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2 Referencial teórico
De acordo com Silva (2020), tem-se verificado que o uso de indicadores isolados
não é suficiente para explicar a perda ou ganho potencial de um solo. Portanto, os
indicadores de qualidade do solo não devem ser usados de maneira isolados para
determinação da qualidade do solo (SANTIAGO et al., 2018). Os indicadores de
qualidade do solo são propriedades medidas para inferências sobre a qualidade do solo e
estes são geralmente divididos em físicos, químicos e biológicos de acordo com os
atributos do solo analisados (SILVA et al.2020).
Os principais indicadores físicos, que têm sido utilizados e recomendados são
textura, densidade do solo, resistência à penetração, porosidade, capacidade de retenção
d’água e condutividade hidráulica (FERREIRA, 2022). Com relação aos indicadores
químicos, citam-se o pH, carbono orgânico, capacidade de resistir a troca de cátion,
necessidades de macronutrientes, contaminação e poluição do solo como metais pesados
(LIRA et al., 2012). Os indicadores biológicos, como a biomassa microbiana, nitrogênio
mineralizável, respiração microbiana, atividade enzimática entre outros, são importantes
tanto na ciclagem dos nutrientes, como na capacidade para o crescimento vegetal
(RIBEIRO et al., 2021).
Um bom indicador de qualidade do solo é a MOS que possibilita a quantificação
do COT e a quantificação do ECS (MOREIRA, 2019; NETO, 2019). A respiração
edáfica, que é a oxidação biológica da matéria orgânica à CO 2 pelos microrganismos,
ocupa uma posição chave no ciclo do C nos ecossistemas terrestres e configura-se como
um ótimo indicador de qualidade do solo (MIRANDA, 2018).
Uma forma de avaliar as condições do solo é através do índice de qualidade do
solo (IQS).
O IQS busca expressar por meio de um único número as mudanças nos
principais atributos do solo que estão direta e indiretamente associados à sua capacidade
de funcionar adequadamente. O cenário ideal é usar indicadores biológicos, químicos e
físicos que incluam as funções do solo, como ciclagem de nutrientes, sequestro de
carbono e habitat para organismos (RIBEIRO et al. 2022).
O IQS permite identificar os indicadores limitantes no solo, possibilitando
orientar as intervenções para melhorá-los (YUNUS et al., 2019). Alguns fatores podem
indicar baixo IQS para o crescimento das plantas e produção vegetal, como: elevada
acidez e à presença de Al trocável em altas percentagens (COSTA; SILVA , 2019). A
estimativa do IQS é um processo complexo, mas sua determinação é importante por ser
um índice feito para estimar em vários tipos de solo e práticas de manejo. Dessa forma,
trabalhos vêm sendo realizados para identificar qual melhor representação dos
componentes necessários (CARDOSO, 2022).
Um método adequado de identificar os principais indicadores de qualidade do
solo é a análise de componentes principais (PCA) (Paul et al., 2020). Para determinar o
IQS utiliza-se a PCA para determinar os principais indicadores de qualidade do solo,
determinando-se então os pesos de cada indicador a ser empregado na avaliação do IQS
(ZHANG et al. 2022).
Diferentes manejos de uso do solo influenciam na qualidade do solo através dos
indicadores de qualidade do solo, sendo que conhecer sobre os efeitos dos diferentes
tipos de vegetação nas propriedades do solo são essências para melhores práticas de
manejo do solo (ZHANG et al. 2022). Os ecossistemas naturais devem ser considerados
como referência para comparar a qualidade do solo de outros sistemas de manejo
(CABREIRA, 2023).
Segundo Huang et al., (2021) uma alta qualidade do solo é indicada pelo alto
valor de IQS. Dessa forma, entende-se o IQS como um conceito teórico usado para
avaliar as práticas de uso da terra, gestão sustentável da terra e a sustentabilidade do
ecossistema (RAIESI E PEJMAN, 2021). São úteis nas tomadas de decisões sobre os
sistemas de manejo, pois refletem o desempenho integrado dos atributos físicos e
químicos dos solos (SOBUCKI, 2020).
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