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RESENHA CRITICA DO LIVRO Educação escolar de jovens e adultos: das

competências sociais dos conteúdos aos desafios da cidadania

Este livro foi escrito por Stela C. Bertholo Piconez que é conhecida por
seus estudos e trabalhos relacionados à educação, cidadania, direitos
humanos e qualidade na educação.
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é um campo de extrema
importância na educação, especialmente para aqueles que não tiveram
oportunidade de concluir seus estudos na idade convencional. Nesta edição a
autora tem uma visão de que a EJA (Educação de Jovens e Adultos) se alinha
com sua abordagem humanista e inclusiva da educação.
Ela relata no primeiro capitulo o potencial de aprendizado e
desenvolvimento dos jovens e adultos, independentemente de sua idade ou
histórico educacional. A autora acredita que a educação é um direito
fundamental e que todas as pessoas têm o direito de buscar conhecimento e
desenvolver suas habilidades ao longo da vida. A atuação do sujeito
desempenha um papel fundamental na inovação do conhecimento. Ela valoriza
a participação ativa e criativa dos indivíduos no processo de construção do
conhecimento, reconhecendo que a interação entre o sujeito e o objeto de
conhecimento é dinâmica e transformadora, desta forma o conhecimento não é
simplesmente transmitido passivamente de um professor para um aluno, mas é
construído através da interação ativa entre os indivíduos e o mundo ao seu
redor.
Stela Guedes Caputo defende que a atuação do sujeito no processo de
construção do conhecimento promove sua autonomia e empoderamento. Ao se
engajar ativamente na busca pelo entendimento, os indivíduos desenvolvem
habilidades de pensamento independente, capacidade de resolver problemas e
confiança em suas próprias capacidades. Sendo assim a atuação do sujeito é
central para a inovação do conhecimento, permitindo que os indivíduos
contribuam ativamente para a construção de novas ideias, perspectivas e
soluções criativas para os desafios do mundo contemporâneo.
Atualmente vivemos em uma era onde a informação está amplamente
disponível e acessível, graças ao avanço da tecnologia e da internet. No
entanto, esse acesso fácil à informação também tem impactos na forma como
consideramos a formação completa de um indivíduo. As pessoas agora têm
acesso a uma variedade de conhecimentos e perspectivas de uma forma que
nunca antes foi possível. Isso significa que a aprendizagem contínua e a
atualização constante do conhecimento se tornam essenciais para acompanhar
os avanços e mudanças em diversas áreas. formação completa agora é vista
como um processo contínuo de desenvolvimento pessoal e profissional, no
qual as pessoas estão sempre buscando novas habilidades, conhecimentos e
experiências.
A cidadania vai além do simples status legal de pertencimento a um
país. A autora enfatiza uma cidadania ativa e participativa, na qual os
indivíduos estão engajados na vida política, social e cultural de suas
comunidades. Isso inclui não apenas o exercício de direitos civis e políticos,
mas também o envolvimento em questões de justiça social, igualdade e direitos
humanos. Caputo também defende os direitos humanos como princípios
fundamentais que devem orientar todas as áreas da vida, incluindo a
educação. Isso implica no reconhecimento e respeito pelos direitos inalienáveis
de todas as pessoas, independentemente de sua origem, raça, gênero, religião
ou condição socioeconômica. Na educação, isso se traduz em criar ambientes
inclusivos, seguros e respeitosos, onde todos os alunos possam aprender e se
desenvolver plenamente.
A qualidade na educação não se limita apenas à transmissão de
conhecimentos acadêmicos, mas também envolve o desenvolvimento integral
dos indivíduos. Isso inclui o cultivo de habilidades socioemocionais,
pensamento crítico, criatividade, resolução de problemas e comunicação
eficaz. Uma educação de qualidade é aquela que capacita os alunos a se
tornarem cidadãos ativos, críticos e responsáveis, capazes de contribuir
positivamente para suas comunidades e para o mundo em geral.
Caputo enfatiza a importância de uma abordagem holística da educação, que
integre os princípios de cidadania, direitos humanos e qualidade em todas as
suas dimensões. Isso requer um compromisso com a promoção da justiça
social, igualdade de oportunidades e respeito pelos direitos fundamentais de
todos os indivíduos, dentro e fora do contexto educacional. O acesso ao
conhecimento muitas vezes é desigual entre os indivíduos, refletindo
disparidades socioeconômicas e estruturais na sociedade. A autora destaca
que a desigualdade de acesso ao conhecimento pode resultar em
desigualdades de oportunidades de aprendizado e desenvolvimento pessoal.
Em muitos contextos, há disparidades significativas na distribuição de
recursos educacionais, como escolas bem equipadas, professores qualificados,
materiais didáticos atualizados e acesso à tecnologia. Isso pode criar barreiras
para o acesso ao conhecimento para aqueles que estão em comunidades
desfavorecidas. Em áreas rurais ou remotas, o acesso ao conhecimento pode
ser limitado devido à falta de escolas, bibliotecas ou centros de aprendizagem.
Isso pode afetar especialmente comunidades isoladas ou com infraestrutura
precária.
Com o avanço da tecnologia, o acesso à internet e às ferramentas
digitais tornou-se cada vez mais importante para o acesso ao conhecimento.
No entanto, muitas pessoas enfrentam desafios de acesso à tecnologia, seja
devido à falta de infraestrutura, custos associados ou falta de habilidades
digitais. Stela Guedes Caputo argumenta que abordar essas desigualdades de
acesso ao conhecimento é essencial para promover a justiça social, a
igualdade de oportunidades e o desenvolvimento humano pleno. Isso requer
políticas e práticas educacionais que busquem mitigar essas disparidades e
garantir que todos os indivíduos tenham acesso equitativo ao conhecimento e à
educação.
a educação instrumentaliza criticamente a intervenção e inovação da realidade
sendo assim a educação não deve ser apenas um processo de transmissão de
conhecimentos, mas também um meio de capacitar os indivíduos a
compreenderem criticamente o mundo ao seu redor e a agirem de forma
criativa para promover mudanças positivas na sociedade.
Ao desenvolver habilidades de pensamento crítico, os alunos podem
entender melhor os problemas complexos da sociedade e buscar soluções
inovadoras e eficazes. a educação deve promover uma consciência social nos
alunos, capacitando-os a compreenderem as questões sociais, políticas,
econômicas e culturais que afetam suas vidas e as vidas dos outros. Isso
envolve desenvolver empatia, solidariedade e senso de responsabilidade em
relação ao bem-estar coletivo.
Portanto, Stela Guedes Caputo defende uma abordagem da educação
que capacita os alunos a compreenderem criticamente a realidade, a agirem de
forma criativa para promover mudanças positivas e a contribuírem ativamente
para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva.

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