O CASAMENTO DA DONA BARATINHA

NARRADOR - Era uma vez uma barata chamada Dona Baratinha. Dona baratinha era uma barata das mais
limpinhas, que gostava de tudo bem ajeitadinho. Por isso vivia limpando e arrumando a sua casinha.
NARRADOR - E limpa que limpa, arruma que arruma, achou uma moeda de ouro. Dona Baratinha ficou felicíssima.
Pensou que estava rica e já podia se casar.
NARRADOR - Colocou um vestido branco, arrumou um belo laço de fita na cabeça e foi se debruçar na janela, onde
pôs-se a cantar:
DONA BARATINHA - “Quem quer casar com a Dona Baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha.
Quem quer casar com a Dona Baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha.”
NARRADOR - Olhou para um lado e não viu ninguém. Olhou para o outro e nada também. Olhou para a frente… e
viu chegando um boi elegante que disse todo galante:
BOI - -Muuuu! Eu caso com a senhorinha, Dona Baratinha.
DONA BARATINHA - -Hum, você daria um bom partido. Só preciso saber de uma coisa se quiseres casar comigo:
quando dorme, como é o seu mugido?
E o boi respondeu:
BOI - -Meu mugido quando estou dormindo? Acho que é mais ou menos assim: Muuuuu! Muuuuu!
NARRADOR - Dona baratinha levou um baita susto.
DONA BARATINHA - -Ai! Assim eu não caso não. Nunca mais iria dormir com todo este barulhão. Sai fora!
NARRADOR - E o boi foi embora. Mas Dona Baratinha não se deu por vencida. Recuperou-se do susto, arrumou seu
laço de fita e foi para a janela cantar:
DONA BARATINHA - “Quem quer casar com a Dona Baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha.
Quem quer casar com a Dona Baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha.”
NARRADOR - Olhou para um lado e não viu ninguém. Olhou para o outro e nada também. Olhou para a frente… e
viu chegando um cavalo esbelto, que foi falando e chegando mais perto:
CAVALO - -Brrrrrrrf! Eu caso com a senhorinha Dona Baratinha.
DONA BARATINHA - -Hum! Com você eu bem poderia me casar, mas antes de aceitar, tenho algo para lhe
perguntar: como você vai relinchar quando estiver a sonhar?
CAVALO - -Quando eu estiver sonhando vou relinchar mais ou menos assim: Riiiiiiiiiiiiiiinch! Riiiiiiiiinch!
NARRADOR - Dona Baratinha levou um baita susto!
DONA BARATINHA - -Ai, assim não caso não! Nunca mais ia dormir com todo esse barulhão. Sai fora.
NARRADOR - E o cavalo foi embora. Mas Dona Baratinha não se deu por vencida. Recuperou-se do susto, arrumou
seu laço de fita e foi para a janela cantar:
DONA BARATINHA - “Quem quer casar com a Dona Baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha.
Quem quer casar com a Dona Baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha.”
NARRADOR - Olhou para um lado e não viu ninguém. Olhou para o outro e nada também. Olhou para a frente… e
viu chegando um carneiro que disse faceiro:
CARNEIRO - -Méééé! Eu caso com a senhorinha, Dona Baratinha.
DONA BARATINHA - -Hum, o senhor daria um marido maneiro, seu carneiro. Tenho apenas uma pergunta antes de
decidir a nossa sorte: como é o seu balido quando o senhor dor/me?
CARNEIRO - -Meu balido dormindo é mais ou menos assim: Méééééé! Méeééééé!
NARRADOR - Dona Baratinha levou um baita susto.
DONA BARATINHA - -Ai! Assim eu não caso não. Nunca mais ia dormir com todo este barulhão. Sai fora!
NARRADOR - E o carneiro foi embora. Mas Dona Baratinha não se deu por vencida. Recuperou-se do susto,
arrumou seu laço de fita e foi para a janela cantar:
DONA BARATINHA - “Quem quer casar com a Dona Baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha.
Quem quer casar com a Dona Baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha.”
NARRADOR - Olhou para um lado e não viu ninguém. Olhou para o outro e nada também. Olhou para a frente… e
viu chegando um cachorro latindo e sorrindo:
CACHORRO - -Auau! Eu caso com a senhorinha, Dona Baratinha!
DONA BARATINHA - – Hum, o senhor seria um marido fiel e dedicado. Tenho apenas uma pergunta antes de me
decidir se me caso: como o senhor vai latir quando estiver a dormir?
CACHORRO - -Meu latido dormindo? Acho que é mais ou menos assim: Aufauf! Aufauf!
NARRADOR - Dona Baratinha levou um baita susto.
DONA BARATINHA - -Ai! Assim eu não caso não. Nunca mais ia dormir com todo este barulhão. Sai fora!
NARRADOR - E o cachorro foi embora. Mas nem mesmo assim Dona Baratinha se deu por vencida. Mais uma vez
ela recuperou-se do susto, arrumou seu laço de fita e foi para a janela cantar:
DONA BARATINHA - “Quem quer casar com a Dona Baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha.
Quem quer casar com a Dona Baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha.”
NARRADOR - Olhou para um lado e não viu ninguém. Olhou para o outro e nada também. Olhou para a frente… e
viu chegando um gato. Ele chegou e soltou o papo:
-Miau! Eu caso com a senhorinha Dona Baratinha.
DONA BARATINHA - -Hum, o senhor eu levaria para o altar. Só tenho uma pergunta pra fazer antes de aceitar:
como o senhor vai miar quando estiver a sonhar?
-Meu miado quando chega a lua cheia é uma verdadeira beleza: Miaaaaauuuuu! Miiiiaaaauuuuu!
NARRADOR - Dona Baratinha levou um baita susto.
DONA BARATINHA - -Ai! Assim eu não caso não. Nunca mais ia dormir com todo este barulhão. Sai fora!
NARRADOR - E o gato foi embora. Mas Dona Baratinha tinha a casca grossa e ainda não foi dessa vez que ela se
deu por vencida. Não! Pela última vez ela recuperou-se do susto, arrumou seu laço de fita e foi para a janela cantar:
DONA BARATINHA - “Quem quer casar com a Dona Baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha.
Quem quer casar com a Dona Baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha.”
NARRADOR - Olhou para um lado e não viu ninguém. Olhou para o outro e nada também. Olhou para a frente… e
viu chegando de mansinho o senhor Ratinho:
-Eu caso com a senhorinha, Dona Baratinha.
DONA BARATINHA - -Hum! Você é um par ideal, formaríamos um belíssimo casal. Mas diga-me enfim, para que
eu possa dizer sim: qual barulho eu vou ouvir quando formos dormir?
-O barulho que eu faço pra dormir? É mais ou menos assim: iiiic, iiiic!
Mas foi tão baixinho que Dona Baratinha teve que pedir para que fizesse mais duas vezes antes que ela conseguisse
ouvi-lo.
DONA BARATINHA - -Ah, que maravilha! Com este barulhinho eu posso dormir a noite inteirinha. O senhor seu
ratinho será o meu marido. Já está decidido.
NARRADOR - E assim toda a floresta começou a organizar a grande festa.
NARRADOR - As abelhas fizeram os mais deliciosos docinhos e as aranhas teceram belos vestidos. Os gatos se
reuniram para limpar o salão onde seria a celebração e os passarinhos, o sapo e o pato formaram uma banda só para a
ocasião. Os passarinhos flauteando, o sapo cantando e o pato na percussão. E vieram as borboletas pra deixar a festa
enfeitada e chegaram as cozinheiras pra fazer a feijoada. Traziam feijão macio, couve colhida a pouco e as mais
variadas partes da carne de porco. Tinha orelha e tinha rabo, tinha pé, paio e focinho. E para deixar mais gostoso tinha
toicinho, linguiça e lombinho.
NARRADOR – Então chegou o grande momento. O casamento.
(o Rato deve estar esperando por sua noiva dona Baratinha no altar e uma abelha abençoará a união. Após o Rato
beijar sua esposa, começa a dança e logo em seguida todos os animais dançam também.
NARRADOR – E viveram felizes para sempre.