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SUMÁRIO

Atualização CNIS e impactos no eSocial • pág. 3


Portaria Conjunta SEPRT/RFFB/ ME Nº 71, de 29 de junho de 2021

Covid 19: Doença Ocupacional • pág. 11

Lei 14.151: Lei das Gestantes • pág. 14

Minirreforma Trabalhista • pág. 15

MP 1045 e MP 1046 • pág. 16

Circular nº 945 – Fala sobre a suspensão da exigibilidade do


• pág. 67
recolhimento do Fundo de Garan�a do Tempo de Serviço – FGTS

Os impactos com a tecnologia • pág. 71

Etapas eSocial [tabela] • pág. 89

Comunicação de Acidente de Trabalho- CAT [tabela] • pág. 94

INSCRIÇÃO GRATUITA CURSO: Atualização DP 2021 • pág. 104


1 – Atualização CNIS e impactos no eSocial

A nova versão S-1.0 do eSocial foi reprogramada de forma a permi�r ajustes no CNIS (Ca-
dastro Nacional de Informações Sociais) pela Dataprev.

Com a versão simplificada do eSocial (Sistema de Escrituração Digital das Obrigações


Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas), o NIS não mais será informado.

Sendo assim, as possíveis inconsistências na base do PIS/PASEP/CNIS, não serão impedi�-


vas para o envio dos eventos de admissão/cadastramento inicial.

Diante disso, todos os sistemas integrados com o CNIS, ficarão temporariamente sem atua-
lização e não refle�rão novos eventos informados no eSocial.

Esse procedimento se estende até o dia 5 de julho de 2021 e tem como obje�vo fazer a atu-
alização dos dados para a implantação da nova versão do eSocial, versão S-1.0.

2- Portaria Conjunta SEPRT/RFFB/ ME Nº 71, de 29 de junho de 2021

Trouxe o novo cronograma de implantação do eSocial e a subdivisão do Grupo 3

PORTARIA CONJUNTA SEPRT/RFB/ME Nº 71, DE 29 DE JUNHO DE 2021

Dispõe sobre o cronograma de


implantação do Sistema Simplifica-
do de Escrituração Digital de Obri-
gações Previdenciárias, Trabalhistas
e Fiscais (eSocial). (Processo nº
19964.107809/2021-34).

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O SECRETÁRIO ESPECIAL DE PREVIDÊNCIA E TRABALHO e o SECRETÁRIO ESPECIAL DA
RECEITA FEDERAL DO BRASIL, DO MINISTÉRIO DA ECONOMIA, no uso das atribuições que
lhes conferem, respec�vamente, o inciso I do art. 71 do Anexo I do Decreto nº 9.745, de 8
de abril de 2019, e o inciso III do art. 350 do Regimento Interno da Secretaria Especial da
Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria ME nº 284, de 27 de julho de 2020, e
tendo em vista o disposto no art. 16 da Lei nº 13.874, de 20 de setembro de 2019, e na Por-
taria ME nº 300, de 13 de junho de 2019, resolvem:

Art. 1º Esta Portaria Conjunta dispõe sobre o cronograma de implantação do Sistema Sim-
plificado de Escrituração Digital de Obrigações Previdenciárias, Trabalhistas e Fiscais (eSo-
cial).

Art. 2º Para os fins desta Portaria Conjunta consideram-se:

I - 1º grupo: as en�dades integrantes do "Grupo 2 - En�dades Empresariais" do Anexo V da


Instrução Norma�va RFB nº 1.863, de 27 de dezembro de 2018, com faturamento no ano
de 2016 acima de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais);

II - 2º grupo: as demais en�dades integrantes do "Grupo 2 - En�dades Empresariais" do


Anexo V da Instrução Norma�va RFB nº 1.863, de 2018, exceto:

a) as optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições


devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional) de que
trata o art. 12 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, que constem
nessa situação no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) em 1º de julho de 2018; e

b) as que fizeram opção pelo Simples Nacional no momento de sua cons�tuição, se poste-
rior à data mencionada na alínea "a";

III - 3º grupo - pessoas jurídicas: as en�dades obrigadas ao eSocial não pertencentes ao 1º,

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2º e 4º grupos a que se referem respec�vamente os incisos I, II e V;
IV - 3º grupo - pessoas �sicas: os empregadores e contribuintes pessoas �sicas, exceto os
empregadores domés�cos; e

V - 4º grupo: os entes públicos integrantes do "Grupo 1 - Administração Pública" e as orga-


nizações internacionais e ins�tuições integrantes do "Grupo 5 - Organizações Internacio-
nais e Outras Ins�tuições Extraterritoriais", ambos do Anexo V da Instrução Norma�va RFB
nº 1.863, de 2018.

Parágrafo único. O faturamento a que se refere o inciso I do caput compreende o total da


receita bruta apurada nos termos do art. 12 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro
de 1977, auferida no ano-calendário de 2016 e declarada na Escrituração Contábil Fiscal
(ECF) rela�va ao mesmo ano-calendário.

Art. 3º A implementação do eSocial ocorre de forma progressiva em obediência às seguin-


tes fases:

I - 1ª fase: envio das informações constantes dos eventos das tabelas S-1000 a S-1080 do
leiaute do eSocial;

II - 2ª fase: envio das informações constantes dos eventos não periódicos S-2190 a S-2420
do leiaute do eSocial, exceto dos eventos rela�vos à Saúde e Segurança do Trabalhador
(SST);

III - 3ª fase: envio das informações constantes dos eventos periódicos S-1200 a S-1299 do
leiaute do eSocial; e

IV - 4ª fase: envio das informações constantes dos eventos S-2210, S-2220 e S-2240 do
leiaute do eSocial, rela�vos à SST.

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Art. 4º Fica estabelecido o seguinte cronograma de início da obrigatoriedade do eSocial:

I - para o 1º grupo:

a) as informações constantes dos eventos da 1ª fase devem ser enviadas a par�r das oito
horas de 8 de janeiro de 2018;

b) as informações constantes dos eventos da 2ª fase devem ser enviadas a par�r das oito
horas de 1º de março de 2018;

c) as informações constantes dos eventos da 3ª fase devem ser enviadas a par�r das oito
horas de 1º de maio de 2018, referentes aos fatos ocorridos a par�r dessa data; e

d) as informações constantes dos eventos da 4ª fase devem ser enviadas a par�r das oito
horas de 13 de outubro de 2021, referentes aos fatos ocorridos a par�r dessa data;

II - para o 2º grupo:

a) as informações constantes dos eventos da 1ª fase devem ser enviadas a par�r das oito
horas de 16 de julho de 2018;

b) as informações constantes dos eventos da 2ª fase devem ser enviadas a par�r das oito
horas de 10 de outubro de 2018;

c) as informações constantes dos eventos da 3ª fase devem ser enviadas a par�r das oito
horas de 10 de janeiro de 2019, referentes aos fatos ocorridos a par�r de 1º de janeiro de
2019; e

d) as informações constantes dos eventos da 4ª fase devem ser enviadas a par�r das oito
horas de 10 de janeiro de 2022, referentes aos fatos ocorridos a par�r dessa data;

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III - para o 3º grupo - pessoas jurídicas:

a) as informações constantes dos eventos da 1ª fase devem ser enviadas a par�r das oito
horas de 10 de janeiro de 2019;

b) as informações constantes dos eventos da 2ª fase devem ser enviadas a par�r das oito
horas de 10 de abril de 2019;

c) as informações constantes dos eventos da 3ª fase devem ser enviadas a par�r das oito horas
de 10 de maio de 2021, referentes aos fatos ocorridos a par�r de 1º de maio de 2021; e

d) as informações constantes dos eventos da 4ª fase devem ser enviadas a par�r das oito
horas de 10 de janeiro de 2022, referentes aos fatos ocorridos a par�r dessa data;

IV - para o 3º grupo - pessoas �sicas:

a) as informações constantes dos eventos da 1ª fase devem ser enviadas a par�r das oito
horas de 10 de janeiro de 2019;

b) as informações constantes dos eventos da 2ª fase devem ser enviadas a par�r das oito
horas de 10 de abril de 2019;

c) as informações constantes dos eventos da 3ª fase devem ser enviadas a par�r das oito horas
de 19 de julho de 2021, referentes aos fatos ocorridos a par�r de 1º de julho de 2021; e

d) as informações constantes dos eventos da 4ª fase devem ser enviadas a par�r das oito
horas de 10 de janeiro de 2022, referentes aos fatos ocorridos a par�r dessa data; e

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V - para o 4º grupo:

a) as informações constantes dos eventos da 1ª fase devem ser enviadas a par�r das oito
horas de 21 de julho de 2021, observado o disposto no § 1º;

b) as informações constantes dos eventos da 2ª fase, devem ser enviadas a par�r das oito
horas de 22 de novembro de 2021;

c) as informações constantes dos eventos da 3ª fase devem ser enviadas a par�r das oito horas
de 22 de abril de 2022, referentes aos fatos ocorridos a par�r de 1º de abril de 2022; e

d) as informações constantes dos eventos da 4ª fase devem ser enviadas a par�r das oito
horas de 11 de julho de 2022, referentes aos fatos ocorridos a par�r dessa data.

§ 1º Para o 4º grupo, o envio das informações constantes dos eventos da tabela S-1010 do
leiaute do eSocial deverá ocorrer até a data imediatamente anterior à data de envio previs-
ta na alínea "c" do inciso V do caput.

§ 2º Os prazos de implantação do eSocial estão consolidados no Anexo Único desta Portaria


Conjunta.

Art. 5º O empregador domés�co é obrigado a declarar as informações rela�vas ao eSocial


a par�r de 1º de outubro de 2015, nos termos do art. 31 da Lei Complementar nº 150, de
1º de junho de 2015, regulamentado pela Portaria Interministerial MF/MPS/MTE nº 822,
de 30 de setembro de 2015.

Parágrafo único. Em exceção ao disposto no caput, o envio do evento S-2210 do leiaute do


eSocial será obrigatório a par�r de 10 de janeiro de 2022, referente aos casos ocorridos a
par�r dessa data.

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Art. 6º Será man�do ambiente de produção restrito disponível aos empregadores, contri-
buintes e órgãos públicos, com vistas ao aperfeiçoamento do sistema.

Art. 7º O tratamento diferenciado, simplificado e favorecido a ser dispensado às microem-


presas e empresas de pequeno porte, ao Microempreendedor Individual (MEI) com em-
pregado, ao segurado especial e ao produtor rural pessoa �sica será definido em atos espe-
cíficos, em conformidade com os prazos previstos nesta Portaria Conjunta.

Art. 8º A prestação das informações por meio do eSocial nos termos desta Portaria Conjun-
ta ou de outros atos específicos subs�tui a apresentação das mesmas informações por
outros meios.

Art. 9º Fica revogada a Portaria Conjunta SEPRT/RFB nº 76, de 22 de outubro de 2020,


publicada no DOU de 23 de outubro de 2020, seção 1, página 433.

Art. 10. Esta Portaria Conjunta entra em vigor na data de sua publicação.

ANEXO ÚNICO

CONSOLIDAÇÃO DO CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DO ESOCIAL

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FASES
GRUPOS (art. 2º)
(art. 3º)

1º GRUPO 2º GRUPO 3º GRUPO 3º GRUPO 4º GRUPO


Pessoas Jurídicas Pessoas Físicas

21/07/2021
(a par�r das 8h)
1ª FASE 08/01/2018 16/07/2018 10/01/2019 10/01/2019 O prazo final para envio
(Eventos de tabelas) do evento da tabela
S-1010 é até o início
da 3º fase de
implementação.

2ª FASE 01/03/2018 10/10/2018 10/04/2019 10/04/2019 22/11/2021


(Eventos não periódicos) (a par�r das 8h)

3ª FASE 01/05/2018 10/01/2019 10/05/2021 19/07/2021 22/04/2022


(Eventos periódicos) (a par�r das 8h) (a par�r das 8h)

4ª FASE 13/10/2021 10/01/2022 10/01/2022 10/01/2022 11/07/2022


(Eventos de SST) (a par�r das 8h) (a par�r das 8h) (a par�r das 8h) (a par�r das 8h)* (a par�r das 8h)

*O empregador domés�co fica obrigado ao envio do evento S-2210 do leiaute do eSocial a par�r dessa data.

Na Portaria, ocorreu uma subdivisão dentro do grupo 3 entre pessoas �sicas e pessoas jurí-
dicas.:

• Grupo 3: Pessoas Jurídicas – as en�dades obrigadas ao eSocial não pertencentes ao 1º,


2º e 4º grupos.
• Grupo 3: Pessoas Físicas – os empregadores e contribuintes Pessoas Físicas, exceto os

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empregadores domés�cos.

3 – Covid 19: Doença Ocupacional

A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho publicou Nota Técnica esclarecendo as


regras aplicáveis, no âmbito do Regime Geral de Previdência Social, à análise do nexo entre
o trabalho e a Covid-19 para fins de concessão de bene�cios. Obrigatoriedade de emissão
de CAT pelas empresas, quando cabível, permanece inalterada.

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No dia 11 de dezembro de 2020 foi formalizada a Nota Técnica SEI nº 56376/2020/ME, que
tem por finalidade esclarecer as regras aplicáveis à análise do nexo entre a Covid-19 e o
trabalho para fins de concessão de bene�cio previdenciário.

A Nota Técnica foi elaborada à luz da legislação previdenciária, para esclarecer a interpreta-
ção que deverá ser aplicada quando da concessão de bene�cios, ou seja, quando o segura-
do for subme�do a uma avaliação da Perícia Médica Federal, responsável pela caracteriza-
ção técnica do nexo entre o trabalho e o agravo.

Para melhor compreensão do tema, seguem as principais dúvidas que a Nota Técnica obje-
�va responder.

1) A COVID-19 pode ser considerada doença ocupacional?

RESPOSTA: A depender do contexto fá�co, a Covid-19 pode ser reconhecida como doença
ocupacional, aplicando-se na espécie o disposto no § 2º do ar�go 20 da Lei nº 8.213, de
1991, quando a doença resulta das condições especiais em que o trabalho é executado e
com ele se relaciona diretamente. Ela pode ainda cons�tuir acidente de trabalho por
doença equiparada, na hipótese em que a doença seja proveniente de contaminação
acidental do empregado pelo vírus SARS-CoV-2, no exercício de sua a�vidade, nos termos
do inciso III do ar�go 21 da Lei nº 8.213, de 1991.

2) Há na legislação presunção de que a Covid-19 seja doença ocupacional?

RESPOSTA: Não. Para fins de concessão de bene�cio no âmbito do Regime Geral de Previdên-
cia Social, em qualquer das hipóteses mencionadas na primeira questão, será a Perícia
Médica Federal que deverá caracterizar tecnicamente a iden�ficação do nexo entre o traba-
lho e o agravo, não militando em favor do empregado, a princípio, presunção legal de que a
contaminação se cons�tua em doença ocupacional, conforme dispõe o art. 337 do Regula-
mento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 1999, com suas alterações.

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3) Quando o empregador deve emi�r Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e em
que prazo, nos casos da Covid-19?

RESPOSTA: Embora não tenham sido objeto da Nota Técnica SEI nº 56376/2020/ME ques-
tões relacionadas à emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), é importante
destacar que, independentemente do mo�vo ensejador do acidente de trabalho ou
doença ocupacional, a obrigação de comunicar os acidentes de trabalho para a Previdência
Social possui previsão no art. 22 da Lei nº. 8.213, de 1991, devendo a CAT ser emi�da até o
primeiro dia ú�l seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, sob pena de
multa. Portanto, a CAT deve sempre ser emi�da quando ocorrer um acidente de trabalho,
a par�r de avaliação feita pelo empregador do contexto fá�co à luz dos norma�vos citados,
não estando condicionada a qualquer atuação prévia do INSS ou da Perícia Médica Federal.

4) Quem caracteriza o nexo entre o trabalho e a doença nos casos de Covid-19?

RESPOSTA: Conforme referido na segunda questão, a caracterização para fins de bene�cios


previdenciários é feita pela Perícia Médica Federal quando iden�ficado o nexo entre o
trabalho e o agravo, conforme dispõe o art. 337 do Regulamento da Previdência Social,
aprovado pelo Decreto nº. 3.048, de 1999. Porém, isso não afasta a responsabilidade do
empregador em relação às comunicações de acidente de trabalho, conforme esclarecido
na terceira questão.

5) Qual o âmbito de aplicação da Nota Técnica SEI nº 56376/2020/ME?

RESPOSTA: A Nota Técnica SEI nº 56376/2020/ME aplica-se exclusivamente para elucidar,


no âmbito da legislação previdenciária, a possibilidade de caracterização da Covid-19 como
doença ocupacional para fins de definição da natureza do bene�cio previdenciário a ser
concedido (acidentário ou não acidentário), não se aplicando para fins de interpretação da
legislação trabalhista, sanitária ou outras áreas estranhas à relação previdenciária.

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4 – Lei 14.151: Lei das Gestantes

LEI Nº 14.151, DE 12 DE MAIO DE 2021

Dispõe sobre o afastamento da


empregada gestante das a�vidades
de trabalho presencial durante a
emergência de saúde pública de
importância nacional decorrente do
novo coronavírus.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Durante a emergência de saúde pública de importância nacional decorrente do


novo coronavírus, a empregada gestante deverá permanecer afastada das a�vidades de
trabalho presencial, sem prejuízo de sua remuneração.

Parágrafo único. A empregada afastada nos termos do caput deste ar�go ficará à disposi-
ção para exercer as a�vidades em seu domicílio, por meio de teletrabalho, trabalho remoto
ou outra forma de trabalho a distância.

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 12 de maio de 2021; 200º da Independência e 133º da República.

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5 – Minirreforma Trabalhista

A Câmara dos Deputados aprovou em 12 de agosto a Medida Provisória (MP 1.045/2021)


que muda vários pontos na legislação trabalhista, que, em alguns casos, suspende a contri-
buição ao INSS e pode afetar, no futuro, a aposentadoria. Veja as principais alterações:

Cria uma modalidade de trabalho sem direito a férias, 13º salário e Fundo de Garan�a do
Tempo de Serviço (FGTS); Outra modalidade de trabalho, é sem carteira assinada (Requip)
e sem direitos trabalhistas e previdenciários, dando ao trabalhador uma bolsa e um vale-
-transporte;

Estabelece um programa de incen�vo ao primeiro emprego (Priore) para jovens. O Priore


também propõe a es�mular a contratação de maiores de 55 anos desempregados há mais
de 12 meses. Nesses casos do Priore, o empregado recebe um bônus no salário, mas seu
FGTS é menor;

A MP aumenta o limite da jornada de trabalho dos que trabalham como mineiros;


Reduz o pagamento de horas extras para categorias profissionais como bancários, jornalis-
tas e operadores de telemarke�ng;

Restringe o acesso à Jus�ça gratuita em geral;

Proíbe juízes de anular pontos de acordos extrajudiciais firmados entre empresas e empre-
gados;

Dificulta a fiscalização trabalhista, inclusive para casos de trabalho análogo ao escravo.

Algumas das medidas incluídas foram tentadas pelo governo em 2020 na MP do Contrato
Verde e Amarelo, mas não foram aprovadas a tempo pelo Congresso Nacional.

Na contratação sem carteira (sem férias, 13º salário e FGTS), o Programa Nacional de Pres-

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tação de Serviço Social Voluntário é para jovens com idade entre 18 e 29 anos e pessoas
com mais de 50 anos.

Nesse caso, a jornada máxima é de 48 horas por mês, ou até seis horas por dia e no máximo
três vezes por semana, mediante trabalho temporário.

Já o Programa Primeira Oportunidade de Reinserção no Emprego (Priore) tem limite sala-


rial de até R$ 2,2 mil.

O Ministério da Economia, e não o do Trabalho, deverá detalhar os treinamentos para a


qualificação profissional.

Em casos de trabalho análogo ao escravo e fiscalizações trabalhistas, só haverá multa se


houver infração da lei depois de duas visitas de orientação dos auditores do trabalho.

6 – MP 1045 e MP 1046

DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO


Publicado em: 28/04/2021 | Edição: 78 | Seção: 1 | Página: 2
Órgão: Atos do Poder Execu�vo

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 1.045, DE 27 DE ABRIL DE 2021

Ins�tui o Novo Programa Emergencial


de Manutenção do Emprego e da Renda
e dispõe sobre medidas complementa-
res para o enfrentamento das consequ-
ências da emergência de saúde pública
de importância internacional decorren-
te do coronavírus (covid-19) no âmbito
das relações de trabalho.

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O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da Cons�tui-
ção, adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei:

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Medida Provisória ins�tui o Novo Programa Emergencial de Manutenção do


Emprego e da Renda e dispõe sobre medidas complementares para o enfrentamento das
consequências da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente
do coronavírus (covid-19)no âmbito das relações de trabalho.

CAPÍTULO II

DO NOVO PROGRAMA EMERGENCIAL DE MANUTENÇÃO DO EMPREGO E DA RENDA

Seção I

Da ins�tuição, dos obje�vos e das medidas do Novo Programa Emergencial

de Manutenção do Emprego e da Renda

Art. 2º Fica ins�tuído o Novo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da


Renda, pelo prazo de cento e vinte dias, contado da data de publicação desta Medida Provi-
sória, com os seguintes obje�vos:

I - preservar o emprego e a renda;

II - garan�r a con�nuidade das a�vidades laborais e empresariais; e

III - reduzir o impacto social decorrente das consequências da emergência de saúde pública

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de importância internacional decorrente do coronavírus (covid-19).

Art. 3º São medidas do Novo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da


Renda:

I - o pagamento do Bene�cio Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda;

II - a redução proporcional de jornada de trabalho e de salários; e

III - a suspensão temporária do contrato de trabalho.

Parágrafo único. O disposto nocaputnão se aplica:

I - no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:

a) aos órgãos da administração pública direta e indireta; e

b) às empresas públicas e sociedades de economia mista, inclusive às suas subsidiárias; e

II - aos organismos internacionais.

Art. 4º Compete ao Ministério da Economia coordenar, executar, monitorar e avaliar o


Novo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda e editar normas com-
plementares necessárias à sua execução.

Seção II

Do Bene�cio Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda

Art. 5º Fica criado o Bene�cio Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, a ser


pago nas seguintes hipóteses:

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I - redução proporcional de jornada de trabalho e de salário; e

II - suspensão temporária do contrato de trabalho.

§ 1º O Bene�cio Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda será custeado com


recursos da União.

§ 2º O Bene�cio Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda será de prestação


mensal e devido a par�r da data do início da redução da jornada de trabalho e do salário
ou da suspensão temporária do contrato de trabalho, observadas as seguintes disposições:

I - o empregador informará ao Ministério da Economia a redução da jornada de trabalho e


do salário ou a suspensão temporária do contrato de trabalho, no prazo de dez dias, conta-
do da data da celebração do acordo;

II - a primeira parcela será paga no prazo de trinta dias, contado da data da celebração do
acordo, desde que a celebração do acordo seja informada no prazo a que se refere o inciso
I deste parágrafo; e

III - o Bene�cio Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda será pago exclusiva-


mente enquanto durar a redução da jornada de trabalho e do salário ou a suspensão tem-
porária do contrato de trabalho.

§ 3º Caso a informação de que trata o inciso I do § 2º não seja prestada no prazo previsto
no referido disposi�vo:

I - o empregador ficará responsável pelo pagamento da remuneração no valor anterior à


redução da jornada de trabalho e do salário ou à suspensão temporária do contrato de
trabalho do empregado, inclusive dos respec�vos encargos sociais e trabalhistas, até que a
informação seja prestada;

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II - a data de início do Bene�cio Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda será
estabelecida na data em que a informação tenha sido efe�vamente prestada, e o bene�cio
será devido pelo restante do período pactuado; e

III - a primeira parcela, observado o disposto no inciso II deste parágrafo, será paga no
prazo de trinta dias, contado da data em que a informação �ver sido efe�vamente presta-
da.

§ 4º Ato do Ministério da Economia disciplinará a forma de:

I - transmissão das informações e das comunicações pelo empregador;

II - concessão e pagamento do Bene�cio Emergencial de Manutenção do Emprego e da


Renda; e

III - interposição de recurso contra as decisões proferidas em relação ao Bene�cio Emer-


gencial de Manutenção do Emprego e da Renda.

§ 5º As no�ficações e as comunicações referentes ao Bene�cio Emergencial de Manuten-


ção do Emprego e da Renda poderão ser realizadas exclusivamente por meio digital, me-
diante ciência do interessado, cadastramento em sistema próprio e u�lização de cer�fica-
do digital ICP-Brasil ou uso delogine senha, conforme estabelecido em ato do Ministério da
Economia.

§ 6º O recebimento do Bene�cio Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda não


impedirá a concessão e não alterará o valor do seguro-desemprego a que o empregado vier
a ter direito, desde que cumpridos os requisitos previstos na Lei nº 7.998, de 11 de janeiro
de 1990, no momento de eventual dispensa.

§ 7º O Bene�cio Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda será operacionaliza-

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do e pago pelo Ministério da Economia.

Art. 6º O valor do Bene�cio Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda terá como


base de cálculo o valor da parcela do seguro-desemprego a que o empregado teria direito,
nos termos do disposto no art. 5º da Lei nº 7.998, de 1990, observadas as seguintes dispo-
sições:

I - na hipótese de redução de jornada de trabalho e de salário, será calculado com a aplica-


ção do percentual da redução sobre a base de cálculo; e

II - na hipótese de suspensão temporária do contrato de trabalho, terá valor mensal:

a) equivalente a cem por cento do valor do seguro-desemprego a que o empregado teria


direito, na hipótese prevista no caput do art. 8º; ou

b) equivalente a setenta por cento do valor do seguro-desemprego a que o empregado


teria direito, na hipótese prevista no § 6º do art. 8º.

§ 1º O Bene�cio Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda será pago ao empre-


gado independentemente do:

I - cumprimento de qualquer período aquisi�vo;

II - tempo de vínculo emprega�cio; e

III - número de salários recebidos.

§ 2º O Bene�cio Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda não será devido ao


empregado que esteja:

I - ocupando cargo ou emprego público ou cargo em comissão de livre nomeação e exone-

21
ração ou seja �tular de mandato ele�vo; ou

II - em gozo:

a) de bene�cio de prestação con�nuada do Regime Geral de Previdência Social ou dos regi-


mes próprios de previdência social, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 124 da
Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991;

b) do seguro-desemprego, em quaisquer de suas modalidades; ou

c) do bene�cio de qualificação profissional de que trata o art. 2º-A da Lei nº 7.998, de 1990.

§ 3º O empregado com mais de um vínculo formal de emprego poderá receber cumula�va-


mente um Bene�cio Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda para cada víncu-
lo com redução proporcional de jornada de trabalho e de salário ou com suspensão tempo-
rária do contrato de trabalho.

§ 4º Nos casos em que o cálculo do Bene�cio Emergencial de Manutenção do Emprego e


da Renda resultar em valores decimais, o valor a ser pago deverá ser arredondado para a
unidade inteira imediatamente superior.

§ 5ºO empregado com contrato de trabalho intermitente a que se refere o § 3º do art.


443 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943,
não faz jus ao Bene�cio Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.

Seção III

Da redução proporcional de jornada de trabalho e de salário

Art. 7º O empregador, durante o prazo previsto no art. 2º, poderá acordar a redução pro-
porcional de jornada de trabalho e de salário de seus empregados, de forma setorial,

22
departamental, parcial ou na totalidade dos postos de trabalho, por até cento e vinte dias,
observados os seguintes requisitos:

I - preservação do valor do salário-hora de trabalho;

II - pactuação, conforme o disposto nos art. 11 e art. 12, por convenção cole�va de traba-
lho, acordo cole�vo de trabalho ou acordo individual escrito entre empregador e emprega-
do; e

III - na hipótese de pactuação por acordo individual escrito, o encaminhamento da propos-


ta de acordo ao empregado deverá ser feito com antecedência de, no mínimo, dois dias
corridos, e a redução da jornada de trabalho e do salário somente poderá ser feita com os
seguintes percentuais:

a) vinte e cinco por cento;

b) cinquenta por cento; ou

c) setenta por cento.

§ 1º A jornada de trabalho e o salário pago anteriormente serão restabelecidos no prazo de


dois dias corridos, contado da:

I - data estabelecida como termo de encerramento do período de redução pactuado; ou

II - data de comunicação do empregador que informe, ao empregado, a sua decisão de


antecipar o fim do período de redução pactuado.

§ 2º O Poder Execu�vo, observadas as disponibilidades orçamentárias, poderá prorrogar o


prazo previsto no art. 2º para o Novo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e
da Renda e o prazo máximo de redução proporcional de jornada de trabalho e de salário de

23
que trata este ar�go, na forma prevista em regulamento.

§ 3º O termo final do acordo de redução proporcional de jornada e de salário não poderá


ultrapassar o úl�mo dia do período estabelecido no art. 2º, exceto na hipótese de prorro-
gação do prazo prevista no § 2º.

Seção IV

Da suspensão temporária do contrato de trabalho

Art. 8º O empregador, durante o prazo previsto no art. 2º, poderá acordar a suspensão
temporária do contrato de trabalho de seus empregados, de forma setorial, departamen-
tal, parcial ou na totalidade dos postos de trabalho, por até cento e vinte dias.

§ 1º A suspensão temporária do contrato de trabalho será pactuada, conforme o disposto


nos art. 11 e art. 12, por convenção cole�va de trabalho, acordo cole�vo de trabalho ou
acordo individual escrito entre empregador e empregado.

§ 2º Na hipótese de acordo individual escrito entre empregador e empregado, a proposta


deverá ser encaminhada ao empregado com antecedência de, no mínimo, dois dias corri-
dos.

§ 3º O empregado, durante o período de suspensão temporária do contrato de trabalho:

I - fará jus a todos os bene�cios concedidos pelo empregador aos seus empregados; e

II - ficará autorizado a recolher para o Regime Geral de Previdência Social na qualidade de


segurado faculta�vo.

§ 4º O contrato de trabalho será restabelecido no prazo de dois dias corridos, contado da:

24
I - data estabelecida como termo de encerramento do período de suspensão pactuado; ou

II - data de comunicação do empregador que informe, ao empregado, a sua decisão de


antecipar o fim do período de suspensão pactuado.

§ 5º Se, durante o período de suspensão temporária do contrato de trabalho, o empregado


man�ver as a�vidades de trabalho, ainda que parcialmente, por meio de teletrabalho,
trabalho remoto ou trabalho a distância, ficará descaracterizada a suspensão temporária
do contrato de trabalho, e o empregador estará sujeito:

I - ao pagamento imediato da remuneração e dos encargos sociais referentes a todo o perí-


odo;

II - às penalidades previstas na legislação; e

III - às sanções previstas em convenção ou em acordo cole�vo.

§ 6º A empresa que �ver auferido, no ano-calendário de 2019, receita bruta superior a R$


4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais) somente poderá suspender o contrato
de trabalho de seus empregados mediante o pagamento de ajuda compensatória mensal
no valor de trinta por cento do valor do salário do empregado, durante o período de sus-
pensão temporária do contrato de trabalho pactuado, observado o disposto neste ar�go e
no art. 9º.

§ 7º O Poder Execu�vo, observadas as disponibilidades orçamentárias, poderá prorrogar o


prazo previsto no art. 2º para o Novo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e
da Renda e o prazo máximo de suspensão temporária do contrato de trabalho de que trata
este ar�go, na forma prevista em regulamento.

§ 8º O termo final do acordo de suspensão temporária de contrato de trabalho não poderá


ultrapassar o úl�mo dia do período estabelecido no art. 2º, exceto na hipótese de prorro-

25
gação do prazo prevista no § 7º.

Seção V

Das disposições comuns às medidas do Novo Programa Emergencial

de Manutenção do Emprego e da Renda

Art. 9º O Bene�cio Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda poderá ser acu-


mulado com o pagamento, pelo empregador, de ajuda compensatória mensal, em decor-
rência da redução proporcional de jornada de trabalho e de salário ou da suspensão tem-
porária de contrato de trabalho de que trata esta Medida Provisória.

§ 1º A ajuda compensatória mensal de que trata o caput:

I - deverá ter o valor definido em negociação cole�va ou no acordo individual escrito pactu-
ado;

II - terá natureza indenizatória;

III - não integrará a base de cálculo do imposto sobre a renda re�do na fonte ou da declara-
ção de ajuste anual do imposto sobre a renda da pessoa �sica do empregado;

IV - não integrará a base de cálculo da contribuição previdenciária e dos demais tributos


incidentes sobre a folha de salários;

V - não integrará a base de cálculo do valor dos depósitos no Fundo de Garan�a do Tempo
de Serviço - FGTS, ins�tuído pela Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, e de que trata a Lei
Complementar nº 150, de 1º de junho de 2015; e

VI - poderá ser considerada despesa operacional dedu�vel na determinação do lucro real e

26
da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL das pessoas jurídicas
tributadas pelo lucro real.

§ 2º Na hipótese de redução proporcional de jornada de trabalho e de salário, a ajuda com-


pensatória prevista no caput não integrará o salário devido pelo empregador e observará o
disposto no § 1º.

Art. 10. Fica reconhecida a garan�a provisória no emprego ao empregado que receber o
Bene�cio Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, de que trata o art. 5º, em
decorrência da redução da jornada de trabalho e do salário ou da suspensão temporária do
contrato de trabalho de que trata esta Medida Provisória, nos seguintes termos:

I - durante o período acordado de redução da jornada de trabalho e do salário ou de sus-


pensão temporária do contrato de trabalho;

II - após o restabelecimento da jornada de trabalho e do salário ou do encerramento da


suspensão temporária do contrato de trabalho, por período equivalente ao acordado para
a redução ou a suspensão; e

III - no caso da empregada gestante, por período equivalente ao acordado para a redução
da jornada de trabalho e do salário ou para a suspensão temporária do contrato de traba-
lho, contado da data do término do período da garan�a estabelecida na alínea "b" do
inciso II do caput do art. 10 do Ato das Disposições Cons�tucionais Transitórias.

§ 1º A dispensa sem justa causa que ocorrer durante o período de garan�a provisória no
emprego previsto de que trata o caput sujeitará o empregador ao pagamento, além das
parcelas rescisórias previstas na legislação, de indenização no valor de:

I - cinquenta por cento do salário a que o empregado teria direito no período de garan�a
provisória no emprego, na hipótese de redução de jornada de trabalho e de salário igual ou
superior a vinte e cinco por cento e inferior a cinquenta por cento;

27
II - setenta e cinco por cento do salário a que o empregado teria direito no período de
garan�a provisória no emprego, na hipótese de redução de jornada de trabalho e de salário
igual ou superior a cinquenta por cento e inferior a setenta por cento; e

III - cem por cento do salário a que o empregado teria direito no período de garan�a provi-
sória no emprego, nas hipóteses de redução de jornada de trabalho e de salário em per-
centual igual ou superior a setenta por cento ou de suspensão temporária do contrato de
trabalho.

§ 2º Os prazos da garan�a provisória no emprego decorrente dos acordos de redução pro-


porcional de jornada e de salário ou de suspensão de contrato de trabalho de que trata
o art. 10 da Lei nº 14.020, de 6 de julho de 2020, ficarão suspensos durante o recebimento
do Bene�cio Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda e somente retomarão a
sua contagem após o encerramento do período da garan�a de emprego de que trata este
ar�go.

§ 3º O disposto neste ar�go não se aplica às hipóteses de pedido de demissão, ex�nção do


contrato de trabalho por acordo nos termos do disposto no art. 484-A da Consolidação das
Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943, ou dispensa por justa causa
do empregado.

Art. 11. As medidas de redução proporcional de jornada de trabalho e de salário ou de sus-


pensão temporária do contrato de trabalho de que trata esta Medida Provisória poderão
ser celebradas por meio de negociação cole�va, observado o disposto no § 1º e nos art. 7º
e art. 8º.

§ 1º A convenção cole�va ou o acordo cole�vo de trabalho poderão estabelecer redução


de jornada de trabalho e de salário em percentuais diversos daqueles previstos no inciso III
do caput do art. 7º.

28
§ 2º Na hipótese prevista no § 1º, o Bene�cio Emergencial de Manutenção do Emprego e
da Renda, de que tratam os art. 5º e art. 6º, será devido nos seguintes termos:

I - sem percepção do Bene�cio Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda para


a redução de jornada e de salário inferior a vinte e cinco por cento;

II - no valor de vinte e cinco por cento sobre a base de cálculo prevista no art. 6º para a
redução de jornada e de salário igual ou superior a vinte e cinco por cento e inferior a
cinquenta por cento;

III - no valor de cinquenta por cento sobre a base de cálculo prevista no art. 6º para a redu-
ção de jornada e de salário igual ou superior a cinquenta por cento e inferior a setenta por
cento; e

IV - no valor de setenta por cento sobre a base de cálculo prevista no art. 6º para a redução
de jornada e de salário igual ou superior a setenta por cento.

§ 3º As convenções cole�vas ou os acordos cole�vos de trabalho celebrados anteriormente


poderão ser renegociados para adequação de seus termos no prazo de dez dias corridos,
contado da data de publicação desta Medida Provisória.

Art. 12. As medidas de que trata o art. 3º serão implementadas por meio de acordo indivi-
dual escrito ou de negociação cole�va aos empregados:

I - com salário igual ou inferior a R$ 3.300,00 (três mil e trezentos reais); ou

II - com diploma de nível superior que percebam salário mensal igual ou superior a duas
vezes o limite máximo dos bene�cios do Regime Geral de Previdência Social.

§ 1º Para os empregados que não se enquadrem no disposto no caput, as medidas de que


trata o art. 3º somente poderão ser estabelecidas por convenção cole�va ou acordo cole�-

29
vo de trabalho, exceto nas seguintes hipóteses, nas quais se admite a pactuação por acordo
individual escrito:

I - redução proporcional de jornada de trabalho e de salário de vinte e cinco por cento, de


que trata a alínea "a" do inciso III do caput do art. 7º; ou

II - redução proporcional de jornada de trabalho e de salário ou suspensão temporária do


contrato de trabalho quando do acordo não resultar diminuição do valor total recebido
mensalmente pelo empregado, incluídos neste valor o Bene�cio Emergencial de Manuten-
ção do Emprego e da Renda, a ajuda compensatória mensal e, em caso de redução da
jornada, o salário pago pelo empregador em razão das horas trabalhadas pelo empregado.

§ 2º Para os empregados que se encontrem em gozo do bene�cio de aposentadoria, a


implementação das medidas de redução proporcional de jornada de trabalho e de salário
ou suspensão temporária do contrato de trabalho por acordo individual escrito somente
será admi�da quando, além do enquadramento em alguma das hipóteses de autorização
do acordo individual de trabalho previstas no caput ou no § 1º, houver o pagamento, pelo
empregador, de ajuda compensatória mensal, observados o disposto no art. 9º e as seguin-
tes condições:

I - o valor da ajuda compensatória mensal a que se refere este parágrafo deverá ser, no
mínimo, equivalente ao do bene�cio que o empregado receberia se não houvesse a veda-
ção prevista na alínea "a" do inciso II do § 2º do art. 6º; e

II - na hipótese de empresa que se enquadre no disposto no § 5º do art. 8º, o total pago a


�tulo de ajuda compensatória mensal deverá ser, no mínimo, igual à soma do valor previs-
to naquele disposi�vo com o valor mínimo previsto no inciso I deste parágrafo.

§ 3º Os atos necessários à pactuação dos acordos individuais escritos de que trata este
ar�go poderão ser realizados por meios �sicos ou eletrônicos.

30
§ 4º Os acordos individuais de redução de jornada de trabalho e de salário ou de suspensão
temporária do contrato de trabalho, pactuados nos termos do disposto nesta Medida Pro-
visória, deverão ser comunicados pelos empregadores ao sindicato da categoria profissio-
nal no prazo de dez dias corridos, contado da data de sua celebração.

§ 5º Se, após a pactuação de acordo individual na forma prevista neste ar�go, houver a
celebração de convenção cole�va ou acordo cole�vo de trabalho com cláusulas conflitan-
tes com as do acordo individual, deverão ser observadas as seguintes regras:

I - a aplicação das condições estabelecidas no acordo individual em relação ao período


anterior ao da negociação cole�va; e

II - a par�r da data de entrada em vigor da convenção cole�va ou do acordo cole�vo de


trabalho, a prevalência das condições es�puladas na negociação cole�va, naquilo em que
conflitarem com as condições estabelecidas no acordo individual.

§ 6º Quando as condições do acordo individual forem mais favoráveis ao trabalhador, estas


prevalecerão sobre a negociação cole�va.

Art. 13. A empregada gestante, inclusive a domés�ca, poderá par�cipar do Novo Programa
Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, observadas as condições estabeleci-
das nesta Medida Provisória.

§ 1º Ocorrido o evento caracterizador do início do bene�cio de salário-maternidade, nos


termos do disposto no art. 71 da Lei nº 8.213, de 1991:

I - o empregador deverá efetuar a comunicação imediata ao Ministério da Economia nos


termos estabelecidos no ato de que trata o § 4º do art. 5º;

II - a aplicação das medidas de que trata o art. 3º será interrompida; e

31
III - o salário-maternidade será pago à empregada nos termos do disposto no art. 72 da Lei
nº 8.213, de 1991, e à empregada domés�ca nos termos do disposto no inciso I do caput -
do art. 73 da referida Lei, de forma a considerá-lo como remuneração integral ou como
úl�mo salário de contribuição os valores a que teriam direito sem a aplicação das medidas
previstas nos incisos II e III docaputdo art. 3º.

§ 2º O disposto neste ar�go aplica-se ao segurado ou à segurada da previdência social que


adotar ou ob�ver guarda judicial para fins de adoção, observado o disposto no art. 71-A da
Lei nº 8.213, de 1991, hipótese em que o salário-maternidade será pago diretamente pela
previdência social.

Art. 14. A redução proporcional de jornada de trabalho e de salário ou a suspensão tempo-


rária do contrato de trabalho, quando adotada, deverá resguardar o exercício e o funciona-
mento dos serviços públicos e das a�vidades essenciais de que tratam a Lei nº 7.783, de 28
de junho de 1989.

Art. 15. As irregularidades constatadas pela Auditoria-Fiscal do Trabalho quanto aos acor-
dos de redução proporcional de jornada de trabalho e de salário ou de suspensão temporá-
ria do contrato de trabalho de que trata esta Medida Provisória sujeitam os infratores à
multa prevista no art. 25 da Lei nº 7.998, de 1990.

Parágrafo único. O processo de fiscalização, de no�ficação, de autuação e de imposição de


multas decorrente das disposições desta Medida Provisória observará o disposto no Título
VII da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943,
hipótese em que não se aplica o critério da dupla visita.

Art. 16. O disposto neste Capítulo aplica-se apenas aos contratos de trabalho já celebrados
até a data de publicação desta Medida Provisória, conforme estabelecido em ato do Minis-
tério da Economia.

Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se aos contratos de trabalho de aprendizagem

32
e de jornada parcial.

Art. 17. O trabalhador que receber indevidamente parcela do Bene�cio Emergencial de


Manutenção do Emprego e da Renda estará sujeito à compensação automá�ca com even-
tuais parcelas devidas de Bene�cio Emergencial referentes ao mesmo acordo ou a acordos
diversos ou com futuras parcelas de abono salarial de que trata a Lei nº 7.998, de 1990, ou
de seguro-desemprego a que �ver direito, na forma prevista no art. 25-A da Lei nº 7.998,
de 1990, conforme estabelecido em ato do Ministério da Economia.

Art. 18. O tempo máximo de redução proporcional de jornada e de salário e de suspensão


temporária do contrato de trabalho, ainda que sucessivos, não poderá ser superior a cento
e vinte dias, exceto se, por ato do Poder Execu�vo, for estabelecida prorrogação do tempo
máximo dessas medidas ou dos prazos determinados para cada uma delas, observado o
disposto no § 3º do art. 7º e no § 8º do art. 8º.

CAPÍTULO III

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 19. Empregador e empregado poderão, em comum acordo, optar pelo cancelamento
de aviso prévio em curso.

Parágrafo único. Na hipótese de cancelamento do aviso prévio na forma prevista no caput,


as partes poderão adotar as medidas estabelecidas por esta Medida Provisória.

Art. 20. O disposto no art. 486 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decre-
to-Lei nº 5.452, de 1943, não se aplica na hipótese de paralisação ou suspensão de a�vida-
des empresariais determinada por ato de autoridade municipal, distrital, estadual ou fede-
ral para o enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional
decorrente do coronavírus (covid-19).

33
Art. 21. Durante o período de cento e oitenta dias, contado da data de entrada em vigor
desta Medida Provisória, os prazos processuais para apresentação de defesa e recurso no
âmbito de processos administra�vos originados a par�r de autos de infração trabalhistas e
no�ficações de débito de FGTS, e os respec�vos prazos prescricionais, ficam suspensos.

Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos processos administra�vos que
tramitam em meio eletrônico.

Art. 22. Fica dispensada a licitação para contratação da Caixa Econômica Federal e do
Banco do Brasil S.A. para a operacionalização do pagamento do Bene�cio Emergencial de
Manutenção do Emprego e da Renda de que trata o art. 5º.

Art. 23. O beneficiário poderá receber o bene�cio emergencial de que trata o art. 5º na
ins�tuição financeira em que possuir conta poupança ou conta de depósito à vista, exceto
conta-salário, desde que autorize o empregador a informar os seus dados bancários
quando prestadas as informações de que trata o inciso I do § 2º do art. 5º.

§ 1º Na hipótese de não validação ou de rejeição do crédito na conta indicada, inclusive


pelas ins�tuições financeiras des�natárias das transferências, ou na ausência da indicação
de que trata o caput, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil S.A. poderão u�lizar
outra conta poupança de �tularidade do beneficiário, iden�ficada por meio de processo de
levantamento e conferência da coincidência de dados cadastrais para o pagamento do
bene�cio emergencial.

§ 2º Na hipótese de não ser localizada conta poupança de �tularidade do beneficiário na


forma prevista no § 1º, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil S.A. poderão realizar
o pagamento do bene�cio emergencial por meio de conta digital, de abertura automá�ca,
em nome do beneficiário, com as seguintes caracterís�cas:

I - dispensa de apresentação de documentos pelo beneficiário;

34
II - isenção de cobrança de tarifas de manutenção;

III - direito a, no mínimo, três transferências eletrônicas de valores e a um saque ao mês,


sem custos, para conta man�da em ins�tuição autorizada a operar pelo Banco Central do
Brasil; e

IV - vedação de emissão de cheque.

§ 3º É vedado às ins�tuições financeiras, independentemente da modalidade de conta


u�lizada para pagamento do bene�cio emergencial de que trata o art. 5º, efetuar descon-
tos, compensações ou pagamentos de débitos de qualquer natureza, mesmo a pretexto de
recompor saldo nega�vo ou de saldar dívidas preexistentes, que impliquem a redução do
valor do bene�cio.

§ 4º Os recursos rela�vos ao bene�cio emergencial de que trata o art. 5º, creditados nos
termos do disposto no § 2º, não movimentados no prazo de cento e oitenta dias, contado
da data do depósito, retornarão para a União.

Art. 24. O Secretário Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia editará


atos complementares para a execução do disposto nos art. 22 e art. 23.

Art. 25. Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 27 de abril de 2021; 200º da Independência e 133º da República.

Confira abaixo os principais pontos da MP:

1. Bene�cio Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda

35
Esse bene�cio será pago a todos os empregados e empregadas das empresas privadas que
optarem pelo programa proposto na MP 1045, enquanto durar a redução da jornada de
trabalho e do salário ou a suspensão temporária do contrato de trabalho.

A quan�a a ser recebida pelo trabalhador, em ambas as modalidades, terá como base de
cálculo o valor da parcela do seguro-desemprego a que o trabalhador teria direito caso
fosse dispensado de seu emprego sem justa causa.

2. Valor da redução

O valor a receber dependerá de quanto for a redução e da modalidade do acordo. Se o


acordo entre empregador e empregado for individual, sem par�cipação do sindicato, a
redução só poderá ser de 25%, 50% ou 70%, tanto do salário quanto da jornada de traba-
lho. Nessa situação, se houver redução de 50%, o trabalhador terá direito a 50% do salário
e a 50% do seguro-desemprego por mês. Como o seguro é calculado sobre a média dos
salários, o valor não chega a ser o mesmo que o reduzido.

Só poderão ser beneficiados os contratos existentes até a edição da MP e, desta vez, ao


contrário da primeira (Lei 14.020/20), os trabalhadores com contratos intermitentes não
poderão receber o bene�cio. Nesse tema, o deputado relator introduziu disposi�vo para
permi�r ao Poder Execu�vo usar o programa em outras situações de emergência de saúde
pública nacional ou mesmo em estado de calamidade estadual ou municipal reconhecido
pelo governo federal. Mas tudo dependerá de disponibilidade orçamentária.

3. Percentuais diferentes

A MP permite a redução de salário e jornada com percentuais diferentes por acordo cole�-
vo, o que pode ser desvantajoso para o trabalhador. Se o acordo cole�vo �ver a previsão de
redução menor que 25%, o empregado não recebe nada do governo. O bene�cio será de
25% do seguro-desemprego para reduções de 25% até 50%. Diminuições de salários maio-
res que 50% e até 70%, resultarão em um bene�cio de metade do seguro-desemprego

36
mensalmente. Redução maior que 70% do salário e da jornada de trabalho resultará em
bene�cio de 70% do seguro-desemprego a que o empregado teria direito.

4. Acordo individual ou cole�vo

Os acordos individuais de redução de jornada de trabalho e de salário ou de suspensão


temporária do contrato de trabalho, pactuados nos termos da MP 1045, deverão ser comu-
nicados pelos empregadores ao respec�vo sindicato profissional, no prazo de até 10 dias
corridos, contado da data da celebração.

As medidas de redução proporcional da jornada e de salários e a suspensão temporária do


contrato de trabalho serão implementadas por meio de acordo individual escrito ou de
negociação cole�va aos empregados: com salário igual ou inferior a R$ 3.300,00 ou; porta-
dores de diploma de nível superior e que percebam salário mensal igual ou superior a duas
vezes do limite máximo dos bene�cios do RGPS (R$ 12.867,14).

Para os demais trabalhadores, ou seja, aqueles que recebem entre R$ 3.300,00 e R$


12.867,14, as medidas de redução proporcional da jornada e de salários e a suspensão
temporária do contrato de trabalho somente poderão ser estabelecidas por Convenção ou
Acordo Cole�vo de Trabalho. Em algumas situações será possível fazer a pactuação por
acordo individual escrito: a) redução de jornada de trabalho e de salário de 25%; b) redu-
ção proporcional de jornada de trabalho e salário ou suspensão temporária do contrato
quando do acordo não resultar diminuição do valor total recebido mensalmente pelo em-
pregado, incluído neste o
valor do bene�cio emergencial, ajuda compensatória mensal e em caso de redução de
jornada, o salário pago pelo empregador em razão das horas trabalhadas pelo empregado.

5. Validade do acordo

Devido às restrições por causa da pandemia da Covid-19, a MP permite a realização por


meios eletrônicos dos acordos individuais escritos, que deverão ser comunicados pelos

37
empregadores ao sindicato da categoria profissional dentro de dez dias de sua assinatura.

Se depois do acordo individual surgir um cole�vo, as regras do individual valerão até que o
acordo cole�vo entre em vigor, exceto se as condições do acordo individual forem mais
favoráveis ao trabalhador, quando elas deverão prevalecer sobre as regras cole�vas.

6. Comunicação ao Ministério da Economia

A empresa tem 10 dias para comunicar o Ministério da Economia sobre o acordo firmado
com os seus colaboradores. Se isso não ocorrer, o empregador deverá arcar com o salário
dos seus funcionários até que de fato seja efe�vada a comunicação entre a empresa e o
Ministério.

7. Comunicação ao sindicato

O sindicato da categoria precisa também ser comunicado em até 10 dias corridos dos acor-
dos realizados com base no programa da MP 1045. Aqui vale ressaltar que basta uma
comunicação, ou seja, a empresa não precisa necessariamente da autorização do sindicato.

Na an�ga MP 936, esse foi um tópico que gerou bastante polêmica, pois ficou subentendi-
do que deveria haver uma autorização. Nesse caso, ficou claro que basta a comunicação ao
sindicato para que a empresa es�vesse apta a aderir ao novo programa.

8. Estabilidade provisória

Ao par�cipar do programa, o trabalhador terá uma garan�a provisória contra demissão


sem justa causa durante esse período e, depois do fim da redução ou suspensão do contra-
to, por tempo igual ao que passou recebendo o bene�cio.

Se ocorrer demissão sem justa causa durante esse período, o empregador, além de ter de
pagar as parcelas rescisórias previstas na legislação, deverá pagar indenização de:

38
I. 50% do salário a que o empregado teria direito no período de garan�a, se a redução de
jornada e salário for de 25% até 50%;

II. de 75% se a redução �ver sido maior que 50% e até 70%; ou

III. de 100% do salário na redução superior a 70% ou na suspensão temporária do contrato


de trabalho.

Entretanto, para o trabalhador ou trabalhadora que es�ver no prazo da garan�a provisória


decorrente do primeiro programa, a MP 1045 determina a suspensão desse prazo se
houver par�cipação na nova edição. O restante do tempo de garan�a provisória do primei-
ro programa con�nuará a correr depois do prazo de garan�a da nova edição do programa.

9. Gestantes

A MP acrescenta também regras específicas para a concessão do bene�cio a gestantes,


inclusive empregadas domés�cas. Quando a gestante entrar em licença-maternidade, o
empregador deverá informar o fato ao Ministério da Economia, suspender as regras do
programa de redução ou suspensão salarial e de jornada e pagar o salário com base no que
a trabalhadora recebia antes de entrar no programa.

As regras preveem o pagamento pelo empregador e o desconto do valor do INSS a recolher


dos demais empregados da folha de pagamento. O deputado relator incluiu ainda disposi�-
vo para disciplinar o trabalho de gestante que não pode desempenhar suas a�vidades
remotamente. Nesse caso, ela terá o contrato suspenso, e o empregador deverá pagar a
diferença entre o que ela receber por meio do programa e o salário normal.

10. Serviços essenciais

Os acordos de redução de salário e jornada ou de suspensão do contrato de trabalho deve-

39
rão resguardar o exercício e o funcionamento dos serviços públicos e das a�vidades essen-
ciais, inclusive as definidas na primeira lei sobre as medidas contra o novo coronavírus. Já
o critério da dupla visita para o fiscal trabalhista poder multar as empresas não valerá nas
fiscalizações desses acordos. A MP prevê fiscalização mais branda por 180 dias em razão do
estado de calamidade pública.

11. Hora extra

A MP 1045 diminui o pagamento de horas extras de 11 categorias profissionais que têm


regime diferenciado, com seis horas de trabalho diárias. O texto aprovado na Câmara diz
que profissionais com jornada reduzida poderiam aderir à jornada geral da CLT (oito horas
por dia e 44 por semana) recebendo um adicional de 20% pelas horas a mais, ou seja,
menos que os 50% pagos hoje em dia, de segunda a sábado. De acordo com o texto só
haveria adicional de 50% na hora extra se o empregado trabalhar além da jornada geral da
CLT, de oito horas diárias. A medida a�nge: bancários; telefonistas (como operadores de
telemarke�ng); jornalistas; médicos; den�stas; advogados; músicos; aeroviários; aeronau-
tas; engenheiros, e secretários.

12. Acúmulo de bene�cios

A MP 1045 proíbe o recebimento do bene�cio por quem esteja ocupando cargo ou empre-
go público, cargo em comissão de livre nomeação ou �tular de mandato ele�vo. Também
não poderá ser beneficiado quem já recebe do INSS o Bene�cio de Prestação Con�nuada
(BPC), o seguro-desemprego ou bene�cio de qualificação profissional.

Segundo o texto do deputado relator, haverá uma exceção para o aprendiz, que poderá
receber o bene�cio emergencial e o BPC. Além disso, enquanto �ver direito a esse bene�-
cio, o aprendiz não poderá ter o BPC cancelado por irregularidade na concessão ou u�liza-
ção.

Entretanto, quem �ver mais de um emprego com carteira assinada no setor privado poderá

40
receber um bene�cio emergencial por cada vínculo formal de emprego. Também será per-
mi�da a acumulação do bene�cio com o auxílio-doença e com a pensão por morte.

13. Suspensão do contrato

Quanto à suspensão do contrato de trabalho, o trabalhador não perde o vínculo trabalhista


e recebe o valor equivalente ao do seguro-desemprego. Nesse período, ele con�nuará a
contar com todos os bene�cios porventura concedidos pelo empregador.

Durante o afastamento, o trabalhador poderá recolher para previdência como segurado


faculta�vo, mas se o empregado man�ver suas a�vidades junto ao empregador, mesmo
parcialmente, seja com teletrabalho, trabalho remoto ou outra modalidade, o empregador
deverá pagar imediatamente a remuneração, os encargos sociais de todo o tempo de sus-
pensão e estará sujeito às penalidades da legislação e de acordo cole�vo.

Empresas com receita bruta maior que R$ 4,8 milhões no ano de 2019 somente poderão
suspender os contratos de trabalho se pagarem ao trabalhador 30% do salário durante o
período. O bene�cio emergencial a ser pago pelo governo será de 70% do seguro-desem-
prego a que o trabalhador teria direito.

14. Ajuda voluntária

Em qualquer situação (redução ou suspensão), se o empregador desejar, poderá pagar


uma ajuda compensatória mensal ao empregado. Essa ajuda terá caráter indenizatório e
não poderá sofrer descontos para Imposto de Renda, Previdência Social ou Fundo de
Garan�a do Tempo de Serviço (FGTS).

Por parte do empregador, não integrará a base de cálculo para demais tributos incidentes
sobre a folha de salários, para o Imposto de Renda nem para a Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido (CSLL). O projeto de lei de conversão permite ainda a dedução dos valores
complementares do resultado da a�vidade rural.

41
15. Fiscalização

A MP 1045 também altera a CLT para tornar a dupla visita do fiscal do trabalho uma regra
para as micro e pequenas empresas, para as coopera�vas com receita bruta anual de até
R$ 4,8 milhões anuais, para outros locais com até 20 trabalhadores e acrescenta outros
casos em que ela é aplicada para as demais empresas.

Quando for editado novo regulamento, a dupla visita será aplicada por 180 dias. Atualmen-
te, a CLT não fixa prazo. Se o estabelecimento for recém inaugurado, vale o mesmo prazo,
exceto para frentes de trabalho e canteiros de obra cujo empregador já tenha sido devida-
mente orientado em inspeção anterior.

Também dependerão de dupla visita os autos de infrações de natureza leve sobre seguran-
ça e saúde do trabalhador e quando se tratar de visitas técnicas de instrução previamente
agendadas. Na dupla visita, o fiscal somente pode multar a empresa na segunda vez que
for inspecionar determinada irregularidade que não tenha sido corrigida.

Os empreendimentos só poderão ser multados em uma primeira visita nos seguintes


casos:

i. falta de registro de empregado em carteira de trabalho;


ii. reincidência, fraude ou resistência ou embaraço à fiscalização;
iii. atraso de salário ou de recolhimento do FGTS;
iv. descumprimento de embargo ou interdição em relação a irregularidade específica;
v. por trabalho em condições análogas à de escravo ou trabalho infan�l; e
vi. para acidente do trabalho com consequências significa�vas (afastamento por mais de 15
dias), severas (lesão ou sequela permanente) ou fatal.

16. Restrição de acesso à Jus�ça gratuita

42
O acesso à Jus�ça gratuita também será limitado, conforme o texto aprovado. Só terão
acesso ao bene�cio famílias carentes, com renda familiar mensal per capita de até meio
salário mínimo ou renda familiar mensal de até três salários mínimos (R$ 3.300).

No caso de processos trabalhistas, o acesso à Jus�ça gratuita só será concedido a quem


teve salário inferior a 40% do limite máximo dos bene�cios do Regime Geral de Previdência
Social (RGPS). Se a regra já valesse hoje, apenas pessoas que receberam salário inferior a
R$ 2.500 poderiam requerer esse bene�cio.

17. Cláusulas extrajudiciais

Os juízes e juízas do trabalho estão proibidos de cancelar cláusulas de acordos extrajudi-


ciais entre empregados e empresas. De acordo com o texto, o juiz se limitará a aprovar ou
reprovar todo o conteúdo do contrato, não podendo determinar os reajustes entre as
partes. A avaliação do juiz também irá “cumprir integralmente os elementos básicos do
negócio
jurídico”.

18. Requip

A MP cria o Regime Especial de Qualificação e Inclusão Produ�va (Requip) des�nado aos


jovens de 18 a 29 anos; sem registro na Carteira de Trabalho há mais de dois anos, e a pes-
soas de baixa renda, oriundas de programas federais de transferência de renda. Por ele, a
empresa pode contratar um trabalhador por três anos, sem vínculo emprega�cio. O
Regime não proíbe, entretanto, que o trabalhador tenha um vínculo de emprego com outra
empresa ou preste serviços como autônomo.

No que se refere à remuneração, o trabalhador contratado por meio do programa receberá


cerca de R$ 440 mensais, ou seja, 40% do valor do atual salário mínimo de R$ 1.100, sendo
que metade (R$ 220) será paga pelo governo e a outra metade pela empresa por meio da
Bolsa de Incen�vo à Qualificação (BIQ). A sua carga horária será de 22 horas semanais.

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As empresas que optarem pela contração nesta modalidade poderão deduzir o pagamento
da bolsa (BIQ) da base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contri-
buição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Neste modelo de contratação, o trabalhador
não terá 13ª salário e nem sem Fundo de Garan�a por Tempo de Serviço (FGTS), com no
máximo, direito a férias de 30 dias sem remuneração. O texto permite que as empresas
possam ter até 15% dos seus trabalhadores nesta modalidade.

a. Quem poderia ser contratado

Pessoas entre 18 e 29 anos; ou trabalhadores sem emprego formal nos dois anos anterio-
res; ou inscritos no Cadastro Único para programas sociais, com renda mensal familiar de
até dois salários mínimos (R$ 2.200 hoje).

b. Sem vínculo de emprego

Empregador, trabalhador e en�dade responsável pelo curso de qualificação assinam digi-


talmente um Termo de Compromisso de Inclusão Produ�va (CIP). Esse termo não cria

vínculo de emprego. Portanto, não há carteira assinada nem direitos trabalhistas e previ-
denciários.

c. Direitos do trabalhador

– Vale-transporte;
– Recesso de 30 dias quando houver a renovação do contrato por um ano;
– O recesso poderá ser divido em três períodos, com um deles de 14 dias, no mínimo.
– Se a pessoa for estudante, o recesso deve coincidir com as férias escolares.
– Seguro contra acidentes pessoais.

d. Jornada de trabalho limitada

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A jornada de trabalho no Requip seria de até 22 horas por semana (metade do limite da
CLT). Caso a jornada seja de oito horas diárias, a pessoa poderia trabalhar no máximo dois
dias e meio para não extrapolar a carga semanal. Não seria permi�da a realização de horas
extras.

e. Bene�cios atrelados ao Regime

O trabalhador receberia dois bene�cios diferentes: Bônus de Inclusão Produ�va (BIP) e


Bolsa de Incen�vo à Qualificação (BIQ). Não seria descontado Imposto de Renda ou outros
tributos sobre esses valores. O BIP seria pago pelo governo ao empregado, no valor de até
R$ 275. A BIQ seria paga pelo empresário, com valor igual ao BIP. Os bene�cios somados
chegariam a R$ 550 por mês para quem trabalhar 22 horas semanais.

f. Quem poderia contratar pelo Requip

– Empresas;
– Profissionais liberais de nível superior;
– Produtores rurais pessoas �sicas.

g. Quantos trabalhadores poderiam ser contratados

O limite de contratados por empresa começa em 10% do número de funcionários no


primeiro ano do Requip, sobe para 15% no segundo ano e termina em 20% no terceiro. Em-
presas menores, com até 20 funcionários, poderiam contratar o equivalente a 20% já a
par�r do primeiro ano, se quiserem.

h. Bene�cios para quem contratar

Quem oferece a vaga paga a BIQ, de até R$ 250 por mês, mas não precisa recolher contri-
buição previdenciária (INSS) sobre esse valor. Os gastos com a BIQ também podem ser aba-

45
�dos da CSLL. O BIP não tem custo nenhum para o empregador, pois é pago pelo governo.

i. Cursos de aprendizagem

Os cursos para quem par�cipar do Requip seriam oferecidos pelos serviços nacionais de
aprendizagem: Sesi, Senai, Sesc, Senac, Sest, Senat, Sebrae, Senar ou Sescoop. Eles têm a
opção de contratar ins�tuições para prestar o serviço.

A empresa que contratar pelo Requip também poderia oferecer diretamente o curso de
qualificação, arcando com os custos. Se for necessário que o interessado faça uma qualifi-
cação antes de trabalhar na área, fará jus ao BIP, recebendo a BIQ somente quando come-
çar a prá�ca laboral com carga diária máxima de 8 horas e semanal de 22 horas.

Se a empresa descumprir a carga horária, estará sujeita ao pagamento do BIP e a multa de


R$ 550,00 a R$ 1,1 mil.

j. Proibições

O texto aprovado para a MP proíbe o beneficiário do Requip de trabalhar entre as 22h e 5h


do dia seguinte; exercer a�vidades em horários ou locais que não permitam a frequência à
escola, no caso de estudantes dos ensinos fundamental e médio; ou realizar a�vidades
perigosas e insalubres.

As a�vidades perigosas são consideradas aquelas que impliquem risco por exposição per-
manente a inflamáveis, explosivos ou energia elétrica, de segurança patrimonial ou pesso-
al. São consideradas insalubres aquelas que exponham a pessoa a agentes nocivos à saúde
acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e
do tempo de exposição aos seus efeitos.

As regras do programa proíbem o uso do Requip para empregado dispensado de qualquer


função na empresa dentro de dois anos contados a par�r da data da demissão.

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k. Custos do programa para o governo

Na primeira versão do texto, o Bônus de Inclusão Produ�va (BIP) seria custeado por um
corte linear de 30% nas verbas do Sistema S (Senai, Sesc, Sesi, Senac e outros). Na versão
votada no Plenário da Câmara, as empresas poderão descontar para pagar a seus funcioná-
rios até 15% das contribuições que teriam que fazer a essas en�dades.

16.1. Requip x Jovem Aprendiz

O Requip não exige que o jovem permaneça na escola ou em um curso técnico. O Menor
Aprendiz oferta vagas para jovens que estejam estudando regulamente. A Lei de Aprendi-
zagem ainda prevê que as empresas empregadoras dos jovens aprendizes, ofereçam cursos
de qualificação e capacitação profissional.

O programa que funciona a pelo menos 20 anos poderá ser subs�tuído pelo novo Requip,
poderão par�cipar os jovens que se enquadrarem nas especificações previstas na MP.
Nesse novo modelo, os par�cipantes do programa não poderão contar com bene�cios
básicos oferecidos anteriormente, como o auxílio-transporte, alimentação e férias.

O maior diferencial entre um programa e outro é que o Jovem Aprendiz garan�a o registro
em carteira, FGTS, 13º salário e as férias compa�veis com o recesso escolar.

19. Priori

O Programa Primeira Oportunidade e Reinserção no Emprego (Priore) é des�nado à con-


tratação de jovens de 18 a 29 anos e pessoas com idade igual ou superior a 55 anos, sem
vínculo formal por mais de 12 meses. Neste modelo de contratação, o trabalhador não terá
direito a 50% dos salários devidos, no caso de demissão do emprego antes do prazo de
vigência es�pulado no contrato. A multa sobre o FGTS cai de 40% para 20% e as alíquotas
depositadas no Fundo caem de 8% para até 2% (no caso de microempresas), 4% (empresas

47
de pequeno porte) e 6% (demais empresas).

Os trabalhadores contratados por meio do Priore terão direito a receber o Bônus de Inclu-
são Produ�va (BIP), com valor equivalente ao salário mínimo dividido pela hora. Este bônus
será aplicado sobre um quarto do número de horas de trabalho acordadas, limitado ao
valor mensal correspondente à duração do trabalho de 11 horas semanais. O BIP será cus-
teado com recursos da União, do Sistema S, do Fundo de Amparo ao Trabalhador e do
Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza. As empresas poderão contratar até 25% do
seu quadro funcional neste modelo.

a. Quem poderia ser contratado

Jovens entre 18 e 29 anos em busca do primeiro emprego e maiores de 55 anos sem em-
prego formal (carteira assinada) há mais de 12 meses. O Priore considera que ainda estão
em busca do primeiro emprego pessoas que �veram apenas contrato de aprendizagem, de
experiência, de trabalho intermitente ou de trabalho avulso.

b. Direitos do empregado

O empregado manteria todos os direitos trabalhistas previstos na Cons�tuição e na CLT,


como férias, 13º salário, adicional de hora extra e descanso semanal remunerado. O em-
pregado no Priore receberia todo mês o valor proporcional ao 13º salário acrescido de 1/3
(terço de férias).

c. Limite de salário

O programa valeria para empregados que recebam até dois salários mínimos (atualmente
R$ 2.200).

d. Prazo para contratar e duração do vínculo

48
A contratação poderá ser feita até 36 meses após a publicação da lei (que ainda não foi
aprovada nem sancionada). O contrato poderá ter duração máxima de 24 meses.

e. Bônus de até R$ 275

O programa prevê um Bônus de Inclusão Produ�va (BIP), pago pelo governo e proporcional
à carga horária. O maior BIP seria de R$ 275 (25% do salário mínimo) ao empregado contra-
tado para trabalhar 44 horas semanais (o máximo permi�do pela CLT).

f. Vale só para novos contratos

A contratação seria exclusiva para novos postos de trabalho, limitada a 25% do total de em-
pregados. Empresas com até 10 empregados poderiam contratar três funcionários pelo
Priore.

g. FGTS e multa menores

Em contratos normais da CLT, a empresa deposita todo mês um valor igual a 8% do salário
bruto na conta do FGTS do empregado. Para trabalhadores do Priore, esse repasse seria
menor, de 2% a 6%, conforme o tamanho da empresa.

Ao final do contrato, o empregado receberia o valor de multa de 20% do FGTS proporcional


ao tempo de trabalho, independentemente do mo�vo da rescisão (com ou sem justa causa
ou acordo entre empresa e trabalhador). O valor é menor do que a multa por rescisão sem
justa causa na CLT (40%).

h. Vantagens para a empresa

O Priore reduziria a contribuição para o FGTS do trabalhador (que é de 8% na CLT) confor-


me o tamanho da empresa:
– 2% para microempresa

49
– 4% para empresa de pequeno porte
– 6% para as demais

As microempresas ficariam dispensadas de recolher as contribuições para o Sistema S nos


contratos do Priore.

i. Qualificação profissional

Os trabalhadores contratados por meio do Priore terão prioridade em ações de qualifica-


ção profissional. O texto do relator deixa a cargo do Ministério da Economia detalhar esses
treinamentos.

j. Suspensão de bene�cios sociais

Ao ser contratado pelo Priore, o empregado deixaria de receber dinheiro de programas de


transferência de renda, como o Bolsa Família. A suspensão duraria até o final do contrato.

k. Custos do programa para o governo

Na primeira versão do texto, o Bônus de Inclusão Produ�va (BIP) seria custeado por um
corte linear de 30% nas verbas do Sistema S (Senai, Sesc, Sesi, Senac e outros). Na versão
aprovada pela Câmara, as empresas poderão descontar até 15% das contribuições que
teriam que fazer a essas en�dades, para pagar seus funcionários.

20. Impacto dos programas

Somados o Requip (15%) e o Piore (25%), as empresas poderão contratar até 40% de seu
quadro funcional por meio desses dois modelos que não pagam sequer um salário mínimo,
sem direito a férias e a indenizações trabalhistas.

21. Programa Nacional de Prestação de Serviço Social Voluntário

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Para funcionar por meio de convênios com os municípios, o projeto de lei de conversão da
Medida Provisória 1045/21 cria o Programa Nacional de Prestação de Serviço Social Volun-
tário.

Também sem qualquer vínculo trabalhista, o programa será des�nado a jovens de 18 a 29


anos e a pessoas com mais de 50 anos, com duração de 18 meses em a�vidades de interes-
se público dos municípios.

Da mesma forma que os outros programas previstos na MP, o selecionado deverá realizar
curso de qualificação profissional. O monitoramento do programa será feito pelas cidades
de forma informa�zada.

Já a jornada de trabalho será de 48 horas mensais, limitada a seis horas diárias por pessoa
em cada pessoa jurídica de direito público ofertante. Esse trabalho deverá ser feito em, no
máximo, três dias da semana, sendo permi�da a prorrogação da jornada e a ins�tuição de
regime de compensação pelo município, nos termos de regulamento.

Entretanto, não poderão ser exercidas a�vidades priva�vas de profissões regulamentadas


ou de competência de cargos ou empregos públicos ou a�vidades perigosas. Os municípios
definirão o valor a receber pela pessoa, não inferior ao salário mínimo hora, e a forma de
pagamento de vale-transporte.

Para tanto, o texto permite à União ajudar os municípios a pagarem por esses serviços com
até 50% do valor pago pelo município, limitado a R$ 125,00 por pessoa. Para fazer os paga-
mentos, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal poderão abrir contas do �po pou-
pança social digital para realizar os depósitos aos beneficiados.

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DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO
Publicado em: 28/04/2021 | Edição: 78 | Seção: 1 | Página: 5
Órgão: Atos do Poder Execu�vo

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 1.046, DE 27 DE ABRIL DE 2021

Dispõe sobre as medidas trabalhistas


para enfrentamento da emergência de
saúde pública de importância interna-
cional decorrente do coronavírus (covid-
-19).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da Cons�tui-


ção, adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei:

CAPÍTULO I

DAS ALTERNATIVAS TRABALHISTAS PARA ENFRENTAMENTO DO ESTADO DE EMERGÊNCIA


DE SAÚDE PÚBLICA DE IMPORTÂNCIA INTERNACIONAL DECORRENTE DO CORONAVÍRUS
(COVID-19)

Art. 1º Esta Medida Provisória dispõe sobre as medidas trabalhistas que poderão ser adota-
das pelos empregadores, durante o prazo de cento e vinte dias, contado da data de sua
publicação, para a preservação do emprego, a sustentabilidade do mercado de trabalho e
o enfrentamento das consequências da emergência de saúde pública de importância inter-
nacional decorrente do coronavírus (covid-19) relacionadas a trabalho e emprego.

Parágrafo único. O prazo de que trata ocaputpoderá ser prorrogado, por igual período, por
ato do Poder Execu�vo federal.

Art. 2º Para o enfrentamento dos efeitos econômicos decorrentes da emergência de saúde

52
pública de importância internacional decorrente do coronavírus (covid-19) e a preservação
do emprego e da renda, poderão ser adotadas pelos empregadores, entre outras, as
seguintes medidas:

I - o teletrabalho;

II - a antecipação de férias individuais;

III - a concessão de férias cole�vas;

IV - o aproveitamento e a antecipação de feriados;

V - o banco de horas;

VI - a suspensão de exigências administra�vas em segurança e saúde no trabalho; e

VII - o diferimento do recolhimento do Fundo de Garan�a do Tempo de Serviço - FGTS.

CAPÍTULO II

DO TELETRABALHO

Art. 3º O empregador poderá, a seu critério, durante o prazo previsto no art. 1º, alterar o
regime de trabalho presencial para teletrabalho, trabalho remoto ou outro �po de trabalho
a distância, além de determinar o retorno ao regime de trabalho presencial, independente-
mente da existência de acordos individuais ou cole�vos, dispensado o registro prévio da
alteração no contrato individual de trabalho.

§ 1º Para fins do disposto nesta Medida Provisória, considera-se teletrabalho, trabalho


remoto ou trabalho a distância a prestação de serviços preponderante ou totalmente fora
das dependências do empregador, com a u�lização de tecnologias da informação e comu-

53
nicação que, por sua natureza, não configurem trabalho externo, hipótese em que se aplica
o disposto no inciso III caput do art. 62 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada
pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio 1943.

§ 2º A alteração de que trata o caput será no�ficada ao empregado com antecedência de,
no mínimo, quarenta e oito horas, por escrito ou por meio eletrônico.

§ 3º As disposições rela�vas à responsabilidade pela aquisição, pela manutenção ou pelo


fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à
prestação de teletrabalho, trabalho remoto ou trabalho a distância e as disposições rela�-
vas ao reembolso de despesas arcadas pelo empregado serão previstas em contrato escri-
to, firmado previamente ou no prazo de trinta dias, contado da data da mudança do regime
de trabalho.

§ 4º Na hipótese de o empregado não possuir os equipamentos tecnológicos nem a infra-


estrutura necessária e adequada à prestação de teletrabalho, trabalho remoto ou trabalho
a distância:

I - o empregador poderá fornecer os equipamentos em regime de comodato e pagar por


serviços de infraestrutura, que não caracterizarão verba de natureza salarial; ou

II - o período da jornada normal de trabalho será computado como tempo de trabalho à


disposição do empregador, na impossibilidade do oferecimento do regime de comodato de
que trata o inciso I.

§ 5º O tempo de uso de equipamentos tecnológicos e de infraestrutura necessária, assim


como de so�wares, de ferramentas digitais ou de aplicações de internet u�lizados para o
teletrabalho fora da jornada de trabalho normal do empregado, não cons�tui tempo à
disposição, regime de pron�dão ou de sobreaviso, exceto se houver previsão em acordo
individual ou em acordo ou convenção cole�va de trabalho.

54
Art. 4º Fica permi�da a adoção do regime de teletrabalho, trabalho remoto ou trabalho a
distância para estagiários e aprendizes, nos termos do disposto neste Capítulo.

CAPÍTULO III

DA ANTECIPAÇÃO DE FÉRIAS INDIVIDUAIS

Art. 5º O empregador informará ao empregado, durante o prazo previsto no art. 1º, sobre
a antecipação de suas férias com antecedência de, no mínimo, quarenta e oito horas, por
escrito ou por meio eletrônico, com a indicação do período a ser gozado pelo empregado.

§ 1º As férias antecipadas nos termos do disposto no caput:

I - não poderão ser gozadas em períodos inferiores a cinco dias corridos; e

II - poderão ser concedidas por ato do empregador, ainda que o período aquisi�vo a elas
rela�vo não tenha transcorrido.

§ 2º Empregado e empregador poderão, adicionalmente, negociar a antecipação de perío-


dos futuros de férias por meio de acordo individual escrito.

§ 3º Os trabalhadores que pertençam ao grupo de risco do coronavírus (covid-19) serão


priorizados para o gozo de férias, individuais ou cole�vas, nos termos do disposto neste
Capítulo e no Capítulo IV.

Art. 6º O empregador poderá, durante o prazo previsto no art. 1º, suspender as férias ou
licenças não remuneradas dos profissionais da área de saúde ou daqueles que desempe-
nhem funções essenciais, por meio de comunicação formal da decisão ao trabalhador por
escrito ou, preferencialmente, por meio eletrônico, com antecedência de quarenta e oito
horas.

55
Art. 7º O adicional de um terço rela�vo às férias concedidas durante o período a que se
refere o art. 1º poderá ser pago após a sua concessão, a critério do empregador, até a data
em que é devida a gra�ficação natalina prevista no art. 1º da Lei nº 4.749, de 12 de agosto
de 1965.

Art. 8º A conversão de um terço do período das férias de que trata o caput em abono pecu-
niário dependerá da anuência do empregador, hipótese em que o pagamento poderá ser
efetuado até a data de que trata o art. 7º.

Art. 9º O pagamento da remuneração das férias concedidas em razão do estado de emer-


gência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (covid-19)
a que se refere o art. 1º poderá ser efetuado até o quinto dia ú�l do mês subsequente ao
início do gozo das férias, hipótese em que não se aplica o disposto no art. 145 da Consoli-
dação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943.

Art. 10. Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho, os valores das férias, individuais
ou cole�vas, ainda não adimplidos, serão pagos juntamente com as verbas rescisórias devi-
das.

Parágrafo único. As férias antecipadas gozadas cujo período não tenha sido adquirido serão
descontadas das verbas rescisórias devidas ao empregado no caso de pedido de demissão.

CAPÍTULO IV

DA CONCESSÃO DE FÉRIAS COLETIVAS

Art. 11. O empregador poderá, a seu critério, durante o prazo a que se refere o art. 1º, con-
ceder férias cole�vas a todos os empregados ou a setores da empresa e deverá no�ficar o
conjunto de empregados afetados, por escrito ou por meio eletrônico, com antecedência
de, no mínimo, quarenta e oito horas, hipótese em que não se aplicam o limite máximo de
períodos anuais e o limite mínimo de dias corridos previstos na Consolidação das Leis do

56
Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943, permi�da a concessão por prazo
superior a trinta dias.

Art. 12. O disposto no § 1º do art. 5º, no art. 7º, no art. 8º, no art. 9º e no parágrafo único
do art. 10 aplica-se às férias cole�vas.

Art. 13. Ficam dispensadas a comunicação prévia ao órgão local do Ministério da Economia
e a comunicação aos sindicatos representa�vos da categoria profissional de que trata o art.
139 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943.

CAPÍTULO V

DO APROVEITAMENTO E DA ANTECIPAÇÃO DE FERIADOS

Art. 14. Os empregadores poderão, durante o período a que se refere o art. 1º, antecipar o
gozo de feriados federais, estaduais, distritais e municipais, incluídos os religiosos, e deve-
rão no�ficar, por escrito ou por meio eletrônico, o conjunto de empregados beneficiados,
com antecedência de, no mínimo, quarenta e oito horas, com a indicação expressa dos
feriados aproveitados.

Parágrafo único. Os feriados a que se refere o caput poderão ser u�lizados para compensa-
ção do saldo em banco de horas.

CAPÍTULO VI

DO BANCO DE HORAS

Art. 15. Ficam autorizadas, durante o prazo previsto no art. 1º, a interrupção das a�vidades
pelo empregador e a cons�tuição de regime especial de compensação de jornada, por
meio de banco de horas, em favor do empregador ou do empregado, estabelecido por
meio de acordo individual ou cole�vo escrito, para a compensação no prazo de até dezoito

57
meses, contado da data de encerramento do período de que trata o art. 1º.

§ 1º A compensação de tempo para recuperação do período interrompido poderá ser feita


por meio da prorrogação de jornada em até duas horas, a qual não poderá exceder dez
horas diárias, e poderá ser realizada aos finais de semana, observado o disposto no art.
68 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943.

§ 2º A compensação do saldo de horas poderá ser determinada pelo empregador indepen-


dentemente de convenção cole�va ou de acordo individual ou cole�vo.

§ 3º As empresas que desempenham a�vidades essenciais poderão, durante o prazo pre-


visto no art. 1º, cons�tuir regime especial de compensação de jornada por meio de banco
de horas independentemente da interrupção de suas a�vidades.

CAPÍTULO VII

DA SUSPENSÃO DE EXIGÊNCIAS ADMINISTRATIVAS EM SEGURANÇA E SAÚDE

NO TRABALHO

Art. 16. Fica suspensa, durante o prazo a que se refere o art. 1º, a obrigatoriedade de reali-
zação dos exames médicos ocupacionais, clínicos e complementares, exceto dos exames
demissionais, dos trabalhadores que estejam em regime de teletrabalho, trabalho remoto
ou trabalho a distância.

§ 1º Fica man�da a obrigatoriedade de realização de exames ocupacionais e de treinamen-


tos periódicos aos trabalhadores da área de saúde e das áreas auxiliares em efe�vo exercí-
cio em ambiente hospitalar, os quais terão prioridade para submissão a testes de iden�fica-
ção do coronavírus (covid-19) previstos em normas de segurança e saúde no trabalho ou
em regulamentação internacional.

58
§ 2º Os exames a que se refere o caput serão realizados no prazo de cento e vinte dias, con-
tado da data de encerramento do período de que trata o art. 1º.

§ 3º Os exames médicos ocupacionais periódicos dos trabalhadores em a�vidade presen-


cial vencidos durante o prazo a que se refere o art. 1º poderão ser realizados no prazo de
até cento e oitenta dias, contado da data de seu vencimento.

§ 4º Na hipótese de o médico coordenador de programa de controle médico e saúde ocu-


pacional considerar que a prorrogação da realização dos exames representa risco para a
saúde do empregado, o médico indicará ao empregador a necessidade de sua realização.

§ 5º O exame demissional poderá ser dispensado caso o exame médico ocupacional mais
recente tenha sido realizado há menos de cento e oitenta dias.

Art. 17. Fica suspensa pelo prazo de sessenta dias, contado da data de publicação desta
Medida Provisória, a obrigatoriedade de realização de treinamentos periódicos e eventuais
dos atuais empregados, previstos em normas regulamentadoras de segurança e saúde no
trabalho.

§ 1º Os treinamentos de que trata o caput serão realizados no prazo de cento e oitenta


dias, contado da data de encerramento do período de que trata o art. 1º.

§ 2º Os treinamentos previstos em normas regulamentadoras de segurança e saúde no


trabalho poderão, durante o período a que se refere o art. 1º, ser realizados na modalidade
de ensino a distância e caberá ao empregador observar os conteúdos prá�cos, de modo a
garan�r que as a�vidades sejam executadas com segurança.

Art. 18. Fica autorizada a realização de reuniões das comissões internas de prevenção de
acidentes, inclusive aquelas des�nadas a processos eleitorais, de maneira inteiramente
remota, com a u�lização de tecnologias da informação e comunicação.

59
Art. 19. O disposto neste Capítulo não autoriza o descumprimento das normas regulamen-
tadoras de segurança e saúde no trabalho pelo empregador, aplicadas as ressalvas previs-
tas apenas nas hipóteses excepcionadas.

CAPÍTULO VIII

DO DIFERIMENTO DO RECOLHIMENTO DO FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO

Art. 20. Fica suspensa a exigibilidade do recolhimento do FGTS pelos empregadores, refe-
rente às competências de abril, maio, junho e julho de 2021, com vencimento em maio,
junho, julho e agosto de 2021, respec�vamente.

Parágrafo único. Os empregadores poderão fazer uso da prerroga�va prevista no caput in-
dependentemente:

I - do número de empregados;

II - do regime de tributação;

III - da natureza jurídica;

IV - do ramo de a�vidade econômica; e

V - da adesão prévia.

Art. 21. O depósito das competências de abril, maio, junho e julho de 2021 poderá ser reali-
zado de forma parcelada, sem a incidência da atualização, da multa e dos encargos previs-
tos no art. 22 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990.

§ 1º Os depósitos referentes às competências de que trata o caput serão realizados em até


quatro parcelas mensais, com vencimento a par�r de setembro de 2021, na data do reco-

60
lhimento mensal devido, conforme disposto no caput do art. 15 da Lei nº 8.036, de 1990.

§ 2º O empregador, para usufruir da prerroga�va prevista no caput, fica obrigado a declarar


as informações até 20 de agosto de 2021, nos termos do disposto no inciso IV caput do art.
32 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, observado que:

I - as informações prestadas cons�tuirão declaração e reconhecimento dos créditos delas


decorrentes, caracterizarão confissão de débito e cons�tuirão instrumento hábil e suficien-
te para a cobrança do crédito de FGTS; e

II - os valores não declarados, nos termos do disposto neste parágrafo, serão considerados
em atraso e obrigarão o pagamento integral da multa e dos encargos devidos nos termos
do disposto no art. 22 da Lei nº 8.036, de 1990.

Art. 22. Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho, a suspensão prevista no art. 20


ficará resolvida e o empregador ficará obrigado:

I - ao recolhimento dos valores correspondentes, sem incidência da multa e dos encargos


devidos nos termos do disposto no art. 22 da Lei nº 8.036, de 1990, caso seja efetuado no
prazo legal; e

II - ao depósito dos valores previstos no art. 18 da Lei nº 8.036, de 1990.

Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput, as eventuais parcelas vincendas terão a sua
data de vencimento antecipada para o prazo aplicável ao recolhimento previsto no art. 18
da Lei nº 8.036, de 1990.

Art. 23. As parcelas de que trata o § 1º do art. 21, caso inadimplidas, estarão sujeitas à
multa e aos encargos devidos nos termos do disposto no art. 22 da Lei nº 8.036, de 11 de
maio de 1990.

61
Art. 24. Fica suspensa a contagem do prazo prescricional dos débitos rela�vos aos depósi-
tos no FGTS pelo prazo de cento e vinte dias, contado da data de publicação desta Medida
Provisória.

Art. 25. O inadimplemento das parcelas previstas no § 1º do art. 21 ensejará o bloqueio do


cer�ficado de regularidade do FGTS.

Art. 26. Os prazos dos cer�ficados de regularidade emi�dos anteriormente à data de publi-
cação desta Medida Provisória serão prorrogados por noventa dias.

Parágrafo único. Os parcelamentos de débito do FGTS em curso que tenham parcelas


vincendas nos meses de abril, maio, junho e julho de 2021 não impedirão a emissão de cer-
�ficado de regularidade.

CAPÍTULO IX

OUTRAS DISPOSIÇÕES EM MATÉRIA TRABALHISTA PARA ENFRENTAMENTO DO ESTADO DE


EMERGÊNCIA DE SAÚDE PÚBLICA DE IMPORTÂNCIA INTERNACIONAL DECORRENTE

DO CORONAVÍRUS (COVID-19)

Art. 27. Fica permi�do aos estabelecimentos de saúde, durante o prazo definido no art. 1º,
por meio de acordo individual escrito, inclusive para as a�vidades insalubres e para a jorna-
da de doze horas de trabalho por trinta e seis horas de descanso:

I - prorrogar a jornada de trabalho, nos termos do disposto no art. 61 da Consolidação das


Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943; e

II - adotar escalas de horas suplementares entre a décima terceira e a vigésima quarta hora
do intervalo interjornada, sem que haja penalidade administra�va, garan�do o repouso
semanal remunerado nos termos do disposto no art. 67 da Consolidação das Leis do Traba-

62
lho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943.

Art. 28. As horas suplementares computadas em decorrência da adoção das medidas pre-
vistas caput no art. 27 poderão ser compensadas, no prazo de dezoito meses, contado do
fim do prazo estabelecido no art. 1º, por meio de banco de horas ou remuneradas como
hora extra.

Art. 29. O disposto nesta Medida Provisória aplica-se:

I - às relações de trabalho regidas:

a) pela Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974; e

b) pela Lei nº 5.889, de 8 de junho de 1973; e

II - no que couber, às relações regidas pela Lei Complementar nº 150, de 1º de junho de


2015, tais como jornada, banco de horas e férias.

Art. 30. Não se aplicam aos trabalhadores em regime de teletrabalho, nos termos do
disposto nesta Medida Provisória, as regulamentações sobre trabalho em teleatendimento
e telemarke�ng, dispostas na Seção II do Capítulo I do Título III da Consolidação das Leis do
Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943.

CAPÍTULO X

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 31. O curso ou o programa de qualificação profissional de que trata o art. 476-A da
Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943, poderá
ser oferecido pelo empregador exclusivamente na modalidade não presencial e terá dura-
ção de, no mínimo, um mês e, no máximo, três meses.

63
Art. 32. Fica permi�da a u�lização de meios eletrônicos para cumprimento dos requisitos
formais previstos no Título VI da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decre-
to-Lei nº 5.452, de 1943, inclusive para convocação, deliberação, decisão, formalização e
publicidade de convenção ou de acordo cole�vo de trabalho.

Art. 33. Os prazos previstos no Título VI da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada
pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943, ficam reduzidos pela metade.

Art. 34. Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação

Brasília, 27 de abril de 2021; 200º da Independência e 133º da República.

Esta medida provisória é totalmente voltada à preservação do capital da empresa, além de


proteger também suas a�vidades administra�vas.

Diante disso, a MP 1046 tem como foco ampliar e desenvolver ações para o setor de Recur-
sos Humanos (RH) ampliar suas ações e assegurar a sustentabilidade da empresa durante
o período de recessão.

Na prá�ca, a organização passa a poder antecipar férias cole�vas e feriados, solicitar que
os funcionários u�lizem o banco de horas em determinado período e também adiar os
depósitos referentes ao FGTS.

Outra caracterís�ca marcante da MP em questão é a adesão à modalidade teletrabalho


(home office). Veja abaixo o detalhamento de todos os pontos citados aqui:

64
Antecipação de feriados e uso do banco de horas

Nesse caso, o RH está autorizado a antecipar todos os feriados federais, estaduais e munici-
pais. Já sobre as datas religiosas, é preciso comunicar os colaboradores e realizar um
acordo por escrito, podendo eles aceitarem ou não a proposta.

Já sobre a u�lização do banco de horas, as datas escolhidas podem ser colocadas em com-
pensação pela empresa, desde que haja um acordo cole�vo ou individual por escrito.

Ainda em relação às horas, elas podem ser “pagas” pelos funcionários também aos finais
de semana, porém não devem exceder 10 horas diárias de trabalho.

Antecipação das férias

As férias podem ser aprovadas individual ou cole�vamente, desde que os funcionários


sejam avisados com no mínimo dois dias (48 horas) de antecedência e a medida vale ainda
para pessoas que não a�ngiram o período de aquisição.

Sendo assim, a empresa pode realizar o pagamento adicional de ⅓ das férias até o 13° salá-
rio.

Adiamento do FGTS

No que tange FGTS, a mudança mais significa�va está no adiamento do depósito, sendo
suspensa a exigibilidade do recolhimento nos meses de abril, maio, junho e julho de 2021.
A medida vale para todas as empresas, sem exceção.

65
O pagamento do adiamento feito durante os quatro meses citados poderá ser realizado em
até 4 parcelas com vencimento em setembro de 2021, então se u�lizar dessa estratégia
redobre a atenção no planejamento para não comprometer o caixa da empresa e evitar
processos e multas trabalhistas.

Então, como a medida altera a folha de pagamento, é importante u�lizar um sistema de


gestão eficiente para que você tenha controle sobre as finanças e a�vidades administra�-
vas.

Exigências da segurança e saúde no trabalho

A MP 1046 estabelece a suspensão dos exames médicos obrigatórios, incluindo os ocupa-


cionais, clínicos e complementares.

A regra só não vale para exames admissionais, pois eles ainda estão em vigor para todas as
modalidades de trabalho.

Os treinamentos sobre saúde e segurança no trabalho devem ser suspensos por 60 dias, a
menos que sejam realizados virtualmente por meio de videochamadas ou mesmo docu-
mentos eletrônicos como PDF e PowerPoint.

Especificações sobre o teletrabalho/home office

A empresa pode alterar a modalidade de trabalho de todos os seus colaboradores para o


teletrabalho, porém deve alertar com antecedência e também informar quando a volta ao
formato tradicional irá acontecer.

Além disso, a empregada é obrigada a fornecer equipamentos de trabalho para seus fun-
cionários, como cadeiras e notebooks.

66
7 – Circular nº 945 – Fala sobre a suspensão da exigibilidade do recolhimento
do Fundo de Garan�a do Tempo de Serviço – FGTS

DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO


Publicado em: 29/04/2021 | Edição: 79 | Seção: 1 | Página: 80
Órgão: Ministério da Economia/Caixa Econômica Federal/Diretoria Fundos de Governo

CIRCULAR N° 945, DE 28 DE ABRIL DE 2021

Dispõe sobre a suspensão da exigibilida-


de do recolhimento do Fundo de Garan-
�a do Tempo de Serviço - FGTS referente
às competências abril, maio, junho e
julho de 2021, e diferimento dos respec-
�vos valores sem incidência de multa e
encargos, regularidade do empregador
junto ao FGTS e dá outras providências.

A Caixa Econômica Federal CAIXA, na qualidade de Agente Operador do Fundo de Garan�a


do Tempo de Serviço FGTS, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo ar�go 7º,
inciso II, da Lei 8.036/90, de 11/05/1990, e de acordo com o Regulamento Consolidado do
FGTS, aprovado pelo Decreto nº 99.684/90, de 08/11/1990, alterado pelo Decreto nº
1.522/95, de 13/06/1995, em consonância com a Lei nº 9.012/95, de 11/03/1995, com a
Lei nº 8.212, de 24/07/1991, e com o Decreto nº 3.048, de 06/05/1999 e o disposto na MP
nº 1.046, de 27 de abril de 2021, publica a presente Circular.

1 Divulga orientação acerca da suspensão temporária da exigibilidade do recolhimento do


Fundo de Garan�a do Tempo de Serviço - FGTS, referente às competências abril, maio,
junho e julho de 2021, com vencimento em maio, junho, julho e agosto de 2021, respec�-
vamente, podendo fazer uso dessa prerroga�va todos os empregadores, inclusive o empre-

67
gador domés�co, independentemente de adesão prévia.

1.1 Para o uso da prerroga�va de suspensão da exigibilidade do recolhimento do FGTS, o


empregador e o empregador domés�co permanecem obrigados a declarar as informações,
até o dia 07 de cada mês, por meio do Conec�vidade Social e eSocial, conforme o caso, da
seguinte forma:

1.1.1 Os empregadores usuários do SEFIP adotam as orientações con�das no Manual da


GFIP/SEFIP para Usuários do SEFIP 8.4, em seu Capítulo I, item 7, obrigatoriamente com o
uso da modalidade 1 (Declaração ao FGTS e à Previdência).

1.1.2 Os empregadores domés�cos usuários do eSocial adotam as orientações con�das


Manual de Orientação do eSocial para o Empregador Domés�co, em seu Item 4, subitem
4.3.1 (Emi�r Guia), destacando-se que deve ser obrigatoriamente emi�da a guia de recolhi-
mento Documento de Arrecadação do eSocial - DAE, dispensada sua impressão e quitação.

1.1.3 O empregador que não prestar a declaração da informação ao FGTS até o dia 07 de
cada mês, na forma prevista no item 1.1.1 ou 1.1.2, deve realizá-la impreterivelmente até
a data limite de 20 de agosto de 2021 para fins de não incidência de multa e encargos devi-
dos na forma do art. 22 da Lei nº 8.036/90, sem prejuízo da aplicação de outras penalida-
des previstas em Lei e regulamento.

1.2 As competências referentes aos meses de abril, maio, junho e julho de 2021 não decla-
radas até 20 de agosto de 2021 serão, após esse prazo, consideradas em atraso e terão inci-
dência de multa e encargos devidos na forma do art. 22 da Lei nº 8.036, de 1990.

1.3 As informações prestadas cons�tuem declaração e reconhecimento dos créditos delas


decorrentes, caracterizam confissão de débito e cons�tuem instrumento hábil e suficiente
para a cobrança do crédito de FGTS.

1.4 O recolhimento realizado pelo empregador, referente às competências abril, maio,

68
junho e julho de 2021, durante o prazo de suspensão da exigibilidade, será realizado sem
aplicação de multas ou encargos devidos na forma do art. 22 da Lei nº 8.036, de 1990,
desde que declaradas as informações pelo empregador ou empregador domés�co na
forma e no prazo previstos no item 1.1 e subitens.

1.5 Ocorrendo a rescisão do contrato de trabalho, passa o empregador a estar obrigado ao


recolhimento dos valores decorrentes da suspensão aqui tratada, bem como os demais
valores devidos ao recolhimento rescisório, sem incidência da multa e encargos devidos,
caso efetuado dentro do prazo legal estabelecido para sua realização.

1.5.1 A obrigatoriedade de recolhimento de que trata o item 1.5 aplica-se ainda a eventuais
parcelas vincendas do parcelamento tratado no item 1.6 abaixo, que terão sua data de ven-
cimento antecipada para o prazo aplicável ao recolhimento previsto no art. 18 da Lei nº
8.036, de 1990.

1.6 O parcelamento do recolhimento do FGTS, cujas informações foram declaradas pelo


empregador e empregador domés�co referentes às competências abril, maio, junho e
julho de 2021, com vencimento em maio, junho, julho e agosto de 2021, respec�vamente,
prevê até 4 parcelas com vencimento até o 07 de cada mês, com início previsto em setem-
bro de 2021 e fim até dezembro de 2021.

1.6.1 Não será aplicado valor mínimo para valor da parcela, sendo o valor total a ser parce-
lado em até 4 (quatro) vezes, podendo ser antecipado a interesse do empregador ou em-
pregador domés�co.

1.6.2 As parcelas de que trata o parcelamento referente às competências abril, maio, junho
e julho de 2021, caso inadimplidas, estarão sujeitas à multa e aos encargos devidos nos
termos do disposto no art. 22 da Lei nº 8.036, de 1990

1.6.3 A inadimplência no pagamento do parcelamento ensejará o bloqueio do Cer�ficado


de Regularidade do FGTS CRF.

69
2 Os CRF vigentes em 27/04/2021 terão prazo de validade prorrogado por 90 (noventa
dias), a par�r da data de seu vencimento.

3 Os Contratos de Parcelamento de Débitos em curso que tenham parcelas a vencer nos


meses de abril, maio, junho e julho de 2021, na hipótese de inadimplência no período da
suspensão de exigibilidade de recolhimento previsto nesta Circular, não cons�tuem impe-
dimento à emissão do CRF, mas estão sujeitos à cobrança de multa e encargos nos termos
do art. 22 da Lei n 8.036 de 1990.

4 Os procedimentos operacionais para recolhimento e parcelamento tratados nesta Circu-


lar serão detalhados oportunamente nos Manuais Operacionais que os regulamentam.

5 Esta Circular CAIXA entra em vigor na data de sua publicação.

A Circular CAIXA Nº 945 de 2021 divulga orientação acerca da suspensão temporária da


exigibilidade do recolhimento do Fundo de Garan�a do Tempo de Serviço - FGTS, referente
às competências abril, maio, junho e julho de 2021, com vencimento em maio, junho, julho
e agosto de 2021, respec�vamente, podendo fazer uso dessa prerroga�va todos os empre-
gadores, inclusive o empregador domés�co, independentemente de adesão prévia.

Para o uso da prerroga�va de suspensão da exigibilidade do recolhimento do FGTS, o em-


pregador e o empregador domés�co permanecem obrigados a declarar as informações,
até o dia 07 de cada mês, por meio do Conec�vidade Social e eSocial, conforme o caso, da
seguinte forma:

Os empregadores usuários do SEFIP adotam as orientações con�das no Manual da GFIP/-


SEFIP para Usuários do SEFIP 8.4, obrigatoriamente com o uso da modalidade 1 (Declara-
ção ao FGTS e à Previdência).

Os empregadores domés�cos usuários do eSocial adotam as orientações con�das Manual

70
de Orientação do eSocial para o Empregador Domés�co, destacando-se que deve ser obri-
gatoriamente emi�da a guia de recolhimento Documento de Arrecadação do eSocial - DAE,
dispensada sua impressão e quitação.

A Circular CAIXA Nº 945 de 28/04/2021 foi publicada no DOU em 29/04/2021.

8 - Os impactos com a tecnologia:

App Meu gov.br

O Meu Gov.br é o app oficial do Governo Federal para Android e iPhone (iOS). A ferramen-
ta permite fazer a biometria para realizar a validação facial e prova de vida digital pelo apli-
ca�vo. O usuário realiza movimentos com a cabeça, pisca os olhos e sorri para a câmera,
assim, o app faz o reconhecimento facial. As imagens são comparadas com as fotos do
�tulo de eleitor e Carteira Nacional de Habilitação (CNH) para confirmar a sua iden�dade,
por isso o recurso está disponível apenas para cidadãos que possuam esses documentos.
Após confirmar os seus dados, o app dá acesso a documentos como CPF e CNH digital.

App Meu INSS

O aplica�vo Meu INSS permite que você:


- peça um bene�cio ou serviço e acompanhe o andamento do pedido;
- solicite aposentadoria;
- calcule quanto tempo falta para aposentar;
- �re extratos como imposto de renda, pagamento de bene�cios, contribuição no CNIS (Ca-
dastro Nacional de Informações Sociais), emprés�mos consignados;
- solicite declaração de recebimento de bene�cio do INSS;
- agende perícia médica;
- atualize seus dados de cadastro;
- solicite outros serviços.

71
Poderá encontrar a agência do INSS mais perto de você pelo aplica�vo.

Para fazer o cadastro no Meu INSS, precisará de:

CPF, nome completo, data de nascimento, nome da mãe e estado em que nasceu.

Também é preciso responder algumas perguntas sobre sua vida profissional. As perguntas
servem para conferir sua iden�dade.

App CTPS Digital

A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) é um documento obrigatório para toda


pessoa que venha a prestar algum �po de serviço, seja na indústria, no comércio, na agri-
cultura, na pecuária ou mesmo de natureza domés�ca.

Visando modernizar o acesso às informações da vida laboral do trabalhador o Ministério da


Economia lança a CARTEIRA DE TRABALHO DIGITAL, em subs�tuição a Carteira de Trabalho
�sica, disponível para os cidadãos através de Aplica�vo para celular nas versões iOS e
Android e Web.

Para acessar o documento, basta baixar gratuitamente o aplica�vo na loja virtual (Apple
Store da Apple e no Play Store do Android). Ou acessar via Web, por meio do link h�ps://-
servicos.mte.gov.br/

E quem já tem cadastro no sistema acesso.gov.br, basta usar seu login e senha de acesso no
App Carteira de Trabalho Digital.

A novidade traz inicialmente como bene�cios a agilidade na solicitação do documento,


acesso à informação de Qualificação Civil e de Contratos de trabalho através da integração

72
de diversos bancos de dados do governo federal.

O obje�vo é facilitar a vida dos trabalhadores que terão o documento à mão sempre que
precisarem fazer uma consulta. Todas as experiências profissionais formais estarão no apli-
ca�vo.

Os bene�cios esperados com a Carteira de Trabalho Digital serão:

– Maior aproveitamento das vagas disponíveis, reduzindo o tempo médio de atendimento;

– Agilidade no acesso às informações trabalhistas consolidadas em um único ambiente,


possibilitando ao trabalhador fiscalizar seus vínculos trabalhistas;

– Integração das bases de dados do Ministério da Economia.

1. O aplica�vo já exis�a. O que mudou agora em setembro de 2019?

O aplica�vo da CTPS existe desde 2017, contudo ele não subs�tuía o documento �sico. A
par�r de 23 de setembro de 2019, a CTPS em meio �sico não é mais necessária para a con-
tratação na grande maioria dos casos. Para o trabalhador, basta informar o número do CPF
no momento da contratação. Para o empregador, as informações prestadas no eSocial
subs�tuem as anotações antes realizadas no documento �sico, conforme Portaria SEPRT
Nº 1065 de 23 de setembro de 2019 e Portaria Nº 1.195, de 30 de outubro de 2019.

2. O que eu faço com minha CTPS an�ga? Não vou precisar mais dela? Posso jogar fora?

Se você já �nha a CTPS em formato �sico você deve guardá-la. Ela con�nua sendo um
documento para comprovar seu tempo de trabalho anterior. Mesmo com a Carteira de
Trabalho digital podendo mostrar contratos de trabalho an�gos (dos anos oitenta, por

73
exemplo), é importante nesses casos conservar o documento original.

O que muda é que, daqui para frente, para todos os contratos de trabalho (novos ou já exis-
tentes), todas as anotações (férias, salário, etc) serão feitas apenas eletronicamente e você
poderá acompanhá-las de qualquer lugar pelo aplica�vo ou pela internet.

3. Quem vai me contratar quer que eu apresente a CTPS Física. O que eu faço?

Informamos que apenas os trabalhadores contratados por órgãos públicos e organismos


internacionais devem u�lizar a Carteira de Trabalho em papel.

4. Quero ver minha Carteira de Trabalho digital, mas não consigo fazer meu cadastro no
gov.br e nem pelo Aplica�vo, O que eu faço?

Nos casos em que você não consegue gerar a senha para acesso da Carteira de Trabalho
digital pelo aplica�vo, você poderá realizar a validação por meio do aplica�vo “Meu
gov.br”; por meio dos Bancos credenciados; Internet Banking dos Bancos credenciados ou
por cer�ficado digital, tudo disponibilizado na plataforma do acesso.gov.br.

5.Não consigo realizar o cadastro no gov.br pois a senha e e-mail/telefone já estão cadas-
trados e não reconheço o e-mail e telefone, o que eu faço?

Neste caso o cidadão poderá solicitar alteração de seu cadastro no próprio formulário da
FAQ do site do GOV.BR, que fará a análise da solicitação.

6. Fiz meu cadastro e instalei o aplica�vo, mas existem dados errados (cargo, remuneração,
data de início ou fim do trabalho). O que eu faço?

74
Para os contratos de trabalho mais an�gos, isso é mais provável de ocorrer devido a possí-
veis divergências entre o registrado no papel e nas bases de dados da época. Caso iden�fi-
cado algum erro no seu cadastro, não é necessário comparecimento a uma unidade de
atendimento. Os sistemas que geram os dados da Carteira de Trabalho digital são atualiza-
dos constantemente e algumas inconsistências serão corrigidas automa�camente. Para os
outros casos serão realizadas campanhas para a correção das informações. Caso as incon-
sistências sejam referentes a informações posteriores a setembro de 2019, você deve infor-
mar ao seu empregador da inconsistência ou erro e solicitar que a correção seja feita.

7. Qual é o número da minha carteira de trabalho?

É o mesmo número de sua inscrição no CPF.

8. Sou empregador. É verdade que não preciso mais pedir a Carteira de Trabalho para con-
tratar? Não vou ser multado?

Você não será multado. As anotações que você fazia an�gamente na contratação (popular-
mente chamado de “assinar carteira”) já são feitas eletronicamente por você ou por seu
contador. O único cuidado necessário é que você (ou seu contador) observe o prazo de
envio das informações rela�vas à contratação. O seu funcionário poderá ver o contrato de
trabalho na Carteira de Trabalho digital 48 horas após o envio da informação por você. Caso
ele constate alguma divergência entre o que vocês acordaram e a informação da Carteira
de Trabalho digital ele poderá solicitar que você corrija as informações enviadas.

9. Contratei um novo funcionário. Que informações devo transmi�r para cumprir a legisla-
ção? Isso é o mesmo que “assinar a carteira”?

O empregador deverá enviar os eventos previstos no eSocial para cumprir suas obrigações.

75
Antes do início das a�vidades do trabalhador, o empregador deverá enviar o evento S-2200
(Cadastramento Inicial do Vínculo e Admissão/Ingresso de Trabalhador). Caso não tenha
todos os dados nesse momento, poderá enviar imediatamente o evento S-2190 (Admissão
Preliminar), que possui informações simplificadas e depois complementar os demais dados
com o evento S-2200, respeitando os prazos previstos no Manual de Orientação do eSocial.
O envio dessas informações ao eSocial terá valor de assinatura de carteira.

10. Sou empregador e meu funcionário está com informações erradas na Carteira de Traba-
lho digital. Ele quer que eu corrija as informações. O que eu faço?

Se as informações se referem ao contrato de trabalho atual com a sua empresa é necessá-


rio que você envie as informações corretas pelo eSocial.

11. Existe prazo para a correção? É possível que a mesma seja feita após o término do
vínculo?

As correções poderão ser enviadas a qualquer momento. No entanto, orientamos que o


empregador realize a correção assim que verificar alguma inconsistência, pois alguns even-
tos são dependentes de outros e pode ser necessário realizar a correção em uma série de
dados transmi�dos após o evento original com problemas. A implantação da prestação de
informações de forma eletrônica pelo eSocial também é um bom momento para as empre-
sas realizarem o saneamento de dados cadastrais e contratuais, evitando eventuais puni-
ções previstas em lei.

12. Resido em local remoto e sem acesso à internet. Existe previsão de subs�tuição plena
da CTPS �sica pelo sistema digital? Existe previsão de u�lização do sistema eSocial por pre-
postos, tais como meu contador?

76
Sim, a subs�tuição será plena para todos os obrigados ao envio de informações ao eSocial.
E as informações podem ser enviadas tanto pelo próprio empregador quanto por procura-
dor devidamente habilitado no sistema, como o contador.

13. Porque o aplica�vo não está disponível para o meu aparelho?

É preciso verificar se você possui um disposi�vo telefônico do �po Smartphone. Somente


nestes disposi�vos móveis será possível instalar o aplica�vo. De posse do seu Smartphone,
acesse a loja do seu sistema operacional (Google Play para Sistemas Operacionais Android
e Apple Store para Sistemas Operacionais IOS).

14. Posso acessar a CTPS Digital por meio da internet?

Você poderá acessar a CTPS Digital através do portal de serviços do governo, no endereço
eletrônico gov.br.

Faça o cadastro e acesse as funcionalidades oferecidas pela CTPS Digital.

15. A CTPS Digital subs�tui a minha CTPS �sica?

Sim. A CTPS Digital terá validade como documento para fins de acompanhamento do con-
trato de trabalho, não sendo válida como documento de iden�ficação.

16. A CTPS Digital poderá ser u�lizada para iden�ficação civil?

Não. A CTPS digital não será aceita para iden�ficação civil.

77
17. O que eu faço com a minha CTPS Física?

Com relação aos contratos de trabalho já registrados, A CTPS �sica deverá ser guardada
para fins de comprovação. Durante o período de transição, para as empresas que não estão
no eSocial, será obrigatória a anotação na CTPS Física.

18. Minha carteira é do modelo an�go, manual, devo trocar para o modelo informa�zado
para ter acesso ao aplica�vo?

Não. A CTPS Digital estará previamente emi�da a todos os brasileiros e estrangeiros que
possuírem o Cadastro de Pessoa Física – CPF, estando habilitada após o primeiro acesso.

19. Nunca trabalhei com a Carteira de Trabalho assinada. Esse aplica�vo servirá para mim?

Você terá acesso ao aplica�vo, mas serão apresentados apenas seus dados pessoais de
qualificação civil.

20. É necessária alguma forma de pagamento para obter a CTPS Digital?

Não. Atualmente a Carteira de Trabalho, seja solicitada pessoalmente ou pelo aplica�vo,


não tem custo para o trabalhador.

21. Perdi a minha CTPS �sica. Posso solicitar a Carteira de Trabalho Digital pelo aplica�vo?

Sim. Basta baixar o aplica�vo da Carteira de Trabalho Digital ou acessar por meio da web,
no endereço h�ps://www.gov.br/pt-br/servicos/obter-a-carteira-de-trabalho, clicar em
“obter” e posteriormente “solicitar”, realizar a iden�ficação e auten�cação na plataforma

78
do Governo Federal, devendo ser realizada somente pelo próprio interessado.

22. Após a solicitação da CTPS pelo aplica�vo, preciso comparecer em qualquer posto de
atendimento?

Não. Sua CTPS será disponibilizada totalmente digital, sem a necessidade de ir a posto
�sico.

23. O que é a conta gov.br?

A Conta gov.br é um meio de acesso digital do usuário aos serviços públicos digitais. Esta
Conta garante a iden�ficação de cada cidadão que acessa os serviços digitais do governo.

24. Porque preciso passar por dois processos de perguntas para acessar todos meus dados
da CTPS Digital?

A CTPS Digital tem dois níveis de acesso. É possível garan�r a simplificação no primeiro
acesso, onde o cidadão poderá acessar as informações mais importantes no seu úl�mo
vínculo, ou seja, as três úl�mas ocorrências, tais como: a admissão, afastamento e o lança-
mento de férias, além das informações pessoais de qualificação civil que são ob�das atra-
vés do seu CPF.

Já para o detalhamento dos vínculos, onde constam informações mais sensíveis, tais como
salários e toda sua vida laboral, será necessário passar por cinco perguntas, onde você terá
que acertar pelo menos quatro destas.

Isso é para garan�r que nenhuma pessoa que não seja você mesmo, possa acessar seus
dados.

79
Você poderá realizar a validação por meio do aplica�vo “Meu gov.br”; por meio dos Bancos
credenciados; Internet Banking dos Bancos credenciados ou por cer�ficado digital, tudo
disponibilizado na plataforma do acesso.gov.br

25. Meus vínculos na aba contratos de trabalho estão incorretos. O que devo fazer?

Caso iden�ficado inconsistência no seu cadastro, não é necessário comparecimento a uma


unidade de atendimento. Os sistemas que geram os dados da CTPS Digital são atualizados
constantemente e algumas inconsistências serão corrigidas automa�camente. Para os
outros casos serão realizadas campanhas para a correção das informações.

26. Por que as alterações que indiquei pelo Aplica�vo não foram atualizadas?

O aplica�vo Carteira de Trabalho Digital apresenta informações oriundas do Cadastro


Nacional de Informações Sociais (CNIS), que é alimentada pelo eSocial e via Guia de Reco-
lhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social - GFIP, que é abastecido pelas em-
presas.

Esclarecemos que o trabalhador não consegue atualizar os seus contratos de trabalho atra-
vés do Aplica�vo da Carteira Digital ou mesmo procurando as unidades do Ministério da
Economia. As alterações são realizadas pelas Empresas através do eSocial ou pela Guia de
Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social - GFIP, a depender da data da
ocorrência do fato a ser informado, que atualizam o CNIS, qualquer atualização de vínculos
no CNIS vão refle�r na Carteira Digital.

Nos vínculos abertos e que a empresa não efetuar a baixa por ter fechado suas a�vidades,
e o cidadão já não encontrar mais a empresa, por exemplo, somente o INSS por meio de
processo administra�vo poderá atualizar o CNIS, ou no momento que o cidadão for solici-

80
tar algum bene�cio junto ao INSS.

27. Por que não aparece meu número da CTPS �sica?

A CTPS Digital, agora com validade jurídica, u�lizará como número chave o CPF. Para as em-
presas que aderiram ao eSocial, o número de CPF será suficiente para fins de contratação.

28. Por que não aparece meu número do PIS?

O PIS é um número gerado pela Caixa Econômica Federal, informamos que é do emprega-
dor a responsabilidade de geração o PIS para o cidadão que nunca teve um registro de
trabalho, a solicitação deverá ser realizada pelo empregador por meio do sistema Conec�-
vidade Social da CEF .

30. Por que não retornou nenhum vínculo, sendo que no “MEU INSS” vejo a relação de
todos os vínculos?

Primeiramente, a CTPS Digital resgata somente vínculos com relação de trabalho “empre-
gado” e “empregado domés�co”. Caso você seja um contribuinte individual, por exemplo,
esta informação não será mostrada no Aplica�vo.

31. Por que não consigo alterar os meus dados pessoais?

As informações de nome civil, nome social, data de nascimento, sexo, nome da mãe e nacio-
nalidade presentes no Aplica�vo da Carteira de Trabalho digital, são de origem do Cadastro
de Pessoa Física – CPF, desta forma, qualquer alteração destes dados deverá ser solicitada
juntamente a Receita Federal e ao INSS, para que posteriormente seja atualizado automa�-
camente na Carteira de Trabalho Digital, já que é importante atualizar nos dois órgãos.

81
Para alterar na Receita Federal:

Procure os canais de atendimento da Receita federal. Se houver dados divergentes no CPF,


tais como nome civil, nome da mãe ou data de nascimento em seu cadastro é possível alte-
rar os dados pelo site da Receita Federal, por meio do link abaixo:

h�ps://receita.economia.gov.br/orientacao/tributaria/cadas-
tros/cadastro-de-pessoas-fisicas-cpf/atos-cadastrais.

Para inclusão/alteração de nome social na Receita Federal, o serviço não é online, deverá
ser presencial.

Para alterar no INSS:

O serviço poderá ser acessado de forma totalmente online por meio do serviço do
MeuINSS, conforme instruções a seguir:

Na Web:

Acesse h�ps://meu.inss.gov.br > Agendamento / Solicitações > Novo Requerimento > Atu-
alização de Dados Cadastrais.

No Aplica�vo Meu INSS:

Acesse Perfil > Meu Cadastro > Complementar > Atualizar Dados Cadastrais.

32. Serão exibidas na minha CTPS Digital todas as informações que constam no CNIS?

Não, serão exibidas somente informações de relações trabalhista de empregados e empre-


gados domés�cos. As demais informações que constam no CNIS poderão ser visualizadas

82
no “MEU INSS”.

App MEU FGTS

O Fundo de Garan�a também modernizou alguns de seus processos, senão a maioria, e


agora temos na palma da mão o acesso a tudo sobre as nossas contas a�vas e ina�vas.

Vantagens para você trabalhador:

Acompanhe seu FGTS de forma simples. Consulte o saldo total das suas contas FGTS, verifi-
que depósitos realizados pelo seu empregador, imprima seus extratos e, se preferir, ainda
poderá optar pelo seu Saque-aniversário.

Todos os saques FGTS no aplica�vo:

Todos os saques previstos em lei estão disponíveis no aplica�vo e, caso necessite ou tenha
direito, você pode solicitar no próprio App.

Funcionalidades do App:

- Consulta ao saldo e extrato das contas FGTS;

- Opção pela sistemá�ca de saque (Saque-rescisão ou Saque-aniversário);

- Saque Digital para os mo�vos de saque rescisão e aposentadoria com indicação de conta

83
para depósito (CAIXA ou outros bancos);

- Solicitação de saque para os demais mo�vos de saque, com o envio dos documentos;

- Cadastramento de conta CAIXA ou outros Bancos, para crédito do FGTS em caso de saque;

- Autorização para consulta às informações do FGTS por ins�tuições financeiras;

- Atualização de endereço.

A Nova Atualização do SEFIP

Nova atualização do programa SEFIP 8.4 de 30/07/2021

A Caixa Econômica Federal (CEF) liberou para download, uma atualização da versão 8.4 do
Sistema Empresa de Recolhimento do Fundo de Garan�a do Tempo de Serviço e Informa-
ções à Previdência Social (Sefip).

A par�r de agora, antes do fechamento da declaração, o programa verificará se existe uma


nova tabela de salário de contribuição na página da Caixa Econômica Federal e, caso haja,
atualiza o sistema de forma automá�ca.

Recomenda-se a desinstalação do programa anterior antes da instalação desta nova


versão.

Não será necessário reenviar as informações da competência julho/2021, pois a nova


versão é válida a par�r da competência 08/2021.

84
A INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB Nº 2.038, DE 7 DE JULHO DE 2021 - Alterou a Instrução Nor-
ma�va RFB nº 2.005, de 29 de janeiro de 2021. (Aborda a entrada do Grupo 2b e do Grupo
3 na DCTF que estava previsto para o mês 07/2021, e que foi prorrogado para 10/2021 (En-
trega em novembro).

DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO


Publicado em: 09/07/2021 | Edição: 128 | Seção: 1 | Página: 95
Órgão: Ministério da Economia/Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil

INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB Nº 2.038, DE 7 DE JULHO DE 2021

Altera a Instrução Norma�va RFB nº


2.005, de 29 de janeiro de 2021, que
dispõe sobre a apresentação da Declara-
ção de Débitos e Créditos Tributários
Federais (DCTF) e da Declaração de
Débitos e Créditos Tributários Federais
Previdenciários e de Outras En�dades e
Fundos (DCTFWeb).

O SECRETÁRIO ESPECIAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, no uso da atribuição que lhe con-
fere o inciso III do art. 350 do Regimento Interno da Secretaria Especial da Receita Federal
do Brasil, aprovado pela Portaria ME nº 284, de 27 de julho de 2020, e tendo em vista o
disposto no inciso IV do caput e nos §§ 2º e 9º do art. 32, nos arts. 32-A e 32-C e no § 3º do
art. 39 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, e no art. 16 da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro
de 1999, resolve:

Art. 1º A Instrução Norma�va RFB nº 2.005, de 29 de janeiro de 2021, passa a vigorar com
as seguintes alterações:

85
"Art. 8º ...................................................................................................................................

................................................................................................................................................

§ 5º A DCTFWeb poderá ser transmi�da diretamente, mediante solicitação registrada em


evento de encerramento da escrituração que a originou, nas hipóteses previstas em ato da
RFB.

§ 6º A assinatura e o processamento com sucesso do evento de encerramento a que se


refere o § 5º importam ciência da confissão de dívida declarada, nos termos do art. 2º." (NR)

"Art. 16. ..................................................................................................................................

................................................................................................................................................

§ 2º ........................................................................................................................................:

I - ...........................................................................................................................................:

................................................................................................................................................

b) apurados em procedimentos de auditoria interna, resultantes de informações indevidas


ou não comprovadas, prestadas por meio da DCTF ou da DCTFWeb, sobre pagamento, par-
celamento, dedução, compensação, exclusão ou suspensão de exigibilidade, que tenham
sido enviados à PGFN para inscrição em DAU ou tenham sido objeto de pedido de parcela-
mento deferido;

................................................................................................................................................

§ 3º A re�ficação de valores informados na DCTF ou na DCTFWeb da qual resulte alteração


do valor de débito já enviado à PGFN para inscrição em DAU, de débito parcelado ou de
débito que tenha sido objeto de exame em procedimento de fiscalização poderá ser efe�va-
da pela RFB somente se houver prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no preenchi-

86
mento da declaração e enquanto não ex�nto o direito de a Fazenda Pública cons�tuir o
crédito tributário correspondente à declaração.

................................................................................................................................................

§ 11. É facultado ao contribuinte impugnar a decisão que indeferiu o pedido de transmissão


de nova DCTF re�ficadora que ultrapassou o limite previsto no § 6º, no prazo de 30 (trinta)
dias, contado da data da ciência da decisão, dirigida à Delegacia de Julgamento da Receita
Federal do Brasil (DRJ) de sua jurisdição, observado o rito estabelecido no Decreto nº
70.235, de 6 de março de 1972." (NR)

"Art. 17. ..................................................................................................................................

................................................................................................................................................

§ 6º É facultado ao contribuinte impugnar a decisão que não homologou a re�ficação da


DCTF ou da DCTFWeb, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da ciência da decisão,
dirigida à DRJ de sua jurisdição, observado o rito estabelecido no Decreto nº 70.235, de
1972.

§ 7º O parcelamento de débito cujo valor tenha sido objeto de re�ficação que esteja pen-
dente de análise implica rejeição sumária da re�ficação, por parte da RFB, e desistência
tácita do li�gio administra�vo instaurado pela impugnação a que se refere o § 6º." (NR)

"Art. 19. ..................................................................................................................................

§ 1º ........................................................................................................................................:

................................................................................................................................................

III - a par�r do mês de outubro de 2021, para os demais contribuintes não enquadrados nos
incisos I, II e IV e nos §§ 2º e 3º; e

87
......................................................................................................................................" (NR)

Art. 2º Esta Instrução Norma�va entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial
da União.

Início em julho da Obrigatoriedade de eSocial para Órgãos Públicos

om a publicação da Portaria Conjunta SEPRT/RFB/ME nº 76/2020, e recentemente com


a Portaria Conjunta SEPRT/RFB/ME nº 71, de 29 de junho de 2021, consolidou o seguinte
cronograma faseado de implantação do eSocial, estabelecendo os seguintes prazos:

Art. 3º A implementação do eSocial ocorre de forma progressiva em obediência às seguintes


fases:

I - 1ª fase: envio das informações constantes dos eventos das tabelas S-1000 a S-1080 do
leiaute do eSocial;

II - 2ª fase: envio das informações constantes dos eventos não periódicos S-2190 a S-2420
do leiaute do eSocial, exceto dos eventos rela�vos à Saúde e Segurança do Trabalhador
(SST);

III - 3ª fase: envio das informações constantes dos eventos periódicos S-1200 a S-1299 do
leiaute do eSocial; e

IV - 4ª fase: envio das informações constantes dos eventos S-2210, S-2220 e S-2240 do leiau-
te do eSocial, rela�vos à SST.

Art. 4º Fica estabelecido o seguinte cronograma de início da obrigatoriedade do eSocial: (...)

V - para o 4º grupo:

88
Etapas eSocial

4º GRUPO EVENTOS PRAZO P/ ENVIO DOS EVENTOS


Órgãos Públicos

Os primeiros eventos do eSocial, podem


ser enviados a par�r de 21/07/2021 até
o dia 21/11/2021 (um dia anterior a
Envio das informações das tabelas: obrigatoriedade da 2ª fase que são os
S-1000 (dados do órgão público); S-1005 eventos não periódicos).
1ª FASE (dados das en�dades do órgão público);
(Eventos de tabelas) S-1010 (rubricas); S-1020 (lotações Atenção: O prazo fim para envio do
tributárias); S-1070 (processos judiciais). evento da tabela S-1010 (rubricas) é até
o dia anterior do início da 3º fase de
implementação (21/04/2022) que são os
eventos periódicos, fechamento e envio
da folha.

Envio das informações dos eventos


periódicos – S-1200 (folha de pagamento
2ª FASE do RGPS; S-1202 (folha de pagamento Início da obrigatoriedade do envio da
(Eventos não periódicos) dos RPPS); S-1207 (folha de pagamento folha de pagamento a par�r
dos beneficiários); S-1298 (reabertura da de 22/04/2022.
folha) e S-1299 fechamento da folha

Início da obrigatoriedade a par�r


de 11/07/2022 para os vínculos regidos
4ª FASE Envio das informações dos eventos pela CLT e servidores estatutários
(Eventos de Saúde S-2210; S-2220 e S-2240 do leiaute do vinculados ao RGPS.
e Segurança do eSocial.
Trabalhador - SST)
Atenção: esses eventos não são obrigató-
rios para servidores vinculados ao RPPS.

89
LGPD: início das aplicações das multas

Multas da LGPD começam a ser aplicadas em 1º de agosto

As penalidades da Lei Geral de Proteção de Dados começam a ser aplicadas a par�r de 1º


de agosto. As sanções vão desde advertências até multas de R$50 milhões de reais para
órgãos públicos e empresas �sicas ou virtuais que descumprirem as normas de proteção de
dados pessoais.

Transcrição
AS PENALIDADES DA LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS VÃO COMEÇAR A SER APLICADAS
EM AGOSTO, TRÊS ANOS APÓS A SANÇÃO. A MEDIDA DÁ AO CIDADÃO MAIS PODER SOBRE
SEUS DADOS PESSOAIS E MULTA EMPRESAS E ÓRGÃOS PÚBLICOS EM ATÉ 50 MILHÕES DE
REAIS. REPÓRTER MARCELLA CUNHA. A par�r de 1º de agosto começam a ser aplicadas as
punições da Lei Geral de Proteção de Dados, aprovada em 2018. Empresas e órgãos públi-
cos podem ser multados em até 2% do faturamento, com limite de R$ 50 milhões, por vaza-
mento e mau uso de dados pessoais dos consumidores, além da proibição de a�vidades
relacionadas ao tratamento de dados. As exigências valem tanto para as lojas �sicas quanto
para as virtuais, situadas no Brasil ou no exterior que ofereçam serviços para pessoas locali-
zadas no País. O senador Rodrigo Cunha, do PSDB de Alagoas, que também é professor de
Direito do Consumidor, explicou que os três anos entre a sanção da lei e a aplicação das
penalidades foram fundamentais para que as empresas se preparassem para as mudanças.
Este intervalo possibilitou justamente que as empresas pudessem se adaptar. E a entrada
em vigor das sanções dará ainda mais proteção ao consumidor e segurança ao mercado
brasileiro que ingressa no rol de mercados internacionais com a proteção de seus dados. As
sanções serão aplicadas pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados, criada em setem-
bro do ano passado. O novo órgão acaba de elaborar uma minuta subme�da à consulta
pública com questões sobre a contagem de prazos, a�vidades de fiscalização e monitora-
mento, como lembrou Rodrigo Cunha. Recentemente a Autoridade Nacional de Proteção
de Dados lançou uma consulta pública sobre as sanções para dar mais transparência e pon-
derações às multas. Do ponto de vista do consumidor já exis�a um movimento do Procon

90
de controlar o compar�lhamento irrestrito dos dados. As punições vão contribuir para a
proteção de dados pessoais e evitar casos como o do mega vazamento de informações
vinculadas a mais de 220 milhões de CPFs no início do ano. O usuário precisa ser informado
como seus dados serão tratados e consen�r com o compar�lhamento. No Senado, desde o
fim de 2020, os dados fornecidos pelos cidadãos para par�cipar de consultas e dar suges-
tões já são protegidos de acordo com a nova lei.

Portaria SEPRT/ME nº 4.332, de 15 de abril de 2021 - (Essa portaria define que a Comunica-
ção de Acidente de Trabalho (CAT), será cadastrada exclusivamente em meio eletrônico).

DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO

Publicado em: 19/04/2021 | Edição: 72 | Seção: 1 | Página: 44


Órgão: Ministério da Economia/Secretaria Especial de Previdência e Trabalho

PORTARIA SEPRT/ME Nº 4.334, DE 15 DE ABRIL DE 2021

Dispõe sobre o procedimento e as


informações para a Comunicação
de Acidente de Trabalho (CAT), de
que trata o art. 22 da Lei nº 8.213,
de 24 de julho de 1991. (Processo
nº 10132.100084/2021-71).

O SECRETÁRIO ESPECIAL DE PREVIDÊNCIA E TRABALHO DO MINISTÉRIO DA ECONOMIA, no


uso das atribuições que lhe conferem o art. 71, incisos I e II, "a" e o art. 180 do Anexo I do
Decreto nº 9.745, de 8 de abril de 2019, resolve:

91
Art. 1º A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), de que trata o art. 22 da Lei nº 8.213,
de 24 de julho de 1991, será cadastrada exclusivamente em meio eletrônico:

I - pelo eSocial, na forma estabelecida no Manual de Orientação do eSocial (MOS), disponí-


vel no sí�o eletrônico do eSocial na internet, a par�r da obrigatoriedade do evento S-2210
para o emissor da CAT, nos seguintes casos:

a) o empregador, em relação aos seus empregados;

b) o empregador domés�co, em relação aos seus empregados domés�cos; e

c) a empresa tomadora de serviço ou, na sua falta, o sindicato da categoria ou o órgão


gestor de mão-de-obra, em relação ao trabalhador avulso; e

II - para os demais autorizados à formalização do documento, exclusivamente pela aplica-


ção disponível no sí�o eletrônico da Previdência Social, nos termos do disposto no § 2º do
art. 22 da Lei nº 8.213, de 1991.

Parágrafo único. Para os responsáveis mencionados no inciso I do caput, enquanto não


obrigados ao envio do evento S-2210 no eSocial, será aplicada a forma de envio prevista no
inciso II.

Art. 2º A CAT, a par�r da vigência desta Portaria, somente poderá ser encaminhada pelos
meios previstos no art. 1º, não sendo possível o protocolo �sico do documento nas Agên-
cias da Previdência Social.

§ 1º O cadastramento da CAT nos termos do art. 1º corresponde ao cumprimento do


disposto no art. 22 da Lei nº 8.213, de 1991.

§ 2º Todos os campos da CAT deverão ser preenchidos com a transcrição fiel dos dados
informados no atestado médico.

92
Art. 3º As informações a serem prestadas na CAT são as constantes do Anexo a esta Porta-
ria.

Parágrafo único. As orientações para o preenchimento da CAT constarão no Manual de


Orientação do eSocial (MOS) e no sí�o eletrônico da Previdência Social.

Art. 4º O cumprimento do disposto no § 1º do art. 22 da Lei nº 8.213, de 1991, ocorrerá:

I - para a CAT formalizada na forma do inciso I do art. 1º, por meio da entrega de formulário
com o modelo definido no anexo a esta Portaria, com cópia fiel dos dados enviados ao am-
biente nacional do eSocial; e

II - para a CAT formalizada na forma do inciso II e do parágrafo único do art. 1º, pela impres-
são do formulário disponibilizado pelo sistema após o preenchimento do documento.

Art. 5º Caberá ao Ins�tuto Nacional do Seguro Social (INSS):

I - disciplinar procedimentos operacionais para o envio da CAT; e

II - adotar as providências necessárias para que o novo formato das informações esteja
implantado até 8 de junho de 2021.

Art. 6º Fica revogada a Portaria nº 5.817, de 6 de outubro de 1999, do ex�nto Ministério da


Previdência e Assistência Social.

Art. 7º Esta Portaria entra em vigor em 8 de junho de 2021.

BRUNO BIANCO LEAL

93
ANEXO

COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO - CAT

I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
1 - Emitente:
[ ] Empregador [ ] Empregador domés�co [ ] Tomador de serviço avulso ou órgão gestor de mão de obra

[ ] Sindicato [ ] Trabalhador [ ] Dependentes [ ] Médico [ ] Autoridade Pública

2 - Tipo de CAT:
[ ] Inicial [ ] Reabertura [ ] Comunicação de óbito

3 - Incia�va da CAT:
[ ] Inicia�va do empregador [ ] Ordem judicial [ ] Determinação de órgão fiscalizador

4 - Fonte do Cadastramento: [ ] eSocial [ ] CatWeb

5 - Número da CAT:

6 - Número do recibo do evento no eSocial da CAT de origem


(somente deve ser preenchido em caso de re�ficação ou exclusão)

II - EMITENTE
EMPREGADOR

7- Razão Social / Nome:

8 - Tipo: 9 - Número de Inscrição:


10 - CNAE:

[ ] CNPJ [ ] CNO [ ] CAEPF [ ] CPF

ACIDENTADO

11 - Nome:

12 - CPF:

13 - Data de Nascimento: 14 - Sexo: 15 - Estado Civil:


[ ] Masculino [ ] Feminino [ ] Solteiro [ ] Casado [ ] Viúvo [ ] Divorciado [ ] Separado

16 - CBO:

17 - Filiação à Previdência Social: 18 - Áreas:


[ ] Empregado [ ] Empregado domés�co [ ] Trabalhador Avulso [ ] Segurado Especial [ ] Urbana [ ] Rural

ACIDENTE OU DOENÇA

19 - Data do Acidente: 20 - Hora do Acidente: 21 - Após quantas horas de trabalho?

22 - Tipo: 23 - Houve afastamento? 24 - Úl�mo dia trabalhado:


[ ] 1. Típico [ ] 2. Doença [ ] 3. Trajeto [ ] Sim [ ] Não

25 - Local do acidente: 26 - Especificação do local do acidente:

↓ somente se acidente ocorreu no Brasil ↓

27 - CNPJ/CAEPF/ CNO do local do acidente: 28 - UF: 29 - Munícipio do local do acidente:

↑ somente se acidente ocorreu no Brasil ↑

30 - País: 31 - Parte do corpo a�ngida: 32 - Agente causador:


(conforme códigos e descrição iden�ficados no eSocial) (conforme códigos e descrição iden�ficados no eSocial)

34 - Descrição da situação geradora do acidente ou doença: 35 - Houve registro policial? 35 - Houve morte?
(conforme códigos e descrição iden�ficados no eSocial)
[ ] Sim [ ] Não [ ] Sim [ ] Não

37 - Data do óbito: 38 - Observações:

39 - Data do Recebimento:

III - INFORMAÇÕES DO ATESTADO MÉDICO


ATENDIMENTO

40 - Data: 41 - Hora:

42 - Houve internação? 43 - Provável duração do tratamento (dias):


[ ] Sim [ ] Não

44 - Deverá o acidentado afastar-se do trabalho durante o tratamento?


[ ] Sim [ ] Não

LESÃO

45 - Descrição e natureza da lesão:

DIAGNÓSTICO

46 - Diagnós�co provável: 47 - CID-10:

48 - Local e Data: 49 - Nome do médico, CRM e UF:

50 - Observações:

A COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE É OBRIGATÓRIA, MESMO NO CASO EM QUE NÃO HAJA


AFASTAMENTO DO TRABALHO.
FORMULÁRIO ASSINADO ELETRONICAMENTE - DISPENSA ASSINATURA E CARIMBO.

94
Portaria nº 8.873: prorrogou, para o dia 3 de janeiro de 2022, o início da vigência dos nor-
ma�vos NR-1, NR-7, NR-9, NR-18 e NR-37

DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO


Publicado em: 26/07/2021 | Edição: 139 | Seção: 1 | Página: 75
Órgão: Ministério da Economia/Secretaria Especial de Previdência e Trabalho

PORTARIA Nº 8.873, DE 23 DE JULHO DE 2021

Prorroga o prazo de início de vigên-


cia das Normas Regulamentadoras
nº 01 - Disposições Gerais e Geren-
ciamento de Riscos Ocupacionais;
nº 07 - Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional -
PCMSO; nº 09 - Avaliação e Controle
das Exposições Ocupacionais a
Agentes Físicos, Químicos e Biológi-
cos; e nº 18 - Condições de Seguran-
ça e Saúde no Trabalho na Indústria
da Construção, bem como de subi-
tens específicos da nº 37 - Seguran-
ça e Saúde em Plataformas de
Petróleo. (Processo nº
19966.101487/2020-19).

O SECRETÁRIO ESPECIAL DE PREVIDÊNCIA E TRABALHO DO MINISTÉRIO DA ECONOMIA, no


uso das atribuições que lhe conferem os arts. 155 e 200 da Consolidação das Leis do Traba-
lho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e o inciso V do art. 71
do Anexo I do Decreto nº 9.745, de 08 de abril de 2019, resolve:

95
Art. 1º Prorrogar, para o dia 3 de janeiro de 2022, o início da vigência dos seguintes norma-
�vos:

I - Norma Regulamentadora nº 01 - Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupa-


cionais, aprovada pela Portaria SEPRT nº 6.730, de 09 de março de 2020;

II - Norma Regulamentadora nº 07 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional -


PCMSO, aprovada pela Portaria SEPRT nº 6.734, de 09 de março de 2020;

III - Norma Regulamentadora nº 09 - Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais a


Agentes Físicos, Químicos e Biológicos, aprovada pela Portaria SEPRT nº 6.735, de 10 de
março de 2020; e

IV - Norma Regulamentadora nº 18 - Condições de Segurança e Saúde no Trabalho na


Indústria da Construção, aprovada pela Portaria SEPRT nº 3.733, de 10 de fevereiro de
2020.

Art. 2º Prorrogar, para o dia 3 de janeiro de 2022, o início da vigência dos subitens abaixo
relacionados da Norma Regulamentadora nº 37 - Segurança e Saúde em Plataformas de
Petróleo, aprovada pela Portaria MTb nº 1.186, de 20 de dezembro de 2018:

37.5.1.1 37.13.3 37.16.3.1

37.5.1.2 37.13.3.1, alínea "c" 37.16.4, alínea "a"

37.5.1.3 37.13.4, alínea "a" 37.17.4.1.1, alínea "c"

37.5.1.3.1 37.13.5.2, alínea "a" 37.17.4.4

37.5.3 37.14.2.2 37.20.1.2.1

37.6.1.1, alínea "d" 37.14.3.1, alíneas "c" e "e" 37.20.1.2.2

37.8.1 37.14.3.2, alínea "d" 37.22.3

96
37.8.2, alínea "a" 37.14.3.7.2 37.22.4.1

37.8.6.1 37.14.4.2, alínea "j" 37.22.4.1.1

37.8.9 37.14.4.3 37.22.4.1.2

37.8.10.1, alíneas "d" e "e" 37.14.6.1, alínea "k" 37.22.8

37.8.10.7.1.1 37.14.6.1, alínea "m" 37.26.3.1

37.10.14 37.14.6.2, alínea "e" 37.26.12

37.11.2.1 37.14.6.3, alíneas "a", "c" e "f" 37.29.1.1.1


37.29.4.2, alíneas "a", "b", "c", "d", "e", "f",
37.12.1 37.14.6.3.1, alínea "e" "g", "h", "i", "j" e "k"

37.12.3, alínea "b" 37.14.6.4.3, alínea "i" 37.29.4.9

37.13.1.2, alínea "d" 37.14.7.1 37.29.4.14.3

37.13.2.1 37.14.7.2 37.31.9.4, alínea "a"

§1º A prorrogação prevista no caput quanto ao subitem 37.14.2.2 é válida para plataformas
em operação e aquelas cujo projeto tenha sido elaborado até 20 de dezembro de 2018, nas
quais, até a entrada em vigor desse subitem, a operadora da instalação deve assegurar que
nos leitos dos camarotes e módulos de acomodação temporária os níveis de ruídos não
sejam superiores a 60 dB (A), sendo que a par�r de 55 dB (A) devem ser adotadas medidas
preven�vas.

§2º A prorrogação prevista no caput quanto ao subitem 37.31.9.4, alínea "a", é válida para
plataformas em operação e aquelas cujo projeto tenha sido elaborado até 20 de dezembro
de 2018.

Art. 3º Ficam revogadas:

I - Portaria SEPRT nº 25.235, de 18 de dezembro de 2020, publicada no DOU de 21 de

97
dezembro de 2020, Seção 1; e

II - Portaria SEPRT nº 1.295, de 02 de fevereiro de 2021, publicada no DOU de 03 de feverei-


ro de 2021, Seção 1.

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

A Instrução Norma�va nº 2.043/2021 trouxe duas novidades envolvendo a EFD-Reinf:

Todas as empresas estão dispensadas de enviar a EFD-Reinf sem movimento;

Mudança no cronograma da apresentação de pessoas �sicas para o 3º grupo. Devem, por-


tanto, prestar informações na EFD-Reinf a par�r da competência julho de 2021.

Dispõe sobre a Escrituração Fiscal Digital de Retenções e Outras Informações Fiscais (EFD-
-Reinf).

O SECRETÁRIO ESPECIAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, no uso da atribuição que lhe con-
fere o inciso III do art. 350 do Regimento Interno da Secretaria Especial da Receita Federal
do Brasil, aprovado pela Portaria ME nº 284, de 27 de julho de 2020, e tendo em vista o
disposto no inciso IV do caput do art. 32 e no art. 32-A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de
1991, no art. 16 da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999, no Decreto nº 6.022, de 22 de
janeiro de 2007, e na Portaria Conjunta SEPRT/RFB nº 71, de 29 de junho de 2021, resolve:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES INICIAIS

Art. 1º A Escrituração Fiscal Digital de Retenções e Outras Informações Fiscais (EFD-Reinf)


deve ser apresentada de acordo com as disposições desta Instrução Norma�va.

98
Art. 2º A EFD-Reinf deverá ser transmi�da ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped)
e será considerada válida após a confirmação de recebimento e validação de seu conteúdo.

CAPÍTULO II
DA OBRIGATORIEDADE

Art. 3º Ficam obrigados a apresentar a EFD-Reinf os seguintes sujeitos passivos, ainda que
imunes ou isentos:

I - as empresas que prestam e contratam serviços realizados mediante cessão de mão de


obra, nos termos do art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991;

II - as pessoas jurídicas optantes pelo recolhimento da Contribuição Previdenciária sobre a


Receita Bruta (CPRB) de que tratam os arts. 7º e 8º da Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de
2011;

III - o produtor rural pessoa jurídica e a agroindústria quando sujeitos à contribuição previ-
denciária subs�tu�va sobre a receita bruta proveniente da comercialização da produção
rural, nos termos do art. 25 da Lei nº 8.870, de 15 de abril de 1994, e do art. 22-A da Lei nº
8.212, de 1991, respec�vamente;

IV - o adquirente de produto rural, nos termos dos incisos III e IV do caput do art. 30 da Lei
nº 8.212, de 1991, e do art. 11 da Lei nº 11.718, de 20 de junho de 2008;

V - as associações despor�vas que mantenham equipes de futebol profissional e que


tenham recebido valores a �tulo de patrocínio, de licenciamento de uso de marcas e sím-
bolos, de publicidade, de propaganda ou de transmissão de espetáculos despor�vos;

VI - a empresa ou en�dade patrocinadora que tenha des�nado recursos à associação des-


por�va a que se refere o inciso V; e

99
VII - as en�dades promotoras de espetáculos despor�vos realizados em território nacional,
em qualquer modalidade despor�va, dos quais par�cipe ao menos 1 (uma) associação des-
por�va que mantenha equipe de futebol profissional.

CAPÍTULO III
DA DISPENSA DE APRESENTAÇÃO

Art. 4º Na ausência de fatos a serem informados no período de apuração, os sujeitos passi-


vos a que se refere o art. 3º ficam dispensados de apresentar a EFD-Reinf rela�va ao
respec�vo período.

CAPÍTULO IV
DO CRONOGRAMA DA APRESENTAÇÃO

Art. 5º A obrigação de apresentar a EFD-Reinf deve ser cumprida:

I - para o 1º grupo, que compreende as en�dades integrantes do "Grupo 2 - En�dades Em-


presariais", do Anexo V da Instrução Norma�va RFB nº 1.863, de 27 de dezembro de 2018,
com faturamento no ano de 2016 acima de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de
reais), a par�r das 8 (oito) horas de 1º de maio de 2018, em relação aos fatos geradores
ocorridos a par�r dessa data;

II - para o 2º grupo, que compreende as demais en�dades integrantes do "Grupo 2 - En�da-


des Empresariais" do Anexo V da Instrução Norma�va RFB nº 1.863, de 2018, a par�r das 8
(oito) horas de 10 de janeiro de 2019, referentes aos fatos ocorridos a par�r de 1º de janei-
ro de 2019, exceto para:

a) as optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições


devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), ins�tuído
pelo art. 12 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, desde que a condição
de optante conste do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) em 1º de julho de 2018; e

100
b) as que fizeram a opção pelo Simples Nacional no momento de sua cons�tuição, se poste-
rior à data informada na alínea "a";

III - para o 3º grupo - pessoas jurídicas, que compreende as en�dades obrigadas à EFD-
-Reinf não pertencentes ao 1º, 2º e 4º grupos a que se referem, respec�vamente, os incisos
I, II e V, a par�r das 8 (oito) horas de 10 de maio de 2021, em relação aos fatos geradores
ocorridos a par�r de 1º de maio de 2021;

IV - para o 3º grupo - pessoas �sicas, que compreende os empregadores e contribuintes


pessoas �sicas, exceto os empregadores domés�cos, em relação aos fatos ocorridos a
par�r de 1º de julho de 2021; e

V - para o 4º grupo, que compreende os entes públicos integrantes do "Grupo 1 - Adminis-


tração Pública" e as en�dades integrantes do "Grupo 5 - Organizações Internacionais e
Outras Ins�tuições Extraterritoriais", ambos do Anexo V da Instrução Norma�va RFB nº
1.863, de 2018, a par�r das 8 (oito) horas de 22 de abril de 2022, em relação aos fatos gera-
dores ocorridos a par�r de 1º de abril de 2022.

§ 1º O faturamento mencionado no inciso I do caput compreende o total da receita bruta


apurada nos termos do art. 12 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, auferi-
da no ano-calendário de 2016 e declarada na respec�va Escrituração Contábil Fiscal (ECF).

§ 2º Os sujeitos passivos que optaram pela u�lização do Sistema Simplificado de Escritura-


ção Digital de Obrigações Previdenciárias, Trabalhistas e Fiscais (eSocial) nos termos do
disposto no § 3º do art. 2º da Resolução do Comitê Dire�vo do eSocial nº 2, de 30 de agosto
de 2016, ainda que imunes ou isentos, devem apresentar a EFD-Reinf em conformidade
com o disposto no inciso I do caput.

101
CAPÍTULO V
DO PRAZO DE APRESENTAÇÃO

Art. 6º A EFD-Reinf deverá ser transmi�da ao Sped mensalmente até o dia 15 (quinze) do
mês subsequente ao mês a que se refere a escrituração.

§ 1º As en�dades promotoras de espetáculos despor�vos a que se refere o inciso VII do


caput do art. 3º deverão transmi�r EFD-Reinf com as informações relacionadas ao evento
no prazo de até 2 (dois) dias úteis após a sua realização.

§ 2º Se o úl�mo dia do prazo previsto no caput não for dia ú�l, a transmissão da EFD-Reinf
deverá ser antecipada para o dia ú�l imediatamente anterior.

CAPÍTULO VI
DAS PENALIDADES

Art. 7º O sujeito passivo que deixar de apresentar a EFD-Reinf no prazo fixado ou que a
apresentar com incorreções ou omissões será in�mado a apresentar a escrituração origi-
nal, no caso de não apresentação, ou a prestar esclarecimentos, nos demais casos, no
prazo es�pulado pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil, e ficará sujeito às
seguintes multas:

I - de 2% (dois por cento) ao mês calendário ou fração, incidentes sobre o montante dos
tributos informados na EFD-Reinf, ainda que integralmente pagos, no caso de falta de
entrega da escrituração ou de entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento),
observado o disposto no § 2º;

II - de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omi�-
das.

§ 1º Para efeitos de aplicação da multa prevista no inciso I do caput, será considerado como

102
termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para a entrega da escrituração, e
como termo final a data da efe�va entrega ou, no caso de não apresentação, a data da
lavratura do Auto de Infração ou da No�ficação de Lançamento.

§ 2º A multa mínima a ser aplicada será de R$ 500,00 (quinhentos reais), se o sujeito passi-
vo deixar de apresentar a escrituração no prazo fixado ou apresentá-la com incorreções ou
omissões.

§ 3º Observado o disposto no § 2º, as multas de que trata este ar�go serão reduzidas:

I - em 50% (cinquenta por cento), quando a escrituração for apresentada após o prazo pre-
visto no § 1º do art. 2º, mas antes de qualquer procedimento de o�cio; ou

II - em 25% (vinte e cinco por cento), se houver a apresentação da escrituração após o


prazo previsto no § 1º do art. 2º, mas até o prazo estabelecido na in�mação.

§ 4º Em subs�tuição às reduções de que trata o § 3º, as multas previstas nos incisos I e II


do caput e no § 2º terão redução de 90% (noventa por cento) para o microempresário indi-
vidual (MEI) a que se refere o art. 18-A da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de
2006, e de 50% (cinquenta por cento) para a microempresa (ME) e para a empresa de
pequeno porte (EPP) enquadradas no Simples Nacional.

§ 5º O disposto no § 4º não se aplica em caso de fraude, resistência ou embaraço à fiscaliza-


ção ou falta de pagamento da multa prevista neste ar�go no prazo de 30 (trinta) dias após
a no�ficação.

§ 6º As multas de que trata este ar�go serão exigidas mediante lançamento de o�cio.

§ 7º No caso de órgãos públicos da administração direta dos estados, do Distrito Federal e


dos municípios, as multas a que se refere este ar�go serão lançadas em nome do respec�-
vo ente da Federação a que pertencem.

103
§ 8º No caso de autarquia ou fundação pública federal, estadual, distrital ou municipal, as
multas a que se refere este ar�go em nome da respec�va autarquia ou fundação.

CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 8º A par�r do período de apuração em que a entrega da DCTFWeb se tornar obrigatória


nos termos do disposto na Instrução Norma�va RFB nº 2.005, de 2021, as contribuições
sociais previdenciárias deverão ser recolhidas por meio de Documento de Arrecadação de
Receitas Federais (Darf) emi�do pelo sistema da DCTFWeb.

Art. 9º Ficam revogados:

I - a Instrução Norma�va RFB nº 1.701, de 14 de março de 2017, que ins�tui a Escrituração


Fiscal Digital de Retenções e Outras Informações Fiscais (EFD-Reinf);

II - o art. 2º da Instrução Norma�va RFB nº 1.767, de 14 de dezembro de 2017, que altera os


arts. 2º e 3º da Instrução Norma�va RFB nº 1.701, de 2017, revogada no inciso I;

III - a Instrução Norma�va RFB nº 1.842, de 29 de outubro de 2018, que altera a Instrução Nor-
ma�va RFB nº 1701, de 2017, revogada no inciso I;

IV - a Instrução Norma�va RFB nº 1.900, de 17 de julho de 2019, que altera a Instrução Norma-
�va RFB nº 1701, de 2017, revogada no inciso I;

V - a Instrução Norma�va RFB nº 1.921, de 9 de janeiro de 2020, que altera a Instrução Norma-
�va RFB nº 1701, de 2017, revogada no inciso I; e

VI - a Instrução Norma�va RFB nº 1.996, de 3 de dezembro de 2020, que altera a Instrução


Norma�va RFB nº 1701, de 2017, revogada no inciso I.

Art. 10. Esta Instrução Norma�va será publicada no Diário Oficial da União e entrará em vigor
na data de sua publicação.

104
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