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INSTITUTO MUNICIPAL LUIS VIANA NETO

ALBERTY DANIEL SOUZA SENA SATURNINO

O RITMO IJEXÁ

SÃO FRANCISCO DO CONDE- BAHIA

AGOSTO/2023
ALBERTY DANIEL SOUZA SENA SATURNINO

O RITMO IJEXÁ

Trabalho apresentado como requisito para


obtenção de pontuação da Disciplina de Música da
II Unidade.

Professor: Bruno

SÃO FRANCISCO DO CONDE- BAHIA

AGOSTO/2023
Origem

Ijexá é um ritmo oriundo da cidade de Ilesa, na Nigéria e foi levado para a Bahia pelo
enorme contingente de iorubás escravizados que aportou neste estado do final do século XVII até
a metade do século XIX.
O ritmo chegou ao Brasil junto com os africanos escravizados, símbolo de uma resistência
que persiste até hoje, seja nas cerimônias de Candomblé ou nas músicas populares e comerciais
brasileiras.
Muito presente no candomblé, o ritmo é empregado e cantado normalmente dedicado para
quase todos os orixás, de acordo com o percussionista e Ogan Totó Cruz.
A manifestação cultural e afro-brasileira dos afoxés, também identificados como
candomblés de rua e muitos presentes na Bahia, saíram do Ijexá. No final do século 19, grupos
adeptos da religião de matriz africana iniciaram a prática de cortejos de rua, com tambores,
agogôs, afoxés e xequerês, no ritmo Ijexá. Esses grupos foram identificados como afoxés, sendo
os Filhos de Gandhy, fundado em 1949, um dos mais conhecidos.
O ritmo vem sendo executado na música brasileira por artistas diversos tais como Dorival
Caymmi, Gerônimo, Antônio Carlos e Jocáfi, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Clara
Nunes, Djavan, Pepeu Gomes, Moraes Moreira, Roberto Ribeiro, Edil Pacheco, entre muitos
outros.
Uma das primeiras gravações conhecidas deste gênero musical foi a música Babaô
Miloquê, pelo cantor e compositor baiano Josué de Barros acompanhado da Orquestra Victor
Brasileira, regida por Pixinguinha, que também foi o arranjador da música lançada no ano de 1930
e anunciada como “batuque africano”.
O ritmo foi sempre o toque característico do afoxé Filhos de Gandhy que, fundado em
1949, é uma referência na capital baiana para o ijexá; também o cantor Gilberto Gil, responsável
pelo fortalecimento deste afoxé, tem toda uma produção em que o ijexá se faz presente.

Características

O ijexá tem por padrão rítmico original a presença de três tambores, agogô (gã) e vozes,
com um andamento próprio; além do ritmo em si e do texto no idioma iorubá, o ijexá se compõe
também da coreografia, o modo como é dançado, que inclui a forma ritual religiosa, uma
"encarnação dramática".
Ao longo do tempo, entretanto, o ritmo passou várias mudanças, fruto da sua assimilação
pela cultura do país, de modo que sofreu reduções, adaptações e mudanças "que atingiram a
temática, o padrão rítmico, a forma de se cantar, a instrumentação, o sentido de sua
realização". Desse modo o ijexá incorporou instrumentos comuns na música popular, como violão
e guitarra, bateria, contrabaixo, pandeiro e até piano.
Essa influência e mistura demonstra, também nesse ritmo de matriz africana, a
contribuição sócio-musical das comunidades negras para a originalidade e diversidade da música
popular brasileira.

O Ritmo do Ijexá

A seção rítmica do Ijexá tem origem africana e é tocada nos terreiros de candomblé da
Bahia conforme as referências musicais africanas. De ritmo praticado nos terreiros da Bahia e do
Brasil, o ijexá acabou também chegando ao carnaval, a partir da criação dos afoxés baianos
(cortejos carnavalescos de adeptos do candomblé) no final do século XIX. Algumas pessoas e até
mesmo alguns livros fazem certa confusão ao citar o afoxé como um ritmo. O afoxé é o cortejo – o
ritmo que emoldura o cortejo é o ijexá. A expressão afoxé, inclusive, vem do iorubá àfose
(encantação pelo som, pela palavra) . Os cubanos usam a expressão afoché para designar o ato de
enfeitiçar alguém com o pó da magia. Ao toque do Ijexá, os antigos afoxés buscavam encantar os
concorrentes, desfilando pelas ruas em formato processional. O afoxé Filhos de Gandhi, fundado
por ogãns de candomblé na década de 1940, até hoje se apresenta no carnaval ao som do ijexá – e
começa sempre o cortejo tocando para Logun-Edé.

Instrumentação típica

 Agbê – Também conhecido como xequerê, este instrumento é composto por uma teia de
miçangas que envolve uma cabaça. Instrumento que veio dos terreiros, para compor junto com
o batuque do maracatu, uma função de condução similar ao do ganzá.
 Caixa – Tambor agudo que possui na pele de resposta uma esteira ou bordão produzindo
um som rufado e característico. Possui frases rítmicas com grande quantidade de notas o que
dá a este instrumento a possibilidade de coordenar e harmonizar as alfaias. São as caixas de
guerra, juntamente com os taróis, que dão a chamada para a entrada dos outros instrumentos.
 Gonguê – Instrumento formado por uma campânula de ferro e um cabo que serve de
apoio. Tem o formato aproximado de um sino de ponta a cabeça ou um agogô de uma só boca.
As frases rítmicas do gonguê são geralmente formadas por contratempos e sincopas com
grande liberdade de improviso.
 Alfaias – Também chamadas de bombos ou zabumbas. São tambores graves, de grandes
dimensões, originalmente feitos do tronco da Macaíba (árvore que se parece com a Palmeira).
Seus aros são feitos de Genipapo e o bojo é trançado por uma corda de sisal. Com frases
sincopadas e bem marcadas, são responsáveis pelas características principais de cada toque ou
baque. Muitas vezes dividem-se em três grupos, pelo seu tamanho ou afinação tendo cada
grupo uma função rítmica diferente.

Fontes:

https://cemporcentosamba.com.br/ijexa/

https://musicaead.com.br/ijexa-historia-e-cultura-popular/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ijex%C3%A1_(ritmo)._Dispon
%C3%ADvel_em:_Acesso_em_27_de_julho_de_2023.

https://www.terra.com.br/comunidade/visao-do-corre/role-de-quebrada/ijexa-ritmo-dos-
terreiros-de-candomble-e-da-musica-popular-
brasileira,024ee57d718fda51fae4f90fadd52316v8k2qu9j.html

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