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um balanço historiográfico
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NOIIJ: EIIe t.nbaJho COi'OO coou • colabor.çio da CltapAria, Beariz Kusbnir que nos ,..,moo no Icvan·
tamcnIO bibIioaRflCO.
na Primeira República nos conduz de autor, uma luta entre a burguesia e o la
imediato a citar alguns trabalhos tifúndio.
clássicos. Quer pelo pioneirismo de suas Este tipo de enfoque sobre a Primeira
contribuições, quer pela innuência que República está inserido dentro de um
exerceram nos debates nas décadas modelo mais amplo de inteljlretação da
posteriores, merecem destaque as obras realidade brasileira cuja tese central de
de Vítor Nunes Leal (1949), José Maria fende a existência de dois setores sócio
Belo (1952), Afonso Arinos de Melo econômicos básicos: o pré-capitalista,
Franco (1955), Leôncio Basbaum locali7.ado no campo c expresso através
(1957), Nelson Werneck Sodré (1958) e do latifúndio, onde predominam relações
Celso Furtado (1959), entre inúmeros de tipo semifeudal; c o urbano-capita
outros. lista, que deu origem a uma burguesia
Mas além desse conjunto de traba industrial e às classes médias urbanas.
lhos, deve-se observar que emerge tam Um dos desdobramentos desta concep
bém uma linha de inteljlretação sobre o ção é a caracterização dos conflitos de
sistema político oligárquico brasileiro na classe no país como resultado do antago
Primeira República que, a despeito de nismo entre O latifúndio - aliado ao
diferenças específicas, destaca a idéia de imperialismo - e as forças nacionais -
que havia uma contradição fundamental constituídas de segmentos da burguesia
entre o setor agrário-exportador e os se nacional, da pequena burguesia e das
tores urbano - industriais. Nessa luta, as classes populares.
classes médias teriam o papel de van Este modelo de inteljlretação, defen
guarda das reivindicações burguesas. dido em linhas gerais e de forma signifi
Alguns dos trabalhos fundamentais que cativa pelo Partido Comunista Brasilei
ilustram esta perspectiva são Nelson ro, ganhou novas forças nos anos 50 com
247
alltor, abavés de uma análise historio mitiu que ela fosse mais que benefICiária
gráfica, aprofunda as às concep da açao do Estado e que forjasse as insti
ç!!es que intupretam os conDitos da Pri tuiç!!es escacais e as transformasse no ins
meira República como fruto das conba trumento do seu interesse" (1972, p. 5).
diç!!es antagônicas entre o seta agtário Ainda nos anos 70, Boris Fausto 811-
exportador e setores urbano-induslriais, sumiu a coordenaçAo dos babalhos da
e a Revoluçllo de 1930 como o resultado coleção "História Geral da Civilizaçao
fmal desse embate. Em seguida, prop!!e Brasileira", até então dirigida por Sérgio
se a precisar o significado desse movi Buarque de Holanda. Em 1975 a 1976
mento polftico, carac terizando-o como foram publicadOS os dois volumes de O
resultado de conDitos inba-oligárquicos Brasü republicano dedicados à Primeira
fortalecidos por movimenlos militares República: Estrutura tk potkr e eCOM-
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mia (voL 8) e Soci�dode � ÜlStilMiç6es defendia a iMia de uma quasc total su
(vol. 9). A orientaç'c adotada para a bonIinaçPo da polflica econôm ica do go
publiCIÇIo desses volumes foi a pIwaIi >QUO faleral 808 desígnios do &elor ca
dade, COIn vistas a Í1JUlijiOI_ a colabo feeiro. Como desdobralln lc lO lese,
raçlo de autores com Macnles orienla o autor elaborou o conceilO de socializa
çOes IC6rico-melOdológices. A contribui çIo de pcrdas, por Ullender que, alravts
çIo destes trabalbos, ao propiciar um de de cambial,
painel dos principais lemas do primeiro foram socia)fzados os prejuízos das oli
período rq>ublicano, foi fundamallal. garquias, provenientes do declínio dos
Ainda DO campo dos estudos sobec as jA� do café 110 mClcado exlemo,
oligarquias, deve sec enfaljzwfa a contri várias conjunlw'8S.
buiçIo dos brasil ianisw que se dedica Visando relativizar CS5's intaprcta
ram aos estudos de corIe regional, lais çOes que privilegiam a oligarquia cafeci
COIIlO Love (1975 e 1982), Wirth (1975) ra como um alor fundamenlal e quase
e Levine (1975). Esrrs autores desenvol exclusivo na conduçao da polltica do
veram jUnlos um projelO comparativo perlodo, lem surgido um significativo
sobre as elites oligárquicas DOS rslados número de trabalhos. NCSIe caso, conlri
de S Io Paulo, Mina<; Gerais e Pernam buiçOes inleressan tes lêm partido de eco
buco, abaIcando o periodo da PnlClama· nomisras dedicados ao esr!ldo da polltica
çIo da República ao Eslado Novo. Love econOmica e fUl8llCCira da Primeira Re
já havia anleriormenle publicado um rs- pública.
1!Ido sobre o Rio Grande do Sul, e Eu! Já na primeira metade dos anos 70 os
Soo Pang publicou, em 1979, um estudo trabalbos de Pelaez (1971) e V Uela e
1 sobre a oligarquia baiana Suzigan (1973) ajAcscQlavam a idéia de
Um balanço acerca da produçlo que a conduçIo da poUlica econômica
bibliográfica das décadas de 60 e 70, a leria sido jAedominanle e COOSIaDletnen
despeilo de suas rspecificidades, de Ie influenciada pela ulilizaçlo de princl
monstra que foi privilegiada a idéia de pios ortodoxos de polllica monelária fis
que a hegemonia polflica da oligarquia cal e cambial, e assim nao seria um
paulisla, em aliança com a mineira, sus reflexo direlO dos inleresses cafeeiros.
le/llava-se na preeminência da economia Estes trabalhos, embora nIo leIIham for
exportadora cafeeira. Em deconbIcia, o mulado exp1iciwnenle uma explicaçlo
arranjo polltico oligárquico entre Sao do porqoo da ulilizaçao das doulrinas
Paulo e Minas dilava de forma nltida a ortodoxas pelos homens públicos brasi
orienlaçlo do governo federal. leiros, abriram caminhos para um ques
As base� de suslenlaçlo dessa pers IionarnUlIO das leSeS que inlerprelavam a
pectiva de análise podem ser encontra polltica econônti ca da Primeira Repúbli
das DO IeXIO clássico de Celso Furlado, ca como decorrência imedialJl dos inle-
•
attibui imponlncia devida à sua aluaçlo central t que o Estado foi sempre onipo
sóci<reconômica Um oulro aspec to da lente IIO Brasil, e ao burocrá
critica eslá ""seado na negativa de uma lico ocube a direç1Io dos negócios públi
das premis!!as do compromisso, isto t, a cos. Como o Estado t o cenlro de IUdo,
dependência do governo em te quem o personifica é a classe dirigente.
laçA0 ao coronel para a produçlo de vo No calJ() especifico da Prilhelra Repúbli
lOS. Segundo Cammack, o sistema elei ca, com a implanlaçlo de um fealeralis
toral era controlado pelo goveallo esta mo desv irtuado, o CSlam ento burocrálico
dual, e eslava em curso um jliUCCSSO de sofre um decUnio, ou mesmo "t banido
centralizaçlo do poder. Nesse quadro, o ou escorraçado". Ainda assim, O poder
poder público esladual dominava com público continua a atuar IIO sentido de
pletamente a s;tuaçAo poUtica e nlIo ne solucionar crises econômicas e financei
cCS!!itava de realizar nenhum acordo com ras e, principalmente, intervir para am
o poder local, conawzado na figura do parar a cafeicultura.
Com uma pelSpeclÍva diferente, Elisa
A da peaIjoência de alguns Reis (1985) analisa o processo de
pontos levantados por Cam maclt, as li consInIÇIo do no Brasil de 1890
nhas básicas da análise de Nunes 1"8\ a 1930. A base de seu argumen to t que
perm anecem aluais. Martins, os inleresses agro-exporl8dores do
em seu artigo "Clientelismo e IeprC$ên minantes no pulodo, ao polilizarem a
laçA0 em Minas Gerais duranJe a Primei economia, conferiram ao Estado uma
ra República: uma crllica a Paul posiçlo estrah!gica, que em funçllo do
Cammaclt" (1984), faz uma análise das seu lilftillg político propiciou uma
do historiador ingles, res marcada a\llOflOlIlia do RSlado frente a
gatando, 00 fundamenlal, a lese do com inla\:S!ll':S sociais. Partindo desse ponto,
promisso coronelisla. J ost Murilo de e retornando algumas conlribuiçOes de
Carvalho, igualmente, em seu verbete Vitor Nunes, a autora demonstra o
"Coronelismo" (1984), recUpeill o amplo cresc imento do Estado republicaM bra
•
sobre o setor agropecuário gaú c ho .
a. AQrIcuI..... . IncluOlrlloIlzaçto Quanto ao caft, deve ser mencionado o
artigo de Boris Fausto, "Expanslo do
Uma bibliografia complemenlar que caft e poUlica cafeeira" (1975).
deve 1I....e.:er nossa alellÇlo para urna Outro ttabalho fundamental relacio
melhor compuxndlo do papel das oli nado à atividade cafeeira t O ctUivtiro
garquias e da prOOuçlo . lca a da le"a, de Jost de Sousa Martins, que
elas reft.lUlle, do os estudos vo/redos se dedica à análise da esoutura de produ
para a agIicultura e a çIo em SIo Paulo. A tese central do au
A e-imDIe !Obre a agricul- lOr t de que a substituiçlo do lDbaIho
tura brasileira no palodo repüblicano t escravo oh conduziu ao estabelecillk!h·
bastanle limitada. Diferentemente do 10 do nbalho as!a1eriado nos cafezais,
processo de industrializaçlo, que lem mas sim à implantaçao do colonato.
sido objeto de análises sistemáticas que Acrescenta ainda que essa jOlllac!a de
possibilitam uma vklo dé conjunto e um ttabalho se fundame.uou em mecanis
esf<X'Ço inteljllv8!ivo. a agaicultma "em
•
mos de ccr.c:çao intta-«ooOmica, o que
,
/6rio ecoMmica do Brasil. de Caio Pra conjunto de ttabalhos que, embora tIOOi
do Jr. (1945), e FormaçÓIJ ecoMmlca do cados à discnssAo da problemá'ica agrá
Brasil, de Celso Furtado (1959), ou ain ria do país a partir dos anos 50, ttaz
da, de alguns poucos ttabalhos dedicado< conlribuiçOes interessanleS para o pri-
,
a alguma regilo, ou algum lema especI meiro perlodo republicano. Ao longo dos
fICO, ou algum produto em particular. anos 60 e 70 foram produzidas inúmeras
Como exemplo de ttabalho importan obras cuja preocupaçao centtal era rene
Ie na perspectiva da abordagem regional. tir sobre as dificuldades econômicas do
deve ser lembrado o artigo de Francisco pais e as possíveis alternativas para sua
Igltsias (1985) sobre a agricultura de sUjJCIa�. Nestes textos, um lema que
Minas Gerais na Primeira República. ganhou deslaque foi a avaliaçlo do setor
Podem também ser ciladas vl\rios exem agrlcola brasileiro. A pergunta principal
plos de estudos dedicados a uma ativida consistia em saber se a agricultura era
de especIfICa Enue eles os trabal hos de um obsláculo ao desenvolvimento do
Jost Gnacarine (1975) e Gadiel Perucci paI� ,
(1978), voltados paia as atividades açu Partindo do pressuposto de que a res
careiras, e o livro de Sandra PesaveDlo, posta para essa queslllo SÓ seria obtida
254 ES11JDOS mSTOIUCOS - 1989/4
Praticamente até os anos 60, glande ciais. Estrutura-se assim urna linha de
parte da produçlio bibliográfica volrada interpretação "classista" . sobre o
para O estudo dos militares eslava inseri movimento tenentisla e sobre a atuação
da denlrO dos modelos de inteipretaÇllo dos mililares na Primeira República.
que enfocavam a dinâmica da Primeira Esla concepçlio encontra campo próprio
República como resullado de uma oposi nos anos 50, sobretudo entre os seguido
ção entre oligarquias rurais e setores res de uma teoria marxiSIa mais econo
urbanos. O livro clássico que serviu de miciSla e determ inisla.
base a essa inlerprelaçlio foi o O semido Até meados dos anos 60, pode-se di
do lenenlismo, de Virgínio Sanla Rosa. zer que é esla inlerpreraç!lo que domina
Publicado em 1933, teve sua reedição os textos sobre mililares, quer sejam
patrOCinada pelo ISEB nos textos "Ca mais ou menos acadêmicos. Os primei
dernos do Povo Brasileiro" em 1963. O ros trabalhos que criticam esla orienla
prefácio de Nelson Werneck Sodré cor ção são artigo de Maria do Carmo
robora e revigora a interprelação de San Campelo de Sousa (1968), e os livros de
la Rosa: Boeis Fausto ( J 970) e Décio Saes
(1975). Em suas análises estes autores
"O tenentismo, entre o fim da Pri conteslam a tese de que os mililares re
meira Guerra Mundial e o Eslado presenlavam politicamente os interesses
Novo, ocupou o cenário brasileiro, das classes médias urbanas, deslaCando
avullando como manifeslaÇlio polí igualmente a ausência de um projeto
tica cuja complexidade escapava, mais modernizador e industrializante.
via de regra, à análise dos contem Ao longo dos anos 70, e no bojo das
porâneos. ( ...) Virgínio Sanla Rosa novas tendências teóricas que privilegia
foi o iniciador de sua exala con ram o papel do Estado na condução do
grande, nem tlIo sislemático. Nesle senti Deu• • o diabo •• tlo nII 1_,. do .01.
_1110 o�rário (1979); e A classe operá Saens Leme (1978) e Angela Gomes
ria no Brasil, volume 2, Condições de (1979) vêm preencher, articulando as
vida e trabalho, relações com os empre preocupações sobre O processo de
sários e o Estado (1981)*. Sozinho, Pau industrialil.açãO e de formação da classe
lo Sérgio escreve um longo anigo para a trabalhadora a partir de um outro ângulo
"História Geral da Civil ização de vis�o.
Brasileira" ( 1977). De uma maneira geral, o ponto mais
É importante também aponw o papel significativo destes estudos é ressalw a
desempenhado pelos trabalhos de Luiz presença política do ator burguesia urba
W. Vianna. Em primeiro lugar, seu texto na, analisado até enlllo muito mais por
Libezalismo e sindicato no Brasil (1976), suas carências: fraqueza organizacio
embora não se concentre no período da nal, ausência de representação política
Primeira República, provocou muitos etc. A presença dos paradigmas europeu
debates e amou como estimulo às rene e norte-americano era evidente, e o perfil
xOes sobre o corporativismo e sobre o de Primeira República que se consagrava
movimento sindical, mesmo quando dis era efetivamente o de um condomínio
cutia privilegiadamente o papel da bur monopolizado pelas oligarquias cafeci
guesia e do Estado. Desta forma, O autor ras o O esforço daqueles que estudam os
retomou à queslllo da periodização do setores urbanos da burguesia é, portan
movimento sindical, considerando a si to, O de relativizar esta visão. assina
tuação do mercado de trabalho, e enfati lando sua presença na luta por seus
zou a dinâmica das relaçOes entre bur interesses chaves (wifas alfandegárias e
guesia-Estado e sindicato, tanto no pe regulamentação do mercado de trabalho)
ríodo do pré, quanto do pós-30. Em se e qualificando sua forma de organização
gundo lugar, produziu duas das mais polftica. Neste sentido, é importante
significativas resenhas bibliográficas assinalar que foi durante a Primeira
sobre o tema da classe trabalhadora, República e sob o estimulo do próprio
ambas publicadas no BIB (1978 e 1984). movimento sindical que uma rede de
Estas observaçOes ressaltam a impor associações de classe se estruturou no
tância para este tema de análise de um Rio de Janeiro e São Paulo, dentre outras
alor que até esse momento vinha rece cidades de menor peso no país. Estas as
bendo pouca atenção da literatura: a bur sociações, algumas com tradição que
guesia industrial e comercial. Tendo sido data do século XIX, atuam corno fortes
o objeto do livro de Nícea Vilela Luz grupos de pressão, utilizando a forma
(1975), sua análise era especialmente clássica de um poder de veto e buscando
vinculada às questOes da política eco alternativas ao universo da representação
nômica da Primeira República. Assim, pol ítico-partidária .
no que se refere à política social - o Estas conclusOes importam para se
que envolve diretamente as relaçOes com pensar as questOes da industrialização e
a classe trabalhadora e o Estado -, pra do trabalho no Brasil do pós-30, quando
ticamente pouco se tinha publicado. É uma proposta corporativista começou a
este espaço que os trabalhos de Mariza ser encaminhada pelo Estado. 00 ponto
•
• Edgar Cume (1979) tambón organiza e publica um volume de documentos sobre . classe trabalhadora
cobrindo o peóodo que vai. de Isn • 1944.
263
• A lL ediçio, de 1 963, foi feiLt pela Civilizaçio Bruileita. que adquiriu seu. direitos da editon
Vilória. ligada ao PCS. H' wna la. edição de 1965 e a 3•. cdiçio, ""'1. 1 qual trabalhamOl. t de 1972.
•• A I •. ediÇ-io é de 1965 e I la., revuta e aumentada, com I qual trab.Jhamos. � de 1976.
PRIMEIRA REPúBUCA, UM BAu.NÇQ IUSTORIOORÁFla> 265
• Vale . pen2 dcslAlcar que o aulor trabalha com depoimentos de moradores d. região. proprictirios
e lnlbalh.dores rurais, dele.gadOl de palrei., imigl1lnlcs (recolhidos entre 1954 e 1961) e lambém com
art.ieos de jornais, processos judici'rios c inqumlOS �ici.is.
266 ESlUOOS HISTÓRICOS - 1989/4
Queiroz, o autor utiliza fontes até então De forma geral, todos estes trabalhos
nunca examinadas: arquivos eclesiásti sobre os movimenlOs messiânicos, ao
cos, arquivos privados de políticos da ressal tarem a violência no campo, ex
regillo, periódicos, a correspondência do pOem a outra face da moeda coronelista.
padre Cícero e entrevistas com remanes Com o estabelecimento do federalismo e
cemes, realizadas entre 1963 e 1964. A com as crescenlCS disputas por rec ursos
preocupaçllo com a análise documental políticos e econômicos de poder, fica
está fmnada, bem como a recusa da in claro que o paclO oligárquico \em equilí
tcrpretaçllo que vê o movimenlO messiâ brio precário. "e VlLor Nunes Ieal cha
nico como frulO do fanatismo e do atraso ma a a\ençllo, COITo presteza de mestre e
da populaçllo rural. Juazeiro é wn fenô como primeiro glande analista, para o
meno de quase meio século, e são suas "ponlO ótimo" des\e paCIO que se traduz
bases místicas e pollticas que possibili- pelo decrescente poder dos oligarcas e
18m tanta coesão e duraçllo. É preciso pelo crescente poder da burocracia de
examiná-lo como um movimento religio Estado, os estudos sobre os movimentos
so de cunho popular, cujo sentido políti de rebeldia no campo ilustram o seu
co é dado tanto por suas relações com as "ponto péssimo". Amaury de Souza. em
eli\es estaduais e nacionais da Primeira um artigo publicado pela revista Dados
República, quanlO por seus embales com em 1973, que tem o cangaço como seu
a ttierarquia da Igreja Católica. objelO de análise, deixa este aspecto
Nessa mesma linha está o tex10 de muilO claro. MuilO antes da Primeira
Douglas Teixeira Monteiro, que trabalha República existiram rebeldes no sertão
de forma comparativa com Canudos, (millcias privadas existiram desde o séc.
Juazeiro e o Con\estado. A contribuiçllo XVII). Mas é só com o federalismo, de
do autor está em distinguir entre eslCS um lado, e a eX\ensllo do poder central,
movimentos messiânicos, o do ConslCS de outro, que esses rebeldes organizam
tado como o único a possuir carac\erísti se em wn movimenlO de cangaceiros que
cas milenaristas, islO é, a postular um vive e explora os interstícios desta
desligamenlO da sociedade instituída em ordem. Este movimento signi ficativa
nome da instauraçllo de uma comunida men\e só é destruído após 1930.
de futura justa e fra\ema. Nem Canudos, O laço que une cangaço e coronelis
nem Juazeiro possuiriam tais componen� mo é muito fone e vis(vel e \em tradiçllo
teso Nos dois casos, os vínculos com a na literatura de cunho memorialísuco.
polltica oligárquica, e os esforços para a Pata finalizar, é interessante registrar a
manutenção de uma religiosidade que importância para esses estudos dos tra
nllo se pautava pelo rompimento com a balhos de Eric Hobsbawn. Para ele, os
cúpula eclesiástica, evidenciariam tal in movimentos rebeldes podiam ser "con
terpretação. Engrossando, portanto, o servadores" ou "reformistas". mais ou
mesmo tipo de conclusões defendidas menos violenlOs, mas cenamente não
por Della Cava, o autor vê os movimen podiam constituir-se em opçOes revolu
tos de Canudos e J uazeiro como lendo cionárias. Dois texlOS, pelo menos, fo
profundas raízes na situaçllo da estrutura ram leitura e inspiraçllo para todos os
eclesiástica católica e significativos que se vol taram para o campo e para os
apoios entre proprietários de terra e rebeldes do Brasil oligárquico: Primitive
comercian\es da Primeira República. Rebels (1965) e Bantlits (I 969).
PRIMEIRA REPÚBUCA: UM BALANÇO IIISTORIOGRÁACO 267
projeto de ação abraçado por uma gera Um dos livros mais imporlantes sobre
ção de políticos e intelecn.ais que, como esle tema, quer por seu pioneirismo, quer
"mosqueteiros", por ele lutaram na vira· pela influência que exerce nos trabalhos
da do século. Décadas após, outros inte que lhe são posteriores é A ilustraçáo
loctnais, de uma nova geração que não brasileira e a idlia de universidade
vira a escravidão nem o imperador, quer ( 1959), do filósofo Roque Spencer Ma
"construir" a República, uma vez que em ciel de Barros. Como O título anuncia, é
seu diagnóstico muito se destruíra e dele o conceito de uma "ilustração bra
pouco se edificara . O projeto continuava sileira". Ou seja, de que em fms do sé
a ser o da República; a "vanguarda" res culo XIX fonnou-se no Brasil um movi
ponsável pela educação da elite política mento ilustrado que guardou do ilu
continuava a ser a dos intelectuais. Ape minismo europeu do século XVIII uma
nas os intelectuais não eram mais os crença radical no poder da ciência e,
mesmos, e a República IaIllbém não. ponamo, no papel dos intelectuais, que
A primeira e talvez a maior das con iluminariam o país através da cultura, da
clusões que a literatura produzida sobre educação. A esle movimento pertence
cultura na Primeira República nos per riam I3nto libecais como Rui Barbosa e
mite chegar é a do papel de vanguarda Joaquim Nabuco, como "cientificislaS",
política que os intelectuais se aUlO-atri positivislaS (ortodoxos ou helerodoxos),
bufam , e a aceilação geral na sociedade spencerianislaS ele. É de Maciel e Bar
brasileira de que a eles cabia a "missllo" ros, neste sentido, a construção da idéia
de iluminar as elites que con struiriam o de uma "geração de 1870", que teria
povo-nação. Esla literatura é muito vasla renovado a "mentalidade brasileira" e
e di versificada, e a principal razão para que se opunha basicamente à "menlali
tal fato é a densidade dos debates ocorri dade calÓlico-conservadora".
dos neste período. Os mais variados Na primeira parte de seu Iexto, o au
temas e as mais variadas posiçOes eslllo tor acompanha os debates político-inte
presentes no campo intelectual. Tratava lectnais Que se travaram na virada do
se de enfrentar problemas concretos século, deSlacando autores e aponl3ndo
como os de saúde, educação, agricultura, as questOes mais candentes. Na segunda
imigração, organização do trabalho, ser parte, situa a "idéia de universidade"
viço militar, arte ele. como elemento fundamental para se dis
As múltiplas resposlaS para o desenho cutir O papel do Estado e a posição dos
de uma nova arquiletura política da s0- intelectuais.
ciedade não impediam, contudo, um pon Com ceneza, no amplo quadro de
to de convergência básico. O diagnóstico questões da Primeira República, a educa
realizado pelos intelectuais é o de uma ção foi fundamental pelo entusiasmo que
nação sem consciência, de uma socie suscitou e pelos desdobr3(llentos políti
dade sem povo, mas IaIllbém sem elites cos que envolveu. Os inlelectuais reco
compelentes e capazes da grande I3refa nheciam que o Brasil não era uma nação,
hislÓrica a que eslavam destinadas. De e uma das mais profundas razOes para tal
. tudo isso emerge a centralidade do papel situação era a ausência de "povo", isto é,
da "inteligência" brasileira por1adora da de um povo educado - ao menos al
luz do saber, não imporlando, no caso, o fabetizado - que pudesse organizar-se e
paradigma de definição deste saber. constituir uma "opinião pública". Os
I'IUMEIRA REPÚBLICA, UM BALANÇO HISTORlOGRÁACO 271
laços entre educação e cidadania eram em suas análises, pois permitem integrar
óbvios no debate da época. Mas como o tema da educaçllo ao contexto maior
realizar tal tarefa? O caminho deveria ser do perlodo. Assim, é possível vislumbrar
O da "instrução pública" e U1mbém como os anos 20 foram cruciais em
profissional, onde o projeto de trans experimentos e disputas, e como o
formaçllo social emergiria "por baixo"? terreno eslava adubado para a ação do
Ele nlIo seria muito longo e arriscado? E Eslado no p6s- 30.
como percorrê-lo? Com os métodos Este mesmo tipo de observaçllo pode
tradicionais manuseados pela Igreja, que ser dirigido aos debates sobre a saúde
investira no ensino primário e secun como causa do atraso do país e como
dário, ou com os métodos da "escola razllo da falia de produtividade do traba
nova", que ensaiava reformas em São lhador nacional. Neste caso específico,
Paulo (Sampaio Dória, 1920), Ceará não dispomos de textos como os de
(Lourenço Filho, 1925), Minas Gerais Nagle, e o livro de Thomas Skidmore,
(Francisco Campos, 1927) e Distrito PrelO no branco: raça e nacionalidade
Federal (Fernando de· Azevedo, 1928)? no pensamento brasileiro (1976), apesar
Uma outra alternativa, provavelmente de ter sofrido uma série de críticas, con
mais rápida e segura, era privilegiar a tinua sendo uma opçao para se tratar do
educaçllo das elites que posteriormente impacto das expediçOes de Belisário
consuuiriam o povo. Neste caso, o in Pena e Anur Neiva sobre o meio político
vestimento deveria ser o ensino unjversi e inlelectual . Além disso, ele é útil para
tário, mas não mais vislumbrado nas se trabalhar com a evoluçllo do debale
carreiras "clássicas" de advogado, médi sobre raça e nacionali dade, o que envol
co e engenheiro. Novas possibilidades ve OS temas da imig.aç30, do trabalho do
eram essenciais, e as árcas das ciências homem brasileiro e do homem negro em
naturais e humanas eslavam em aberto. especial. Sobre as relaçOes entre raça e
Além disso, o próprio modelo de univer nacionalidade na Primeira República 030
sidade era uma queslllo para o debate. se pode lambém deixar de mencionar os
No trato do tema da educaçllo, os tra livros de Renato Oniz (1985), sobretudo
balhos de Jorge Nagle lambém Irnzem seus dois primeiros capítulos, e de André
grande contribuição. Seu l i vro, Campos (1986) sobre Monteiro Lobato.
Educação e sociedo.de na Primeira Re Quanto à queslllo do nacionalismo,
pública (1974), e seu artigo na "História vale apontar a publicação em ponuguês
Geral da Civil izaÇãO Brasileira", "A do trabalho do brasilianisUl Ludwig
educação na Primeira República" Lauerhass (1986), produzido como tese
(1977), assinalam os problemas e po de doutoramento em 1972. Lauerhass faz
siçOes que dominaram o período. Ele pane do grupo de brasilianislaS que em
chama a atenção para as pregaçOes início dos anos 70, veio ao Brasil inle
patrióticas que agiUJram os anos 10 e ressado em pesquisar nossa história re
envolveram educação cívica, serviço publicana. Em seu caso O tema escolhi
,
anigo de Bolivar Lamounier ( 1977) so ser universal? E possível ser universal e
bre a emergência do pensamento autori nacional? Ou, s6 é possível ser universal
tário na Primeira República. O conceito em sendo nacional? E o que é ser nacio
de "ideologia de Estado" proposto por nal?
este autor tomou-se ponto central no Este elenco de qucslÕCs está implícito
debate de todos os que passaram a inves no grande dilema intelectual que define
tigar a natureza do Estado e as relações o campo da literatura e das artes plásti
que mantém com os intelectuais no pré e cas na Primeira República. Antônio Cân
no p6s-30. Vinculado a este conjunto de dido nos rala dele ao situar a chamada
temas eslAo também vários texlOS de "Iiteralum sorriso da cidade", expressão
Wanderley Guilhenne dos Santos, dos também utilizada por Brito Broca ( 1 975)
quais gostaríamos de destacar, por seu em outro livro importante sobre o assun
esforço em diseutir as idéias liberais no la. Para Antônio Cândido, contudo, este
Brasil, Ordem burgul!Sa e liberalismo período é praticamente um interregno
paU/ico ( 1978). entre dois grandes momentos de esplen
Mas é a queslAo das letras e das artes dor literário: o romantismo do século
que mobiliza por excelência os intelectu XIX e o modernismo dos anos 20. Nas
ais na Primeira República e é sobre ela primeiras décadas do século XX, prosa e
que existem alguns trabalhos hoje clássi poesia padeceram de excessivo fonnalis
cos no assunto. Entre eles vale começar mo e de carência de força criativa. Nem
pelo de Alfredo Bosi ( 1 977), onde se mesmo figuras como Euclides da Cunha
mapeia e avalia •• vertentes liter'
dtias do e Lima Barreto são suficientes para con
período, dando-se " estaque a obras como trabalançar o clima de estética morna
Os sertões, de Euclides da Cunha, e a que domina este momento literário.
autores como Lima Barreto e Hilário Distinguindo-se parcialmente desta
Tácito. Isso, evidentemente, para se che perspectiva e aproximando-se em aspec
gar ao movimento modernista. tos rundarnentais de Maciel de Barros,
O l i vro, porém, que fez escola e é está o trabalho de Nicolau Sevcenko
referência obrigatória é O de Antônio ( 1983)_ Neste texto o autor situa de for
Cândido, Li/era/ura e sociedade (Ia. ed. ma vívida o ambiente social e político da
1 965). O nome do autor já é indicaçllo capital federal, inserindo aí as expeclllti-
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280 ESTUOOS HISTÓRICOS - 1989/4