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FLORAIS DE BACH Foto: camiloalencar@gmail.com

O vício do erotismo desenfreado, da procura incessante por sites eróticos na Internet, até da pornografia
tem cura!

A terapia será o resultado de um processo complexo: Você vai precisar, inicialmente, de algumas flores de
uma planta chamada basil púrpura (Ocilum basilicum), este simpático vegetal que você pode ver ao lado.

Ferva as flores por 10 a 30 minutos em água pura de fonte. Expôr a fervura à lua ou ao sol também ajuda,
segundo alguns. Depois, misture com conhaque em proporções idênticas. Este miraculoso medicamento é
indicado para os seguintes problemas:

"atividade sexual ligada ao secreto e ao pecaminoso, para gozar tem que dizer palavrão! Necessidade
compulsiva de buscar relações sexuais fora do relacionamento principal, atividades sexuais rebaixantes e
desumanizantes. Forte atração por pornografia e formas de sexualidade ilícita ou ilegal. Ou o oposto, um
falso moralismo. Para grávidas que perderam a libido."
Este texto, com erros de pontuação, foi retirado de um manual sobre florais que tem feito bastante sucesso.
Não há menção a doses, mas devido à presença de conhaque, suponho que deva ser tomado em doses
generosas, depois das refeições, em cálices bojudos.

Mas o que são florais?


Literalmente, são flores dissolvidas ou cozidas em água. Eles são organizados em sistemas, um conjunto
destas soluções que os produtores pensam poder atender a todas as necessidades humanas, com uma visão
usualmente moralista: por trás de cada um destes sistemas está um modelo ideológico. Os sistemas de
florais, que podem contar com mais de cem essências, foram desenvolvidos por indivíduos, do Alasca a
Polinésia, que garantem possuir poderes paranormais que os permitem identificar as plantas certas, vegetais
próprios de suas regiões.

Os fabricantes e vendedores, entretanto, nos informam que "os florais são compostos energéticos que atuam
através das energias emocionais do indivíduo gerador da doença; portanto, quando o ser humano reconhece
as distorções de comportamento e os desequilíbrios emocionais, que acabam por agredir seu organismo,
passa por um processo de auto-conhecimento, tendo condições, assim, de anular os efeitos nocivos de seus
próprios sentimentos. Pela dissolução de padrões mentais negativos, como raiva, melancolia, depressão,
irritação, medo etc., os florais trazem o equilíbrio, a energia natural da essência da personalidade onde o
tratamento se processa."

A julgar por esse discurso, os florais seriam bastante bons se não fosse o resultado de uma seqüência de
enganos, alguns inconscientes, outros propositais. Os terapeutas florais estão convencidos de que a
consciência humana, por meio dos comportamentos do indivíduo, é a causa de todas as doenças. Seria
muito bom, caso fosse verdade, já que bastaria um comportamento correto para garantir saúde e
longevidade. Pena que a vida real não é assim. Você gostaria de tentar curar uma infecção bacteriana sem
antibióticos e com uma revisão da consciência?

Não existe nenhuma pesquisa científica, com os mínimos padrões de qualidade, que mostre qualquer efeito
destas flores dissolvidas em água. São indicadas, por seus fãs, tanto para seres humanos como animais e até
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para plantas. Seria bastante razoável que os floralistas nos explicassem, porém, como um remédio para
pensamentos pode curar plantas.

As explicações dadas para os efeitos alegados são, igualmente, ilógicas: "em vez de cuidar do órgão doente,
trata-se a personalidade que gerou a doença. Quando a causa é eliminada, a conseqüência (doença) deixa de
existir", informa um de seus especialistas. Se este método funcionasse seriamente, as curas de problemas
complexos como a AIDS, as doenças cardíacas ou das diferentes formas de câncer seriam questões muito
simples.

Outra explicação despropositada é a de que conhecimentos da Física Quantica poderão comprovar


mecanismos de ação dos florais em situações tão inusitadas como "submeter-se à direção da vontade
universal".

A lista de aplicações dos florais, caso fossem efetivos, seria prodigiosa. Lobularia maritima, para pessoas
que fazem tudo mais complicado, Cericidium microphyllum para profunda vergonha interior e/ou auto-
censura, Patersonia longifolia, para uma visão materialista e ateísta da vida e, até, Cereus giganteus para
conflitos com a imagem de autoridade.

No que diz respeito ao sexo, há florais para ambivalência sobre identidade sexual, para o desabrochar da
feminilidade na primeira menstruação, para o medo de ser violentada, para enfrentar os problemas de ser
mãe solteira, para impotência, e para induzir uma sexualidade responsável.

Até a década passada, apenas os esotéricos mais fanáticos conheciam os Florais de Bach. Atualmente já é
possível identificar 19 sistemas florais, dos quais alguns nem são mais só florais, pois contêm água do mar
e animais marinhos.

A terapia floral é, sem dúvida, a forma de pseudociência que mais cresce no país.

Como surgiram os florais?


O mais antigo sistema de florais foi desenvolvido no começo do século XX pelo médico inglês Edward
Bach, falecido aos 50 anos, em 1936.

Na faculdade, não era um dos alunos mais aplicados, pois acreditava que sua intuição era superior ao
conhecimento científico. A idéia dos florais lhe surgiu da suposição (errônea para quaisquer outros ramos
da ciência) de que o sol, ao aquecer o orvalho sobre as flores, retirava delas poderes curativos. Poético, mas
irreal.

Atualmente, alguns de seus seguidores e admiradores contam que Bach fez pesquisas para escolher apenas
flores que não produziam efeitos negativos, mas esta informação é falsa pois o próprio médico relatou que
recebera inspiração divina sobre as propriedades de cada uma das plantas.

Entre as excentricidades deste Doutor estava sua crença de que banhos com água quente eram perniciosos,
pois abriam os poros da pele e permitiam que a sujeira entrasse no corpo. Acreditava também que as
doenças cardíacas eram causadas pela falta de amor pela humanidade.

Se Edward Bach estivesse vivo, ficaria indignado com a proliferação de sistemas de florais pois ele sabia,
também por inspiração divina, que apenas as suas 38 essências, todas localizadas próximas a sua casa,
tinham utilidades psicológicas. Ainda que existissem milhares de espécies de plantas no mundo, centenas
com utilidade médica, todas aquelas com ação em pensamentos e sentimentos foram colocadas (certamente
por Deus) próximas à residência deste enigmático médico do interior da Inglaterra. É difícil de acreditar.

Por que há tantos usuários?


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Em parte, por seu aspecto de panacéia, uma medicação para todos os fins. Uma mesma essência floral serve
para problemas diametralmente opostos: girassol, por exemplo, é útil tanto para baixa auto-estima como
para auto-estima elevada demais. Uma pesquisa americana identificou, em média, 6,3 indicações por
essência.

Em parte, também, porque os propagadores de doutrinas de florais usam diversas técnicas de marketing
para convencer o público das propriedades miraculosas de seus produtos. Há muito dinheiro em jogo, ainda
que em quantidade inferior ao da indústria farmacêutica tradicional. O preço de uma consulta on-line
incluindo os florais indicados para os problemas diagnosticados e despesas de correio, em um "site" na
Internet, é de R$15,00, o mesmo que um único comprimido de Viagra. A diferença é que, ao comprar um
comprimido você sabe previamente que ele contêm 25 miligramas de uma substância chamada citrado de
sildenafil. Ao adquirir um floral, o que é que está comprando, além de um reforço para sua boa-fé?

Muitos dos problemas ou doenças para as quais florais são recomendados são patologias transitórias que o
organismo acabará, na maior parte dos casos, por combater com seus próprios métodos, como resfriados ou
dores de cabeça. Outras são doenças cíclicas, com quadros de melhora e piora, como transtornos
gastrointestinais, depressão, alergias, etc.

Mas a principal causa de seu sucesso é a crença dos usuários de que vão melhorar com o suposto
medicamento. Esta crença pode ser ampliada por profissionais que demonstram interesse nos problemas
dos paciente e que acreditam, eles mesmos, que estão indicando algo efetivo para aliviar o sofrimento.

Para quem não se sente bem, qualquer promessa de cura é bem vinda. Talvez fosse mais correto, entretanto,
que os pacientes fossem informados de quão subjetivos são os sintomas e, ainda, de que sentir-se mal não
está diretamente vinculado com estar doente ou sofrendo de uma patologia crônica.

Há um preço a pagar por tanta subjetividade, é o auto-engano, que pode ser identificado nesta afirmação
despropositada, quase inacreditável, retirada de um livro de florais:

"Os remédios [do Dr. Bach] tratam da persperctiva mental das características da personalidade; do
temperamento do doente, em vez de se ocupar diretamente da enfermidade física; deste modo, o medo é
que é importante, não a varíola ou a AIDS."
Quem sabe não seria melhor para você plantar algumas flores em sua casa ao invés de comprar florais?
Você vai gastar menos dinheiro e se sentir melhor. Terá comprado um vaso ou semente pelo que ele, de
fato, vale e não por que alguém o convenceu de seu poder miraculoso. Melhor, terá sido mais um passo
rumo a sua independência intelectual.
***

Renato Zamora Flores é Professor do Departamento de Genética da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul. Em 1984, obteve o título de mestre em genética no curso de pós-graduação em genética e, em 1997,
o título de doutor em ciências no programa de pós-graduação em genética e biologia molecular pela mesma
universidade. É coordenador de projetos de extensão que presta atendimento clínico e psicológico em
escolas e na Febem. Coordena também o ambulatório de genética do comportamento no departamento de
genética da UFRGS, que atende crianças e adolescentes vítimas de maus-tratos. Uma versão deste texto foi
publicada originamente na Revista BRAZIL SEX MAGAZINE, IV:35, 1998, págs. 26 a 28.

Referência:
 http://www.skepdic.com/aroma.html

Exemplo:

site de Farmácia Homeopática. Disponível em: http://www.diasdacruz.com.br/artigo.php?ida=1


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Editado: 05/02/2013
Por: josé natal de souza crf 1557

MEDO
Rock Rose: Emergências graves. Susto, medo pânico, terror.
Mimulus: Medo e temores de coisas conhecidas como da doença, da dor, do escuro, da pobreza.
Acanhamento, timidez.
Cherry Plum: Medo de perder o controle e machucar alguém ou a si mesmo.
Red Chesnut: Preocupação excessiva pelos outros. Medo de que aconteçam desgraças às pessoas
que ama.
Aspen: Medos vagos e indefinidos, sem explicação. Ansiedade, apreensão, maus pressentimentos.

INSEGURANÇA
Cerato: Falta de confiança em si para tomar decisões. Sempre pedindo conselhos aos outros.
Scleranthus: Incerteza, hesitação. Indecisão diante de duas opções.
Gentian: Sem fé dúvida. Desânimo diante do menor imprevisto.
Gorse: Grande desesperança, desiste da luta, pessimismo.
Hornbeam: Sem ânimo para suportar o cotidiano. Deixa tudo para depois.
Wild Oat: Incerteza e insatisfação quando é difícil escolher uma vocação ou caminho. Não sabe a
direção de sua vida.

FALTA DE INTERESSE PELO PRESENTE


Clematis: Indolência, desinteresse. Apatia, desatenção. Vive desligado, sonhando com o futuro.
Honeysuckle: Vive preso às lembranças do passado. Nostalgia, saudade.
Olive: Exaustão, esgotamento mental ou físico.
Wild Rose: Conformismo, resignação. Não se esforça por melhorar, nem luta por nada. Apatia.
White Chestnut: Pensamentos indesejados e persistentes que atormentam.
Mustard: Melancolia súbita que surge sem explicação, que pode levar a depressão.
Chesnut Bud: Não aprende com a experiência. Repete sempre os mesmos erros.

SOLIDÃO
Water Viotet: Silencioso, reservado. Orgulhoso, distante, prefere ficar sempre sozinho.
Impatients: Irritabilidade e impaciência com as pessoas mais lentas. Ansiedade, tensão mental.
Heather: Tagarela, detesta ficar sozinho. Tem necessidade de contar seus problemas para todos.
Muito preocupado consigo mesmo.

SENSIBILIDADE EXCESSIVA Á OPINIÕES ALHEIAS


Agrimony: Grande angustia interior sob uma superfície alegre, não assume seus sentimentos.
Centaury: Ansioso por agradar e servir. Descuida de si para ajudar os outros, geralmente é
explorado. É fraco, procura sempre alguém forte.
Walnut: Possui fortes ideais, mas às vezes se deixar levar pelos outros. Necessidade de constância
e proteção, principalmente em fases de mudança, como puberdade, menopausa, divórcio, etc.
Corta os laços do passado.
Holly: Trabalha o amor incondicional, quando sentimos que o amor esta bloqueado e não sai de
nosso interior.

DESALENTO OU DESESPERO
Larch: Falta de confiança em si. Sentimento de inferioridade. Não se arrisca e não se esforça, pois
acha que vai fracassar.
Elm: Momentos de sobrecarga quando parece que as tarefas ultrapassam suas forças.
Pine: Muito exigente consigo mesmo. Sentimento de culpa e responsabilidade pelas falhas os
outros.
Sweet Chesnut: Momentos de extrema angústia. Sentimento de haver chegado ao limite. Quando
busca a luz no final do túnel.
Oak: Para pessoas fortes, lutadoras, mesmos doentes nunca desistem. Esquecem do lazer, só
pensam em trabalhar e servir.
Star of Benthlehem: Para os efeitos de perda ou choque físico mental ou emocional. Para os que
necessitam ser consolados.
Willow: Amargura, ressentimento. Sente-se injustiçado pela vida, muita tristeza e negativismo.
Crab Apple: Vergonha de si mesmo. Sentimento de estar “sujo” mental, físico ou
emocionalmente. Melhora a auto-estima.
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PREOCUPAÇÃO EXCESSIVA COM OS OUTROS


Chicory: Possessivo e superprotetor. Egoísta, cobra tudo o que faz pelo outro.
Vervain: Eufórico, dono da verdade. Quer convencer todos a suas próprias idéias e crenças.
Excessivamente esforçado e entusiasmado.
Vine: Dominador, inflexivel, podereoso. Indicado para ser um grande líder, mas pelo seu próprio
respeito.
Beech: Critico e intolerante com os outros. Atitude julgadora.
Rock Water: Quer ser exemplo para os outros. Se nega e se reprime. Muito rígido e austero
consigo mesmo e até com os outros.
Rescue Remedy: Remédio do socorro e do regaste, para situações de sofrimento do corpo ou
tormentos emocionais, mentais, resgate do equilíbrio da energia, deslocada pôr algum trauma
energético.

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