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Série: A Igreja em Chamas!

MSG 1 - Pilares de uma igreja bíblica

(Atos 2:37-47)

Hoje estamos começando uma nova série de mensagens em nossos com base no livro de Atos. Nossa
série tem o título: “A Igreja em Chamas!” E nós vamos fazer nossa jornada por trechos desse livro
empolgante e entusiasmante; e eu realmente creio que, se nós nos permitirmos ser ensinados, Deus vai
abençoar nossa igreja com um novo sentimento de poder e de propósito.

Nos momentos anteriores ao texto que lemos hoje, o Apóstolo Pedro acabara seu primeiro sermão, a
primeira mensagem de Pentecostes, a ali foi “o nascimento da igreja”. Bem, se Pentecostes é o
nascimento da igreja, nosso texto do versículo 37 até o fim do capítulo descreve como a igreja se parecia
ao nascer.

Você já pensou: “O que é que faz de uma igreja uma igreja?” Se eu pedisse a cada uma de vocês para
escrever a sua definição de igreja e então nós lêssemos todas juntos, nós provavelmente teríamos uma
porção de ideias diferentes sobre o que torna uma igreja uma igreja.

Ao mesmo tempo, entretanto, eu suspeito que muitas de nossas respostas seriam muito parecidas. Esse
trecho da palavra, nos versículo 37-47, é um grande texto para se aprender sobre a igreja.

OREMOS

Vamos entrar com mais detalhes na passagem bíblica, pois eu quero que vocês vejam como essa texto
define, para nós, o que é que faz de uma igreja uma igreja.

Há algumas características definidoras, ou marcantes, essenciais da igreja que essa passagem revela
para nós. Então, voltemos à passagem e vejamos como ela nos mostra que uma igreja bíblica deve ser.
Número um, numa igreja bíblica há:

I. Convicção do Pecado (37-39)

A convicção do pecado é o trabalho que Deus realiza em nossas almas, por meio do qual Ele nos mostra
que nós temos esse problema interior de nunca desistir de tentar ser a boa pessoa que deveríamos. A
convicção é um trabalho do Espírito de Deus. Ele nós deixa incomodados com nossos pecados o que
resulta em nossa vinda para Ele. Essa convicção do pecado vem primeiramente através da pregação e
dos ministérios de ensino da igreja.

Nós vimos isso na nossa passagem essa manhã. O Apóstolo Pedro tinha acabado de pregar essa
mensagem que nós lemos semana passada no versículo 14 e conclui no versículo 36. Pedro estava
pregando sobre a morte, o sepultamento e ressurreição do Senhor Jesus Cristo. Ele termina a
mensagem no versículo 36 com uma declaração corajosa: “Saiba, pois com certeza toda a casa de Israel
que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo.”

E após ouvirem a mensagem de Pedro, particularmente essa última afirmação, as pessoas


experimentam a convicção do pecado. Veja o versículo 37:
37 E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais
apóstolos: Que faremos, homens irmãos?

“Compungiram-se em seu coração”. Essa é uma frase que descreve a convicção do pecado. Quando
você se torna dolorosamente consciente da sua condição de pecado diante de Deus você sente como se
uma faca estivesse sendo espetada no seu peito e a ponta dela começasse cortando o coração da sua
alma. Então eles sentem isso e clamam: “Que faremos?”Ou seja, “nos ajudem.” Nós reconhecemos que
somos culpados por crucificar o Senhor Jesus Cristo. O que precisamos fazer para sermos perdoados?”

38 E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para
perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo;

39 Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos
quantos Deus nosso Senhor chamar.

O caminho para se ter o perdão de Deus começa com a primeira palavra do versículo 38: “Arrependei-
vos”. Arrependimento é uma palavra que significa mudança. No Novo Testamento ela significa
basicamente uma mudança de mente. Nós pensamos diferentemente sobre Jesus Cristo. Nós pensamos
diferentemente sobre nosso pecado. Arrependimento significa que nós nos voltamos para Jesus e, em
essência, nós dizemos: “Entre em minha vida e me mude. Eu quero viver para Ti e não para o meu
pecado.”

Pedro diz: “Arrependei-vos”, e então ele acrescenta: “e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus
Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo.” Essa pequena frase
preposicional, “para perdão dos pecados” é melhor traduzida da seguinte maneira “por causa do perdão
dos pecados.” Em outras palavras, “Uma vez que você se volta para Jesus e O recebe na sua vida pela fé,
seus pecados serão remidos, ou perdoados.” A Bíblia nos ensina que o perdão começa com o abandono
do pecado e a entrega para Jesus, recebendo Jesus Cristo em nossas vidas pela fé após a qual nós
recebemos o dom do Espírito Santo dentro de nós.

E Pedro acrescenta no versículo 39 que essa promessa de salvação é para qualquer um. Ele diz: “a
promessa é para você e para seus filhos, e a todos quantos estão longe, a quantos o Senhor nosso Deus
chamar.” Perdão é para todo aquele que se entregar para Jesus. Deus faz o chamado através do Espírito
Santo, mas tudo o que precisamos fazer é nos voltarmos para Ele e nós seremos perdoados.

O que chama atenção no sermão de Pedro é como ele nitidamente se diferencia dos muitos chamados
sermões na igreja de hoje. Particularmente em nossas igrejas Americanas, há uma perigosa ênfase sobre
o que “Deus pode fazer por você.” Essa forma de pregação centrada no homem. Até mesmo dentro de
muito do que se passa por pregação evangélica nos nossos púlpitos, há uma ênfase alarmante sobre os
benefícios que os princípios bíblicos, o que evita ou obscurece o Evangelho em si. É por isso que eu
tenho dito para muitos de vocês, quando me perguntam o que eu acho de um determinado pregador
conhecido no rádio ou na TV, eu vou dizer algo do tipo: “Você já ouviu sobre pecado na pregação? Você
já ouviu o pregador proclamar a nossa necessidade de perdão para nossos pecados e nossa conseqüente
responsabilidade de adorá-lo com o coração, alma, mente e força? A ênfase é sobre Deus? Ou a ênfase é
sobre o homem, o tema recorrente da pregação sendo algo do tipo: “Como aumentar sua alegria” ou
“Como melhorar seu pensamento, tornando-se um otimista, ou tendo um pensamento positivo, ou
coisa do tipo?” As pregações centradas em Deus têm sua ênfase em Deus. A pregação centrada no
homem tem sua ênfase no homem.

Muitos de vocês têm sido abençoados com o devocional de Oswald Chambers. Meu melhor para o
Altíssimo. Chambers fez uma afirmação alguns anos atrás que é útil para nossa discussão nesta manhã.
Ele emitiu este alerta: “Nós nunca devemos confundir nosso desejo de que as pessoas aceitem o
evangelho com a criação de um evangelho que seja aceitável para as pessoas.” Deixe-me repetir
novamente: “Nós nunca devemos confundir nosso desejo de que as pessoas aceitem o evangelho com a
criação de um evangelho que seja aceitável para as pessoas.”

Muitas congregações na América estão em busca de mensagens “investigadores-sensiveis”, pregações


que não ofendem, pregações que fazem as pessoas se sentirem bem. A idéia é: “Nós não queremos
espantar as pessoas que estão “buscando espiritualmente”. Bem, Pedro pregou uma mensagem que,
em suma, disse para todos os seus ouvintes que eles eram culpados de matar o Senhor Jesus Cristo. Ele
dificilmente poderia ser chamado de “investigador-sensível”! Mas Pedro está certo. É claro que nós
devemos ser sensíveis aos nosso ouvintes, mas sejamos sensíveis e amáveis o suficiente para dizer-lhes
a verdade. E a verdade é que todos nós temos esse problema do pecado, e a menos que nós
consertemos esse problema do pecado estaremos todos destinados à separação eterna de Deus em um
terrível lugar que a Bíblia chama de inferno.

Nós somos todos culpados pela morte de Cristo. Somos todos culpados. A Bíblia diz em 2 Corintios
5:21 que: “Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos
justiça de Deus.” Jesus de boa vontade morreu por nosso pecados. Não pelos Dele. Ele nunca pecou. Ele
morreu para receber o castigo que nós merecíamos. O que torna uma igreja bíblica? Convicção do
pecado. Em segundo lugar:

II. Conversão de Almas (40-41)

Esse ponto, é claro, pressupõe o anterior. Onde há convicção do pecado haverá conversão de almas. Ou
seja, a igreja vai crescer como um resultado das pessoas se entregando a Cristo para salvação. Veja o
versículo 40:

40 E com muitas outras palavras isto testificava, e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração
perversa.

Mais uma vez vocês vêm a franqueza de Pedro com as pessoas nas pregações dele. Não há nenhuma
mensagem adocicada. A Bíblia diz que Ele falou várias outras palavras além daquelas mencionadas no
texto e através da sua pregação ele “testificava e os exortava” de que maneira? Bem, ele não dizia:
“Venha e se torne um membro da igreja”. Ele diz: “Salvai-vos desta geração perversa.” Salvai-vos. A
palavra “salvo” não é uma palavra inventada pelos Batistas. É uma palavra usada na Bíblia. Pedro diz:
“Salvai-vos”. Agora, repare cuidadosamente na ordem do versículo 41:

41 De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia
agregaram-se quase três mil almas,
A Bíblia diz na última parte do versículo 41: “cerca de 3.000 almas foram agregadas a eles.” A igreja
começa com 120 discípulos e após um único sermão agrega cerca de 3.000 membros.

As pessoas que insistem que as igrejas devem ter um tamanho pequeno precisam ler o livro de Atos com
muita atenção.

Agora o que vamos fazer com todos esses novos crentes?

O que uma igreja bíblica faz? Isso nos conduz ao número três.

Numa igreja bíblica, há convicção do pecado, conversão de almas, e em terceiro:

III. O cultivo dos Salvos (42-43)

Ou seja, os novos crentes são discipulados a fim de que cresçam. Assim como as plantas são cultivadas
para crescerem, assim as almas são cultivadas para crescerem. Vejam o versículo 42:

42 E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.

43 E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. (e nós leremos
sobre esses sinais e maravilhas nos capítulos adiante).

Você vê aqui quatro coisas que uma igreja bíblica faz no crescimento dos crentes: doutrina,
confraternização, partir o pão e orações.

A doutrina se refere a instruções bíblicas. Uma igreja bíblica põe uma grande ênfase na pregação bíblica
e no ensino. Por quê? Porque esse é o meio dos crentes crescerem. Nós precisamos ler a Bíblia. Esse é
um outro motivo pelo qual eu estou convencido de que a exposição da Bíblia livro por livro é a melhor
maneira de pregar e ensinar a palavra de Deus. Há muitas igrejas hoje que dão ênfase a sermões e lições
em tópicos. Eles podem ajudar num breve período, mas elas não ensinam a Bíblia tão bem quanto o
exame de uma passagem num momento, aprendendo o conselho completo da palavra de Deus.

Comunhão e o partir do pão são muito semelhantes. Ambos nos lembram da necessidade de
pertencermos a uma igreja. Nós temos comunhão juntos. O partir do pão significa o compartilhar das
refeições em conjunto pela igreja primitiva, o qual foi seguido pela observância da Ceia do Senhor. Isso
quer dizer que numa igreja um ama o outro e todos se dão bem.

E então nós lemos “orações”. Nós crescemos ao orarmos juntos uns pelos outros, compartilhando os
fardos uns dos outros e literalmente indo a Deus uns pelos outros. Nós oramos.

Eu tive o privilégio de conduzir um pequeno garoto à Cristo quinta-feira à tarde no meu escritório. E
enquanto nós revisávamos a decisão dele de receber Cristo eu fiz aquilo que eu normalmente faço
quando estou conduzindo alguém para Cristo. Eu pergunto: “Bem, há quanto tempo você nasceu?” É
claro que eu não pergunto isso para as mulheres! Já aprendi. Mas, eu vou perguntar alguma coisa desse
tipo, e elas vão me dizer algo do tipo: “Bem, eu tenho 16.” Então eu digo: “O.K., há 16 anos você nasceu
neste mundo – nasceu fisicamente. Você veio para este mundo como um recém-nascido. O que
aconteceu depois disso? Você continuou um bebê? Não, é claro que não. Você cresceu. Você tomou leite,
e eventualmente comida e você cresceu.” Daí, eu vou dizer algo como: “É do mesmo modo
espiritualmente. Você é um recém-nascido em Cristo. Pedro diz em 1 Pedro 2:2 que: “Desejai
afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele
vades crescendo”. E então nós falamos sobre o cultivo dos salvos.

Numa igreja bíblica há a convicção do pecado, conversão de almas e cultivo dos salvos. Finalmente, há:

IV. Comunhão entre os Santos (44-47)

44 E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum.

45 E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister.

Isso não é comunismo, mas comunhão. O comunismo diz: “O que é seu é meu.” O crente diz: “O que é
meu é seu.”

46 E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com
alegria e singeleza de coração,

47 Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja
aqueles que se haviam de salvar.

Esses versículos descrevem pessoas felizes, um povo com “alegria e singeleza de coração, louvando a
Deus” O Senhor honra esse tipo de comunhão entre os santos. O capítulo termina com: “e acrescentava
o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.”

O versículo 46 diz que os primeiros crentes, essas mais de 3.000 almas “continuaram diariamente” em
concordância no templo e então a Bíblia nos diz o que acontecia cada dia. Esta é a doce comunhão! Eles
continuaram diariamente em adoração. Eles tinham um amor pelo Senhor e uns pelos outros que os
compelia a se encontrar diariamente. Minha palavra, eu fico pensando sobre isso, e eu acho que: “Como
a igreja americana vai entender a alegria pura da adoração diária?” Eu quero dizer que nós temos que
ter campanhas especiais e programas para fazer as pessoas virem ao culto na igreja ou à escola
dominical pelo menos uma vez na semana. Uma vez na semana! O “povo realmente espiritual” são
considerados aqueles que voltam domingo à noite para adorar. Mas aqui nós temos uma igreja que se
encontrava diariamente. Por quê?

Sabe, eu pensei muito sobre isso e tudo o que eu tenho a dizer é: “Quando você realmente
experimentou a salvação você tem um amor por Jesus Cristo e pela igreja Dele de forma que o objeto da
sua afeição está centrado sobre Jesus e a Sua igreja.”

Em outras palavras, você vai desejar estar entre seus irmãos e irmãs em Cristo mais do que ficar em
casa, ir ao lago, jogar golfe, campo de futebol – ou qualquer outra coisa.

Não é o legalismo que insiste que você vá para igreja. É a graça que amavelmente te motiva. Se não há
um amor natural por Jesus Cristo e Sua igreja então nós temos que realmente nos examinarmos e ver se
nós somos verdadeiramente nascidos de novo.
Por favor, entenda bem o que estou dizendo. Eu não estou dizendo que há momentos em que você não
se sente bem ou coisa do tipo, mas honestamente avalie sua vida e sua liderança na família e responda
honestamente a pergunta:

“Quanto amor você sente por Cristo e a igreja Dele?”

Eu quero dizer: “Onde eu encontro alegria nesta vida?”

Queria orar por você

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