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Maria de Lourdes de Moraes

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Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

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Maria de Lourdes de Moraes

Maria de Lourdes de Morais

Psico-Sócio-Terapia
e a Moeda Social

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Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

Capa
Carlos Moccagatta
(Imagem da primeira moeda cunhada,
datada do século VII a.C. na antiga Pérsia)

Coordenação
Cláudia Bernhardt de Souza Pacheco
Revisão
José Ortiz Camargo Neto
Orientador
Prof. Me. Ricardo Alves de Lima
Diagramação, Fotocomposição e
Tratamento das ilustrações
P. J. Cardoso
Fotolito, Impressão e Acabamento
Gráfica Energética Ltda.

Copyright © 2018 - Proton Editora e Tecnologia Ltda.


Todos os Direitos Reservados
ISBN - 978-85-7072-128-0
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Maria de Lourdes de Moraes

Maria de Lourdes de Morais

Psico-Sócio-Terapia
e a Moeda Social

1ª Edição 2018
São Paulo
Proton Editora

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Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

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Maria de Lourdes de Moraes

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todas as pessoas do


planeta que lutam pela justiça e verdade na
sociedade.

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Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

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Maria de Lourdes de Moraes

AGRADECIMENTOS

Aos psicanalistas Norberto Keppe e Cláudia Bernhardt


de Souza Pacheco, por toda a ajuda que fornecem a nós e à
humanidade, através da ciência trilógica que desenvolvem, a qual
possibilita lidar terapeuticamente com a sociedade, por meio da
conscientização, principalmente da inversão psicológica;
A José Ortiz Camargo Neto, companheiro de longa data,
pela consciência, incentivo e ajuda neste trabalho;
Aos meus amigos e amigas trilógicos, pelo apoio em muitos
países;
Aos professores Eunice Sousa Guimarães e Ricardo Alves
de Lima, pelo acompanhamento e orientação neste trabalho.
A meus pais, Manoel Tertuliano de Morais e Irinéia Maria
da Silva, que pela educação e exemplo ensinaram seus filhos a
ajudar as pessoas a sua volta, fazendo tudo que é possível para
diminuir os sofrimentos dos menos favorecidos;
E também a todas as pessoas, familiares ou não, que direta
ou indiretamente ajudaram a realizar este trabalho.

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Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

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Maria de Lourdes de Moraes

“A humanidade constitui uma grande


família, e ninguém conseguirá se sentir bem,
se enxergar seus parentes passando privação
na soleira de sua porta — porque ele próprio,
por força da injustiça social, poderá estar
na mesma situação amanhã.”

(KEPPE, Norberto, Trabalho & Capital,


São Paulo, Proton Editora, 1981, p. 31)

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Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

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Maria de Lourdes de Moraes

ÍNDICE

APRESENTAÇÃO ................................................. 15
RESUMO ................................................................ 17
INTRODUÇÃO ...................................................... 19

CAPITULO 1 – Moedas Sociais, Bancos Comunitários


e Redes de Trocas: A Economia
Alternativa Atual ........................... 23

1.1 O Que São Moedas Sociais ............................ 23


1.2 O Que são Bancos Comunitários ..................... 24
1.3 O Que São Redes (ou Feiras) de Trocas ......... 25
1.4 Histórico da Economia Alternativa no Mundo .. 26
1.4.1 Moeda Social: Experiências Pioneiras no
Séc. XX ................................................ 26
1.4.2 Redes (ou Feiras) de Trocas .................. 28
1.5 Histórico no Brasil ........................................... 30
1.6 Legislação e as Moedas Sociais ....................... 36

CAPÍTULO 2– Visão Histórica d os Sistemas


Econômicos Tradicionais à Luz
da Psico-Sócio-Patologia ............. 37
2.1 A Visão de Hubberman, Galbraith e Keppe ..... 37
2.2 O Capitalismo ................................................ 40
2.3 O Comunismo (Capitalismo de Estado) ........ 43
2.4 Problemas Econômicos Atuais ........................ 44

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Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

CAPÍTULO 3 – Correlação Entre a Patologia do


Setor Econômico e os Modelos de
Educação Atuais ........................... 45

CAPÍTULO 4 – Trino e Mercatrino: A Experiência


Trilógica em Cambuquira (MG) ..... 51

4.1 Histórico ......................................................... 51


4.2 Renascimento pelas Artes ............................... 52
4.3 O Trino ........................................................... 53
4.4 O Mercatrino .................................................. 54
4.5 Usuários do Trino (Entrevistas) ........................ 55
4.5.1 (C. F.) .................................................... 55
4.5.2 (R.S.) ...................................................... 56
4.5.3 (J.C.) ...................................................... 57

CONCLUSÃO ........................................................ 59
BIBLIOGRAFIA ...................................................... 63
ANEXOS ................................................................ 65
NOTAS ................................................................... 69
LEITURA SUGERIDA ........................................... 71

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Maria de Lourdes de Moraes

APRESENTAÇÃO

Maria de Lourdes Morais vem nos agraciar com esta obra


única e valiosíssima a respeito das moedas sociais. Assunto que é,
de um lado, o mais antigo na história da economia humana, vem
gradativamente retomando o seu espaço, tanto nas comunidades
sedentas de maior liberdade e autonomia, como nos centros
acadêmicos. Este é o caso da Faculdade Trilógica Keppe e
Pacheco, que conta com essa matéria nos seus cursos de Gra-
duação e Pós-graduação.
Maria de Lourdes vem se dedicando a esta pesquisa por
diversos anos, e seu percurso foi o mais completo e complexo
possível: iniciando sua experiência na cidade de Altinho, no inte-
rior de Pernambuco, prosseguiu com seu percurso de pesquisa-
dora persistente em São Paulo, Nova York, Londres, Paris e
Lisboa. Cambuquira foi o seu mais recente campo de experimen-
tação com a moeda social “Trino”, usada nos projetos sociais do
Instituto Keppe e Pacheco de Ciência e Tecnologia.
Desejo que Lourdinha, como é carinhosamente chamada
pelos seus colegas de trabalho, continue firme no seu caminho de
semeadora da esperança, justiça e prosperidade.

São Paulo, 27 de novembro de 2017.


Cláudia Bernhardt de Souza Pacheco.

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Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

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Maria de Lourdes de Moraes

RESUMO

Este trabalho constitui um estudo dos benefícios


socioeconômicos trazidos pelas moedas sociais, bancos
comunitários e redes de trocas, utilizando como método de análise
a ciência da psico-sócio-terapia keppeana. Analisa como o uso
dessas práticas alternativas têm contribuído para a diminuição da
desigualdade social e a propulsão do desenvolvimento econômico,
e como a moeda social constitui um meio legal, previsto na
Constituição Federal do Brasil de 1988, de promover a justiça
social, erradicar a pobreza e fomentar o desenvolvimento. Estuda
como as moedas sociais vêm sendo usadas junto com as redes de
trocas e os bancos comunitários (com o diferencial principal de
que estes não cobram juros e funcionam como apoio da
comunidade). Inclui-se neste estudo a análise de experiências
práticas da economia solidária ocorridas em Cambuquira (MG),
baseadas nas concepções trilógicas, sobretudo do empreende-
dorismo, que expandem a possibilidade de ampliar os benefícios
da economia alternativa para um alcance também psico-sócio-
terapêutico, através da conscientização pelo trabalho. Propõe-se
ainda ser um guia simples, destinado ao público em geral, mas que
possa ser usado especialmente pelos educadores, com sugestões
de atividades, como meio de estimular os alunos a estudarem,
discutirem e praticarem essas salutares iniciativas da economia
alternativa, no sentido de que se habilitem a ser empreendedores
independentes no futuro.

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Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

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Maria de Lourdes de Moraes

INTRODUÇÃO

O tema deste trabalho refere-se à análise do uso da moeda


social em inúmeros países, incluindo o Brasil, como instrumento
de diminuição da desigualdade social e propulsão do desenvolvi-
mento econômico das pessoas, famílias e coletividade, funcionando
uma parte delas com amparo de bancos comunitários, outra parte
sem bancos, em sistema de associações e clubes de trocas.
Para a consecução desta análise, utilizaram-se a pesquisa
de campo, a bibliográfica e em sites especializados, muitos dos
quais traziam valiosas entrevistas com pesquisadores interna-
cionais. Contribuiu a própria vivência internacional de trabalho e
de ensino da autora, empresária há 30 anos, nos Estados Unidos,
Europa e Brasil, vivendo e trabalhando como sócia no inovador
modelo de empresas e residências trilógicas, criado por Norberto
Keppe. Utilizou-se ainda, para a realização deste trabalho, de sua
experiência como professora de economia em cursos técnicos,
lecionando para jovens e adultos, em São Paulo – o que a levou a
propor que os educadores criem atividades pedagógicas (oficinas
de conscientização) que ajudem as crianças, jovens e mesmo
adultos a compreender a importância da economia solidária, do
empreendedorismo e da moeda social para a melhoria da qualidade
de vida da população.
A pesquisa divide-se em quatro capítulos, sendo o primeiro
uma síntese histórica da economia alternativa no Brasil e no mundo.

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Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

Neste capítulo apresenta-se o que são moedas sociais, bancos


comunitários e redes de trocas e traça-se um histórico da economia
alternativa no mundo, desde as iniciativas em Schwanenkirchen,
na região da Baviera, Alemanha, em 1930 e outra em 1932,
na cidade de Wörgl, na Áustria, até os dias atuais. O histórico
abrange as feiras de trocas, ou redes de trocas, ou ainda clubes de
trocas (denominações diferentes para o mesmo fenômeno), que
surgiram no Canadá nos anos 1980. O capítulo traz ainda uma
breve história da moeda social e bancos comunitários no Brasil,
desde seu início, com as moedas sociais Bônus, em São Paulo, e
Palmas, em Fortaleza, no ano de 1998, até os dias de hoje, quando
já existem mais de 100 moedas sociais circulando no país.
Finalmente, faz uma exposição da legislação atinente às moedas
sociais, aspectos legais e constitucionais, que asseguram o direito
ao uso desse instrumento de justiça social.
O capítulo 2 constitui uma análise da crise econômica pela
qual passamos na atualidade, estudando-se historicamente suas
causas à luz da ciência da psico-sócio-patologia. Analisam-se aqui
as duas principais doutrinas econômicas ortodoxas (capitalismo e
comunismo, com suas variantes), as quais, em que pesem alguns
elementos corretos que possam conter, demonstram ter falhado
fragorosamente no estabelecimento da paz e justiça econômico-
social no mundo.
No capítulo 3, faz-se uma correlação entre a patologia do
setor econômico e os modelos educacionais vigentes, identificando-
se que todos esses problemas da economia são mantidos e
agravados pelo tipo de educação existente na civilização atual (em
todos os países) a qual não é conscientizadora da psico-sócio-
patologia (portanto sendo alienante) nem é voltada para o
empreendedorismo e o uso honesto do dinheiro em prol da
comunidade. Contudo, mostra-se que, se a educação for
reformulada para se tornar conscientizadora, terapêutica e atraente,
resultados muito diferentes podem ser obtidos em toda a vida social,

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Maria de Lourdes de Moraes

incluindo o modo de trabalho e o uso do dinheiro, pois o povo


constitui a maior riqueza de qualquer nação, e é nele que se deve
concentrar o maior investimento de qualquer país.
No quarto e último capítulo, aborda-se a experiência da
moeda social trilógica em Cambuquira (MG), dentro de um projeto
mais amplo da Associação STOP a Destruição do Mundo,
fundada por Norberto Keppe e Cláudia B.S. Pacheco, de
recuperar a cidade e a região através do trabalho e das artes. O
intuito é que os resultados práticos nesta cidade possam ser “expor-
tados” para outros municípios em igual processo de dificuldades.
Finalmente alinhamos algumas sugestões aos professores
do ensino fundamental, médio e universitário, no sentido de que o
estudo das moedas sociais, bancos comunitários, redes de trocas
e a ciência da psico-sócio-patologia façam parte do currículo
estudantil desde a infância, abrangendo ainda um incentivo ao
empreendedorismo, como único modo de despertar a verdadeira
cidadania e alcançar o progresso e bem-estar social.

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Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

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Maria de Lourdes de Moraes

CAPÍTULO 1
Moedas Sociais, Bancos Comunitários e Redes
de Trocas: Histórico da Economia Alternativa
(Não Ortodoxa) Atual

1.1 O Que São Moedas Sociais

Entre as muitas definições de moeda social, uma em especial


elucida com muita clareza seu significado e sua finalidade.Trata-
se da conceituação apresentada pela dra. Marusa Freire,
Coordenadora-Geral do Centro de Estudos Jurídicos da
Procuradoria-Geral do Banco Central, durante o VI Seminário
Nacional de Microfinanças em Porto Alegre, 15 de junho de 2007:
“Moedas Sociais são sistemas criados e adminis-
trados por grupos sociais, para viabilizar a
realização de pagamentos, trocas ou transmissão
de obrigações entre os membros de uma deter-
minada comunidade (Lei 10.214/01) (...) Um
sistema de moeda social é uma convenção
(contrato) entre os membros de uma comunidade
para utilizarem, como meio de troca, algo que
não seja a moeda nacional, com o propósito de
viabilizar o acesso a bens e serviços que seriam
inacessíveis sem o seu uso. Não têm curso for-

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Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

çado, nem poder liberatório assegurado por lei.


Ninguém está obrigado a aceitar uma moeda
social ou a participar de um sistema de moedas
sociais. São personalizadas (ou customizadas),
sistemas estruturados juridicamente conforme os
propósitos que os participantes do grupo social
pretendem alcançar. A moeda social tem como
base o primado do trabalho e como objetivo o
bem-estar e a justiça sociais (Ordem Social –
art.193, CRFB).” (1)

Dra. Marusa esclarece que é uma nova maneira de


promover a integração das pessoas ao mercado de trabalho (art.
203, CRFB), que busca a valorização do ser humano como sujeito
e finalidade da atividade econômica, obedecendo a princípios da
justiça social, solidariedade, cooperação, autogestão, cuidados
com o meio ambiente e responsabilidade com as gerações futuras,
entre outros. (2)

1.2 O que são Bancos Comunitários

Para quem estuda este assunto é preciso esclarecer que os


chamados bancos comunitários são diferentes dos tradicionais,
tendo uma estrutura de funcionamento diversa.
Ao contrário dos bancos tradicionais, que utilizam
o mecanismo “dinheiro fazendo dinheiro”, através dos juros e
especulação, os bancos comunitários não cobram juros e têm
a finalidade de facilitar e gerir o uso das moedas sociais.
Os bancos comunitários também poderiam ser chamados
de bancos sociais, pois trabalham com a moeda alternativa.

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Maria de Lourdes de Moraes

Assim, bancos comunitários são serviços financeiros de


natureza associativa e comunitária, voltados para reorganizar
economias locais, com base nos princípios da economia solidária.
Seus objetivos, conforme explicação do Banco Palmas (o
primeiro banco comunitário do Brasil) são promover o desenvolvi-
mento de territórios de baixa renda, através do fomento à criação
de redes locais de produção e consumo, auxiliando empreendi-
mentos sócio-produtivos, de prestação de serviços, de comerciali-
zação (bodegas, mercadinhos, lojas e feiras solidárias e organiza-
ções de consumidores e produtores). Para implantar um banco
como esse, é preciso que a implantação seja gerenciada por uma
organização da sociedade civil comunitária. Ex.: OSCIP, sindicatos
dos trabalhadores rurais e também outras categorias. (3)

1.3 O que são Redes (ou Feiras) de Trocas

São associações de pelo menos dez pessoas, que levam


periodicamente a um local combinado bens e serviços para
trocarem entre si, como alimentos caseiros, roupas, livros, objetos
usados; alguns oferecem serviços como aulas de idiomas, de violão,
corte de cabelo, manicure, limpeza ou pintura de casas, cuidar de
animais ou fazer compras. Os bens são oferecidos entre os
associados da maneira que melhor lhes aprouver dentro do espaço
do clube, podendo ser usadas, por exemplo, barraquinhas. Para
facilitar as trocas, equilibrando os valores, pode ser utilizada uma
moeda social específica, e até o serviço de um banco comunitário.
Obs.: Essas feiras podem ser feitas pela internet, sem necessidade
de um local físico específico.

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Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

1.4 Moeda Social e Rede de Trocas: Experiências Pionei-


ras no Séc. XX

1.4.1 Moedas Sociais

Os problemas econômicos trazidos pela crise de 1929,


agravados pelas destruições ocasionadas pela 1ª Guerra Mundial,
motivaram a busca de soluções não ortodoxas para a economia,
pontificando, entre elas, a utilização de moedas sociais. Uma das
iniciativas pioneiras no início do século 20 ocorreu no ano de 1930,
em Schwanenkirchen, na região da Baviera, Alemanha, e outra
em 1932, na cidade de Wörgl, na Áustria. De acordo com Fábio
Búrigo:
“Apesar da imposição das moedas nacionais ter
sido uma das estratégias mais evidentes do sis-
tema capitalista ao longo dos últimos três sécu-
los, alguns exemplos de moedas alternativas
foram registrados.(...) Em 1930, em Schwanen-
kirchen, um proprietário de uma mina de carvão
endividado propôs pagar seus empregados com
um bônus chamado “Wara”.(...) Os comerciantes
acabaram aceitando tais bônus dos trabalha-
dores, devido à carência de marcos (…) na
cidade. Com os bônus nas mãos, os comerciantes
começaram a convencer seus fornecedores a
aceitá-los, fazendo crescer rapidamente o espaço
de circulação do Wara. Em 1931, quando cerca
de 2000 empresas já particiavam do circuito, o
Banco Central alemão interditou o sistema,
alegando o seu monopólio da emissão de
moeda.” (4)

Ou seja, essa excelente iniciativa foi extinta pelo poder


econômico, através dos detentores da moeda oficial.

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Maria de Lourdes de Moraes

Discursando no Senado sobre o Wära e a necessidade da


moeda social para erradicação da miséria, assim se pronunciou o
senador Eduardo Matarazzo Suplicy:
“Não gerava juros e era uma moeda local,
portanto, uma medição de escambo, lastreado
pelo carvão.
Os operários refizeram sua vida, construíram
estradas, pontes, ruas durante o tempo em que o
Wära existiu, saindo, assim, da miséria. Quando
o Banco Central da Alemanha soube da moeda,
que já tinha sido copiada em 2000 comunidades,
entrou em pânico e colocou-a na ilegalidade. A
miséria voltou imediata-mente.” (5)

Em seu trabalho, Búrigo narra uma experiência semelhante


ao Wära, que ocorreu em 1932, na Áustria, onde o prefeito da
comunidade de Wörgl (4.300 habitantes), enfrentando uma taxa
de desemprego de 35%, resolveu imprimir bilhetes bancários
especiais:
“Dois anos mais tarde, Wörgl era a primeira vila
austríaca a reencontrar o pleno emprego. Com
o uso dos bilhetes, a Prefeitura viabilizou a
realização de diversos trabalhos de infra-
estrutura na cidade (serviços de água, estradas,
reflorescimento...). (...) os bilhetes circulavam
cerca de quarenta vezes mais rápido que a moeda
oficial, em virtude da taxa de juros negativa.
Com isso, mais de duzentas comunidades
vizinhas resolveram seguir o exemplo de Wörgl.
Quando a experiência estava virando um
centro de referência para os economistas, o
Banco Central austríaco resolveu interditar o
sistema.” (6)

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Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

Acrescenta o estudioso que, no ano de 1933, o relato da experiên-


cia de Wörgl, efetuado por um professor da Universidade Yale
(Irving Fischer), impressionou cerca de 400 vilas norte-americanas,
que resolverem criar suas “moedas de emergência”, como forma
de combater a recessão econômica.
“A ideia desencadeou um movimento em defesa
da expansão desse tipo de moeda para todo o
território dos Estados Unidos, envolvendo,
inclusive, parlamentares e técnicos do governo.
No entanto, as moedas livres foram abandona-
das, não por serem inviáveis tecnicamente, mas
por pressupor uma forte política de descen-
tralização e enfraquecimento do poder federal,
o que entraria em choque com os novos ideais
de centralizar e controlar a economia, trazidos
por Roosevelt através do New Deal (Lietaer,
2000).” (7)

Moeda social da experiência de Wörgl. - Áustria8

1.4.2 Redes (ou Feiras) de Trocas

As feiras de trocas, ou redes de trocas, ou ainda clubes de


trocas (nomes diferentes do mesmo fenômeno) surgiram no Canadá
nos anos 1980, tentando: 1) proporcionar uma economia solidária,

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Maria de Lourdes de Moraes

substituindo o lucro, a acumulação e a competição pela


solidariedade e pela cooperação; 2) valorizar o trabalho, o saber
e a criatividade humana e não o capital e sua propriedade; 3) buscar
um intercâmbio respeitoso com a natureza (conforme artigo de
Mariana Lacerda, Priscilla Santos e Yuri Vasconcelos, para a revista
Vida Simples). Tendo como fonte Felipe Bannitz, coordenador
técnico da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares
da Fundação Getúlio Vargas, no texto intitulado “Como
organizar uma feira de trocas solidárias”(9), indicaram alguns
passos para formar essas feiras:
1. Reunir ao menos dez participantes que possam levar bens
e/ou serviços para trocar;
2. Definir a data, a periodicidade e o local da feira de trocas;
3. Criar uma moeda social, para facilitar as trocas, com nome
e identidade visual próprios, que não tem valor fora da
feira. Imprimir cerca de 50 unidades por pessoa;
4. Organizar um banco dos associados, que compra com a
moeda social uma cota dos produtos ou serviços durante
a feira. Essa é a forma de colocar as moedas em circula-
ção para a feira começar. Por isso, as pessoas devem se
dirigir ao banco logo na chegada (os produtos ou serviços
adquiridos pelo banco, por sua vez, podem ser revendi-
dos na própria feira ou vendidos fora dela, e os recursos
obtidos, usados na organização do próprio evento);
5. Definir o valor dos produtos ou serviços levados para
trocar. Cada feira cria seu próprio parâmetro de valores
em moedas sociais;
6. Levar também materiais recicláveis para vender ou doar
ao banco. No primeiro caso, o banco vende os resíduos
à indústria da reciclagem. No segundo, ele os doa para
cooperativas de catadores;

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Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

7. Guardar no banco as moedas sociais que sobrarem. Você


irá recebê-las de volta na edição seguinte da feira.
Nota-se, nesta explanação, uma diferença (no item 4) em
relação ao modo de uso da moeda social, numa perspectiva da
ciência de Keppe. Na forma acima, a pessoa tem acesso à moeda
social através da compra, pelo banco, de parte de sua mercadoria.
Na visão trilógica, o recebimento de moedas sociais deve ser feito
principalmente em recompensa a trabalhos prestados à comuni-
dade; assim, para ter as moedas e poder efetuar as compras, a
pessoa associada do clube de trocas precisaria antes prestar algum
trabalho comunitário, ou aos demais. Este modo valoriza o traba-
lho, pondo-o como início de tudo. Embora possa haver também a
troca proposta no sistema canadense.

1.5 Histórico no Brasil

A primeira moeda social criada no Brasil chamou-se


Palma, e surgiu em Fortaleza, Ceará.

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Maria de Lourdes de Moraes

Essa moeda surgiu em Palmeiras, um bairro pobre de


Fortaleza com uma história singular (10). Seus 30 mil habitantes
foram desalojados à força de onde estavam (perto da praia) e
empurrados para um local distante e deserto. Da necessidade em
que passaram a viver, surgiu a criatividade para contornar a situação.
Eles estavam morando bem perto da praia, mas a Prefeitura
resolveu fazer na região uma zona fototurística. Pressionados pela
especulação imobiliária, os moradores foram desalojados pela
municipalidade para um terreno baldio na periferia da cidade,
situado a mais de vinte quilômetros do mar!
O bairro foi nomeado Conjunto Palmeiras, conquanto não
se avistasse nenhuma palmeira. O terreno foi loteado e cada
morador recebeu um pedacinho de terra. E isso foi tudo.
Não havia estradas, ruas, eletricidade, nem esgoto.
Os moradores organizaram então uma associação para
melhorar as condições de vida do bairro, a qual coletou dinheiro e
alugou uma escavadora, iniciando obras de coleta e tratamento
de esgoto.
A associação chama-se ASMOCONP (Associação dos
Moradores do Conjunto Palmeiras) e criou um banco comunitário,
com uma moeda de circulação local. O negócio deu certo, e
atualmente a ASMOCONP tem um edifício próprio no centro do
bairro que funciona como ponto de encontro dos moradores.
O edifício da ASMOCONP é usado para iniciativas que
visam melhorar o bairro. Uma delas é abrigar o Banco Palmas,
onde foi implantado o crédito mútuo, o qual através de subsídios,
garante a implantação de microcrédito, inclusive via cartão.
É Joaquim Melo, coordenador do Banco Palmas, quem
explica a iniciativa:
“O Banco Palmas (1998), primeiro banco comunitário
do Brasil criado no Conjunto Palmeiras, um bairro popular

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Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

da periferia de Fortaleza, idealizou a moeda Palmas, à qual


denominamos moeda social local circulante.
“Como o próprio nome expressa, essa moeda social,
de circulação restrita ao bairro (e lastreada em Reais), tem
como único objetivo o desenvolvimento socioeconômico da
comunidade, uma vez que serve para estimular o consumo
nos empreendimentos locais.
“Seu ‘dono’ é a própria comunidade, representada
por um banco comunitário, administrado por uma entidade
(…) associativa e comunitária, que vem identificada na própria
moeda, com nome, endereço e telefone.
“Ao mesmo tempo, Palmas não reivindica ser uma
‘segunda moeda’, pois, para isso, teria que reconhecer que
existiria uma primeira com sua semelhança. O Brasil não
precisa de uma outra moeda. A que nós temos (os Reais) já
nos basta. Ela cumpre bem o papel para a qual foi criada
(comprar, poupar, acumular, aplicar, especular…).
“As moedas sociais circulantes dos bancos comunitários
não têm esses propósitos, não objetivam lucro, nem se conside-
ram uma moeda paralela. Elas são um ativo de caráter
econômico e pedagógico, que traz em si os valores de uma
outra economia (a economia solidária) e buscam, através dos
laços de cooperação entre os moradores, ajudar na criação
de redes locais, onde todos na comunidade ganham quando
produzem e consomem uns dos outros”. (11)
Os próprios moradores do bairro, na maioria jovens entu-
siasmados, cuidam dos serviços bancários. Estes ainda contam
com a ajuda de algumas pessoas, que não pertencem ao bairro
mas que são muito motivadas
Com o banco comunitário e a moeda social, foram criados
vários empreendimentos populares, como o Palma Fashion, pen-
sado para ajudar mulheres que vivem excluídas da sociedade.

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Maria de Lourdes de Moraes

No ateliê, elas recebem uma nova chance. O Palma Fashion é


um sucesso. As roupas que elas fazem são vendidas antes de
estarem prontas. Vários jovens desempregados também receberam
ajuda para montar uma empresa de material de limpeza:
o Palmalimpe.
Vários proprietários locais, com a ajuda do microcrédito,
firmaram-se no mercado. Ex.: o salão do bairro, em um ano passou
de um a três funcionários (300% de crescimento) e estava se
mudando para um local maior.
Em vários outros negócios do bairro pode-se pagar com o
PalmaCard, ou a moeda social Palmas, e há muito verde, também
dentro das casas.
Lá os moradores têm uma chance de produzir para seu
próprio consumo na forma de jardins comunitários, o que dá uma
visão totalmente diferente do bairro e dos próprios moradores.
Atrás do Banco Palmas há um Laboratório de Agricul-
tura Urbana, onde se observa quais plantas podem prosperar no
solo do bairro ou ser cultivadas ao redor das casas. Encontram-se
à disposição dos moradores sementes e mudas prontas a serem
cultivadas.
A partir de 2005, a iniciativa foi difundida a outros
municípios, e em 2009 já havia 40 bancos desse tipo no Brasil;
atualmente, difundiram-se também para a região sudeste, Minas e
São Paulo, havendo por volta de 100 bancos comunitários no
território nacional.” (12)
Nas páginas a seguir estão algumas das moedas sociais
surgidas no país:

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Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

Moeda Social do Jardim Filhos da Terra, Zona Norte da Capital Paulista

Moeda Social do bairro Jardim Donário Zona Oeste da Capital Paulista

Moeda Social do município Silva Jardim Rio de Janeiro

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Maria de Lourdes de Moraes

Moeda Social da Comunidade de Pajuçara Ceará

Moeda Social da Comunidade de São João do Arraial, Piauí

Pujantes em todo o Brasil, os Bancos Comunitários, com


suas moedas sociais, propiciaram a inclusão financeira e bancária
de dezenas de comunidades, assentamentos rurais, núcleos
quilombolas, agrupamentos de pescadores e indígenas etc.,
beneficiando, de imediato, cerca de 100 mil trabalhadores – sendo
atualmente mais de dois milhões. Esses bancos fizeram parcerias
com a Secretaria de Economia Solidária, Banco do Brasil,
Petrobrás, universidades, prefeituras e governos estaduais. Em
2008, o governo do Ceará aprovou o Projeto Bancos Comuni-
tários, surgindo a implantação de mais 10 bancos em municípios
com baixos índices de desenvolvimento econômico e social.
Na oportunidade, 25 bancos comunitários do Ceará beneficiaram
60 mil trabalhadores rurais e urbanos. O Instituto Palmas é Gestor

35
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

da Rede dos Bancos Brasileiros, para implantação de Bancos


Comunitários, fornecendo know-how, dando apoio e regulando a
criação de Bancos Comunitários. (13)

1.6 Legislação e Moedas Sociais

Inúmeras leis incentivam e protegem a criação de moedas


sociais. Coloca-se neste trabalho a referência à Carta Magna, uma
vez que estabelece, em seu artigo 3º: “Constituem objetivos
fundamentais da República Federativa do Brasil: Erradicar a
pobreza e a marginalização, Reduzir as desigualdades sociais
e regionais”; e, em seu artigo 23º: “É competência comum da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios:
Combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização,
promovendo a integração social dos setores desfavorecidos”.
Também a Lei 4595 – Cap. II – do CMN estabelece, em
seu artigo 3º: “A política do Conselho Monetário Nacional
objetivará: Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais
necessidades da economia nacional e seu processo de
desenvolvimento; Orientar a aplicação dos recursos das
instituições financeiras, quer públicas, quer privadas, tendo
em vista propiciar nas diferentes regiões do país condições
favoráveis ao desenvolvimento harmônico da economia
nacional”.

36
Maria de Lourdes de Moraes

CAPÍTULO 2
Visão Histórica dos Sistemas Econômicos
Tradicionais à Luz da Psico-Sócio-Patologia

2.1 A Visão de Hubberman, Galbraith e Keppe

A humanidade, desde tempos imemoriais, sofre de


problemas econômicos, lutas de classes e entre povos, guerras e
violência para dominação de uns sobre outros, a tal ponto que
levou Leo Hubbermann a escrever um livro denominado História
da Riqueza do Homem, conhecido nos meios especializados como
História da Vergonha do Homem, descrevendo o percurso
fraudulento e violento da economia, da Idade Média até a Segunda
Guerra Mundial. (14)
John Kennet Galbraith discorreu de modo semelhante
sobre esse assunto; em seu livro A Era da Incerteza, na página 1
escreveu:
“Em assuntos econômicos as decisões não são
influenciadas somente por ideias e interesses escusos; ficarão
sujeitas também à tirania das circunstâncias”. Na página 2:
“Seria melhor não fecharmos os nossos olhos demais diante
da ideia dos interesses escusos; as pessoas têm uma tendência
pertinaz de proteger seus bens, de justificar o que desejam
possuir”. (apud KEPPE, 1989, p. 67).

37
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

Sobre a obra deste autor, Keppe afirma : “Os que leram


seu livro podem se lembrar que é a descrição da rapinagem
que o homem empreendeu através dos tempos, e que nos trouxe
para esta situação incerta” (KEPPE, 1989, p. 67).
Os mesmos problemas econômicos, não resolvidos ou
agra-vados, atravessaram os tempos, ao sabor da patologia
humana do poder; e os princípios certos do passado – assim como
os errados – continuam a ser corretos ou errôneos até hoje,
pois a verdade é uma só em qualquer época ou lugar; e a evolução
vem pela consciência do que é incorreto para que prevaleça o
que é autêntico:
“A chamada ciência econômica foi colocada no
papel mais a partir de Adam Smith, com o seu
livro A Riqueza das Nações – mas, em si, ela já
existia desde a Antiguidade. Estou dizendo que
não é um fato novo na História da Humanidade.
Sendo assim, as idéias econômicas que vigora-
vam na Idade Média e Antiga, não podem ser
consideradas totalmente ineptas; por exemplo,
a questão de usura que sempre foi condenada, e
Jeremy Benthan escreveu todo um livro incenti-
vando-a – aliás, o seu próprio nome diz tudo:
Defesa da Usura. Ele é de opinião de que cada
ser humano é o melhor juiz de seus lucros e bom
por natureza, devendo ser deixado à vontade
(Mack, M. P.: Jererny Benthan: An Odissey of
Ideas). Vemos de imediato como ele estava
completamente fora da realidade, não conside-
rando toda a problemática humana: inveja, ódio
e preguiça. Nesse sentido foi um correto seguidor
de Adam Smith” (KEPPE, 1983, p. 65).

A situação atual de penúria foi também descrita no


livro Trabalho & Capital:

38
Maria de Lourdes de Moraes

“Quando se vê 1/3 da humanidade usufruindo


de todos os seus bens, três problemas aparecem:
1) 2/3 dos seres humanos foram privados dos
elementos básicos para a existência; 2) essa
privação não foi realizada pelo 1/3, mas por
aqueles que tomaram o poder econômico-social;
“3) de uma certa maneira,todos estão sendo
impedidos de se desenvolver, devido ao controle
absoluto que é exercido sobre as riquezas, não
só econômicas, mas científicas, espirituais,
educacionais e artísticas. Uma economia não
pode ser boa, se existem milhões de pobres e
famintos no país; afinal de contas, a humanidade
constitui uma grande família, e ninguém conse-
guirá se sentir bem, se enxergar seus parentes
passando privação na soleira de sua porta –
porque ele próprio, por força da injustiça social,
poderá estar na mesma situação amanhã. (...)
A humanidade, como sabemos, é paupérrima; e
o pouco de riqueza que existe foi canalizado
para as mãos de alguns que fazem de tudo para
evitar que ela se expanda e beneficie a todos –
porque a estrutura econômica não foi organi-
zada para o povo, mas para as mãos de poucos”
(KEPPE, 1989, p. 31).

Aliás, este autor previu, em 1989, com notável exatidão, o


que iria acontecer (e de fato aconteceu em 2012) aos Estados
Unidos:
“O país perdeu a antiga produtividade, ou me-
lhor, parou de trabalhar. De modo que, não
produzindo mais riqueza, está consumindo todos
os bens que formou no passado – à semelhança
das famílias nobres na Europa. Pois bem, os
povos que ainda produzem (europeu, latino-

39
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

americano e asiático) terão possibilidade de sair


bem dessa crise, enquanto que o norte-ameri-
cano passará por uma duríssima experiência, até
que retorne à antiga atividade que o tornou tão
conhecido. O leitor poderá notar que o mundo é
sempre o mesmo, e uma lei que funcione hoje em
dia é semelhante a outra que havia há 1 mil,
2 mil anos, ou mais tempo no passado” (KEPPE,
1989, p. 66).

2.2 O Capitalismo

Sabe-se que Adam Smith (1723-1890) foi o pai do


capitalismo, cometendo erros fundamentais, que se refletiram em
inúmeras injustiças e dificuldades econômico-sociais, culminando
com a crise econômico-financeira mundial dos dias de hoje (2013),
provenientes da evolução do sistema capitalista para o neo-
capitalismo de Keynes, e as ideias de Milton Friedman
(especulação).
Segundo Keppe, Smith acreditou que a verdadeira riqueza
residia no valor do uso, colocando seu fundamento no consumo
(Crospey, J.: Polity and Economy: An lnterpretation of The
Principies of Adam Smith):
“Provavelmente, este foi o seu erro principal pois
ao colocar a riqueza no denominado valor
(mone-tário), per capita, Smith destruiu o valor
do trabalho, em si (...) Atualmente, vemos como
tal tese é errônea, porque difunde o uso de um
número muito grande de objetos inteiramente
desnecessários para a vida e uma quantidade
excessiva de elementos necessá-rios (vários
carros, alimentação exorbitante, roupas,

40
Maria de Lourdes de Moraes

cosméticos). (...) o capitalismo tem colocado toda


a sua esperança no aumento da produtividade,
como se a humanidade fosse uma consumidora
infinita – realçando sua idéia teomânica . De
outro lado, estamos sendo privados das melhores
coisas (técnicas e descobertas de alto nível) por
não serem de grande consumo – estamos dentro
de uma filosofia de vida mediocrizadora. (…)
Outra observação importante foi a valorização
que ele deu ao trabalho, mas em função do
ganho, subordinando o ser humano ao elemento
material – daí, a famosa frase: exploração do
homem pelo homem” (KEPPE, 1983, p. 218).

Adam Smith defendeu que ninguém melhor do que a própria


pessoa para cuidar de si mesma, e que a luta pelos interesses indivi-
duais levava benefício a todos (sua idéia da mão invisível). Esta
ideia, segundo Keppe, é errônea, pois quem sabe ganhar, ganha
para si mesmo, e ainda tirando dos outros.
Esse problema, segundo o autor de Trabalho & Capital,
ocorre por causa da psicopatologia que leva o indivíduo ganancioso
a ganhar só para si, à custa da exploração dos outros, geralmente
nada fazendo para ajudar seu semelhante, e sim para prejudicá-lo:
“Adam Smith, em seu livro Wealth of Nations
(Riqueza das Nações), vol. 1, pág. 123, diz o
seguinte: ´A propriedade que todo homem tem de
seu próprio trabalho, constituindo a base original de
todas as outras propriedades, é a mais sagrada e
inviolável. O patrimônio do pobre está na força e
destreza de suas mãos; e impedi-lo de empregar essa
força e destreza é uma violação evidente do mais
sagrado direito. O julgamento de sua capacidade de
ser empregado deve ficar a cargo dos empre-
gadores.´ Notem a extrema malícia e sutileza de

41
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

Smith ao se referir ao direito do rico em ter


propriedades, do pobre em trabalhar, e do
julgamento que os empregadores teriam o direito
de fazer. Exatamente é esse o ‘espírito’ que domi-
na até hoje a nossa sociedade capitalista,
socialista e a marxista” (KEPPE, 1987, p.135).

Assim sendo, segundo Keppe:


“As leis econômico-sociais não foram organi-
zadas para defender o povo, mas para os que o
exploram; somente uma pessoa muito esperta tem
argumentos para se defender de qualquer acusa-
ção. Thorstein Bunde Veblen (1857-1929) pode-
rá ser reconhecido agora, quando afirmou que:
O pirata do século XVI transformou-se no homem
de negócios do capitalismo moderno, e o barão
que roubava na Idade Média assumiu as feições
de um respeitável magnata financeiro (Dowd. D.:
Thorstein Veblen)” (KEPPE, 1989, p. 38).

Existe uma enorme confusão entre liberdade democrática


(que impulsiona o progresso) e liberdade para ganhar ilimitada-
mente, do sistema econômico capitalista; a moeda é usada como
um mecanismo de poder que, através do sadismo, mantém o
domínio sobre a maior parte das pessoas, sugando-as por meio
dos juros e empobrecendo-as sobremaneira:
“Os capitalistas costumam dizer que é o tipo de
sistema econômico que induz as pessoas a
produzirem mais; pelo contrário, é devido ao
regime democrático, que permite a existência da
liberdade, a causa de tal esforço; aliás, o capi-
talismo (individual, ou de Estado: socialismo)
constitui um empecilho para o desenvolvimento
econômico. Não preciso repetir que ele

42
Maria de Lourdes de Moraes

(o capitalismo) impede o crescimento da econo-


mia do povo, canalizando-a para as mãos de
somente alguns. O capital, em si, não é o
problema, desde que pertencesse a todos, e
houvesse uma lei justa – o grande mal moderno
está na canalização das riquezas para o bolso
de pouquíssimas pessoas” (KEPPE, 1989, p. 30).

2.3 O Comunismo (Capitalismo de Estado)

Keppe explica que, assim como o capitalismo valorizou o


dinheiro em detrimento do trabalho, o mesmo fenômeno ocorreu
com seu aparente antípoda, o comunismo, cujo livro-mestre chama-
se significativamente O Capital:
“Se Karl Marx (assim como Freud) foi tão bem
aceito por grande parte da humanidade, é
porque descobriu algo de enorme importância –
e eu pessoalmente acredito que seja no mal que
o sistema (ou os sistemas) capitalista vem causan-
do para todas as nações e pessoas; por esta
razão, ele viu a sociedade como sendo o local
de alienação para o ser humano – o que não
deixa de ser uma grande verdade também. No
entanto, Marx criou um novo tipo de capitalismo
de Estado, que se tornou pior ainda do que o
capitalismo tradicional. Acredito que é funda-
mental perceber o que um gênio realiza de certo
e de errado; neste caso, não podemos virar as
costas a sua incrível percepção de que a
organização econômica era nefasta para o ser
humano – e que temos agora de encontrar um
novo caminho para solucionar o problema”
(KEPPE, 1989, p. 30)

43
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

2.4 Problemas Econômicos Atuais

Um dos maiores problemas econômico-sociais da civili-


zação atual, de acordo com Keppe, seja nas sociedades capita-
listas, socialistas ou ex-marxistas, é o uso errôneo do dinheiro:
“Todas as pessoas têm a ideia de que a riqueza
está no dinheiro, que foi incentivada pelos
economistas capitalistas ou marxistas. Pela
Trilogia Analítica, temos demonstrado que o
dinheiro tem brecado o desenvolvimento da
humanidade, devido ao modo como ele está
sendo usado. E não só está atrapalhando, mas
ocasionando guerras entre os países, e atritos
entre os homens – porque o verdadeiro valor, que
é a ação, o trabalho, foi colocado em posição
secundária – como se o mais importante de uma
árvore fossem os seus galhos, e não o tronco e
as raízes” (KEPPE, 1987, p. 97).

Como se vê, não basta a criação de uma moeda social.


Numa visão keppeana, sua aquisição primária e uso deve estar
condicionada a um trabalho em benefício da comunidade –
estimulando, desse modo, o bem-estar geral, como é apresentado
no capítulo III. Ou então, a pessoa pode adquirir um empréstimo
da moeda social com fins de empreendedorismo na localidade,
para abrir uma empresa individual, familiar ou cooperada (trilógica),
não pagando juros sobre o empréstimo, somente uma taxa de
serviço ao banco comunitário. Se não for feito desse modo,
incorrer-se-á nos mesmos erros do sistema econômico atual, como
afirma Keppe no livro acima citado, p 97: “O Sistema Financeiro
não foi criado para benefício das nações e povos, mas para o
enriquecimento dos banqueiros e especuladores, aliás, como
todos os empreendimentos que eles realizaram no mundo”.

44
Maria de Lourdes de Moraes

CAPÍTULO 3
Correlação Entre a Patologia do Setor
Econômico e os Modelos de Educação Atuais

Todos esses problemas são mantidos e agravados pelo


tipo de educação vigente na civilização atual (em praticamente
todos os países) a qual não é conscientizadora da psicopatologia,
nem voltada para ensinar o empreendedorismo e o uso honesto
do dinheiro em prol da comunidade (que seria a verdadeira
educação financeira). Porém, se a educação for reformulada, para
se tornar terapêutica e atraente, resultados muito diferentes podem
ser obtidos em toda a vida social incluindo o modo de trabalho e o
uso do dinheiro:
“A escola é organizada em forma de servir aos
interesses dos poderes constituídos, e não ao
povo, e à nação. As matérias estudadas, chama-
das de currículo, o número de escolas de primeiro
e segundo grau, (15) as Universidades são forma-
das de acordo com o mesmo tipo de interesse.
Assim sendo, alunos e professores têm de
aprender e ensinar, não o que sabem e querem,
mas o que é conforme o desejo dos poderosos.
Se faltam técnicos no país, criam-se cursos
especializados; se faltam professores, escolas
para formá-los, e assim por diante” (KEPPE,
1987, p. 120).

45
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

Segundo o criador da ciência da Psico-sócio-patologia, a


educação deveria ser conscientizadora, ajudando os educandos a
controlar as emoções doentias, saindo da atitude egoísta para
uma voltada a beneficiar a coletividade (workshops terapêuticos):
“Não é difícil notar que os indivíduos que se
conduzem pelas emoções são muito frios e
insensíveis ao amor; eles não são propriamente
indiferentes ao afeto, mas antagônicos a ele; as
crianças demonstram claramente tal conduta
extremamente voluntariosa, que as torna difíceis
no relacionamento.A esperança na educação é
que, com o tempo, renunciem ao seu egocen-
trismo, para se voltarem para o mundo exterior
e a realidade – abandonando as emoções
doentias, para finalmente usar o raciocínio.Veja
o leitor como o intuito dos filósofos foi altamente
louvável durante todos estes séculos – a vivência
com a autêntica razão é o único meio para a
humanidade amadurecer” (KEPPE, 2000, p. 27).

Um sistema “educacional” meramente informativo, que


deixa de conscientizar o ser humano de sua psicopatologia está
fadado a ocasionar a ruína psicossocial, no entender de Keppe:

“O problema fundamental da humanidade é o


da psicopatologia, que organizou uma sociedade
doente, criando uma situação praticamente
irrecuperável para a vida psíquica; caso não seja
conscientizado o magno problema do ser
humano, a inveja, será impossível organizar uma
verdadeira civilização. A inveja fez o homem
fechar os olhos para a realidade, colocando uma
escuridão entre ele e a incrível vida e beleza,
que emanam de todas as maravilhas criadas por

46
Maria de Lourdes de Moraes

Deus; deixamos de entender as leis que vigoram


na criação, o que nos impede de entrar pelo
verdadeiro rumo do desenvolvimento. Podemos
dizer que criamos trevas ao nosso redor, e esta-
mos agora tateando no escuro; mas é possível
sair dessa situação através da percepção da
inveja, para que possamos enxergar novamente
o que realmente existe” (KEPPE, 1989, p. 21).

É necessário perceber que o ensino atual estimula a pessoa


a ser apenas empregada e não empreendedora (e sabemos que o
sistema é organizado para não haver empregos para todo mundo).
Isso leva o educando a um caminho invertido (competição, ao
invés de cooperação, egoísmo, em lugar de generosidade, va-
lorização do dinheiro, ao invés do trabalho, entre outros aspectos):

É fundamental saber que o indivíduo enlouquece
por se estagnar, ou dirigir sua ação por um
caminho errôneo (roubo, desonestidade,
exploração alheia); assim sendo, torna-se
extremamente difícil fazer com que os neuróticos
e psicóticos voltem ao trabalho correto, a não
ser que conscientizem a causa de tal conduta,
ou melhor, a inversão que fizeram em suas
existências, como consequência da inveja (...)
O ser humano organizou instituições fechadas e
isoladas umas das outras, como se fossem grupos
esquizofrênicos em luta; o médico não conhece
nada de finanças, o economista ignora a psi-
cologia, o pesquisador nem sempre sabe o que
sua firma pretende, e o estudante não percebe a
finalidade de seus estudos; mas de modo geral,
todos eles estão a serviço de um grupo diminuto
de pessoas, que organizam tais estruturas para
seu próprio benefício”. (KEPPE . 1989 p. 22-3).

47
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

Numa visão a partir do paradigma da ciência da Psico-só-


cio-patologia é preciso que a educação valorize o trabalho e a
ética, além do estudo, evidentemente, e não a especulação
financeira, o consumismo e o egoísmo como vem acontecendo.
Os próprios pais e professores precisariam concientizar a
importância fundamental do trabalho na vida da criança, tendo em
vista que depois de crescida passará a maior parte de sua vida
trabalhando. Para evitar que tenham uma atitude teórica, inútil
e improdutiva no futuro, precisam já na infância ser incentivadas a
fazer pequenos trabalhos em casa e na escola, como jardinagem,
limpeza, organização, pintura, artesanato, enfeites etc., além das
demais atividades (estudo, artes, práticas desportivas). Isso pode
ser muito motivacional com o uso (trilógico) das redes de trocas e
moedas sociais entre as crianças.
“Vivemos em uma sociedade cuja valorização é
dada ao dinheiro e não ao ser humano. Por isso,
tudo aquilo que se refere à cultura, aos valores,
à realidade etc. é colocado em segundo plano.
O que é principal foi deixado de lado e ao que é
secundário dá-se extrema importância. Essa
situação faz com que a educação torne-se
desligada da realidade da criança e assim se
transforme em algo desinteressante. Assim sendo,
a criança aprende desde cedo que a realidade é
algo chato e a fantasia é boa. Quando o
adolescente sai da escola, está pronto para
rejeitar todo e qualquer esforço, procurando
alienar-se cada vez mais. Para agravar a
situação, os meios de comunicação transmitem
uma filosofia de vida irreal ao incentivarem uma
vida de prazer, onde o esforço é desprezado e
tudo pode acontecer num passe de mágica.
A fantasia é supervalorizada e a realidade é
menosprezada” (SIMULA, 1987 p.259).

48
Maria de Lourdes de Moraes

No que se refere ao método educacional, afirma Keppe


que sua finalidade é conscientizar a criança do valor da ética,
preparando o aluno para o estudo e o trabalho, caso contrário
terá fracassado em sua finalidade. Esses três elementos: ética,
estudo e trabalho estão intimamente correlacionados. Assim, a ética
mais o estudo desenvolvem a capacidade de trabalho; a ética mais
o trabalho desenvolvem a criança em seus estudos, e o trabalho
mais o estudo tornam a criança mais ética:
“Os três elementos principais da vida do ser
humano são: 1) a educação, 2) o estudo e
3) o trabalho; o primeiro é o fundamental, que
gerará o estudo, e pela combinação dos dois
assim sera sua atividade. Porém, o mais
importante de todos é a educação por causa de
sua função ética. O trabalho é uma fusão de
estudo e educação, assim como o último fruto
do trabalho e estudo, e este o resultado do
trabalho com a educação:
Atividade

Educação Estudo
Falei que a educação é a mais importante porque
ela tem obrigação de introduzir o educando nos
dois campos: do estudo e do trabalho – caso
contrário, terá falhado em sua finalidade”
(KEPPE, 2000, p.178).

Percebe-se que, pelo seu valor fundamental, a educação


tem de preparar, desde cedo, a criança para o trabalho e estudo
honestos, e para o uso generoso (voltado para a justiça social)
dos proventos que com eles possa auferir.

49
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

50
Maria de Lourdes de Moraes

CAPÍTULO 4
Trino e Mercatrino:
A Experiência da Economia Alternativa Trilógica
em Cambuquira (MG)

4.1 Histórico

A criação de uma economia alternativa solidária trilógica


em Cambuquira insere-se dentro da campanha AÇÃO NO BEM,
criada em 2003 e iniciada em janeiro de 2004, pela Associação
Stop a Destruição do Mundo, fundada e presidida por
Cláudia B.S. Pacheco, sendo sua principal orientação científica e
filosófica a Psicanálise Integral ou Trilogia Analítica criada por
Keppe.
A Associação STOP desenvolve de modo autofinanciado,
uma série de programas de conscientização (por rádio, fóruns,
TV, jornal, livros e trabalho de campo) que têm como finalidade
proporcionar aos interessados meios práticos de realizar o bem
ao próximo, desenvolvendo uma socioterapia que visa a
recuperação do ser humano e de sua sociedade. (16)
A convite de moradores da cidade, a STOP iniciou um
projeto para auxiliar a recuperação de Cambuquira (MG), que no
passado já foi chamada de Capital do Circuito das Águas.

51
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

Detentor da melhor água mineral do mundo e das melhores


águas medicinais, o município, com 15 hotéis e um Cassino em
funcionamento, atraía turistas do mundo inteiro e de todo o
Brasil.Tinha pleno emprego e uma renda elevada entre os
moradores.
Com a desativação do cassino (Hotel Elite, hoje em ruínas),
o movimento decaiu sensivelmente. A deterioração do Parque das
Águas, abandonado pelo poder público (e só agora recuperado –
2013) afastou os turistas que lá iam em busca de banhos e águas
medicinais.
A medicina alopática, tendo parado de receitar bons climas
e cura natural pelas águas, em favor de receitar medicamentos dos
grande laboratórios, desfechou o golpe final à cidade, que tem
hoje cinco hotéis em funcionamento, alguns em condições
precárias.

4.2 Renascimento pelas Artes

O primeiro propósito da Associação STOP foi recuperar


a cidade através das artes, organizando o Primeiro Festival
Internacional de Artes de Cambuquira, em 2004 (julho), que
atraiu centenas de turistas e artistas de várias partes do Brasil e do
mundo. Os festivais continuaram acontecendo no Grande Hotel
Empresa (que estava fechado havia 9 anos e foi adquirido,
reformado e reaberto pela STOP para sediar os eventos, passando
a se chamar Grande Hotel Trilogia).
Pouco a pouco, a associação passou a organizar projetos
sócio-econômicos, visando a recuperação mais rápida da cidade,
juntamente com os espetáculos artísticos e atividades culturais.

52
Maria de Lourdes de Moraes

4.3 O Trino

Com a finalidade de erradicar os bolsões de pobreza e


estimular o trabalho de pessoas que até então encontravam-se
desempregadas, foi criado o Trino, um papel de controle equiva-
lente da moeda social, para distribuição de alimentos, roupas e
calçados, materiais escolares e de escritórios, serviços em geral
(manicure, cabeleireiro, aulas particulares de idiomas, arte e reforço
escolar etc.), bens de uso geral (utilidades domésticas, ferramentas,
eletrodomésticos), recebidos através de doações.
Esse papel de controle, obtido por pessoas que prestam
um serviço à comunidade local, forma de estimular a ação boa,
bela e autêntica, pode ser trocado por mercadorias no Mercatrino,
que armazena as doações recebidas para o projeto.
Percebe-se aqui o intuito terapêutico, pois, segundo Keppe,
a sanidade advém do ato puro, que deve, portanto, ser estimulado.
O Trino é considerado um instrumento de desenvolvimento
local, destinado a beneficiar o mercado de trabalho dos grupos
que participam da economia da localidade.
Seu uso é restrito à comunidade, e a sua circulação beneficia
a redistribuição dos recursos na esfera de seus membros.
O aumento da quantidade desse papel é correspondente
ao aumento das transações realizadas pelos participantes da
economia local.

Sua criação se inspira nos conceitos da economia solidária


de articulação e trocas, na produção e comercialização de produtos
que vai além da lógica capitalista, por beneficiar a esfera local e
trazer desenvolvimento.

53
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

4.4 O Mercatrino

O Mercatrino é um mercado comunitário, onde as pessoas


só podem adquirir produtos através do papel de controle Trino.
Busca atender três projetos da Ação no Bem: “Alimento para
Todos”, “Vestuário para Todos” e “Moradia para Todos”.
O mercado comunitário Mercatrino atualmente atende
a comunidade através da troca dos Trinos por mercadorias, princi-
palmente por gêneros alimentícios básicos, vindo sobretudo por
meio de doações.
A produção da Horta Comunitária, mesmo em fase inicial
de implantação, já está sendo direcionada para o Mercatrino
e está servindo não somente como área de trabalho, mas também
como escola, onde os voluntários aprendem o plantio, as técnicas
de compostagem e recebem esclarecimentos sobre a importância
dos alimentos orgânicos, livres dos agrotóxicos (alimentos de
qualidade).
Quanto ao projeto Vestuário para Todos, os primeiros
passos no sentido de atender seus objetivos foram dados em
São Paulo, com a captação de doações pelos professores da
Escola de Linguas Millennium (também denominada Trilogy
Institute ou Escola Trilógica de Línguas), que participam do
projeto. Essas doações foram encaminhadas para o Mercatrino,
onde as pessoas podem usufruir de vestuário a preços simbólicos,
adquiridos com o papel de controle de Cambuquira o Trino.
Após o bem sucedido curso de costura, ministrado pelo projeto
Crescer com Arte, onde cerca de 80 alunas receberam aulas
gratuitas e treinamento, projetou-se um novo passo: a criação de
uma Fábrica de Camisas, a fim de gerar renda para a expansão
do projeto.
Para auxiliar o projeto Moradia para Todos a STOP está
organizando aulas de fabricação de tijolos ecológicos que poderão

54
Maria de Lourdes de Moraes

ser desenvolvidos posteriormente pelos próprios aprendizes;


inúmeros cursos artísticos e profissionalizantes somam-se a essas
iniciativas, como curso de cabeleireiro, piano, violão, pintura em
azulejos entre outros. (17)

4.5 Usuários do Trino - Entrevistas

Para estudarmos o impacto das iniciativas da economia


alternativa em Cambuquira, entrevistamos alguns dos usuários do
Trino e Mercatrino.

4.5.1 (C. F.)

Mãe de duas filhas, de 10 e 3 anos, C. F. é dona de uma


lanchonete e mercadinho no Bairro Alto. Ela diz que serve lanches
e é “salgadeira” porque faz salgados tanto de encomendas, quanto
para festas e para vender no balcão, um pouco de cada coisa.
Pergunta: Como soube do Trino?
Resposta: Através do pessoal do Hotel Trilogia, como
o Zé Daleza, que é cozinheiro lá.
P.: Como fez para receber o Trino?
R.: De início, um dos voluntários do projeto comuni-
tário do hotel passou-me um pouco de mercadoria
do Mercatrino, e informou às pessoas que poderiam
trocá-las comigo por Trino. Daí começou a girar.
Eles chegam aqui, dou a mercadoria e recebo Trino.
P.: Que mercadoria é mais trocada com o Trino?
R.: Arroz, feijão, óleo, leite, açúcar, macarrão, molho,
sardinhas.

55
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

P.: E o pessoal que vem aqui está contente com o


Trino?
R.: Gostam sim, e dá para suprir uma necessidade
dentro de casa. O Trino é bastante acessível, você
vai lá, faz um trabalho comunitário, e troca por
Trino, e tem um lugar onde pode trocar, é um papel
de troca que tem como trocar, porém somente em
alguns lugares que se compra com o Trino. Na falta
do Real, tendo o Trino ela tem o necessário.
E o pessoal que vem aqui trocar o Trino acaba
comprando outras coisas de nosso mercadinho
com o Real que economizaram. Portanto é bom
para nós também, e ainda aumentou nosso
movimento.

4.5.2 – (R.S.)

Casado, tem 4 filhos, fazia vários serviços na cidade.


P.: Como soube do Trino?
R.: Através do projeto dos tijolos ecológicos que as
mulheres me chamaram para fazer. Fazendo tijolos
nos meus tempos livres, ganho o Trino.
P.: O que dá pra fazer com os Trinos que ganha?
R.: Tem o mercado, o Mercatrino, vou lá e troco por
roupas, sapatos, comida, macarrão, óleo, molho,
farinha de trigo. Isso ajudou bem, tá ajudando
até hoje. Com o Real que ganho de outros traba-
lhos, pago o aluguel e a luz, e com o Trino consigo
comida e roupas, uma coisa complementa a outra.
Com o Trino temos roupas e mantimentos; há mais
de 6 meses não compro comida em supermercado,

56
Maria de Lourdes de Moraes

até consegui comprar, com os Reais que econo-


mizei, uma antena parabólica que não tinha, estas
lâmpadas compactas. Os que trabalham e recebem
Trino, estão preocupados, querendo mais projetos
para ganhar em Trino, mas os que nunca viram
Trino não entendem. Costumo mostrar o Trino
para as pessoas no comércio, no armazém, na far-
mácia, ficam interessados e dizem que vão pensar
no assunto. E, além de eu trocar por mantimentos
no Mercatrino, tem a Andreia que recebe Trinos em
troca de serviço de manicure, o restaurante Igreji-
nha da Lu, que durante o dia serve almoço e à noite
sopa e recebe em Trino, quando não vamos lá ela
sente falta. Tem pessoas que visitam o Mercatrino,
gostam das coisas, mas não podem comprar
porque não têm Trino. Aí falam conosco para trocar
os Trinos por Reais para adquirirem o que gostam
no Mercatrino. A troca é 10 Trinos por 10 Reais,
mas como as coisas no Mercatrino são mais
baratas, é vantagem para a pessoa ter o Trino.
Tem também o armazém do J.C., que aceita uma
parte em Trino e outra parte em Real. Eu, e também
as outras meninas dos tijolos, gostaríamos que
expandisse o projeto.

4.5.3 - (J.C.)

Proprietário de um supermercado e de uma borracharia.


P.: Como soube do Trino?
R.: Através do projeto Ação no Bem. Eu me cadastrei
para receber Trino no meu mercado e notei que
muitas pessoas vêm de outros bairros, e compram

57
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

em Trino e em Real, são pessoas que nunca viriam


antes no meu supermercado. Acho este projeto
muito importante porque movimenta a nossa eco-
nomia local, junta as pessoas, há um movimento
positivo.

58
Maria de Lourdes de Moraes

CONCLUSÃO

Tendo em vista os altos benefícios que acarreta, vê-se a


necessidade de difusão do conhecimento da moeda social ao maior
número de pessoas; sugerimos que tal difusão se faça no ensino
fundamental, médio e universitário, para incentivar seu uso.
Isso é fundamental, para transmitir aos alunos os meios
como estes podem gerar trabalho e bem-estar para si próprios, e
para os outros.
Como atividades pedagógicas, os estudantes podem formar
um clube de trocas, usando a moeda social, obtida com um trabalho
para a comunidade (rua, escola, praça, por exemplo).
Desse modo, eles irão perceber o quanto podem criar uma
moeda social, participar e mobilizar com esta dinâmica. Até mesmo
se preparar, de uma certa maneira, para saber o que fazer no caso
de um crash no sistema financeiro.
Devido aos benefícios psíquicos e sociais que acarreta, tal
ensino precisa ser ministrado não só em comunidades carentes,
mas em todas as escolas, porque os jovens que podem estudar
em colégios particulares estão tendo também muitos problemas
psicossociais, como dificuldades de conviver na sociedade, vícios
etc. Estimulá-los a construir e a viver num sistema econômico-
social mais justo, acarretará um maior equilíbrio e sanidade, além
da alegria de poderem fazer o bem ao semelhante e a si próprios.

59
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

Os jovens devem aprender a fazer rede de trocas na sua


comunidade, como usar a moeda social para desenvolver uma
região com muita dificuldade de subsistência, de modo a acabar
com a pobreza e ao mesmo tempo promover o desenvolvimento e
a melhoria da qualidade de vida para todos. Ao mesmo tempo,
precisam ser conscientizados dos problemas sócio-econômicos
(sociopatologia) para poderem ajudar a civilização a se desenvolver
no futuro. A finalidade é que saiam sabendo já no último ano do
ensino fundamental o que é, e para que serve a moeda comple-
mentar, e no ensino médio, sejam capazes de organizar uma rede
de troca solidária, saibam produzir algum produto ou serviço útil
para a coletividade a que pertencem, levando esse conhecimento
à família e a amigos próximos. Saber que essa iniciativa pode
possibilitar a todos ter moradia, alimentação e vestuário e desen-
volver os dons artísticos e esportivos, de modo a fazerem isto
como um prazer e não obrigação de ter que fazer trabalho para
avaliação.
Seria uma maneira eficiente e simples de praticar a
cidadania, de conscientizar a função de cada ser humano, come-
çando no meio ao qual pertence (escola, casa, bairro). Com o
tempo, pode haver intercâmbio entre as escolas, para que os
estudantes possam compartilhar experiências.
Com isso os professores estarão ajudando os estudantes
a preencher uma grande lacuna, pois a maior dificuldade dos jovens
é encontrar trabalho, uma vez que ficam pensando que a única
possibilidade seria através de um emprego. No entanto, eles podem
ser ensinados desde pequeninos a possibilidade de empreender,
de gerar seus próprios meios econômicos para não só sobreviver,
mas viver bem e contribuir para a coletividade e o meio ambiente.
Numa visão trilógica, isso significa popularizar esta prática
terapêutica como meio de psico-sócio-terapizar a sociedade.
É claro que o método de ensino, os recursos pedagógicos
para atingir tal finalidade, serão desenvolvidos pelos professores,

60
Maria de Lourdes de Moraes

que são os especialistas na transmissão de conhecimento para


infância e juventude.
Isto não impede de serem alinhadas aqui algumas sugestões.
Uma delas seria a organização de uma feira de troca de bens,
serviços e saberes entre estudantes e também uma feira de troca
de livros da rede escolar, que seria uma medida ecológica. Algumas
escolas já estão fazendo prática semelhante dentro da disciplina
de Educação Financeira. Sugestão: fazer lista de e-mails dos alunos
da escola, fazer uma comunidade no facebook, fazer um blog,
divulgando a atividade, espalhar a informação pelo twitter e outras
redes sociais; fazer um cartaz ou folhetos com dicas para divulgar
entre estudantes e seus familiares e até envolver a comunidade.
É fundamental ensinar o empreendedorismo trilógico através
do uso da moeda social, dos bancos comunitários, e dos clubes
de troca dentro da escola.

61
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

Tela sobre o TRINO


M. Pera

62
Maria de Lourdes de Moraes

BIBLIOGRAFIA

AVELINO, Luciara & CAMPOS, Sérgio. Terapia em Sala de


Aula, Proton Editora e Tecnologia Ltda., 2010

HUBERMMAN, Leo. História da Riqueza do Homem. São


Paulo, Zahar Editores, 1981.

NÚCLEO DE ECONOMIA SOLIDÁRIA NESOL-USP –


(Vários autores), Banco Palmas, 15 anos, Resistindo e
Inovando. São Paulo, A9 Editora, 2013

KEPPE, Norberto. O Reino do Homem, Vol. 2. São Paulo,


Proton Editora Ltda., 1983.

KEPPE, Norberto. A Origem das Enfermidades - Psíquicas,


Orgânicas e Sociais. São Paulo, Proton Editora Ltda., 2000.

KEPPE, Norberto. A Libertação dos Povos – A Patologia do


Poder. São Paulo, Proton Editora e Tecnologia Ltda., 1987.

KEPPE, Norberto. Trabalho & Capital. São Paulo, Proton Edi-


tora e Tecnologia Ltda., 1989.

SIMULA, Suely M. Keppe. Educação Moderna: formação para


a escravidão. In: A Libertação dos Povos – A Patologia do
Poder. São Paulo, Proton Editora Ltda

63
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

64
Maria de Lourdes de Moraes

ANEXOS

ENDEREÇOS NA INTERNET PARA ACESSAR SOBRE O


ASSUNTO
(acessados entre os anos de 2013 e 2017).:

Rede Paulista de Bancos Comunitários


http://bancoscomunitariossp.wordpress.com/about/
(Traz artigos informativos sobre bancos comunitários, como o de
Apuanã, da comunidade Jardim Filhos da Terra, na Zona Norte
da Capital Paulista - foto abaixo) :

65
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

MOEDAS SOCIAIS BRASILEIRAS


http://www.ativbs.com.br/infografico/saopaulo.php?id=
55&id_regiao2=4
Traz uma radiografia dos bancos comunitários brasileiros, bastando
clicar nas cidades constantes no mapa do país ou do Estado para
localizá- los, trazendo ainda fotos das moedas sociais, como abaixo:
Abaixo, Moeda Social do Jardim Inácio Monteiro (Cidade
Tiradentes) Zona Leste da Capital Paulista

BANCO COMUNITÁRIO
http://bancocomunitario.com/
Link geral de pesquisa para quase todas as moedas sociais
existentes.
https://www.google.com/search?hl=pt-BR&gl=br&q=
Moeda+Social&lr=lang_pt-BR
http://www.bancopalmas.org.br/oktiva.net/1235/secao/23739
Heloisa Primavera
http://www.heloisaprimavera.com.ar
www.financassolidarias.com.br
Heloisa Primavera pesquisadora em moedas sociais/finanças
Falando sobre moedas sociais:
Heloisaprimavera/incubadoratecnologicasdecooperativas
Itcpfgv.org.br/tag/Heloisa-primavera
Monetary Regionalisation / Profª Heloisa Primavera
www.monetary-regionalisation.de/..
Paul Singer - Economia Solidária é a alternativa ao Capita-
lismo
http://www.youtube.com/watch?

66
Maria de Lourdes de Moraes

GGIkewao Paul Singer:


Economia Solidária www.geomundo.com.br/geografia-
30234.htm
Moedas além do Real
http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/
conteudo.phtml?id=1185443
Moedas sociais viram garantia de desenvolvimento regional
http://economia.uol.br/album/2012/06/04/brasil-tem-
81moedas-alem-do-rea/ljhtm
Moedas sociais
http://www.portaldedesenvolvimento.org.br/?p=3560
Rede de Comercialização Solidária reúne empreendimentos
de 12 municipios de RN
http://redexiquexique.blogspot.com
Almanaque do adolescente
http://www.almanaquedoadolescente.com.br/2009/05/29/rede-
troca-troca-almanaque-do-adolescente/
Internacional Canadá - Toronto
http://oitoronto.com.br/2254/o-beneficio-das-moedas-sociais-
para-as-comunidade
Economia solidária (trilógica)
www.stop.org.br
www.libertacaodospovos.org
www.acaonobem.org.br
www.keppepacheco.com
Cidade em transição com moeda local
https://www.youtube.com/watch?v=rlgn20mygk
Atualizações - Notícias de Moedas Sociais
www.moedassociaiseclubesdetrocas.blogspot.com
Contato com a autora
E-mail: marialourdesm15@gmail.com
WhatsApp: 55-11-986540090

67
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

68
Maria de Lourdes de Moraes

NOTAS

(1) FREIRE, Marusa “MOEDAS SOCIAIS: O que são, como funcionam e


por que podem ser consideradas instrumentos de desenvolvimento local“.
http://www.slideshare.net/luizdenis/apresentao-banco-central-moedas-
sociais Acessado em 16/12/12)
(2) Dra. Marusa Freire, tese de doutorado http://repositorio.bce.unb.br/
bitstream/10482/9485/1/2011_MarusaVasconcelosFreire.pdf (Acessado
em 14/1/13)
(3) www.bancopalmas.org (Acessado em 14/01/13).4 BÚRIGO, Fábio Luiz.
Moeda social e a circulação das riquezas na economia solidária) http://
www.ifil.org/rcs/biblioteca/burigo.htm (Acessado em 16/12/12).
(4) BÚRIGO, Fábio Luiz. Moeda social e a circulação das riquezas na econo-
mia solidária) http://www.ifil.org/rcs/biblioteca/burigo.htm (Acessado em
16/ 12/12).
(5) Pronunciamento do Senador Eduardo Suplicy no Senado Federal, sem
revisão do orador, sobre o texto de João Joaquim de Melo Neto, criador do
Banco Palmas, enviado a ele e à Ministra do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome, Teresa Campelo. http://www.senado.gov.br/atividade/
plenario/sessao/disc/getTexto.asp?s=031.2.54.E&disc=14/1/S (Acessado
em 16/12/12.)
(6) BURIGO, Fábio Luiz. Idem nota (4)
(7) Idem nota 4
(8) Imagem constante do artigo de Adir Tavares, “Experiência de moeda soci-
al”, publicado por Luis Nassif em seu site, dia 11-1-2013 http://
www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-experiencia-da-moeda-social
(Acessado em 12/01/13)
(9) Apud www.planetasustentavel.abril.com.br/.../conteudo_408616.sh
(Acessado em 12.01.13).

69
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

(10) História que pode ser acessada integralmente em


www.bancopalmas.org (Acessado em 14/01/13.)
(11) MELO, Joaquim, “Uma segunda moeda agora pode?”, postado em
11/07/12, acessado em 16/12/12, http://empreendedorsocial.
blogfolha.uol.com.br/ 2012/07/11/uma-segunda-moeda-agora-pode/. (João
Joaquim de Melo Neto, coordenador do Banco Palmas e do Instituto
Palmas, neste artigo denuncia o surgimento de uma segunda moeda com
nome estrangeiro (Dotz) e publicidade intensa, cuja origem é desconhecida,
inquietando os que traba- lham com a moeda comunitária real.)
(12) http://economia.uol.com.br/album/2012/06/04/brasil-tem-81-moedas-alem-
do-real.jhtm e http://jafeol.blogspot.com.br/2012/06/moedas-sociais-do-
brasil.html (Acessados em 14/01/13)
(13) www.bancopalmas.com.br (acessado em 14/12/13)
(14) HUBERMMAN, Leo. História da Riqueza do Homem. São Paulo, Zahar
Editores, 1981
(15) As escolas de 1º e 2º graus chamam-se hoje ensino fundamental e médio.
(16) www.stop.org.br
(17) www.acaonobem.org

70
Maria de Lourdes de Moraes

LEITURA SUGERIDA

Os temas principais abordados pela Proton Editora e


Tecnologia são Sociais (sociologia, ecologia etc.), Saúde, Ciências
Naturais e Psicanálise. Neste último item é dada ênfase às obras
de Norberto R. Keppe, psicanalista, filósofo e cientista social,
pedagogo e físico independente, criador da Escola de Psicanálise
Integral (Trilogia Analítica) e de sua principal assistente Cláudia
Bernhardt de Souza Pacheco, psicanalista.

OBRAS DE NORBERTO R. KEPPE

Psicoterapia e Exorcismo
1ª ed., 2018, 120 págs.
Os físicos e todos os cientistas que foram orientados para
rejeitar o Criador em suas pesquisas guardam um sentimento
estranho de insatisfação, mas se sentem obrigados em acompanhar
os outros, para não serem excluídos de seus setores.
Estou mostrando neste livro que, ao contrário do que foi
instituído, justamente com a admissão do Criador é que a Física e
demais ciências poderão obter um incrível e enorme
desenvolvimento. Por quê?

71
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

Primeiro, porque os sentidos, que foram aceitos como


sendo critério da verdade, não têm condições de entender toda a
ciência. Segundo, os sentidos captam menos da metade dos
fenômenos da ciência. Terceiro, e ainda tem uma percepção
invertida, como a visão que vê de início tudo ao contrário.
Foi por este motivo que coloquei o Criador aqui, afinal de
contas, foi Ele que também criou a verdadeira ciência.

Teologia da Física
1ª ed., 2016, 67 págs.
Os físicos e todos os cientistas que foram orientados para
rejeitar o Criador em suas pesquisas guardam um sentimento
estranho de insatisfação, mas se sentem obrigados a acompanhar
os outros, para não serem excluídos de seus setores.
Keppe mostra neste livro que, ao contrário do que foi
instituído, justamente com a admissão do Criador é que a Física e
demais ciências poderão obter um incrível e enorme desenvolvi-
mento. Por quê?
Primeiro, porque os sentidos, que foram aceitos como
sendo critério da verdade, não têm condições de entender toda a
ciência. Segundo, os sentidos apreendem menos da metade dos
fenômenos da ciência. Terceiro, e ainda têm uma percepção
invertida, como a visão que capta de início tudo ao contrário.
Foi por este motivo que coloca o Criador aqui, afinal de contas,
foi Ele que também criou a verdadeira ciência.

A Nova Física na Prática


1ª ed., 2015, 80 págs.
A Física tradicional vibrou quando Hans Albrecht Bethe
(1906-2005) trouxe a ideia «estrelar» de que a fusão nuclear seria
a fonte da energia, levando inúmeros seguidores a perderem seu

72
Maria de Lourdes de Moraes

tempo, e o dinheiro de muitos países, para construir na Suíça o


ciclotron. Seu embargo literário navegou pelas Universidades:
Frankfurt, Munique, Cambridge, Tübingen e Cornell, tornando-se
o principal do século XX. Depois veio Albert Einstein (1879-1955)
que apoiou o biólogo Robert Brown, retomando a suposição de
Demócrito, sobre a formação da matéria através dos átomos (que
jamais foram vistos), bem como sua fórmula E=mc2, totalmente
invertida. Traduzido para: inglês.

Magnetônica
1ª ed., 2013, 70 págs.
“A fórmula E=mc2 de Einstein é totalmente errônea porque
a energia é fator básico e não consequente, principalmente da
matéria conforme a velocidade da luz, que inclusive é elemento
secundário e não fundamental. Eu elaborei outra fórmula onde
afirmo que a matéria é formada pela ressonância energética, de
acordo com o tempo e espaço — note o leitor que a matéria é o
elemento consequente, que existe de acordo com a ressonância
energética, conforme o tempo eo espaço, e não contrário”
(N. Keppe). Traduzido para: inglês.

Trilogia Analítica
1ª ed., 2013, 140 págs.
Este livro tem a intenção de esclarecer o processo de
inversão que tomou conta da humanidade ao destruir o bem, a
verdade e principalmente a estética, que construíram a civilização
greco-romana colocando em seu lugar o sensorialismo: o poder
do dinheiro, e o prazer da alimentação e do sexo (oralidade,
genitalidade e principalmente o dinheiro).

73
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

Escravidão e Liberdade
1ª ed., 2011, 128 págs.
A finalidade é levar o leitor a conscientizar os dois aspectos
fundamentais de sua existência:
1) a escravidão em que todos nós vivemos, justamente
porque invertemos nossos valores essenciais; e
2) a sociedade corrompida pela suas leis injustas e anti-
humanas.
O que a ciência denominou de psicopatologia, e a religião
de pecado, é justamente o que o autor coloca como a escravização
ao mal.
De outro lado existe a possibilidade de chegar à libertação
de tal estado terrível, que todos nós sofremos — o que está em
vias de ser conseguido, pois consisteno conhecimentode tal
calamidade que os profetas anunciaram, o próprio Filho de Deus
(Jesus Cristo), e agora a ciência (Trilógica) está desvendando para
toda a humanidade.

Teologia Trilógica (Científica)


1ª ed., 2009, 140 págs.
O autor explica: “Escrevi este livro com a finalidade de
analisar o motivo por que a espiritualidade foi colocada em plano
secundário dentro da existência do ser humano, pois temos
assistido, principalmente a partir do século XX, ao crescimento
de ideias estranhas em relação à teologia. Com a formação que
realizei da Ciência Trilógica, notei através da análise, que a
humanidade está rebaixada a um plano inferior, necessitando
urgentemente retornar ao seu nível normal – onde avida psíquica
tenha total predominância – estou dizendo queaestrutura psicológica
fundamental necessita retornar. Chegamos ao tempo da realização
da profecia de Jesus Cristo ao sair deste mundo, que um dia viria

74
Maria de Lourdes de Moraes

o Consolador, que iria convencer a humanidade sobre a existência


do pecado, porque não acreditaram Nele; da justiça, ao partir
para viver definitivamente com o Pai Celeste; e do juízo, pois o
grande enganador Lúcifer seria julgado e perderia seu lugar para
sempre (João, 7,11)”. Traduzido para: finlandês.

O Reino Divino
1ª ed., 2007, 135 págs.
“Este livrotemafinalidade de conscientizar o leitor sobre a
chegada da última e definitiva etapa da humanidade, graças ao
desenvolvimento do que denominei de ciência trilógica – que
constitui a junção da experimentação, da estética, da razão e
principalmente da revelação. O leitor notará aí o retorno do homem
universal de priscas eras, que constituiu a autêntica sociedade –
que está voltando providencialmente nesse últimoemaravilhoso
período em queacivilização está entrando”. (N. Keppe.) Traduzido
para: finlandês.

Bíblia Trilógica
1ª ed., 2007, 160 págs.
Desde que Agostinho e Tomás deAquino realizaram a fusão
da teologia com filosofia, trazendo enorme desenvolvimento para
a civilização, faltava um terceiro elemento para fecharotriângulo
divino – que o autor está tentando trazer agora, incluindo a
experimentação científica, que se baseia na estética.”Note o leitor
que esse terceiro elemento, para completar o triângulo divino,
constitui o homem universal que na essência (original) é bom,
verdadeiro e belo - ESTÉTICA/ AMOR/RAZÃO. Portanto,
chegamos ao 3º Milênio que estava faltando, para formar a tão
decantada Parusia, esperada por todos os indivíduos de mente
mais aberta.” (N. Keppe.) Traduzido para: finlandês.

75
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

O Universo dos Espíritos


1ª ed., 2006, 172 págs.
Nesta obra, o psicanalista Norberto Keppe trata das
influências psíquicas dos espíritos no ser humano. Sua pesquisa
científica neste campo tem a finalidade de completar os estudos
iniciados por Allan Kardec sobre a vida espiritual. “A realidade é
que habitamos um universo espiritual sem limites, e quero
conscientizar o ser humano, pela percepção dos elementos
patológicos (soberba, inveja e megalomania) que o impedem de
alcançar todo o bem e a felicidade a que temos direito.” Traduzido
para: inglês.

O Homem Interior
1ª ed., 2005, 153 págs.
“Todas as orientações psicoterápicas têm visto o homem
como vítima, ou da sociedade, da família, do trabalho, ou até
mesmo de forças estranhas que o levam a cometer desatinos”,
explica o autor. “Em meu trabalho estou mostrando agora que o
ser humano é muito mais vítima dele próprio, por causa dos seus
sentimentos e ideias ruins, que vêm de dentro de sua mente.
E a única maneira de resolver suas doenças, maleseguerraséade
conscientizar principalmente sua soberba (teomania),inveja e raiva,
inclusive sua etiologia, através da metodologia descoberta por
Freud.” Traduzido para: espanhol.

Terra, o Planeta Ilusório


1ª ed., 2003, 175 págs.
Este livro constitui uma súmula da orientação científica,
filosófica e revelatória sobre a civilização humana do nosso planeta.
O autor pretende mostrar também um universo incrível no interior
do ser humano pronto para ser despertado. Traduzido para:
italiano.

76
Maria de Lourdes de Moraes

A Origem da Sanidade
1ª ed., 2001, 133 págs.
“O prazer vem dos sentidos, mas a felicidade vem do
psiquismo”, afirma o autor neste livro. Keppe, que escreveu mais
de 30 obras sobre Psicanálise Integral demonstra, neste livro, por
que os seres humanos não conseguem obter equilíbrio e satisfação
através da vida sensorial: o pensamento, o amor eo belo vêm do
ser (e não dos sentidos)”. Traduzido para: sueco.

A Origem das Enfermidades


(Psíquicas, Orgânicas e Sociais)
2ª ed., 2001, 145 págs.
Segundo o autor, «a capa deste livro constitui uma
homenagem ao grande psiquiatra francês Philippe Pinel que no
ano de 1798 (9 anos após o início da Revolução Francesa) libertou
os doentes mentais dos grilhões que os amarravam fisicamente às
verdadeiras masmorras que eram os hospitais psiquiátricos. Minha
intenção com este livro também é a de libertar os doentes psicoló-
gicos de seus sofrimentos (ansiedades e angústias), o que constituiria
uma realização máxima para a humanidade – vamos dizer, uma
libertação dos grilhões internos que acorrentam o ser humano às
suas enfermidades.» Traduzido para: inglês, espanhol, sueco,
finlandês, russo e italiano.

O Homem Universal
1ª ed., 1999, 155 págs.
A conscientização dos nossos próprios erros leva-nos à
possibilidade de elaborar os meios para evitá-los e corrigi-los.
No plano da metafísica tradicional, o autor leva-nos, neste livro,

77
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

à conscientização dos erros por ela praticados, revelando-nos a


correção que se faz necessária. Assim, o leitor verificará os resulta-
dos obtidos por Keppe ao questionar a validade do método científi-
co na atualidade. E desse questionamento, chegar-se-á à conclusão
de que o ser humano precisa retornar a sua estrutura trinitária
“bondade, verdade e ato puro”, única via que leva à normalidade
pessoal e social. Traduzido para: inglês e alemão.

A Nova Física da Metafísica Desinvertida


2ª ed., 2009, 138 págs.
As descobertas da Física são fundamentais para haver
conhecimento não só da Biologia (com sua Genética), mas
principalmente da Psicologia. Porém, todos esses setores científicos
foram inspirados na Metafísica deAristóteles (que o escritor deste
livro vem estudando há 48 anos – acreditando que em sua estrutura
básica, está invertida, tendo levado as ciências para idêntico rumo).
Norberto R. Keppe mostra aqui a necessidade de unir
esses três setores (Física, Biologia e Psicologia), para que sejam
entendidos inteiramente, desde que ao mesmo tempo, são
complementares e independentes entre si. As descobertas contidas
neste livro levaram à criação do Keppe Motor, que capta energia
fora das fontes convencionais. Traduzido para: inglês, alemão,
francês, russo, italiano e espanhol.

Metafísica Trilógica III


– Cura Através das Forças Energéticas
1ª ed., 1995, 192 págs.
Estudo científico sobre o funcionamento cerebral e as
energias curativas, o esoterismo, as seitas, as sociedades secretas
e a doença social. «A saúde advém da conduta interna relacionada
com os pensamentos corretos e sentimentos bons, que formam

78
Maria de Lourdes de Moraes

uma tríade perfeita, captando a energia escalar (energia essencial)


que fornece o equilíbrio suficiente ao organismo psicossomático
para funcionar.» (N. Keppe.)

Metafísica Trilógica II
– Fenômenos Sensoriais «Transcen-dentais»
2ª ed.,1994, 270 págs.
Trata-se de um livro que estuda os fenômenos denominados
pela Parapsicologia de transcendentais, perfeitamente explicados
por meio da ciência Física – mesmo que seu funcionamento se
estenda ao campo da energia pura; de qualquer forma, é lá que
habitam os seres espirituais. De outro lado, é uma nova visão sobre
a origem e tratamento das doenças por meio do campo psico-
energético, que abarca as grandes descobertas, no século XX,
da chamada rainha das ciências (Física): Aharonov, Bohm,
De La Warr, Einstein, Heisenberg, Hoaf, Plank e, principal-
mente,Tesla, com a descoberta máxima sobre a energia escalar.
Traduzido para: finlandês.

Metafísica Trilógica I – A Libertação do Ser


2ª ed., 2000, 226 págs.
Neste primeiro estudo científico da Metafísica, Keppe
baseia-se em Aristóteles e nos filósofos aristotélico-tomistas,
desinvertendo esse setor e estabelecendo uma relação das doenças
humanas e sociais com a negação do Ser. Estamos atualmente em
condições de libertar o Ser de prisões milenares, posto que final-
mente os conhecimentos da Teologia e Filosofia integraram-se à
Ciência. A religação à realidade dá-se por meio dos sentidos –
fonte do conhecimento do mundo físico e transcendental. Ato Puro
(ação boa, bela e verdadeira) é o caminho de volta à sanidade.
Traduzido para: inglês, francês, sueco.

79
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

A Libertação da Vontade
(A Libertação do Livre Arbítrio)
2ª ed., 2000, 202 págs.
Este livro mostra que a origem da neurose e de todos os
males humanos e sociais consiste no uso da vontade invertida no
homem, ocasionando-lhe todos os prejuízos que vem sofrendo.
Daí a importância de se libertar da escravidão desse tipo de “liber-
dade”, o que consiste em se livrar da vontade (errônea). De outro
lado, o autor esclarece o valor da filosofia estoicista do Império
Romano, dos mais extensos que ahumanidade teve, justamente
por causa disso. Traduzido para:francês, italiano, sueco,
finlandês.

A Libertação pelo Conhecimento


(A Idade da Razão)
2ª ed., 2001, 307 págs.
Neste livro, o 21º de sua obra, Norberto Keppe trata da
principal ferida do gênero humano: a corrupção – raiz de todas as
doenças e de todos os males individuais e sociais. Mostra como a
sua conscientização é o mais importante de todos os conhecimentos,
podendo conduzir a humanidade a uma liberdade total e ao seu
consequente desenvolvimento. Keppe propõe uma metodologia
científica para que os povos e indivíduos se libertem das emoções
e racionalismos que vivem até hoje, causadores de todas as formas
de dificuldade (guerras, pobreza, doenças), para finalmente entrar
na Idade da Razão. Traduzido para: inglês e francês.

Sociopatologia
(Bases para a Civilização do 3º Milênio)
2ª ed., 2002, 299 págs.
Este livro constitui um verdadeiro hino à beleza e às artes
na civilização. O autor analisa o processo doentio da organização

80
Maria de Lourdes de Moraes

social mostrando suas origens e consequências, bem como uma


forma de socioterapia (tratamento da patologia social). Mostra
que a ética, a estética e as artes são a base da civilização e da
ciência e não a matemática, colocada erroneamente como base
da vida científica e social. Esclarece a unificação de todos os campos
do conhecimento – e como um elemento não pode existir sem
outro – ou seja, a unidade existente entre todos os conhecimentos
e sentimentos humanos. Traduzido para: francês.

Trabalho & Capital


2ª ed., 2003, 340 págs.
O autor mostra que o processo capitalista atual entrou por
um caminho sem saída, principalmente depois que John M. Keynes
endossou a tese do campo especulativo – como sendo praticamente
o último recurso para salvá-lo. O chamado capital tem que existir,
mas o povo também precisa ser beneficiado – o que acontecerá
com o processo de desinversão, no qual todos os poderes passarão
a servir aos interesses das nações – e não como está acontecendo
agora, a população de cada país trabalhando para os interesses
dos poucos que galgaram os poderes. Traduzido para: inglês,
francês, alemão, sueco e finlandês.

A Libertação dos Povos


– A Patologia do Poder
1ª ed.,1986, 290 págs.
Livro que serviu de fonte para o trabalho da Perestroika
e do Movimento Occupy Wall Street. Um estudo do poder econô-
mico - social que passou a dominar todos os outros (inclusive o
político) colocando a cultura e civilização em perigo. As nações
são dominadas pelos especuladores e banqueiros que criaram as

81
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

“leis” sociais para proteger seus negócios – que são ilícitos porque
destroem os países.
Apresenta propostas práticas para um novo modelo de
economia, de empresas e de residências trilógicas. Traduzido para:
inglês, francês e espanhol.

A Decadência do Povo Americano (e dos EUA)


1ª ed., 1985, 240 págs.
Livro pioneiro, posteriormente muito copiado por outros
autores, como Paul Kennedy e Norman Cousins. É a análise das
causas psicológicas, filosóficas e econômico-sociais que levaram os
EUA à decadência, diagnosticada por Keppe com anos de
antecedência. Traz vasto material estatístico e científico que mostra
como a orientação filosófica e psicológica errôneas levaram a primeira
nação do mundo à derrocada, que só 10 anos depois (a partir de
1995) a humanidade está constatando. Traduzido para: inglês.

O Reino do Homem
2ª edição, 2011, 303 págs.
O autor realiza aqui o estudo da patologia dos filósofos,
cientistas e teólogos, bem como os acertos e erros que cometeram
em seus trabalhos por causa da própria doença; este é o motivo de ter
sido organizada uma sociedade anti-humana, causando problemas
para o homem e sua existência. Antes de tratar do indivíduo, é
necessário haver uma grande mudança social para que a situação seja
normalizada, não só do ser humano, mas principalmente da estrutura
social.

Contemplação e Ação
2ª ed., 2004, 166 págs.
Trata-se de uma análise científica sobre a espiritualidade, dentro
da qual o autor demonstra que a teologia não pode estar separada de

82
Maria de Lourdes de Moraes

filosofia e ciência – a verdade, sendo uma só, não poderá haver


contradição entre um campo e outro, motivo pelo qual as instituições
religiosas vêm perdendo sua credibilidade.Aliás, a única maneira de a
humanidade se desenvolver, é através da aceitação dessa unidade.

A Glorificação
2ª ed., 1987, 168 págs.
Este livro já foi denominado naAmérica Central e Rússia como
a Nova Teologia do 3º Milênio, ou seja, a unificação entre ciência,
filosofia e teologia (corrigidas). É constituído de três partes: Revelação
(da patologia humana), Ascensão (tratamento) e Glorificação (do
bem, juntamente com Deus). Trata-se de um hino de glória ao Criador
e sua criação, bem como a consciência da participação do ser humano
em todo o processo divino. Traduzido para: inglês, sueco, finlandês.

A Libertação
4ª Ed., 2009, 273 págs.
A origem da neurose, seu tratamento e o processo de cura do
cliente, dentro de uma compreensão psicanalítica nova.
Sua leitura é terapêutica em si, com uma linguagem simples e uma
mensagem profunda. É nesta obra que o autor organiza a estrutura
metodológica e teórica da Trilogia Analítica, sendo o livro básico para
a sua compreensão. Traduzido para: inglês, sueco, finlandês.

A Consciência
2ª ed., 2004, 179 págs.
Este foi o primeiro livro que Keppe escreveu sobre suas
descobertas a respeito da nova psicopatologia, ou melhor, a que
pode ser denominada verdadeira patologia do homem: sua oposição
à consciência.

83
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

A partir daí, trouxe conceitos fundamentais: doença é a


atitude de não querer ver (inconscientização), devido à inversão
em que o ser humano vive; não é bem questão de ter problemas,
mas de não querer conscientizá-los.
Aliás, a maior dificuldade do homem está no fato de não
querer ter consciência.

Psicanálise da Sociedade
2ª ed., 2004, 384 págs.
Trata-se do estudo da patologia social, mas usando as
descobertas de S. Freud e M. Klein. Os leitores que já conhecem
o trabalho trilógico, poderão observar que, naquele tempo (1975),
Keppe tinha basicamente os mesmos conhecimentos de agora e
idêntico anseio de resolver os problemas sociais (teomania, egocen-
trismo, narcisismo, sadismo, com predomínio do desejo de
poder (errôneo), que elabora toda espécie de atritos e desavenças
sociais).
Foi nessa ocasião que a CIA iniciou seu ataque contra o
autor, ainda se servindo do Conselho Regional de Psicologia (que
sempre tem sob seu controle).

Trilogia
1ª ed., 1978, 174 págs
Nesta época, o autor passou a perceber a tríade existente
em todos os elementos naturais ou criados pelo homem. Keppe
mostra que tanto a patologia individual como a social têm de ser
cuidadas conjuntamente, para haver o autêntico processo de cura
– desde que todos os fatores são interligados de maneira trina.

84
Maria de Lourdes de Moraes

Auto-Sentimento
1ª ed., 1977, 228 págs.
Autossentimento é um neologismo para dizer sobre a
necessidade da pessoa sentir a si mesma, como único meio de
entrar em contato com a patologia – desde que a doença está
localizada nesse setor (patós, em grego, significa paixão). O maior
problema atual está na alienação que a sociedade traz para os
indivíduos, não permitindo que sintam seu interior, cujo protótipo
é a civilização americana, que coloca fora, projeta todas as dificul-
dades. Alienação significa estar alheio a si mesmo, distante
dos próprios sentimentos.

A Medicina da Alma
2ª ed., 2004, 183 págs.
Não é apenas um estudo sobre o comportamento do neuró-
tico, mas uma descrição rápida das contribuições dos quatro autores
que Keppe julga básicos nessa ciência: além de Sigmund Freud,
Alfred Adler, Carl Gustav Jung e Viktor E. Frankl. O estudo
denominado Medicina Psicossomática procura estabelecer as
relações existentes entre as moléstias orgânicas e os problemas
emocionais. Visa também à correção desses distúrbios através da
psicoterapia.

Psicanálise Integral
2ª ed., 174 págs.
“Esta obra tem a finalidade de conscientizar sobre a
existência do universo espiritual, percebido por todo ser humano,
que denominei de transconsciência, ou seja, consciência da trans-
cendência, onde habitam os seres espirituais que formam na mente
do homem os elementos superiores da psique, ou, quando eles
forem espíritos malignos, levam a humanidade para o despenhadeiro

85
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

e à decadência. De maneira que a finalidade desta pesquisa, reali-


zada ainda em Viena (Áustria), visa a conscientizar o leitor desse
universo formidável em que vive para que aproveite seu aspecto
são e principalmente saiba se defender do negativo, que lhe causam
as doenças, angústias e morte”. (N. Keppe)

Sexo e Religião
1ª ed., 1968, 112 págs.,
Livrex Editora.

É um estudo de compreensão dos dois impulsos fundamen-


tais do homem: o instinto sexual (objeto essencial de toda pesquisa
analítica) e a inclinação espiritual, uma força útil, senão necessária,
para nosso bem-estar.

Sexo e Religião não incide na rejeição quase dogmática


que a maioria dos seguidores estreitos de Freud faz à religião e
procura abarcar toda a realidade psíquica.

Psicologia
1ª ed., 160 págs.,
Liv. Nobel S.A.

Este livro sobre o programa de Psicologia para os exames


vestibulares às Faculdades de Direito, visa preencher uma grande
lacuna que existe em todos os compêndios sobre o mesmo assunto:
a necessidade de fornecer elementos estritamente científicos,
experimentais, a todos os estudantes e interessados.

86
Maria de Lourdes de Moraes

OBRAS DE CLÁUDIA BERNHARDT DE SOUZA PACHECO

História Secreta do Brasil – A Era do Espírito Santo


– O Milênio Universal
5ª edição, 2016, 420 págs
O livro revela a história que não nos contam nas escolas.
2.500 anos do mais belo sonho acalentado por nossos
ancestrais, que continua entusiasmando até hoje as pessoas
idealistas: o de realizar, neste milênio, no Brasil, a Era de Ouro,
ou seja, uma sociedade justa, próspera, livre e universal.

A Cura pela Consciência – Teomania e Estresse


5ª edição, 2016, 192 págs
Aplicação da Ciência Trilógica na Medicina Psicosso-
mática, este livro mostra que a verdadeira causa do estresse e das
doenças psicológicas e orgânicas está no desconhecimento, tanto
das atitudes e emoções patológicas do indivíduo, como da doença
da sociedade.

Dossiê América – U.S. Government X Keppe & Pacheco


1ª edição, 1994, 240 págs.
Nova Linha Editorial
“Este livro marcha contra a corrente imposta pelos podero-
sos; ergue um brado de alerta em defesa dos direitos individuais
e coletivos, e aponta as perversões do sistema para quem acha
necessário ver para crer. Este trabalho e este livro são gesto de
generosidade próprios dos que confiam na luta por um mundo de
povos e seres humanos livres e justos” –Aldo Rebelo, Deputado
Federal.

87
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

Medicina Psicossomática Trilógica – Saúde Integral


1ª edição, 2009, 216 págs.
Os mais recentes recursos científicos para o tratamento
das doenças orgânicas e psíquicas.A energia essencial presente
em todo organismo, é nossa maior força curativa. Aprender como
lidar com isso é o desafio da Medicina Psicoenergética.

De Olho na Saúde – O ABC da Psicossomática Trilógica


2ª edição, 2007, 190 págs.
Conheça uma maneira correta de lidar com os desafios e
estresses diários. Em linguagem simples e com ilustrações do artista
plástico Nelson Coletti, a autora trata de assuntos ligados à
nossa saúde e qualidade de vida como relacionamentos, trabalho,
depressão, problemas de obesidade, autoajuda, entre outros.

A Multinacional Americana das Drogas – Dossiê


3ª edição, 2009, 184 págs.
A finalidade do lançamento desse dossiê é a de alertar a
população para os perigos gerados pelos indivíduos que estão
manipulando os cordões do narcotráfico internacional e cons-
cientizá-la das verdadeiras intenções que o poder econômico-social
e o “establishment” (principalmente o americano) têm de alienar
os povos e destruir a sua consciência.

Cartilha Terapêutica para Crianças – Método Psicopeda-


gógico Trilógico - Escrito com colaboradores.
5ª edição, 2003, 44 págs.
Pequenas estórias para crianças, contendo conceitos
básicos das descobertas de Norberto R. Keppe e o resultado de
sua aplicação na escola primária. Enquanto aprende, a criança já

88
Maria de Lourdes de Moraes

poderá conscientizar aspectos importantes de seu interior


psicológico e do mundo que o cerca, para desenvolver-se
integralmente.

ABC da Trilogia Analítica (Psicanálise Integral)


10ª edição, 2013, 152 págs.
Explica os princípios fundamentais da Trilogia Analítica
(Psicanálise Integral) que unifica ciência, filosofia e espiritualidade.
Escrito em linguagem simples, é dirigido aos interessados
na área de psicoterapia, saúde, educação, economia, sociologia,
filosofia e a todas as pessoas que desejam orientação.

As Mulheres no Divã
(Uma Análise da Psicopatologia Femi-nina)
3ª edição, 2004, 192 págs.
Baseado na experiência com centenas de casos clínicos,
a autora analisa a realidade social e psicológica das mulheres e de
sua luta pela real libertação, mostrando, em termos práticos, que
elas podem obter realização genuína e felicidade duradoura, através
de uma maior percepção das suas atitudes psicopatológicas.

Psicoterapias Alienantes Escrito com colaboradores.


2ª edição, 1980, 290 págs.
Um livro pioneiro que trata dos danos e contribuições das
linhas de psicoterapias existentes.
Com bases teóricas e práticas, os autores (psicanalistas,
psiquiatras e psicólogos) tentam esclare-cer a população, dos
enganos cometidos nessa área. Livro muito útil para estudantes e
profissionais que terão de enfrentar essas dificuldades na prática
de seu trabalho.

89
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

The ABC of the New Physics


1st edition, 2008, 272 pages.
This book was born out of the necessity to explain in the
simplest words possible the content of Norberto Keppe´s book.
Keppe analyses the mistakes in science that have caused us to be
so destructive and out of resonance with nature, and to offer
concrete solutions for fixing our inverted scientific worldview.

Revealing the Power of Consciousness – The Handbook


of Analytical Trilogy
1st edition, 2005, 82 pages.
A profound investigation into what has gone sowrongin our
beautiful world and with the human beings who live here. The scope
of the discussions is immense, and they offer us avast comprehension
of human psychology as well as pinpointing both the root causes of
our difficulties and their solution.

Abra sua Janela – Atitudes com a Vida e Saúde


O corpo é uma parte da alma, onde seu estado muitas
vezes se reflete em sintomas físicos. O livro apresenta uma série
de tratamentos psicoterápicos, entre eles a Trilogia Analítica. O
autor, Johan Wretman, esteve em treinamento com a psicanalista
Cláudia B. S. Pacheco (em Nova York), com quem escreveu os
capítulos sobre o método de psicoterapia trilógico. Obra em sueco,
1986, 253 páginas.

90
Maria de Lourdes de Moraes

Outros Autores

Como Preservar os Dentes Naturais


Márcia R. F. Sgrinhelli & Heloísa Coelho – 1ª ed., 2017
Esta obra relata 85 casos clínicos dentre os mais de dez
mil clientes atendidos pelas autoras no Brasil, EUA e Europa. É o
resultado de 35 anos de aplicação prática da ciência trilógica na
Odontologia. Foi escrito numa linguagem acessível para todos os
interessados em preservar os dentes naturais.l

Socorro no Fim dos Tempos - Passado, Presente, Futuro


S. Ingrid Zelner K. – 1ª ed., 2016
O estudo deste livro, nos esclarece que, durante toda a
história de nossa civilização, nunca houve tempos tão difíceis e
caóticos, quanto o que estamos vivendo. Seja na política, seja em
todas as áreas sociais, ambientais, psíquicas, mas acima de tudo,
nos conflitos morais e espirituais. Os sinais estão por todas as
partes, nos alertando de que, do jeito que está, não dá para conti-
nuar. Portanto, algo muito maior está por acontecer. Porém, existe
socorro, acessível a todos, que pode nos conduzir com sabedoria
e estratégias, para enfrentarmos tudo que está por vir. Como a
responsabilidade é individual, só depende de cada um de nós,
basta acreditar.

Contos da Realidade – Vagalumes & Outros Bichos


P.J. Cardoso – 1ª ed., 2015, 140 págs.
Uma proposta muito simples e objetiva numa visão clara
de relatos, os mais fidedignos possíveis, de acontecimentos
verídicos ocorridos ao longo de meio século de existência.

91
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

“Contos da Realidade, que pretendemos continuar em outros


volumes, procura fazer o leitor sentir-se presente aos
acontecimentos, acompanhando a história junto com quem a
escreveu. Os mesmos foram redigidos de forma independente,
intercalados por poemas, permitindo assim a quem os lê iniciar
por onde bem entender, pois não constituem um romance linear e
muito menos seguem qualquer ritmo cronológico, sendo na verdade
histórias pontuais com começo, meio e fim.”

Esperando a Música Marcos Pêra


Marcos F. V. Pera – 1ª ed., 2012, 148 págs.
Este livro inclui letras de canções ainda não publicadas
(daí seu título, “Esperando a Música”), em um roteiro que parte
da sanidade do ser humano, analisa sua patologia e a patologia da
sociedade em que está inserido e dos poderes que a controlam,
e fornece indícios de uma volta à realidade abandonada. Ricamente
ilustrado por renomados artistas. Trabalho baseado nas descobertas
do psicanalista e cientista social Norberto Keppe, cujas frases
enriquecem cada tema abordado.

A Terapia em Sala de Aula


Luciara Avelino e Sérgio Campos – 1ª ed., 2010, 208 págs.
A obra traz uma via educacional terapêutica para o verda-
deiro desenvolvimento do indivíduo através da educação e é
direcionada para os professores, diretores, secretários e educa-
dores em geral. Os profissionais que tiverem interesse em saber
como lidar com problemas básicos educacionais dificílimos de
tratar (como indisciplina, arrogância dos alunos ou dos colegas de
profissão, ambiente de trabalho pesado e desagradável, agressões
de vários níveis, problemas até econômicos, transcendentais e de
saúde) encontrarão aqui uma orientação inovadora e profunda.

92
Maria de Lourdes de Moraes

Numa linguagem simples, os autores propõem estratégias


psicológicas claras retiradas de análises de problemas ocorridos
em sala de aula e na escola como um todo. Por isso este livro
poderá ser útil para todos os anos na formação dos alunos de
pedagogia e na complementação profissional dos professores já
formados. O livro é acompanhado de um DVD mostrando estas
aplicações inéditas.

Translúcid,a, a Gotinha Rebelde


José Ortiz Camargo Neto – 1ª ed., 2010, 64 págs.
Estória com exercícios de escrita e pintura. As aventuras
de Translúcida, a Gotinha Rebelde e arrependida, refletem a
história da humanidade, em sua busca da bondade, beleza e
verdade, que um dia abandonou, mas que continua aí, à frente e
dentro de nós: é só aceitá-la para termos de volta o chamado
Paraíso Perdido. Ilustrações de Maria Aparecida Ortiz de Camargo
(Desenhos) e Maria de Lourdes Morais (Pintura – Telas).

Como prevenir e curar a gripe suína e qualquer outra doença


usando o nosso médico interior
Roberto Giraldo, M.D. – 1ª ed., 2009, 36 págs.

A era da Medicina daAlma já se iniciou. Saiba como se


beneficiar dela, lendo este precioso manual elaborado pelo médico
e pesquisador Roberto Giraldo, infectologista, imunologista e
psicoterapeuta, consultor em saúde integral.
Giraldo estuda intensivamente, há mais de trinta anos, a
influência das emoções nos estados mórbidos dos seres humanos.
Pesquisou o assunto em diversos países: além da Colômbia,
onde nasceu e se formou médico, estudou na Inglaterra (Londres)

93
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

e nos EUA e dirigiu diversas sociedades e grupos internacionais


de Medicina Natural. Ele só encontrou as respostas que desejava
na obra de Keppe.

Redação Prática e Moderna (Trilógica)


José Ortiz Camargo Neto – 2ª ed., 2009, 190 págs.

Em linguagem simples, este livro do jornalista, escritor,


repórter de TV e professor de comunicação José Ortiz Camargo
Neto trata dos três campos da arte de escrever: expressão do
sentimento (lirismo), do pensamento (dissertação) e da ação
(narração).
Com muitos exercícios práticos com respostas, a obra
discorre ainda sobre a atividade jornalística de campo (reportagens,
inquéritos, entrevistas), constituindo um verdadeiro manual de
jornalismo, digno de figurar em todas as redações e faculdades de
comunicação.

O Homem, a Sociedade e o Direito


Jussier Pires Vieira – 1ª ed., 2009, 72 págs.

O autor trata o tema do livro em três fases: enfocando


primeiramente o homem na busca da conscientização, uma vez
que a doença está na psicopatologia e a alternativa de solução
apontada reside na conscientização da patologia. Em relação à
sociedade, trata sob a ótica da sociopatologia, onde se encontra a
doença, mormente nos que detêm o poder, uns poucos que
dominam o dinheiro, a propriedade e os bens de produção. A
saída não se encontra na luta armada, na revolução sangrenta,
como preconizaram autores do século XIX para o XX, mas

94
Maria de Lourdes de Moraes

localiza-se na conscientização de todo o povo para que não deixe


uns poucos dominarem a propriedade e riquezas da sociedade.
Com o povo e a sociedade conscientizados haveria condição de
se ter um direito justo e legítimo.

Usando Nossa Fármacia Interior para Prevenir e Curar a AIDS


Roberto Giraldo – 1ª ed., 2009, 104 págs.
Com base em sua ampla experiência com pessoas
soropositivas de todos os continentes e com o respaldo de 298
referências científicas, o autor explica aos leitores o papel funda-
mental da personalidade, da vida emocional e sentimental de cada
pessoa, tanto na origem quanto na prevenção e cura da AIDS.
Traduzido para: inglês e espanhol.

Novas Perspectivas na Educação Infantil


Suely M. Keppe – 2ª ed., 2007, 245 págs.
Como ensinar a criança a ser sã? O que é a bondade,
beleza e verdade? Como educar a criança sem interferir na sua
individualidade e liberdade de escolha, e sem incorrer no método
patologizante de intransigência e censura? Tudo isso a autora
esclarece neste livro, de maneira clara e sensata, para os educa-
dores, pais e adultos em geral. Traduzido para o sueco.

Beabá da Trilogia Analítica Através das Histórias e Rodas


de Conversas
Eunice G. Souza e Maria I. M. Machado – 1ª ed., 2007, 52 págs.
Supervisão de Cláudia B.S. Pacheco
Esta obra é indicada para educadores, professores e pais
cujo objetivo é conscientizar a criança para alcançar mudanças de
atitudes através de historinhas infantis. Este método foi aplicado
na escola 8 de Maio (São Paulo), e é baseado na Educação

95
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

Trilógica do psicanalista Norberto Keppe que consiste na conscien-


tização da psicopatologia individual capaz de desbloquear o
emocional da criança e do adulto para a aprendizagem.

O Cientista e o Disco Voador


Marc André – 2ª ed., 2006, 152 págs.
O autor descreve o caso de um paciente do departamento
de clínica psiquiátrica do Hospital das Clínicas de São Paulo.
O sr. M.B.G. foi trazido ao hospital pela Aeronáutica com objetivo
de descobrir se ele era um doente mental, ou se ele de fato teria
tido contato com os ocupantes de um disco voador.
“Dirigi-me até a região onde teria havido tal fenômeno e
encontrei um grupo de oficiais da Aeronáutica investigando o local.
Notei pegadas no chão de calçados esquisitos e uma série de sinais,
que concordavam com o que M.B.G. dizia”, disseAndré.

AIDS e Agentes Estressantes


Roberto Giraldo, M.D. – 1ª ed., 2006, 268 págs.
Esta é a versão em português do livro “AIDS and
Stressors”, do médico colombiano Roberto Giraldo que explica
a causa da AIDS a partir da hipótese tóxico-mental-nutricional.
Ele acredita que a AIDS é uma doença tóxica (psicossocial e
nutricional) degenerativa. Afirma também que o HIV não tem
nenhum papel causal na AIDS e que esta doença não é infecto-
contagiosa nem sexualmente transmissível. Para GiraldoAIDS é
causada por exposições múltiplas, repetidas e crônicas a agentes
estressantes para o sistema imunológico, as quais são de origem
psíquica, química, física, biológica e nutricional.

96
Maria de Lourdes de Moraes

Odontologia do 3º Milênio (Trilógica) – Vol. II


Márcia Sgrinhelli & Heloísa Coelho – 2ª ed., 2005, 110 págs.
Supervisão de Cláudia Pacheco
Experiências e trabalhos das odontólogas com orientação
psicossomática Márcia e Heloísa no tratamento do ser humano
como um ser integral, um todo energético, psicossomático (corpo
e alma), além de uma avaliação dos rumos da odontologia após o
ano 2000 e suas consequências, como o uso indiscriminado de
medicamentos, antissépticos etc.

Terapia com Poesia


Maria da Glória Cordeiro – 1ª ed., 2005, 109 págs.
“Diante de uma obra-prima, a beleza não fascina, nem a
boa rima, desperta, anima? Só mesmo a Trilogia com muita calma,
alegria, te livrará dessa agonia.”

Por Dentro da Música


Gilbert Gambucci – 1ª ed., 2000, 115 págs.
Por Dentro da Música é um núcleo de vital conhecimento
científico necessário para a recuperação da arte erudita contempo-
rânea. Este estudo revolucionário, pela primeira vez esclarece como
ideias equivocadas na filosofia moderna providenciaram a total
derrocada da música erudita contemporânea (dodecafonia).

O Dentinho Porcalhão na Fábrica da Mastigação


Márcia Sgrinhelli & Maria S. Almeida – 2ª ed., 2000, 10 págs.
Este livro para colorir tem como objetivo mostrar às
crianças e aos pais a interrelação existente entre as nossas emoções
e a saúde bucal. A história é baseada nas descobertas de Norberto
Keppe, fundador da SITA – Sociedade Internacional de Trilogia

97
Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

Analítica (Psicanálise Integral), que explica que o aspecto essencial


da vida é a ação real, isto é, ação dirigida pela bondade, beleza e
verdade, em harmonia com a essência do ser humano. Baseando-
se também no livro A Cura pela Consciência – Teomania e Stress,
de Cláudia B. S. Pacheco, vice-presidente da SITA, esta história
ilustra a causa e a prevenção das cáries dentárias numa perspectiva
psicológica única, mostrando à criança como obter saúde bucal.

Odontologia do 3º Milênio (Trilógica)


Márcia Sgrinhelli & Heloísa Coelho – 1ª ed., 1998, 190 págs.
Supervisão de Cláudia B. S. Pacheco
O único método de tratamento e prevenção das doenças
bucais, que vê o cliente como um todo, um Ser Integral,
Psicossomático (corpo e alma), é tratado neste livro. Escrito em
linguagem simples, para todos os leigos e profissionais de saúde
que estejam interessados em melhorar a qualidade de vida, ele é
bastante elucidativo, porque relata 80 casos clínicos dentre os
8 mil clientes atendidos pelas autoras no Brasil, EUA e Europa.

Stop a Destruição do Mundo


Diversos Autores – 1ª ed., 1994, 340 págs.
Este livro, redigido pelo jornalista José Ortiz Camargo
Neto, professor de Redação da Escola de Línguas Millennium,
contém teses elaboradas em grupo por alunos e professores da
Escola Norberto Keppe, as quais foram apresentadas no Fórum
“STOP a Destruição do Mundo”, em maio de 1993, no Palácio
Galveias, Lisboa, Portugal. As teses referem-se à necessidade de
conscientização social e individual acerca das causas da destruição
generalizada em nosso planeta, as quais encontram-se na predomi-
nância doentia do poder econômico sobre todos os setores:
Educação, Comunicação Social, Saúde eArtes, entre outros.

98
Maria de Lourdes de Moraes

O propósito é de que sejam formuladas novas leis mais justas que


levarão à realização de um novo mundo de paz.

A Origem da Terra
Marc André R. Keppe – 1ª ed., 1984, 185 págs.
Aplicando a Trilogia Analítica aos campos da História,
Geologia e Biologia, o autor contesta as teorias evolucionistas de
Darwin, mostrando que cientificamente constituem uma aberração
e não ciência.

O Segredo de Alguino
Suely M. Keppe – 1ª ed., 1983, 16 págs.
Esta história não foi escrita somente para crianças, mas
também para os pais, que nela encontrarão mensagens muito
importantes para ajudá-los a educar seus filhos, resolver proble-
mas e serem felizes.

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Psico-Sócio-Terapia e a Moeda Social

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Conta atualmente com representação em Lisboa,
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