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Titãs – 5 Álbuns Recomendados

Meu amigo e minha amiga...


Aqui estão cinco álbuns dos Titãs simplesmente
obrigatórios não apenas para quem não conhece o
trabalho da banda (incluindo os seus filhos, netos e
sobrinhos), mas também para quem sempre teve
preconceito em ouvir “música pop”. Enquanto você
estiver lendo este pequeno guia, ouça cada um dos
discos com atenção. Você não vai se arrepender! Vamos a
eles:

CABEÇA DINOSSAURO (1996)


Esse extraordinário álbum reflete diretamente os apuros
que a banda passava na época, como as fracas
vendagens do álbum anterior – Televisão (1985) – e,
principalmente, os tremendos problemas com a lei
enfrentados por Arnaldo Antunes e Tony Belloto (ambos
foram condenados por porte de heroína).
Tal qual um treinador colocando seus subordinados em
seus devidos lugares dentro de um time vencedor, o
produtor Liminha (que também era diretor da gravadora
da banda, a Warner) colocou os jovens e raivosos músicos
não para tocarem como craques de seus instrumentos
(que não eram), mas para formar um repertório muito
mais visceral e coeso, com letras bem sacadas de sobra e
um ciclo de canções que nos davam vontade de ouvir o
álbum ininterruptamente. Parece até hoje uma coletânea:
“Polícia”, "O Quê?”, "AA UU", "Bichos Escrotos”, "Igreja”,
"Homem Primata", "Família”...
A banda saiu fortalecida e gradualmente se tornou ainda
mais pesada e agressiva sem perder o senso melódico tão
valorizado no pop nos discos seguintes.

JESUS NÃO TEM DENTES NO PAÍS DOS BANGUELAS


(1987)
Demonstrando mais uma vez o conceito de trabalho visto
em Cabeça Dinossauro, a banda deu a uma nova geração
de ouvintes um disco que inspirou e fez todos os fãs
transpirarem logo no título do álbum.
Mais uma vez, o trabalho de Liminha foi fundamental
para dar o devido acabamento a pedradas como “Lugar
Nenhum”, “Nome aos Bois”, “Diversão”, “Desordem” e
várias outras. O sucesso de “O Quê?” no álbum anterior
foi o estímulo perfeito para que outra faixa com forte
programação eletrônica fosse incluída, a hoje clássica
“Comida”. Há nele um amálgama muito bom de
sofisticação e agressividade, algo que quase ninguém
conseguiu obter tão bem até os dias atuais.
Ainda hoje é um de meus preferidos não apenas na
discografia da banda, mas na história do rock nacional!

Õ BLESQ BLOM (1989)


Com a popularidade nas alturas, a banda se sentiu
estimulada a ousar ainda mais em todos os sentidos,
desde a capa até os samples do casal de repentistas
pernambucanos Mauro e Quitéria gravados no meio da
praia, passando por experimentações eletrônicas
surpreendentes – como nas sensacionais “Miséria” e “O
Pulso” – e desaguando em pérolas roqueiras do pop,
como a fantástica “Flores”.
Para muitos fãs e até para grande parte da crítica
especializada, a banda nunca mais conseguiu lançar um
disco tão bom quanto esse, peça fundamental para o
surgimento, tempos depois, de toda a cena mangue beat.
Sim, isso mesmo! Ouvir o disco nos dias atuais é perceber
como o álbum ainda transpira uma abordagem
laboratorial na produção (novamente a cargo de Liminha)
que acabou criando uma colisão estilística que misturava
o pop rock com a música nordestina, gerando uma
brasilidade poderosíssima.
TITANOMAQUIA (1993)
O disco mais pesado na discografia da banda também foi
o primeiro sem Arnaldo Antunes e um trabalho
malhadíssimo pela crítica e adorado pelo público.
Abraçando a sonoridade tensa e nervosa influenciada
pelo grunge – a ponto de ter sido produzido por Jack
Endino, famoso por seus trabalhos com Nirvana,
Soundgarden e Mudhoney, entre outros -, a banda se
jogou em um lago repleto de guitarras, distorcidas,
bateria trovejante e vocais agressivos/sarcásticos - vide
"Será que é Isso que Eu Necessito?", “A Verdadeira Mary
Poppins”, “Estados Alterados da Mente”, "Nem Sempre se
Pode Ser Deus", “Dissertação do Papa Sobre o Crime
Seguida de Orgia”, “Disneylândia”, entre outras pauladas.
Não foi um sucesso comercial, mas os fãs ainda sentem
arrepios ao ouvir cada uma das canções.
DOMINGO (1995)
Visto até hoje como um bem-vindo retorno a uma
abordagem essencialmente mais pop, é um álbum que
conseguiu manter uma consistência que ainda
impressiona. Desde a surpreendente faixa de abertura,
“Eu Não Aguento“ (composta pela banda Tiroteio) há um
desfile de ótimas canções menos pesadas e igualmente
certeiras nos discursos, como em “Tudo em Dia“, “Ridi
Pagliaccio“ e “Tudo o que Você Quiser“. Até mesmo uma
bobagem como a faixa-título funciona adoravelmente
bem dentro do álbum, que até hoje é um dos preferidos
do próprio produtor, Jack Endino.

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