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22/03/2018 Normas técnicas de desenho e representação de projetos: mobiliário

DESIGN DE INTERIORES

Normas técnicas de desenho e representação de projetos:


mobiliário
Quando projetamos um ambiente, devemos realizar o desenho do mobiliário. E, se
vamos fazer o móvel através de marcenaria sob medida, precisamos detalhá-lo para o
marceneiro. Assim como o desenho técnico dos ambientes segue algumas regras
estabelecidas pelas normas da ABNT, o desenho de mobiliário também deve seguir
alguns padrões estabelecidos. Vamos conhecer? Antes de começar, relembre algumas
regras básicas de desenho técnico.

Formato das folhas de pranchas

Figura 1 - Adaptado de NBR 10068. ABNT.

Margens
Medidas das margens nas pranchas:

Espessura
Dimensões Margens
de traço
(lapiseira
Formato
Margem Margem Margem Margem ou
Largura Altura força do
esquerda inferior superior direita
traçado)

A0 1189 841 25 10 10 10 1,4

A1 841 594 25 10 10 10 1,0

A2 594 420 25 7 7 7 0,7

A3 420 297 25 7 7 7 0,5

A4 210 297 25 7 7 7 0,5

Tabela 1 – Margens das pranchas


Fonte: NBR 10068 ABNT.

Escalas
Para mobiliário, as escalas mais utilizadas são:

Tamanho natural – 1:1 (Lê-se um por um). É muito raro que possamos desenhar
um móvel em 1:1, ou seja, em tamanho real. No entanto, se o desenho é um
detalhe, como um parafuso ou sistema de fixação específico, é possível utilizar
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Figura 2 – Folha A3
Adaptado de: NBR 10068 ABNT.

a escala 1:1.

Como resultado, veja um ambiente semelhante, pronto, após a execução do projeto:

Figura 3 – Parafuso e rosca em 1:1


Fonte: <eletricistamazinho.files.wordpress.com>.

Escala de redução – Para mobiliário, costumamos utilizar as seguintes


escalas de redução: 1:2, 1:5, 1:10 e 1:20. Observe a imagem abaixo. É a
renderização de um balcão de cozinha.

Figura 4 – Renderização do balcão de pia de uma cozinha.

Agora, observe o desenho técnico desse balcão em vista frontal, nas escalas de 1:10
e 1:20. As imagens indicam que reduzimos 10 vezes o tamanho real do primeiro
desenho e 20 vezes o do segundo.

Escala de aumento – Para mobiliário, utilizamos as seguintes escalas: 2:1, 5:1, 10:1,
etc. Observe, como exemplo, o desenho técnico de uma torneira de cozinha, cuja
escala de aumento foi de 2:1.

Tipos de traços
Identificar as espessuras e os tipos de traços que devemos utilizar para representar
nossos projetos de mobiliários é muito importante. Portanto, vamos conhecê-los?

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Figura 5 – Desenho técnico do balcão da cozinha na escala de 1:10.

Figura 6 – Desenho técnico do balcão da cozinha na escala de 1:20.

Figura 7 – Vista frontal da torneira de cozinha, em escala de aumento de 2:1

Lembre-se de que, quando você construir os traços grossos, deve utilizar grafite de
dureza HB. Para os traços finos, utilize grafite de dureza 2H. E se for passar o
nanquim, considere a indicação das respectivas espessuras de traço. Caso esteja
projetando no AutoCAD, programe os tipos de linha e as espessuras nas layers do
AutoCAD.

Representação dos materiais (hachuras)


Além dos traços, devemos representar os materiais utilizados nos mobiliários, ao
representarmos os cortes. Para isso, utilizamos as hachuras, como mostra a imagem
a seguir:

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Figura 8 – Tipos de traço


Fonte: Herberg, 2008.

Figura 9 – Tipos de traço


Fonte: Herberg, 2008.

Representação dos materiais para mobiliário (hachuras). Adaptada de Herberg,


2008.

1. Representação de madeira maciça de topo – Hachurado em 45°. Se


houver duas faces de topo encostadas, muda-se a direção do
hachurado. E, se houver três faces de topo que se encontrem, a face
menor deverá ser representada com uma hachura mais estreita, como
mostra o exemplo.

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2. Representação de madeira maciça em sentido longitudinal –


Hachurado paralelo no sentido longitudinal. Se houver duas faces que
se encontram, a menor terá um hachurado mais estreito. As juntas que
forem coladas poderão ser indicadas com traços curtos perpendiculares
à junção.

3. Representação de chapas de compensado e materiais que contêm


madeira (MDF e MDP, etc) – Hachurado espaçoso em ângulo reto ao
sentido longitudinal, eventualmente indicando o tipo de chapa e a
espessura.

4. Chapas de compensado, camada central de topo – Cruz deitada.

5. Chapas de compensado longitudinal, camada central longitudinal –


Seta.

6. Folheado de acabamento – O simbolo é o traço curto paralelo


acompanhando dentro da figura desenhada. Peça terminal (perfil)
colada depois do folheamento com Imbuia. Observe que a seta
indicativa aponta para a lâmina de Imbuia.

7. Folheado de acabamento de topo – Cruz deitada.

8. Materiais de revestimento – Revestimentos sintéticos, como a


fórmica, por exemplo. A borda está em PVC. O material é indicado com
um indicativo.

9. Outros materiais, como vidro, mármore, granito ou silestone são


representados por pontilhado. Um indicativo comunica qual é o material
da chapa.

Cortes
Quando representamos graficamente, seja um ambiente seja um mobiliário, é muito
importante representarmos os cortes. No caso dos ambientes, sempre há um corte
longitudinal e transversal, não é verdade? Quanto aos móveis, é importante realizar
os cortes em pontos onde possamos mostrar o maior número de detalhes do
mobiliário. Observe:

Na imagem anterior, temos a renderização de um móvel de home theater. Essa


imagem já auxilia o marceneiro na produção. Mas é de extrema importância que ele

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Figura 10 – Renderização de um móvel de home theater

também receba as vistas e os cortes do mobiliário, com as cotas, para conseguir


produzir o móvel, como mostram as imagens a seguir:

Figura 11 – Desenho técnico em vista frontal, com escala de 1:20

Nessa vista frontal, vamos marcar o local para realizar o corte AB:

Figura 12 – Desenho técnico da vista frontal com marcação do corte AB, em escala de 1:20

Agora, veja o resultado do corte. Observe que representamos as lâminas de MDF no


corte AB.

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Figura 13 – Corte AB em escala de 1:20

Vistas ortogonais
Além dos cortes, atendendo às normas brasileiras para o desenho técnico, o projetista
de móveis deve apresentar as vistas do seu projeto. Como você já sabe, nossas normas
exigem que a representação gráfica dos projetos seja em 1° diedro. Isso significa que, no
mínimo, precisamos representar três vistas em nossos projetos: frontal, lateral esquerda
e vista superior.

Observe a imagem do nosso home theater novamente:

Figura 14 – Renderização de um móvel de home theater

Agora, vamos ver a representação gráfica das três vistas do projeto desse mobiliário:

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Figura 15 – Vistas ortogonais de um móvel para home theater

Você tem a possibilidade de cotar os componentes do móvel ou apenas indicar com uma
seta, comunicando o nome do elemento e as suas dimensões, como mostra a imagem a
seguir:

Figura 16 – Vista frontal de home theater com indicativos

Observe que as dimensões dos elementos estão em milímetros.Essa é uma questão


muito importante que você deve cuidar ao enviar seus projetos para a marcenaria. Por
trabalharem com extrema precisão, os marceneiros preferem trabalhar em milímetros.
Se possível, envie seus projetos de móveis utilizando essa unidade de medida. Basta
realizar a conversão de metros para milímetros ou centímetros para milímetros.

Referência bibliográfica
HERBERG, Hanspeter. Desenho Técnico de Marcenaria. São Paulo: EPU, 2008.

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