas {a,b}, {e,f} e {c,d} mais de uma vez.

Apesar de um conceito simples, destaca-se que não há condições específicas além das já
mencionadas para facilitar a identificação de caminhos e ciclos hamiltonianos, fazendo-se
necessária uma abordagem individual para cada problema.

23-

O grafo Q3 é caracterizado por ser um grafo tridimensional representativo de um cubo.


Nele, cada vértice se conecta a três outros vértices.

O ciclo Hamiltoniano em Q3 se refere ao ciclo que visita todos os vértices de um grafo


cúbico conforme representado acima, também conhecido como grafo de vértices
quadrados em 3 dimensões, exatamente uma vez, formando um ciclo fechado.

24-

O problema do menor caminho em grafos é um dos problemas fundamentais na teoria dos


grafos, abordado frequentemente durante seu estudo. Tal problemática é fundamentada
na tarefa de encontrar o caminho mais curto entre dois vértices específicos em um grafo.
As arestas podem ter pesos que representam a distância, custo, tempo ou qualquer outra
métrica. Tais grafos são chamados de grafos com peso, que são muito usados na
modelagem de redes computacionais.

Tomando como exemplo um sistema de aviação modelado por meio dos grafos: o modelo
de grafo básico representa os vôos por meio das arestas e as cidades por vértices. Desse
modo, podemos resolver problemas que envolvem distâncias os atrelando as distâncias
entre as cidades às arestas, enquanto problemas que envolvem horário de vôo podem ser
caracterizados por meio de uma associação entre o horário de partida e as arestas.
25-

O problema acima pode ser resolvido ao encontrar um comprimento de caminho mais


curto de a por vértices sucessivos até z.

Os caminhos que começam em a que não contém nenhum vértice além de a (até que o
vértice final seja atingido) são a, b e a, d. O comprimento de a, b é 4 e o de a, d é 2, e d é o
vértice mais próximo de a.

Observando os caminhos que passam por a até d (até que o vértice final seja atingido),
temos que o mais curto dos caminhos até b continua sendo a, b com comprimento 4, e o
mais curto de tais caminhos até e é a, d, e com comprimento 5. Consequentemente, o
vértice seguinte mais próximo a a é b.

Para encontrar o terceiro vértice mais próximo de a, examinamos os caminhos que passam
só por a, d e b. Existe o caminho de comprimento 7 até c: a, b, c. Há também um caminho
de comprimento 6 até z: a, d, e, z. Desse modo, temos que z é o vértice seguinte mais
próximo de a, e o comprimento do caminho mais curto até z é 6.

26- O algoritmo de Dijkstra é uma técnica para encontrar o caminho mais curto de um
ponto inicial para todos os outros em um grafo com arestas de peso não negativo. Tal
algoritmo se apoia numa série de iterações, construindo um conjunto de vértices especial
adicionando um vértice a cada iteração. Ademais, um procedimento de rotulação é
realizado em cada uma das iterações. Nesse procedimento, um vértice w é rotulado com o
comprimento de um caminho mais curto de a a w que contenha apenas vértices que já
estão inseridas no conjunto especial. O vértice adicionado ao conjunto especial é aquele
que possui rótulo mínimo entre os vértices que ainda não estão no conjunto.

Desse modo, podemos dizer que o algoritmo funciona ao começar com um vértice de
origem e, iterativamente, estende esse caminho escolhendo a cada passo o vértice mais
próximo, atualizando as distâncias dos vizinhos não visitados e marcando-os como
visitados. Inicialmente, define distâncias infinitas para todos os vértices, exceto para o
vértice de origem, que tem distância zero. Em seguida, o algoritmo seleciona o vértice com
a menor distância não visitada e atualiza as distâncias dos vértices vizinhos não visitados se
a nova rota for mais curta do que a distância atual. Esse processo continua até todos os
vértices terem sido visitados ou até encontrar o destino, se especificado. Ao final, o
algoritmo fornece as distâncias mais curtas do vértice de origem para todos os outros
vértices.
É amplamente utilizado em navegação, redes e otimização de rotas, embora seja menos
eficiente em grafos com pesos negativos ou para encontrar o caminho mais curto entre
dois vértices específicos, situações em que algoritmos alternativos são preferidos, como o
de Bellman-Ford.

Em formato de código, o Algoritmo de Dijkstra é representado da seguinte maneira:

27- É de conhecimento geral na Teoria dos Grafos que as problemáticas acerca da


coloração de mapas de regiões, como por exemplo mapas de regiões do mundo, geram
resultados expressivos nessa Teoria.

Quando um mapa é colorido, duas regiões com fronteira em comum são coloridas com
cores diferentes. Uma ideia para resolver o problema das cores no mapa e garantir uma
representação clara é estipular que cada região tenha uma cor única — no entanto, isso
seria ineficiente pois seria impossível lidar com tantas cores tão diferentes entre si,
causando problemas de legibilidade para distinguir entre as cores. Para evitar isso, usa-se a
ideia oposta: o objetivo se torna usar o menor número possível de cores para colorir o
grafo sem violar a regra de adjacência anteriormente estipulada.
Nesse sentido, o estudo da coloração de grafos é um ramo da teoria dos grafos que se
concentra em atribuir cores aos vértices de um grafo de modo que vértices adjacentes não
tenham a mesma cor.

A partir desse estudo, surgem duas definições importantes:

1. A coloração de um grafo simples é caracterizada como sendo a associação de uma


cor específica a cada vértice do grafo, e dois vértices adjacentes não podem ser
associados à mesma cor.
2. O número cromático de um grafo é o menor número possível de cores que são
necessárias para colorir tal grafo. Tendo-se um grafo G, o número cromático de
um grafo G é indicado por χ (G) — sendo χ a letra grega chi.

TEOREMA DAS QUATRO CORES: Além das duas proposições apresentadas, o estudo
propõe o Teorema das Quatro Cores, que traz a seguinte proposição: o número cromático
de um grafo planar não é maior do que quatro. Ou seja, o teorema estabelece que
qualquer mapa geográfico plano pode ser colorido usando no máximo quatro cores, de
modo que regiões adjacentes — como estados ou países, no caso de mapas a serem
coloridos — não tenham a mesma cor. No entanto, é de suma importância destacar que
tal teorema se aplica apenas a grafos planares, enquanto grafos não planares podem ter
números cromáticos arbitrariamente grandes.

APLICAÇÕES DA COLORAÇÃO DE GRAFOS: As aplicações de conceitos acerca da coloração


de grafos podem ser observados em diversas utilidades presentes no cotidiano. Dentre
elas, podemos citar:

 Organização do calendário acadêmico: no contexto acadêmico, por exemplo, ao


organizar os calendários de exames, a coloração de grafos se torna uma
ferramenta útil para evitar conflitos de horários para os alunos. Isso significa que
nenhum estudante terá dois exames no mesmo momento e que salas diferentes
serão designadas para exames que ocorram simultaneamente, minimizando assim
possíveis problemas logísticos e permitindo um processo de avaliação mais justo e
organizado.
 Designação de frequência: na área das telecomunicações, a atribuição de
frequências é crucial para garantir a eficiência e a qualidade das comunicações. A
coloração de grafos é empregada para evitar interferências entre estações de
transmissão próximas, atribuindo a cada estação uma frequência diferente de
operação. Isso é fundamental para garantir a clareza da comunicação e minimizar
problemas de sinal que possam surgir devido à sobreposição de frequências entre
estações vizinhas.

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