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TRANSFERÊNCIAS DE MERCADORIAS

ICMS- 2024
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Roteiro

1. Incidência nas transferências entre estabelecimentos da mesma empresa?


2. Lei Complementar 204/2023
3. Convênio 178/2023
4. Convênio 228/2023
5. Estados com regulamentação da L.C. 204/2023
6. Regulamentação Paraná – Decreto 4.709/2024
7. Resumo e observações
Incidência nas transferências entre
estabelecimentos da mesma empresa?
Incidência nas transferências entre estabelecimentos da
mesma empresa?

• O STF, recentemente, julgou o caso de não incidência do ICMS sobre o


deslocamento de mercadorias entre estabelecimentos do mesmo titular
localizados em Estados distintos.

• Para a unanimidade do plenário, os dispositivos da lei Kandir que prevêem o


tributo estadual nessa situação são inconstitucionais. O julgamento da
controvérsia, realizada por meio do plenário virtual, terminou no dia 16 de abril
por meio da Ação Declaratória de Constitucionalidade 49.
Incidência nas transferências entre estabelecimentos da
mesma empresa?

• A ação foi ajuizada pelo governador do Rio Grande do Norte, com o objetivo
de que o STF declarasse constitucionais os artigos 11, §3º, II, 12, I, no trecho
“ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular”, e 13, §4º, da Lei
Complementar Federal 87/1996, conhecida como Lei Kandir.

• Este julgamento ocorreu em controle concentrado de constituição, ou seja,


possui efeito vinculante para todos os contribuintes.
LEI COMPLEMENTAR 204/2023
Atenção – LC 87/1.996
”Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento:

I - da saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte;


(Redação dada pela Lei Complementar nº 204, de 2023) - Vigência
...
§ 4º Não se considera ocorrido o fato gerador do imposto na saída de mercadoria de
estabelecimento para outro de mesma titularidade, mantendo-se o crédito
relativo às operações e prestações anteriores em favor do contribuinte,
inclusive nas hipóteses de transferências interestaduais em que os créditos
serão assegurados:
LC 87/1.996 - Continuação art. 12, § 4º

I - pela unidade federada de destino, por meio de transferência de crédito,


limitados aos percentuais estabelecidos nos termos do inciso IV do § 2º do
art. 155 da Constituição Federal, aplicados sobre o valor atribuído à
operação de transferência realizada;

II - pela unidade federada de origem, em caso de diferença positiva entre os


créditos pertinentes às operações e prestações anteriores e o transferido na
forma do inciso I deste parágrafo.”
Conclusão
Para os fatos geradores, a partir de 01/01/2024, nas transferências entre
estabelecimentos da mesma empresa, será obrigatória a transferência dos
créditos de ICMS para o estabelecimento destinatário.
Contudo, a base de cálculo na transferência entre estabelecimentos da mesma
empresa, teve sua redação revogada pela própria LC 204/2023.
?????
Sendo assim, será preciso recorrer ao Convênio 178/2023, para formar a base, e
sobre esta, aplicar as alíquotas interestaduais de saída, atualmente 4%, 7% e 12%, a
depender da origem e destino interestadual.
CONVÊNIO 178/2023
Convênio 178/2023

Cláusula primeira. Na remessa interestadual de bens e mercadorias entre


estabelecimentos de mesma titularidade é obrigatória a transferência de
crédito do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e,
sobre Prestações de Serviço de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação – ICMS – do estabelecimento de origem para o estabelecimento
de destino, hipótese em que devem ser observados os procedimentos de que
trata esse convênio.
Convênio 178/2023
Cláusula segunda. A apropriação do crédito pelo estabelecimento destinatário se
dará por meio de transferência, pelo estabelecimento remetente, do ICMS
incidente nas operações e prestações anteriores, na forma prevista neste
convênio.
§ 1º O ICMS a ser transferido será lançado:
I - a débito na escrituração do estabelecimento remetente, mediante o registro do
documento no Registro de Saídas;
II – a crédito na escrituração do estabelecimento destinatário, mediante o registro
do documento no Registro de Entradas.
Convênio 178/2023 – Continuação - cláusula segunda

§ 2º A apropriação do crédito atenderá as mesmas regras previstas na


legislação tributária da unidade federada de destino aplicáveis à
apropriação do ICMS incidente sobre operações ou prestações recebidas
de estabelecimento pertencente a titular diverso do destinatário.

§ 3º Na hipótese de haver saldo credor remanescente de ICMS no


estabelecimento remetente, este será apropriado pelo contribuinte junto
à unidade federada de origem, observado o disposto na sua legislação
interna.
Convênio 178/2023 – cláusula terceira

Cláusula terceira. A transferência do ICMS entre estabelecimentos de mesma


titularidade, pela sistemática prevista neste convênio, será procedida a cada
remessa, mediante consignação do respectivo valor na Nota Fiscal eletrônica
- NF-e - que a acobertar, no campo destinado ao destaque do imposto.
Convênio 178/2023 – cláusula quarta

Cláusula quarta O ICMS a ser transferido corresponderá ao resultado da aplicação de


percentuais equivalentes às alíquotas interestaduais do ICMS, definidas nos termos do
inciso IV do § 2º do art. 155 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988,
sobre os seguintes valores dos bens e mercadorias:
I – o valor correspondente à entrada mais recente da mercadoria;
II – o custo da mercadoria produzida, assim entendida a soma do custo da matéria-prima,
material secundário, mão-de-obra e acondicionamento;
III – tratando-se de mercadorias não industrializadas, a soma dos custos de sua produção,
assim entendidos os gastos com insumos, mão-de-obra e acondicionamento.
Convênio 178/2023 – Continuação - cláusula quarta

§ 1º No cálculo do ICMS a ser transferido, os percentuais de que trata o “caput”


devem integrar o valor dos bens e mercadorias.

§ 2º Os valores a que se referem os incisos do “caput” serão reduzidos na


mesma proporção prevista na legislação tributária da unidade federada
em que situado o remetente nas operações interestaduais com os
mesmos bens ou mercadorias quando destinados a estabelecimento
pertencente a titular diverso, inclusive nas hipóteses de isenção ou
imunidade.
Convênio 178/2023 – cláusula quinta

Cláusula quinta. A emissão da NF-e a que se refere a cláusula terceira


observará as regras atinentes à emissão do documento fiscal relativo a
operações interestaduais, sem prejuízo da aplicação de regras específicas
previstas na legislação de referência.
Convênio 178/2023 – cláusula sexta

Cláusula sexta. A utilização da sistemática prevista neste convênio:

I – implica o registro dos créditos correspondentes ao ICMS a que tenha


direito o remetente, decorrentes de operações e prestações antecedentes;

II - não importa no cancelamento ou modificação dos benefícios fiscais


concedidos pela unidade federada de origem, hipótese em que, quando for o
caso, deverá ser efetuado o lançamento de um débito, equiparado ao estorno
de crédito previsto na legislação tributária instituidora do benefício fiscal.
CONVÊNIO 228/2023
Convênio 228/2023
Cláusula primeira. Os Estados e o Distrito Federal, em relação às transferências
interestaduais de mercadorias entre estabelecimentos de mesma titularidade, até a
regulamentação interna dos novos procedimentos, ficam autorizados a permitir a
aplicação pelos contribuintes das regras de emissão de documento fiscal vigentes
em cada Unidade Federada em 31 de dezembro de 2023.
§ 1º O disposto no “caput” não dispensa a correta apuração do imposto, de modo a
garantir o devido cumprimento das obrigações tributárias.
§ 2º É facultado às unidades federadas solicitar a complementação ou a retificação
de informações ou registros fiscais efetuados em relação às transferências
realizadas na forma do “caput”.
Convênio 228/2023

Cláusula segunda. Este convênio entra em vigor na data da sua


publicação no Diário Oficial da União, produzindo efeitos no
período de 1º de janeiro de 2024 a 30 de abril de 2024.
ESTADOS COM REGULAMENTAÇÃO
DA LC 204/2023
Estado Base Legal
Acre (AC) Pendente
Instrução Normativa SEF n.º 090, de 29 de
Alagoas (AL)
dezembro de 2023 (DOE de 29.12.2023) - AL
Amapá (AP) Pendente

Amazonas (AM) Pendente

Bahia (BA) Pendente

Ceará (CE) Pendente

Distrito Federal (DF) Pendente


Decreto n.º 5.590-R, de 02 de janeiro de 2024 (DOE
Espírito Santo (ES)
de 03.01.2024) - ES
Goiás (GO) Pendente
Resolução Administrativa GABIN n.º 044, de 26 de
Maranhão (MA)
dezembro de 2023 (DOE de 26.12.2023) - MA
Decreto n.º 650, de 28 de dezembro de 2023 (DOE
Mato Grosso (MT)
de 29.12.2023) - MT
Decreto n.º 16.372 / 2024 - Edição Extra e Resolução
Mato Grosso do Sul (MS) SEFAZ N° 3.360, de 30 de janeiro de 2024 (DOE de
31.01.2024 - Edição Extra) - MS
Decreto n.º 48.768, DE 26 de janeiro de 2024 (DOE
Minas Gerais (MG)
de 27.01.2024) - MG

Pará (PA) Pendente

Decreto n.º 44.694, de 02 de janeiro de 2024 (DOE


Paraíba (PB)
de 03.01.2024) - PB
Decreto n.º 4.709, de 31 de janeiro de 2024 (DOE de
Paraná (PR)
31.01.2024) - PR
Decreto n.º 55.989, de 29 de dezembro de 2023
Pernambuco (PE)
(DOE de 30.12.2023) - PE
Decreto n.º 22.709, de 29 de janeiro de 2024 (DOE
Piauí (Pl)
de 08.02.2024) - PI

Rio de Janeiro (RJ) Pendente

Decreto n.º 33.297, de 27 de dezembro de 2023


Rio Grande do Norte (RN)
(DOE de 28.12.2023) - RN
Decreto n.º 57.415, de 29 de dezembro de 2023
Rio Grande do Sul (RS)
(DOE de 29.12.2023 - Edição Extra) - RS

Rondônia (RO) Pendente

Roraima (RR) Pendente

Santa Catarina (SC) Pendente

Decreto n.º 68.243, de 22 de dezembro de 2023


São Paulo (SP)
(DOE de 26.12.2023)3 - SP

Decreto n.º 553, de 11 de janeiro de 2024 (DOE de


Sergipe (SE)
12.01.2024) - SE

Medida provisória n.º 005, de 09 de fevereiro de


Tocantins (TO)
2024 (DOE de 09.02.2024) - TO
REGULAMENTAÇÃO PARANÁ –
DECRETO 4.709/2024
Procedimentos relativos à remessa interestadual de bens e
mercadorias entre estabelecimentos de mesma titularidade
– Arts. 579 J a 579O

Na remessa interestadual de bens e mercadorias entre estabelecimentos de mesma


titularidade, é obrigatória a transferência de crédito do ICMS do estabelecimento de
origem para o estabelecimento de destino, hipótese em que devem ser observados
os procedimentos de que trata este Capítulo - Convênio ICMS 178/2023.
A apropriação do crédito pelo estabelecimento destinatário se dará por meio de
transferência, pelo estabelecimento remetente, do ICMS incidente nas
operações e prestações anteriores.

O ICMS a ser transferido será lançado:

I - a débito na escrituração do estabelecimento remetente, mediante o registro


do documento no Registro de Saídas;

II - a crédito na escrituração do estabelecimento destinatário, mediante o


registro do documento no Registro de Entradas.
A apropriação do crédito atenderá as mesmas regras previstas ao ICMS
incidente sobre operações ou prestações recebidas de estabelecimento
pertencente a titular diverso do destinatário.

Na hipótese de haver saldo credor remanescente de ICMS no


estabelecimento remetente, este será apropriado pelo contribuinte,
observado a disposição do regulamento.
A transferência do ICMS entre estabelecimentos de mesma
titularidade, pela sistemática prevista neste Capítulo, será procedida
a cada remessa, mediante consignação do respectivo valor na NF-e
que a acobertar, no campo destinado ao destaque do imposto.
O ICMS a ser transferido corresponderá ao resultado da aplicação de
percentuais equivalentes às alíquotas interestaduais do ICMS, sobre os
seguintes valores dos bens e mercadorias:
I - o valor correspondente à entrada mais recente da mercadoria;
II - o custo da mercadoria produzida, assim entendida a soma do custo da
matéria-prima, material secundário, mão-de-obra e acondicionamento;
III - tratando-se de mercadorias não industrializadas, a soma dos custos de
sua produção, assim entendidos os gastos com insumos, mão-de-obra e
acondicionamento.
No cálculo do ICMS a ser transferido, os percentuais de alíquotas interestaduais devem
integrar o valor dos bens e mercadorias.
Os valores serão reduzidos na mesma proporção prevista na legislação tributária da
unidade federada, em que situado o remetente nas operações interestaduais, com os
mesmos bens ou mercadorias quando destinados ao estabelecimento pertencente a
titular diverso, inclusive nas hipóteses de isenção ou imunidade.
A emissão da NF-e observará as regras atinentes à emissão do documento fiscal
relativo a operações interestaduais, sem prejuízo da aplicação de regras específicas
previstas na legislação de referência.
A utilização desta sistemática:
I - implica o registro dos créditos correspondentes ao ICMS a que tenha
direito o remetente, decorrentes de operações e prestações antecedentes;
II - não importa no cancelamento ou modificação dos benefícios fiscais
concedidos pela unidade federada de origem, hipótese em que, quando
for o caso, deverá ser efetuado o lançamento de um débito, equiparado ao
estorno de crédito previsto na legislação tributária instituidora do
benefício fiscal;
Tratamento do ICMS ST - transferências

Para efeitos do disposto, na hipótese de transferência promovida entre


estabelecimentos do remetente, deverá ser deduzido o ICMS
destacado na nota fiscal de transferência, equivalente ao ICMS da
operação própria, nos termos do art. 579M - Convênio ICMS 225/2023.
Disposições Finais

Nos termos do Convênio ICMS 228/2023, será permitido, no período de 1° de


janeiro de 2024 a 30 de abril de 2024, ou até a regulamentação interna dos
novos procedimentos, a aplicação das regras de emissão de documento fiscal
vigentes em 31 de dezembro de 2023, em relação às transferências
interestaduais de mercadorias entre estabelecimentos de mesma titularidade.
Disposições Finais

O disposto não dispensa a correta apuração do imposto, de modo a


garantir o cumprimento das obrigações tributárias.
O Fisco poderá solicitar a complementação ou a retificação de
informações ou registros fiscais efetuados em relação às
transferências realizadas na forma do caput deste artigo.
RESUMO E OBSERVAÇÕES
ESTABELECIMENTO UFA

Entradas Saídas em transferência


Crédito ICMS Débito do ICMS - alíquota interestadual
Observar norma sobre manutenção Base de Cálculo (Cálculo por dentro)
Observar norma sobre vedação * Valor correspondente à entrada mais recente da
mercadoria
Observar norma sobre anulação * O custo da mercadoria produzida, assim entendida a
soma do custo da matéria prima, material secundário,
mão de obra e acondicionamento

Observar recolhimento sobre ICMS diferido * Tratando-se de mercadorias não industrializadas, a


soma dos custos de sua produção, assim entendidos os
gastos com insumos, mão de obra e acondicionamento
Observar Incentivos concedidos e possível estorno
Observar norma sobre isenções
Observar norma sobre reduções
Observar norma sobre não incidência
Observar saldo remanescente de crédito
Utilizar saldo remanescente sempre na origem
Destacar o ICMS para destino sempre em NF-e
ESTABELECIMENTO UFB

Entradas
Crédito ICMS
Observar norma sobre manutenção
Observar norma sobre vedação

Observar norma sobre anulação

Observar incentivos concedidos e possível estorno


Palestrante
Prof. Níkolas Duarte Rosa

• Economista
• Especialista em Direito Tributário
• Professor e redator em diversas instituições de Ensino
• Consultorias tributárias
• Palestrante pelo Conselho Regional de Contabilidade do Paraná e Santa Catarina
• SESCAP-PR na área de Tributos Diretos e Indiretos
• Professor universitário e membro de grupos de estudos tributários
• Sócio da Empresa Taxes Orientação e Treinamentos e Taxes Consultoria Tributária.
Obrigado!
Níkolas Duarte Rosa
Consultor Tributário
41 99174 7174

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@taxesorientacao

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