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Liberdade e democracia
1o bimestre – Aula 02
Ensino Médio
● Poderes constituídos a partir ● Compreender a condição
da interlocução. relacional na constituição e
manutenção dos poderes no
processo democrático;
● Compreender a relevância da
liberdade de expressão para
instituições políticas.
Faça Agora!
Personagens centrais:
Pedro (monarquista) irmão gêmeo de Paulo. Estudante de medicina
Paulo (republicano) irmão gêmeo de Pedro. Estudante de direito
Natividade - mãe dos gêmeos Pedro e Paulo
Agostinho José dos Santos – pai dos gêmeos Pedro e Paulo
Flora: moça pela qual os gêmeos se apaixonam
Liberdade de pensamento e expressão
O romance Esaú e Jacó, de Machado de Assis, apresenta questões sociais e
políticas do final do século XIX e tem como personagens centrais os gêmeos
Paulo e Pedro. Paulo, personagem republicano, e Pedro, o gêmeo
monarquista. Os personagens representam posições políticas divergentes e
no excerto extraído da obra é possível notar o temor de Natividade acerca do
discurso do filho republicano que ela reconhece muito bom, mas entende que
alguns trechos do discurso podem desagradar o imperador.
Agora reflita: o que significa cortar uma parte de um discurso? Nesse
contexto, a liberdade de expressão foi restringida?
Liberdade de pensamento e expressão
O personagem Santos considerou traduzir o discurso para o francês. Essa
consideração de que o discurso ficaria ainda melhor em francês pode ser
associado aos ideais de liberdade?
Vale destacar que o pensamento filosófico francês inspira os artigos da
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789), entre eles:
Artigo 10º- Ninguém deve ser molestado pelas suas opiniões, [...] desde que
sua manifestação não perturbe a ordem pública, estabelecida pela lei.
Artigo 11º- A livre comunicação dos pensamentos e das opiniões é um dos
mais preciosos direitos do homem; todo cidadão pode, portanto, falar,
escrever, imprimir livremente, respondendo pelo abuso dessa liberdade nos
casos determinados pela lei.
Liberdade de pensamento e expressão
A Declaração de 1789 se insere em um momento em que se coloca os
direitos do homem (direitos naturais) como anteriores aos governos e em
que se questiona e abole direitos e privilégios senhoriais.
A igualdade jurídica, a liberdade e a propriedade privada eram
proclamadas como uma resposta à organização da sociedade feudal e ao
absolutismo monárquico. A nova organização da sociedade, pautada em
valores de liberdade e igualdade, orientava para uma ordem pública
fundamentada em normas de convivência e nas leis.
A liberdade de expressão é um dos pilares da Declaração de 1789 e viria a
ser fundamento do sistema democrático contemporâneo, alicerçado na
diversidade de ideias, vontades e projetos.
Liberdade de pensamento e expressão
Vale destacar que, conforme os artigos 10 e 11 da Declaração (1789), a
livre manifestação não deve perturbar a ordem pública, e a livre
comunicação dos pensamentos e opiniões (um dos mais preciosos direitos
do Homem) não deve comportar abusos, pois estes devem ser previstos e
punidos pela Lei. Essa orientação revela que todos os membros da
sociedade, a partir da eliminação dos privilégios dos senhores, podem
usufruir dos direitos naturais. Essa condição só é possível se a liberdade de
todos for protegida pelo limite, ou seja, ao desfrutar dos direitos naturais,
cada indivíduo tem como limite os direitos naturais dos outros membros
da sociedade. Somente assim todos podem ser livres.
Leitura independente e
responsável
Leia o excerto a seguir:
"Ninguém está a dizer que as ações devam ser tão livres como as opiniões.
Pelo contrário, até as opiniões perdem a sua imunidade quando as
circunstâncias em que são expressas são tais que a sua expressão constitui
efetivamente uma instigação a um ato danoso [...] Quaisquer tipos de atos
que causem dano injustificável a outros podem ser controlados – e nos
casos mais importantes precisam absolutamente de o ser – pelos
sentimentos desfavoráveis das pessoas e, quando necessário, pela
intervenção ativa" (MILL, John Stuart. Sobre a liberdade, 2011, p. 90)
Ação: escrita