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JURISPRUDENCIA
Tribunal Federal de Recursos
JURISPRUDENCIA
cp
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,
BRASILIA
TRIM.1 1965
TFR
Diretor
Redação:
José Teixeira de Oliveira - Redator-Chefe
.l0rge Imperial Amaral Palet - Secretário
Kleber Souza, Roberto Wagner Monteiro, Selmar Riograndense de
Piratiny Machado, Sergio Pinto de Lima - Revisão
Revista Trimestral
Administração:
Esplanada dos Ministérios - Bloco 6, térreo - Brasília, DF.
suMARIO
AGRAVOS
15.831 1
17.286 5
19.986 9
22.208 11
APELAÇÕES CÍVEIS
7.036 15
13.910 22
13.992 25
14.892 27
15.531 34
15.599 38
15.783 40
16.159 41
16.245 53
16.730 55
16.750 59
17.461 61
17.889 67
18.089 70
18.327 75
18.492 79
19.411 101
19.517 106
APELAÇÕES CRIMINAIS
1.046 112
1. 051 ...................................................... 115
HABEAS CORPUS
MANDADOS DE SEGURANÇA E
AGRAVOS EM MANDADOS DE SEGURANÇA *
23.574 135
27.592 139
28.609 141
29.208 157
29.869 164
29.988 175
31. 260 179
31. 328 183
31.493 189
31. 531 195
31. 581 197
31. 982 209
32.128 217
32..410 222
33.372 224
33.450 228
36.082 232
39.326 234
44.905 238
RECLAMAÇÃO
92 ...................................................... 273
RECURSOS DE REVISTA
Acórdão
conjuntura econômica, foi a hipó- tal de uma lei, que também deno-
tese bem apre.ciada nos seguintes mina-se revogação que deve ser
têrmos: "A dívida ajuizada ba- expressa quando declarada nova
seia-se no Decreto-lei n. o 6.224, lei" ( Hermenêutica e Aplica.ção
de 24 de janeiro de 1944, que, por do Direito - Carlos Maximilia-
sinal, não foi revogado até a pre~ no, fls. 419).
sente data, é, repetimos, uma dívi- Doutrina o renomado jurista,
da líquida e certa, foi amplamente na citada obra, que "as expressões
ventilada no processo administra- de direito podem ser ab-rogadas
tivo, ficando demonstrada a sua ou derrogadas somente por outras
procedência. Não colhe a argu- da mesma natureza ou de autori-
mentação embargada que o "im- dade superior. A lei revoga à lei,
pôsto pretendido mirava, como es- o aviso ao aviso, o regulamento
tabelece o art. 1.0 do Decreto-lei ao regulamento, o costume ao cos-
n. o 6.224, a crise econômico-fi- tume".
nanceira, produzida pela guerra;
"Lei - A posterior se não tra-
cessada esta e terminados os seus
duz revogação expressa da ante-
efeitos, não mais se justifica a co-
rior, deixa-a em vigor, a menos
brança de um impôsto de caráter
que expressa ordem inteiramente
efêmero, transitório e específico",
inconciliável com a presente. A
e por isto a sua cobrança, atual-
revogação tácita, não se presume"
mente, não tem mais sua razão de
(in R. Forense, voI. 138/136):
ser.
Devemos lembrar, contudo, que As leis de vigência transitória,
o malsinado impôsto foi lançado são aquelas promulgadas com pra-
em plena fase de crise financeira, zo estabelecido, por exemplo: de-
esquivando-se a embargante de creto de estado de sítio, leis de
seu pagamento, como se patenteia orçamento - leis de meio, leis
pelos diversificados e reiterados que fixam o contingente de fôrça
pedidos de reconsideração apre- de terra e mar, lei de inquilinato,
sentados pela executada na via e outras. A própria lei de emer-
crucis do pro.cesso administrativo, gência, quando não determina em
onde se pretendia uma execução seu bojo a data certa da sua vi-
amigável, como é óbvio. O De.c.- gência, permanece válida até sua
-lei 6.224, que instituiu o impôsto ab-rogação, pelo poder competen-
sôbre lucros, não foi revogado te, é lógico.
como alega a embargante. Bem argumenta a exeqüente,
As leis mencionadas pela em- ora embargante, "que não procede
bargante, nas suas razões de em- a excepcionalidade levantada, pois
bargos, referem-se ao impôsto de ficar a executada exonerada do
renda, introduzindo modificações pagamento da dívida, apenas por-
e regulamentando a sua aplicação; que não estamos em guerra, seria
são leis interpretativas e não têm premiar os devedores faltosos, jus-
o condão de derrogar leis ante- tamente os que deixaram de con-
riores. tribuir para o bem comum".
Ensina Carlos Maximiliano que Restaria analisar tão-sOmente a
"conforme norma de direito é alegação de que a sentença não
caso de ab-rogação a extinção to- examinara o mérito.
-5-
Acórdão
havia o Juiz que verificar, previa- tença seja inutiliter datur e que
mente, a existência do litisconsór- se venha a dissipar baldadamen-
cio necessário. te o tempo e o esfôrço da admi-
Observa o saudoso Carvalho nistração da justiça, como observa
Santos que o nôvo código de Pro- Pedro Batista Martins, de saudosa
cesso orientou-se no sentido do memória.
ensinamento de lVlortara, prefe- E o recurso específico contra
rindo dar ao a faculdade de o despacho que considera sanea-
ordenar a citação de terceiros, do o processo é o agravo no auto
qUândo necessária, a dizer, sempre do processo, previsto no art. 851,
que terceiro ou ter,ceiros tenham IH, do Código de Processo Civil,
interêsse na decisão da causa, po- recurso de que se utilizou oportu-
dendo os efeitos desta decisão re- namente a ora agravante, como se
percutir de qualquer modo nos vê da certidão de fls. 106.
seus interêsses. E acrescenta: Ante o exposto, tenho como in-
"Claro que o Juiz tem amplo ar- censurável a decisão do ilustrado
bítrio de apreciação quando se ve- Julgador a quo não admitindo,
rifica essa necessidade, a que alu- por incabível, o agravo de instru-
de o Código, constituindo mera fa- mento interposto pela Companhia
culdade, que êle usa se quiser, Energia Elétrica Rio-Grandense.
sem que sua deliberação possa Dêle não conheço e, se o conhe-
ser criticada pelo Tribunal Supe- cesse, negar-lhe-ia provimento.
rior" (Cód . de Processo Civil,
Interp., voI. l, pág. 376). Decisão
Mas, a matéria é regida pelo
art. 294 da lei processual, eis que, Como consta da ata, a decisão
no despacho saneador, deverá o foi a seguinte: Por unanimidade,
Juiz ordenar a citação dos litis- não se conheceu do recurso, por
consortes necessários, não para in- incabível. Os Srs. Mins. Oscar
tegrarem a contestação como er- Saraiva e Cunha Vasconcellos vo-
rôneamente se expressa o art. 91, taram com o Sr. Min. Relator.
mas para integrarem a instância Presidiu o julgamento o Sr. Min.
ou a lide, para evitar que a sen- Cunha Vasconcellos.
2 - 35883
- 10-
Acórdão
Impôsto de Renda. Invernista. Para aferir o
rendimento presumido (art. 57 do Regulamento) ,
enquanto a solução não fôr dada pelo legislador, é
de se considerar o valor do gado magro, ao ser com-
prado.
dois casos que prefigura, nos quais foi? Foi essa. Sua promoção será
não se enquadra o autor, que exer- atualizada. Foi o que mandei fa-
cia função estranha, inteiramente zer contando-se a reserva, com as
estranha à atividade militar. Se devidas conseqüências, como defi-
êle exercesse um cargo de magis- nitiva, a partir da mesma data.
tério conexo com a sua condição Não estou dizendo que só as
de militar, perfeito. Na hipótese, minhas palavras sejam a verdade
não. . juridica. Também procuro aten-
O Sr. Min. Amarílio Benjamin: der à ponderação, ou intuito o que
- Agradeço ainda uma vez as é certo. Aqui está: "Nenhum ven-
objeções com as quais está-me cimento será pago com relação a
honrando nos seus sucessivos tempo anterior ao qüinqüênio ven-
apartes o Sr. Min. Godoy Ilha. cido na propositura da ação". Te-
Embora divergente, o ponto de nho para mim que a decisão é
vista de S. Ex. a revela a atenção compatível com a controvérsia,
,com que me escuta. Sou muito justa em têrmos de direito e ló-
grato. gica de acôrdo com os argumentos
Prossigo na apreciação do voto que nela desenvolvi.
que produzi na apelação. Como Estou recebendo os embargos,
consta de fls. 25, das informações Sr. Presidente.
do Sr. Ministro da Guerra, o inte-
ressado já ultrapassou a idade li- Voto
mite para reverter. Tive, aí, como
certo, que êle continuaria na re- o Sr. Min. Armando Rollem-
serva, mas não podia deixar de, berg: - Sr. Presidente, confesso
como o direito lhe assistia, com- que fiquei um tanto perplexo fren-
por a fórmula do julgamento. E te à discussão que se vem ferindo
fiz assim. Daí não aceitei a sen- sôbre a matéria em exame. Efeti-
tença inteiramente. Está aqui: vamente entendo que, como foi
"Daí ser absolutamente jurídica a afirmado pelo eminente Relator, o
conversão do direito ao pôsto em funcionário em causa teria sido
pagamento dos vencimentos cor- levado a desacumular pelo Dec.-
respondentes, sem prejuízo do -lei n.o 24.
exercício e vantagens das funções O Sr. Min. Godoy Ilha: -
civis" . V. Ex. a permite um esc1are,ci-
Não pode ficar mais acumulan- menta? Nisso consiste todo o
do as duas. Mando pagar os ven- equívoco em que laboram os votos
cimentos a que teria direito, ao até aqui proferidos pelo Relator
mesmo tempo que a percepção das e Min. Amarílio Benjamin. O au-
vantagens dos cargos civis, asse- tor não foi obrigado a desacumu-
gurando-lhe também a promoção lar em face da proibição da acu-
que lhe cabia na atividade. Por mulação estabelecida pela Carta
que fiz assim? Porque se êle teria de 1937, e sabemos que essa Carta
que ser restaurado na forma do foi radical no tocante a proibir
art. 24, não podia sofrer lesão no todo e qualquer gênero de acu-
direito de promoção, que compu- mulação. O autor foi transferido
nha o seu status até a data em que para a reserva em face de dispo-
atingiu a idade limite. Que data sitivo do estatuto dos militares,
- 21-
Acórdão
Impôsto do sêlo. A adoção da cláusula de} cre-
dere gera garantia que sujeita o contrato de consig-
nação ao tributo.
fazendo parte integrante dêste jul- ria", para a qual a Lei do Sêlo não
gado, apurado nos têrmos de fô- impôs o gravame do impôsto;
lhas 109. Custas ex lege. e) A obrigação nascida do deI
Tribunal Federal de Recursos, credere vinculando o comissário
Distrito Federal, 28 de outubro de ao pagamento do comitente, com
1964. - Djalma. da Cunha Mel- relação ao preço dos produtos
1o, Presidente; Armando Rollem- vendidos, e obrigação autônoma,
berg, Relator. principal e direta, ao invés da
obrigação adjeta e acessória, pe-
Relatório culiar aos casos de garantia;
f) A Lei do Sêlo, diploma fis-
o Sr. Min. Armando Rollem- cal e de ordem tributária, não
berg: - A Companhia Geral de comporta aplicação que não a
Motores do Brasil e a Companhia striti juris, com a clara e formal
Brasileira de Maquinaria propu- previsão do fato ou ato e a corres-
seram ação ordinária contra a pondente incidência no tributo
União, para anular acórdãos do em manifesta dissonância com a
Primeiro Conselho de Contribuin- condenação imposta pelas decisões
tes, que julgaram devido o impôs- anuladas, divorciadas de todos os
to do sêlo de que trata o art. 83 preceitos de direito hermenêutico;
da Tabela anexa ao Dec.-lei 4.655, g) A própria co-responsabili-
de 3 de setembro de 1942, sôbre dade solidária gerada pela cláusu-
notas de consignação das quais la de! credere, como sua própria
consta a cláusula deI credere. e única virtualidade jurídica, por
fôrça de cuja cláusula o comissá-
Sustentam ser incabível a apli-
rio responde perante o comitente
cação da referida disposição de
pelo preço do produto vendido,
lei fiscal, porque: "a) Não existe,
sàmente após a colocação desta
na Lei do Sêlo, dispositivo que
é que se faz realidade, para poder
submeta a figura da Consignação,
suportar o gravame do sêlo, dado
com ou sem cláusula deI credere,
que procedesse a incidência pre-
ao impôsto do sêlo;
tendida, circunstância essa da qual
b) Uma tal incidência seria não se cogitou neste processo, pois
mesmo impossível já que, nas que nenhuma prova se fêz da ven-
operações de consignação, a cláu- da ou colocação dos produtos da
sula deI credere é impossível e General Motors do Brasil, aos res-
inoperante; pectivos compradores".
c) As Notas de Consignação, A ação foi contestada pela
embora com a cláusula deI credere União, que alegou: a) ao Fisco
"não contêm caução" ou garantia, não interessa discutir qual a na-
para ficarem sujeitas ao paga- tureza do contrato, e sim a exis-
mento do referido impôsto; tência de garantia, indiscutível
d) Além disso, como é de ma- desde que do documento consta
nifesta evidência, o deI credere a cláusula deZ credere;
não envolve, não cria nem esta- b) ser a consignação modali-
belece garantia de qualquer or- dade de comissão, à qual se aplica
dem, "gerando apenas uma situa- em conseqüência a aludida cláu-
ção de co-responsabilidade solidá- sula.
- 24-
Acórdão
Decisão proferida em processo de mandado de
segurança. Produz ,coisa julgada se tiver apreciado
o mérito. Não é a eadem actio senão a eadem ques-
tio o que constitui coisa julgada.
3 - 35883
- 26-
cia para decidir sôbre mandado de e não ter o réu destruído as ale-
segurança contra Presidente do gações do autor, como bem salien-
Instituto. é do Juiz da Fazenda tou o parecer do Dr. Procurador
Pública do Distrito Federal. Regional da República. Com a
A União, pelo Sr. Procurador palavra, o advogado do réu pediu
da República, intervindo no feito, fôsse a ação julgada improceden-
como assistente, por ser o réu uma te, de acôrdo com o alegado na
autarquia federal, opinou fôsse a contestação, e por haver provado,
ação julgada procedente, por es- com documentos, que o autor não
tar o autor em situação idêntica cumpriu o interstício legal para
à de outros "já amparados por de- obter o direito que pleiteia. O Sr.
cisão do Excelentíssimo Senhor Procurador da República reiterou
Presidente da República ou de res- o seu pronunciamento de fôlhas
peitáveis arestos do Judiciário, já 43 a 45, quando oficiou sustentan-
unanimemente consagrados pelo do o ponto de vista da adminis-
Egrégio Tribunal Federal de Re- tração.
cursos" . Isto pôsto, passo a decidir.
Completando a instrução do Tratam os autos de ação ,comi-
pedido, o autor juntou diversos natória, com fundamento no art.
documentos - portarias e boletins 302, n. o XII, do Código de Proces-
de pessoal do réu - para provar so Civil, promovida por Adil Re-
que as Delegacias do Ceará e San- belo contra o Instituto de Aposen-
ta Catarina foram reestruturadas tadoria e Pensões dos Emprega-
pelas Portarias n.O S 15.220 e dos em Transportes e Cargas, para
15.222, de 20 de abril de 1949, e o fim de lhe serem assegurados os
que o cargo exercido pelo Contador benefícios da Lei n,o 1. 741, de
Salomão Ramos Soares - Chefe 22 de novembro de 1952.
da Divisão de Benefícios da Dele- No decorrer da ação o autor
gacia do Ceará, e no qual foi pela provou o exercício de cargo em
Portaria n. O 15.267, de 28 de abril comissão por mais de dez anos, e
de 1949, corresponde ao que o au- a correspondência de sua situação
tor exercia - Chefe da Divisão com a de seu colega, o Contador
de Administração da Delegacia de Salomão Ramos Soares, cujo di-
Santa Catarina, na qual foi recon- reito ao que o autor pleiteia foi
duzido pela Portaria n. o 16.933, reconhecido pelo réu, em decor-
de 6 de setembro de 1949. rência de decisão judicial.
O despacho saneador transitou O Sr. Procurador da Repúbli-
em julgado. ca, oficiando no feito, pronunciou-
Realizada a audiência de instru- -se pela procedência da ação.
ção e julgamento, e não havendo A exceção de incompetência de
provas a produzir, foram fixados fôro não procede. A jurisprudên-
os pontos para o debate. O pro- cia invocada alude a mandado de
curador do autor pediu fôsse re- segurança, processo de natureza
jeitada a exceção de incompetên- diferente dêste. Conforme dispõe
cia oposta pelo réu e, no mérito, o art. 143, do Código do Processo
fôsse a ação julgada procedente, Civil, nas ações contra a União, o
por haver o autor provado a pro- fôro competente é o da Capital
cedência do direito que pleiteia, onde o autor tem domicílio. Para
- 30-
De regra, não cabem ser admi- delegação é feita com base na con-
tidas subdelegações. Excepcional- fiança pessoal, indicará nominal-
mente, porém, quando elas hou've- mente o delegado, afora referir-se
rem de ser previstas, deverão cons- ao cargo por êle ocupado; caso não
tar do instrumento, de modo indu- tenha êsse propósito e admitir
bitável, com a ressalva esclarece- que, além do titular do cargo qual-
dora e necessária de se a subde- quer dos seus substitutos,even-
legação pode ser realizada com ou tuais .ou legais, possa exercer a de-
sem reserva de podêres. legação, grafará no instrumento,
As sub delegações só terão va- apenas, o cargo do delegado, sem
lia quando permitidas em ato es- mencionar o nome do seu titular.
crito de competente autoridade. A delegação de atribuições ad-
Subdelegações tácitas ou implíci- ministrativas nunca pode ser am-
tas não encontram agasalho no pla, indiscriminada ou total, por
Direito Administrativo, inadmiti- isso implicaria, em última análise,
da, por isso, e sempre, a prática num deslocamento de funções pe-
de atos sob a caução de rato. culiares de um cargo para outra
Quando no instrumento é men- pessoa, dêle não titular e nêle não
cionado o nome civil do Delegado, legalmente investida. Seria uma
além do cargo que ocupa, somente flagrante ilegalidade com nulida-
êle, pessoalmente, pode exercer de conseqüente de todos os atos
o mandato, e, isto é claro, enquan- praticados.
to desempenhar a função pública A delegação não é regra; é uma
paralelamente mencionada. praxe que, administrativamente, se
Afastando-se do cargo o delega- tolera e aceita quando ocorre uma
do, transitória ou permanente- necessidade premente, uma con-
mente, a delegação pode ser exer- veniência notória de serviço ou
cida, nesse caso, pelo servidor que uma impossibilidade material do
o vir a substituir. titular exercer a contento, tôdas as
Daí implicar o afastamento ou funções do cargo.
a mudança de situação funcional A viabilidade do amplo exercí-
do delegado, se nominalmente ci- cio destas últimas por uma só
tado, na revogação ou suspensão pessoa já é pressuposto dos cargos.
automática do ato de delegação. Daí a delegação deve ser conside-
Os substitutos eventuais do dele- rada, sempre, como medida extre-
gado não podem praticar atos ma, excepcional e transitória, vez
abrangidos pela delegação nomi- que importa numa transferência
nal. Se, entretanto, ao cargo ou à de atribuições presumivelmente
função, apenas, foi endereçada a bem analisadas e dosadas pelo le-
delegação, o substituto eventual gislador quando as cometeu a cer-
usará os podêres como se o pró- ta autoridade.
prio delegado fôra e, isto somente É claro que qualquer autorida-
enquanto estiver ocupando o car- de somente pode delegar as atri-
go a mesma autoridade delegante. buições que possui legitimamente.
Em decorrência, o cuidado que Se assim não fizer e, pràticamen-
se recomenda à autoridade dele- te, extravasar os podêres na de-
gante quando redigir tais instru- legação, estará ou exercitando
mentos é: se, pela sua vontade, a uma "usurpação de funções" ou
- 32-
Acórdão
nação do ato de referência. Im- pela Portaria RG 590 e sob n.o 40,
portante, aqui, é que o documento foi designado para servir na Fis-
de fls. 15 não testifica dez anos, calização e, em 30-6-1942, passou
nem cinco, de exer.cício, ininter- a perceber como fiscal em comis-
rupto, da investidura. Nem êle, são até 19-2-1944, sendo afinal,
nem outro qualquer. Se a procu- enquadrado como escriturário em
radoria do Instituto de Aposenta- 1-3-1944.
doria e Pensões dos Comerciários Tem tôda a procedência a pre-
mostrou "caolhismo" não enxer- liminar de prescrição no que tange
gando os dez anos, parabéns aos
à sua não inclusão no quadro su-
caolhos, pois que estão vendo na
plementar pelo Decreto ....... .
medida aritmética, precisa, insofis-
mável. Aliás o Dr. Juiz a quo n.o 19.760, de 9-10-1945.
parece ter querido carregar o O cargo de Fiscal não era cargo
ônus da prova ao réu, ao que ne- em comissão e o próprio apelado,
ga! Dir-se-á que outros servidores como declara na inicial, é ocupan-
de condições similares, lograram o te do cargo de Fiscal classe "L",
que pretende o recorrido. .. Será cargo, portanto, de carreira e nem
atribuição do Judiciário dar o que sequer provou que a sua investi-
está na lei, ou distender os des- dura fôsse em comissão. Ainda
vios da normalidade da Adminis- que fôsse nesse caráter, não com-
tração? A Lei Básica, neste país, provou que o houvesse exercido
tem dois textos que o impatriotis- ininterruptamente por mais de
mo vem fazendo letra morta, os dez anos, ainda que em períodos
§§ 37 e 38 do art. 141. Com descontínuos, como o exige a in-
êles se possibilita a qualquer por- vo,cada Lei n.O 1.741.
fiar pela nulificação dos atos abu- Releva salientar haver recebido
sivos, das distorções. Que se vê os vencimentos CC-5, de Delega-
porém? Vê-se, todos os dias, pele- do, cargo que exerceu, entretanto,
jar-se nos tribunais, e por vêzes apenas pelo espaço de 22 dias, de
com resultados satisfatórios impre- 2-9 a 24-9-1954 (fls. 15).
visíveis, pela transformação dos Dou provimento aos recursos,
desvios de normalidade em regras para julgar improcedente a ação.
de observância consolidada na
interpretação, que direi desfigura-
ção, dos textos, das leis. Decisão
Dou, pelo exposto, provimento Como consta da ata, a decisão
in totum às apelações. foi a seguinte: A Turma, por una-
nimidade de votos, deu provimen-
Voto to às apelações, para haver como
improcedente a ação. Os 8rs.
o Sr. Min. Godoy Ilha: - O Mins . Godoy Ilha e Armando
autor era praticante-dactilógrafo, Rollemberg votaram com o 8r.
admitido pela Portaria n.o 3.387, Min. Relator. Presidiu o julga-
de 8-1-1941, com o ordenado de mento o 8r. Min. Djalma da
Cr$ 450 mensais. Meses depois, Cunha M e110 •
-40 -
Acórdão
Extranumerário. Estabilidade. Funções de na-
tureza transitória. A lei que amparou os extranu-
merários deu-lhes estabilidade no serviço público e
não, nas funções de caráter transitório, que porven-
tura estivessem ex·ercendo.
Acórdão
Nulidade de executivo. Fiscalização cabível.
A ação própria para anular a sentença final ou o
despacho que decide logo o mérito, dada à revelia
do réu, é ação rescisória. Tal procedimento, porém,
pertence à· Segunda Instância.
4-35883
-- 42-
sa, outra coisa senão que o pro- rável no processo, que entrassem
duto é despacho. com ação rescisória. Assim, com
O Sr. Min. Cunha Vasconcellos: a devida vênia, recebo os embar-
- V. Ex. a sabe, perfeitamente, gos.
que, na processualística em geral,
há uma série de despachos até que Voto
o possa conhecer da causa.
Ademais, essa é a interpretação O Sr. Min. Henrique d' Ávila: -
literalista; mas V. Ex. a também Data venia, Sr. Presidente, re-
sabe que, ao lado dessa interpreta- jeito os embargos, nos têrmos do
ção há aquela construtiva. voto do Relator. O executivo fis-
O Sr. Min. Oscar Saraiva: - cal, inicia-se propriamente pela
V. Ex. a foi Juiz ilustre da Fazen- penhora, e, desde que não seja
da, e creio que, em matéria de esta embargada, o juiz limita-se a
prática, ninguém lhe poderia levar proferir despacho de homologa-
a palma, mas o que o Código cha- ção. Trata-se de despacho mera-
ma de despacho são sentenças im- mente homologatório, sendo de
pressas, sentenças de carimbo, aplicar ao caso o disposto no art.
sem o menor relêvo, porque são 800, do Código de Processo. Ade-
assuntos de rotina, são sentenças mais, Sr. Presidente, é preciso le-
até mimeografadas, típicas de ca- var em conta a singularidade do
rimbo. caso. Procedeu-se a penhora de
O Sr. Min. Cunha Vasconcellos: um prédio, avaliado em ...... .
- Mas é sentença, não passa de Cr$ 900. 000 para o pagamento
sentença. Não se pode negar os de uma dívida de Cr$ 100, citan-
efeitos de uma sentença, porque do-se o pai do aludido interessa-
não me consta que, por fôrça de do que havia falecido dez anos
um despacho, se possa tirar a pro- antes.
priedade de alguém. Acompanho o voto do Relator,
O Sr. Min. Aguiar Dias: - A rejeitando os embargos.
sentença que homologa penhora,
julga procedente a ação executiva. Voto
O Sr. Min. Cunha Vasconcellos:
- Perfeito. É sentença de carim- O Sr. Min. Cândido Lôbo: -
bo, e temos aqui, aos milhares, Sr. Presidente, examino a hipóte-
porque temos julgado agravos em se por outro lado. O que se dis-
mandados de segurança também, cute, segundo ouvi, é o fato de
por assim dizer, por carimbo. saber se cabe ação ordinária ou
Data venia, entendo e sempre rescisória. Em considerando esta
entendi, com Os meus respeitos e última, o voto vencido do Acór-
as minhas homenagens, que a alte- dão embargado, do Sr. Min.
ração do que houvesse fixado por Amarílio Benjamin, anula o pro-
decisão judiciária, em executivo cesso, porque acha que a compe-
fiscal, só se alcançaria por via de tência é do Tribunal Pleno, e não
ação rescisória, e, muitas vêzes, do Juiz de Primeira Instância, que
aconselhei, em minhas varas, aos proferiu a sentença. Examinei os
interessados, quando encontravam autos e verifiquei que nenhuma
defeitos ou qualquer ponto vulne- foi a alegação da parte a respeito
-47 -
Acórdão
Acórdão
Acórdão
5 - 35883
- 58-
Acórdão
Servidor Público. Abono. A garantia de venci-
mentos não inferiores ao salário mínimo compreende
a totalidade da remuneração, nela incluído o abono
de que trata a Lei n.o 3.531, de 19-1-59.
Acórdão
Previdência sodal. Operações imobiliárias.
Cláusula da inalienabilidade.
A Cláusula de inalienaqi1idade, estatuída na Lei
de Previdência Social, deve ser entendida como mera
garantia a favor dos institutos, e não como restrição
permanente ao direito de propriedade dos segurados;
Acórdão
Ação ordinária visando a obter a nulidade do re-
gistro do nome comercial, sob o pretexto de que a
mesma gera propositada confusão com registros an-
teriores de terceiros. Sua improcedência. Os nomes
comerciais que se revestem de índole profissional
e não assumem caráter de fantasia podem ser usados
por terceiros sem qualquer impecílio legal.
6-35883
-74 -
Acórdão
dos a longo prazo, como tais, os fome para lhe aumentar o salá-
superiores a seis meses. E com rio? Não vê a apelante, à luz da
êsse pensamento se afina, ple- doutrina e da jurisprudência do-
namente, o apelado, cujo Conse- minante à época do ajuizamento
lho Regional, ao disciplinar a con- da ação e, no curso desta, nos têr-
cessão de reajustamentos de mos claros do Decreto n.o 309,
preços autorizados pelo Decreto citado, que outra prova se possa
0.° 309, no item 11.° das Instru- exigir para a revisão de preços,
ções que expediu, aceita o rea- além da que, fartamente, produ-
justamento após seis meses da zia. Conclue, por final, a sentença
data da concorrência. Sendo os apelada, que não houve o alegado
contratos da apelante superiores, prejuízo, face a uma proposta da
todos, a um ano, e sabido que, en- apelante, de 1958, em realizar
tre a data da realização da con- obras, sob adjudicação, aos preços
corrência e o efetivo início das constantes da tabela em vigor. O
obras contratadas medeia um es- argumento, à primeira vista, im-
paço de, no mínimo 90 dias, con- pressiona, mas não é válido. Fá-
clue-se, fàcilmente, que todos os cil é comprová-lo. A apelante,
contratos da apelante podem ser como tôda emprêsa construtora
considerados a longo prazo. Em de obras rodoviárias, é obrigada a
processo examinado pelo dr. pe- deslocar, da sede principal de sua
rito desempatador, por êle citado atividade para o local das obras
a fls. 223, atendendo a determi- que vai realizar, tôda uma série
nação do Diretor-Geral do Depar- de máquinas, equipamento, pes-
tamento apelado, em requerimento soal, serviço médico, etc. Lá é
da apelante, assim se pronunciou instalado o que se chama o can-
o ilustre Procurador-Geral da- teiro de obras, com acampamento,
quela autarquia: "O encareci- estradas de acesso, instalações de
mento dos salários, no caso, de- eletricidade, britadores e tudo o
correu de ato expresso e direto do mais de que se constitui o com-
Govêrno. Este é, a rigor, o dono plexo e custoso equipamento ne-
da obra. Se determinou, por ato cessário a uma obra rodoviária.
legal, o encarecimento da obra, Constitui o chamado canteiro de
não há como apelar para a intan- obras um pesado ônus inicial do
gibilidade dos preços contratuais" empreiteiro. Terminada a "obra
(fls. 223 dos autos). Além da contratada, se outra nas proximi-
prova pericial, consubstanciada no dades não lhe é entregue, por con-
longo e minudente laudo do seu corrência ou adjudicação, é o em-
perito (fls. 62 a 124), do perito preiteiro obrigado a remover tô-
do Juízo (fls. 221 la 214), em das as pesadas máquinas para ou-
que as divergências se relacionam tros locais distantes, de obras que
tão-somente ao quantum devido à vai realizar, do canteiro, porém,
apelante, nada mais lhe cumpria muito pouco aproveitando. Mas,
provar. Será exigível do preten- se obtém o empreiteiro uma ad-
dente a sua ruína, com a apresen- judicação de serviços próxima ao
tação da prova de sua falência ou canteiro que instalou, ou que não
do pedido de concordata? Espe- exija movimentação de máquinas
ra-se que o assalariado morra de a grandes distâncias, então terá
-84 -
rias do seu comércio, são obriga- mais, qualquer que seja a sua ca-
dos a aumentar os preços das ven- tegoria e qualquer que seja o seu
das, para que possam superar os nível salarial, e os empregadores,
novos compromissos, oriundos da que, por fôrça dessa conjuntura,
elevação salarial compulsória. se defendem dos prejuízos imi-
Por seu turno, dentro da classe nentes, fixando preços mais caros
dos empregados, aquêles que não para tudo aquilo que vendem. É
estão sujeitos ao salário mínimo, uma crise insolúvel, que vai ao in-
sentem também os reflexos da si- finito, porquanto, se não cessa a
tuação, porque ficam na contin- causa, que é o aumento salarial,
gência de adquirir por preço maior não cessa logicamente o efeito, que
tudo aquilo que é indispensável é o encarecimentO' da vida.
à sua subsistência, ao confôrto Pelo art. 116, § 1.0, da Conso-
compatível com a sua posição no lidação das Leis do Trabalho, cada
meio em que vivem. Então, êsses salário mínimo, uma vez fixado,
outros, que não ganham apenas o vigorará pelo prazo de 3 anos, só
salário mínimo, vêm, outrossim, podendo ser alterado, antes dêsse
pleitear aumento. Tangidos pelos prazo, excepciO'nalmente, quando
efeitos do salário mínimo, cujo ocorrer a hipótese do § 2.°, dO'
advento acarretou majoração dos mesmo dispositivo.
preços de tôdas as utilidades, êles Ora, o que estamos observando
também querem melhoria de sa- é que o próprio Govêrno é o pri-
lário. Os dissídios e as greves se meiro a nãO' poder prever as pro-
sucedem e a conseqüência é o au- fundas alterações advindas da si-
mento insobrestável de tudo. tuação econômica de cada região
Como se vê, o fator originário, do país, tanto que se tem valido
causa comum de tôda a carestia, consecutivamente da faculdade
é um só: o salário mínimo, por- que lhe dá o § 2.°, do art. 116,
que êste, saindo do campo da livre da CLT, modificando o salário
convenção, representa uma fôrça mlmmo, antes de decorrido o
que os empregadores não podem triênio normal de sua vigência.
superar, já que emana da sobera- Não é tudo. O próprio Govêr-
nia do Estado. no, também, numa positiva de-
Sendo assim, se o salário míni- monstração de que a quadra atual
mo se reflete em todos os demais não permite previsões, no tocante
salários, gerando perturbações eco- a preços, baixou o Decreto n.o 309,
nômicas absolutamente imprevi- de 6 de dezembro de 1961, publi-
síveis, pois os índices de aumento cado no Diário Oficial da mesma
dêsses últimos são infinitamente data, expedindo normas para a re-
variáveis, de acôrdo com os pe- visão de preços, quanto aos con-
culiares interêsses de cada classe, tratos de obras públicas. Não se
não vemos como negar aplicação poderia desejar melhor reconheci-
à cláusula rebus sic stantibus, re- mento de que êsse diploma admi-
lativamente aos contratos a prazo, nistrativo, permitindo reajusta-
celebrados com o Poder Público. mentos, nos contratos, celebrados
Os preços disparam, porque há com o Poder Público, através de
uma disputa incessante entre os todos os seus órgãos, inclusive os
empregados, que querem ganhar autárquicos.
- 86-
7 - 35883
- 90-
que V. Ex. 2 é um espírito privile- pectos que, a meu ver, devam ser
giado, um Juiz de cultura e talen- examinados ...
to. No C:;lSO concreto, por exem- O Sr. Min. Cândido Lôbo: -
plo, peço permissão para ponde- Gostaria, apenas para ilustrar o
rar, apenas, uma coisa: pelo voto seu voto - se assim posso me
de V . Ex.a compreendo que manifestar - de dizer que se re-
V. Ex. a neg13 a aplicação da cláu- sume numa matéria interessantís-
sula de rebus sic stantibus. Se sima, que é o direito civil, inclu-
V. Ex. a nega a aplicação dessa sive aos nossos Colegas do Tribu-
cláusula, V. Ex. 2 há de convir que nal da Guanabara que se acham
minhas ponderações são proce- presentes por coincidência, nesta
dentes. E já o eram, antes do De- sessão: os desembargadores Tená-
creto Federal que citei, pela ju- rio e Estelita.
risprudência maciça dos Tribu- V. Ex. 2 chega à conclusão de
nais. que a cláusula rebus sic stantibus
O Sr. Min. Amarílio Benjamin: não é de ser observada porque o
- Muito obrigado pelo aparte de réu a invocou na inicial. O as-
V. Ex. 2 • Não deixo de, neste meu sunto é de plena doutrina e o sau-
agradecimento, duplicar o meu re- doso Professor Amoldo Medeiros,
conhecimento às generosas mani- um dos grandes ases: do nosso Di-
festações que V. Ex. 2 endereçou reito Civil, tem livros sôbre os
ao esfôrço que faço para desem- contratos concluídos. Não é pos-
penhar, embora modestamente, as sível arredarmo-nos à aplicação da
minhas funções nesta Casa. En- cláusula, porque o contrato estava
tretanto, não deixo de replicar - concluído. Então, isto é um ele-
e disse no meu voto desde o início mento que prova a favor da ho-
- que reconheço a boa substân- norabilidade do autor, porque se
cia da cláusula de rebus sic stan- êle esperasse que se resolvesse
tibus. essa situação preliminar, só tinha
Acresci que no nossQ País, ape- uma coisa a fazer: parar as obras
sar de ser o là bas dos europeus, ou requerer concordata ou ainda
no nosso País, a matéria era co- ir à falência, o que era pior para
nhecida e aplicada. Mas, disse, o Govêrno Federal. Pela terceira
também no meu voto, ressaltando vez repito: o reajustamento dos
uma feição peculiar da cláusula, contratos é, hoje, unânime, juris-
que a cláusula rebus sic stantibus, prudência maciça dos nossos Tri-
normalmente, se impunha como bunais. Pouco importa a existên-
defesa do réu, como devedor cha- cia, então, da cláusula, fixando a
mado ao cumprimento do contra- cifra. O reajustamento SG! impõe.
to. Foi por isso que eu, de logo, O Sr. Dr. Advogado: --: Permi-
disse que, no caso dos autos, in- ta-me V. Ex.a, Min. Amarílio
dependentemente de apuração da- Benjamin, informar um detalhe
queles requisitos essenciais ou bá- que no relatório final poderia pas-
sicos, a cláusula rebus sic stantibus sar despercebido. Um detalhe im-
estava afastada. portantíssimo para o deslinde des-
Juiz da Constituição de 1946, sa controvérsia. Está fixado no
porém, estou repetindo, não deixo processo, documentalmente, que a
de apreciar a causa nos seus as- autora, ora apelante, tinha justo
- 94-
dos por quem contrata com a 737). Por outro lado, a situação
pública administração. Por outro extracontratual supõe a ultrapas-
lado, para que se pudesse aplicar sagem do que se chama o preço
a teoria da imprevisão seria ne- limite. Segundo André de Lau-
cessário que tais fatos houvessem badere, o preço limite é a mar-
causado uma verdadeira subversão gem da alta eventual que pode ser
econômica do contrato, não bas- prevista pelas partes na formação
tando a existência de um deficit do contrato. No momento da
ou o desaparecimento dos lucros. conclusão do contrato, o contra-
Como bem o diz Jean Rivero, êles tante levou em consideração, para
devem provocar um bouleverse- aceitar as condições do negócio,
ment das condições do contrato; os preços líquidos da época, mas
o desaparecimento do benefício é razoável admitir que êle não
do contratante e a existência de deixou igualmente de considerar
deficit não são suficientes: I1s a possibilidade de certas majora-
doivent provoquer un bouleverse- ções ulteriores, tendo-as em conta
ment dans Ies conditions d' exé- nos seus cálculos; e aí cabe inda-
cution dl1 contrfllt; la disparition gar até onde êle pôde normal-
du bénéfice du contractant, l' exis- mente ter em vista as futuras va-
tence d'un déficit, ne soni nas riações de preço; dêsse modo sà-
suifisantes (Droit Administratif, mente quando as majorações tam-
Paris, Dalloz, 1960, n.o 116, pág. bém previsíveis forem ultrapassa-
105). De um modo geral, a sub- das é que poderá funcionar a im-
versão do contrato implica em previsão; e então pode-se aí trans-
uma perturbação profunda e anor- por o que se chama o "limiar da
mal, razão por que a sua noção se imprevisão": Le prix-limite est
define em cada caso concreto atra- la marge de hausse éventuelle
vés do exame dos seus reflexos na qui a pu être envisagée par Ies
situação econômica da emprêsa. parties au moment dl1 contrat.
Esta é, aliás, a opinião de Roger Lors de la conc1usion du contrat,
Bornard, segundo a qual a situa- le contractant a pris en considera-
ção de emprêsa pode ser agravada tion, pour accepter Ies conditions
de modo a colocar-se em estado du marché, Ies prix de revient de
de deficit permanente. Dessarte, l'époque, mais il est raisonnable
passa-se então da simples rutura d'admetre qu'iI a dú également
do equilíbrio financeiro para se fi- envisager la possibilité de certai-
car na presença de uma subversão nes bausses l11térieuses et en tenir
econômica da própria emprêsa: compte dans ses calculs; il y a
La situation de I'entreprise peut dono Zieu de se demander jusqu'oiJ.
être aggravée au point d'être pla- il a pu normalement envisager des
cée en état de déficit permanente. variations fuiures de prix; c'est
On dépasse alors la sim pIe ruptu- seulement lorsque les hausses
re de l'équilibre financier, pour se ainsi prévisibles seront dépassées
trouver en présence d'un boulever- que l'imprévision pourra jouer;
sément économique de l' enterprise on aura alors franchi ce que l'on
(précis de Droit Administratif, appelle le "seuil de l'imprévision"
Paris, L.G.D.J., 1943, pág. (Traité Théorique et Pratique des
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8 - 35883
- 106-
Acórdão
As declarações feitas na Polícia, embora retrata-
das em Juízo, fazem prova plena de autoria do cri-
me, desde que corroboradas por outros elementos do
processo.
Acórdão
Acórdão
res respectivos de Cr$ 1.000 e mas, seja como fôr, o Estado con-
Cr$ 100, além das custas pro- tinua existindo como sujeito pas-
cessuais. sivo, porque, se assim não fôsse,
Está o paciente, atualmente, re- não seria isso um crime praticado
colhido, prêso, ao Presídio do Es- contra a administração pública.
tado da Guanabara. Assim, em qualquer das hipóte-
H -- O Direito - Foi () pa- ses, ou peculato-malver-
ciente denunciado, processado e sação, há a obrigatoriedade de o
julgado como tendo incorrido nas Estado estar presente como sujei-
penas do art. 312 do Código Pe- to passivo, sem o que, como é ób-
nal, que trata de crime de pecu- vio, não haveria delito de pecu-
lato. lato previsto no art. 312 do Có-
No entanto, no processo a que digo Penal.
responde nada há que se possa di- Ora, nenhum crime foi pratica-
zer ter havido o delito de pecu- do contra a administração públi-
lato. ca, ou melhor, não houve qual-
Na verdade, diz o art. 312 do quer dano à Fazenda Nacional.
Código Penal: "Apropriar-se o Outro tanto, a definição clássi-
funcionário público de d,nheiro, ca de peculato, na palavra au-
valor ou qualquer outro bem mó- torizada de Nelson Hungria, for-
vel, público ou particular, de que talece ainda mais a tese aqui
tem a posse em razão do cargo, defendida: "O fato do funcio-
ou desviá-lo em proveito próprio nano público que, tendo, em
ou alheio". razão do cargo, a posse de coi-
Como é sabido, êsse artigo da sa móvel pertencente à adminis-
legislação penal está enquadrado tração pública ou sob a guarda
no Título XI, que esclarece: "Dos desta (a qualquer título), dela
Crimes Contra a Administraçã:o se apropria, ou a distrai do seu
Pública" e, particularmente, no destino, em proveito próprio ou
Capítulo I, que abrange: "Dos de outrem" (Comentários ao Có-
Crimes Praticados por Funcioná- digo Penal, vol. IX, pág. 332).
rio Público contra a Administra- Então, como mais um elemento
ção em Geral". caracterizador do crime de pecu-
Dessa maneira, para que haja lato, há a imperiosidade de que
a configuração do crime de pecu- o funcionário público tenha a pos-
lato, há a necessidade imperiosa se da coisa móvel (dinheiro, no
de a administração pública ter fi- caso) pertencente à administra-
gurado como lesada, o que, evi- ção pública!
dentemente, implica na existência Mas o paciente não estava de
de dois agentes - o ativo e o posse de qualquer bem ou coisa
passivo - que, na espécie, são o pertencente ao Estado e, conse-
funcionário público, de um lado, qüentemente, não há como se
e o Estado, do outro. possa qualificar de peculato a
Já no peculato-malversação, ação do mesmo pacientel
além de sujeito passivo, Estado, Por falta, portanto, de todos os
há, também, o particular a quem elementos essenciais à existência
pertence a coisa ou o dinheiro, do crime de peculato, não poderia
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122 -
Acórdão
Crédito (Sumoc), não venha a re- têrmos do art. 141, § 1.0, da Lei
cusar-se a emitir Guia de Embar- Maior.
que de mercadoriass para trans- A autoridade impetrada prestou
porte em navio da impetrante. longas informações que se vêem
Alega, na inicial, que a referida de fIs. 28 usque 36, e no sentido
Instrução n.O 202, determinou que da denegação da segurança falou
a Fiscalização Bancária do Ban- o ilustrado representante local da
co do Brasil S. A, só permitisse União.
o embarque de mercadorias bra- Sentenciando de fls. 40 a 41,
sileiras remetidas aos Estados Uni- o ilustre Julgador a quo, depois
dos da América do Norte e ao de repelir a preliminar de ilegiti-
Canadá em navios de emprêsas midade de parte, concedeu a segu-
que façam parte da chamada rança, com êstes fundamentos:
"Conferência de Fretes Brasil-Es- "Quanto ao mérito, tenho como
tados Unidos-Canadá", pôsto que ilegal o ato praticado pelo Sr. En-
o item 1.0 da aludida instrução dis- carregado da Fiscalização Bancá-
põe que "os produtos de exporta- ria do Banco do Brasil na cidade
ção brasileiros destinados aos Es- de Santos.
tados Unidos da América ou Ca- Não há dúvida de que compete
nadá, serão transportados com ex- à União legislar sôbre "comércio
clusividade pelas emprêsas de na- exterior e interestadual, institui-
vegação filiadas à Conferência de ções de crédito, câmbio e transfe-
Fretes Brasil-Estados Unidos-Ca- rência de valôres para fora do
nadá", condições a ser observadas país", pois isso está expresso na
para a emissão de Guias de Em- Constituição Federal (art. 5.°,
barque pela Fiscalização Bancá- n.o XV, k). E expresso também
ria. está em lei que ainda compete à
Argüi a incompetência da Su- Superintendência da Moeda e do
moc para estabelecer a providên- Crédito "orientar a política de
.da impugnada, face ao que dispõe câmbio e operações bancárias em
o Dec.-Iei n. 7.293, de 2-2-1941, geral" (art. 3.°, h do Dec.-Iei n.o
que circunscreve as suas atribui- 7.293, de 2-2-45). Contudo, se-
ções a requerer emissão de papel- gundo se me afigura fora de dúvi-
moeda, receber depósitos de ban- das, não pode a SUMOC, por
cos, delimitar taxas de juros, auto- meio de resoluções, estabelecer,
rizar empréstimos, comprar e ven- como no caso, privilégios, exclusi-
der títulos, orientando a política vidades, verdadeiros monopólios,
de câmbio e operações bancárias no que toca ao transporte de mer-
em geral, pôsto que nessa compe- cadorias para o exterior, em favor
tência não se inclui a drástica e de certas emprêsas de navegação,
restritiva determinação contida na determinando que os transportes
mencionada Instrução 202, que se de cargas destinadas ao Estados
ressente de flagrante ilegalidade, Unidos da América sejam feitos
já que "ninguém pode ser obrigado apenas por navios pertencentes às
a fazer ou deixar de fazer alguma emprêsas que fizerem parte da
coisa senão em virtude de lei", nos referida "Conferência de Fretes
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Acórdão
Militar da reserva. Pena disciplinar. Os mili-
tares da reserva remunerada estão subordinados às
normas de que trata o Regulamento Disciplinar do'
Exército e da Marinha.
vir casos a êste Tribunal, e enten- terpretar a lei. E que, porém vi-
do prejudicial à ordem constitu- vendo, como vivemos, num regime
cional a manifestação de militar de podêres limitados - nisso in-
de qualquer arma, mas da ativa, cluindo o Poder Judiciário -
e no exercício de posição de co- Juiz, não posso atuar senão den-
mando, ou não. Mas, uma vez tro dêsses limites. Não tenho a
desvinculados os militares do seu liberdade de ação para, na base
exercício ativo entendo que recu- de simples intuição ou de me pa-
peram sua plena liberdade e abri- re.cer certo e justo, decidir. De-
gam-se na regra geral do pre.ceito cido sempre, porque êste é o meu
da liberdade ampla de manifesta- principal dever adiante da lei, em
ção do pensamento que a Consti- face dos princípios normativos vi-
tuição garante. Por isso, data ve- gentes. Ora, assim pensando, e si-
nia do Sr. Min. Relator, con- tuado dentro de tais limites, é fora
cedo a segurança. de qualquer dúvida que o man-
dado de segurança também não
Voto-preliminar (Vencido) tem cabimento. E não tem cabi.,
menta, porque se trata, antes de
o Sr. Min. Amarílio Benjamin: tudo, de medida disciplinar, em-
- Sr. Presidente, ouvi atenta- bora existam outros motivos de
mente a exposição do Sr. Min. contra-indicação.
Relator, a oração do ilustre advo- A essa altura da vida da Repú-
gado, o voto do Relator e o voto blica, quando, após tantos anos
divergente de S. Ex. a o Sr. Min. de porfia e de esfôrço dos juristas
Oscar Saraiva. Enquanto isso se e dos tribunais, chegou-se à exata
desenrolava, também de minha discriminação das medidas com-
parte ia reunindo as idéias para patíveis com os direitos pessoais,
formar orientação a respeito, e do direito de ir e vir e com o di-
cheguei a uma conclusão que reito de posse, como simples fato
pode não ser a melhor, a certa, ou emanação da propriedade, não
mas, como sempre, resulta de mi- há razão para se retornar ao ve-
nha boa-fé, do esfôrço que sem- lho tempo em que, conforme a
pre faço para alcançar as melho- emergência, ou segundo a prefe-
res soluções das controvérsias que rência do jurista, usava-se o ha-
são postas no nosso julgamento. beas corpus para defesa de outros
Lamento, inicialmente, nesta direitos que não o de liberdade,
oportunidade, quando vou opinar ou se usava dos interditos posses-
conclusivamente, que, muitas vê- sórios para defender direitos pes-
zes, nós, Juízes, não possamos soais, sem qualquer ligação com a
apreciar as questões, no seu mé- posse como exteriorização da pro-
rito, em tôda a sua profundidade. priedade.
Lamento, porque, perante o pú- Nos dias atuais, o mandado de
blico, muitas vêzes, igualmente, segurança tem o seu campo pró-
isso pode parecer como uma omis- prio, isto é, o mandado de segu-
são ou uma fuga dos tribunais em rança tutela os direitos subjetivos
exercer a função precípua de in- não protegidos pelo habeas cor-
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154 -
Acórdão
Servidores públicos federais integrantes do qua-
dro do Ministério da Fazenda nos Estados-membros.
Participação na arrecadação por meio de percenta-
gens. Limites a essa co-participação.
Acórdão
Conferentes de carga e descarga. Competindo
aos Conselhos das Delegacias do Trabalho Marítimo
o preenchimento .de cargos de conferente de carga
e descarga, não pode o Ministro do Trabalho sustar
ou suspender concurso realizado com essa finalidade.
12 - 35883
- 170-
Acórdão
Servidor público o Enquadramento prOVIS0rlO.
Não há direito líquido e certo a tutelar, tratando-se
de classificação de efeito provisório, podendo vir a
ser corrigidoo
Acórdão
Empréstimo bancário.
Da promessa de mútuo não decorre direito à
outorga do contrato.
Acórdão
Segurança que se concede, a fim que siga o
processo à apreciação do Presidente da República,
única autoridade competente para decretar promo-
ção de militar.
13 - 35883
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Acórdão
A medida liminar, no mandado de segurança,
é, por sua natureza, provisória, e segue a sorte da
sentença final. Subsistirá se fôr concedida afinal a
segurança e perderá a eficácia se denegado o wt:ít.
téria poderia ficar, desde logo, su- c1usiva discrição do Juiz que po-
bordinada à manifestação da Tur- de dá-la e retirá-la no curso da
ma, uma vez que, com a subida causa. Se o Juiz pode retirá-la
dos autos, tôda a matéria lhe foi no curso da causa, pode retirá-la
submetida. na sentença e, então, no caráter
Não me recuso, todavia, a co- que dou à medida liminar ela é
nhecer do mandado, porque, em- indiferente ao recurso. Os efeitos
bora se tratando de decisão judi- do recurso não atingem à medida
cial, embora exista recurso, em- liminar desde que o Juiz, usando
bora normalmente o assunto de- da discrição que lhe é reconheci-
vesse ficar com a Turma, é possí- da na política judiciária, a tenha
vel, em tese, a demora de consi- revogado. Se o Juiz revoga a li-
deração da matéria, com algum minar o recurso da decisão dene-
prejuízo aos impetrantes. gatória não restabelece a liminar.
Meu voto seria concessivo da Exatamente como nas possessó-
segurança, entretanto, deixo de rias, revogada a liminar dada, se-
fazê-lo porque o agravo já foi jul- ja no curso da causa, seja na sen-
gado. A decisão da Turma, em tença, o recurso não a convalida,
tese, uma vez que confirmou a não a restabelece, não a galvani-
sentença denegatória, prejudica o za . Mas, Sr. Presidente, para
mandado. Lembrei-me, porém, mim, o mandado presente está
que no mandado de segurança, o prejudicado porque não é possível
recurso é ordinário para o Supre- a êste Tribunal decidir em con-
mo Tribunal Federal, da decisão trário ao que já decidiu a Turma,
denegatória. Então a parte ainda senão por via de recurso do jul-
tem a possibilidade de ordinària- gado da Turma. Nós não nos su-
mente recorrer. perpomos à Turma em hipótese
Pôsto o caso assim, concedo a alguma senão em recurso inter-
segurança para que a liminar per- posto de sua decisão. Não pode-
sista, isto é, a dívida do impôsto mos criar contradições entre o de-
não seja recolhida até que a ques- cidido pela Turma e o que fôr
tão seja definitivamente resolvi- por nós decidido. Se a Turma de-
da. Naturalmente que ressalvo a cidiu manter a denegação do man-
não subid~ dos autos, a não inter- dado de segurança não podemos,
posição do recurso ou a deserção através de outro mandado, conva-
do mesmo. lidar, ao menos em parte, a sen-
tença, para modificá-la.
Voto (Vencido) O Sr. Min. Oscar Saraiva: -
Permite-me V. Ex. a ? A matéria
o Sr. Min. Aguiar Dias: - Te- é muito interessante. Pensei nes-
nho um; ponto de vista talvez sin- sa hipótese, mas não a adotei
gular em relação à índole da me- porque o processo de mandado de
dida liminar. Não a identifico co- segurança não se exaure na Se-
mo medida cautelar, identifico-a gunda Instância. Denegada a me-
como as liminares nos interditos. dida, ainda tem acesso ordinário
Êste para mim é o verdadeiro ca- ao Supremo Tribunal Federal.
ráter da liminar, medida de polí- Ainda subsistiria a finalidade dês-
tica judiciária, de cautela, de ex- se mandado de segurança, que
- 192-
Acórdão
Emprêsas de mineração. Sócios estrangeiros.
O cidadão estrangeiro não pode participar de
sociedades brasileiras, de exploração de minérios.
Se é verdade que a Constituição não encampa a
proibição incisiva do direito anterior, também é cer-
to que se impõe lei ordinária que estabeleça a pro-
porção de capital e de pessoas alienígenas que pos-
sam compor uma sociedade mineradora nacional.
Por fim, não se diga que o Códi- nossa Constituição, em relação aos
go de Minas, no detalhe, ficou re- estrangeiros. Isso não é dependen-
vogado ou impede a expansão da te de prova. Ou êle tem direito,
indústria mineral. Provada como ou não tem, por ser estrangeiro.
foi a compatibilidade da atual Não há mais nada que provar se-
Carta Magna, com o antigo pensa- não a sua nacionalidade. A meu
mento, a idéia perde qualquer va- ver, portanto, cabe o mandado de
ao revés, o que prepondera é segurança. Neste particular, acom-
o Cód. de Minas, até que a nova panho o Min. Relator, conhecen-
legislação comum venha dizer do da segurança, por ser o caso.
exatamente o alcance das pala- Se houvessem outras situações ju-
vras que o constituinte preferiu rídicas a serem provadas, acom-
utilizar. Vale acentuar também panharia de bom grado o Sr.
que o Código nunca foi tido como Min. Cunha Mello. Focalizou
impecilho ao desenvolvimento da S. Exa. um ponto que precisava
produção mineral do País. Apesar ser esclarecido; S. Exa. veio ao
do rigor do art. 6.°, o art. 76 deu Tribunal para trazer à discusão
chance, nos casos especificados, ao um ponto preliminar. Não vejo
homem e capital estrangeiros. No em que haja mais o que provar
mesmo rumo, por intermédio de frente ao texto. O texto é muito
ações ao portador, corresponden- claro. Deixa dúvida, isso sim, não
tes à metade do capital social, se- pela sua redação, mas sim em fun-
guiu o Dec-Iei n.o 6.230, de 29 ção das Constituições anteriores
de janeiro de 1944. Tudo não pas- de 1934 e 1937, as quais proibiam
sa, portanto, de reivindicação do terminantemente, quer à pessoa
mundo dos negócios, que, como é física, quer à jurídica, às socie-
natural, pretende menos contrôle dades que explorassem minas, ti-
e mais vantagens. vessem capital estrangeiro. De
Indeferimos assim a segurança modo que o que se procura dis-
pleiteada, salientando ainda que a tinguir, em face do nôvo texto da
requerente, além de sócios estran- Constituição de 1946, é se, usan-
geiros, pessoas físicas, propriamen- do ela da expressão "brasileiros"
te, possui na sua liderança, como as autorizações ou concessões se-
titular de mais de 99 % das ações, rão conferidas, exclusivamente, a
uma poderosa companhia minera- brasileiro, e aí começa a dificul-
dora, cuja composição, porém, não dade, ou às sociedades organiza-
foi apresentada a exame ou sim- das no País. Não repete: "às so-
ples conferência. ciedades brasileiras organizadas
no País." Deixou em suspenso. O
Voto (Vencido)
impetrante sustenta que, por isso,
O Sr. Min. Cândido Lôbo; a proibição é de pessoa física tão-
Sr. Presidente, peço vênia ao -somente. Um estrangeiro não po-
Sr. Min. Djalma da Cunha Mello de explorar minas no país. Agora,
para dêle discordar, porque a úni- estrangeiros e brasileiros podem
ca coisa a ser provada no manda- fazer uma sociedade para explo-
do de segurança que ora está em rar as minas brasileiras. ltste é
discl.lsã<r. é a possibilidade, ou não, o ponto de vista do impetrante.
da vi~ncia do art. 153, § 1.0, da De modo que a matéria a discutir
- 200-
14 - 35883
- 202-
Acórdão
Eleição sindical. Anulação. Eleição sindical re-
gular não é passível de anulação.
15 - 35883
- 218-
mento faço uma distinção, uma di. é uma nomeação efetiva, é inte.
ferenciação nítida, entre o que se rina, si et in quantum, até quan-
diz "posse" e o que se diz "exer- do se faça o concurso no qual êle
cício", por isso que o impetrante entrará como livre-docente, com
tomou posse perante a Reitoria as prerrogativas que êsse cargo
e quando foi ter exercício na Fa~ lhe dá. De forma que, Sr. Presi-
cuIda de, o Diretor, ao invés de dente, sem alterar, de forma al-
dar execução a ,essa posse, ne- guma, o que êste Tribunal decidir
gou-a. no julgamento do A. M . S., voto
De modo que vemos, no âmbi- com o Relator, pedindo vênia ao
to administrativo um diretor de Min. Djalma da Cunha Mello pa.
uma Faculdade contra seu pró- ra proferir o meu voto.
prio reitor. Ora, o que influiu no
problema para que o reitor desse Decisão
a posse ao impetrante? Foi a no-
meação de S. Exa., o Sr. Presi- Como consta da ata, a decisão
dente da República. Então o rei- foi a seguinte: Após os votos dos
tor cumpre o decreto presidencial Srs. Mins. Relator, Márcio Ri-
e o Diretor da Faculdade não? beiro, Henrique d' Á vila e Cândido
O Sr. Mino Godoy Ilha: -- A Lôbo concedendo a ordem, sus-
situação é inversa: o Diretor da pendeu-se o julgamento por ha-
Faculdade invocou o decreto pre- ver pedido vista o Sr. Min. Djal-
sidencial para não dar a posse. ma da Cunha Mello; aguardando
o Sr. Min. Godoy Ilha. Presidiu
O Sr. Min. Amarílio Benjamin:
o julgamento o Sr. Min. Cunha
-- ~ão. Invocou a sentença. Vasconcellos .
O Sr. Min. Godoy Ilha: -- Mas
a sentença denegou a segurança, Voto
e aí não havia o decreto ainda
que foi expedido só depois da sen- O Sr. Min. Djalma da Cunhà
tença. Então o Diretor levantou Mello: -- Parece-me, data venia,
a dúvida. que o Tribunal está incorrendo
O Sr. Min. Cândido Lôbo: em equívoco no julgamento do
Mas o decreto faz lei entre as presente mandado de segurança.
partes. Administrativamente a Na verdade, o que se quer com
situação ficou resolvida e, além
a impetração é subverter a lei do
disso, o exercício, que é o que foi
ensino, em matéria essencial, bá·
negado, é uma conseqüência da
sica: a rotatividade dos docentes-
posse. Se estivéssemos diante de
uma situação limitada, da negati- livres, ou seja, se a cátedra pos-.
va da Reitoria em dar a posse, sui um docente-livre, incumbirá ao
outro seria o meu entendimento, mesmo ocupá-la em substituição
mas o Relator salientou que a ou em caso de vaga, até que seja
posse foi deferida, tanto que o in- provida em definitivo pelos meios
teressado tomou posse; nãp lhe regulares de direito. Se existe
querem dar é o exercício, não mais de um docente com substi.
00stante o decreto presidencial tuição, não passará de um ano, a
nomeando-o interinamente. ~ão fim de que se verifique um reve-
- 220-
Acórdão
Cota de previdência social. Exportação. É de-
vida pelo exportador a cota de previdência social
de 6%.
Voto
c) 6% (seis por cento) sôbre
os preços dos transportes de pas- o Sr. Min. Cândido Lôbo: -
sageiros, mercadorias, animais, estou de pleno acôrdo com V.
encomendas, valôres e demais re- Ex.a . Tenho um processo idêntico,
ceitas que constituem parcelas de O que percebi, em resumo -
- 224-
Acórdão
Acórdão
,as quais, com o relatório, ficam ções gratificadas, e por fim, que,
fazendo parte integrante dêste estando em jôgo um decreto do
julgado, apurado às fls. 272. Executivo, o tribunal competente
Custas ex lege. seria o Supremo Tribunal Federal.
Tribunal Federal de Recursos, Ainda em têrmos de preliminar,
Distrito Federal, 17 de março de o Instituto argumentou que a
1964. - Cândido Lóbo, Presi- classificação das funções gratifi-
dente e Relator (art. 81, do R.I.). cadas, na conformidade da orien-
tação vitoriosa na prática admi-
Relatório nistrativa, era provisória e, assim
sendo, somente poderia sofrer re-
clamação, depois que se desse
o Sr. Min. Amarílio Benjamin: cumprimento às disposições do
- Marisa K61blinger Pereira e ordenamento legal a respeito.
outros impetraram mandado de
segurança contra a direção do De meritis, o Instituto se opôs
IAPI, :alegando que, segundo a à pretensão, contraditando que
Resolução n.o 3.886, estão na houvesse correspondência de sÍm-
bolo, como também argüindo que
mesma progressão ou correlação
das funções gratificadas existen- a correspondência de símbolos
pleiteada quebraria o princípio da
tes anteriormente. De modo que,
passando a vigorar as novas fun- hierarquia. O Instituto também
ções gratificadas, o que deveria invoca, em defesa dêsse ponto de
haver era um simples ajustamen- vista, dois dispositivos da Lei
, to na base da correspondência dos n.o 3.780. Os dispositivos são
símbolos. Vieram ao processo de- os seguintes: Arts. 12 e 82:
zenas de servidores, alegando es- "Art. 12 - O Poder Executivo
tarem também na mesma relação regulamentará a classificação das
de direito. Foram êles admitidos funções gratificadas com base,
como litisconsortes. A autoridade entre outros, nos princípios de hie-
administrativa prestou as devidas rarquia funcional, analogia das
informações e contestou a inter- funções, importância, vulto e com-
venção no feito de alguns dos re- plexidade das respectivas atribui-
querentes, uns por não estarem ções.
mais exercendo função gratifica- Parágrafo úmco - Nesta re-
da alguma, e outros por estarem gulamentação, deverá ser previs-
no exercício de função gratifica- ta também a correlação funda-
da diferente das que indicaram. mental entre as atribuições do
Além disso, o Instituto também cargo efetivo de funcionário e da
argüiu preliminares que resumi- função gratificada para que for
damente foram as seguintes: ine- designado exercer.
xistência de ato lesivo ao direi- Art. 82 - Até que sejam ajus-
to dos impetrantes por parte da tadas ao sistema previsto nesta
Administração; incompetência do lei, ficam mantidas as atuais fun-
Juízo, porque o Instituto apenas ções gratificadas."
deu cumprimento a um decreto O Dr. Juiz, após a tramitação
do Poder Executivo, versando a regular do processo e exclusão de
aplicação prática das novas fun- alguns dos requerentes, concedeu
- 230-
16 - 35883
- 234-
Acórdão
Mandado de segurança contra execução de Acór-
dão do Tribunal. Denega-se, porque verificado que°
Juiz-executor não incorreu em qualquer excesso.
- 235-
Acórdão
Clsao, evidentemente, só pode ser a.) por não ter a parte legítima
imputada a quem fôr proferi-la: interêsse na disputa direta entre
isto é, ao Juiz; o Procurador e o Tribunal; b) por
57. Excepcionalmente, porém, inexistir em nosso direito proces-
em relação às partes, o represen- sual a figura do impedimento pOI'
tante do Ministério Público po- questão de boas maneiras, dis.ci-
derá ser por elas acoimado de plinar, ml criminal; c) por ine-
suspeito, por poder ajudá-las 011 xistir, igualmente, o impedimento
prejudicá-las ao alcance do ob- genérico para exercer sua profis-
jeto do litígio; são ao Tribunal;
58. Portanto, na relação entre 62. Ainda não há acôrdo na
o Procurador e Q. Juiz, o primeiro doutrina no sentido de saber se,
pode alegar a suspeição do segun- em relação aos Juízes, a suspeição
do, pois êste é quem poderá pre- tratada no art. 185 do C.P .C.
judicá-lo com a decisão, não lhe compreende também os impedi-
entregando o objeto do litígio. mentos, por serem êsses normal.
Mas não tem nexo o Juiz, por mente dados pelas leis de organi-
conta própria, afirmar o impedi- zação judiciária. Quanto aos
mento de Procurador, pois que membros do Ministério Público,
êste nada irá decidir contra êle, não ocorre dúvida só poderem
pela simples razão de não pre- estar sujeitos, e isto em relação
tender o Juiz o recebimento do às partes, aos princípios que re-
objeto do litígio. Falta-lhe, incon- gem as suspeições, conforme, aliás,
testàvelmente, qualicj.ade e legíti- dispõe o mesmo Código no art.
mo interêsse para tanto; 189;
59. Ora, decretando o Tribu- 63. Dito artigo estabelece se-
nal o impedimento do Procura- rem os membros do Ministério
dor porque com êle estaria o Tri- Público suspeitos de parcialidade
bunal agastado, evidentemente em relação às partes por: a) pa-
inverteu a situação. Estabeleceu rentescos; b) amizade íntima ou
na verdade um impedimento às inimizade capital; c) interêsse
avessas. Inexistente, portanto. dêle ou de seus parentes em tran-
sação em que intervenha alguma
Nova figura processual das partes;
60. Ficou demonstrado que os 64. Como se vê, nenhum prevê
Tribunais podem decretar a sus- o "impedimento por incompatibi-
peição do Procurador em relação lidade" por não manter o Pro-
à parte. Mas não tem qualidade curador o "necessário respeito" ao
para tomar iniciativa, nem para Tribunal e a cada um de seus
decretá-la em relação ao próprio Membros. E não prevê, porque
Tribunal; tal fato não constitui matéria de
61. Conceda-se, porém, que o impedimento que está ligado, co-
Tribunal houvesse decretado o mo se demonstrou, à suspeita de
impedimento genérico, por incom- parcialidade. É matéria tipica-
patibilidade, em vista da provoca- mente de boas maneiras, discipli.
ção da parte. Ainda assim desca- nar ou criminal, sujeita a sanções
bida a decisão, por três motivos: complementares diversas;
247 -
17 - 35883
- 250-
e que sempre objetivou a 1.9. Sub- ciso lI, da Lei n.o 1.533, de 31
procuradoria-Geral da República, de dezembro de 1951, não altera-
em quaisquer casos, quando for- da ou atingida, in. casu, pelo dis-
çada no cumprimento de seu de. posto no art. 5. 0 , da recente Lei
ver funcional de advogada da lei n. o 4.348, de 26 de junho do cor-
e fiscal de sua execução, a assi·· rente ano."
nalar ou a verberar O Ministério Público, na pes-
menos ortodoxos de Juízes, foi o soa do 1.0 Subprocurador-Geral da
elevado conceito público, que de· República, o ilustre Dr. Oscar
ve merecer e em que deve ser ti- Corrêa Pina, oficiou nas fls. 37/38.
do o Egrégio Tribunal de Recur-
Seu parecer é o seguinte:
sos, pela sua elevada expressão na
ordem judiciária da República. "1. A segurança foi impetrada
E por assim agir, não merece e contra decisão do Egrégio Tribu-
não pode ser acusada de desres- nal Federal de Recursos, ui
peito; antes, muito ao invés; does. de fls. 19 e 27/9, que, na
sessão ordinária de 20 de julho,
VI - Ressalte-se, por fim, que
considerou o impetrante impedi-
aquela própria publicação, do Re-
do por incompatibilidade, de nêle
curso Extraordinário em causa,
continuaI' a funcionar como 1.0
resultou da necessidade de levar
Subprocurador-Geral da Repúbli-
ao conhecimento público a ex-
ca, cargo para o qual fôra nomea-
pressão exata da verdade, retifi-
do por decreto de 4 de maio de
cando-se, assim, a notícia dos fa-
1962;
tos, uma vez que, em anterior pu-
blicação, inserta no Diário da 2. Se o impetrante adotou ati-
Justiça de 29 de junho de 1964, tude de acintoso desrespeito ao
pags. 2.078, os mesmos tinham Tribunal Federal de Recursos,
sido adulterados, induzindo em incompatibilizando-se com os seus
êrro a opinião pública. Apenas ilustres membros, segundo se ale-
isso; gou, nem por isso, data venia, po-
VII - Em face, pois, do ex- dia o Egrégio Tribunal considerá-
posto, impõe-se, evidentemente, 10 impedido, de, perante êle, con-
no interêsse público, a adoção de tinuar a exercer o cargo para o
imediata medida legal, contorna~ qual nomeara o Senhor Presiden-
dora daquele impasse, de modo a te da República, único juiz da
possibilitar, a um tempo, o fun- conveniência do seu afastamento;
cionamento regular do Egrégio 3. Os casos de impedimento
Tribunal Federal de Recursos e o estão expressos em lei, não se in-
exercício funcional do Dr. Má- cluindo entre êles a hipótese de
rio de Oliveira, como titular da que se cogita nestes autos;
1.9. Subprocuradoria-Geral da Re- 4. Assiste, pois, ao impetrante,
pública, cessando, assim, o impe- o direit(l incontestável, líquido e
dimento decretado, medida essa certo, de exercer, sem restrições,
que é, necessàriamente, a urgente perante o Egrégio Tribunal Fe-
e imediata concessão da medida deral de Recursos, o cargo de 1.0
liminar da segurança pleiteada, Subprocurador-Geral da Repú-
como facultada pelo art. 7. 0 , in- blica;
- 253
18 - 35883
- 266-
Acórdão
Carta rogatória: não possibilitando a legislação
estrangeira o seu cumprimento, nos casos em que
a Justiça Pública é a única interessada, é de se apli~
car o art. 363 do Código de Processo Penal.
Acórdão
Impôsto do sêlo. Não incide slôbre fiança admi-
nistrativa para interposição de recurso.
19 - 35883
- 282
pios, ou quando incluídos n9. com- talvez mais freqüente neste Tri-
petência tributária estabelecida bunal.
nos arts. 19 e 29". É que sempre admiti a imuni-
É óbvio que ninguém se arris- dade das autarquias por fôrça do
caria a dizer que a fiança não é art. 31, n.o V, letra a, da Consti-
um ato jurídico perfeito, não é um tuição, e apenas por não me pa-
contrato, Dizer-se que é um ato recerclaro o intuito do legislador
puramente administrativo é ir ao estabelecer no art. 15, § 5.°,
além da marca, como pondera o uma imunidade cujo âmbito pa-
douto Orozimbo Nonato. rece compreendido dentro daque-
Eis as razões, Sr. Presidente, la, entendia que essa imunidade
que me levam a ficar com o Acór- do art. 15, § 5.°, fôsse restrita às
dão divergente da lavra do emi- três entidades de direito público
nente Min. Ávila, aceitando a maiores.
tese da isenção na fiança presta-
da, cujo contrato reconheço não Relendo doutrina e jurispru-
estar sujeito a sêlo federal. dência sôbre o assunto, conven-
Conheço e dou provimento. ci-me de que o motivo único que
deu origem às duas imunidades
Voto (Vencido) foi garantir o princípio. da imu-
O Sr. Min. Márcio Ribeiro: nidade recíproca. Por isto mesmo
Sr. Presidente, data venia, nego não haveria motivo de estender
provimento ao recurso. Entendo uma às autarquias e a outra não.
que o art. 15, n.o VI, da Constitui- Mas, na verdade, em tal maté-
ção, não veda a imposição. à mes- ria não há que distinguir entre
ma entidade de direito público. O administração direta ou indireta
que êsse dispositivo pretende é do Estado. As duas imunidades
evitar a tributação em relação a abrangem, evidentemente, as au-
outras entidades. O princípio que tarquias, e os que com ela contra-
informa o artigo é o mesmo do tem.
art. 31, referente à imunidade re- Por outro lado, entretanto, se
cíproca das três entidades de di-
o que está em jôgo é, apenas, a
reito público. O sêlo federal po-
derá ser cobrado sempre que es- garantia da imunidade recíproca,
tiver presente a União. Não ca- a Constituição não proíbe a União
berá, entretanto, no mesmo caso, de tributar a si mesma as suas au-
a cobrança de sêlo estadual ou tarquias ou as partes que com elas
municipal. contratarem.
Voto em sentido oposto, pelos E, na complexidade da organi-
fundamentos que expedi várias vê- zação estatal de hoje, pode haver
zes em julgamentos sôbre o as- conveniência e sabedoria nessa ta-
sunto, notadamente no Agravo xação.
em Mandado de Segurança n.° O árbitro dessa conveniência é
24.256, nestes têrmos: ''Dou pro-
o legislador ordinário.
vimento aos recursos para cas-
sar a segurança. Não havia, no caso, pois, moti-
Quero, porém, definir novamen- vo para a isenção" .
te a minha posição na matéria, É o meu voto.
- 284-
POSSE
DO EXl\fO. .SR. MINISTRO ANTÔNIO NEDER
ATA DA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
REALIZADA NO DIA 27 DE OUTUBRO DE 1964
PRESIDÊNCIA DO EX.'"o SR. MINISTRO JOSÉ THOMAZ Dk CUNHA
VASCONCELLOS FILHO
SECRETÁRIO: SR. JOÃO PEREIRA DE AGUIAR JÚNIOR
20 - 35883
- 298-
nos feitos que correm perante o tuamos que tais papéis vieram re-
Tribunal, resolveu êste, ainda, fa- metidos em caráter sigiloso, e por
zer sobrestar o respectivo anda- isso mesmo, assim se devem con-
mento, inclusive deixando de rea- servar, com os resguardos neces-
lizar os julgamentos em que deva sários em seu arquivamento. Ob-
necessàriamente intervir dito re- servamos também, que os papéis
presentante. Encarecendo, pois, a se compõem de 9 (nove) pastas,
urgência da providência, valho-me das quais a 8.a tem suas fôlhas fi-
nais soltas, numeradas até 436
da oportunidade para reiterar a
(quatrocentos e trinta e seis), e
Vossa Excelência os protestos da seguidas de um têrmo de conclu-
minha mais alta estima e consi- são sem numeração, ao qual
deração. acrescentamos um ofício remetido
a) Vasco Henrique d'Avila por Vossa Excelência.
Vice-Presidente no exercício da Brasília, 13 de novembro de
Presidência". 1964.
Em data de 10 de outubro de a) Ministro Vasco Henrique
1964, por não haver como pro- d J Avila, Ministro Américo Godoy
vados os fatos objetos da referi- Ilha; Ministro Oscar Saraiva.
da denúncia, exarou o Excelentís- Ofício n.O ... Brasília - Em
simo Senhor Presidente Castello ... de novembro de 1964.
Branco, nos autos do inquérito res- Senhor Presidente:
pectivo, despacho com o qual en- Houve V. Ex.a por bem designar
caminhou ditos autos a êste Tri- os abaixo assinados, Juízes dêste
bunal. Cumprindo a determinação Tribunal, para, em comissão, su-
ali contida, designei uma Comis- gerirem o que lhes parecesse mais
são especial constituída dos Ex.mos acertado no concernente aos pa-
Srs. Mins. Henrique d' Ávila, Go- péis remetidos em caráter sigi-
doy Ilha e Oscar Saraiva, à qual loso a V. Ex. a pelo Ex.mo Sr.
foram os aludidos autos presentes Almirante R. Rm. Paulo. Bo-
para as providências de direito. SlS10, Presidente da Comissão-
Na sessão administrativa de 17 de Geral de Investigações, e que
novembro de 1964, foi lido, na constituem os autos do processo
íntegra, o relatório. elaborado pela de investigação sumária levada a
douta Comissão, nos seguintes têr- efeito contra dois Juízes dêste Tri-
mos; bunal;
2. Cumpre recordar que, divul-
"Senhor Presidente: l2:ada com largo escândalo públi-
Em anexo segue o relatório da co, pela imprensa escrita e fala-
Comissão de Ministros do Tribu- da, a notícia de denúncia contra
nal, que Vossa Excelência de- dois de seus Membros pelos Pro-
signou, para se pronunciar sô- curadores da República Mário d~
bre os papéis que constituem Oliveira, êste no exercício da
os autos de processo. de inves- 1.a Subprocuradoria-Geral, Sílvio
tigação sumária, levada a efei- Fiorêncio, Gildo Corrêa Ferraz,
to na Comissão-Geral de Inves- Sérgio Ribeiro da Costa, Geral-
tigações (C. G . I .) contra dois do Fontelles e Laert de Paiva,
Membros dêste Tribunal. Acen- reuniu-se êste Tribunal e resolveu
- 299-
toca aos seus serviços, e à com- zo que nos foi dado e sem que os
posição do Tribunal, era o órgão autos saíssem do Tribunal, con-
inquisitorial ora extinto carente de forme o critério adotado, tivemos
competência ou autoridade para oportunidade, apenas, de lê-los sal-
emitir os juízos a que se permi- teadamente".
tiu; Do exame que fizemos, pareceu-
9, e -nos que a remessa ao Tribunal,
como já esteja extinto e se tenha do processo em causa, objetivou,
dissolvido, por fôrça mesmo do antes de mais nada, comunicação
transcurso do período de seu fun- formal e solene dos acontecimen-
cionamento, o órgão de exceção tos, para que, dêles inteirado, pro-
remetente, resta a solução do ar- videnciasse como melhor enten-
quivamento dos papéis, neste Tri- desse. Em verdade, os fatos que
bunal, cabendo apenas, como pro- constituiram o motivo determi-
vidência necessária ao resguardo nante do inquérito, que a C.G.I.
do Poder Judiciário, dar conheci- procedeu, não podem deixar de in-
mento da conclusão da Comissão teressar ao Tribunal, como se de-
investigatória, bem como desta preende da mais simples enume-
providência do Tribunal e dos mo- ração: acusação de crimes, faltas
tivos que a fundamentaram, ao funcionais e conduta irregular de
Egrégio Supremo Tribunal Fe- titulares da Casa, de envolta, na
deral e ao Ex.mo Sr. Dr. Procura- versão do relatório, com deficiên-
dor-Geral da República. cias ou defeitos no funcionamen-
Com o presente, restituímos a to da Secretaria. Não resta dúvi-
V. Ex. a os papéis que constituem da, pois, que se trata de matéria
os autos de investigação a que aci- relevante, pouco importando o ins-
ma fizemos referência, e que fo- trumento de sua apresentação.
ram encaminhados por V. Ex.a ao De certo, ao Tribunal Federal
nosso exame. de Recursos não cabe julgar os
seus Juízes. Mas o exato é que
a) Ministro Vasco Henrique
não se possa ausentar das argüi-
d' Ávila; Ministro Américo Godoy
ções que se levantem contra os
Ilha; Ministro Oscar Saraiva".
mesmos, para determinar o que
Por unanimidade de votos, na esteja ao seu alcance, estabele-
sessão administrativa de 23 de no- cendo medidas que evitem ou cor-
vembro de 1964, foi aprovado o rijam omissões ou intervenções in-
citado relatório, alterando-se sua débitas nos processos, e alteração
conclusão, para o efeito de deixar da rotina da Secretaria, ou che-
de determinar o arquivamento, gando até à apuração de dados
porque em relação aos Ministros necesssários à prova de crimes e
falecia competência ao Tribunal subseqüente remessa dos resulta-
para conhecer e deliberar a res- dos, ao órgão competente, para
peito e não haver indicação de nos processar e julgar. Sob o as-
procedimento contra funcionário" pecto criminal, os Juízes desta
(pág. 572 do Diário da Justiça Côrte, que foram acusados, devem
de 30-3-1965). " ser considerados absolvidos, des-
"O Ex.mo Sr. Ministro Amarílio de que a severa, C.G.I. não encon-
Benjamin: - Nos limites do pra- trou provas bastantes para propor
- 302-
Ag.
do Mat.
ESTATÍSTICA Ag. art. 4.° Emb. Mat. Const./
TRIBUNAL PLENO Rec. Ex- do Sus- da Man- Emb. Emb. Emb. Ag. Re- Const./ Agravo Re- I Con- Re-
SESSÕES REALIZADAS Ra- de tensão art. 45 pensão Lei dado na no Ação Man- curso Man- de pre- Re- flito visão
beas Ra- Ra- do de 4.348 de Ape- Agravo Res- dado de dado Man- sen-I oh· de Cri-
~~?~~i~~N ÁR:ls = 18 Cor- beas beas Reg. Segn- 64- em Segu- lação de cisó~ de Re- de dado ta- ma- Jur\s- mi- Total
TOTAL = 2.395 pus Cor- Cor- In- rança Sus- rança Cível Pe- ria Segu- vista Segu- de ção ~ãG dição nal
ANO = 1964 pus pus terno pensão tição rança rança Segn-
de rança
Segu-
rança
1 - - I - - I_ _ I _ _ I _ _ I _ _ I _ _ I _ _ I _ _ I _ _ I _ _ ' _ _ ' _ _ ' _ _ I _ _ l _ _ ~I. _ _ 1_ _ • _ _ __
ESTATíSTICA Revo.
_ 1.. TURMA Ape- Re- Ag. Emb. Emb. Emb. Emb. Ag. gação
SESSOES, REALIZADAS: lação cursp Mand. Agravo Agravo Ape- DeeIa- DeeIa- DeeIa- DeeIa- Instru- Carta Desis-
I de
ORDINARIAS: ;- 59 Cri- Cri- de de de lação ração! raçãol raçãof raÇão! mento! Testem tências Medida I Total
EXTRAORDINARIAS: - 4 mi- mi- Segu- Petição Instru- Cível Ag. Ag. Ag. Ag. Ag. mUnhá-1 Romo- de
TOTAL JULGADO: - 2.807 nal nal rança menta Cível Petição Man- Instru- Man- vel logadas Segu-
ANO - 1964 dado mento dado rança
Ministro Henrique d'Ávila ... " ..... ,., ... ) - - - , - - - , - - - , - - - , - - - , - - - , - - - , - - - - , - - - - , - - - , - - - , - - - , - - - , - - - , - - -
529 50 4 69 665
Ministro Cândido Lôbo .................. . :I 615 116 4 89 2 4 837
Ministro Amarilio Benjamin .............. . 608 46 3 53 2 1
I 721
----------------}---,---,---,---,---,---,---,---,---,---,---,---,---,---,---
TOTAL ............................ . 10 2.282 227 12 244 13 2 2.807
ESTATíSTICA
2." TURMA Agravo Ag. Emb. Emb. Emb.
SESSÕES, REALIZADAS: em Agravo Agravo Carta Instru- Decia- Decla- Decla-
ORDINARIAS:,73 Apelação Recurso Mandado de de Apelação Testemu- mentof raçãof raçãof raçãof Total
EXTRAORDINARIAS: 6 Criminal Criminal de Petição Instru- Cível nhóvel Ag. Ag. Ag. AP.
TOTAL J'ULGADO: 4.109 Segu- mento Man- de Man- Cível
ANO - 1964 rança dado Petição dado
---- ---- ---- - - - ---- ---- ---- - - - ---- - - - - - - - - ----
Ministro J. T. Cunha Vasconcellos Filho .. " . - - - - - - - - - 1 - 1
Ministro Márcio Ribeiro" ... " " " " ....... 1 1 18 1 - 108 - - - - - 129
-~-- ~---
- _ .. _ - - --- - --
ABONO
Concedido pela Lei 3531, de 19-1-59 se inclui para efeito do
cálculo da totalidade percebida, tendo em vista a garantia de
remuneração não inferior ao salário mínimo. Ap. CíVBl 16.750-GB. 59
AÇÕES
Propriedade dos desdobramentos acionanos. Constituem aces-
sórios dos títulos principais, pertencendo pois ao mesmo pro-
priBtário. Ap. Cível 19. 517-GB. ........................ 106
ACUMULAÇÕES DE CARGOS
Antes de 1937. Situação do militar. Aplicação do art. 24 da
Constituição de 1946. Ap. Cível 7.036 (Embargos) - DF ... 15
-B-
BENS DE NACIONALIDADE DESCONHECIDA
Arrecadação. Não podiam vàlidamente ser arrecadados para re-
parações de guerra'. Ap. Cível 19. 517-GB. . ............ . 106
-c-
CARGO DE CHEFIA
Equivalência com função gratificada de chefia, principalmente
se as atribuições e responsabilidade se equivalem. Apelação
CÍvBl 14. 892/SC. . ...................................... . 27
CARGO EM COMISSÃO
Quando de caráter permanente, deve ser assegurada a percepção
dos vencimentos ao servidor afastado, até seu aproveitamento
em cargo equivalente, se contar mais de dez anos ininterruptos
no cargo. Ap. Cível 14.892-SC....................... .. 27
CARTA ROGATÓRIA
Aplica-se o art. 363, do C. P . C. nos casos em que a legislação
estrangeira não possibilita o seu cumprimento. Reclamação 92-GB. 273
CITAÇÃO
A falta de citação somente é suprida pelo comparecimento do réu
quando êste se dá de f.orma regular. Ap. Cível n.o 19.41l-MT. 101
- 316 --
Páginas
COISA JULGADA
Não é a aeden adio senão o aeden questio o que constitui coisa
julgada o Ap. Cível 13. 992-GB. o o........... o... o o o o o o . o o o . 25
COMPETÊNCIA
Ação movida pela Petrobrás o Competência recursal do Tribunal
Federação de Recursos o Desapropriação indireta o Ap o Cível
18.327·BAo o o o o. o o. o o. o o o o . o o o.. o o.. o' o .. o o o o .... o . o. o o. 75
CONCURSO
Sustação ou suspensão pelo Ministro do Trabalho de concurso
para cargo de conferente de carga e descarga o Impossibilidade.
Mand o Seg. 29. 869-DFo o o o o o o o o o o . o o o . o o o o . o o o o o . o o o o.... 164
-D-
DANOS DE GUERRA
Satisfação declarada pelo Decreto 51. 993 de 1963 o Apelação
Cível 19. 517-GBo o' o o o o o o o o o o o o o oo o o o o o. o o o o o o o o o o o o o o o o o. 106
DECISÕES ADMINISTRATIVAS
DESAPROPRIAÇÃO
Indireta o Fixação do valor do bem que dela foi objeto e do
período de sua ocupação. Apo Cível 18.327-BA. . o o o o o o o o o o. 75
DIREITO DE PREFERÊNCIA
Usufrutuário. Só pode exercer o direito à subscrição dos aumen-
tos de capital quando o proprietário haja renunciado expressa-
mente ao privilégio o Ap. Cível 19 o517 -GBo . o o o.. o o o o o o o o o . 106
- 317-
-E-
ELEIÇÃO SINDICAL
Páginas
Anulação. Quando regular não é passível de anulação. Mand.
Segurança 31. 982-DF ........................... , ........ . 209
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Cabimento. Quando procedem. Ação rescisória. Procedência
quando o resultado do julgado foi no sentido de receber os
embargos infringentes. Apelação Cível 16.159-GB. (Embargo
de Declaração) .......................................... . 48
EMPREITADA
Obras públicas. Cláusula rebus sic stantibus. Condições em que
se configura. Ap. Cível 18.492-GB. . ...................... . 79
EMPRÊSAS DE MINERAÇÃO
EMPRÉSTIMO BANCÁRIO
Da promessa de mútuo não decorre dir·eito à outorga de con-
trato. Ag. Mand. Segurança 31. 260-GB .................... . 179
ENQUADRAMENTO
Cargo de procurador. Servidores incumbidos de, a título pre-
cário, desempenhar aquelas funções, não fazem jus ao enquadra-
mento. Ag. Mand. Segurança 33.372-GB.................. . 224
ENQUADRAMENTO PROVISÓRIO
Mandado de Segurança. Funções gratificadas. Símbolos de venci-
mentos. Ag. Mand. Segurança 33. 450-GB ................. . 228
ENQUADRAMENTO' PROVISÓRIO
ESCREVENTE
ESTAMPILHAS FALSIFICADAS
ESTATíSTICA
ESTATÍSTICA
Páginas
Processos julgados pela l.a Turma durante o ano de 1964 ..... . 309
ESTATÍSTICA
Processos julgados pela 2.a Turma durante o ano de 1964 ..... . 310
ESTATÍSTICA
Processos julgados pelo Tribunal Pleno durante o ano de 1964 .. 308
ESTRANGEIROS
EXECUTIVO FISCAL
EXPORTAÇÃO
EXTRANUMERÁRIO
-F-
FIANÇA ADMINISTRATIVA
FUNCIONÁRIO PÚBLICO
FUNCIONÁRIO PÚBLICO
FUNÇÕES GRATIFICADAS
Páginas
Enquadramento provisório. Malldado de Segurança. Símbolos
de vencimentos. Ag. Mand. Segurança 33. 450-GB. 228
-G-
DE NÍVEL UNIVERSITÁRIO
Abono de 20% da Lei 3826/60, art. 7.0. Sua incorporação aos
vencimentos. Ilegal a incorporação da gratificação de nível uni-
versitário e do abono. Ag. Mand. Sego 31. 531-DF. . . . . . . . . 195
-H-
HABEAS CORPUS
Condenado o paciente e prêso em vhtude da mesma condenação,
inexiste ilegalidade a coibir. H. Corpus 1.266-DF. . ........ . 118
HORÁRIO DE TRABALHO
Regime de 43 horas semanais. Aos Tesoureiros e Tesour,eiros-
Auxiliares não se aplica art. 5.° da Lei 2.188. Apelação Cí-
vel 16. 245-GB. . ....................................... . 53
-1-
IMPÔSTO DE LUCRO EXTRAORDINÁRIO
Ainda que de emergência o Dacreto-Lei 6224, promulgada sem
prazo certo, só perde a validade quando ab-rogado. Ag. Peti-
ção 15. 831-MG. . ....................................... . 1
IMPÔSTO DE RENDA
Invernista . Ê de se considerar o valor do gado magro ao ser
comprado. Ag. Petição 22. 208-SP. . ..................... . 11
IMPÔSTO DO SÊLO
Cláusula deZ credere gera garantia que sujeita o contrato de
consignação ao tributo. Ap. Cível 13.910-SP.............. . 22
IMPÔSTO DO SÊLO
Não incide sôbre fiança administrativ,a para interposição de
recurso. Rec. Revista 533 (Na Ap. Cível n.O 6.432-SP.) . . . . . 280
INALIENABILIDADE
Operações imobiliárias com os institutos. Deve ser entendida
como mera garantia a favor dos institutos, e na permanente
restrição à propriedade. Ap. Cível 17.461-GB.............. . 61
- 320-
INCORPORAÇÃO DE VANTAGENS
Páginas
Ilegal a incorporação aos vencimentos de funcionários da gra-
tificação de nível universitário e do abono da Lei 3826/60,
art. 7.°, Ag. Mand. Sego 31. 531-DF. ....... . ......... . 195
INFORMAÇÕES
Em Habeas Corpus a inexistênda das informações não faz pre.
sunção :!e coação, salvo quando se prova que a autoridade
agiu deliberadamente. Rec. H. Corpus 1. 298-PA. ............ 126
INVERNISTA
Impôsto de Renda. É de se considerar o valor do gado magro,
ao ser comprado. Ag. Petição 22. 208-SP. . ................. . 11
-L-
LITISCONSORTE
Terceiro. São figuras distintas. O Recurso do despacho que
nega intervenção do litisconsorte e o Agravo no auto do pro-
cesso. Ag. Instrumento 17. 286-RS. . ..................... . 5
-M-
MANDADO DE SEGURANÇA
MANDADO DE SEGURANÇA
Concessão na Primeira Instância de "liminar". Indeferimento
do pedido. Recurso. Conseqüências. Mand. Seg. 32. 128-DF. 217
MANDADO DE SEGURANÇA
Recurso. Ineficácia da liminar concedida após a denegação do
mandado a qual não se mantém na fase do recurso. Mand.
Segurança 31.493-DF. . ................................. . 189
MEDIDA LIMINAR
Mandado de Segurança. Concessão na Primeira Instância.
Indeferimento do pedido. Recurso. Conseqüências. Mandado
de Segurança 32. 128-DF. 217
MEDIDA LIMINAR
MILITAR DA RESERVA
Pena disciplinar. Está subordinado às normas de que trata o Re-
gulamento Disciplinar do Exército e da Marinha. Mand. Se-
gurança 28. 609-DF. . ................................... . 141
- 321-
-0-
OPERAÇÕES IMOBILIÁRIAS COM INSTITUTOS
Páginas
A cláusula de inalienabilidade é mera garantia a favor dos ins-
titutos, e não uma restrição permanente ao direito de proprie-
dade. Ap. Cível 17.461-GB............................. . 61
-p-
PENA DISCIPLINAR
PETROBRÁS
PREVIDÊNCIA SOCIAL
PREVIDÊNCIA SOCIAL
PREVIDÊNCIA SOCIAL
PROCURADOR
Enquadramento. Não fazem jus ao enquadramento no cargo de
procurador os servidores incumbidos de, a título precário, de-
sempenhar aquelas funções. Ag. Mand. Sego 33.372-GB. .... 224
PROMESSA DE MÚTUO
Empréstimo bancário. Da promessa de mútuo não decorre direito
à outorga de contrato. Ag. Mand. Sego 31. 260-GB .......... . 179
PROMOÇÃO DE MILITAR
Páginas
A única autoridade competente para decretar pl'Omoção de mi-
litar. Mand. Segurança 31. 328-DF. . ..................... . 183
PROPRIEDADE
-Q-
QUORUM
Deliberações administrativas. Exigência da presença de cinco
dos Membros, inclusive o presidente, com direito a voto. Mand.
Segurança 44. 905-DF. . ............ ,.,., .... ,............ 238
-R-
RECURSO
RECURSO DE REVISTA
RELATÓRIO DA PRESIDÊNCIA
-8-
SASSE
SERVIDOR AUTÁRQUICO
Páginas
Enquadram.ento. Exercício de comlssao além do cargo efetivo.
Inexistência de pressupostos legais e ocorrência de parte pres-
crita. Ap. Cível 15. 599-BA. . ........................... . 38
SERVIDORES DA FAZENDA
SÍMBOLOS DE VENCIMENTOS
SUMOC
-T-
TAXA DE FISCALIZAÇÃO BANCÁRIA
TEMPESTIVIDADE
-u-
USUFRUTO
-v-
VETO