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A Digitalização da Radiodifusão 1

Flávio Aurélio Braggion Archangelo 2


Universidade Metodista de São Paulo

Resumo

O rádio passa por uma nova e importante evolução tecnológica com a digitalização da sua
plataforma de transmissão. Melhorias na recepção, na qualidade do áudio e na seleção das
estações são apenas alguns dos recursos oferecidos. Dependendo do sistema escolhido,
serviços multimídia agregados permitirão que textos ou mesmo imagens sejam difundidos.
Questões como uma grade fixa de programação, a transmissão gratuita, para todos, um
serviço de áudio por freqüência, algumas das características históricas que fizeram do rádio
um meio de comunicação de massa por excelência são reconsideradas com a digitalização
das estações. Se apropriados pelos profissionais de comunicação social, tais benefícios
técnicos poderão se transformar em renovadas relações com o ouvinte, com o conteúdo,
linguagem e mercado.

Palavras-chave

Rádio, Digitalização, Internacional.

Um mundo analógico mediado digitalmente


Parte da mídia eletrônica é tradicionalmente difundida (broadcasting) de maneira
analógica. Entende-se como analógica uma informação cuja medição elétrica varia
continuamente pelo tempo, de maneira integral, sem cortes, a cada momento podem tomar
qualquer valor arbitrário. Assim, a variação da voz de um tenor, captado analogicamente
pelo microfone, mesmo passando por alguma digitalização na edição, é difundido
analogicamente pelo transmissor da estação da rádio, captado no receptor e analogicamente
compreendido pelo ouvinte. Idealmente, toda informação produzida foi transmitida e
captada. Por isso algumas das definições de analógico remetem ao produzido ser análogo
ao reproduzido.

1
Este paper é derivado do curso de Cibercomunicação ministrado pelo Dr. Sebastião Carlos de Moraes Squirra no
Programa de Pós-Graduação da Universidade Metodista de São Paulo, em 2004.
2
Jornalista, Mestre em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo,
ECA/USP, doutorando em Comunicação Social na Universidade Metodista de São Paulo. Membro do Grupo de Pesquisa
em Comunicação e Tecnologias Digitais, COMTEC. E-mail: flavio@mandic.com.br
Um sinal digital, por outro lado, não varia continuamente, ele dispõe de picos e
vales estáveis, com medidas inteiras, finitas. Embora o microfone possa captar o som do
tenor analogicamente, essa informação será digitalizada quando o circuito medir a corrente
elétrica em intervalos regulares de tempo. A cada momento um valor arredondado será
mensurado, tendo como resultado uma seqüência de pulsos elétricos, representado por uma
série de números binários 3. Quando o ouvinte receber estes sinais, a recuperação do som
não aparentará fracionado pois as medições foram muito rápidas (as taxas de amostragem),
serão emulações computadorizadas do som original. (STRAUBHAAR, LAROSE, 2004, p.
17).
Tal sinal pode ser reproduzido com alta fidelidade, com cópias quase perfeitas como
no Compact Disc (CD). No caso do rádio digital, o áudio de uma emissora em AM tende a
ser de melhor qualidade, próximo do atual reproduzido em FM, enquanto a emissora em
FM ou via satélite reproduz som digital próximo do CD.
A digitalização também permite a compressão ou compactação de informação.
Assim há uma maior velocidade na difusão e no processamento de um grande volume de
dados, além do melhor aproveitamento espacial no seu armazenamento, impraticáveis em
circuitos analógicos (NELSON in BOBBET, 2001, p. 44). Onde apenas trafegava um tipo
de informação analógica, como no caso de uma emissora de rádio, vários serviços digitais
podem ser oferecidos, ao mesmo tempo. O processamento melhora a recepção,
minimizando efeitos de variação do sinal e interferências4. Na indústria do áudio, o uso de
softwares dedicados a edição do som trabalham com codecs e extensões padronizadas para
o amplo uso em vários equipamentos e mesmo diferentes redes de comunicação5 .
Segundo Ethevaldo SIQUEIRA:

3
“Um valor analógico, um número real, não tem fim; por exemplo, o número 1/3 é 0,333... onde o 3 pode ser repetido
para sempre... a aproximação digital de um número analógico quebra o número real em steps” (MONTGOMERY in
HUTCHINSON, 2000, p. 7.1).
4
Em FM são conhecidos o Efeito Doppler (variação na freqüência quando a recepção ocorre em uma unidade móvel,
como os rádios nos automóveis), o Multipath (recepção simultânea de várias “ondas refletidas” causadas por edifícios ou
morros, provocando picos e quedas bruscas no sinal mediante interferências construtivas e destrutivas). Em Ondas Curtas
e Médias, o principal efeito é o fading ou QSB, variação do sinal mediante efeitos de propagação. Em Ondas Tropicais há
queda do sinal na região afetada pelo NVIS (Near Vertical Incidence), entre tantos outros fenômenos a serem
considerados tecnicamente como ruídos. Para maiores informações básicas sobre telecomunicações consultar SMIT e
SHANNON, WEAVER.
5
Segundo MENDES e CARDOSO (p.1): “Um sistema de compressão de imagens ou vídeo digital nada é do que um
conjunto destas técnicas e compressão; ajustadas para determinada aplicação ou conjunto de aplicações. Vários sistemas
de codificação de imagens e vídeo tem sido padronizados (JPEG, MPEG1, MPEG2, H263, H261) para permitir a
interoperabilidade entre os equipamentos de diversos fabricantes e facilitar a massificação da utilização de aplicações que
envolvem compressão de vídeo e imagens”.
Entre as conseqüências diretas desse processo de digitalização das
comunicações, estão: a possibilidade de transmissão de um volume muito maior
de informações sobre um único fio ou circuito... a melhoria extraordinária da
qualidade do sinal... a possibilidade de integração das redes de
telecomunicações...Com as comunicações digitais, nascerá portanto, uma só
rede integrada de serviços... falarão a mesma linguagem binárias de bits ou de
pulsos digitais (1987, p. 21,22).

DEL BIANCO (2001, p.27) considera a digitalização uma evolução técnica na


produção, processamento, distribuição e recebimento da mensagem; portanto processo
múltiplo, amplo e integrado, resultado direto da evolução eletrônica, sendo apropriada nas
mais variadas aplicações6. SHIELDS retrata a digitalização como “maior potencial na
habilidade de” (1995, p. 127), enquanto THOMPSON releva que a habilidade não se
resume apenas a capacidade de codificação, mas inclui conceitos de trocas simbólicas
relevantes para composição de identidade cultural.
Veremos por meio dos modelos de radiodifusão digital terrestre promovidos por
países ocidentais alguns desses recursos, seus potenciais usos e problemáticas na
comunicação social. 7

DAB e o MPEG
O DAB (Digital Áudio Broadcasting) é o modelo pioneiro proposto pelos europeus,
em estudo desde 1981. Em 1987 o projeto é integrado ao Grupo Eureka EU 147, formado
por universidades e centros de pesquisa, tendo com parte financiadora do projeto o governo
alemão8. Em 1995 o consórcio foi ampliado com apoio da União Européia de Rádio e em
2004 contava com 83 membros, na sua imensa maioria empresas e organizações européias,

6
A presença dos computadores em grandes redações de jornais paulistas não foi administrativamente compreendida num
primeiro momento, causando mudanças bruscas nos hábitos dos profissionais e nos postos de trabalho tradicionais. Para
maiores informações consulte Que é Isso Computador? publicado em 1982 pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do
Estado de São Paulo. Informações também coletadas da palestra de Ruth VIANNA, Rede Alfredo de Carvalho de
Historiadores da Comunicação, no Instituto Histórico e Geográfico do Estado de São Paulo, 31 de maio de 2004.
7
Embora o sistema DAB contemple a emissão satelital, o projeto World Space proposto por Noah Samara é totalmente
dedicado ao rádio via satélite, com recepção direta por receptores fixos ou portáteis e com objetivos educacionais. O
satélite Afristar está em operação para o continente Africano e parte da Europa, disponibilizando 51 estações. (NELSON,
2001, p. 47).
8
Entre as primeiras instituições estão o laboratório Fraunhofer Institut Integrierte Schaltungen (IIS), a Universidade de
Erlanger, Institut für Rundfunktechnik (IRT), Commun d´Estudes de Telediffusion et Télécommunications (CCETT).
Disponível em http://www.worlddab.org/eureka.aspx?sub=38 . Acesso em maio de 2005.
bem como da Ásia, África (Sentech), Oceania (Commercial Radio Austrália) e América
(Microsoft).
O mesmo grupo Eureka foi o promotor do MPEG (Motion Pictures Expert Group),
popular padrão de codificação de áudio, inclusive por outros sistemas de difusão digital9.
Embora o MP3 seja o formato mais conhecido, outras extensões foram desenvolvidas pelo
consórcio, o MPEG-1 para armazenamento, MPEG-2 para TV digital, MPEG-4 para
aplicações multimídia e o MPEG4-AAC (Advanced Audio Coding), utilizado na
radiodifusão.10
Segundo NELSON, no DAB há qualidade na recepção móvel, sem as usuais
interferências do sistema analógico e uma imensa capacidade de transferência de
informações digitais adicionais, chamados de PAD (Programme Associated Data)11 .
Assim, além do áudio da emissora de rádio, o receptor estará apto a receber outros dados de
texto como notícias sobre o trânsito12 , mercado financeiro, letras de músicas, dados da
programação, anúncios, meteorologia. (in BOBBET, 2001, p. 45)
No caso do DAB um mesmo transmissor, cobrindo uma mesma área, numa mesma
freqüência, pode transmitir 6 estações de rádio diferentes13. Isso equivale a redução de
custos, aumento na oferta de canais e possibilidade de serviços por assinatura e
programação paga, chamados de pay-per-lister e listen on-demand.
Outros fatores técnicos oferecidos pelo sistema são a maximização no desempenho
de transmissores de baixa potência, a formação de rede nacional ou internacional de rádio
(single frequency network), a possibilidade de transmissão via satélite.

9
“A aceitação do padrão MPEG fez com que ele se tornasse uma das maiores aplicações de uma norma ISO. Estima-se
que existam milhares de decodificadores no mercado utilizando essa padronização. Além disso, diversas outras normas,
como a ITU (International Telecommunications Union) BS.1115, a DVIC (Digital Áudio Visual Council) e a ETSI
(European Telecommunication Standardisation Institute) ETS 300 401 utilizam a norma MPEG como base”. (VALLE,
GUIMARÃES, CHALUB. 1999, p. 15)
10
“Podemos considerar essa explosão de popularidade do MP3 como um reflexo da própria explosão de popularidade da
internet... outro fator importante é a velocidade dos equipamentos, computadores e modems... hoje em dia, com
processadores chegando a 500 MHz, o tempo de criação foi reduzido, aproximando-se basicamente do tempo necessário
para a leitura da música do CD”. (VALLE, GUIMARÃES, CHALUB, 1999, p. 9)
11
O sistema convencional Radio Data System (RDS), com texto transmitido por emissoras em FM convencional, tem uma
velocidade de transferência de dados na ordem de 730 bits/s, enquanto pelo DAB é estimado pela empresa em 32 kbit/s
(Fast Information Channel, FIC). Disponível em http://www.worlddab.org/faq.aspx . Acesso em abril de 2005.
12
As notícias sobre o tráfego na Europa são difundidas junto ao RDS pelo sistema Traffic Message Channel. No entanto,
a BBC está desenvolvendo um protocolo próprio chamado Transport Protocol Experts Group (TPEG) que permitirá a
difusão destas informações em vários equipamentos, inclusive com rádios DAB e interligados a sistemas de navegação
dos veículos. Maiores informações em http://www.bbc.co.uk/rd/projects/tpeg/index.shtml . Acesso em maio de 2005.
13
O sistema é flexível, podendo um canal estéreo difundindo música ser modificado para difusão monofônica para
programas esportivos, por exemplo. Maiores informações em http://www.worlddab.org/faq.aspx . Acesso em abril de
2005.
O DAB não utiliza as freqüências usuais de radiodifusão, chamadas popularmente
de AM, FM, Ondas Curtas, Ondas Tropicais e Ondas Longas. O consórcio optou pela
Banda L (microondas, entre 1452,816 MHz e 1491,184 MHz no Canadá) e a Banda III
(VHF, entre 174,928 MHz e 239, 200 MHz no Reino Unido e Coréia), onde há mais
espectro disponível, com faixa passante apta a trafegar um grande volume de dados (wide
band) 14 e minimizar os efeitos de interferência 15.
O DAB é uma realidade principalmente na Europa, atingindo 25 países, abrangendo
230 milhões de pessoas e oferecendo mais de 400 serviços (DEL BIANCO, 2001, p. 29).
No Reino Unido, a BBC transmite pelo DAB as redes nacionais, além do Serviço Mundial,
com canal parlamentar e esportivo, serviços de notícias e música popular, atingindo 75% da
população em 2001 (NELSON in BOBBET, 2001, p. 45). Desde 1999 estão em atividade
emissoras da rede comercial Digital One, atingindo 70% da população em 200416.
Em 1998 eram oferecidos 16 tipos de “receptores inteligentes”, com pequenos
processadores que identificam automaticamente a estação, seleção por tipo de programação,
além da captação dos dados digitais adicionais. Seus valores alternavam entre 800 e 1800
dólares (DEL BIANCO, 2001, p. 30). Em agosto de 2004 eram mais de 30 empresas que
disponibilizavam receptores portáteis, fixos, placas controladas por computadores pessoais
17
e handhelds aptos a captação DAB . Entre seus recursos está a sintonia pelo nome da
emissora ou tipo de programação, ao invés das freqüências.18 19

14
Para maiores dados consultar “DAB Ensembles Wordwide” em http://www.wohnort.demon.co.uk/DAB/freqs.html.
Acesso em fevereiro de 2005.
15
É previsto pelo consórcio, no futuro, a existência de receptores que possam automaticamente selecionar as freqüências
analógicas e digitais utilizadas por uma mesma estação, ampliando a área de cobertura principalmente para o ouvinte-
motorista.
16
Disponível em http://www.worlddab.org/trailers.aspx . Acesso em abril de 2005.
17
Receptores manuais, como o FV-DB1E da Sharp e o DABMAN da alemã Technisat, custavam no mesmo período em
torno de 300 dólares americanos. Para informações atualizadas, consulte o endereço eletrônico
http://www.mediacorpradio.com/smartradio/enews/june2004newsletter.htm . Acesso em maio de 2005.
18
O consórcio considera futura seleção automática dos receptores entre os canais digitais e analógicos convencionais de
uma emissora para que assim o ouvinte possa utilizar diferentes coberturas geográficas oferecidas pela estação. Disponível
em www.worlddab.org/faq.aspx . Acesso em abril de 2005.
19
Na Ásia, o sistema japonês ISDB-Tn (Services Digital Broadcasting Terrestre Narrowband) é desenvolvido pelo
Laboratório de Pesquisas Tecnológicas e Científicas da NHK e o Digital Broadcasting Experts Group (DiBeg), fundado
em 1997. Semelhante ao DAB, inclusive utilizando as mesmas freqüências out of band, o sistema deriva do ISBD-T Wide
Band para televisão, podendo um canal portar sinal de TV e rádio simultaneamente, com áudio de grande qualidade,
recepção móvel ou fixa, também permitindo transmissão de textos e imagens fixas.
IBOC - HD Radio
O High Definition Radio é o sistema proposto pelos EUA. Seu desenvolvimento
remota a década de 90 com os grupos USA Digital Radio e Lucent Digital Radio
trabalhando pela digitalização do AM e FM (sem necessitar de uma nova porção espectral
como o DAB) 20. Em 2000 os grupos uniram seus projetos em torno da empresa iBIQUITY
e o sistema iDAB ou IBOC (in Band On Channel) ou apenas High Definition Radio (HD
Radio). 21
Um diferencial é que o IBOC permite a transmissão simultânea, de uma mesma
emissora, do sinal analógico e digital, um sistema híbrido pensado em uma lenta e gradual
transição, utilizando a mesma infraestrutura da estação para prosseguir com sua difusão
analógica até o tempo adequado para a total digitalização. Tal recurso, no entanto, passa
por testes e ainda enfrenta problemas de compressão e interferência (DEL BIANCO, 2001,
p. 32). Os serviços adicionais digitais são chamados de datacasting. 22
Em agosto de 2004, entre as licenciadas para transmissão do HD Radio nos Estados
Unidos, estavam em atividade 111 estações. Os receptores disponíveis eram o HR100 da
Kenwood (radio tuner, custo entre 400 e 500 dólares) e o modelo CQ-CB9900U da
Panasonic, com custo em torno dos 1000 dólares 23.

DRM - Digital Radio Mondiale


Digital Radio Mondiale é o nome do consórcio formado por várias estações
internacionais de rádio e empresas de telecomunicações interessadas num sistema digital
que contemple as freqüências abaixo dos 30 MHz, envolvendo as Ondas Médias e o único
modelo que abrange as Ondas Longas e as Ondas Curtas, principal foco do grupo.
O primeiro encontro informal do grupo foi em setembro de 1996. Em 1997, o
Digital Memorandum of Broadcasting foi assinado pelo grupo em Guangzhou, China,

20
A USA Digital radio era formada pela CBS, Gannett Radio e Westinghouse. Outras empresas como Amati
Communications e AT&T também desenvolveram estudos no setor.
21
O termo In Band é atribuído justamente por serem utilizadas as mesmas bandas, as mesmas freqüências da radiodifusão
analógica, em contraste ao modelo out of band do DAB europeu. O IBOC já era estudado pelo USA Digital, enquanto a
Amati e AT&T desenvolviam o IBAC (In Band Adjacent Channel). (SHIELDS, 1995)
22
É considerada pela iBIQUITY a difusão multimídia, on demand, mediante uso da linguagem SMILe (Synchronized
Multimedia Integration Language). Para maiores informações consular http://www.w3.org/AudioVideo . Acesso em
dezembro de 2004.
23
Disponível em http://www.ibiquity.com/hdradio/hdradio_hdstations.htm . Acesso em dezembro de 2004.
dando início ao trabalho técnico de consolidação do sistema e padronizações, apresentadas
na União Internacional de Telecomunicações (UIT) em 2000 e aprovadas em 2003.
O DRM utiliza uma codificação de sinal semelhante ao DAB, trabalhando com
extensões HVXC, MP4CELP e MP4AAC (Advanced Áudio Encoding), quando a
qualidade do áudio, em ondas curtas, é considerada pelo consórcio próximo do FM
monofônico, sem distorções, desvanecimentos, interferências e estáticas, mesmo sob
severas condições de propagação. 24
Desde junho de 2003 existem emissões diárias no modelo proposto pela DRM.
Entre as emissoras envolvidas, a NHK, BBC, A Voz da Alemanha, Voz da Rússia, Radio
Nederland, Rádio Vaticano, Rádio França Internacional, Rádio Austrália, entre outras.
Porém os receptores, ainda em fase de testes, não estão amplamente disponíveis, em
discordância com o plano de metas do consórcio (timescale). As emissões são monitoradas
com receptores modificados e programas específicos de computador oferecidos no site da
DRM ainda dentro de uma dimensão experimental. 25 26
Devido a abrangência internacional das Ondas Curtas27, os recursos de texto e
múltiplos canais oferecem outras utilidades, como transmissões em diferentes idiomas em

24
Maiores informações em http://www.drm.org/system/technicalaspect.php (Acesso em agosto de 2005).
25
Quando monitorados por receptores analógicos convencionais, o som da estação emitindo digitalmente no padrão DRM
é semelhante a um ruído contínuo. Tais recepções foram gravadas pelo autor em 28 e 29 de julho de 2003 aos sinais da
Rádio Nederland Wereldomroep, emitidos na Ilha de Bonaire em 15525 kHz e Deutsche Welle, em Wertachtal
(Alemanha), em 3995 kHz. Radioamadores brasileiros têm captado e codificado livremente os sinais digitais DRM
oriundos da Europa e Antilhas Holandesas com receptores modificados, Software Defined Radio (SDR) e o programa
DreaM. Marcus Ramos desenvolveu em 21 de janeiro de 2005, monitoramento da DW e Radio Nederland em 3995, 5930
e 12000 kHz com receptor Mackay Marine 3026 adaptado, Magnetic Loop, Monopolo Vertical e Dream 1.1.7 cvs. Em 15
de fevereiro de 2005 a captação foi da Moi Kuweit em 11675 kHz. Roland M. Zumerley promoveu e, 06 de junho de 2004
a primeira emissão mundial com uma variação do modo DRM por intermédio do programa Ham Dream, como PY4ZBZ
com PY4BL em Belo Horizonte na banda dos 40 metros. Em 21 de junho de 2004 o contato foi transcontinental, com
HB9TLK em Zurich, Suíça, em 14225 kHz. Maiores informações em
http://paginas.terra.com.br/lazer/py4zbz/hamdream.htm e http://www.py.qsl.br (Acessos em maio de 2005).
26
No dia 17 de junho de 2005 o grupo de pesquisa em Comunicação e Tecnologias Digitais (COMTEC), relacionado com
a Faculdade de Comunicação Multimídia (FACOM) e Programa de Pós-Graduação da Universidade Metodista de São
Paulo, promoveu uma palestra sobre radiodifusão digital com o experimentador Marcus Ramos. Na ocasião foram
captados screens da emissão européia da Deutche Welle. Foram utilizados programas SDR, Dream, receptor experimental
desenvolvido por Marcus e antenas dipolos construídas pelos próprios alunos de graduação em Mídias Digitais em oficina
específica coordenada por este autor. Para maiores informações conferir http://www.comtec.pro.br/digi/digi.htm .
27
Para maiores informações consultar dissertação “Sintonizando o Mundo: Uma Descrição da Radiodifusão ao Exterior”
desenvolvida pelo autor.
diversos canais de áudio28. O sistema também pode ser particularmente útil em países
continentais com vários idiomas regionais, como a Índia, China e Rússia29.

Considerações
Fundamental salientar que os modelos digitais, embora tecnicamente concebidos,
são adaptados aos modelos administrativos, de organização espectral e política já
existentes. Há uma tradição empresarial, estatal e cultural anterior. A tecnologia mostra nos
modelos que há mais elementos a serem considerados por aqueles que irão implementar (ou
não) socialmente e economicamente tais avanços científicos30 31
. Nos países europeus há
uma tradição de emissoras públicas, com várias estações temáticas buscando redes
nacionais. O modelo DAB é totalmente adaptado a esse conceito, onde o compartilhamento
do mesmo transmissor em uma nova banda por várias estações não necessariamente
significa concorrência. Nos Estados Unidos, os anos de pesados investimentos na
radiodifusão convencional em AM e FM, num parque difusor extenso territorialmente e
disperso com várias estações (players), a digitalização seguiu um outro rumo, procurando
portar na mesma canalização original da difusão analógica os múltiplos serviços e a difusão
simultânea do sinal analógico e digital; movimentos de cautela e controlada mudança até a
completa digitalização. (PESSOA, 2003, p. 112)
O Brasil, desde 1998, recebeu demonstrações e palestras dos consórcios de difusão
terrestre. A Associação Brasileira de Rádio e TV (ABERT) criou o Grupo de Estudos de
Rádio Digital (GERD) especificamente para considerar qual seria o melhor modelo a ser
implementado no país, com a colaboração da Radiobrás e Universidade de Brasília. 32 33
DEL BIANCO considera que essa transformação equivale a mudanças balizares na
gerência do rádio, no Brasil atrelado a interesses políticos e religiosos que comprometem
28
O MPEG2, baseado nos princípios do MPEG1, já possibilita 5 canais de áudio, sendo considerado para a digitalização
da TV por MENDES e CARDOSO (p. 147) “como uma característica multilíngue, o que significa que um filme pode ser
transmitido com áudio em diferentes linguagens”.
29
SOOTHILL (1999, p. 39), a respeito do DAB, considera também a importância de tais recursos (multichannel radio,
multiple languages) para as audiências na Ásia e Oceania.
30
“Novas mídias não são adotadas largamente apenas pelos méritos tecnológicos. É necessária uma motivação social,
política e/ou econômica para a nova tecnologia ser desenvolvida”. (FIDLER, 1997, p. 29).
31
Para uma visão critica das telecomunicações consultar MATTELART, que questiona o controle dos dispositivos de
comunicação, a hegemonia das normas, sistemas e padronizações diante de objetivos econômicos conservadores.
32
RÁDIO & TV. Receptores já estão sendo comercializados nos Estados Unidos. Revista do Rádio & TV. N. 143, 2004.
p. 14.
33
Até a conclusão deste paper estavam previstas as primeiras emissões experimentais digitais no Brasil no modelo IBOC
em 26 de setembro de 2005 das estações Gaúcha e Itapema (Porto Alegre), CBN, Bandeirantes AM, Band News FM (São
Paulo) e Globo (Belo Horizonte).
mesmo a independência jornalística. Com a digitalização, mazelas e deficiências do modelo
brasileiro seriam expostas ou potencializadas. A oferta de novos serviços tende a uma
maior segmentação da programação e especialização. Neste sentido a digitalização reforça
teoricamente o princípio de veículos profissionalizados, independentes financeiramente e
jornalisticamente, com compromisso público. 34
A possibilidade de canais adicionais é importante nos grandes centros urbanos, onde
há espectro saturado. Com a digitalização, os canais analógicos se tornarão potenciais
difusores de serviços multimídia35. Mesmo as estações em Ondas Tropicais e Ondas Curtas,
onde a capacidade de transferência de dados é menor, a abrangência nacional ou mesmo
internacional, num mercado revigorado, constituirá um atrativo aos radiodifusores. A
concentração no acesso aos canais analógicos, exceto nova legislação seja implementada,
poderá ser agravada com a digitalização36. Nos Estados Unidos, a FCC estuda nova
regulamentação contemplando o chamado “segundo canal” e serviços adicionais do HD
Radio (HINCKLEY, 2004). Ainda, as pequenas emissoras no interior e comunitárias, com
número reduzido de funcionários, orçamentos e receitas limitadas, tende a uma
digitalização mais lenta, exceto programas de incentivo sejam desenvolvidos.
Emissoras estatais dos poderes executivo, legislativo e judiciário poderão
compartilhar o mesmo canal para diferentes coberturas jornalísticas, votações e debates. A
obrigatoriedade da Voz do Brasil e cadeias governamentais encontra sério desafio num
parque difusor multimídia, com várias linguagens, serviços e armazenamento de conteúdo
como um acessível viés alternativo à difusão palaciana. A educomunicação encontra
terreno fértil para recompor o “espaço produtor de sentidos” agora plurilingüístico, na
“superação da instrumentalidade tecnológica” em “benefício da compreensão acerca das
mediações”, a educação para a comunicação, media literacy. (Marisol MORENO in
SOARES, 2001, p. 38)

34
“Poucos são os verdadeiros proprietários de emissoras que vivem do negócio rádio. Estimativas do setor privado
apontam que 45% das emissoras pertencem a políticos, 25% a seitas evangélicas, 10% à Igreja Católica e os 20% de
emissoras comerciais são independentes. Portanto mais da metade das emissoras de rádio é comandada por políticos e
religiosos”. (DEL BIANCO, 2001. p. 38)
35
“A digitalização pode “multiplicar” a oferta de canais no mesmo espectro pelo analógico”. (NELSON, 2002)
36
O desequilíbrio no acesso de vários atores sociais e políticos às comunicações pode provocar um desequilíbrio
informativo. Dentro da Teoria dos Jogos, tal processo aumenta as possibilidades de informações assimétricas, ou a pouca
oferta de informações de fontes distintas. Um fundamento da democracia são as informações simétricas entre governos e
população (SCHUCH, 2003, p. 7).
Assim como na internet37, questões relativas aos direitos autorais foram levantadas
pela Recording Industry Association of America (RIAA). John THOMPSON considera a
capacidade de armazenar e preservar informações, bem um certo grau de reprodutibilidade
de seus conteúdos simbólicos, são atributos inerentes a próprio technical medium e formas
de exercício de poder (1996, p. 20-21). A possibilidade de gravação das músicas com alta
qualidade, em formato digital, levou a RIAA pedir aos consórcios de radiodifusão digital o
uso de recursos eletrônicos que proíbam tal processo (anti-copying chips), especialmente no
mercado estadunidense com receptores HD Radio (HINCKLEY, 2004).
A qualidade do áudio é um importante, senão o primeiro atrativo da difusão digital
aos consumidores dos novos receptores. No entanto a radiodifusão digital e mesmo a
contribuição da digitalização não é limitada a esta característica, mas sim a um conjunto de
recursos que, unido a uma necessária melhor qualidade de áudio, viabilizam o renovado
meio. 38
Mike CRONK considera que o rádio deverá: ser de fácil operação pelo ouvinte, ter
simples denominações para os diferentes ‘canais’, boa qualidade de áudio, o sinal deve
abranger uma larga área sem recepção prejudicada por obstáculos como montanhas e
edifícios, efeitos de desvanecimento e interferências minimizadas, receptores que não
devem custar mais do que os atuais equipamentos e deve trabalhar nas atuais alocações
espectrais (In GILL, 2001). BRODY (1991, p. 55) releva o lado comercial da questão: “o
consumidor não quer gastar muito dinheiro em algo ligeiramente melhor do que aquilo que
já possui, sobretudo se essa novidade for também menos prática”.
Há mesmo um tempo a ser considerado até que a tecnologia digital seja de fato
incorporada ao cotidiano do ouvinte. O preço proibitivo de muitos receptores e ainda
crescente mas incipiente número de estações com o novo serviço são empecilhos ao rápido
crescimento. Segundo CAIRNCROSS (2001, p. 38): “devido o preço da nova tecnologia,
muitas pessoas preferem esperar antes de comprar; e a tendência de consumo é

37
Foi com a internet que as webradios começaram a questionar as estruturas da linguagem radiofônica e a primazia do
rádio para portar voz (TRIGO-DE-SOUZA). Marco da questão foi a abandono por parte do Serviço Mundial da BCC de
suas transmissões em Ondas Curtas para a América do Norte, tendo como argumento a ampla difusão pela internet e por
emissoras afiliadas em FM local (hibridismo). As freqüências foram ocupadas pela Radio Nederland.
38
É marcante a pesquisa empreendida por David Macfarland junto a compradores de CDs. Ele concluiu que “boa
fidelidade, ausência de barulho e distorção não estavam no primeiro lugar entre os motivos que tornavam os CDs
importantes para estes consumidores. As pessoas demonstraram-se mais interessadas na habilidade de poder programar
trilhas selecionadas, no fato de ser menos provável que os discos fossem danificados... e da facilidade de armazenamento”
(BIERNATZKI, 1999, p. 49).
naturalmente percebida antes em países onde a as indústrias, comércio e tecnologia estão
em expansão”.
Tal momento de transição é estudado por Roger FIDLER como uma mídiamorfose.
Entre seus princípios são consideradas a coevolução e coexistência dos meios, num
complexo e abrangente sistema tecnológico e social adaptativo, auto-organizado. Assim
“novas mídias não surgem espontaneamente e independentemente, elas emergem
gradualmente da metamorfose da antiga mídia. Quando novas formas emergem, as formas
antigas tendem a se adaptar ao invés de serem extintas”. (FIDLER, 1997, p. 29)
Muitas das tendências e previsões atribuídas à tecnologia são projeções de mercado
inflacionadas das partes interessadas antes que análises científicas. BRODY (1991, p. 58,
59) e FIDLER (1997, p. 29) consideram que tecnologias realmente inovadoras em geral
levam de 10 a 30 anos para chegar a uma utilização bem difundida e num conceito bem
adotado (delayed adoption).

Conclusão
O rádio, afastado do processo de digitalização e convergência tecnológica,
encontrando na internet mais um recurso de comunicação, dividindo receitas,
definitivamente está passando por importantes modificações intrínsecas na sua forma de
difusão e recepção 39. As tentativas de compreensão desta nova fase levaram radiodifusores
estadunidenses a questões conceituais como “o que é o rádio” e expressões como
multimedia radio, radiocomputers e digital wireless broadcasters (SHIELDS). As novas
possibilidades tecnológicas diversificam os serviços oferecidos pelo rádio, o integra a
outras plataformas de comunicação, promovendo uma revitalização conceitual e uma nova
oportunidade conceitual do meio.40
No entanto as problemáticas do sistema de radiodifusão analógica como a demanda
não atendida por mais agentes e produtores de conteúdo no rádio, a necessidade de
profissionalismo, a sub-utilização do espectro eletromagnético, por outro lado a divisão do
mercado publicitário e a importante contribuição do próprio setor privado na evolução
39
Oldrich CIP comentou em 2001 que o potencial do rádio para “trocar e distribuir ricas fontes de informação através das
fronteiras no espírito de uma sociedade global de informação foi praticamente negligenciado pelas instituições
internacionais e intergovernamentais”.
40
Segundo Antony VINER (2000): “acreditamos que a conversão digital irá rejuvenescer o rádio e torná-lo mais atrativo
para os ouvintes e anunciantes. É uma oportunidade para o rádio se tornar um link para a supervia da informação,
distribuindo áudio e dados para receptores fixos e móveis”.
tecnológica são como componentes a serem melhor equacionados, sob pena do
conservadorismo apropriar conceitualmente e pragmaticamente dos novos recursos,
legitimamente também entendidos como novos produtos a serem consumidos pelos
ouvintes. A digitalização pode se transformar numa grande oportunidade de
experimentação de modalidades lingüísticas e artísticas do fazer rádio, o ressurgimento e
reinvenção do rádio, uma motivação pelo profissionalismo, bem como incluir novos atores
e democratizar o meio com parcerias e gestão de vários serviços em um mesmo canal. Por
outro lado, ao reproduzir as mazelas do atual sistema, com baixa participação popular e
fiscalização enquanto controle público do ambiente radiodifusor, corre-se o risco de agravar
os problemas e a tecnologia ser dissociada da ampliação da utilidade do rádio prevista por
BIERNATZKI. 41

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