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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

ARQUITETURA E URBANISMO

PLANEJAMENTO URBANO II

RACHEL RIZZI MORENO


174888

FANI ALESSANDRI, Ana. “O Lugar no/do mundo”. FFLCH, São


Paulo, 2007

Santos
2022
Definir o Lugar

➢ O autor mostra que o estado de permanência é apenas uma ilusão, já que os


lugares se transformam, altera-se seu uso, público e enfoque.
➢ Le Lannou diz que “associada à idéia de solidariedade geográfica é superada
por aquela de simultaneidade; uma determinação fundamental para
entendermos hoje o lugar; isto porque no lugar se imbricam uma série de
acontecimentos simultâneos que na visão do Aleph de Borges seria um lugar na
terra onde se achariam todos os lugares, um espaço ilimitado de
simultaneidade e paradoxo “.
➢ Para Milton Santos o lugar permite ao mundo realizar-se, a oportunidade de
uma história que ao se realizar muda, transforma, determina a ação, é onde os
homens estão juntos vivendo, sentindo, pulsando, e que tem a força da
presença do homem.
➢ O processo de globalização se dá no aprofundamento das contradições entre o
local e o mundial, reafirmando desigualdade gerada pela sociedade capitalista.

O lugar na “era das redes”

➢ É associado à ideia do telecommuting e a internet, onde o mundo moderno foi


mudado completamente pela diversidade de serviços online. Assim o lugar
contem e diz respeito a uma ordem distante.
➢ Os novos processos de produção estão dependentes de uma via de
comunicação inconstante e mutável. “Era das redes” trás o conceito de que as
configurações disso não passam mais pelas rotas terrestres.
➢ A mídia faz a conexão do próximo e do distante.
➢ O lugar, para Milton Santos, dá ao homem sua presença, permitindo-o se
realizar, viver, pulsar e sentir. Mudando e transformando suas ações.
➢ Na realidade a tendência a anulação do tempo/distância entre lugares no
espaço do globo terrestre parece diminuir de tamanho articulando lugares
agora através das redes de alta densidade de trocas de informações.
A guerra dos lugares

➢ Devido ao enorme processo de globalização, e ao aumento constante e rápido


da tecnologia, se vê imposto uma nova perspectiva para se pensar o espaço.
➢ Porém, essas novas tecnologias oferecem uma possível estruturação da
indústria, devido a administração do fluxo de informações e produtos
adquiridos online.
➢ O processo de globalização gera a união do espaço global onde a organização
se produz a partir de uma hierarquia de estados que vão do centro à periferia a
partir de relações de dominação-subordinação que tem como elemento de
articulação o mercado mundial.
➢ Na realidade o que se tende a eliminar não é o espaço que é cortado por um
complexo de redes e fluxos inúmeros, e que é fundamental para sua
materialização. O que se tende a eliminar é o tempo através de sua
compactação.

A natureza do espaço fragmentado

➢ A metrópole surge como um resultado de um fenômeno do mundo moderno,


onde o espaço surge através da divisão do trabalho, ampliação do mercado
mundial, e a eliminação das fronteiras entre os estados.
➢ O conceito de metrópole, surge apartir de uma hierarquização de funções do
espaço, como por exemplo: administração, jurisdição, fiscalização,
policiamento e gestão.
➢ A metrópole, hoje, é vista como o símbolo do mundo moderno, é fonte de um
fluxo constante e acelerado.
➢ O crescimento gradual do sistema urbano do mundo dissipa as relações sociais
graças ao controle que a mercadoria tem sobre os sujeitos. Criando uma
relação de domínio, onde o ato de troca se torna algo corriqueiro.
➢ A vida urbana impõe conflitos e confrontos e o processo de fragmentação
aparece como justaposição de atividades parcelares cujo conjunto escapa ao
indivíduo. Em decorrência, a produção de um cotidiano onde a vida aparece
atomizada, ao mesmo tempo que super organizada.
Os lugares da metrópole: a questão dos guetos urbanos

➢ A autora diz que o desenvolvimento do capitalismo atual tende a diminuir as


divergências da sociedade, resultando em uma sociedade mais homogênea e
pertencente do mesmo modelo. Onde o tempo é rígido, preso a um ritmo de
trabalho, e o espaço com um fluxo constante de mercarias e informações.
➢ Essas trocas de mercadorias e informações alteram o cotidiano público, criando uma
vida programada e idealizada para o consumo.

A construção de uma nova urbanidade

➢ A vida urbana atual que levamos comporta uma série de objetos cotidianos (tv,
computadores, carros, etc), todos embutidos na metrópole. As ruas de tal
revelam esses comportamentos, nos levando a entender sobre essa possível
“nova urbanidade”.
➢ O constante ir e vir das pessoas acontece sem que elas deixem rastros
aparentes apesar da advertência de Benjamin de que “habitar é deixar rastros”.
➢ A produção do cotidiano reproduz as relações entre as pessoas na metrópole,
produzindo o que estamos chamando de uma “nova urbanidade”. Esse
problema nos aponta, inicialmente, duas vertentes de discussão.
➢ De outro lado, a exacerbação do individualismo que se reproduz como
condição /produto da reprodução das relações sociais, neste fim de século.
➢ A mercadoria parece assim como figuras autônomas dotadas de vida própria
em relação e, em relação aos homens. No mundo moderno essa situação
atingiu o seu limite.
➢ No mundo atual, “fechado, onde a produção do capital enche todo o espaço
social, o modo de vida reduz-se a este incrível consumo de mercadorias duas
vezes consumidas sendo que a primeira na imagem que impõe o capitalismo e
a segunda no uso do objeto-mercadoria.
➢ Convém também não esquecer que o consumo dos signos e dos significados
tem um papel determinado na reprodução das relações sociais no plano do
cotidiano programado, que se instala no vazio, “como presença e ausência
ilusórias.
➢ Na questão da construção desta nova individualidade, a cultura de massa acaba
por desempenhar um papel fundamental, pois reforça as pressões sociais sobre
o indivíduo ao impor modelos de imitação coletiva, o que finda por pulverizar o
homem.

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