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DECRETO Nº 5.

450/2005 - Regulamenta o Pregão Eletrônico


Art. 1o A modalidade Pregão Eletrônico é para bens e serviços comuns, no âmbito da União, estendendo-se
aos fundos, autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e entidades
controladas pela União.

Art. 2o O pregão eletrônico do tipo menor preço, realiza-se na disputa à distância, por sistema de internet.
§ 1o Bens e serviços comuns possuem padrão e qualidade definidos em edital, usuais no mercado.

Art. 3o Deverão ser previamente credenciados no sistema a autoridade, o pregoeiro, apoios e licitantes.
§ 2o No pregão promovido por órgão do SISG, o credenciamento do licitante depende de registro no SICAF.

Art. 4o Nas licitações de bens e serviços comuns é obrigatório o pregão e preferencial a forma eletrônica,
salvo comprovada inviabilidade justificada pela autoridade.
§ 2o Na Dispensa do art. 24, II (valor), integrantes do SISG adotam, preferencialmente, a cotação eletrônica.

Art. 5o Princípios: legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade, eficiência, probidade,


vinculação instrumento convocatório, julgamento objetivo, razoabilidade, competitividade e proporcionalidade.
PU.: as normas são interpretadas para ampliar disputa, observando isonomia, finalidade, segurança.

Art. 6o A licitação eletrônica, NÃO se aplica a obras de engenharia, locações imobiliárias e alienações.

Art. 8o À autoridade competente cabe:


I - designar e solicitar ao provedor o credenciamento do pregoeiro e equipe;
II - indicar o provedor do sistema;
III - determinar a abertura do processo;
IV - decidir os recursos do pregoeiro, se este manter decisão;
V - adjudicar, se houver recurso;
VI - homologar;
VII - celebrar contrato.

Art. 9o Preparação do pregão eletrônico:


I - termo referência elaborado pelo requisitante, com objeto preciso e claro, sem limitar, frustrar competição;
II - aprovação do termo de referência pela autoridade competente;
III - justificativa da contratação pela autoridade;
IV - elaboração do edital, com os critérios de aceitação das propostas;
V - exigências de habilitação, sanções, prazos e condições do contrato;
VI - designação do pregoeiro e equipe de apoio.

Art. 10. As designações do pregoeiro e apoios devem recair nos servidores do órgão licitador ou do SISG.
§ 1o A equipe de apoio é formada, na maioria, por servidores efetivos, preferencialmente o quadro
permanente.
§ 2o No Ministério da Defesa, as funções de pregoeiro e apoio podem ser desempenhadas por militares.
§ 3o O pregoeiro pode ser designado por um ano, admitindo-se reconduções OU para licitação específica.

Art. 11. Cabe ao pregoeiro:


I - coordenar processo;
II - receber, examinar e decidir as impugnações e consultas ao edital, apoiado pelo setor responsável pela
sua elaboração;
III - conduzir a sessão pública na internet;
IV - verificar a conformidade da proposta com os requisitos estabelecidos no instrumento convocatório;
V - dirigir a etapa de lances;
VI - verificar e julgar as condições de habilitação;
VII - receber, examinar e decidir os recursos, encaminhando à autoridade competente quando mantiver sua
decisão;
VIII - indicar o vencedor do certame;
IX - adjudicar o objeto, quando não houver recurso;
X - conduzir os trabalhos da equipe de apoio; e
XI - encaminhar o processo devidamente instruído à autoridade superior e propor a homologação.

Art. 12. Ao apoio cabe auxiliar o pregoeiro em todas as fases do processo, dentre outras atribuições.
Art. 13. Caberá ao licitante:
I - credenciar-se no SICAF;
II – remeter por meio eletrônico, via internet, a proposta e anexos;
III - responsabilizar-se por transações em seu nome, pelo representante ou 3ºs com uso indevido da senha;
IV - acompanhar operações no sistema, responsabilizando-se pelo ônus da perda de negócios e mensagens;
V - comunicar imediatamente ao provedor fato que comprometa o sigilo ou senha, para bloquear acesso;
VI - utilizar-se da chave e senha para participar do pregão eletrônico;
VII - solicitar o cancelamento da chave ou senha por interesse.

Art. 14. Para habilitação é exigido, exclusivamente:


I - à habilitação jurídica;
II - à qualificação técnica;
III - à qualificação econômico-financeira;
IV - à regularidade fiscal com a Fazenda Nacional, INSS e FGTS;
V - regularidade fiscal com Fazendas Estaduais e Municipais;
VI - ao cumprimento do art. 7 “XXXIII” da CF e art. 78 'XVIII' da Lei 8.666/93 (emprego de menor).
PU.: A documentação jurídica, econômico-financeira e fiscal é substituída pelo registro no SICAF ou CRC.

Art. 15. Se permitida a participação de estrangeiros, os documentos de habilitação serão equivalentes,


autenticados por consulados ou embaixadas e traduzidos por tradutor juramentado no Brasil.

Art. 16. Se permitida a participação de consórcio de empresas, serão exigidos:


I - comprovação de compromisso público OU particular de constituição, indicando empresa representante;
II - documentação de habilitação;
III - comprovação da capacidade técnica pelo somatório dos quantitativos de cada consorciado;
IV - demonstração, por empresa consorciada, do atendimento aos índices contábeis do edital;
V - responsabilidade solidária das consorciadas pelas obrigações da licitação e do contrato;
VI - obrigatoriedade de liderança por empresa brasileira no consórcio formado junto a empresas estrangeiras;
VII - constituição e registro do consórcio antes do contrato.
PU.: não pode participar na mesma licitação, empresa consorciada, em mais de um consórcio ou
isoladamente.

Art. 17. A fase externa do pregão eletrônico, inicia com a convocação dos interessados, sendo:
I - até R$ 650.000,00: no DOU e internet;
II - acima de R$ 650.000,00: DOU, internet e jornal de grande circulação local;
III – acima de R$ 1.300.000,00: DOU, internet e jornal de grande circulação regional ou nacional, salvo '§6'.
§ 1o Os órgãos do SISG que aderirem ao sistema do Governo Federal publicarão edital no COMPRASNET.
§ 2o O extrato terá objeto definido, locais, dias e horários para acessar edital, endereço eletrônico, data e
horário da sessão pública e indicação de que o pregão será realizado na internet.
§ 3o A publicação pode ser feita em sítios oficiais da ADM, desde que certificado digitalmente - ICP-Brasil.
§ 4o O prazo para a apresentação das propostas, a contar da publicação, não será inferior a oito dias úteis.
§ 5o Os horários no edital, no aviso e na sessão pública observarão, o horário de Brasília/DF.
§ 6o O registro de preços será publicado no DOU, internet e jornal grande circulação regional ou nacional.

Art. 18. Até 2 dias úteis antes da data de abertura da sessão, qualquer pessoa poderá impugnar edital.
§ 1o Pregoeiro, auxiliado pelo setor que elaborou edital, decidirá sobre em até 24 horas.
§ 2o Acolhida a impugnação, será definida e publicada a nova data do certame.

Art. 19. Esclarecimentos serão solicitados ao pregoeiro por meio eletrônico, até 3 dias úteis antes da sessão.

Art. 20. A modificação no edital é divulgada na mesma forma em que se deu original, reabrindo prazos,
exceto quando, inquestionavelmente, alteração não afetar propostas.

Art. 21. Após a divulgação do edital, os licitantes encaminharão proposta por meio eletrônico, até a data e
hora da sessão, quando encerrará automaticamente o seu recebimento.
§ 1o A participação no pregão eletrônico será através de senha privativa do licitante.
§ 2o É requisito para participar, manifestar cumprimento dos requisitos de habilitação e proposta.
§ 3o A declaração falsa dos requisitos de habilitação e proposta sujeita licitante às sanções deste Decreto.
§ 4o Até abertura da sessão, os licitantes poderão retirar ou substituir proposta anterior.
Art. 22. A sessão na internet será aberta no horário do edital, por comando do pregoeiro com chave e senha.
§ 1o Os licitantes participarão da sessão pública na internet, através da chave de acesso e senha.
§ 2o O pregoeiro desclassificará as propostas em desacordo com os do edital.
§ 3o A desclassificação de proposta é fundamentada e registrada no sistema, acompanhada pelos demais.
§ 4o As propostas estarão disponíveis na internet.
§ 5o O sistema disponibilizará campo para troca de mensagens entre o pregoeiro e licitantes.

Art. 23. O sistema ordenará, automaticamente, as propostas classificadas, para a fase de lences.

Art. 24. Classificadas propostas, pregoeiro iniciará a competição, onde licitantes encaminharão seus lances.
§ 1o Dos lances, o licitante é imediatamente informado do seu recebimento e valor.
§ 2o Os licitantes poderão oferecer lances sucessivos, observados horário da sessão e regras do edital.
§ 3o O licitante somente oferecer lance inferior ao último por ele ofertado e registrado no sistema.
§ 4o Não serão aceitos lances iguais, prevalecendo o primeiro registro.
§ 5o Na sessão pública, licitantes são informados, em tempo real, do menor lance, SEM identificar licitante.
§ 6o A etapa de lances na sessão pública será encerrada pelo pregoeiro – tempo iminência.
§ 7o Sistema avisa tempo iminente, abrindo aleatório, por até 30 minutos, fechando automaticamente lances.
§ 8o Ao encerrar lances, pregoeiro pode enviar contraproposta ao 1º lugar, afim de obter melhor proposta.
§ 9o A negociação é realizada pelo sistema e acompanhada pelos demais licitantes interessados.
§ 10. Na desconexão do pregoeiro, se sistema permanecer acessível, os lances continuarão a ser recebidos.
§ 11. Se a desconexão superar 10 minutos, sessão é suspensa e reiniciada após comunicar participantes.

Art. 25. Após lances, pregoeiro examina 1ª proposta classificada com preço estimado e habilitação.
§ 1o A habilitação será por meio do SICAF, nas licitações de órgãos do SISG ou que aderirem ao SICAF.
§ 2o Os documentos não contemplados no SICAF, são enviados, inclusive por fax, após solicitação pregoeiro.
§ 3o Os documentos e anexos via fax, devem ser originais ou cópia autenticada, nos prazos do edital.
§ 4o Para habilitação, a verificação nos sites oficiais de órgãos emissores de certidões, constitui prova legal.
§ 5o Se proposta não for aceita ou inabilitado, pregoeiro examina as subsequentes, na ordem classificação.
§ 6o No serviço comun que se exija planilha de custos, essa é enviada de imediato no sistema pelo vencedor.
§ 7o No registro de preços, se vencedor não cotar total, são convocados os licitantes necessários para
alcançar quantidades, observado o preço do vencedor.
§ 9o Atendidas às exigências fixadas no edital, o licitante será declarado vencedor.

Art. 26. Declarado vencedor, licitantes podem manifestar intenção de recurso, tendo 3 dias para apresentálo,
ficando os demais, intimados para apresentar contra-razões, em igual prazo, após término.
§ 1o A falta de manifestação imediata e motivada da intenção de recorrer, importará decadência desse direito.
§ 2o O acolhimento de recurso importará na invalidação apenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento.
§ 3o No julgamento da habilitação e propostas, pregoeiro pode sanar erros e falhas que não alterem
substância dos documentos e sua validade jurídica, com despacho e registro em ata.

Art. 27. Decidido recurso e constatada regularidade dos atos, autoridade adjudica objeto e homologa licitação.
§ 1o Após homologação, adjudicatário é convocado para assinar contrato ou ARP, no prazo definido em edital.
§ 2o Na assinatura comprova-se as condições de habilitação, as quais são mantidas durante contrato, ARP.
§ 3o Quando vencedor não comprovar o '§2'ou sem justificativa, recusar-se a assinar contrato ou ARP, pode
ser convocado licitante a seguir classificação, que, após comprovar o '§2', deve assinar o contrato ou ARP.
§ 4o O prazo de validade das propostas é de 60 dias, salvo disposição diversa no edital.

Art. 28. Se convocado na validade da proposta, não assinar contrato ou ARP, não entregar documentação ou
apresentar falsa, não manter proposta, retardar, falhar ou fraudar execução, comportar-se de modo inidôneo
ou cometer fraude fiscal, fica impedido de licitar com União, sendo descredenciado no SICAF, por até 5 anos.
PU.: As penalidades são obrigatoriamente registradas no SICAF.

Art. 29. Autoridade revoga licitação por interesse público motivado por fato superveniente comprovado,
devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou provocação, com ato escrito e fundamentado.
§ 1o A anulação da licitação induz à do contrato ou ata de registro de preços.
§ 2o Os licitantes não são indenizados na anulação, salvo o de boa-fé, pelos encargos já suportados.

Art. 30. O processo licitatório é instruído com os seguintes documentos:


I - justificativa;
II - termo de referência;
III - planilhas de custo;
IV - recursos orçamentário;
V - autorização;
VI - designação do pregoeiro e apoios;
VII - edital e anexos;
VIII - minuta do contrato e/ou da ata de registro de preços;
IX - parecer jurídico;
X - documentação de habilitação;
XI – ata: participantes, propostas, lances, aceitabilidade preços, habilitação, recursos;
XII – publicações: aviso do edital, resultado, extrato do contrato e outros atos com publicidade exigível.
§ 3o A ata será disponibilizada na internet, com acesso livre, após o encerramento da sessão.

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