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Currículo Lattes 04/04/2024 12:53

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currículo

Ana Isabelle Gomes Lopes


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Última atualização do currículo em 04/04/2024

Resumo informado pelo autor

Possui graduação em Administração pela Universidade Federal de Campina Grande (2021). Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Administração,
atuando principalmente nos seguintes temas: modelos ambientais, sustentabilidade, ferramentas e gestão estratégica.
(Texto informado pelo autor)

Nome civil
Nome Ana Isabelle Gomes Lopes

Dados pessoais
Filiação Edson Júlio Lopes de Paula e Suzana Gomes de Melo Lopes

Nascimento 09/10/1999 - sousa/PB - Brasil

Carteira de 4279339 ssds - PB - 03/09/2014


Identidade

CPF 132.605.824-01

Endereço Rua São Paulo


residencial Jardim Sorrilândia I - Sousa
58805200, PB - Brasil
Telefone: 83 35225421
Celular 83 991535680

Endereço
eletrônico E-mail para contato : anaisabelle00@hotmail.com
E-mail alternativo anaisaadm10@gmail.com

Formação acadêmica/titulação
2022 - 2024 Mestrado em ADMINISTRAÇÃO.
Universidade Federal de Campina Grande, UFCG, Campina Grande, Brasil
Título: Caminhabilidade em vias Urbanas: uma análise sob a perspectiva do pedestre, Ano de obtenção:
2024

Orientador: Ana Cecília Feitosa de Vasconcelos


Bolsista do(a): Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba

2017 - 2021 Graduação em Administração.


Universidade Federal de Campina Grande, UFCG, Campina Grande, Brasil
Título: Práticas de Greenwashing nas Empresas Fabricantes de Produtos Lácteos da Cidade de Sousa-
PB
Orientador: Marcos Macri Olivera

2014 - 2016 Ensino Médio (2o grau) .


Escola Estadual Mestre Júlio Sarmento, MJS, Brasil, Ano de obtenção: 2016

Formação complementar
2021 - 2021 Curso de curta duração em GESTÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS. (Carga horária: 24h).
ESCOLA DE GESTÃO DO PARANÁ, EGP, Brasil

2021 - 2021 Curso de curta duração em SUSTENTABILIDADE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. (Carga horária: 28h).
INSTITUTO SERDEZELLO CORRÊA - ESCOLA SUPERIOR DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃ, TCN,
Brasil

2021 - 2021 Curso de curta duração em GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA PEQUENOS NEGÓCIOS. (Carga
horária: 40h).
Escola Nacional de Administração Pública, ENAP, Brasília, Brasil

2021 - 2021 Curso de curta duração em INTRODUÇÃO À GESTÃO PARTICIPATIVA. (Carga horária: 40h).
Agência Nacional de Águas, ANA, Brasília, Brasil

2021 - 2021 Curso de curta duração em AVALIAÇÃO DE IMPACTO DE PROGRAMAS E POLÍTICAS SOCIAIS. (Carga
horária: 36h).
Escola Nacional de Administração Pública, ENAP, Brasília, Brasil

2019 - 2020 Curso de curta duração em Etiqueta Empresarial. (Carga horária: 10h).
Cursos Online SP do Brasil, CURSOS ONLINE SP, Porto Alegre, Brasil

2020 - 2020 Curso de curta duração em Como vender pela internet. (Carga horária: 4h).
SEBRAE, SEBRAE, Brasil

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2020 - 2020 Curso de curta duração em Como Reconhecer Características empreendedoras. (Carga horária: 4h).
SEBRAE, SEBRAE, Brasil

2020 - 2020 Curso de curta duração em Internacionalização de startups. (Carga horária: 2h).
SEBRAE, SEBRAE, Brasil

2020 - 2020 Curso de curta duração em Gestão Financeira. (Carga horária: 3h).
SEBRAE, SEBRAE, Brasil

2020 - 2020 Curso de curta duração em Como unir forças para crescer. (Carga horária: 2h).
SEBRAE, SEBRAE, Brasil

2019 - 2020 Curso de curta duração em Recolocação Profissional. (Carga horária: 10h).
Cursos Online SP do Brasil, CURSOS ONLINE SP, Porto Alegre, Brasil

2019 - 2019 Curso de curta duração em Oratória e Apresentação em Público. (Carga horária: 25h).
Cursos Online SP do Brasil, CURSOS ONLINE SP, Porto Alegre, Brasil

2019 - 2019 Curso de curta duração em Organização Pessoal. (Carga horária: 10h).
fundaçao bradesco, FB, Brasil

2019 - 2019 Curso de curta duração em Postura e Imagem Profissional. (Carga horária: 10h).
fundaçao bradesco, FB, Brasil

2019 - 2019 Curso de curta duração em Introdução à Gestão de Projetos. (Carga horária: 10h).
fundaçao bradesco, FB, Brasil

2019 - 2019 Curso de curta duração em Introdução à Ciência de Dados 2.0. (Carga horária: 8h).
DATA SCIENCE ACADEMY, DSA, Brasil

2019 - 2019 Curso de curta duração em Iniciando um pequeno grande negócio. (Carga horária: 30h).
SEBRAE, SEBRAE, Brasil

2019 - 2019 Curso de curta duração em A liderança na gestão de equipes. (Carga horária: 3h).
SEBRAE, SEBRAE, Brasil

2019 - 2019 Curso de curta duração em Relacionamento Interpessoal. (Carga horária: 10h).
Cursos Online SP do Brasil, CURSOS ONLINE SP, Porto Alegre, Brasil

2017 - 2017 Curso de curta duração em MS Excel 2010 - Básico. (Carga horária: 11h).
fundaçao bradesco, FB, Brasil

2017 - 2017 Curso de curta duração em MS Excel 2010 - Avançado. (Carga horária: 20h).
fundaçao bradesco, FB, Brasil

2017 - 2017 Curso de curta duração em Aprender a empreender. (Carga horária: 16h).
SEBRAE, SEBRAE, Brasil
Bolsista do(a): SEBRAE

2017 - 2017 Curso de curta duração em Excel 2010 - Intermediário. (Carga horária: 10h).
Fundação Bradesco, BRADESCO, Osasco, Brasil

Atuação profissional
1. Prefeitura Municipal de Sousa - PMS

Vínculo
institucional

2021 - 2021 Vínculo: Estágio , Enquadramento funcional: Estagiária , Carga horária: 20, Regime: Parcial
Outras informações:
Estágio realizado na Secretaria de Administração Municipal

2. Universidade Federal de Campina Grande - UFCG

Vínculo
institucional

2023 - 2023 Vínculo: Estagio , Enquadramento funcional: Estagiária , Carga horária: 20, Regime: Parcial
Outras informações:
Estágio docência na Disciplina Administração da Produção e Operações 1

2022 - Atual Vínculo: Bolsista , Enquadramento funcional: Estudante , Carga horária: 20, Regime: Parcial

2020 - 2020 Vínculo: Bolsista , Enquadramento funcional: Monitor , Carga horária: 12, Regime: Parcial
Outras informações:
Métodos e Técnicas da Pesquisa Científica

2018 - 2019 Vínculo: Bolsista , Enquadramento funcional: Monitor , Carga horária: 12, Regime: Parcial
Outras informações:
Matemática Básica

Projetos

Projetos de
pesquisa

2019 - 2020 Mapeamento dos modelos e ferramentas de gestão socioambiental para o setor lácteo.

Descrição: Objetivo Geral: Mapear os modelos e ferramentas de gestão socioambiental que poderão ser
utilizados pelo setor lácteo. Objetivos Específicos: Quantificar por meio de dados secundários o setor
lácteo; Levantar na literatura informações sobre os impactos socioambientais das atividades do setor
lácteo. Verificar os possíveis modelos e ferramentas socioambientais que poderão ser utilizados no setor
lácteo. Desenvolver um sistema de indicadores de gestão socioambiental que possa contribuir para
avaliar os impactos ambientais negativos do setor lácteo..
Situação: Concluído Natureza: Projetos de pesquisa
Alunos envolvidos: Graduação (1);
Integrantes: Ana Isabelle Gomes Lopes; Maria de Fátima Nóbrega Barbosa (Responsável)

2018 - 2019 Gestão Socioambiental no Setor de Laticínios no Município de Sousa- Paraíba

Descrição: O estudo tem por objetivo analisar as práticas de gestão socioambientais dos atores
envolvidos com a atividade de laticínios no município de Sousa - PB. Tem por objetivos

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específicos:caracterizar o setor de laticínios; verificar as possíveis ferramentas e modelos socioambientais


utilizados pelas empresas; identificar as práticas de gestão socioambientais dos atores envolvidos com a
atividade de laticínios e descrever a percepção de alguns stakeholders acerca das práticas
socioambientais dos atores envolvidos com a atividade de laticínios..
Situação: Concluído Natureza: Projetos de pesquisa
Alunos envolvidos: Graduação (1);
Integrantes: Ana Isabelle Gomes Lopes; Maria de Fátima Nóbrega Barbosa (Responsável)

Projeto de
extensão

2017 - 2018 Pré vestibular Solidário

Descrição: O Pré-Vestibular Solidário da UFCG tem o objetivo de contribuir para a construção de políticas
sociais afirmativas viabilizando a ampliação das condições de acesso e permanência de jovens e adultos,
oriundos de escolas públicas.
Situação: Concluído Natureza: Projeto de extensão
Alunos envolvidos: Graduação (1);
Integrantes: Ana Isabelle Gomes Lopes; Janeide Cavalcante Albuquerque (Responsável)

Áreas de atuação
1. Administração

Idiomas
Inglês Compreende Razoavelmente , Fala Razoavelmente , Escreve Razoavelmente , Lê Razoavelmente

Espanhol Compreende Pouco , Fala Pouco , Escreve Pouco , Lê Pouco

Português Compreende Bem , Fala Bem , Escreve Bem , Lê Bem

Prêmios e títulos
2022 Bolsista FAPESQ-PB, Fundação de Apoio a Pesquisa do Estado da Paraíba

2019 Bolsista CNPQ, CAPES

2018 Bolsista CNPQ, CAPES

Producão

Produção bibliográfica

Artigos completos publicados em periódicos

1. LOPES, A. I. G.; MENESES, V. P.; ANDRADE, E. L.


Análise de Ferramentas Estratégicas de Logística em uma Empresa de Distribuição de Bebidas. Revista
Interdisciplinar e do Meio Ambiente. , v.4, p.144 - 155, 2022.

2. LOPES, A. I. G.; BARBOSA, M. F. N.


Gestão Socioambiental no Setor de laticínios no Município de Sousa - Paraíba. Brazilian Journal of
Development. , v.7, p.32083 - 32102, 2021.

3. LOPES, A. I. G.
Sistema de Gestão Ambiental para a Indústria do Setor de Laticínios: Um estudo bibliométrico.
INTERNATIONAL JOURNAL OF DEVELOPMENT RESEARCH. , v.11, p.46008 - 46012, 2021.

4. LOPES, A. I. G.
Aplicabilidade das ferramentas de gestão Empresarial Usadas nos Empreendimentos Dos Discentes Do
Curso De Administração. Revista Brasileira de Direito e Gestão Pública. , v.8, p.918 - 931, 2020.

Capítulos de livros publicados

1. LOPES, A. I. G.; Meneses, V. P; ANDRADE, E. L.; FIGUEIREDO, J. A. F.; DANTAS, M. R. A.; SILVA, T. F.
P.; SOUSA, F. W. M.; FERREIRA, L. S.; SILVEIRA, M. V. M.; LINS, A. G.
ANÁLISE DE FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS DE LOGÍSTICA EM UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO
DE BEBIDAS In: AS CIÊNCIAS SOCIAIS E OS AVANÇOS NA SOCIEDADE.1 ed.Curitiba: Editora Atena,
2022, v.1, p. 345-358.

2. LOPES, A. I. G.; ANDRADE, E. L.; DANTAS, M. R. A.; SOUSA, M. S. R.; MENESES, V. P.; Sara Acácio
Evangelista; PAULINO, G. S.
Aplicabilidade das Ferramentas de Gestão Empresarial Estratégias usadas nos Empreendimentos dos
Discentes do Curso de Administração In: ADMINISTRAÇÃO: Gestão, Empreendedorismo e Marketing 3.1
ed.Ponta Grossa: Atena Editora, 2022, v.3, p. 302-313.

3. LOPES, A. I. G.; BARBOSA, M. F. N.


MAPEAMENTO DOS MODELOS E FERRAMENTAS DE GESTÃO AMBIENTAL PARA O SETOR
LÁCTEO In: Administração: Gestão, liderança e inovação 2.1 ed.: Editora Atena, 2022, v.2, p. 102-116.

Trabalhos publicados em anais de eventos (completo)

1. LOPES, A. I. G.; Vasconcelos, A. C. F.


“Toda Caminhada Começa com o Primeiro Passo”: Mapeamento dos Modelos de Caminhabilidade In:
XXV Encontro Nacional de Gestão Empresarial e Meio Ambiente, 2023, São Paulo.
XXV ENGEMA. São Paulo: , 2023.

2. LOPES, A. I. G.; CUSTÓDIO, L. L. P; FREITAS, L. S.


Isomorfismo institucional nas práticas de sustentabilidade: Uma análise empresas de alimentos
processados listadas no IBOVESPA no ano de 2021 In: Encontro Nacional de Gestão Empresarial e Meio
Ambiente, 2022, São Paulo.
XXIV ENGEMA. , 2022.

3. LOPES, A. I. G.; LIMA, J. I. A. O.; AMORIM, N. L

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UMA ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA SOBRE ECOEFICIÊNCIA NO SETOR DE LATICÍNIOS In: XXIV


Encontro Nacional de Gestão Empresarial e Meio Ambiente, 2022, São Paulo.
XXIV ENGEMA. , 2022.

Trabalhos publicados em anais de eventos (resumo)

1. LOPES, A. I. G.; BARBOSA, M. F. N.


Mapeamento dos modelos e ferramentas de gestão ambiental para o setor lácteo In: XVII CONGRESSO
DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, 2020, Campina
Grande.
XVII CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA
GRANDE. , 2020.

2. LOPES, A. I. G.; BARBOSA, M. F. N.


GESTÃO SOCIOAMBENTAL NO SETOR DE LATICÍNIOS NO MUNICÍPIO DE SOUSA - PARAIBA In: XVI
CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE,
2019, CAMPINA GRANDE.
XVI CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA
GRANDE. , 2019.

Apresentação de trabalho e palestra

1. LOPES, A. I. G.; Vasconcelos, A. C. F.


“Toda Caminhada Começa com o Primeiro Passo”: Mapeamento dos Modelos de Caminhabilidade,
2023. (Outra,Apresentação de Trabalho)

2. LOPES, A. I. G.; CUSTÓDIO, L. L. P; FREITAS, L. S.


Isomorfismo institucional nas práticas de sustentabilidade: Uma análise empresas de alimentos
processados listadas no IBOVESPA no ano de 2021, 2022. (Congresso,Apresentação de Trabalho)

3. LOPES, A. I. G.; LIMA, J. I. A. O.; AMORIM, N. L


UMA ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA SOBRE ECOEFICIÊNCIA NO SETOR DE LATICÍNIOS, 2022.
(Congresso,Apresentação de Trabalho)

4. LOPES, A. I. G.; Meneses, V. P; ANDRADE, E. L.


“Análise de Ferramentas Estratégicas de Logística em uma Empresa de Distribuição de Bebidas,
2021. (Outra,Apresentação de Trabalho)

5. LOPES, A. I. G.; BARBOSA, M. F. N.


Mapeamento dos Modelos e Ferramentas de Gestão Ambiental Para o Setor Lácteo, 2021.
(Congresso,Apresentação de Trabalho)

6. LOPES, A. I. G.
Aplicabilidade das ferramentas de gestão Empresarial Usadas nos Empreendimentos Dos
Discentes Do Curso De Administração, 2019. (Outra,Apresentação de Trabalho)

7. LOPES, A. I. G.; BARBOSA, M. F. N.


Gestão socioambiental no setor de laticínios no município de Sousa - Paraíba, 2019.
(Congresso,Apresentação de Trabalho)

8. LOPES, A. I. G.; EVANGELISTA, S. A.; SILVA, T. F. P.


Um Contraexemplo das Relações de Medo causados pela união homem-máquina, 2019.
(Seminário,Apresentação de Trabalho)

Eventos

Eventos

Participação em eventos

1. Encontro Nacional de Gestão Empresarial e Meio Ambiente, 2023. (Encontro)


“Toda Caminhada Começa com o Primeiro Passo”: Mapeamento dos Modelos de Caminhabilidade.

2. Master class: Aula Inaugural do ano letivo 2022, 2022. (Outra)


.

3. XXIV ENGEMA - Encontro Internacional sobre Gestão Empresarial e Meio Ambiente, 2022.
(Congresso)
UMA ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA SOBRE ECOEFICIÊNCIA NO SETOR DE LATICÍNIOS.

4. XXIV ENGEMA - Encontro Internacional sobre Gestão Empresarial e Meio Ambiente, 2022.
(Congresso)
Isomorfismo institucional nas práticas de sustentabilidade: Uma análise empresas de alimentos
processados listadas no IBOVESPA no ano de 2021.

5. 7º Encontro Interdisciplinar da Paraíba, 2021. (Encontro)


“Análise de Ferramentas Estratégicas de Logística em uma Empresa de Distribuição de Bebidas.

6. Descomplicando o Projeto Preliminar de Pesquisa para a Pós-Graduação, 2021. (Oficina)


.

7. IV CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS JURÍDICAS, SAÚDE E INOVAÇÃO, 2021.


(Congresso)
.

8. I AMOSTRA INTERDISCIPLINAR DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DO CCJS-UFCG: I FEIRA DO


EMPRRENDEDOR, 2019. (Feira)
.

9. I JORNADA DE INTEGRAÇÃO E SOCIALIZAÇÃO DOS ACADÊMICOS (AS) EM ADMINISTRAÇÃO


2019.1, 2019. (Encontro)
.

10. ICT-ADM - I SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA EM ADMINISTRAÇÃO, 2019.


(Seminário)
.

11. III Ciclo de palestras 100% intra empreendedor, 2019. (Outra)


.

12. VI eipb - Encontro Interdisciplinar Da Paraíba, 2019. (Encontro)


.

13. 5° Encontro Interdisciplinar da Paraíba: Conexão das Ciências e Sustentabilidade., 2018.


(Encontro)
.

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14. I SIMBORA ADM 2018, 2018. (Oficina)


.

15. II Ciclo de Palestras 100% intra empreendedor, 2018. (Outra)


.

16. V Inovar " Transformando o intangível: Atitudes e Habilidades", 2017. (Encontro)


.

17. XI Encontro de Extensão Universitária da UFCG - Extensão Universitária: " Promovendo a


Cidadania e o Bem-estar da População Paraibana, 2017. (Encontro)
.

Totais de produção
Produção bibliográfica

Artigos completos publicados em periódico 4

Capítulos de livros publicados 3

Trabalhos publicados em anais de eventos 5

Apresentações de trabalhos (Congresso) 4

Apresentações de trabalhos (Seminário) 1

Apresentações de trabalhos (Outra) 3

Eventos

Participações em eventos (congresso) 3

Participações em eventos (seminário) 1

Participações em eventos (oficina) 2

Participações em eventos (encontro) 7

Participações em eventos (outra) 3

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04/04/2024, 10:58 SEI/UFCG - 4328739 - Ata de Defesa

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
POS-GRADUACAO EM ADMINISTRACAO
Rua Aprigio Veloso, 882, - Bairro Universitario, Campina Grande/PB, CEP 58429-900

REGISTRO DE PRESENÇA E ASSINATURAS

ATA Nº 10/2024 (DISSERTAÇÃO N° 069)

ATA DA DÉCIMA SESSÃO PÚBLICA DE DEFESA DE DISSERTAÇÃO DE MESTRADO NO ANO DE 2024 DO


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO/UFCG

Ao primeiro dia do mês de abril do ano de dois mil e vinte e quatro, às quatorze horas e trinta
minutos, reuniu-se, na forma e termos dos art. 62 a 64 do Regulamento Geral dos Cursos e Programas de
Pós-graduação Stricto Sensu da UFCG e dos meios regulamentares do Programa de Pós-graduação em
Administração da UAAC-CH-UFCG, a Comissão Examinadora de que trata a Portaria nº 11/2024 da
Coordenação do Programa de Pós-graduação em Administração, composta pelos
Professores/pesquisadores doutores: PATRÍCIA TRINDADE CALDAS, docente do Programa de Pós-
graduação em Administração/UFCG; Prof. Dr. Prof. Dr. ALLAN GUSTAVO FREIRE DA SILVA, do Centro de
Desenvolvimento Sustentável do Semiárido da UFCG, ANA CECÍLIA FEITOSA DE VASCONCELOS,
ORIENTADOR(A). Juntamente com a mencionada comissão examinadora, estava o(a) candidato(a) ao grau
de MESTRE em Administração ANA ISABELLE GOMES LOPES, assim como eu, Mery Cristina Pascoal de
Melo, secretária dos trabalhos, e o público presente. A defesa ocorreu de modo presencial na Sala 301 do
Bloco BC1, com participação remota por videochamada do examinador externo. Abertos os trabalhos, a
presidente da Comissão Examinadora, Profa. Ana Cecília Feitosa, apresentou os membros da Banca
Examinadora e o roteiro da defesa e julgamento da dissertação de Mestrado intitulada “Caminhabilidade
em vias urbanas: Uma análise sob a perspectiva do pedestre”, produzida pelo(a) citado(a) candidato(a),
sob sua orientação. O(a) presidente concedeu a palavra pelo prazo de até trinta minutos ao (a)
candidato(a), o(a) qual após salientar a importância do assunto desenvolvido defendeu o conteúdo de sua
dissertação. Concluída a exposição e defesa do(a) candidato(a), o(a) presidente passou a palavra a cada
membro da Comissão Examinadora, a começar pelo examinador externo, para as devidas considerações,
correções e arguição do estudo defendido pelo candidato(a). Logo após, foi a vez das considerações do
membro interno da banca examinadora e, por fim, o(a) orientador(a) falou acerca da produção do
trabalho defendido e das contribuições das sugestões recebidas. Em seguida, o(a) Senhor(a) Presidente
da Comissão Examinadora determinou a pausa da sessão pelo tempo necessário ao julgamento da
dissertação, em sessão secreta com a Comissão Examinadora, pedindo a retirada dos demais da sala,
inclusive do(a) candidato(a). Concluído o julgamento e retomada a sessão, o(a) Sr(a). Presidente anunciou
o resultado no qual cada Examinador emitiu seu parecer, resultando: Profa. Dra Patrícia Trindade Caldas -
nível APROVADO, Prof. Dr. Prof. Dr. Allan Gustavo Freire da Silva - nível APROVADO, e Profa. Dra. Ana
Cecília Feitosa de Vasconcelos - nível APROVADO, tendo assim, o(a) candidato(a) obtido o Conceito
APROVADO. Após suas palavras finais e do(a) candidato(a), o(a) Presidente da Comissão Examinadora
encerrou a sessão, da qual lavrei a presente ata, que vai ser assinada eletronicamente por mim, Secretária
dos trabalhos, , pelos membros da Comissão Examinadora e pelo(a) candidato(a) aprovado(a). Campina
Grande, 01 de abril de 2024.

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04/04/2024, 10:58 SEI/UFCG - 4328739 - Ata de Defesa

Patrícia Trindade Caldas - Examinador(a) interno(a)


Prof. Dr. Allan Gustavo Freire da Silva - Examinador(a) externo(a)
Ana Cecília Feitosa de Vasconcelos - Examinador(a)/Orientador(a)
Ana Isabelle Gomes Lopes - Candidato(a)
Mery Cristina Pascoal de Mélo - Secretária

Documento assinado eletronicamente por ANA CECILIA FEITOSA DE VASCONCELOS, PROFESSOR(A)


DO MAGISTERIO SUPERIOR, em 02/04/2024, às 20:51, conforme horário oficial de Brasília, com
fundamento no art. 8º, caput, da Portaria SEI nº 002, de 25 de outubro de 2018.

Documento assinado eletronicamente por PATRICIA TRINDADE CALDAS, PROFESSOR(A) DO


MAGISTERIO SUPERIOR, em 03/04/2024, às 10:25, conforme horário oficial de Brasília, com
fundamento no art. 8º, caput, da Portaria SEI nº 002, de 25 de outubro de 2018.

Documento assinado eletronicamente por ANA ISABELLE GOMES LOPES, Usuário Externo, em
03/04/2024, às 16:40, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 8º, caput, da
Portaria SEI nº 002, de 25 de outubro de 2018.

Documento assinado eletronicamente por MERY CRISTINA PASCOAL DE MELO, SECRETARIA


EXECUTIVA, em 03/04/2024, às 17:35, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art.
8º, caput, da Portaria SEI nº 002, de 25 de outubro de 2018.

Documento assinado eletronicamente por ALLAN GUSTAVO FREIRE DA SILVA, PROFESSOR(A) DO


MAGISTERIO SUPERIOR, em 03/04/2024, às 19:32, conforme horário oficial de Brasília, com
fundamento no art. 8º, caput, da Portaria SEI nº 002, de 25 de outubro de 2018.

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informando o código verificador 4328739 e o código CRC C7D18EBE.

Referência: Processo nº 23096.014726/2024-99 SEI nº 4328739

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE - UFCG
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS - CCJS
UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS - UACC

CERTIDÃO

Certifico que Ana Isabelle Gomes Lopes, matricula 317130458, atuou como
MONITORA BOLSISTA do componente curricular MATEMÁTICA BÁSICA da
UACC/CCJS/UFCG no projeto de monitoria intitulado PARTICIPAÇÃO,
INTEGRAÇÃO, INTERDISCIPLINARIDADE ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DO
ENSINO, vinculado ao Programa de Monitoria da UFCG, no período acadêmico
2018.1 com carga horária de 192 horas.

Sousa, 11 de agosto de 2021

Valterlin da Silva Santos


Matrícula SIAPE 1784787
Professor Orientador
v.4, n.1, 2022, DOI: 10.52664/rima.v4.n1.2022.e144

Análise de Ferramentas Estratégicas de Logística em uma Empresa de Distribuição


de Bebidas

Analysis of Strategic Logistics Tools in a Beverage Distributor

Ana Isabelle Gomes Lopes1, Ellen Letícia Gonçalves Andrade2 & Valéria Pereira de Meneses3

Resumo: O departamento de logística é considerado um dos mais importantes dentro das organizações, e
quando se trata de uma empresa de distribuição de bebidas, certamente é de indispensável atenção. Desse
modo, o principal objetivo dessa pesquisa foi entender quais as ferramentas estratégicas de logística usadas
em uma empresa localizada no sertão paraibano que atua no setor de bebidas. Para isso, foi realizada uma
pesquisa bibliográfica, além do envio online de um questionário estruturado, para o responsável do
departamento logístico, com base na literatura pertinente ao tema. Então, como resultado desse trabalho,
foi percebido que a empresa exerce as estratégias de liderança de custos, terceirização, logística reversa,
alianças estratégicas e parte do método push e pull concentrando apenas nas puxadas. Contudo, o gerente
do departamento não conseguiu identificar a utilização das estratégias de integração vertical e logística
retardada na empresa. Dessa forma, sugere-se que a empresa busque aperfeiçoar ainda mais essas
estratégias, sem esquecer da necessidade de aperfeiçoamento das mesmas, para com o intuito de se
manterem sempre competitivas no mercado.
Palavras-chave: Ferramentas estratégicas; Logística; Distribuição de bebidas.

Abstract: The logistics department is considered one of the most important within the associations, and
when it comes to a beverage distribution company, it is certainly essential attention. Thus, the main
objective of this research was to understand which strategic logistics tools are used in a company located
in the interior of Paraíba that operates in the beverage sector. For this, a bibliographical research was carried
out, in addition to the online submission of a structured questionnaire to the person in charge of the logistics
department, based on relevant literature. So, as a result of this work, it was noticed that the company
exercises cost leadership strategies, outsourcing, reverse logistics, strategic alliances and part of the push
and pull method, concentrating only on pulls. However, the department manager was unable to identify the
use of the vertical integration and delayed logistics strategies in the company. In this way, it is customizable
that the company seeks to further improve these strategies, without forgetting the need to improve them, in
order to remain competitive in the market at all times.
Keywords: Strategic tools; Logistics; Beverage distribution.

___________________
*Autor para correspondência
Recebido para publicação em 15/10/2021; aprovado em 04/03/2022.
1
Graduada em administração, Universidade Federal de Campina Grande, anaisabelle00@hotmail.com; ORCID: 0000-0001-
7325-3779;*
2
Graduada em administração, Universidade Federal de Campina Grande, eleticia977@gmail.com; ORCID: 0000-0001-5252-
5819;
3
Graduada em administração, Universidade Federal de Campina Grande, valeriaadm2017@gmail.com; ORCID: 0000-0003-
2194-8290.
Revista Interdisciplinar e do Meio Ambiente - ISSN 2674-693X - v.4, n.1, 2022, e144.
Análise de Ferramentas Estratégicas de Logística em uma Empresa de Distribuição de Bebidas

INTRODUÇÃO
De acordo com Ballou (1993) a logística vem desempenhando um papel fundamental nas
organizações. Isso, já que, sua ciência anda sendo utilizada de maneira a auxiliar as empresas na distribuição
e busca dos insumos produtivos dos quais necessitam para a entrega do produto final aos seus clientes.
Além de contribuir de modo a proporcionar o menor custo possível para a organização e minimizar o tempo
de produção e entrega, sendo este fator contribuinte para o sucesso organizacional. Desse modo, fornece
aos seus clientes entregas precisas do produto do qual é solicitado. Sua boa gestão aumenta a
competitividade no âmbito mercadológico, uma vez que, as empresas se aprimoram e trabalham em
conjunto, com os seus fornecedores, com o intuito de obter controle sob os mesmos, monitorando-os
constantemente a fim de garantir bons preços e boas formas de pagamentos (BALLOU, 1993).
Avanços tecnológicos, sociais e econômicos estão em constantes mudanças na sociedade. Esses,
são fatores de suma importância que devem ser observados frequentemente para que ocorra um
planejamento contínuo, verificando as informações decorrentes do surgimento de variações mercadológicas
(TENÓRIO et al, 2014).
Uma mudança que ocorreu no Brasil e no mundo, afetando todo o âmbito empresarial devido à
gravidade da situação enfrentada foi o surgimento do novo vírus contagioso denominado COVID 19. Esse,
no que lhe concerne, obrigou por motivos de segurança pessoal e coletiva, o isolamento e distanciamento
social, na tentativa de diminuir a disseminação da doença. Com isso, as empresas tiveram que reformular
suas estratégias com a perspectiva de se manterem no mercado durante a crise, o que afetou inclusive o
setor de bebidas, uma vez que está relacionado a ambientes que sofreram seu impacto.
Para Brasil e Rocha (2010) é importante realizar o planejamento organizacional, no que se diz
respeito ao setor estratégico logístico da organização, objetivando o aumento da competitividade,
desenvolvimento e produtividade, de forma que o trabalho ocorra em conjunto para a obtenção de êxito.
Tendo assim que dotar-se de estratégias logísticas para chegar-se a devidas soluções possíveis dos
problemas que surgem diante das adversidades mercadológicas. Para tanto, o setor de bebidas pode adotar
algumas estratégias, que facilitarão a funcionalidade da logística, tais como: liderança de custos,
terceirização, logística reversa, integração vertical, logística retardada, e Push e Pull.
O processo logístico está fortemente ligado ao setor de bebidas. Isso, quando considerado que passa
por longos processos desde a sua fabricação até a entrega do produto final na mesa do consumidor, tendo
como desafio entregar a bebida certa, no local certo e no tempo certo, com o menor custo possível. Esse
objetivo, por sua vez, é almejado por toda e qualquer organização independente do seu segmento.

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Análise de Ferramentas Estratégicas de Logística em uma Empresa de Distribuição de Bebidas

Entendendo como um grande desafio desse setor, a cadeia de distribuição, é necessário um estudo para
avaliar o uso de possíveis ferramentas de estratégias logística, para atender da melhor forma a necessidade
demandada. De acordo com Castro et al. (2011), trata-se de distantes pontos de entrega, da fábrica até
distribuidores, restaurantes, conveniências dentre outros.
Diante das informações expostas, é possível compreender que para se manterem vivas e
competitivas as organizações tiveram que adaptar seus métodos, de forma a gerar estratégias em todos os
setores. Portanto, este trabalho terá como objetivo responder a seguinte pergunta: quais as ferramentas
estratégicas de logística usadas por uma empresa localizada no sertão paraibano que atua no setor de
bebidas?

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Nesta sessão serão abordadas características gerais sobre as estratégias logísticas, além das
principais ferramentas estratégicas de logística usadas pelas empresas do segmento de distribuição de
bebidas.

Estratégias Logísticas
As estratégias logísticas estão presentes nas organizações desde a década de 50, momento este em
que as empresas passaram a preocupar-se com o sistema logístico e com a satisfação do consumidor final.
Nunes (apud BRASIL; ROCHA, 2010, p. 42) propõe que as estratégias logísticas formam um conjunto de
componentes que são capazes de provocar mudanças na esfera dos negócios e consequentemente alavancar
o desenvolvimento organizacional.
Em síntese, como nos assegura Brasil e Rocha (2010), as estratégias de logística contemplam as
atividades da cadeia de suprimento, com o objetivo de facilitar o desenvolvimento competitivo, em função
dos stakeholders presentes nesse segmento. Além de aumentar a competitividade empresarial, as estratégias
visam otimizar e minimizar os custos ao longo da cadeia e agregar valor ao produto da organização
(CHOPRA e MEINDL, 2002).
Desde o início das coletas de informações sobre as estratégias logísticas, nota-se o surgimento de
diferentes soluções e adequações de táticas, para cada setor da economia. Conforme explicado acima, o
diferencial competitivo proporcionado por elas tem grande relevância para as empresas, o tornando
indispensável para as que desejam conquistar uma fatia do mercado em que estão inseridas.
Segundo Porter (1990), as estratégias logísticas determinam uma posição para a organização, entre
elas a lucrativa e a sustentável, tratando inegavelmente de forças que repelem a concorrência. O autor deixa

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Análise de Ferramentas Estratégicas de Logística em uma Empresa de Distribuição de Bebidas

claro que as estratégias têm como base tornar as empresas diferentes na perspectiva dos consumidores,
criando uma personalidade única para a organização e gerando vantagem sobre os seus concorrentes.
Pode-se dizer que o alicerce para a satisfação das atividades logísticas é a habilidade que a empresa
desenvolve para aplicar e utilizar de forma eficiente e eficaz as estratégias apoiadas pela divisão dos
consumidores em grupos segmentados. "O resultado que se espera é que em todas as etapas a logística
comprove sua eficácia, realizando as tarefas, mas sempre com segurança, pontualidade e qualidade”
(FERNANDES, 2012, p. 15). Conforme mencionado pelo autor, a efetividade desse processo vai ser
comprovado com a aprazibilidade das necessidades dos seus clientes.
Atualmente, empresas em ascensão e principalmente as que produzem em grande escala como, por
exemplo, as do segmento de bebidas utilizam estratégias logísticas. De acordo com Filho (2012) às
estratégias logísticas contribuem para que as organizações obtenham lucros, reduzam os custos benefício
dos produtos e melhorem o atendimento ao cliente. Conforme explicado acima, o setor de bebidas é um dos
principais beneficiários dessas estratégias.
Filho (2012), deixa claro que é necessário ser prudente nas operações logísticas, já que essas
representam uma parte significativa dos custos logísticos na organização. Esse é o motivo pelo qual é
importante frisar esse ponto, uma vez que essa dimensão interage de forma direta e indireta em todo fluxo
interno e externo da empresa.
As estratégias logísticas que mais são utilizadas no mercado atual, incluindo no setor de bebidas
são: liderança de custos, terceirização, logística reversa, integração vertical, logística retardada, e Push e
Pull. As estratégias devem ser preparadas em conjunto com o planejamento da organização para que
maximizem seu desempenho e adaptem-se às mudanças do ambiente (BRASIL E ROCHA, 2011).

Tipos de Estratégias
Algumas estratégias logísticas que são utilizadas no segmento de bebidas foram escolhidas para
serem definidas conceitualmente com o objetivo de embasar teoricamente o desenvolvimento deste
trabalho.

Liderança de Custos
De acordo com Kotler (apud MARINHO et al, 2019), a liderança de custos é uma das estratégias
mais utilizadas na logística do mercado atual. O objetivo desta, é reduzir ao máximo os custos logísticos
que compreendem todo o fluxo, desde a obtenção da matéria prima até chegar ao cliente final. Portanto,
essa é uma das estratégias mais vantajosas para a organização, já que ela faz com que a empresa lidere os
custos entre suas concorrentes.

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Análise de Ferramentas Estratégicas de Logística em uma Empresa de Distribuição de Bebidas

A liderança em custos tem como foco a produção em larga escala, para que seja alcançado um
grande número de vendas e com isso reduzir o custo da operação logística. "Para alcançar baixos custos de
produção, adotam-se práticas tais como a padronização e automação do processo, utilização de materiais
de menor custo, publicidade intensa e uma distribuição intensiva com uma forte pressão nos canais de
atacado e varejo." (GONTIJO; GESSNER, 2015, p. 14).

Terceirização
Segundo Nunes (2001), a terceirização tem como base a aquisição do produto ou serviço da empresa,
que não faz parte da atividade chave do negócio. Empresas que utilizam a terceirização são especialistas no
seu segmento, assim essa estratégia configura-se como uma forma de reduzir custos e manter a qualidade
frente às produções em larga escala
De acordo com Wanke (2004), os principais motivos para que as empresas terceirizam suas
atividades são: redução dos custos logísticos, flexibilidade nas operações, controle das atividades logísticas,
busca por uma maior eficiência, expansão no mercado, aumento dos serviços logísticos oferecidos aos
clientes, busca de maior know-how e melhoria dos sistemas de informação.

Logística Reversa
A logística reversa é uma interfase do processo logístico que inicia no consumo do produto e passa
pelas etapas seguintes de embalagem e transporte até chegar à sua origem. Essas etapas fazem parte do
ciclo de vida do produto onde é avaliado os seus impactos da embalagem sobre o meio ambiente (Lambert
et al. apud BRASIL e ROCHA, 2010).
Araújo (2007), diz que a logística reversa é utilizada pelas empresas com o objetivo de conseguir
vantagens estratégicas, dentre elas destaca: razões competitivas, redução de custos, diferenciação da
imagem corporativa e adequação das questões ambientais.
A satisfação do cliente é o ponto chave de toda empresa que deseja obter lucros, para isso é
necessário que as organizações tenham a capacidade de gerenciar o retorno de produtos, que estão fora das
exigências do consumidor, apresentam defeitos, ou precisam ser descartados após sua utilização
(LACERDA,2007).

Integração Vertical
A integralização vertical tem o objetivo de reduzir custos como, por exemplo, os de produção,
vendas e distribuição. A redução de custos e riscos é o atrativo para empresas que adotam essa estratégia
(PORTER, 2004).

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Análise de Ferramentas Estratégicas de Logística em uma Empresa de Distribuição de Bebidas

A verticalização para Gontijo e Gessner (2015) atua nas atividades da cadeia de suprimentos,
permite o domínio do processo e da cadeia, além de uma maior liberdade de decisão e gerenciamento de
custos.

Logística Retardada
A logística retardada é o processo em que ocorre a estratégia de atrasar a fabricação ou a entrega do
produto final, com o objetivo de reduzir riscos de mudanças no ambiente logístico (BRASIL e ROCHA,
2010).
Conforme Brasil e Rocha (2010, p. 51) “a logística retardada na empresa é utilizada para controlar
situações em que as previsões são incertas e é também utilizada, como apoio para a fábrica não parar de
produzir por falta de pedidos e por fim, evitando o gerenciamento de estoque nas lojas".

Alianças Logísticas Estratégicas


Para Nunes (2001) as alianças logísticas é uma forma rápida utilizada para capacitar
estrategicamente às áreas da empresa, é realizada através de alianças com organizações que possuem os
conhecimentos que serão pertinentes a outra organização.
O objetivo das alianças é reduzir os custos operacionais e de armazenamento da empresa de forma
a oferecer sempre a melhor qualidade do serviço ao consumidor. A aliança como estratégia possibilita o
desenvolvimento de serviços logísticos customizados (BOWERSOX, CLOSS e COOPER, 2006).

Push e Pull
Segundo Rodrigues e Colmenero (2018) algumas empresas utilizam como estratégia logística o
sistema Push (empurrar) e Pull (puxar). O objetivo de empurrar e puxar os estoques da empresa é ajustar
os fluxos de produção e distribuição do produto no mercado.
A estratégia puxar e empurrar possibilita usar a flexibilização de estoques de acordo com a demanda
do mercado, tornando assim uma vantagem competitiva sobre os concorrentes, além de reduzir custos
operacionais.

METODOLOGIA
A presente pesquisa possui o caráter exploratório, ao buscar dados e informações sobre o tema
abordado; e descritivo, pois ela tem como objetivo analisar e registrar as características de um determinado
ambiente. Segundo Gil (2009), pesquisa descritiva é aquela que tem como principal objetivo a descrição de

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Análise de Ferramentas Estratégicas de Logística em uma Empresa de Distribuição de Bebidas

características de um fenômeno ou objeto de estudo (população, empresa ou situação-problema)


estabelecendo relações entre suas variáveis.
O procedimento técnico utilizado foi à pesquisa bibliográfica, tendo como base materiais já
elaborados como: livros, revistas e artigos. O embasamento teórico é essencial para a fundamentação da
pesquisa.
O método utilizado foi um estudo de caso em uma empresa distribuidora de bebidas. Realizou-se
uma pesquisa com abordagem qualitativa, analisando as informações coletadas por meio da aplicação de
um questionário com 11 questões discursivas. O questionário foi enviado para o e-mail do gerente de
logística da empresa, o qual ficou responsável por respondê-lo.
Para a elaboração do instrumento de coleta de dados foram selecionadas as principais ferramentas
estratégicas de logística percebidas durante a fase de confecção do embasamento teórico. Desse modo,
foram criadas perguntas sobre o uso dessas ferramentas no contexto da organização estudada, e quais as
implicações dessas para o desempenho da organização, e por fim, foi questionado como as mudanças
ocorridas à partir do novo vírus implicaram no uso dessas ferramentas. Para isso, antes de cada pergunta,
foi exposto um breve comentário explicando o que é cada uma das ferramentas. Isso, por sua vez, foi feito
porque entendemos que algumas vezes uma instituição utiliza certa ferramenta, mas não possui
conhecimento do nome científico empregado a mesma.
Por fim, a análise dos dados foi baseada nas respostas auferidas usando a técnica qualitativa. Assim,
foram explorados os argumentos dados pelo responsável pelo setor, sendo interpretados e escritos de acordo
com a norma gramatical padrão, no intuito de facilitar a percepção do leitor.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Ao finalizar as leituras relacionadas à temática durante a fase de fundamentação teórica, foi enviado
um questionário estruturado para o responsável pelo departamento logístico da empresa analisada. Isso foi
feito com intuito de analisar o uso das principais ferramentas de logística estratégica utilizadas pela
empresa.

Apresentação da Empresa
A distribuidora de bebidas analisada, é uma empresa localizada no interior da Paraíba, no município
de Sousa-PB. Esta, no que lhe concerne, é uma empresa de médio porte e atende o município sede e todo o
alto sertão paraibano, na forma de distribuição de bebidas alcoólicas e não alcoólicas. Ainda, faz parte do
grupo AmBev, e atualmente possui uma rede de 145 funcionários, que estão divididos em vários

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Análise de Ferramentas Estratégicas de Logística em uma Empresa de Distribuição de Bebidas

departamentos. Dessa forma, 65% dos colaboradores estão envolvidos na logística organizacional, sendo
41,5% de entregadores, 12,2% de armazém e 6,8% na puxada.
Assim, no que diz respeito à importância que a empresa demonstra para com o departamento
logístico, o gerente do setor afirmou que é fundamental para o negócio, já que, sem ela seria apenas uma
empresa comercial e não teria o potencial percebido atualmente. Além disso, a empresa é considerada uma
das principais fontes de renda municipal, sendo assim chamada por causa da quantidade de empregados,
principalmente na logística.
No sentido estratégico, o setor é responsável por 25% do orçamento organizacional. Dessa maneira,
é visto como uma repartição com poder competitivo, já que é gerador de uma parte considerável do
faturamento mensal da organização. Dessa forma a empresa que possui programas de incentivos financeiros
em todas as áreas, prioriza a gestão de meios e materiais através de remuneração variável de acordo com o
nível e a função, baseada na produção mensal e anual.

Ferramentas Estratégicas de Logística


No tocante ao método estratégico de logística baseado em liderança de custos, a empresa adota um
sistema de gestão OBZ (Orçamento Base Zero). Dessa forma, são feitas as divisões de pacotes e centros de
custos, sendo possível planejar um orçamento com custos fixos e variáveis, utilizando simuladores em todos
os sentidos do departamento logístico.
Em relação ao uso de terceirizados, os mesmos são contratados para serviços de segurança, suporte
médico e serviços de manutenção e abastecimento da frota, além de serviços de frete em períodos sazonais,
ou seja, os de demandas esporádicas. Portanto, atividades que são consideradas não fundamentais no
desenvolvimento do processo, podem facilmente serem terceirizadas por outras pessoas ou empresas,
reduzindo custos de contratação e pagamento de salários para funcionários prestadores de serviços pouco
úteis.
Quando questionado sobre a prática de logística reversa como uma ferramenta estratégica para a
logística, o gerente disse que a empresa não é produtora, apenas distribuidora e por isso não conseguem
atuar mais eficazmente nesse sentido. Contudo, é utilizado nos processos de produtos retornáveis, de modo
que ao serem efetuadas as entregas aos clientes, esse ativo retorna para a revenda e posteriormente para a
fábrica, onde passa pelo processo de higienização e recarga do líquido.
Se tratando do método de integração vertical, em que há liberdade de gerenciamento da cadeia de
suprimento, foi afirmado que não é utilizada, uma vez que a mesma não se posiciona como produtora.
Entretanto, a cadeia de suprimentos pode ser usada também por empresas distribuidoras, na forma de
minimizar o distanciamento entre os níveis e pessoas envolvidas no processo de entrega e gestão dos

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Análise de Ferramentas Estratégicas de Logística em uma Empresa de Distribuição de Bebidas

produtos. Dessa maneira, não está na diferença entre produtores e consumidores adotar esse método. Na
realidade ele se concentra em uma verticalização integrada do processo institucional.
A logística retardada é uma ferramenta estratégica que provoca um atraso na fabricação ou na
entrega do produto final, com o objetivo de reduzir riscos de mudanças no ambiente logístico, como por
exemplo, um aumento nos preços de uma semana para outra. Quando perguntado sobre a utilidade desse
mecanismo, o gerente de logística disse que não usa porque a empresa é apenas distribuidora. Contudo,
essa resposta é insatisfatória, já que justamente a empresa distribuidora deve decidir conjuntamente com a
indústria sobre a distribuição e produção ou não de um produto, de forma a aproveitar alguma irregularidade
do mercado consumidor.
No que toca à formação de alianças estratégicas, a empresa atua constantemente na forma de efetuar
treinamento para liderança onde a companhia seleciona líderes em diferentes segmentos para compartilhar
seu benchmarking ou suas melhores práticas. Analisando essa resposta, é entendido que a instituição
desenvolve esse programa de liderança internamento, que por sua vez estabelece contato com outras
empresas a fim de obter resultados positivos, ou seja, a formação de compromissos na forma de parceria
com empresas auxiliares, podendo até mesmo serem contratadas como terceirizadas. Um exemplo dessa
situação pode ser que o gerente de logística, na condição de líder se reúna a uma terceirizada de segurança,
que por sua vez ao perceber os relatórios da organização, resolva se aliar a ela e ofertar seus serviços por
um custo mais baixo que para as demais.
Se tratando do método push (empurrar) e pull (puxar) a empresa adota apenas as puxadas, onde o
sistema atualiza o estoque. Além disso, de acordo com a venda média, os simuladores de estoque adotados
sinalizam o stock-out e estak-over, permitindo a compreensão dos produtos que estão abaixo ou acima da
média de venda. Essa, por sua vez, auxilia a empresa em assuntos relacionados a compras e gestão de
estoque, além de mostrar diretamente aos gestores quais produtos carecem de mais promoção e quais podem
ter sua promoção reduzida, que é o caso de algum item que mesmo que não haja publicidade ou aumento
nos preços, ainda será consumido pelo mercado alvo.
Para finalizar foi perguntado sobre quais as medidas usadas e alterações realizadas nas atividades
em relação à pandemia causada pelo novo vírus Covid-19. Assim, foi constatado que novos hábitos como
implantação de regras rigorosas de higienização, distanciamento social, implantação do sistema home
Office e reuniões e treinamentos on-line foram iniciadas com intuito de promover o distanciamento social,
e consequentemente a contaminação dos colaboradores com esse vírus. É necessário ressaltar que esses
métodos foram utilizados em todos os departamentos da empresa e não apenas na logística, embora tenha
ganhado ênfase por promover o contato constante com pessoas do ambiente externo, no sentido da
realização de recebimento e entrega das mercadorias.

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Análise de Ferramentas Estratégicas de Logística em uma Empresa de Distribuição de Bebidas

CONCLUSÕES
O presente trabalho teve como objetivo, analisar as estratégias logísticas adotadas em uma empresa
de distribuição de bebidas de médio porte, no interior do Estado da Paraíba e os impactos causados no setor
logístico em razão da pandemia do Covid-19. Buscou-se associar as teorias mais utilizadas atualmente com
a prática da empresa.
O trabalho foi delimitado a analisar uma empresa de distribuição de bebidas de acordo com os
seguintes passos: levantamento da fundamentação teórica das estratégias logísticas; a metodologia adotada
foi determinada, sob a perspectiva do segmento da empresa e do questionário utilizado para o
desenvolvimento da discussão, com o intuito de identificar as estratégias logísticas utilizadas; e análise dos
resultados, a partir da coleta de dados.
As principais estratégias logísticas empregadas nas empresas de distribuição de bebidas e que
obtiveram ligação com o objeto de estudo, foram: liderança de custos, terceirização, logística reversa,
alianças estratégicas e parte do método push e pull concentrando apenas nas puxadas.
O entrevistado não conseguiu identificar a utilização das estratégias de integração vertical e logística
retardada na empresa. Sobre as mudanças no setor logístico durante o período de pandemia verificou-se a
adoção de medidas preventivas e de distanciamento social, além de treinamentos e utilização do sistema
Home Office.
A partir desses resultados, recomenda-se a instituição buscar um plano de melhorias para
aprimoramento do uso dessas ferramentas, entendendo que a aplicação eficaz destas podem aumentar o
desempenho institucional, por exemplo em relação a satisfação do cliente, que consequentemente
aumentará os lucros, seja pela priorização na hora da compra, ou pela boa fama propagada entre os
consumidores desse serviço.
O objetivo do trabalho foi alcançado, todavia houveram limitações, como a não permissão para uma
visita in loco para entendimento prático de como as ferramentas são aplicadas. Assim, propõe-se que novas
pesquisas sejam feitas a partir desse estudo a verificação do impacto da utilização de diversas estratégias
no orçamento da empresa, como também estender a pesquisa para as demais empresas do segmento e
setores similares.

REFERÊNCIAS
[1] ARAÚJO, I. C. F. Logística Reversa como ferramenta estratégica. 2007, 54 p. Monografia (TCC) -
Departamento de Engenharia da Produção, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2007.

RIMA, v.4, n.1, 2022, e144.


Análise de Ferramentas Estratégicas de Logística em uma Empresa de Distribuição de Bebidas

[2] BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição


física. São Paulo: Atlas, 1993.

[3] BRASIL, C. L.; ROCHA, R. E. V. Estratégias logísticas utilizadas em empresas de confecção de


moda social – estudo de caso. GEPROS – Gestão da Produção, Operações e Sistemas, Fortaleza, ano 6, n.
1, p. 41-53, jan./mar. 2010.

[4] BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J.; COOPER, M. B. Gestão logística de cadeias de suprimentos.
Porto Alegre: Bookman, 2006.

[5] CASTRO, A. A. Et al. Logística da distribuição em uma empresa de bebidas. XIII Encontro
Americano de Iniciação Científica e IX Encontro Latino Americano de Pós- Graduação – Universidade
do Vale do Paraíba. Disponível em:
http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2011/anais/arquivos/0756_1043_01.pdf. Acesso em: 01 nov.
2020.

[6] CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gerenciamento da cadeia de suprimentos. São Paulo: Pearson, 2002.

[7] FERNANDES, K. S. Logística: Fundamentos e Processos. Curitiba: IESDE Brasil, 2012.

[8] FILHO, J. D. S. Gestão da logística em um centro de armazenagem e distribuição de bebidas. Belo


Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais., 2012.

[9] GIL, A. C. Como elaborar projetos de Pesquisa. 4ª Ed. 12ª reimpr. São Paulo: Atlas, 2009.

[10] GONTIJO, F. E. K.; GESSENER, E. Logística de Distribuição e Estratégias de Cervejarias em Santa


Catarina. XI Congresso Nacional de Excelência em Gestão e II Inovarse, 2015, Rio de Janeiro. Anais. Rio
de Janeiro, 2015.

RIMA, v.4, n.1, 2022, e144.


Brazilian Journal of Development 32083
ISSN: 2525-8761

Gestão socioambiental no setor de laticínios no Município de Sousa –


Paraíba

Socio-environmental management in the dairy industry in the


Municipality of Sousa – Paraíba
DOI:10.34117/bjdv7n3-771

Recebimento dos originais: 29/02/2021


Aceitação para publicação: 29/03/2021

Ana Isabelle Gomes Lopes


Graduanda em Administração, Unidade Acadêmica de Ciências Contábeis, UFCG,
Sousa, PB
E-mail: anaisabelle00@hotmail.com

Maria de Fátima Nóbrega Barbosa


Graduada em Administração, UFCG, Doutora, Unidade Acadêmica de Ciências
Contábeis, UFCG, Sousa, PB
E-mail: mfnobregabarbosa@gmail.com

RESUMO
A partir do início do século XXI o mundo passou por diversas mudanças que
trouxeram benefícios para a sociedade, mas por outro lado, gerou uma série de
prejuízos socioambientais para esta mesma sociedade. As empresas do setor de
laticínios são consideradas potencialmente poluidoras do meio ambiente. A partir de
suas atividades industriais influenciam diretamente nos impactos ambientais. Diante
disso, esta pesquisa se propõe a analisar as práticas de gestão socioambientais dos
atores envolvidos com a atividade de laticínios no município de Sousa – PB. Para
atingir esse objetivo foi realizado um levantamento teórico, além de aplicação de
questionários aos orgãos e responsáveis pelo setor de laticínios do município. Os
principais resultados revelaram que a maior dificuldade da implantação do sistema de
gestão ambiental nestas empresas ocorre pela falta de investismeto dos seus gestores
aliado as demandas dos orgãos governamentais. Entretanto, mesmo em meio as
dificuldades, as empresas estudadas reconhecem que necessitam aprimorarem suas
práticas ambientais e para isso procuram soluções simples com baixo custo. Mediante
isso, recomenda-se que estas organizações agregem sistemas de gestão ambiental ao
processo produtivo dos seus produtos, mesmo que não possuam capital suficiente para
implantação da norma ISO 14.001. Assim, é possível iniciarem suas melhorias com a
implementação da norma de gestão da qualidade ISO 9.000, visto que essa abrirá
caminhos para o melhormento contínuo.

Palavras-Chave: Modelos ambientais, Qualidade total, Sustentabilidade.

ABSTRACT
In the early of the 21st century, the world has undergone several changes that brought
benefits to the society, but on the other hand, generated a series of social and
environmental damages for this same society. Dairy companies are considered
potentially environmentally polluting. From their industrial activities directly
influence the environmental impacts. Given this, this research aims to analyze the

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.3, p. 32083-32102 mar 2021


Brazilian Journal of Development 32084
ISSN: 2525-8761

socioenvironmental management practices of the actors involved with the dairy activity
in the municipality of Sousa - PB. To achieve this objective, a theoretical survey was
carried out, as well as the application of questionnaires to the organs and responsible
for the dairy sector of the municipality. The main results revealed that the biggest
difficulty of the implementation of the environmental management system in these
companies is due to the lack of investment of their managers allied to the demands of
the governmental bodies. However, even in the midst of difficulties, the companies
studied recognize that they need to improve their environmental practices and seek
simple solutions with low cost. Therefore, it is recommended that these organizations
add environmental management systems to the production process of their products,
even if they do not have sufficient capital to implement the ISO 14.001 standard. Thus,
it is possible to begin their improvements with the implementation of the ISO 9000
quality management standard, as this will pave the way for continuous improvement.

Keywords: Environmental Models, Total Quality, Sustainability.

1 INTRODUÇÃO
A primeira motivação para a elaboração desse projeto parte do pressuposto que
as empresas apesar de movimentarem a economia, podem causarem danos ao meio
ambiente. Sendo a empresa um ente potencialmente gerador de impactos ambientais
negativos ao meio ambiente, justifica-se de sua parte uma atitude de co-
responsabilidade no sentido de mitigar esses impactos oriundos da atividade
empresarial desenvolvida nos diversos ramos econômicos.
Outra motivação diz respeito à não existência no Centro de Ciências Jurídicas
e Sociais, de nenhum projeto de pesquisa que aborde questões socioambientais ligadas
às empresas do setor de laticínios, poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais no
município de Sousa – PB. Esta cidade, pólo de desenvolvimento estadual, necessita de
melhor conduta empresarial quanto a qualidade do meio ambiente por meio de
estratégias sustentáveis em suas atividades, daí porque, esse projeto poderá contribuir
com a incorporação por parte das empresas pesquisadas dos princípios da
sustentabilidade.
O município agrega em seu interior capital e trabalho, que em parte, migram de
cidades circunvizinhas. Assim, projetos que permitam ganhos lucrativos, sociais e
ambientais, induz um sentido de relevânica acadêmica e união entre a comunidade
acadêmica e a sociedade.
Mudanças ocorreram nas últimas décadas com ganhos para a sociedade, por
outro lado, trouxeram prejuízos socioambientais para essa mesma sociedade. Nesse

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contexto, as empresas e a sociedade têm um papel a desempenhar como indutoras de


um crescimento que além de ganhos financeiros, agregue em sua concepção a visão
sustentável.
Com o despertar do desenvolvimento sustentável diversos instrumentos são
colocados a disposição da sociedade para otimizar a relação homem-natureza.
Conforme Seiffert (2007), dentre vários instrumentos, existem os de abrangênica
micro e esfera pública, os de abrangência micro e esfera privada, os instrumentos
econômicos de gestão ambiental e a Educação Ambiental. No que tange ao social
existem diversos modelos de Responsabilidade Social, a exemplo do modelo dos
stakeholders que pode ser incorporado a estratégia das empresas para desenvolver
a comunidade e preservar o meio ambiente. A observância pela empresa de
instrumentos de gestão ambiental de forma integrada poderá contribuir para uma boa
govenança com os atores sociais locais, melhorando o desenvolvimento local
sustentável.
Entendendo que a atividade de laticínios gera impactos ambientais negativos e
que estes podem ser gerenciados de forma à minizar o seu impacto no meio ambiente,
pergunta-se: como as práticas de gestão socioambientais dos atores envolvidos com a
atividade de laticínios no município de Sousa – PB podem ser melhor gerenciadas?

2 OBJETIVOS
Objetivo Geral: Analisar as práticas de gestão socioambientais dos atores
envolvidos com a atividade de laticíniios no município de Sousa – PB.
Objetivos Específicos: caracterizar o setor de laticínios; verificar as possíveis
ferramentas e modelos socioambientais utilizados pelas empresas; identificar as
práticas de gestão socioambientais dos atores envolvidos com a atividade de laticínios;
descrever a percepção de alguns stakeholders acerca das práticas socioambientais dos
atores envolvidos com a atividade de laticínios

3 MATERIAL E MÉTODOS/METODOLOGIA
Nessa pesquisa foi adotado o método dedutivo, uma vez que parte da
compreensão dos modelos e ferramentas ambientais existentes na literatura e sua
correspondência com as práticas socioambientais das empresas, ou seja, de uma
perspectiva geral, os modelos e ferramentas de gestão ambiental, para uma perspectiva
particular, as práticas de gestão ambiental adotadas pelas empresas.

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De acordo com a classificação de Vergara (2013), as pesquisas podem ser


classificadas quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins: foi uma pesquisa
exploratória e descritiva. Quanto aos meios: trata-se de uma pesquisa bibliográfica,
documental e de campo. Os instrumentos técnicos utilizados na coleta de dados foram
os seguintes: observação não participante, formulário e entrevista semiestruturada.
O tratamento dos dados dessa pesquisa foi realizado por meio de um método
misto, ou seja, se utilizou de técnica quantitativa e qualitativa (por meio da análise de
conteúdo) numa proporção que contribuiu para obter esclarecimentos consistentes e
complementares acerca da problemática que se propôs a investigar.
Os sujeitos da pesquisa, ou seja, as pessoas que contribuíram com informações
para o desenvolvimento dessa pesquisa foram os donos das empresas das atividades
de laticínios. Foram ainda entrevistados o poder público do município e entidades
representativas do setor pesquisado e instituições de apoio.
O universo da pesquisa foram as empresas potencialmente poluidoras ou
utilizadoras de recursos ambientais, quais sejam: as empresas do setor de laticínios.
Quanto a amostra se deu por acessibilidade e foram entrevistadas duas empresas.
O quadro 1 apresenta de forma simplificada as dimensões, variáveis e critérios
que foram adotados para análise das práticas socioambientais das empresas.

Quadro 1: Dimensões, Variáveis e Critérios de Análise


Quadro 1: Dimensões, variáveis e critérios de análise das práticas socioambientais
DIMENSÕES VARIÁVEIS CRITÉRIOS

Sistema de Gestão Política Ambiental A variável é avaliada


Ambiental positivamente quando da existência de uma
• Existência política ambiental escrita.
de uma política
ambiental escrita.

Produção Mais Conservação de matérias- A variável é avaliada


Limpa primas e energia positivamente quando da existência de
• Existência algum mecanismo de conservação de água
de mecanismos de e energia.
conservação de água
e energia

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Ecoeficiência Controle da Poluição A variável é avaliada


positivamente quando da existência de
• Existência alguma forma de controle da poluição.
de mecanismos para
controlar a poluição

Auditoria Ambiental Número de auditorias A variável é avaliada


ambientais internas realizadas positivamente quando da realização

• Existência de pelo menos uma auditoria


de auditorias ambientais ambiental interna por ano.
internas realizadas
Requisitos Legais

• Existência A variável é avaliada


de requisitos legais positivamente quando da existência de
requisitos legais no âmbito da empresa.

Avaliação de Planejamento Ambiental A variável é avaliada


Impacto Ambiental positivamente quando a AIA fizer parte do
• Existência planejamento ambiental da empresa.
do AIA inserida no
planejamento ambiental
Aspectos Ambientais
A variável é avaliada
positivamente quando da existência de
• Existência mecanismos que minimizem os aspectos
de mecanismos que ambientais da atividade de laticínios.
minimizem os aspectos
ambientais da atividade
de laticínios.

Marketing Ambiental Informações ambientais A variável é avaliada


positivamente quando da divulgação de
• Divulgação informações ambientais aos consumidores.
de informações
ambientais aos
consumidores

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Responsabilidade Social Parcerias com a comunidade A variável é avaliada


Corporativa local em prol do meio ambiente positivamente quando da existência de
• Existência alguma forma de parceria com a
de parcerias com a comunidade local em prol do meio
comunidade local ambiente.

Educação Ambiental Atividades de educação A variável é avaliada


ambiental com funcionários positivamente quando da existência de
• Existência alguma atividade de educação ambiental
de atividades de com os funcionários e a comunidade local
educação ambiental

com funcionários e a
comunidade local.

Fonte: Adaptado de Barbosa, Rodrigues e Barbosa (2013)

As variáveis dessa pesquisa já foram validadas em outra pesquisa na região


desse estudo e não foi necessário fazer ampliações para essa pesquisa.

4 REFERÊNCIAL TEÓRICO
No sentido de responder aos objetivos dessa pesquisa foram abordadas
informações sobre Cadeia Produtiva do Setor Lácteo; Gestão Ambiental e por fim,
serão apresentados alguns estudos correlatos que subsidiarão quando da análise dessa
pesquisa.

4.1 CADEIA PRODUTIVA DO SETOR LÁCTEO


Conforme Batalha e Silva (2001) uma cadeia de produção agroindustrial se
compõe de três macrossegmentos, não bem definidos e pode variar conforme o tipo de
produto e o objetivo da análise, quais sejam: comercialização, industrialização e
produção de matérias-primas.
Segundo Salgado (2013), o Brasil ganhou destaque mundial em relação ao setor
de laticínios. Porém, quando comparado aos outros países que possuem a atividade
como tradição, o Brasil ainda fica em posição muito inferior por ter uma produção
bastante heterogênea e utilizar técnicas arcaicas.

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4.2 GESTÃO AMBIENTAL


Barsano e Barbosa (2014) conceituam gestão ambiental como sendo a ciência
que estuda e gerencia as atividades socioeconômica fazendo com que os recursos
naturais sejam usados de forma racional.
Estudos de Petarnella, Silveira e Machado (2017), concluem como o Brasil
carece de estudos sobre Educação ambiental, especificamente nos cursos de
administração. Apesar de já ter sido aprovado como obrigatória a Educação Ambiental
em toda a Educação Nacional básica e superior, em projetos institucionais e
pedagógicos.

4.3 GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL


Para que determinada organização seja considerada ecologicamente
responsável, ela deve atender a algumas práticas. De acordo com Rios e Oliveira
(2013), a entidade deve modificar todo seu processo produtivo; ter interdependência;
não está focada no lucro, mas, em seu objetivo de preservação do meio ambiente.

4.4 SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL


A ABNT NBR ISO 14.001 (2015, p. 2), conceitua sistema de gestão ambiental
como, “parte do sistema de gestão usado para gerenciar aspectos ambientais, cumprir
requisitos legais e outros requisitos, e abordar riscos e oportunidades”.
Vários são os benefícios de adotar um sistema de gestão ambiental (SGA).
Explicados por numerosos autores, os principais deles são: redução de custos e a
possibilidade dada à empresa para usar recursos como água, energia e mão-de-obra
com maior planejamento. Segundo Almeida et al (2001), estas reduções poderão
compensar os custos gerados com as instalações exigidas pelo SGA e conquistas de
novos mercados.
Teodoro (2002) analisa que nas últimas décadas fatores como a
responsabilidade ambiental está se tornando elemento chave na competitividade da
empresa, fazendo com que consumidores tenham uma imagem positiva em relação à
empresa, e barreiras sejam quebradas para que a organização expanda a
comercialização de seus produtos; redução de riscos.
Martens, Nadae e Carvalho (2014), verificaram a relação entre empresas com
certificação de qualidade e empresas com certificação socioambiental e perceberam
que existe relação entre essas empresas e que os sistemas integrados de gestão

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possibilitam perceber as necessidades dos empregados e a definir novos objetivos,


relacionados à saúde empresarial dentre outros fatores relacionados a questões
socioambientais.

4.5 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL NBR ISO 14.001


A ISO 14.001, foi lançada em 1996 e atualizada em 2004. Esta, por sua vez,
está diretamente relacionada aos impactos negativos gerados por determinadas ações
empresariais, não pelo simples desempenho da empresa.
Atualmente certificações de qualidade são buscadas pelas empresas. Visto que o
mercado está sempre aumentando, o nível de competitividade. Nos tempos modernos
os consumidores buscam não apenas produtos e serviços com baixo valor monetário,
acima disso está a responsabilidade social da empresa, certificadas através de
resoluções como a NBR ISO 14.001. Organizações que adquirem esta certificação têm
obtido resultados. (PINTO; MARDEGAN, 2009)

4.6 ESTUDOS CORRELATOS


Marçal e Lucena (2013) propõem em sua pesquisa um programa relacionado à
administração dos resíduos sólidos, na empresa de laticínios Belo Vale no município
de Sousa-PB. Os resultados foram positivos em vários departamentos, por exemplo, a
contabilidade da empresa percebeu uma queda nos custos financeiros, relacionados à
compra do material anteriormente utilizado.
Rabelo e Amaral (2014) realizaram uma pesquisa em uma indústria de laticínios
de médio porte na cidade de Paracatu – MG. Os mesmos, propuseram a aplicação de
um sistema de gestão ambiental (SGA), para verificar quais os benefícios obtidos,
decorrente da implementação do mesmo. Aplicado o SGA, a empresa obteve
melhorias relevantes, pois pode controlar melhor o gerenciamento dos resíduos
sólidos, poluentes ao meio ambiente, além de tornar-se uma empresa mais competitiva.
Pereira, Antunes, Mineiro, Barbosa e Antonialli (2017), aplicaram um estudo em
diversas indústrias lácteas para avaliar as racionalidades presentes nos discursos dos
gestores de laticínios quanto à inovação ambiental. Generalizando os resultados,
identificou-se o predomínio da racionalidade instrumental nos argumentos dos
gestores, pois, a maioria deles concorda que com a pressão imposta pela legislação, as
empresas para não pagarem multas ou outras penalidades, buscam aumentar a
eficiência das metodologias utilizada para reduzirem os impactos ao meio ambiente.

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A fim de identificar e analisar os benefícios econômicos referentes à


implantação da Gestão Ambiental, Junior e Olavo (2014) realizaram um estudo na
empresa de laticínios Santa Maria Ltda., localizada na cidade de Nossa Senhora da
Glória – SE. No tocante aos principais resultados destaca-se a declaração de que a
implantação da gestão ambiental foi adotada a fim de cumprir as exigências legais,
porém, atualmente a organização tem como uma atitude estratégica, pois melhorou a
imagem da empresa, proporcionou a redução nos custos e deu suporte para novas
oportunidades de negócio.
Ao observar a importância da atividade láctea na Bacia do Rio Pomba, Silva,
Siqueira e Nogueira (2018), com o objetivo de determinar possíveis impactos
ambientais dos efluentes lácteos em cursos d’água, realizaram estudos, através da
caracterização durante o ciclo de produção dos efluentes de cinco laticínios. A partir
das variáveis utilizadas chegou-se a conclusão que os laticínios não atendiam aos
padrões legais, principalmente pelo pouco aproveitamento do soro do leite.
Visto a necessidade de melhorias socioambientais nas empresas de pequeno
porte, Pereira e Moreira (2018) realizaram uma análise bibliométrica dos Anais do
EGEPE (2000 a 2016). Para esta pesquisa foram encontrados 21 artigos. A pesquisa
propõe-se a identificar os principais aspectos da gestão socioambiental nas micro e
pequenas empresas brasileiras. Este estudo concluiu que é necessária uma maior
discussão de práticas sustentáveis dentro das organizações, gerando conhecimento
acadêmico e interação social para maior conscientização por parte de micro e pequenos
empreendedores, governo, consumidores e demais stakeholders.
Silveira, Alves e Flaviano (2014), realizaram uma pesquisa em um laticínio.
Através deste estudo de caso foi observado as praticas, benefícios e dificuldade para
implantação de um sistema de gestão de qualidade. Os autores concluíram que a
inserção de um SGQ apesar de ser trabalhoso é recompensador.

4.7 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS


A seguir serão descritas as principais características das empresas pesquisadas
e como elas se comportam em relação à gestão socioambiental, no tocante a
administração interna, fornecedores, órgãos regulamentadores e ao mercado
consumidor.

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4.8 SOBRE AS EMPRESAS E OS ENTREVISTADOS


A empresa A, classifica-se como uma empresa de médio porte, com cerca de
750 (setecentos e cinquenta) funcionários e 25 (vinte e cinco) anos de atuação no
mercado. O entrevistado da empresa A possui 19 (dezenove) anos de atuação na
empresa como gerente de produção, o mesmo possui formação acadêmica na área de
administração. Em relação e empresa B, esta por sua vez classifica-se como uma
empresa de pequeno porte e está no mercado há 11 (onze) anos, empregando 16
(dezesseis) funcionários. O entrevistado da empresa B atua na mesma há 9 (nove) anos
como gerente de produção.

4.9 CONDUTA AMBIENTAL DAS EMPRESAS


Administração geral
Em referência a importância dada às questões ambientais pela direção da
empresa A, foi afirmado que essa é uma das prioridades da empresa. Em menção a
isto, há vinte anos a empresa trabalha com uma política ambiental de tratamento de
água, assumindo os compromissos de tratar os efluentes líquidos, usar a água para a
fertirrigação e recolher o material do tratamento. A empresa B, por sua vez, acredita
que a direção da empresa necessita dar mais atenção para as questões ambientais, pois
ainda não possuem nenhuma política ambiental.
Pereira, Antunes, Mineiro, Barbosa e Antonialli (2017), avaliaram as
racionalidades presentes nos discursos dos gestores de laticínios quanto à inovação
ambiental. Perceberam que há um predomínio da racionalidade instrumental nos
argumentos dos gestores, pois, a maioria deles, se referia às mudanças nos processos
empresariais com vistas à redução de impactos ao meio ambiente motivadas,
principalmente, por fiscalização, ou seja, como uma forma de se adequarem à
legislação vigente e, assim, evitarem multas e outras penalidades.
Contudo, os gestores das empresas do setor de laticínios estudadas no
município de Sousa, não possuem essa mesma postura frente as questões ambientais.
Estes, por sua vez, afirmam que a administração ambiental é prioridade na empresa e
que ainda necessita oferecer mais atenção a essas questões, e as empresas estão
dispostas a melhorarem constantemente as políticas socioambientais. Pois reconhecem
que não apenas os processos legais irão melhorar, como também a imagem da empresa
e consequentemente os resultados da empresa em forma de lucro.

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Outras pesquisas foram feitas por Dalmoro e Cyrne (2017) e Filho e Rosa
(2017), estes buscaram descrever as principais práticas de gestão ambiental nas
empresas do Rio Grande do Sul e de Goiás consecutivamente. Nestas, entende-se que
um dos pilares para uma ótima gestão ambiental é o envolvimento da alta
administração na gestão ambiental, afinal é do topo da torre hierárquica da empresa
que provém as principais decisões. Assim, quanto mais a administração geral das
empresas sousenses apoiarem e se envolverem na causa ambiental, melhor serão os
resultados provenientes desse investimento.
A empresa B chegou a conclusão que o principal motivo para ainda não possuir
uma boa gestão socioambiental é o fato de ainda ser uma empresa de pequeno porte.
Portanto, a empresa B infelizmente conta com várias barreiras e a falta de fatores que
potencializem o desenvolvimento dessas práticas na empresa, como concluiu Martins,
Filho e Nagano (2016). Estes concluíram que a maioria das especificidades das
empresas de menor porte está relacionada ao surgimento de barreiras à gestão
ambiental e, por outro, que ainda são poucos os fatores com potencial de facilitar o
desenvolvimento de práticas ambientais nessas empresas.
Administração jurídica
Sobre a legislação ambiental, a empresa A possui fiscalização da
Superintendência de Administração do Meio Ambiente (SUDEMA) e do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (IBAMA). Estas auditorias são
realizadas em média a cada 6 (seis) meses. A empresa realizou investimentos, através
do aumento do aparelho do tratamento de água para melhorar as questões ligadas a
legislação ambiental. A empresa B, da mesma forma possui fiscalização dos órgãos
SUDEMA e IBAMA. Para otimizar as questões relacionadas a legislação ambiental a
empresa fez investimentos através do tratamento de resíduos líquidos.
Silveira, Alves e Flaviano (2014) mostraram através da sua pesquisa que uma
das principais práticas para implementação de um SGA é a adequação a legislação.
Portanto isso é um ponto positivo para as empresas A e B, visto que estas já se
enquadram a legislação vigente.
Contudo a pesquisa de Pereira, Antunes, Mineiro, Barbosa e Antonialli (2017)
aponta que a administração na maioria das empresas lácteas brasileiras só atende as
questões ambientais na medida em que as leis vigentes no Brasil impõem. Sendo
assim, as empresas A e B devem repensar suas práticas ambientais, visto que não
devem ser percebidas como obrigações impostas por lei, pelo contrário este é um fator

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diferencial, sendo que os consumidores estão cada dia mais atentos a questões
ambientais nos produtos.
Administração financeira
Tendo em consideração a administração financeira a empresa A considerou
impossível responder questões relacionadas ao nível de investimento financeiro
destinado ao melhoramento da legislação ambiental ou outros investimentos para áreas
relacionadas ao meio ambiente. A empresa B não teve condições de fazer essa
mensuração, pois a mesma não realiza investimentos em questões ambientais e o
investimento que foi realizado para melhorar os processos referentes a legislação
ambiental não houve registro da soma dos valores investidos.
Junior e Olave (2014) realizaram um estudo nesse sentido, para identificar e
analisar os benefícios econômicos alcançados com a Implantação da Gestão Ambiental
na empresa de laticínios Santa Maria Ltda., localizada na cidade de Nossa Senhora da
Glória, Estado de Sergipe. Destaca-se a declaração de que a implantação da gestão
ambiental se iniciou por exigências legais e passou a ser um componente estratégico
que proporcionou redução de custos, novas oportunidades de negócio e melhoria da
imagem organizacional.
A falta de recursos financeiros, é um dos principais motivos que desestimulam
as empresas a investirem na implementação de um SGA. Uma vez que as empresas
não possuem dinheiro suficiente para investimentos, elas dão prioridade a cortes na
gestão ambiental. Isso acontece porque essas empresas assim como as empresas A e B,
desconhecem os benefícios empregados com o SGA. Silva, Bortoluzzi e Bertolini
(2017), concluem que um dos principais benefícios decorrentes de um melhor
gerenciamento ambiental é a conscientização dos consumidores que passarão a
observar nos produtos e serviços a responsabilidade ambiental e estarão dispostos a
contribuir financeiramente para tal.
Administração de recursos humanos
Uma das abordagens da gestão de recursos humanos, diz respeito a
treinamento, desenvolvimento e educação. No tocante a isso, a empresa A atual com
um programa de educação interno com todos os funcionários e a comunidade local na
forma de treinamento diário. A empresa B, não adotou ainda nenhum programa de
educação, desenvolvimento ou educação. Esta disse que ainda não possui esse tipo de
programa porque a gestão socioambiental na empresa ainda está iniciando.

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Pesquisa e desenvolvimento
No quesito pesquisa e desenvolvimento, a empresa A ainda não possui
nenhuma certificação ambiental nos seus produtos. Entre 2015 e 2016 a empresa
tentou implantar a norma ISO, entretanto percebeu-se que antes de implantar a norma
existiam prioridades internas, o que acabou fazendo com que a norma não fosse
colocada a norma. A empresa B, por sua vez aplica nos seus produtos a certificação do
Serviço de Inspeção Estadual (SIE).
Uma das formas de mensuração do nível de maturidade de um Sistema de
Gestão Ambiental é possuir a certificação ISO 14001 (PEIXE, CRISTINA, BORNIA,
TEZZA e CAMPOS, 2019). As empresas A e B, ainda não possuem um SGA escrito,
porém devem estar atentas a esse fator. Estas, podem adotar um SGA, mas esse só
será reconhecido como maduro e eficaz quando a empresa obtiver a
certificação exigível, sendo a ISO 14001.
Compras
No que diz que diz respeito aos padrões exigíveis pelas empresas aos seus
fornecedores, quanto a compra da sua matéria prima principal a empresa A atende aos
padrões exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA),
dando ênfase a qualidade do leite do campo até a indústria. A empresa tem total
controle no campo, começando na alimentação dos animais até a temperatura de
conservação do leite na movimentação da fazenda à indústria e armazenagem. A
empresa B não possui nenhum padrão de exigência ao comprar o leite, mas faz estudos
de amostragem para verificar se o leite está puro ou se contém algum tipo de resíduo.
Os gestores justificam que não possui nenhum padrão porque o leite é recolhido nas
fazendas e misturados por pessoas entregam na indústria, isso dificulta o conhecimento
de quem foi fazendeiro que vendeu o leite em maus condições de uso.
Produção e manutenção
Quanto à implantação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA), a empresa
A disse que ainda não possui. Esta realiza apenas um controle ambiental interno com
os órgãos fiscalizadores SUDEMA e IBAMA. A empresa ao perceber os impactos
ambientais gerados pelas suas atividades, buscou implantar uma estação de tratamento
de água e melhorar a gestão de resíduos. A empresa B, por sua vez, não possui nenhum
SGA, pois ainda está despertando para trabalhar questões ambientais. A empresa é
conhecedora de quais os impactos que as atividades empresariais podem causar ao
meio ambiente, mas ainda não adotou nenhuma atitude para minimizar esses impactos.

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Contudo, a empresa A ou a empresa B não possuem ainda nenhum tipo de auditoria


interna relacionada ao meio ambiente.
Visto às dificuldades enfrentadas pelas empresas para implantar um SGA,
Silveira, Alves e Flaviano (2014) verificaram quais são as práticas, benefícios e
dificuldades na busca pela implantação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA). Os
principais benefícios encontrados foram melhoramento nas práticas a adequação a
legislação; diminuição de resíduos; capacitação de colaboradores; melhor consumo de
energia; preservação de água/efluentes. Por outro lado, dificuldades em se adequar as
constantes atualizações de legislação e de gestão dos colaboradores.
Sob o conhecimento desses benefícios as empresas estudadas, provavelmente
ainda não implantaram um SGA em decorrência das dificuldades enfrentadas para
instalação do mesmo. Contudo estas empresas despertam interesse na ideia de
implementação, principalmente a empresa A, que já faz um controle ambiental interno,
com os órgãos fiscalizadores SUDEMA e IBAMA.
Marketing e logística de distribuição
No setor de marketing a empresa A utiliza o Sistema de Apoio ao Consumidor
(SAC), para atender as sugestões e reclamações dos clientes, contudo nunca houveram
ligações para tratar sobre alguma patente ambiental dos produtos. Sendo assim a
empresa produz relatórios dos seus produtos através de análises e coletas apenas como
prevenção, ao caso de algum cliente fazer reclamações sobre alterações no produto. Na
empresa B não existe nenhum tipo de relatório apresentado sobre o desemprenho
ambiental dos produtos, também ainda é necessário a implantação de um canal onde
os consumidores dessa marca possam fazer reclamações ou sugestões para a empresa,
no tocante a exigências ambientais. Contudo, esta empresa ao conhecer os riscos
ambientais presentes na distribuição dos seus produtos, adotou como precaução de
gerenciamento desses riscos o uso do Diesel US10 nos seus caminhões.
Desempenho ambiental
Algumas questões relacionadas ao desempenho ambiental da empresa A,
mostram que os principais impactos ambientais das atividades, produtos ou serviços
da empresa estão relacionados a resíduos sólidos na forma de papel e embalagens
plásticas, e para melhor direcionar esse material, algumas associações conveniadas
com a prefeitura municipal coletam para reciclagem. Os principais indicadores
utilizados pela empresa para medir o desempenho ambiental é o consumo de lenha,
quantidade de resíduos no ambiente, direcionamento dos efluentes e número de

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licenças dos órgãos fiscalizadores. Na empresa B os principais impactos causados ao


meio ambiente decorrente das atividades da empresa reconhecidos pelo gestor, estão
relacionados a queima de lenha e a poluição do solo. A empresa ainda não utiliza
nenhum indicador para medir seu desempenho ambiental, visto que não existe uma
administração para o setor socioambiental.
Silva, Siqueira e Nogueira (2018) realizaram uma pesquisa para determinar
possíveis impactos ambientais dos efluentes lácteos em cursos d’água, caracterizando
durante o ciclo de produção os efluentes de cinco laticínios. Foi
constatado que os laticínios não atendem aos padrões legais para lançamento de
efluentes, mesmo com estações de tratamento instaladas. O principal motivo é o baixo
aproveitamento do soro, associado à ineficiência no tratamento dos efluentes.
A partir dessa análise percebeu-se que as atividades realizadas pelo setor de
laticínios têm capacidade de gerar diversos impactos negativos que prejudicam o meio
ambiente, estes contemplam desde a queima da lenha usada nas caldeiras até a
contaminação do solo, seja pela má administração dos efluentes sólidos ou a
ineficiência no tratamento dos efluentes líquidos.

5 CONCLUSÃO
O presente estudo teve como principal objetivo analisar as práticas de gestão
socioambientais dos atores envolvidos com a atividade de laticíniios no município de
Sousa – PB. Para isso foram realizadas entrevistas com as empresas de laticínios do
município e seus stakeholders, para identificar como essas organizações se comportam
em relação ao meio ambiente.
Os resultados dessa pesquisa mostraram que essas empresas reconhecem a
importância que deve ser dada às questões ambientais. Por isso essas estão em busca
de melhorias nas questões socioambietais. Um fator desestimulante, talvez o principal,
é a escassez de recursos financeiros e falta de incentivos governamentais. Contudo,
mesmo diante das dificuldades, estas empresas de forma independente estão
encontrando meios de organização para melhor cuidar do meio ambiente, protejendo
assim a biosfera e as pessoas que nela habitam.
No que se refere aos objetivos específicos, com o intuito de atender o primeiro
e o segundo, foram feitas entrevistas nas empresas para conhecer as principais
características das empresas de laticínios e dessa forma saber quais as possíveis
ferramentas e modelos socioambientais utilizados pelas empresas. Com isso foi

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possível identificar as potencialidades dessas empresas no tocante ao meio ambeinte e


indicar possíveis melhorias, com intuito de priorizar o meio ambiente nas atividades
empresariais. Ao se tratar do terceiro e do quarto objetivo específico, foram
identificadas as práticas de gestão socioambientais dos atores envolvidos com a
atividade de laticínios e analisada a percepção de alguns stakeholders acerca das
práticas socioambientais dos atores envolvidos com a atividade de laticínios. Diante
disso foi possível fazer uma análise de como acontece a relação dessas entidades
com o setor de laticínios, além da importância que é reconhecida à questões sociais e
ambientais.
Apesar da relação homem-natureza ser importante em qualquer atividade, o
setor de latcínios foi escolhido por suas atividades influenciarem diretamente nos
impactos causados ao meio ambiente, além do fato de o município ser pólo indusrtrial
das atividades lácteas no estado.
Ao longo da pesquisa mostrou-se perceptível que as empresas analisadas estão
buscando práticas que unam seus objetivos financeiros com práticas ambientais, pois
as mesmas reconhecem que suas aividades empresariais se não forem bem gerenciadas
poderão causar impactos negativos irreversíveis ao meio ambiente, afinal quando os
resíduos líquidos e sólidos são lançados nos rios, estes ficam contaminados
impossibilitando o consumo da água pela população. Além disso os resíduos também
podem ser lançados no solo, podendo causar infertilidade.
Percebendo assim os impactos ao meio ambiente que podem ser causados por
essas empresas, recomenda-se que estas organizações agregem Sistemas de Gestão
Ambiental ao processo produtivo dos seus produtos. Considerando que estas empresas
por se tratarem de empresas de pequeno e médio porte não possuem capital disponível
para a implementação do sistema ISO 14.001, elas podem iniciar seu processo de
melhorias optando pelo Sistema de Gestão da Qualidade ISO 9.000, enão à partir de
otimização na qualidade seriam revistas práticas ambientais, preparando assim a
organização para um SGA.
Com o alcance do objetivo traçado, entretanto, as conclusões em relação aos
resultados têm um alcance limitado. Dentre as limitações da pesquisa pode ser
destacado: o pequeno número de empresas na região; a dificuldade na comunicação
com os responsáveis pelas empresas e órgãos públicos filiados ao setor de laticínios;
além disso a pesquisa foi realizada com ênfase no setor de produção das indústrias.
Visto que todo o processo é de suma importância e podem ser aprimorados com intuito

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.3, p. 32083-32102 mar 2021


Brazilian Journal of Development 32099
ISSN: 2525-8761

de melhor preservar o meio ambiente, propõe-se para novas pesquisas que sejam
utilizadas todas as etapas da cadeia produtiva do leite.

AGRADECIMENTOS
Agradeço ao PIBIC/CNPq–UFCG por permitir que essa pesquisa tenha sido realizada
da melhor forma e a minha orientadora, professora Doutora Maria de Fátima Nóbrega
Barbosa.

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.3, p. 32083-32102 mar 2021


Brazilian Journal of Development 32100
ISSN: 2525-8761

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International Journal of Development Research


ISSN: 2230-9926 Vol. 11, Issue, 04, pp. 46008-46012, April, 2021
https://doi.org/10.37118/ijdr.21501.04.2021

RESEARCH ARTICLE OPEN ACCESS

SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL PARA A INDÚSTRIA DO SETOR DE LATICÍNIOS:


UM ESTUDO BIBLIOMÉTRICO
*Ana Isabelle Gomes Lopes
Universidade Federal de Campina Grande, Brazil

ARTICLE INFO ABSTRACT

Article History: A partir do início do século XXI, está acontecendo uma mudança no cenário industrial. As
Received 17th January, 2021 empresas que anteriormente visavam apenas obtenção de lucro, estão sendo forçadas pelos
Received in revised form consumidores a adequar em sua produção modelos e ferramentas de gestão ambiental. Nesta
26th February, 2021 perspectiva, as indústrias de laticínios como potenciais poluidoras do meio ambiente precisam
Accepted 04th March, 2021 rever seus antigos modelos de gestão. Desse modo, neste artigo buscou-se analisar as
Published online 13th April, 2021
características da produção científica sobre sistemas de gestão ambiental no setor de laticínios,
Key Words: por meio de uma pesquisa bibliográfica na base de dados Web of Science, utilizando as leis de
Zipf, Lotka, e Bradford para a realização da pesquisa. Os resultados indicam um período de
Digital culture; Machine man;
equilíbrio na publicação dos temas pesquisados (2001-2015), com aumento das publicações a
Mediation; Interaction.
partir de 2016. Por fim, foi possível identificar as principais publicações, relacionando por ano e
*Corresponding author: Ana Isabelle autores, como também quantificar os dados das publicações nesses temas.

Copyright © 2021, Ana Isabelle Gomes Lopes. This is an open access article distributed under the Creative Commons Attribution License, which permits
unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.

Citation: Ana Isabelle Gomes Lopes, 2021. “Sistema de gestão ambiental para a indústria do setor de laticínios: um estudo bibliométrico”, International
Journal of Development Research, 11, (04), 46008-46012.

laticínios? Dessa forma, o objetivo dessa pesquisa é investigar quais


INTRODUÇÃO as principais características da produção científica relacionada aos
sistemas de gestão ambiental no setor de laticínios. Para direcionar a
O Brasil a partir da década de 1960, passou por diversas pesquisa, foi abordado o tópico relacionado aos modelos de gestão
transformações no âmbito empresarial. Isto, decorreu principalmente ambiental: sistema de gestão ambiental, seguido de uma pesquisa
pelo êxodo rural, onde as pessoas mudaram-se da zona rural para a bibliográfica e bibliométrica nas bases de dados Spell e Web of
zona urbana. Consequentemente houve um aumento exponencial do Science, utilizando o método qualitativo através da observação dos
número de indústrias. Entretanto esse movimento não ficou restrito ao mapas gerados nos softwares utilizados. Após a obtenção das
Brasil, pelo contrário, países como Estados Unidos já estavam no informações em função do número de citações por autor, foi realizada
auge do mundo industrializado (ANDRADE, TACHIZAWA, e uma análise das informações, por fim, conclui-se o artigo por meio
CARVALHO, 2000). A partir dessas mudanças na sociedade das considerações finais.
moderna, como o superaquecimento global e uma série de catástrofes
ambientais, começaram a surgir no mundo reuniões e concílios para
fomentar acordos entre países afim de reduzir o índice de poluição e REFERENCIAL TEÓRICO
preservar a saúde do planeta Terra. Assim, permitindo reduções nas
perdas ambientais herdadas das indústrias que cresciam de forma Sistema de Gestão Ambiental: Os sistemas de gestão ambiental
descontrolada. Dias (2011) mostra que ao observar esse cenário de abrangem uma ampla série de práticas engenhosas para melhorar o
poluição gerado pelas indústrias, aconteceram ao redor do mundo desenvolvimento empresarial no tocante a gestão estratégica.
eventos como a Conferência de Estocolmo (1972), que fez com que o Entretanto, com as diversas mudanças na sociedade os SGA estão
governo brasileiro tomasse algumas atitudes para reduzir o nível de passando por mudanças afim de acompanhar as necessidades sociais
poluição ambiental. Em seguida, surgiram as Normas Brasileiras (STEVENS, BATTY, LONGHURST e DREW, 2012). A partir disso,
(NBR), criadas pela Associação Brasileira de Normas e Técnicas Peixe (2014) estabeleceu uma lista de itens que influenciam no nível
afim de regulamentar as ações empresariais. Assim, algumas destas de maturidade de um SGA de empresas industriais, usando o GRM
normas como por exemplo a ISO 14 001 explica como deve ser um (Graded Response Model). Nesta escala estão inseridos os fatores:
sistema de gestão ambiental (DIAS, 2011). Na tentativa de entender idade da empresa, setor de atividade, modelo de administração,
melhor as características dos modelos de gestão empresarial constituição legal, divulgação de informações por meio de relatórios,
explicados nas produções científicas, surgiu o seguinte certificação ISO 14001, projeto para redução do uso de água, energia
questionamento: Quais são as características das produções e matéria-prima, seguro contra acidentes ambientais e participação no
científicas no tocante aos sistemas de gestão ambiental para o setor de mercado de carbono. Os SGAs começaram a surgir em 1990, nos
46009 Ana Isabelle Gomes Lopes, Sistema de gestão ambiental para a indústria do setor de laticínios: Um estudo bibliométrico

segmentos produtivos mais avançados tecnologicamente. Porém, esta Referencial Teórico, informando na seguinte sequência: sistema de
política inovadora, está atualmente agregando valores a todos os gestão ambiental (environment management system) e setor de
ramos de organizações. Isto acontece porque cada vez mais os laticínios (dairy industry). A obtenção dos dados foi realizada no
consumidores cobram das empresas certificações de responsabilidade segundo semestre de 2019. Com a obtenção do quantitativo de artigos
ambiental, a fim de satisfazerem as suas necessidades de adquirirem encontrados foi realizado o mapeamento da evolução da quantidade
bens que sejam sustentáveis para o planeta. Dessa forma, a de artigos publicados ao longo do tempo, afim de saber as tendências
implementação de um SGA tornou-se um fator de competitividade de interesse pelo tema (CRESWELL, 2010). A partir da análise foi
empresarial, uma vez que melhora a visão do consumidor em possível apresentar os resultados em forma de gráficos e tabelas que
detrimento das demais empresas que não possuem, o que eleva as demonstram: evolução das publicações por ano; áreas de publicação
vendas da empresa, e consequentemente seus lucros. Além disto, dos artigos; as 20 publicações mais citadas; autores com mais
deve ser levado em consideração as possíveis economias como água e publicações; os 20 journals com maior número de publicações.
energia, o que reduzirá os gastos desta empresa (PIACENTE, 2005). Complementando a pesquisa bibliométrica, foram realizadas
Pinto e Mardegan (2009) concordam com essa perspectiva ao construções gráficas através do software Vosviewer® v.1.6.10, para o
mostrarem que atualmente certificações de qualidade são buscadas sistema Windows, obtendo como resultados a montagem de duas
pelas empresas. Visto que o mercado está sempre aumentando. Com figuras que deram suporte para todos os resultados desta pesquisa. O
o nível de competitividade nos tempos modernos os consumidores tratamento dos dados dessa pesquisa foi realizado por meio de um
buscam não apenas produtos e serviços com baixo valor monetário, método misto, ou seja, se utilizou de técnica quantitativa e qualitativa
acima disso está a responsabilidade social da empresa, certificadas (por meio da análise de conteúdo) numa proporção que contribuiu
através de resoluções como a NBR ISO 14.001. Outros benefícios para obter esclarecimentos consistentes e complementares acerca da
mostrados são: organizações que adquirem esta certificação têm problemática que se propôs a investigar.
obtido resultados. Melhoria da imagem empresarial, os consumidores
reconhecem que a empresa é responsável com o meio ambiente.
Elevado comprometimento dos funcionários, estes trabalham com RESULTADOS E DISCUSSÕES
mais entusiasmo, pois os mesmos reconhecem que suas atitudes
beneficiam também a comunidade externa a empresa. A Figura 1 representa a evolução das publicações relacionadas por
Comprometimento e criatividade para novos desafios, os ano, por meio da pesquisa na Web of Science utilizando os tópicos
colaboradores terão certeza que seu trabalho é importante para a Sistema de Gestão Ambiental e Setor de Laticínios. Com os
conservação do meio ambiente, toda a equipe organizacional irá resultados obtidos, percebe-se que existe um crescimento no número
buscar novos meios para se reinventarem a fim de preservar sempre de publicações ao longo dos anos, entretanto é um crescimento de
mais, pois terão um objetivo em comum. Melhoria das relações com forma irregular. De forma que em 2001 houve apenas 1 (uma)
órgãos governamentais, comunidade e grupos ambientalistas, a publicação, enquanto em 2016 chegou a um nível recorde no século
organização será apontada por todos como responsável e XXI com 24 (vinte e quatro) publicações (Figura 1).
ecologicamente correta, atraindo cada vez mais pessoas que a
apoiarão, contribuindo no marketing da empresa (PINTO e Quadro 1. Leis para a pesquisa bibliométrica
MARDEGAN, 2009).
Lei Descrição
Frequência de ocorrência de palavras em um texto para
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Zipf
propor indexações.
Observa a produtividade dos autores, fundamentada na
Lotka premissa de que o número de publicações de alguns
A fim de alcançar o objetivo proposto nesta pesquisa realizou-se
pesquisadores é maior que de outros.
inicialmente uma busca na base de dados Web os Science , para Estima o grau de relevância de periódicos em uma área de
coletar os dados necessários na estruturação dos resultados. Para isso, conhecimento científico. Pressupõe que os artigos
foi utilizado o caminho de acesso da Universidade Federal de Bradford pioneiros sobre determinado tema são publicados em
Campina Grande, direcionado para o Portal da CAPES até a referida periódicos apropriados, atraindo mais artigos sobre o
base de dados. Assim foi feito um recorte de artigos sem assunto e tornando referência na temática em questão.
especificações temporais, a fim de analisar todas as produções Fonte: Guedes e Borschiver (2005).
bibliográficas encontradas nesta base de dados. Também não houve
filtragem relacionada ao idioma para que pudessem ser analisados O primeiro artigo publicado que relaciona os dois construtos foi no
todos os artigos publicados. Para a seleção, foram especificados os ano de 2001, ocorrendo aumentos gradativos não lineares com o
tópicos “environment management system”, acrescentado “and” e passar do tempo. Desse modo, à partir de 2011, ou seja, uma década
colocado como segundo termo “dairy industry”, para resultados dos depois, as publicações aumentaram para uma média de 10
artigos de sistema de gestão ambiental no setor de laticínios. Dessa publicações por ano. Exalta-se o ano 2016 onde aconteceu o maior
forma, esta pesquisa é classificada como bibliográfica e descritiva, número de trabalhos acadêmicos na área. Os resultados encontrados
uma vez que se utilizou de materiais didáticos, como livros e artigos na figura 2 relacionam as áreas de publicações dos artigos, com isso é
científicos para a construção do referencial teórico, encontrados nas possível analisar que a área com maior número de artigos publicados,
bases de dados Spell e Web of Science. Estas, por sua vez, foram correspondendo a 113 publicações de artigos do total é Agriculture
escolhidas por propiciar e fornecer dados, através de relatórios e (113), seguida da área de Food Science technology (45); Veretinary
estatísticas para um amplo conjunto de resultados de pesquisas, além Sciences (25); Environmental Sciences Ecology (21); Bunisses
da sua importância quando comparada a outras bases. A pesquisa Economics (11); Engineering (11). Seguida de outras áreas com
focou na produção científica com a análise de dados realizada por quantidade inferior a 10 artigos publicados. Com os resultados
meio da análise descritiva, análise bibliométrica e análise observados é possível perceber que, à respeito do construto de
bibliográfica, respectivamente. Na análise descritiva foi realizada a tópicos, na base de dados pesquisada cerca de 38% dos artigos
obtenção de dados quantitativos acerca dos artigos, com o publicados foram na área de Agriculture. Com a utilização da Lei de
mapeamento da evolução na quantidade de artigos publicados ao Lotka, apresentam-se na Tabela 1 os artigos com maior número de
longo dos anos. A análise bibliométrica foi realizada conforme a citações, informando o autor responsável, o Periódico (Journal) que
sugestão de Guedes e Borschiver (2005), que descreve três leis para a foi publicado e o ano da publicação. O artigo com maior número de
sistematização da pesquisa bibliométrica, conforme explicadas no citações é A review of the cousins of poor fertiliry in hight milk
quadro abaixo. As leis presentes no quadro possibilitaram o producing dairy cows, no ano de 2011, com 277 citações; posterior, o
direcionamento necessário para a pesquisa bibliométrica, como artigo Production diseases of the transmition cow, de Mulligam e
também permitiram definir quais as palavras-chaves para a pesquisa Doherty, do ano de 2008, obteve 158 citações.
dos artigos. Para realização da pesquisa foram utilizadas palavras-
chaves obtidas com a revisão da literatura, exposta no tópico
46010 International Journal of Development Research, Vol. 11, Issue, 04, pp. 46008-46012, April, 2021

Fonte: Dados da Pesquisa

Figura 1. Evolução das Publicações sobre Sistema de Gestão Ambiental no Setor de Laticínios

Fonte: Dados da Pesquisa

Figura 2. Área de publicação

Tabela 1. Top 10 Publicações – Citações

Citações Título Autores Journal Ano


277 A review of the cousins of poor fertility in Walsh, SW; Williams, EJ; Evans, Animal Reproduction Science 2011
hight milk producing dairy cows ACO
158 Production diseases of the transmition cow Mulligam, FJ; Doherty, Ml Veterinary Journal 2008
152 Eimeriosis in cattle: Current understading Daugschies, A; Najdrowskii, M Journal Of Veterinary Medicine Series B- 2005
Infectious Diseases And Veterinary
Public Healt
92 Whole-farm perspectives of nutrient flows in Rotz, CA; Taube, F; Russele; MP; Crop Science 2005
grassland agriculture et al
79 The environmental impact of recombinant Capper, JL; Castaneda, G; Cady, R Proceeding Of The National Academy Of 2008
bovine somatotropin (sbST) use in dairy Science Of The United States Of America
production
73 Behavioral needs of the transmition cow and Cook; NB; Nordlund, KV Veterinary Clinics Of North America- 2004
considerations for special needs facility Food Animal Practice
desing
71 Invited review : Sustainability of the US von Keyserlingk, MAG; Martin, Journal Of Dairy Science 2013
dairy industry NP; Kebread, E; et al
56 Nutrient budgeting as na approach to Gourley, CJP; Powell, JM; Australian Journal Of Experimental 2007
improving nutrient management on Dougherty, WJ; et al Agriculture
Australian dairy farms
53 Impact of climate change on the dairy Silanikove, N; Koluman, N Small Ruminant Research 2015
industy in temperate zones
53 Modeling carbon cycles and estimation of Kuestermann, B; Kainz, M; Renewable Agriculture And Food 2008
greenhouse gas emissions from organic and Huelsbergen, K Systems
conventional farning systems
Fonte: Dados da pesquisa
46011 Ana Isabelle Gomes Lopes, Sistema de gestão ambiental para a indústria do setor de laticínios: Um estudo bibliométrico

Ambos os estudos demonstram importância para o tema e para a Ao relacionar os principais autores informado na Figura 3, apenas
literatura acerca da temática Sistema de Gestão Ambiental no Setor Cady, Capper, Powell e Von estão representados pelos seus artigos na
de Laticínios. As linhas 1 e 2 da Tabela 1 relacionam na sequencia as tabela 1. Nisto, existe apenas uma parceria existente entre Cady e
duas publicações com maior número de citações, em seguida forma Capper, no trabalho intitulado The environmental impact of
relacionados outros 8 artigos publicados que demonstram importância recombinant bovine somatotropin (sbST) use in dairy production, do
para os temas pesquisados. Um ponto em destaque é o ano em que ano de 2008, contendo 79 citações em outros artigos, ficando na
foram publicados os dois primeiros artigos, o qual o primeiro foi no quinta colocação no número de citações. Entretanto os autores dos
ano de 2001 e em seguida no ano de 2002, sendo que nenhum destes artigos com maior número de citações não estão em destaque como
trabalhos pioneiros estão contidos na lista dos mais citados. A figura autores que mais publicaram. Complementando a pesquisa e a
3 gerada com a pesquisa dos temas gerada da base de dados Web of demonstração gráfica de dados bibliográficos, foi utilizado o software
Science evidencia o nome dos 20 principais autores, sendo Cady R.A; Vosviewer®, com a determinação de um mapa, adotando os critérios
Tempelman R.J; Capper J.L; Chapman D.F; Powell J.M e Von a seguir: no primeiro momento foi escolhida a opção Criate a map
Keyserlingk M.A.G, os autores mais representativos, com a based on bibliographic data, que a escolha desta opção possibilita a
publicação de três trabalhos cada, seguido por autores com duas montagem um mapa baseado em dados bibliográficos.
publicações cada.

Fonte: Dados da pesquisa

Figura 3. Principais Autores Identificados

Fonte: Dados da pesquisa

Figura 4. Palavras-Chave com maior relação e frequência


46012 International Journal of Development Research, Vol. 11, Issue, 04, pp. 46008-46012, April, 2021

Seguido a estruturação do mapa e passando para a segunda etapa, como: autores, periódicos, ano de publicação, citações e
existe a opção Choose type of analysis and counting method, a qual volume.
foram selecionadas as opções: Type of analysis (Cooccurrence);
Countig method (Full counting); Unit of analysis (All keywords). Na Com os resultados obtidos e demonstrados por meio de tabelas
terceira etapa da construção do mapa, intitulado de Choose
Threshold, foi instituído o Minimum number of occurrnces of a
e gráficos, constatou-se a influência de autores em publicações
keyword, delimitando em dez itens o número mínimo de ocorrências, do tema, identificando os artigos que possuem maior número
passando de 692 palavras existentes caso o mínimo fosse duas, para de citações. Nesse sentido, destaca-se que os temas passaram
30 itens como limite em ligações entre variáveis na montagem do por um período de estagnação, mas obtendo um aumento em
mapa. Com as etapas de construção do mapa gráfico estabelecidas, publicações em décadas posteriores. Tal aspecto também
foi possível a elaboração de dois mapas gráficos que relacionam e influenciou as produções na área de Agriculture, considerando
separam as palavras-chaves por clusters, sendo que o primeiro cluster a área com maior número de publicação entre as relacionadas.
demonstra que as palavras-chaves com maior relação e frequência são O estudo estabelece uma contribuição ao possibilitar a
Inteligência, Agricultura e Estudos, respectivamente. No segundo utilização de um método para a pesquisa bibliométrica, que
mapa há a representação, por cores, dos anos de publicação a qual
representam os termos encontrados. Na demonstração do mapa
estabelece critérios claros e direcionados por meio das leis de
bibliográfico é possível observar a existência dos dois grupos de Zipf, Lotka e Bradford, podendo tais leis serem aplicadas em
artigos (clusters), separados por cor, mas produzindo uma ligação diversas áreas e pesquisas de trabalhos publicados. A pesquisa
entre os itens e estudos. Dentre as palavras mais usadas para as e o direcionamento do estudo contribuem também para o
ligações, depois de Agricultura e Estudos, está a palavra qualidade, avanço do conhecimento, por conduzir e estabelecer uma
que mesmo estando em uma posição de ligação com o grupo verde, ligação entre duas variáveis que se relacionam em abordagens
interage com o grupo de palavras em vermelho. Nesse ponto, pode-se teóricas, além de encontrar termos que crescem no mercado de
considerar o termo qualidade como um elo de ligação entre os trabalho, devido a maiores níveis de conscientização das
estudos encontrados na pesquisa. Considerando os filtros utilizados pessoas em relação ao assunto. Como limitação estabelece o
no Vosviewer® versão 1.6.10 para o sistema Windows®, foi possível
estabelecer uma relação entre os artigos publicados por meio de
filtro aplicado a pesquisa, que utilizou a Base de Dados Web of
palavra-chave e os anos de publicação, separados por cores, na escala Science, selecionando os artigos completos publicados em
que consta na Figura 5. Na escala as publicações estão relacionadas a Periódicos que relacionavam Sistema de Gestão Ambiental e o
partir da cor mais escura, anterior ao ano de 2010, havendo uma Setor de laticínios, não havendo delimitação do tempo. Com
mudança das cores até o amarelo claro, que representa o ano de 2014 isso, a pesquisa pode ser aplicada em novas bases de dados e
e posterior. Os anos expostos na escala estão relacionadas com as incluindo outros trabalhos sobre o tema.
publicações relacionadas na Tabela 1, que demonstram que mais da
metade dos estudos foram publicados entre os anos de 2012 e 2014.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, R. O. B.; TACHIZAWA, T.; CARVALHO, A.
B. Gestão ambiental: enfoque estratégico aplicado ao
desenvolvimento sustentável. São Paulo, Makron Books,
2000.
CRESWELL, J. W. Projeto de Pesquisa: métodos qualitativo,
quantitativo e misto. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
DIAS, R. Gestão ambiental: Responsabilidade social e
Sustentabilidade. Atlas, 2° ed. 2011.
GUEDES, V., BORSCHIVER, S. Bibliometria: uma
ferramenta estatística para a gestão da informação e do
conhecimento, em sistemas de informação, de
comunicação e de avaliação científica e tecnológica.
Fonte: Dados da pesquisa
CINFORM – Encontro Nacional de Ciência da
Informação VI, v. 6, 2005.
Figura 5. Publicações por data PEIXE, B. C. S. Mensuração da maturidade do sistema de
gestão ambiental de empresas industriais utilizando a
Os estudos que relacionam as palavras Farmer e milk production teoria da resposta ao item. Doctoral Thesis, Universidade
estão em uma cor azulada, pautados entre os anos de 2010 e 2011, já Federal de Santa Catarina, Florianópolis -SC, 2014
a Dairy Farm está em uma cor amarelada, aproximando do ano de PIACENTE, F. J. Agroindústria canavieira e o sistema de
2014. gestão ambiental: o caso das usinas localizadas nas bacias
hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.
CONCLUSÃO Universidade Estadual de Campinas, Campinas- SP,
Dissertação de mestrado, 2005.
Para responder à questão da pesquisa que buscou analisar as PINTO, T. J. A.; MARDEGAN, Y. M. L. Implementação do
características da produção científica em Sistema de Gestão sistema de gestão ambiental: Fatores críticos de sucesso.
Ambiental e sua relação com o setor de laticínios, foi realizado Ciências Farmacêuticas: Sistema de Gestão Ambiental, p.
um estudo bibliométrico, utilizando a base de dados Web of 296-320, 2009.
Science para identificar publicações de artigos que relacionam STEVENS, P. A., BATTY, W. J., LONGHURST, P. J., &
a temática descrita. Por meio da delimitação do estudo, DREW, G. H. A critical review of classification of
utilizando as técnicas para filtrar e selecionar artigos que organisations in relation to the voluntary implementation
relacionavam os temas propostos nesse estudo, foi possível of environmental management systems. Journal of
chegar a um quantitativo de publicações que foram analisadas Environmental Management, 2012, p.206-212.
de acordo com características relacionadas aos seus conteúdos,

*******
Aplicabilidade das ferramentas de gestão empresarial estratégica usadas nos
empreendimentos dos discentes do curso de administração
Applicability of strategic business management tools used in the developments of
administrative course students

Ana Isabelle Gomes Lopes1

Resumo
v. 8/ n. 3 (2020)
Julho/Setembro
No Brasil o número de microempreendimentos cresce exponencialmente,
e umas das causas é o alto nível de desemprego entre a classe
Aceito para publicação em economicamente ativa. Muitos desses empreendimentos são fundados por
29/06/2020. bacharéis em administração, que geralmente abrem seu próprio negócio
ainda durante o curso. Nessa perspectiva esse artigo se propôs a
1
Graduanda em administração, investigar como os alunos do curso de administração da Universidade
Universidade Federal de Federal de Campina Grande – Campus Sousa colocam em prática os
Campina Grande. E-mail: conhecimentos básicos da administração estratégica adquiridos em sala
anaisabelle00@hotmail.com. de aula nos seus microempreendimentos. Esta pesquisa classifica-se
como exploratória e descritiva, uma vez que investigou as práticas de
gestão estratégica utilizadas pelos discentes a partir do conhecimento
adquirido em sala de aula na vida prática, para isso foi feita uma revisão
na literatura e realizadas entrevistas com os alunos. No estudo observou-
se que as ferramentas de gestão estratégica ciclo PDCA, a análise SWOT
e a matriz BCG são utilizadas como ferramenta de gestão estratégica.
Entretanto não são aplicadas sistematicamente, além disso ainda são
reconhecidas como peças-chave para o alcance dos objetivos
organizacionais. Dessa forma, é indicado que estes administradores e
donos do seu próprio negócio atentem para as ferramentas de gestão
estratégica, reconhecendo nestas o potencial de diferenciar sua empresa
no mercado e assim aumentar as chances de crescimento.

Palavras-chave: ferramentas, gestão estratégica, microempreendimento.

Abstract
In Brazil, the number of micro enterprises grows exponentially and one
of the causes is the high level of unemployment among the economically
active class. Many of these endeavors are founded by bachelors of
business who usually start their own business during the course. From
this perspective, this article proposed to investigate how the students of
the administration course of the Federal University of Campina Grande -
Sousa Campus (Universidade Federal de Campina Grande - Campus
Sousa) put into practice into their micro enterprises the basic knowledge
of strategic management acquired in the classroom. This research is
classified as exploratory and descriptive, as it investigated the strategic
management practices used by students from the knowledge acquired in
the classroom in practical terms, for this it was made a literature review
and interviews with the students were conducted. In the study it was
observed that the PDCA cycle, the SWOT analysis and the BCG matrix

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Ana Isabelle Gomes Lopes

are used as strategic management tools. However, they are not systematically applied, besides they are still
recognized as a key element to the achievement of organizational objectives. Thus, it is indicated that these
managers and owners of their own business give attention to the strategic management tools, recognizing in
them the potential to differentiate their company in the market and thus increase the chances of growth.

Keywords: tools, strategic management, microenterprise.

1. Introdução

O mercado não consegue absorver tantos profissionais formados em administração, e para


não ficarem sem emprego estes bacharéis acabam optando na maioria das vezes por empreender na
área que mais lhe interessa, ou muitas vezes na área que está em crescimento (NICOLINI, 2003).
Na década de 1985, foram realizadas pesquisas para mensurar a importância das micro e
pequenas empresas no Brasil e foi constatado que estas empresas eram responsáveis por 21% do
PIB nacional. Contudo as pesquisas com esse objetivo cessaram e apenas anos mais tarde o
SEBRAE contratou a fundação Getúlio Vargas para novas pesquisas. A última realizada em 2011,
mostrou que os pequenos negócios nesse mesmo ano contribuíram com 27% do PIB. Quando
comparados os valores monetários com o ano de 2001 e 2011, em uma década esse valor cresceu
em mais de 100% (SEBRAE, 2014).
Esta pesquisa é motivada por um problema diário dos graduandos em administração, que
geralmente aprendem o conteúdo ministrado em sala de aula, mas não conseguem coloca-lo em
prática na vida fora dos muros universitários.
Outra motivação é a grande quantidade de alunos que mesmo ainda cursando as disciplinas
do plano pedagógico do curso, já possuem seus pequenos negócios e atuam como gestores desses
microempreendimentos. Entretanto, quase sempre, estes não aplicam os conhecimentos teóricos aos
práticos. Por isso foram selecionados alunos que já cursaram as disciplinas básicas de gestão
estratégica e dessa forma já são conhecedores das principais técnicas que podem expandir seus
empreendimentos (UFCG, 2019).
Dentre as técnicas de gestão estratégica foram escolhidas o Ciclo PDCA, por ser aplicável a
qualquer organização (ABNT, 2008); a matriz BCG, por ser uma técnica de fácil mensuração e a
análise de SWOT, por ajudar a entender tanto o mercado concorrente como seu próprio negócio
(KOTLER e KELLER, 2012).
Nessa perspectiva, essa pesquisa investigou como os alunos do curso de administração da

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Aplicabilidade das ferramentas de gestão empresarial estratégica usadas nos empreendimentos dos discentes do curso
de administração

Universidade Federal de Campina Grande – Campus Sousa colocam em prática os conhecimentos


básicos da administração estratégica adquiridos em sala de aula nos seus microempreendimentos.

2. Gestão estratégica nas Micro e pequenas empresas

No Brasil o número de organizações com fins lucrativos é de aproximadamente 6,4 milhões.


Destes, 99% são consideradas micro e pequenas empresas (MPEs), sendo responsável por 52% da
força de trabalho com carteira assinada no setor privado (SEBRAE, 2018).
A gestão estratégica tem ficado cada vez mais presente no século XXI, tornando-se um dos
temas centrais da administração empresarial. Tendo em consideração as mudanças que aconteceram
na sociedade dos negócios, como aumento de concorrência e as facilidades em construir seu próprio
negócio, as empresas começaram a perceberem que não basta apenas comprar ou produzir e vender
seus bens e/ou serviços. Nesse novo cenário se sobressaem apenas as que possuem uma
administração eficiente, que utilizam ferramentas de gestão estratégica como auxiliadoras de
decisões em todos os seus departamentos (MEDONÇA, et al., 2017).
O conceito de gestão estratégica está relacionado aos objetivos de médio e longo prazo da
empresa, no que diz respeito a administração empresarial. Mas, é importante considerar que para
aplicar esse método em uma instituição são necessárias algumas etapas (HITT e IRELAN, 2011).
Segundo Oliveira (2007) as etapas de implementação da gestão estratégica são: o
diagnóstico estratégico, a missão da empresa, instrumento prescritivo e quantitativo e controle de
avaliação.
Medonça, et al. (2017) percebeu que as micro e pequenas empresas são as que possuem mais
dificuldade em se adaptarem as ferramentas de auxílio a gestão estratégica, pois afirmam não haver
necessidade de tanta formalidade em um pequeno negócio. Com base em pesquisas de campo feita
pelo SEBRAE (2014), a falta de planejamento é a maior causa do fechamento de empresas no
Brasil.
Chiavenato e Sapiro (2003), afirmam que as seis ferramentas principais de gestão estratégica
empresarial devem estar contidas em qualquer negócio, sem levar em consideração se a empresa é
de grande, médio ou pequeno porte. Estas, são consecutivamente, missão e visão; valores; análise
360°; análise SWOT; 5 forças de Porter; matriz BCG. Contudo, essa pesquisa analisará apenas a
análise SWOT, o ciclo PDCA (não incluso na lista de Sapiro e Chiavenato (2013)) e matriz BCG.
Considerado como um dos principais dilemas no mundo empresarial, a ideia do

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empreendimento por necessidade está como uma das causas para tantos microempreendimentos
chegarem à falência. No Brasil, a concorrência no mercado de trabalho aumenta exponencialmente
e isso faz com que as pessoas desempregadas automaticamente comecem a vender, quase sempre
bens, e logo tornar-se um microempreendedor individual. Levando em consideração esta situação,
geralmente são pessoas com pouca experiencia profissional na área de negócios, que não demonstra
o interesse necessário para empreender, assimilando seu negócio apenas a uma solução de
emergência, não percebendo nele uma oportunidade (VALE, CÔRREA e REIS, 2014).
O código civil no artigo 966 afirma que empresário é um profissional que exerce uma
atividade econômica organizada com movimentação ou produção de bens e serviços (Código Civil,
2002). Dessa maneira, não pode ser considerado empresário o indivíduo que apenas compra e vende
bens ou serviços, sem que seja reconhecida nessa pessoa as demais características desta função.

3. Ferramentas de gestão empresarial

3.1 Ciclo PDCA

O ciclo de Deming ou ciclo PDCA, possui nome autoexplicativo na medida em que mostra
que deve acontecer permanentemente. Dessa maneira, nunca chegará ao fim, uma vez que suas
etapas são contínuas (CÔRREA e CÔRREA, 2011).
O PDCA é formado por quatro etapas básicas, conhecidas até mesmo por pessoas leigas em
todo o mundo, depois de sua ascensão no Japão pós-guerra. Este, no que lhe diz respeito pode ser
aplicável a qualquer organização, por ser de fácil acesso (ABNT, 2008).
Conforme Côrrea e Côrrea (2011), essas etapas são:
P – Plan: planejar, constitui a fase inicial do ciclo e é considerada muitas vezes uma das
mais importantes, sendo reconhecida atualmente o momento mais trabalhoso.
D – Do: executar, é o processo de colocar em prática as ideias previstas no planejamento.
Quanto mais realistas forem as propostas pré-estabelecidas, menos serão as chances de haver falhas
no desenvolvimento do projeto.
C – Check: verificar ou checar, neste momento será feita uma análise dos dados obtidos
durante a execução, para dessa forma perceber erros e falhas que não estavam previstas no
processo.

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Aplicabilidade das ferramentas de gestão empresarial estratégica usadas nos empreendimentos dos discentes do curso
de administração

A – Action: agir, aqui serão feitas as correções necessárias ao processo, de forma a gerar um
novo planejamento e dessa forma tornar contínuo o ciclo.
Este método foi criado na década de 1920, por Walter A. Shewhart, e alguns anos após
disseminado por Willian Edward Deming. Entretanto, ainda no século XXI mostra-se eficiente na
gestão empresarial, principalmente quando aliado a outras ferramentas potencializadoras (CÔRREA
e CÔRREA, 2011).

3.2 Análise SWOT

De acordo com Kotler (2012), a análise SWOT, também pode ser chamada de análise
FOFA. Isso porque a função principal dessa análise é estudar quais as forças, fraquezas,
oportunidade e ameaças de uma empresa. Para a partir desses dados, a administração monitorar
fatores do ambiente interno e externo.
Para Maneger (2007), ao analisar seu ambiente externo, a empresa estará percebendo as suas
principais ameaças e oportunidade ao seu negócio. Assim sendo, esta organização estará preparada
para possíveis mudanças no macro e no microambiente. Enquanto, o ambiente interno pode revelar
as forças e fraquezas de certa organização. Mostrando para esta mesma organização quais os seus
limites no tocante a eficácia e eficiência.
Esta técnica geralmente está inserida no plano de negócios da organização, e constitui uma
peça chave para o estabelecimento das metas organizacionais (KOTLER, 2012).

3.3 Matriz BCG

A ferramenta de gerenciamento conhecida como matriz BCG, foi criada em 1963 por Bruce
Henderson. Esta, por sua vez, é uma forma de decisão estratégica para descobrir elos quantitativos
relacionados ao setor de mercado escolhido por alguma empresa com essa mesma empresa, no
tocante ao seu mix de produtos (BARBOZA E ROJO, 2015).
De acordo com Kotler (2000), o Boston Consulting Group, mais conhecida como matriz
BCG está dividida visualmente em quatro quadrantes. Nesta, os produtos estão divididos com base
em dois fatores, o crescimento do mercado e market share relativo.
Market share é um termo original da língua inglesa, traduzido como participação de

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mercado. Em português, e é a fatia ou quota de mercado que uma empresa tem no seu segmento ou
no segmento de um determinado produto. (SIGNIFICADOS, 2019)
Dessa forma, no primeiro quadrante estão inseridos os produtos com baixo crescimento de
mercado e alto market share relativo, estes itens são popularmente chamados de “vaca leiteira”. No
segundo quadrante, estão os produtos com altas taxas de crescimento e market share, sendo
chamados de “estrelas”. O terceiro quadrante, contém os itens com baixo Market share e alto
crescimento no mercado, conhecido como “ponto de interrogação” e por fim no último quadrante
estão os produtos com baixa participação no mercado e baixas taxas de crescimento, identificados
como “abacaxi” (KOTLER e KELLER, 2016).

4. Método da pesquisa

No Brasil o número de cursos de administração cresce exponencialmente. Dentre diversos


motivos, é possível citar que isso acontece porque é um curso com baixo custo de implementação.
Além disso, como existem muito cursos, consequentemente muitas pessoas conseguem obter o
diploma, gerando uma massa muito grande de profissionais no mercado (NICOLINI, 2003).
O presente estudo teve como objeto de pesquisa pequenos negócios administrados pelos
alunos que cursam do 4° ao 9° período do curso de administração da Universidade Federal de
Campina Grande. A princípio foi realizado um levantamento teórico sobre o tema em livros, artigos
e periódicos para aprofundar e fundamentar a análise dos dados.
Dessa forma, no início do mês de outubro de 2019 iniciou-se a pesquisa de campo, onde
realizou-se entrevistas com os alunos sobre seus negócios e foram coletados os dados necessários
para o estudo do caso, resultando no atendimento do objetivo proposto. Para a coleta dos dados foi
utilizado um roteiro de entrevista semiestruturado baseado nos conhecimentos obtidos a partir da
leitura de estudos correlatos.
A pesquisa classifica-se como exploratória e descritiva. Exploratória, uma vez que apresenta
um novo conceito a ser usado pelas empresas, visto que propôs aperfeiçoamentos para as
ferramentas de gestão estratégica utilizadas. Considera-se descritiva porque foi elaborado um estudo
sistematizado, contendo as variáveis que influenciam direta e indiretamente o objetivo da pesquisa.

5. Resultado

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Aplicabilidade das ferramentas de gestão empresarial estratégica usadas nos empreendimentos dos discentes do curso
de administração

No decorrer dessa pesquisa foram realizadas entrevistas com alunos do curso de


administração do Centro de Ciências jurídicas e Sociais da Universidade Federal de Campina
Grande que possuem pequenos negócios em suas cidades. Nesses momentos os mesmos foram
questionados sobre as ferramentas de gestão estratégica utilizadas pelas suas empresas. Ou seja, o
uso de ferramentas estudadas em sala de aula na vida prática de um microempreendedor. Dessa
forma, foram analisados 8 empreendimentos de diferentes setores. Os resultados encontrados são
mostrados a seguir.

5.1 Setor de cosméticos

A empresa analisada no setor de cosméticos está localizada no município de Pombal – PB.


Esta, atua no mercado a 4 anos e é administrada por um profissional com formação em
administração e uma aluna do curso do CCJS. Seu principal serviço é a comercialização de
perfumes importados.
Para administrar estrategicamente os responsáveis utilizam o ciclo PDCA, analisando seus
possíveis clientes e buscando conhecer suas preferências e necessidades, realizando assim um
planejamento de compras e vendas, em seguida são realizadas as ações planejadas e dessa forma
atuando o tempo todo com o controle das atividades para o alcance de objetivos e conseguir o
melhoramento contínuo.
Esta empresa ainda utiliza a matriz BCG e a análise de SWOT. A primeira quando são
reconhecidos os produtos com crescimento no mercado (geralmente os lançamentos) conhecidos
como estrelas e os itens que apesar de ter baixo crescimento no mercado possui alto Market share,
chamados estrelas. A segunda por fazer estudos de mercado, nas dimensões análise de preço e
tamanho de portfólio de produtos.
Além dessas, ainda são utilizadas ferramentas como missão, visão e valores. Auxiliando
assim a empresa como melhorar constantemente a administração, provocando consequentemente
crescimento no mercado regional.

5.2 Serviços em tecnologia

O empreendimento desse setor possui localização física no município de Vieirópolis – PB,

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Ana Isabelle Gomes Lopes

atua nesse segmento há 3 anos e suas atividades são realizadas e gerenciadas totalmente por um
aluno do CCJS.
Este empreendimento no setor de serviços de informática e desing gráfico não utiliza a
análise de SWOT, uma vez que no seu mercado local não possui concorrente, por ser um pequeno
município, esta empresa atua como um serviço único nesse campo. Por esse mesmo motivo não faz
sentido para a empresa a análise de SWOT, sendo utilizada apenas como meio para perceber
possíveis melhorias.
Entretanto, em relação ao ciclo de Deming, o administrador está sempre atento ao
planejamento semanal, utilizando como recurso planilhas do MS-Excel para programar os prazos de
entregas das atividades, não permitindo que o trabalho seja acumulado e dessa forma provoque
atrasos nos prazos de entrega, o que provocaria insatisfação nos seus clientes e perdas de trabalhos.
Além dessas, ainda são utilizadas planilhas para controle financeiro.

5.3 Serviços de maquiagem

Este negócio é administrado por uma atual aluna do CCJS, está atuando no mercado há
cerca de 6 anos e atualmente possui instalações na cidade de Sousa – PB. O ateliê trabalha
unicamente com serviço de maquiagem e quem executa essa tarefa é a mesma pessoa que
administra.
A administradora dessa pequena empresa afirmou utilizar o ciclo de Deming, pois é um
instrumento de suma importância para ter controle das operações. Isso mostra-se eficaz quando é
necessária reposição de produtos, decorrentes de atividades como períodos com altas taxas sazonais
de demanda, ou em caso contrário, quando o planejamento mostra que a demanda é muito baixa
fazendo com que seja percebido a necessidade de campanhas de marketing.
A empresa ainda utiliza a ferramenta da matriz BCG, uma vez que nesse segmento de
mercado sempre acontecem fenômenos de modismo. Esta análise permite a gestão saber quais as
preferências dos seus clientes e conhecer quais os itens que estão em alta no mercado.
Por fim, é utilizado a análise SWOT, que se mostra desde o início do negócio como a
principal ferramenta utilizada, pois permite que a maquiadora busque cada vez mais a excelência,
através da inspiração relacionada a experiência de outras profissionais com mais visibilidade no
mercado.

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Aplicabilidade das ferramentas de gestão empresarial estratégica usadas nos empreendimentos dos discentes do curso
de administração

5.4 Comércio varejista de bebidas

A empresa estudada atua no mercado há 3 anos. Esta é uma empresa familiar de pequeno
porte e atualmente é dirigida por um discente do curso de administração do CCJS. A instituição
comercializa produtos de conveniência em geral, mas possui como principal produto de venda
bebidas (por ser os produtos mais comprados em conveniências locais).
Nessa microempresa é utilizado de forma eficaz frequentemente apenas a ferramenta de
gestão estratégica matriz BCG. Isto, para não haver perdas como vencimento e estragos físicos de
produtos por baixa rotatividade.
O gestor reconhece a importância das demais ferramentas, dessa forma o mesmo afirmou
que o ciclo PDCA se fosse utilizado traria melhorias consideráveis para a logística. A ferramenta
ainda não é utilizada simplesmente pela falta de controle, mas ao perceber as transformações
geradas pelo uso dela a administração pensa em métodos para aos poucos começar a utilizar essa
ferramenta. Além dessa, é entendido que a análise de SWOT é importante para esta empresa, a
partir da percepção de mercado que será mostrada a esta loja de conveniências. Dessa forma,
permitindo a expansão do empreendimento.

5.5 Fotografia

A sociedade do setor de fotografia é uma empresa sem instalações físicas, mas que atua no
mercado atendendo a demanda de pessoas da cidade de Sousa e suas circunvizinhanças. É formada
por duas pessoas, sendo que uma delas está cursando administração. Sua atuação no mercado é de
apenas 1 ano.
A empresa de fotografia estudada para os fins desse trabalho utiliza como ferramenta de
gestão estratégica apena o ciclo PDCA, porém entre as empresas analisadas é o que utiliza o ciclo
com mais excelência, na visão da pesquisadora.
O ciclo inicia com o planejamento do como atender o cliente, qual a quantidade de clientes
para determinada época, qual a personalidade individual de cada cliente, afim de que seus clientes
tenham níveis de satisfação superior ao dos seus concorrentes. A partir desse plano são realizadas as
atividades e sempre estudados os resultados, com propósito de melhorar sempre o atendimento ao
cliente.

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Ana Isabelle Gomes Lopes

5.6 Bebidas, gás, lavagem e polimento de carro

Trata-se de uma companhia instalada no município de Cajazeiras. Esta, por sua vez, é
caracterizada como MPE. Está colaborando com a economia da sua região a aproximadamente 2
anos e 6 meses. Como as demais citadas, esta também é administrada por um aluno do CCJS.
Por sua vez, esta união de pequenas empresas, utiliza como ferramentas o ciclo PDCA e a
análise de SWOT. O primeiro, quando através de planilhas faz planejamentos de quanto comprar
(com base na previsão de demanda), e planejamentos financeiros. A segunda para fazer a formação
de preços, com base nos preços concorrentes e ter conhecimento sobre qual a melhor forma de se
posicionar no mercado, para atrair o maior número de clientes possíveis.
O empreendedor afirmou que neste segmento de mercado não há necessidade de fazer uma
matriz BCG, por se tratar de itens que não possuem diferença entre si. Assim os clientes não se
baseiam em qualidade do produto, mas em questões como satisfação no atendimento, prazo de
entrega e comodismo.

5.7 Ourivesaria e Joalheria

Uma empresa familiar que já está no mercado de Sousa – PB, há 34 anos. Pode-se perceber
pelo tempo de atuação que é uma empresa madura, entretanto os antigos gestores não possuem
formação para expandir o negócio. Contudo, um dos atuais proprietários está cursando
administração e tem inserido algumas técnicas aprendidas no curso em seu negócio.
Este empreendimento, por sua vez, não faz nenhuma das etapas do ciclo PDCA, o gestor
sustenta-se no fundamento familiar que já está na terceira geração para tomar as decisões e dessa
forma dar o melhor direcionamento ao negócio.
No que diz respeito a análise SWOT não é possível fazer essa análise, pois se trata de uma
matéria prima delicada e de alto valor monetário, o que faz com que muitos concorrentes não sejam
fiéis ao processo químico na elaboração das joias. Como esse problema é quase totalmente
constante não é possível identificar ao certo o nível de fidelidade dos produtos.
Dessa forma, a única ferramenta utilizada é a matriz BCG. A empresa é considerada
referência em alianças no mercado local, por mostrar um produto de maior qualidade que os
demais.

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Aplicabilidade das ferramentas de gestão empresarial estratégica usadas nos empreendimentos dos discentes do curso
de administração

O uso de quase nenhuma ferramenta de gestão estratégica segundo o gestor acontece porque
o ouro, que é a principal matéria prima utilizada, é um produto valioso e que requer além de prática,
um nível de confiança por parte do proprietário com os funcionários. Assim, o aumento de mão-de-
obra é quase impossível, tornando sobrecarregado os poucos funcionários que são adequados ao
cargo.
No que diz respeito a incidência de aplicabilidade das três ferramentas de gestão estratégica
analisadas, nessa amostra de 7 empreendimentos foram percebidos o uso em todos eles, totalizando
12 ferramentas utilizadas. Dentre estes o ciclo PDCA é o mais utilizado com índice de
aproximadamente 42%, isso mostra o quanto esta ferramenta é essencial a qualquer negócio
(Quadro 1). A segunda ferramenta mais utilizada é a matriz BCG com índice de aproximadamente
33%, utilizado na maioria das vezes apenas para conhecer as preferências dos consumidores, não
levando em consideração os demais benefícios dessa ferramenta. Quanto a ferramenta análise de
SWOT foi utilizado em 25% dos negócios, sendo utilizado principalmente para estudo da
concorrência e conseguir melhorar de acordo com a tendência da demanda.

QUADRO 1 - Ferramentas de Gestão Estratégica


Ferramentas de gestão Quantidade de
estratégica usos %
Ciclo PDCA 5 42%
Matriz BCG 4 33%
Análise SWOT 3 25%
Total 12 100%
Fonte: Autoria própria (2019)

Além destas ferramentas foram encontradas empresas que utilizam outras ferramentas. Estas
são missão e visão; valores; previsão de vendas e planejamento financeiro. Para o ciclo PDCA, as
microempresas usam planilhas do MS-Excel, principalmente na etapa de planejamento por permitir
o desenho do fluxo em que as atividades devem ocorrer.

6. Considerações finais

O presente artigo teve como objetivo principal analisar como os alunos do curso de
administração da Universidade Federal de Campina Grande – Campus Sousa colocam em prática os
conhecimentos básicos da administração estratégica adquiridos em sala de aula nos seus

Rev.Bras.de Direito e Gestão Pública (Pombal, PB), 8(03), 918-931, jul./set.2020.


Ana Isabelle Gomes Lopes

microempreendimentos. Para isso foram realizadas entrevistas com os alunos que possuem esse tipo
de empresa e assim obter informações de como acontece essa relação no dia-a-dia das empresas.
Os resultados dessa pesquisa mostraram que os alunos reconhecem a importância dessas
ferramentas, percebendo as melhorias que elas proporcionam quando utilizadas. Por isso a maioria
já utiliza algumas ferramentas de gestão estratégica nos seus empreendimentos, e os que ainda não
utilizam estão buscando maneiras de como implantar. Um fator desestimulante é a cultura de que
pequenas empresas não precisam de gestão estratégica. Apesar disso, estes microempreendedores
estão percebendo novas possibilidades, isto é, analisando alternativas para expandirem seus
empreendimentos.
Apesar da grande quantidade de pequenas empresas que se encontram no mercado, é
possível perceber a ascensão daquelas que mais se adequam ao mercado, através de inovações não
oferecidas pela concorrência. Nesse momento a administração estratégica se apresenta como uma
peça chave para o diferencial empresarial.
É certo que estas empresas analisadas já utilizam algumas práticas estratégicas, todavia é
proposto que estas ferramentas estejam em constante aperfeiçoamento. Além disso, devem ser
percebidas como um segredo para dar a empresa possibilidades de crescimento. Assim não serão
utilizadas sem objetivos específicos, pelo contrário, estarão sempre aliadas aos objetivos
empresariais. Para as empresas que ainda não utilizam nenhuma das práticas, é proposto que
comece inicialmente com as ferramentas básicas, como por exemplo definir qual a missão e a visão
da empresa. Em seguida sejam vistas técnicas de planejamento, assim introduzindo o ciclo PDCA.
Com o alcance do objetivo traçado, entretanto, as conclusões em relação aos resultados têm
um alcance limitado. Dentre as limitações da pesquisa pode ser destacado: o pouco tempo
disponível para realização da pesquisa, interferindo no nível de envolvimento dos alunos que muitas
vezes não disponibilizaram de tempo para responder aos questionários e a participação de órgãos
auxiliadores de micro e pequenas empresas, neste caso o SEBRAE.

Referências

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Sistema de gestão da qualidade – requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2008.

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Rev.Bras.de Direito e Gestão Pública (Pombal, PB), 8(03), 918-931, jul./set.2020.


CAPÍTULO 23

ANÁLISE DE FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS DE LOGÍSTICA EM UMA


EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE BEBIDAS

Ana Isabelle Gomes Lopes


Universidade Federal de Campina Grande
E-mail: anaisabelle00@hotmail.com

Valéria Pereira de Meneses


Universidade Federal de Campina Grande
E-mail: valeriaadm2017@gmail.com

José Alysson Fulgêncio de Figueiredo


Universidade Federal de Campina Grande
E-mail: alyssonbgm@gmail.com

Tatiana de Fátima Peixoto da Silva


Universidade Federal de Campina Grande
E-mail: tatiana.fatima@ufcg.edu.br

Ellen Letícia Gonçalves Andrade


Universidade Federal de Campina Grande
E-mail: eleticia977@gmail.com

Francisco Wilame Moreira de Sousa


Universidade Federal de Campina Grande
E-mail: willmoreira924@gmail.com

Mairlly Roana Araújo Dantas


Universidade Federal de Campina Grande
E-mail: mairllyaraujo@hotmail.com

Laisa Silva Ferreira


Universidade Federal de Campina Grande
E-mail: laisasilva287@gmail.com

Maria Viviane Martins da Silveira


Universidade Federal de Campina Grande
E-mail: vivianesilveira555@gmail.com

Andreza Guimarães Lins


Universidade Federal de Campina Grande
E-mail: andrezalinz03@gmail.com

Resumo: A departamento de logística é considerada um dos mais importantes dentro


das organizações, e quando se trata de uma empresa de distribuição de bebidas,
certamente é de indispensável atenção. Desse modo, o principal objetivo dessa
pesquisa foi entender quais as ferramentas estratégicas de logística usadas em uma

345
empresa localizada no sertão paraibano que atua no setor de bebidas. Para isso, foi
realizada uma pesquisa bibliográfica, além do envio online de um questionário
estruturado, para o responsável do departamento logístico, com base na literatura
pertinente ao tema. Então, como resultado desse trabalho, foi percebido que a
empresa exerce as estratégias de liderança de custos, terceirização, logística reversa,
alianças estratégicas e parte do método push e pull concentrando apenas nas
puxadas. Contudo, o gerente do departamento não conseguiu identificar a utilização
das estratégias de integração vertical e logística retardada na empresa. Dessa forma,
sugere-se que a empresa busque aperfeiçoar ainda mais essas estratégias, sem
esquecer da necessidade de aperfeiçoamento das mesmas, para com o intuito de se
manterem sempre competitivas no mercado.

Palavras-chave: Ferramentas estratégicas; Logística; Distribuição de bebidas.

Abstract: Logistics is considered one of the most important departments of the


associations, and when it comes to a beverage distribution company, it is certainly
essential attention. Thus, the main objective of this research was to understand
the strategic logistics tools used by the beverage distribution company Pau Brasil
Bebidas in the city of Sousa - PB. For this, a bibliographic research was carried
out, in addition to the online submission of a structured questionnaire to the person
in charge of the logistics department, based on relevant literature. So, as a result
of this work, it was noticed that the company exercises cost leadership strategies,
outsourcing, reverse logistics, strategic alliances and part of the push and pull
method, concentrating only on pulls. However, the department manager was
unable to identify the use of the vertical integration and delayed logistics strategies
in the company. Thus, it is customizable that the company seeks to further improve
these strategies, without forgetting the need to improve them, in order to remain
competitive in the market.

Keywords: Strategic tools; Logistics; Beverage distribution.

1. INTRODUÇÃO

De acordo com Ballou (1993) a logística vem desempenhando um papel


fundamental nas organizações. Isso, já que, sua ciência anda sendo utilizada de
maneira a auxiliar as empresas na distribuição e busca dos insumos produtivos dos
quais necessitam para a entrega do produto final aos seus clientes. Além de contribuir
de modo a proporcionar o menor custo possível para a organização e minimizar o
tempo de produção e entrega, sendo este fator contribuinte para o sucesso
organizacional. Desse modo, fornecendo aos seus clientes entregas precisas do
produto do qual é solicitado. Sua boa gestão aumenta a competitividade no âmbito
mercadológico, uma vez que, as empresas se aprimoram e trabalham em conjunto,
com os seus fornecedores, com o intuito de obter controle sob os mesmos,

346
monitorando-os constantemente a fim de garantir bons preços e boas formas de
pagamentos (BALLOU, 1993).
Avanços tecnológicos, sociais e econômicos estão em constantes mudanças
na sociedade. Esses, são fatores de suma importância que devem ser observados
frequentemente para que ocorra um planejamento contínuo, verificando as
informações decorrentes ao surgimento de variações mercadológicas (TENÓRIO et
al, 2014).
Um setor que está fortemente interligado com o processo logístico é o setor de
bebidas. Isso, quando considerado que passa por longos processos desde a sua
fabricação até a entrega do produto final na mesa do consumidor, tendo como desafio
entregar a bebida certa, no local certo e no tempo certo, com o menor custo possível.
Esse objetivo, por sua vez, é almejado por toda e qualquer organização independente
do seu seguimento. Entendendo como um grande desafio desse setor, a cadeia de
distribuição, é necessário um estudo logístico para atender de melhor forma sua
necessidade demandada. De acordo com Castro et al. (2011), trata-se de distantes
pontos de entrega, da fábrica até distribuidores, restaurantes, conveniências dentre
outros.
Uma mudança que ocorreu no Brasil e no mundo, afetando todo o âmbito
empresarial devido à gravidade da situação enfrentada foi o surgimento do novo vírus
contagioso denominado COVID 19. Esse, no que lhe concerne, obrigou por motivos
de segurança pessoal e coletiva, o isolamento e distanciamento social, na tentativa de
diminuir a disseminação da doença. Com isso, as empresas tiveram que reformular
suas estratégias com a perspectiva de se manterem no mercado durante a crise, o
que afetou inclusive o setor de bebidas, uma vez que está correlacionado a ambientes
citados anteriormente que sofreram seu impacto.
Para Brasil e Rocha (2010) é importante realizar o planejamento organizacional
no que se diz respeito ao setor estratégico logístico da organização, objetivando o
aumento da competitividade, desenvolvimento e produtividade, de forma que o
trabalho ocorra em conjunto para a obtenção de êxito. Tendo assim que dotar-se de
estratégias logísticas para chegar-se a devidas soluções possíveis dos problemas que
surgem diante das adversidades mercadológicas. Para tanto, o setor de bebidas pode
adotar algumas estratégias, que facilitarão a funcionalidade da logística, tais como:
liderança de custos, terceirização, logística reversa, integração vertical, logística
retardada, e Push e Pul.

347
Diante das informações expostas, é possível compreender que para se
manterem vivas e competitivas as organizações tiveram que adaptar seus métodos,
de forma a gerar estratégias em todos os setores. Portanto, este trabalho terá como
objetivo responder a seguinte pergunta: quais as ferramentas estratégicas de logística
usadas por uma empresa localizada no sertão paraibano que atua no setor de
bebidas?

2. METODOLOGIA

A presente pesquisa possui o caráter exploratório, ao buscar dados e


informações sobre o tema abordado; e descritivo, pois ela tem como objetivo analisar
e registrar as características de um determinado ambiente. Segundo Gil (2009),
pesquisa descritiva é aquela que tem como principal objetivo a descrição de
características de um fenômeno ou objeto de estudo (população, empresa ou
situação-problema) estabelecendo relações entre suas variáveis.
O método utilizado foi um estudo de caso em uma empresa distribuidora de
bebidas. Realizou-se uma pesquisa com abordagem qualitativa, analisando as
informações coletadas por meio da aplicação de um questionário com 11 questões
discursivas. O questionário foi enviado para o e-mail do gerente de logística da
empresa, o qual ficou responsável por respondê-lo.
O procedimento técnico utilizado foi à pesquisa bibliográfica, tendo como base
materiais já elaborados como: livros, revistas e artigos. O embasamento teórico é
essencial para a fundamentação da pesquisa.

3. REFERENCIAL TEÓRICO

Nesta sessão serão abordadas características gerais sobre as estratégias


logísticas, além das principais ferramentas estratégicas de logística usadas pelas
empresas do segmento de distribuição de bebidas.

3.1 Estratégias logísticas

As estratégias logísticas estão presentes nas organizações desde a década de


50, momento este em que as empresas passaram a preocupa-se com o sistema

348
logístico e com a satisfação do consumidor final. Nunes (apud BRASIL; ROCHA, 2010,
p. 42) propõe que as estratégias logísticas formam um conjunto de componentes que
são capazes de provocar mudanças na esfera dos negócios e consequentemente
alavanca o desenvolvimento organizacional.
Em síntese, como bem nos assegura Brasil e Rocha (2010), as estratégias de
logística contemplam as atividades da cadeia de suprimento, com o objetivo de facilitar
o desenvolvimento competitivo, em funções dos stakeholders presentes nesse
seguimento. Além de aumentar a competitividade empresarial, as estratégias visam
otimizar e minimizar os custos ao longo da cadeia e agregar valor ao produto da
organização (CHOPRA e MEINDL, 2002).
Desde o início das coletas de informações sobre as estratégias logísticas, nota-
se o surgimento de diferentes soluções e adequações de táticas, para cada setor da
economia. Conforme explicado acima, o diferencial competitivo proporcionado por
elas tem grande relevância para as empresas, o tornando indispensável para as que
desejam conquistar uma fatia do mercado em que está inserida.
Segundo Porter (1990), as estratégias logísticas determinam uma posição para
a organização, entre elas a lucrativa e a sustentável, tratando inegavelmente de forças
que repelem concorrência. O autor deixa claro que as estratégias têm como base
tornar as empresas diferentes na perspectiva dos consumidores, criando uma
personalidade única para a organização e gerando vantagem sobre os seus
concorrentes.
Pode-se dizer que o alicerce para a satisfação das atividades logísticas é a
habilidade que a empresa desenvolve para aplicar e utilizar de forma eficiente e eficaz
as estratégias apoiadas pela divisão dos consumidores em grupos segmentados. "O
resultado que se espera é que em todas as etapas a logística comprove sua eficácia,
realizando as tarefas, mas sempre com segurança, pontualidade e qualidade”
(FERNANDES, 2012, p. 15). Conforme mencionado pelo autor, a efetividade desse
processo vai ser comprovado com a aprazibilidade das necessidades dos seus
clientes.
Atualmente, empresas em ascensão e principalmente as que produzem em
grande escala como, por exemplo, as do segmento de bebidas utilizam estratégias
logísticas. De acordo com Filho (2012) as estratégias logísticas contribuem para que
as organizações obtenham lucros, reduzam os custos benefício dos produtos e

349
melhorem o atendimento ao cliente. Conforme explicado acima, o setor de bebidas é
um dos principais beneficiados dessas estratégias.
Filho (2012), deixa claro que é necessário ser prudente nas operações
logísticas, já que essas representam uma parte significativa dos custos logísticos na
organização. Esse é o motivo pelo qual é importante frisar esse ponto, uma vez que
essa dimensão interage de forma direta e indireta em todo fluxo interno e externo da
empresa.
As estratégias logísticas que mais são utilizadas no mercado atual incluindo
no setor de bebidas são: liderança de custos, terceirização, logística reversa,
integração vertical, logística retardada, e Push e Pull. As estratégias devem ser
preparadas em conjunto com o planejamento da organização para que maximizem
seu desempenho e adaptem-se as mudanças do ambiente (BRASIL E ROCHA,
2011).

3.2 Tipos de estratégias

Algumas estratégias logísticas que são utilizadas no segmento de bebidas


foram escolhidas para serem definidas conceitualmente com o objetivo de embasar
teoricamente o desenvolvimento deste trabalho

3.2.1 Liderança de custos

De acordo com Kotler (apud MARINHO et al, 2019), a liderança de custos é


uma das estratégias mais utilizadas na logística do mercado atual. O objetivo dessa,
é reduzir ao máximo os custos logísticos que compreendem todo o fluxo, desde a
obtenção da matéria prima até chegar ao cliente final. Portanto, essa é uma das
estratégias mais vantajosas para a organização, ela faz com que a empresa lidere os
custos entre suas concorrentes.
A liderança em custos tem como foco a produção em larga escala, para que
seja alcançado um grande número de vendas e com isso reduzir o custo da operação
logística. "Para alcançar baixos custos de produção, adotam-se práticas tais como a
padronização e automação do processo, utilização de materiais de menor custo,
publicidade intensa e uma distribuição intensiva com uma forte pressão nos canais de
atacado e varejo." (GONTIJO; GESSNER, 2015, p. 14).

350
3.2.2 Terceirização

Segundo Nunes (2001), a terceirização tem como base a aquisição do produto


ou serviço da empresa, que não faz parte da atividade chave do negócio. Empresas
que utilizam a terceirização são especialistas no seu segmento, assim essa estratégia
configura-se como uma forma de reduzir custos e manter a qualidade frente às
produções em larga escala
De acordo com Wanke (2004), os principais motivos para que as empresas
terceirizem suas atividades são: redução dos custos logísticos, flexibilidade nas
operações, controle das atividades logísticas, busca por uma maior eficiência,
expansão no mercado, aumento dos serviços logísticos oferecidos aos clientes, busca
de maior know-how e melhoria dos sistemas de informação.

3.2.3 Logística reversa

A logística reversa é uma interfase do processo logístico que inicia no consumo


do produto e passa pelas etapas seguintes de embalagem e transporte até chegar à
sua origem. Essas etapas fazem parte do ciclo de vida do produto onde é avaliado os
seus impactos da embalagem sobre o meio ambiente Lambert et al (apud BRASIL e
ROCHA, 2010).
Araújo (2007), diz que a logística reversa é utilizada pelas empresas com o
objetivo de conseguir vantagens estratégicas dentre elas destaca: razões
competitivas, redução de custos, diferenciação da imagem corporativa e adequação
das questões ambientais.
A satisfação do cliente é o ponto chave de toda empresa que deseja obter
lucros, para isso é necessário que as organizações tenham a capacidade de gerenciar
o retorno de produtos, que estão fora das exigências do consumidor, apresentam
defeitos, ou precisa ser descartado após sua utilização (LACERDA,2007).

3.2.4 Integração vertical

A integralização vertical tem o objetivo de reduzir custos como, por exemplo,


os de produção, vendas e distribuição. A redução de custos e riscos é o atrativo
para empresas que adotam essa estratégia (PORTER, 2004).

351
A verticalização para Gontijo e Gessner (2015) atua nas atividades da cadeia
de suprimentos, permite o domínio do processo e da cadeia, além de uma maior
liberdade de decisão e gerenciamento de custos.

3.2.5 Logística retardada

A logística retardada é o processo em que ocorre a estratégia de atrasar a


fabricação ou a entrega do produto final, com o objetivo de reduzir riscos de mudanças
no ambiente logístico (BRASIL e ROCHA, 2010).
Conforme Brasil e Rocha (2010, p. 51) “a logística retardada na empresa é
utilizada para controlar situações em que as previsões são incertas e é também
utilizada, como apoio para a fábrica não parar de produzir por falta de pedidos e por
fim, evitando o gerenciamento de estoque nas lojas".

3.2.6 Alianças logísticas estratégias

Para Nunes (2001) as alianças logísticas é uma forma rápida utilizada para
capacitar estrategicamente às áreas da empresa, é realizada através de alianças com
organizações que possui os conhecimentos que serão pertinentes a outra
organização.
O objetivo das alianças é reduzir os custos operacionais e de armazenamento
da empresa de forma a oferecer sempre a melhor qualidade do serviço ao consumidor.
A aliança como estratégia possibilita o desenvolvimento de serviços logísticos
customizados (BOWERSOX, CLOSS e COOPER, 2006).

3.2.7 Push e Pull

Segundo Rodrigues e Colmenero (2018) algumas empresas utilizam como


estratégia logística o sistema Push (empurrar) e Pull (puxar). O objetivo de empurrar
e puxar os estoques da empresa é ajustar os fluxos de produção e distribuição do
produto no mercado.
A estratégia puxar e empurrar possibilita usar à flexibilização de estoques
de acordo com a demanda do mercado, tornando assim uma vantagem competitiva
sobre os concorrentes, além de reduzir custos operacionais.

352
4. RESULTADOS

Ao finalizar as leituras relacionadas à temática durante a fase de


fundamentação teórica, foi enviado um questionário estruturado para o responsável
pelo departamento logístico da empresa analisada. Isso foi feito com intuito de
compreender as principais ferramentas de logística estratégica, utilizadas pela
empresa e suas mudanças durante o tempo de pandemia.

4.1 Apresentação da empresa

A distribuidora de bebidas analisada, é uma empresa localizada no interior da


Paraíba, no município de Sousa-PB. Esta, no que lhe concerne, atende o município
sede e todo o alto sertão paraibano, na forma de distribuição de bebidas alcoólicas
e não alcoólicas. Esta faz parte do grupo AmBev, e atualmente possui uma rede de
145 funcionários, que estão divididos em vários departamentos. Dessa forma, 65%
dos colaboradores estão envolvidos na logística organizacional, sendo 41,5% de
entregadores, 12,2% de armazém e 6,8% na puxada.
Assim, no que diz respeito à importância que a empresa demonstra para com
o departamento logístico, o gerente do setor afirmou que é fundamental para o
negócio, já que, sem ela seria apenas uma empresa comercial e não teriam o potencial
percebido atualmente. Além disso, a empresa é considerada uma das principais fontes
de renda municipal, sendo assim chamada por causa da quantidade de empregados,
principalmente na logística.
No sentido estratégico, o setor é responsável por 25% do orçamento
organizacional. Dessa maneira, é visto como uma repartição com poder competitivo,
já que é gerador de uma parte considerável do faturamento mensal da organização.
Dessa forma a empresa que possui programas de incentivos financeiros em todas as
áreas, prioriza a gestão de meios e materiais através de remuneração variável de
acordo com o nível e a função, baseada na produção mensal e anual.

4.2 Ferramentas estratégicas de logística

No tocante ao método estratégico de logística baseada em liderança de custos,


a empresa adota um sistema de gestão OBZ (Orçamento Base Zero). Dessa forma,

353
são feitas as divisões de pacotes e centros de custos, sendo possível planejar um
orçamento com custos fixos e variáveis, utilizando simuladores em todos os sentidos
do departamento logístico.
Em relação ao uso de terceirizados, os mesmos são contratados para serviços
de segurança, suporte médico e serviços de manutenção e abastecimento da frota,
além de serviços de frete em períodos sazonais, ou seja, os de demandas
esporádicas. Portanto, atividades que são consideradas não fundamentais no
desenvolvimento do processo, podem facilmente serem terceirizadas por outras
pessoas ou empresas, reduzindo custos de contratação e pagamento de salários para
funcionários prestadores de serviços pouco úteis.
Quando questionado sobre a prática de logística reversa como uma ferramenta
estratégica para a logística, o gerente disse que a empresa não é produtora, apenas
distribuidora e por isso não conseguem atuar mais eficazmente nesse sentido.
Contudo, é utilizado nos processos de produtos retornáveis, de modo que ao serem
efetuadas as entregas aos clientes, esse ativo retorna para a revenda e
posteriormente para a fábrica, onde passa pelo processo de higienização e recarga do
líquido.
Se tratando do método de integração vertical, em que há liberdade de
gerenciamento da cadeia de suprimento foi afirmado que não é utilizada, uma vez que
a mesma não se posiciona como produtora. Entretanto, a cadeia de suprimentos pode
ser usada também por empresas distribuidoras, na forma de minimizar o
distanciamento entre os níveis e pessoas envolvidas no processo de entrega e gestão
dos produtos. Dessa maneira, não está na diferença entre produtores e consumidores
adotar esse método. Na realidade ele se concentra em uma verticalização integrada
do processo institucional.
A logística retardada é uma ferramenta estratégica que provoca um atraso na
fabricação ou na entrega do produto final, com o objetivo de reduzir riscos de
mudanças no ambiente logístico, como por exemplo, um aumento nos preços de uma
semana para outra. Quando perguntado sobre a utilidade desse mecanismo, o
gerente de logística disse que não usa porque a empresa é apenas distribuidora.
Contudo, essa resposta não possui nenhum fundamento, já que justamente a
empresa distribuidora deve decidir conjuntamente com a indústria sobre a distribuição
e produção ou não de um produto, de forma a aproveitar alguma irregularidade do
mercado consumidor.

354
No que toca a formação de alianças estratégicas, a empresa atua
constantemente na forma de efetuar treinamento para liderança onde a companhia
seleciona líderes em diferentes segmentos para compartilhar seu benchmarking ou
suas melhores práticas. Analisando essa resposta, é entendido que a instituição
desenvolve esse programa de liderança internamento, que por sua vez estabelecem
contato com outras empresas a fim de obter resultados positivos, ou seja, a formação
de compromissos na forma de parceria com empresas auxiliares, podendo até mesmo
serem contratadas como terceirizadas. Um exemplo dessa situação pode ser que o
gerente de logística, na condição de líder se reúna a uma terceirizada de segurança,
que por sua vez ao perceber os bons relatórios da organização, resolva se aliar a ela
e ofertar seus serviços por um custo mais baixo que para as demais.
Se tratando do método push (empurrar) e pull (puxar) a empresa adota apenas
as puxadas, onde o sistema atualiza o estoque. Além disso, de acordo com a venda
média os simuladores de estoque adotados sinalizam o stok-out e estak-over,
permitindo a compreensão dos produtos que estão abaixo ou acima da média de
venda. Essa, por sua vez, auxilia a empresa em assuntos relacionados a compras e
gestão de estoque, além de mostrar diretamente aos gestores quais produtos
carecem de mais promoção e quais podem ter sua promoção reduzida, que é o caso
de algum item que mesmo que não haja publicidade ou aumento nos preços, ainda
será consumido pelo mercado alvo.
Para finalizar foi perguntado sobre quais as medidas usadas e alterações
realizadas nas atividades em relação à pandemia causada pelo novo vírus Covid-19.
Assim, foi constatado que novos hábitos como implantação de regras rigorosas de
higienização, distanciamento social, implantação do sistema home Office e reuniões
e treinamentos on-line forma iniciadas com intuito de promover o distanciamento
social, e consequentemente a contaminação dos colaboradores com esse vírus. É
necessário ressaltar que esses métodos foram utilizados em todos os departamentos
da empresa e não apenas na logística, embora tenha ganhado ênfase por promover
o contato constante com pessoas do ambiente externo, no sentido da realização de
recebimento e entrega das mercadorias.

355
5. CONCLUSÃO

O presente trabalho teve como objetivo, analisar as estratégias logísticas,


adotadas em uma empresa de distribuição de bebidas de médio porte, no interior do
Estado da Paraíba e os impactos causados no setor logístico em razão da pandemia
do Covid-19. Buscou-se associar as teorias mais utilizadas atualmente com a prática
na empresa.
O trabalho foi delimitado a analisar uma empresa de distribuição de bebidas de
acordo com os seguintes passos: levantamento da fundamentação teórica das
estratégias logísticas; a metodologia adotada foi determinada, sob a perspectiva do
segmento da empresa e do questionário utilizado para o desenvolvimento da
discussão, com o intuito de identificar as estratégias logísticas utilizadas; e analise dos
resultados, a partir da coleta de dados.
As principais estratégias logísticas empregadas nas empresas de distribuição
de bebidas e que obtiveram ligação com o objeto de estudo, foram: liderança de
custos, terceirização, logística reversa, alianças estratégicas e parte do método push
e pull concentrando apenas nas puxadas.
O entrevistado não conseguiu identificar a utilização das estratégias de
integração vertical e logística retardada na empresa. Sobre as mudanças no setor
logístico durante o período de pandemia verificou-se a adoção de medidas preventivas
e de distanciamento social, além de treinamentos e utilização do sistema Home Office.
Este trabalhou apresentou as estratégias logísticas aplicadas pela empresa e
a forma como elas são adotadas, sugere-se a partir desse estudo, a verificação do
impacto da utilização de diversas estratégias no orçamento da empresa, como
também estender a pesquisa para as demais empresas do segmento e setores
similares.

356
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358
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Administração: gestão, empreendedorismo e marketing 3

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Inclui bibliografia
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DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.561221603

1. Administração. I. Senhoras, Elói Martins


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escopo da divulgação desta obra.
APRESENTAÇÃO

A evolução do pensamento administrativo tem sido construída com base em


contribuições que se estabeleceram, tanto, no contexto empírico do dia-a-dia das
organizações, quanto, na construção epistemológica dos estudos acadêmicos, consolidando
assim uma série de conceitos, modelos e teorias para a aplicação na gestão pública e
privada.
A trajetória histórica de construção do pensamento administrativo apresenta a
emergência de novos paradigmas e áreas temática, uma vez que a incremental e combinada
evolução empírica e teórica propicia a consolidação de um campo absorvente e altamente
hibridizado por forças de curta e longa duração, entre tradicionalismos e novidades.
Tomando como referência a plasticidade da evolução do pensamento administrativo,
o presente livro tem o objetivo de apresentar uma coletânea de estudos fundamentadas
em três grandes eixos de discussão temática, relacionados respectivamente à gestão,
empreendedorismo e marketing, permitindo assim compreender a crescente relevância
que este tripé administrativo possui no âmbito organizacional.
A complexidade existente no mundo material e do mundo das ideias é captada neste
livro a partir vinte e quatro capítulos que compartilham a preocupação de apresentar os
respectivos debates e análises temáticas dentro de um explícito rigor científico, sem perder
a contextualização de um implícito ecletismo teórico-metodológico presente na obra como
um todo.
Caracterizado por uma natureza exploratória, descritiva e explicativa quanto aos
fins e por uma abordagem qualitativa quanto aos meios, este livro foi organizado com
base em diferentes recortes teórico-metodológicos e por meio de um trabalho colaborativo
entre pesquisadores brasileiros e estrangeiros comprometidos com o campo científico da
Administração.
Ao combinar análise e reflexão, teoria e empiria, os vinte e quatro capítulos do
presente livro apresentam análises, reflexões e discussões que transversalmente abordam
temas e estudos de caso que são reflexivos ao entendimento do que é o estado da arte do
campo administrativo em sua materialidade no mundo real e na dimensão das ideias no
século XXI.
A indicação deste livro é recomendada para um extenso número de leitores, uma
vez que foi escrito por meio de uma linguagem fluída e de uma abordagem didática que
valoriza o poder de comunicação e da transmissão de informações e conhecimentos, tanto
para um público leigo não afeito a tecnicismos, quanto para um público especializado de
acadêmicos interessados pelos estudos de administração.
Excelente leitura!
Elói Martins Senhoras
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1.................................................................................................................. 1
A TRAJETÓRIA DA DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA ANALISADA POR MEIO DO MÉTODO
DE QUEBRAS ESTRUTURAIS
Kleydson Jurandir Gonçalves Feio
Marina Delmondes de Carvalho Rossi
Cícero Pereira Leal
https://doi.org/10.22533/at.ed.5612216031

CAPÍTULO 2................................................................................................................15
AÇÕES DA GESTÃO PÚBLICA NO ENFRENTAMENTO DOS AVANÇOS DA COVID-19
NO BRASIL
Maria Alice Carvalho da Silva
Matheus Assunção Cardoso de Carvalho
Vanessa Souza Lima
Mara Águida Porfírio Moura
Kelsen Arcângelo Ferreira e Silva
https://doi.org/10.22533/at.ed.5612216032

CAPÍTULO 3................................................................................................................27
APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS NA GESTÃO
DE CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE CONSULTORIA NO SERVIÇO PÚBLICO
Thiago Davi Rosa
Lucas Guerreiro
https://doi.org/10.22533/at.ed.5612216033

CAPÍTULO 4................................................................................................................45
GASTOS EM SAÚDE NA REGIÃO METROPOLITANA DE MARINGÁ: UM ESTUDO
SOBRE A APLICAÇÃO E ÁREAS DE PRIORIDADES NO ORÇAMENTO PÚBLICO
Roberto Rivelino Martins Ribeiro
Laís Tamires de Sá Custódio
Juliane Andressa Pavão
Kerla Mattiello
https://doi.org/10.22533/at.ed.5612216034

CAPÍTULO 5................................................................................................................63
ESTUDO DO PROGRAMA DE SAÚDE NA ESCOLA NO PROCESSO DE PREVENÇÃO
DE DOENÇAS
Hortência Araújo Reis
Guilherme dos Santos Rocha
Mara Águida Porfírio Moura
Kelsen Arcângelo Ferreira e Silva
https://doi.org/10.22533/at.ed.5612216035

SUMÁRIO
CAPÍTULO 6................................................................................................................80
O PROCESSO HISTÓRICO DE FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA, A CULTURA
ORGANIZACIONAL E O JOGO DA SEDUÇÃO
Roseane Grossi Silva
https://doi.org/10.22533/at.ed.5612216036

CAPÍTULO 7................................................................................................................95
UM ESTUDO SOBRE A INFLUÊNCIA DAS MÍDIAS SOCIAS NO COMPORTAMENTO DE
COMPRA DO CONSUMIDOR NA GASTRONOMIA GOURMET
Adriana Queiroz Silva
Igor Antonio Slociak
João Pedro Batistel
https://doi.org/10.22533/at.ed.5612216037

CAPÍTULO 8..............................................................................................................108
A IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DO EMPREENDEDORISMO SOCIAL PARA
O BEM DA SOCIEDADE COMUM
Matias Vinicius Araújo Santos
https://doi.org/10.22533/at.ed.5612216038

CAPÍTULO 9.............................................................................................................. 114


TRANSFERENCIA DE TECNOLOGÍA Y CONOCIMIENTO EN EMPRENDIMIENTOS,
COMO RESPUESTA A LOS IMPACTOS OCASIONADOS POR EL COVID 19
Katherine Coronel Pangol
Juan Carlos Aguirre Quezada
Jonnathan Jiménez Yumbla
https://doi.org/10.22533/at.ed.5612216039

CAPÍTULO 10............................................................................................................129
VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA: GERAÇÃO DE ENERGIA FOTOVOLTAICA
Paulo André Dias Jacome
Pítias Teodoro Lacerda
Letícia Santana Ferreira
Alyson Santana e Silva
https://doi.org/10.22533/at.ed.56122160310

CAPÍTULO 11............................................................................................................145
ORGANIZATIONAL CLIMATE AND STRATEGIES: MIPYME OF THE METALWORKING
SECTOR
Araceli Nolasco Vásquez
Alejandra Torres López
https://doi.org/10.22533/at.ed.56122160311

CAPÍTULO 12............................................................................................................155
PRÁTICAS DE ECOINOVAÇÃO: UM ESTUDO SOBRE AS DIMENSÕES ECO-
ORGANIZACIONAIS, ECO-PROCESSOS E ECO-PRODUTOS NAS INDÚSTRIAS TÊXTIL

SUMÁRIO
DO SUL BRASIL
Marcia Sierdovski
Marlete Beatriz Maçaneiro
Marcos Roberto Kuhl
https://doi.org/10.22533/at.ed.56122160312

CAPÍTULO 13............................................................................................................172
ELEMENTOS DO PILAR SOCIAL DA SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL:
UM ESTUDO SOBRE AS PRÁTICAS NAS 150 MELHORES EMPRESAS PARA SE
TRABALHAR NO BRASIL
Marcia Sierdovski
Silvio Roberto Stéfani
Sandra Mara de Andrade
https://doi.org/10.22533/at.ed.56122160313

CAPÍTULO 14............................................................................................................193
AS EMPRESAS MAIS VERDES DO MUNDO: UMA ANÁLISE DAS EMPRESAS
BRASILEIRAS LISTADAS NO RANKING GLOBAL 100 DA CORPORATE KNIGHTS
Helen Cristina Ribeiro Soares
Matheus Florêncio Fernandes
Mara Águida Porfirio Moura
Kelsen Arcângelo Ferreira e Silva
https://doi.org/10.22533/at.ed.56122160314

CAPÍTULO 15............................................................................................................204
ESTUDO SOBRE AS PRÁTICAS DE ENGENHARIA REVERSA POR MEIO DA ANÁLISE
DAS ATIVIDADES PARA A GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS DO AÇAÍ QUANDO
ADOTADO O CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES E TEMPO
José Luiz Nunes Fernandes
https://doi.org/10.22533/at.ed.56122160315

CAPÍTULO 16............................................................................................................226
CONTRIBUIÇÃO DO PROFISSIONAL DA CONTABILIDADE NA TOMADA DE DECISÕES
ESTRATÉGICAS EM INDÚSTRIA MOVELEIRA
Mônica Stormowski
Adelino Pedro Wisniewski
Anderson Pinceta
Antonio Roberto Lausmann Ternes
Denise Felber Chaves
Janice Walter
Marcos Rogério Rodrigues
Nedisson Luis Gessi
https://doi.org/10.22533/at.ed.56122160316

CAPÍTULO 17............................................................................................................239
MENSURAÇÃO DO GRAU DE MATURIDADE NA GESTÃO DE PESSOAS NA INDÚSTRIA

SUMÁRIO
MOVELEIRA
Mônica Stormowski
Luis Cláudio Eifert (In Memoriam)
Alexandre Chapoval Neto
Anderson Pinceta
Antonio Roberto Lausmann Ternes
Denise Felber Chaves
Juliane Colpo
Nedisson Luis Gessi
https://doi.org/10.22533/at.ed.56122160317

CAPÍTULO 18............................................................................................................253
FINANCIAMENTO ECONÔMICO. A CHAVE PARA O SUCESSO DAS INDÚSTRIAS DE
PANIFICAÇÃO NA ZONA CENTRO-NORTE DE TLAXCALA, MÉXICO?
Ximena Oróztico Cerón
Jorge Luis Castañeda Gutierrez
https://doi.org/10.22533/at.ed.56122160318

CAPÍTULO 19............................................................................................................260
GESTÃO DE ESTOQUE: ANÁLISE DA GESTÃO DE ESTOQUES POR MEIO DA
APLICAÇÃO DA CURVA ABC NA ATACADISTA COMERCIAL BIRIBA LTDA, NO
MUNICÍPIO DE PATOS DE MINAS/MG
Lusiane Batista dos Santos
https://doi.org/10.22533/at.ed.56122160319

CAPÍTULO 20............................................................................................................272
APLICAÇÃO DAS MATRIZES SWOT E BCG E DAS 5 FORÇAS DE PORTER EM UMA
EMPRESA DO SEGMENTO DE ROUPAS
Ariadne Guerra Souza
Denny Gabriel Xavier Torres
Mariana Paiva Brito
Paloma dos Santos Alves Nunes
Taliana Samara Cavalcante de Freitas
Vanessa Nóbrega da Silva
Amanda Paiva e Silva
Bruno Pereira Diniz
Isabella Thyfany Cavalcante Palmeira
José Cordeiro do Nascimento Júnior
José Leonardo Figueiroa Burgos
Karla Isabelle Alves de Sousa
https://doi.org/10.22533/at.ed.56122160320

CAPÍTULO 21............................................................................................................288
VISÃO DOS FUNCIONÁRIOS SOBRE MOTIVAÇÃO ORGANIZACIONAL: UM ESTUDO
DE CASO EM UMBANCO PRIVADO
Isabella Rezende de Faria
Evelyn de Souza Silva Leites

SUMÁRIO
Thiago Rodrigues Moreira
https://doi.org/10.22533/at.ed.56122160321

CAPÍTULO 22............................................................................................................302
APLICABILIDADE DAS FERRAMENTAS DE GESTÃO EMPRESARIAL ESTRATÉGICA
USADAS NOS EMPREENDIMENTOS DOS DISCENTES DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
Ana Isabelle Gomes Lopes
Ellen Letícia Gonçalves Andrade
Mairlly Roana Araújo Dantas
Maria do Socorro Rufino de Sousa
Valeria Pereira de Meneses
Sara Acácio Evangelista
Gildeilson Silva Paulino
https://doi.org/10.22533/at.ed.56122160322

CAPÍTULO 23............................................................................................................316
PLANEJAMENTO DE MARKETING DIGITAL NA EDITORA UFSM: UM ESTUDO DE CASO
Gustavo de Souza Carvalho
Daniel Arruda Coronel
https://doi.org/10.22533/at.ed.56122160323

CAPÍTULO 24............................................................................................................336
ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS E DIMENSÃO CULTURAL: UMA REVISÃO
SISTEMÁTICA
Roseane Grossi Silva
https://doi.org/10.22533/at.ed.56122160324

SOBRE O ORGANIZADOR......................................................................................354

ÍNDICE REMISSIVO..................................................................................................355

SUMÁRIO
CAPÍTULO 22
APLICABILIDADE DAS FERRAMENTAS DE GESTÃO
EMPRESARIAL ESTRATÉGICA USADAS NOS
EMPREENDIMENTOS DOS DISCENTES DO CURSO
DE ADMINISTRAÇÃO

Data de aceite: 01/02/2022 dimentos cresce exponencialmente, e umas das


causas é o alto nível de desemprego entre a clas-
se economicamente ativa. Muitos dessem em-
Ana Isabelle Gomes Lopes
preendimentos são fundados por bacharéis em
Universidade Federal de Campina Grande
Sousa-PB administração, que geralmente abrem seu pró-
http://lattes.cnpq.br/4448496626469088 prio negócio ainda durante o curso. Nessa pers-
pectiva esse artigo se propôs a investigar como
Ellen Letícia Gonçalves Andrade os alunos do curso de administração da Univer-
Universidade Federal de Campina Grande sidade Federal de Campina Grande – Campus
Cajazeiras-PB Sousa colocam em prática os conhecimentos bá-
http://lattes.cnpq.br/0922625850696925 sicos da administração estratégica adquiridos em
Mairlly Roana Araújo Dantas sala de aula nos seus microempreendimentos.
Pombal-PB Esta pesquisa classifica-se como exploratória e
Universidade Federal de Campina Grande descritiva, uma vez que investigou as práticas
http://lattes.cnpq.br/3897599525345615 de gestão estratégica utilizadas pelos discentes
a partir do conhecimento adquirido em sala de
Maria do Socorro Rufino de Sousa
aula na vida prática. No estudo observou-se que
Universidade Federal de Campina Grande
as ferramentas de gestão estratégica ciclo PDCA
Cajazeiras-PB
é aplicada em aproximadamente 42% das vezes,
http://lattes.cnpq.br/5865024434513367
a análise SWOT em aproximadamente 33% e a
Valeria Pereira de Meneses matriz BCG em 25%. Entretanto não são apli-
Universidade Federal de Campina Grande cadas sistematicamente, além disso ainda são
Nazarezinho-PB reconhecidas como peças-chave para o alcance
http://lattes.cnpq.br/6389449034412728 dos objetivos organizacionais. Dessa forma, é
indicado que estes administradores e donos do
Sara Acácio Evangelista
seu próprio negócio atentem para as ferramentas
Universidade Federal de Campina Grande
de gestão estratégica, reconhecendo nestas o
Sousa-PB
http://lattes.cnpq.br/2511555185072243 potencial de diferenciar sua empresa no merca-
do e assim aumentar as chances de crescimento.
Gildeilson Silva Paulino PALAVRAS CHAVE: Ferramentas; gestão
Universidade Federal de Campina Grande estratégica; microempreendimento.
Cajazeiras-PB
http://lattes.cnpq.br/5834242922174863

RESUMO: No Brasil o número de microempreen-

Administração Gestão, empreendedorismo e marketing Capítulo 22 302


APPLICABILITY OF STRATEGIC BUSINESS MANAGEMENT TOOLS USED IN
THE DEVELOPMENTS OF BUSINNES ADMINISTRATION COURSE STUDENTS
ABSTRACT: In Brazil the number of micro enterprises grows exponentially, and one of the
causes is the high level of unemployment among the economically active class. Many of
these ventures are founded by bachelors of business administration, who usually start their
own business during the course. From this perspective, this article aims to investigate how
the students of the business administration course of the Universidade Federal de Campina
Grande - Campus Sousa put into practice the basic knowledge of strategic management
acquired in the classroom in their micro enterprises. This research is classified as exploratory
and descriptive, as it investigated the strategic management practices used by students from
the knowledge acquired in the classroom in practical life. In the study it was observed that the
PDCA cycle strategic management tools are applied approximately 42% of the time, the SWOT
analysis approximately 33% and the BCG matrix at 25%. However, they are not systematically
applied and they are still recognized as key to the achievement of organizational objectives.
Thus, it is indicated that these managers and owners of their own business pay attention to
strategic management tools, recognizing in them the potential to differentiate their company
in the market and thereby increase the chances of growth.
KEYWORDS: tools; strategic management; micro enterprise.

1 | INTRODUÇÃO
No brasil o número de cursos de administração cresce exponencialmente. Dentre
diversos motivos, é possível citar que isso acontece porque é um curso com baixo custo
de implementação. Além disso, como existem muito cursos consequentemente muitas
pessoas conseguem obter o diploma, gerando uma massa muito grande de profissionais
no mercado. (NICOLINI, 2003).
Contudo, o mercado não consegue absorver tantos profissionais, e para não ficarem
sem emprego estes bacharéis acabam optando na maioria das vezes por empreender na
área que mais lhe interessa, ou muitas vezes na área que está em crescimento no mercado
local.
Na década de 1985, foram realizadas pesquisas para mensurar a importância
das micro e pequenas empresas no Brasil e foi constatado que estas empresas eram
responsáveis por 21% do PIB nacional. Contudo as pesquisas com esse objetivo cessaram
e apenas anos mais tarde o SEBRAE contratou a fundação Getúlio Vargas para novas
pesquisas. A última realizada em 2011, mostrou que os pequenos negócios nesse mesmo
ano contribuíram com 27% do PIB. Quando comparados os valores monetários com o ano
de 2001 e 2011, em uma década esse valor cresceu em mais de 100%. (SEBRAE, 2014)
Esta pesquisa é motivada por um problema diário dos graduandos em administração,
que geralmente aprendem o conteúdo ministrado em sala de aula, mas não conseguem
coloca-lo em prática na vida fora dos muros universitários.
Outra motivação é a grande quantidade de alunos que mesmo ainda cursando as

Administração Gestão, empreendedorismo e marketing Capítulo 22 303


disciplinas do plano pedagógico do curso, já possuem seus pequenos negócios e atuam
como gestores desses microempreendimentos. Entretanto, quase sempre, estes não
aplicam os conhecimentos teóricos aos práticos. Por isso foram selecionados alunos que já
cursaram as disciplinas básicas de gestão estratégica e dessa forma já são conhecedores
das principais técnicas que podem expandir seus empreendimentos (UFCG, 2019).
Dentre as técnicas de gestão estratégica foram escolhidas o Ciclo PDCA, por ser
aplicável a qualquer organização (ABNT, 2008); a matriz BCG, por ser uma técnica de fácil
mensuração e a análise de SWOT, por ajudar a entender tanto o mercado concorrente
como seu próprio negócio (KOTLER e KELLER, 2012).
Nessa perspectiva, essa investigação investigou como os alunos do curso de
administração da Universidade Federal de Campina Grande – Campus Sousa colocam em
prática os conhecimentos básicos da administração estratégica adquiridos em sala de aula
nos seus microempreendimentos.

2 | FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Gestão estratégica nas micro e pequenas empresas


No Brasil o número de organizações com fins lucrativos é de aproximadamente
6,4 milhões. Destes, 99% são consideradas micro e pequenas empresas (MPEs), sendo
responsável por 52% da força de trabalho com carteira assinada no setor privado. (SEBRAE,
2018)
A gestão estratégica tem ficado cada vez mais presente no século XXI, tornando-
se um dos temas centrais da administração empresarial. Tendo em consideração as
mudanças que aconteceram na sociedade dos negócios, como aumento de concorrência
e as facilidades em construir seu próprio negócio, as empresas começaram a perceberem
que não basta apenas comprar ou produzir e vender seus bens e/ou serviços. Nesse
novo cenário se sobressaem apenas as que possuem uma administração eficiente, que
utilizam ferramentas de gestão estratégica como auxiliadoras de decisões em todos os
seus departamentos. (MEDONÇA, et al., 2017).
O conceito de gestão estratégica está relacionado aos objetivos de médio e longo
prazo da empresa, no que diz respeito a administração empresarial. Mas, é importante
considerar que para aplicar esse método em uma instituição são necessárias algumas
etapas. (HITT e IRELAN, 2011).
Segundo Oliveira (2007) as etapas de implementação da gestão estratégica são:
o diagnóstico estratégico, a missão da empresa, instrumento prescritivo e quantitativo e
controle de avaliação.
Não pode ser negado que para implementação de um plano estratégico é inevitável
algumas dificuldades inicias, entretanto com a prática será mais fácil perceber quais os

Administração Gestão, empreendedorismo e marketing Capítulo 22 304


fatores internos e externos, além de fatores que influenciam indiretamente o seu contexto
organizacional e dessa forma aprimorar as estratégias aplicadas. (STOORNE e FREEMAM,
1995)
Medonça, et al. (2017) percebeu que as micro e pequenas empresas são as que
possuem mais dificuldade em se adaptarem as ferramentas de auxílio a gestão estratégica,
pois afirmam não haver necessidade de tanta formalidade em um pequeno negócio. Com
base em pesquisas de campo feita pelo SEBRAE (2014), a falta de planejamento é a maior
causa do fechamento de empresas no Brasil.
Chiavenato e Sapiro (2003), afirmam que as seis ferramentas principais de
gestão estratégica empresarial devem estar contidas em qualquer negócio, sem
levar em consideração se a empresa é de grade, médio ou pequeno porte. Estas, são
consecutivamente, missão e visão; valores; análise 360°; análise SWOT; 5 forças de Porter;
matriz BCG. Contudo essa pesquisa analisará apenas a análise SWOT, o ciclo PDCA (não
incluso na lista de Sapiro e Chiavenato (2013)) e matriz BCG.
Considerado como um dos principais dilemas no mundo empresarial, a
ideia do empreendimento por necessidade está como uma das causas para tantos
microempreendimentos irem à falência. No Brasil, a concorrência no mercado de trabalho
aumenta exponencialmente e isso faz com que as pessoas desempregadas automaticamente
comecem e vender, quase sempre bens, e logo tornar-se um microempreendedor
individual. Levando em consideração esta situação, geralmente são pessoas com pouca
experiencia profissional na área de negócios, que não demonstra o interesse necessário
para empreender, assimilando seu negócio apenas o uma solução de emergência, não
percebendo nele uma oportunidade. (VALE, CÔRREA e REIS, 2014).
O código civil no artigo 966 afirma que empresário é um profissional que exerce
uma atividade econômica organizada com movimentação ou produção de bens e serviços.
(Código Civil, 2002). Dessa maneira, não pode ser considerado empresário o indivíduo
que apenas compra e vende bens ou serviços, sem que seja reconhecida nessa pessoa as
demais características desta função.

2.2 Ferramentas de gestão empresarial


2.2.1 Ciclo PDCA

O ciclo de Deming ou ciclo PDCA, possui nome autoexplicativo na medida em que


mostra que deve acontecer permanentemente. Dessa maneira, nunca chegará ao fim, uma
vez que suas etapas são contínuas (CÔRREA e CÔRREA, 2011).
O PDCA é formado por quatro etapas básicas, conhecidas até mesmo por pessoas
leigas em todo o mundo, depois de sua ascensão no Japão pós-guerra. Este, no que lhe diz
respeito pode ser aplicável a qualquer organização, por ser de fácil acesso. (ABNT, 2008)
Conforme Côrrea e Côrrea (2011), essas etapas são:
P – Plan: planejar, constitui a fase inicial do ciclo e é considerada muitas vezes uma

Administração Gestão, empreendedorismo e marketing Capítulo 22 305


das mais importantes, sendo considerada atualmente o momento mais trabalhoso, uma vez
que com um plano bem elaborado, serão reduzidas as quantidades de falhas no processo,
o que por sua vez, reduzirá custos e consequentemente a organização obterá maiores
lucro e índices de eficácia.
D – Do: executar, é o processo de colocar em prática as ideias previstas no
planejamento. Quanto mais realistas forem as propostas pré-estabelecidas, menos serão
as chances de haver falhas no desenvolvimento do projeto.
C – Check: verificar ou checar, neste momento será feita uma análise dos dados
obtidos durante a execução, para dessa forma perceber erros e falhas que não estavam
previstas no processo.
A – Action: agir, aqui serão feitas as correções necessárias ao processo, de forma
a gerar um novo planejamento e dessa forma tornar contínuo o ciclo.
Este método foi criado na década de 1920, por Walter A. Shewhart, e alguns anos
após disseminado por Willian Edward Deming. Entretanto, ainda no século XXI mostra-
se eficiente na gestão empresarial, principalmente quando aliado a outras ferramentas
potencializadoras (CÔRREA e CÔRREA, 2011).

2.2.2 Análise SWOT

De acordo com Kotler (2012), a análise SWOT, também pode ser chamada de análise
FOFA. Isso porque a função principal dessa análise é estudar quais as forças, fraquezas,
oportunidade e ameaças de uma empresa. Para a partir desses dados, a administração
monitorar fatores do ambiente interno e externo.
Não é conhecido ao certo quem foi o verdadeiro idealizador dessa técnica, porém
se sabe que surgiu a partir de vários estudos como por exemplo, a pesquisa de Albert
Humphrey em 1960 - 1970, sobre a fortune 500 dos Estados Unidos. (SANTOS, 2019).
Para Maneger (2007), ao analisar seu ambiente externo, a empresa estará
percebendo as suas principais ameaças e oportunidade ao seu negócio. Assim sendo, esta
organização estará preparada para possíveis mudanças no macro e no microambiente.
Enquanto, o ambiente interno pode revelar as forças e fraquezas de certa organização.
Mostrando para esta mesma organização quais os seus limites no tocante a eficácia e
eficiência.
Esta técnica geralmente está inserida no plano de negócios da organização, e
constitui uma peça chave para o estabelecimento das metas organizacionais. (KOTLER,
2012).

2.2.3 Matriz BCG

A ferramenta de gerenciamento conhecida como matriz BCG, foi criada em 1963 por
Bruce Henderson. Esta, por sua vez, é uma forma de decisão estratégica para descobrir

Administração Gestão, empreendedorismo e marketing Capítulo 22 306


elos quantitativos relacionados ao setor de mercado escolhido por alguma empresa com
essa mesma empresa, no tocante ao seu mix de produtos. (BARBOZA E ROJO, 2015).
De acordo com Kotler (2000), o Boston Consulting Group, mais conhecida como
matriz BCG está dividida visualmente em quatro quadrantes. Nesta, são divididos os
produtos estão divididos com base em dois fatores, o crescimento do mercado e market
share relativo.
Dessa forma, o primeiro quadrante está inserido os produtos com baixo crescimento
de mercado e alto market share relativo, estes itens são popularmente chamados de “vaca
leiteira”. No segundo quadrante, estão os produtos com altas taxas de crescimento e market
share, sendo chamados de “estrelas”. O terceiro quadrante, contém os itens com baixo
Market share e alto crescimento no mercado, conhecido como “ponto de interrogação” e
por fim no último quadrante estão os produtos com baixa participação no mercado e baixas
taxas de crescimento, identificados como “abacaxi”. (KOTLER e KELLER, 2016).

3 | MÉTODO DA PESQUISA
O presente estudo teve como objeto de pesquisa pequenos negócios administrados
pelos alunos das turmas 2015.1 a 2017.1 do curso de administração da Universidade
Federal de Campina Grande. A princípio foi realizado um levantamento teórico sobre o
tema em livros, artigos e periódicos para aprofundar e fundamentar a análise dos dados.
Dessa forma, no início do mês de outubro de 2019 iniciou-se a pesquisa de campo,
onde realizou-se entrevistas com os alunos sobre seus negócios e foram coletados os
dados necessários para estudo do caso, resultando no atendimento do objetivo proposto.
Para a coleta dos dados foi utilizado um roteiro de entrevista semiestruturado baseado nos
conhecimentos obtidos a partir da leitura de estudos correlatos.
A pesquisa classifica-se como exploratória e descritiva. Exploratória, uma vez que
apresenta um novo conceito a ser usado pelas empresas, visto que propôs aperfeiçoamentos
para as ferramentas de gestão estratégica utilizadas. Considera-se descritiva porque
foi elaborado um estudo sistematizado, contendo as variáveis que influenciam direta e
indiretamente o objetivo da pesquisa.

4 | RESULTADO
No decorrer dessa pesquisa foram realizadas entrevistas com alunos do curso
de administração do Centro de Ciências jurídicas e Sociais da Universidade Federal de
Campina Grande que possuem pequenos negócios em suas cidades. Nesses momentos os
mesmos foram questionados sobre as ferramentas de gestão estratégica utilizadas pelas
suas empresas. Ou seja, o uso de ferramentas estudas em sala de aula na vida prática de
um microempreendedor. Dessa forma, foram analisados 8 empreendimentos de diferentes

Administração Gestão, empreendedorismo e marketing Capítulo 22 307


setores. Os resultados encontrados são mostrados a seguir.
4.1 Setor de cosméticos
A empresa analisada no setor de cosméticos está localizada no município de
Pombal – PB. Esta, atua no mercado a 4 anos e é administrada por um profissional com
formação em administração e uma aluna do curso do CCJS. Seu principal serviço é a
comercialização de perfumes importados.
Para administrar estrategicamente os responsáveis utilizam o ciclo PDCA,
analisando seus possíveis clientes e buscando conhecer suas preferências e necessidades,
realizando assim um planejamento de compras e vendas, em seguida são realizadas as
ações planejadas e dessa forma atuando o tempo todo com o controle das atividades para
o alcance de objetivos e conseguir o melhoramento contínuo.
Esta empresa ainda utiliza a matriz BCG e a análise de SWOT. A primeira quando
são reconhecidos os produtos com crescimento no mercado (geralmente os lançamentos)
conhecidos como estrelas e os itens que apesar de ter baixo crescimento no mercado
possui alto Market share, chamados estrelas. A segunda por fazer estudos de mercado, nas
dimensões análise de preço e tamanho de portfólio de produtos.
Além dessas, ainda são utilizadas ferramentas como missão, visão e valores.
Auxiliando assim a empresa como melhorar constantemente a administração, provocando
consequentemente crescimento no mercado regional.

4.2 Serviços em tecnologia


O empreendimento desse setor possui localização física no município de Vieirópolis
– PB, atua no nesse segmento 3 anos e suas atividades são realizadas e gerenciadas
totalmente por um aluno do CCJS.
Este empreendimento no setor de serviços de informática e desing gráfico não utiliza
a análise de SWOT, uma vez que no seu mercado local não possui concorrente, por ser
um pequeno município, esta empresa atua como um serviço único nesse campo. Por esse
mesmo motivo não faz sentido para a empresa a análise de SWOT, sendo utilizada apenas
como meio para perceber possíveis melhorias.
Entretanto, em relação ao ciclo de Deming, o administrador está sempre atento ao
planejamento semanal, utilizando como recurso planilhas do MS-Excel para programar os
prazos de entregas das atividades, não permitindo que o trabalho seja acumulado e dessa
forma provoque atrasos nos prazos de entrega, o que provocaria insatisfação nos seus
clientes e perdas de trabalhos. Além dessas, ainda são utilizadas planilhas para controle
financeiro.

4.3 Serviços de maquiagem


Este negócio é administrado por uma atual aluna do CCJS, está atuando no mercado
há cerca de 6 anos e atualmente possui instalações na cidade de Sousa – PB. O ateliê

Administração Gestão, empreendedorismo e marketing Capítulo 22 308


trabalha unicamente com serviço de maquiagem e quem executa essa tarefa é a mesma
pessoa que administra.
A administradora dessa pequena empresa afirmou utilizar o ciclo de Deming, pois é
um instrumento de suma importância para ter controle das operações. Isso mostra-se eficaz
quando é necessária reposição de produtos, decorrentes de atividades como períodos com
altas taxas sazonais de demanda, ou em caso contrário, quando o planejamento mostra que
a demanda é muito baixa fazendo com que seja percebido a necessidade de campanhas
de marketing.
A empresa ainda utiliza a ferramenta da matriz BCG, uma vez que nesse segmento
de mercado sempre acontecem fenômenos de modismo. Esta análise permite a gestão
saber quais as preferências dos seus clientes e conhecer quais os itens que estão em alta
no mercado.
Por fim, é utilizado a análise SWOT, que se mostra desde o início do negócio como
a principal ferramenta utilizada, pois permite que a maquiadora busque cada vez mais a
excelência, através da inspiração relacionada a experiência de outras profissionais com
mais visibilidade no mercado.

4.4 Comércio varejista de bebidas


A empresa estudada atua no mercado há 3 anos. Esta é uma empresa familiar de
pequeno porte e atualmente é dirigida por um discente do curso de administração do CCJS.
A instituição comercializa produtos de conveniência em geral, mas possui como principal
produto de venda bebidas (por ser os produtos mais comprados em conveniências locais).
Nessa microempresa é utilizado de forma eficaz frequentemente apenas a ferramenta
de gestão estratégica matriz BCG. Isto, para não haver perdas como vencimento e estragos
físicos de produtos por baixa rotatividade.
O gestor reconhece a importância das demais ferramentas, dessa forma o mesmo
afirmou que o ciclo PDCA se fosse utilizado traria melhorias consideráveis para a logística.
A ferramenta ainda não é utilizada simplesmente pela falta de controle, mas ao perceber as
transformações geradas pelo uso dela a administração pensa em métodos para aos poucos
começar a utilizar essa ferramenta. Além dessa, é entendido que a análise de SWOT é
importante para esta empresa, a partir da percepção de mercado que será mostrada a esta
loja de conveniências. Dessa forma, permitindo a expansão do empreendimento.

4.5 Fotografia
A sociedade do setor de fotografia é uma empresa sem instalações físicas, mas
que atua no mercado atendendo a demanda de pessoas da cidade de Sousa e suas
circunvizinhanças. É formada por duas pessoas, sendo que uma delas está cursando
administração. Sua atuação no mercado é de apenas 1 ano.
A empresa de fotografia estudada para os fins desse trabalho utiliza como ferramenta

Administração Gestão, empreendedorismo e marketing Capítulo 22 309


de gestão estratégica apena o ciclo PDCA, porém entre as empresas analisadas é o que
utiliza o ciclo com mais excelência, na visão da pesquisadora.
O ciclo inicia com o planejamento do como atender o cliente, qual a quantidade de
clientes para determinada época, qual a personalidade individual de cada cliente, afim de
que seus clientes tenham níveis de satisfação superior ao dos seus concorrentes. A partir
desse plano são realizadas as atividades e sempre estudados os resultados, com propósito
de melhorar sempre o atendimento ao cliente.

4.6 Bebidas, gás, lavagem e polimento de carro


Trata-se de uma companhia instalada no município de Cajazeiras. Esta, por sua
vez, é caracterizada como MPE. Está colaborando com a economia da sua região a
aproximadamente 2 anos e 6 meses. Como as demais citadas, esta também é administrada
por um aluno do CCJS.
Por sua vez, esta união de pequenas empresas, utiliza como ferramentas o ciclo
PDCA e a análise de SWOT. O primeiro, quando através de planilhas faz planejamentos
de quanto comprar (com base na previsão de demanda), e planejamentos financeiros.
A segunda para fazer a formação de preços, com base nos preços concorrentes e ter
conhecimento sobre qual a melhor forma de se posicionar no mercado, para atrair o maior
número de clientes possíveis.
O empreendedor afirmou que neste segmento de mercado não há necessidade de
fazer uma matriz BCG, por se tratar de itens que não possuem diferença entre si. Assim os
clientes não se baseiam em qualidade do produto, mas em questões como satisfação no
atendimento, prazo de entrega e comodismo.

4.7 Ourivesaria e joalheria


Uma empresa familiar que já está no mercado de Sousa – PB, há 34 anos. Pode-
se perceber pelo tempo de atuação que é uma empresa madura, entretanto os antigos
gestores não possuem formação para expandir o negócio. Contudo, um dos atuais
proprietários está cursando administração e tem inserido algumas técnicas aprendidas no
curso em seu negócio.
Este empreendimento, por sua vez, não faz nenhuma das etapas do ciclo PDCA, o
gestor sustenta-se no fundamento familiar que já está na terceira geração para tomar as
decisões e dessa forma dar o melhor direcionamento ao negócio.
No que diz respeito a análise SWOT não é possível fazer essa análise, pois se
trata de uma matéria prima delicada e de alto valor monetário, o que faz com que muitos
concorrentes não sejam fiéis ao processo químico na elaboração das joias. Como esse
problema é quase totalmente constante não é possível identificar ao certo o nível de
fidelidade dos produtos.
Dessa forma, a única ferramenta utilizada é a matriz BCG. A empresa é considerada

Administração Gestão, empreendedorismo e marketing Capítulo 22 310


referência em alianças no mercado local, por mostrar um produto de maior qualidade que
os demais.
O uso de quase nenhuma ferramenta de gestão estratégica segundo o gestor
acontece porque o ouro, que é a principal matéria prima utilizada, é um produto valioso e que
requer além de prática, um nível de confiança por parte do proprietário com os funcionários.
Assim, o aumento de mão-de-obra é quase impossível, tornando sobrecarregado os poucos
funcionários que são adequados ao cargo.
No que diz respeito a incidência de aplicabilidade das três ferramentas de gestão
estratégica analisadas, nessa amostra de 7 empreendimentos foram percebidos o uso
em todos eles, totalizando 12 ferramentas utilizadas. Dentre estes o ciclo PDCA é o mais
utilizado com índice de aproximadamente 42%, isso mostra o quanto esta ferramenta é
essencial a qualquer negócio (Quadro 1). A segunda ferramenta mais utilizada é a matriz
BCG com índice de aproximadamente 33%, utilizado na maioria das vezes apenas para
conhecer as preferências dos consumidores, não levando em consideração os demais
benefícios dessa ferramenta. Quanto a ferramenta análise de SWOT foi utilizado em 25%
dos negócios, sendo utilizado principalmente para estudo da concorrência e conseguir
melhorar de acordo com a tendência da demanda.

Ferramentas de gestão estratégica Quantidade de usos %


Ciclo PDCA 5 42%
Matriz BCG 4 33%
Análise SWOT 3 25%
Total 12 100%
Quadro 1 - Ferramentas de gestão estratégica.
Fonte: Autoria própria (2019).

Além destas ferramentas foram encontradas empresas que utilizam outras


ferramentas. Estas são missão e visão; valores; previsão de vendas e planejamento
financeiro. Para o ciclo PDCA, as microempresas usam planilhas do MS-Excel,
principalmente na etapa de planejamento por permitir o desenho do fluxo em que as
atividades devem ocorrer.

5 | CONCLUSÃO
O presente artigo teve como objetivo principal analisar como os alunos do curso de
administração da Universidade Federal de Campina Grande – Campus Sousa colocam em
prática os conhecimentos básicos da administração estratégica adquiridos em sala de aula
nos seus microempreendimentos. Para isso forma realizadas entrevistas com os alunos
que possuem esse tipo de empresa e assim obter informações de como acontece essa

Administração Gestão, empreendedorismo e marketing Capítulo 22 311


relação no dia-a-dia das empresas.
Os resultados dessa pesquisa mostraram que os alunos reconhecem a importância
dessas ferramentas, percebendo as melhorias que elas proporcionam quando utilizadas.
Por isso a maioria já utiliza algumas ferramentas de gestão estratégica nos seus
empreendimentos, e os que ainda não utilizam estão buscando maneiras de como
implantar. Um fator desestimulante é a cultura de que pequenas empresas não precisam
de gestão estratégica. Apesar disso, estes microempreendedores estão percebendo novas
possibilidades, isto é, analisando alternativas para expandirem seus empreendimentos.
Apesar da grande quantidade de pequenas empresas que se encontram no mercado,
é possível perceber a ascensão daquelas que mais se adequam ao mercado, através de
inovações não oferecidas pela concorrência. Nesse momento a administração estratégica
se apresenta como uma peça chave para o diferencial empresarial.
É certo que estas empresas analisadas já utilizam algumas práticas estratégicas,
todavia é proposto que estas ferramentas estejam em constante aperfeiçoamento. Além
disso, devem ser percebidas como um segredo para dar a empresa possibilidades de
crescimento. Assim não serão utilizadas sem objetivos específicos, pelo contrário, estarão
sempre aliadas aos objetivos empresariais. Para as empresas que ainda não utilizam
nenhuma das práticas, é proposto que comece inicialmente com as ferramentas básicas,
como por exemplo definir qual a missão e a visão da empresa. Em seguida sejam vistas
técnicas de planejamento, assim introduzindo o ciclo PDCA.
Com o alcance do objetivo traçado, entretanto, as conclusões em relação
aos resultados têm um alcance limitado. Dentre as limitações da pesquisa pode ser
destacado: o pouco tempo disponível para realização da pesquisa, interferindo no nível de
envolvimento dos alunos que muitas vezes não disponibilizaram de tempo para responder
aos questionários e a participação de órgãos auxiliadores de micro e pequenas empresas,
neste caso o SEBRAI.

REFERENCIAS
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Administração Gestão, empreendedorismo e marketing Capítulo 22 312


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Administração Gestão, empreendedorismo e marketing Capítulo 22 313


ÍNDICE REMISSIVO

A
Administração 1, 2, 7, 14, 16, 18, 22, 27, 29, 30, 39, 44, 50, 52, 61, 62, 80, 83, 92, 93, 94,
106, 111, 112, 129, 177, 190, 192, 222, 223, 225, 226, 228, 229, 237, 238, 239, 250, 251,
252, 254, 261, 262, 271, 286, 287, 289, 298, 299, 302, 303, 304, 306, 307, 308, 309, 310,
311, 312, 313, 331, 332, 333, 350, 352
Arranjos produtivos locais 7, 223, 334, 335, 338, 342, 343, 349, 350, 351
Atacado 260, 261, 263, 270

B
Banco 6, 13, 14, 114, 115, 116, 117, 118, 120, 121, 126, 143, 154, 202, 230, 288, 295, 300,
352
Brasil 3, 5, 2, 3, 7, 9, 10, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 44, 45,
46, 47, 48, 49, 50, 52, 61, 62, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 77, 78, 79, 80,
81, 84, 85, 86, 87, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 110, 130, 131, 133, 144, 155, 156, 159, 161,
163, 164, 169, 170, 172, 173, 174, 177, 180, 181, 183, 187, 188, 190, 191, 192, 193, 196,
201, 202, 204, 205, 213, 221, 223, 224, 241, 286, 302, 303, 304, 305, 313, 325, 332, 337,
342, 347, 349, 350

C
Cidadãos 46, 47, 50, 67
Cluster 128, 161, 167, 169, 334, 338, 347, 350, 351
Compra 4, 95, 96, 97, 98, 99, 100, 104, 105, 106, 107, 119, 261, 277, 279, 280, 305, 320,
330
Consultoria 3, 27, 29, 31, 34, 38, 43, 196, 197, 203, 337
Consumidor 4, 95, 96, 97, 99, 101, 102, 104, 105, 106, 107, 108, 131, 194, 196, 207, 212,
261, 278, 279, 282, 285, 317, 323, 325, 327, 328, 340
Contabilidade 5, 61, 62, 192, 203, 222, 223, 226, 227, 228, 229, 230, 232, 234, 235, 236,
237, 286, 350
Covid-19 3, 3, 13, 15, 16, 17, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 114, 117, 119, 120, 126, 127, 128,
148, 150, 281
Cultura 4, 18, 20, 68, 74, 80, 81, 82, 83, 84, 85, 87, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 121, 176, 181,
186, 234, 275, 294, 312, 337, 344, 345, 349
Curva ABC 260, 262, 264, 265, 266, 267, 268, 269
Custeio baseado em atividades e tempo 5, 204, 205, 208, 213

Administração Gestão, empreendedorismo e marketing Índice Remissivo 353


D
Demonstrações financeiras 228, 229
Desempenho 27, 34, 36, 37, 38, 41, 42, 43, 46, 75, 157, 159, 160, 164, 176, 179, 185, 191,
196, 198, 210, 225, 230, 234, 240, 241, 243, 244, 246, 248, 249, 250, 273, 275, 285, 286,
288, 289, 352
Desenvolvimento local 334, 335, 336, 338, 340, 341, 342, 343, 348, 349, 350, 351
Dimensão cultural 7, 334, 336, 340, 344, 345, 346, 347, 348, 349
Dívida líquida 1, 2, 7, 12, 13, 14
Dívida pública 3, 1, 2, 7, 12, 13, 14

E
Empreendedor 97, 108, 109, 205, 206, 233, 245, 299, 310, 337
Empreendedorismo 1, 2, 4, 108, 111, 113, 202, 313, 344
Empresa 6, 88, 89, 90, 91, 92, 95, 96, 97, 98, 108, 112, 118, 120, 132, 137, 144, 158, 159,
165, 168, 172, 176, 178, 179, 183, 185, 186, 189, 190, 193, 194, 195, 196, 197, 198, 201,
202, 203, 205, 206, 207, 208, 209, 223, 226, 227, 228, 229, 230, 231, 232, 233, 234, 235,
236, 237, 239, 240, 241, 242, 243, 244, 245, 246, 247, 248, 249, 250, 251, 253, 257, 258,
260, 261, 262, 263, 270, 271, 272, 273, 274, 275, 276, 277, 278, 279, 280, 281, 282, 283,
284, 285, 286, 287, 288, 289, 290, 291, 292, 293, 294, 295, 296, 297, 298, 299, 300, 301,
302, 304, 305, 306, 307, 308, 309, 310, 311, 312, 316, 317, 318, 319, 320, 321, 322, 324,
325, 331, 338, 347, 349
Energia 4, 129, 130, 131, 132, 133, 134, 135, 136, 137, 138, 139, 142, 143, 155, 156, 157,
160, 165, 167, 169, 177, 201, 202, 203, 208, 217, 218, 220
Engenharia reversa 5, 204, 205, 206, 207, 212, 213, 221, 222, 223, 224, 225
Estoque 6, 233, 260, 261, 262, 263, 264, 270, 279, 280, 283
Estudo de caso 6, 7, 27, 29, 43, 74, 93, 222, 227, 228, 231, 232, 240, 242, 251, 260, 263,
287, 288, 297, 314, 322, 333, 351
F
Faturamento 235, 318
Financiamento 6, 1, 2, 13, 14, 29, 48, 51, 52, 133, 138, 143, 253, 254, 255, 256, 257, 258,
294, 297, 338, 339
Forças de porter 6, 272, 273, 274, 284, 285, 287
Funcionários 6, 84, 161, 165, 169, 178, 179, 182, 189, 192, 246, 248, 258, 288, 289, 290,
293, 294, 295, 296, 297, 298, 300, 311

G
Gastos 3, 1, 11, 45, 47, 52, 53, 55, 56, 57, 60, 61, 65, 100, 114, 121, 123, 125, 126, 137,

Administração Gestão, empreendedorismo e marketing Índice Remissivo 354


157, 201, 209, 211, 234
Gastronomia 4, 95, 97, 100, 101, 103, 104, 105, 106
Gestão 1, 2, 3, 5, 6, 7, 1, 15, 16, 17, 18, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 29, 31, 43, 44, 48, 52,
60, 61, 62, 71, 73, 74, 83, 84, 93, 106, 110, 111, 112, 113, 144, 155, 158, 159, 160, 162,
165, 169, 172, 173, 174, 175, 176, 177, 178, 179, 182, 183, 184, 185, 186, 187, 188, 189,
190, 191, 192, 193, 195, 196, 197, 198, 202, 203, 204, 205, 206, 207, 208, 210, 211, 212,
213, 219, 221, 222, 223, 224, 225, 226, 227, 228, 229, 230, 231, 232, 233, 234, 235, 236,
239, 240, 241, 242, 243, 245, 246, 248, 249, 250, 251, 252, 258, 260, 261, 262, 263, 270,
271, 274, 289, 297, 302, 304, 305, 306, 307, 309, 310, 311, 312, 325, 329, 331, 346, 347,
350, 352
Global 100 5, 193, 194, 195, 197, 198, 200, 202, 203
Grau de maturidade 5, 239, 241, 242, 246, 250

I
Indústria 5, 162, 164, 170, 177, 191, 193, 202, 206, 226, 227, 228, 232, 239, 240, 241, 242,
245, 250, 252, 257, 277, 344
Inovação 23, 25, 108, 109, 156, 157, 158, 159, 160, 165, 171, 176, 191, 240, 249, 278, 299,
315, 335, 337, 338, 340, 343, 344, 345, 347, 349, 350, 352

M
Marketing 1, 2, 7, 95, 96, 98, 102, 106, 107, 112, 117, 118, 127, 246, 271, 286, 287, 309,
313, 314, 315, 316, 317, 318, 319, 320, 321, 322, 323, 324, 325, 327, 329, 330, 331, 332,
333
Matriz BCG 273, 274, 275, 276, 282, 283, 285, 286, 306, 311
Matriz SWOT 273, 274, 275, 279, 281, 282, 285, 287, 313
Microempreendimentos 302, 304, 305, 311
Motivação 6, 246, 288, 289, 290, 291, 292, 294, 295, 296, 297, 299, 300, 301, 303
O
Orçamento 3, 14, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 52, 53, 60, 61, 62, 132, 133, 137, 321,
322, 324
Organização 15, 16, 17, 20, 28, 32, 33, 34, 35, 36, 51, 69, 81, 83, 84, 87, 88, 89, 90, 92,
93, 97, 98, 110, 157, 158, 160, 161, 163, 165, 169, 174, 176, 177, 178, 185, 187, 217, 232,
236, 241, 242, 243, 244, 250, 251, 253, 258, 259, 260, 261, 270, 271, 273, 274, 275, 276,
277, 278, 279, 280, 281, 284, 285, 289, 290, 296, 297, 304, 305, 306, 315, 317, 318, 319,
320, 322, 323, 325, 340, 341

P
Pandemia 3, 12, 15, 16, 17, 19, 20, 21, 23, 24, 25, 26, 102, 115, 116, 117, 119, 120, 127,
279, 280

Administração Gestão, empreendedorismo e marketing Índice Remissivo 355


PDCA 302, 303, 304, 305, 308, 309, 310, 311, 312
Pilar social 5, 172, 173, 174, 175, 178, 179, 182, 183, 184, 185, 186, 187, 188, 189, 190

Q
Quebras estruturais 3, 1, 2, 3, 7, 12, 13
QVT 172, 173, 176, 177, 179, 184, 185, 186, 187, 188, 189

R
Responsabilidade social 108, 109, 112, 174, 187, 192, 203
Revisão sistemática 7, 334, 336, 346, 348, 349

S
Saúde 3, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 45, 46, 47, 48, 49, 51, 52, 53, 54,
58, 59, 60, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 172, 173,
175, 176, 177, 178, 182, 183, 184, 187, 188, 189, 191, 210, 211, 289, 294, 297, 342, 346
Serviço público 3, 27, 29, 43
Sociedade 4, 17, 18, 19, 20, 64, 65, 67, 68, 73, 80, 81, 84, 85, 86, 87, 89, 90, 91, 92, 108,
109, 110, 111, 157, 160, 164, 174, 178, 190, 193, 194, 196, 202, 229, 239, 250, 254, 273,
304, 309, 317, 340, 341, 352
Sustentabilidade 5, 2, 3, 14, 108, 109, 111, 112, 143, 157, 162, 172, 173, 174, 175, 178,
179, 182, 183, 184, 185, 186, 187, 188, 189, 190, 192, 195, 196, 198, 202, 203, 233, 245
T
Tomada de decisão 12, 175, 226, 227, 229, 236, 263, 274
V
varejo 177, 261, 318

Administração Gestão, empreendedorismo e marketing Índice Remissivo 356


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Editora executiva
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Natália Sandrini de Azevedo Copyright do texto © 2022 Os autores
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Administração: gestão, liderança e inovação 2

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Correção: Yaiddy Paola Martinez
Indexação: Amanda Kelly da Costa Veiga
Revisão: Os autores
Organizador: Elói Martins Senhoras

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

A238 Administração: gestão, liderança e inovação 2 / Organizador


Elói Martins Senhoras. – Ponta Grossa - PR: Atena,
2022.

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Inclui bibliografia
ISBN 978-65-258-0636-5
DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.365221110

1. Administração. I. Senhoras, Elói Martins


(Organizador). II. Título.
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e-mails dos autores, bem como nenhum outro dado dos mesmos, para qualquer finalidade que não o
escopo da divulgação desta obra.
APRESENTAÇÃO

A Administração trata-se de um pragmático campo de estudos que tem passado


por uma constante evolução dinâmica ao longo dos tempos, em especial nos últimos dois
séculos, ao conciliar a faceta real da arte da prática, estratégica e operacional, com a faceta
ideal do estado da arte em termos de modelos e marcos teórico-conceituais, propiciando
assim um relevante terreno para refletir e instrumentalizar a gestão, o planejamento e o
desenvolvimento humano e organizacional.
Partindo desta contextualização evolutiva, o presente livro tem o objetivo de
apresentar a riqueza do campo científico da Administração a partir de uma abrangente
agenda de estudos que valoriza a pluralidade temática, metodológica e teórica para analisar
a realidade da gestão estratégica e do desenvolvimento organizacional no curto e no longo
prazo em diferentes escalas espaciais e periodizações temporais.
Não é por acaso que esta obra foi intitulada como “Administração: Gestão, Liderança
e Inovação 2”, mas antes manifesta uma preocupação em apresentar uma relevante
agenda contemporânea de estudos com base em um tripé conceitual com crescente
relevância empírica nas atividades de planejamento e gestão, bem como nos processos de
desenvolvimento institucional e organizacional.
O livro reúne uma coletânea de pesquisas que foi construída a várias mãos no
Brasil e no México por um conjunto de pesquisadoras e pesquisadores com distintas
expertises profissionais e formações acadêmicas, oriundos de instituições públicas e
privadas de ensino superior e comprometidos com a discussão da fronteira do pensamento
administrativo por meio de empíricos estudos de caso.
As pesquisas apresentadas neste livro foram estruturadas a partir de uma
abordagem qualitativa quanto aos meios e exploratória, descritiva e explicativa quanto aos
fins, por meio de uma combinação metodológica dos procedimentos de revisão bibliográfica
e documental no levantamento de dados com a análise de dados por meio de estudos de
caso com aplicação de hermenêutica administrativa.
Construído para estimular o espírito de reflexão e criticidade sobre o pensamento
e a realidade material da Administração, o presente livro de coletânea é indicado para um
extenso número de leitores, justamente por apresentar uma didática leitura empírica que
despertará o interesse, tanto, de um público leigo afeito a novos conhecimentos, quanto,
de um público especializado de acadêmicos que busca dialogar com base em tradicionais
e novas abordagens científicas.
Excelente leitura!

Elói Martins Senhoras


SUMÁRIO
CAPÍTULO 1.................................................................................................................. 1
DESAFIOS DO ENSINO DE ADMINISTRAÇÃO NO BRASIL
Tarcísio Roberto Cavalcante da Silva
https://doi.org/10.22533/at.ed.3652211101

CAPÍTULO 2................................................................................................................16
ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS NO AMBIENTE ACADÊMICO:
UM ESTUDO DE CASO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – UNIPAM
Andrêssa Pereira Sousa
Ana Paula Lara Vasconcelos Ramos
https://doi.org/10.22533/at.ed.3652211102

CAPÍTULO 3................................................................................................................30
METAPROCESSOS EM GESTÃO
Sérgio Luís Haas
https://doi.org/10.22533/at.ed.3652211103

CAPÍTULO 4................................................................................................................36
A GESTÃO COMO FONTE DE ATUAÇÃO EFETIVA DO PROFISSIONAL SECRETÁRIO
EXECUTIVO
Suzane Silva de Sousa Barbosa
Fabiana Carla Bezerra Vitaliano
https://doi.org/10.22533/at.ed.3652211104

CAPÍTULO 5................................................................................................................56
ANÁLISE DE MERCADO POTENCIAL PARA A EXPANSÃO DE UMA EMPRESA DE
ADQUIRÊNCIA EMPREGANDO GEOMARKETING E SISTEMAS DE INFORMAÇÕES
GEOGRÁFICAS
Evelyn Santos da Conceição
Alan José Salomão Graça
Leandro Luiz Silva de França
Sonia Maria Lima Silva
Ingrid dos Santos Araujo
https://doi.org/10.22533/at.ed.3652211105

CAPÍTULO 6................................................................................................................73
IMPACTO EMOCIONAL DEL ESTRÉS EN EL DESEMPEÑO DE LOS TRABAJADORES
EN UNA EMPRESA EN LA FRONTERA DE JUÁREZ-EL PASO TEXAS
Felipe Dávila Soltero
Claudia Cervantes Montoya
Beatriz Eugenia Ochoa Rivera
Sebastián Gloria Zúñiga
https://doi.org/10.22533/at.ed.3652211106

SUMÁRIO
CAPÍTULO 7................................................................................................................80
IMPACTOS DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA
CERÂMICA DA REGIÃO DE CRICIÚMA/SC
Vinícius Ortolan Salvador
Abel Correa de Souza
https://doi.org/10.22533/at.ed.3652211107

CAPÍTULO 8................................................................................................................95
INFLUÊNCIA NA GESTÃO DE RELACIONAMENTO DE CLIENTES NA SATISFAÇÃO
DAS SUAS NECESSIDADES
Augusto Castigo Choquice
https://doi.org/10.22533/at.ed.3652211108

CAPÍTULO 9..............................................................................................................102
MAPEAMENTO DOS MODELOS E FERRAMENTAS DE GESTÃO AMBIENTAL PARA O
SETOR LÁCTEO
Ana Isabelle Gomes Lopes
Maria de Fátima Nóbrega Barbosa
https://doi.org/10.22533/at.ed.3652211109

CAPÍTULO 10............................................................................................................ 117


MAPA EMPRESARIAL DE SUCESSO DE PEQUENAS EMPRESAS
Alexandre Farias Albuquerque
Edmundo Escrivão Filho
Paulo Sérgio Miranda Mendonça
https://doi.org/10.22533/at.ed.36522111010

CAPÍTULO 11............................................................................................................135
LA EDUCACIÓN FINANCIERA, ESTRATEGIA DE PYMES
Marina Elizabeth Salazar Herrera
https://doi.org/10.22533/at.ed.36522111011

CAPÍTULO 12............................................................................................................148
GOVERNANÇA: O CASO DE UMA FAMÍLIA E SEU EMPREEDIMENTO
Eduarda Frizzo Moraes
Jaíne Machado de Abreu
Rosane Maria Seibert
Neusa Gonçalves Salla
Grace Kelly Holtz Scremin
https://doi.org/10.22533/at.ed.36522111012

CAPÍTULO 13............................................................................................................166
ESTUDIO DE LOS FACTORES INTANGIBLES EN LOS EMPRENDEDORES TEXTILES
DE LA ZONA MAZAHUA DE SAN FELIPE DEL PROGRESO
Dulce María Castolo Servín
Alba Cruz López

SUMÁRIO
Araceli López Camacho
https://doi.org/10.22533/at.ed.36522111013

CAPÍTULO 14............................................................................................................174
ENTREPRENEURIAL AND SUSTAINABLE PUBLIC MANAGEMENT
Ilmar Polary Pereira
https://doi.org/10.22533/at.ed.36522111014

CAPÍTULO 15............................................................................................................197
GERENCIAMENTO DE CUSTOS PÚBLICOS: UMA ANÁLISE DO MODELO UTILIZADO
NUM CAMPUS DE UNIVERSIDADE PÚBLICA DO INTERIOR DE PERNAMBUCO
Paulo Henrique Meneses Brasil
Helder Caran Ferreira dos Santos
https://doi.org/10.22533/at.ed.36522111015

SOBRE O ORGANIZADOR......................................................................................209

ÍNDICE REMISSIVO..................................................................................................210

SUMÁRIO
CAPÍTULO 9
MAPEAMENTO DOS MODELOS E FERRAMENTAS
DE GESTÃOAMBIENTAL PARA O SETOR LÁCTEO

Data de aceite: 03/10/2022 do produto, auditoria ambiental, avaliação de


impacto ambiental, marketing verde e educação
ambiental. Então, é necessário que as empresas
Ana Isabelle Gomes Lopes
do setor analisem quais os seus principais
Mestranda em Administração (UFCG)
déficits ambientais, a fim de perceber quais as
Maria de Fátima Nóbrega Barbosa ferramentas mais viáveis para a organização,
PhD em Administração Pública (UFV) reduzindo os impactos sociais e ambientais
negativos gerados pelas suas atividades
rotineiras.
PALAVRAS-CHAVE: Modelos ambientais,
RESUMO: O despertar verde em todo o
Ferramentas ambientais, Setor lácteo,
planeta, faz com que consumidores busquem
Sustentabilidade.
produtos e serviços que sejam ambientalmente
responsáveis. Isso provocou uma mudança no
cenário industrial. As empresas que anteriormente MAPPING ENVIRONMENTAL
visavam apenas obtenção de lucro, estão sendo MANEGEMENT MODELS AND TOOLS
forçadas pelos compradores a aplicarem em
FOR THE DAIRY INDUSTRY
sua produção modelos e ferramentas de gestão ABSTRACT: The growing green awakening on
ambiental. Nesta perspectiva, as indústrias de all the planet, makes consumers look for products
laticínios como potenciais poluidoras do meio and services that are environmentally responsible.
ambiente precisam rever seus antigos modelos This caused a change in the industrial scenario.
de gestão. Dessa maneira, essa pesquisa teve Companies that previously were only aiming to
como objetivo principal mapear os modelos make a profit, are being forced by buyers to adapt
e ferramentas de gestão socioambiental que models and tools for environmental management
poderão ser utilizados pelo setor lácteo. Para in their production. In this perspective, the dairy
isso, foi realizada uma pesquisa bibliográfica industries as potential polluters of the environment
e bibliométrica com o software Vosviewer need to review their old management models. In
1.6.12, com intuito de reconhecer na literatura this way, this research had as main objective to
os principais modelos e ferramentas de gestão map the models and tools of socioenvironmental
ambiental úteis ao objeto de estudo. Os management that can be used by the dairy
resultados mostram que embora o setor lácteo sector. For this, a bibliographic and bibliometric
seja de alto impacto em diversos segmentos no research was carried out with the Vosviewer
contexto socioambiental, existem instrumentos 1.6.12 software, in order to recognize in the
de gestão ambiental aplicáveis em pequenas literature the main environmental management
e grandes empresas, como: sistema de gestão models and tools useful to the object of study.
ambiental, ecoeficiência, responsabilidade social The results show that although the dairy sector
corporativa, produção mais limpa, ciclo de vida is of high impact in several segments in the

Administração: Gestão, liderança e inovação 2 Capítulo 9 102


socio-environmental context, there are environmental management instruments applicable
in small and large companies, such as: environmental management system, eco-efficiency,
corporate social responsibility, cleaner production, cycle of product life, environmental audit,
environmental impact assessment, green marketing and environmental education. So, it is
necessary for companies in the sector to analyze their main environmental deficits, in order to
understand which tools are most viable for the organization, reducing the negative social and
environmental impacts generated by their routine activities.
KEYWORDS: Environmental models, Environmental Tools, Dairy Industry, Sustainaibility.

1 | INTRODUÇÃO
Durante a evolução da civilização a sociedade passou por grandes mudanças. A
partir do século 17. A revolução industrial provocou no mundo variações não imaginadas
anteriormente, como superpopulação, e consequentemente, elevações incontroláveis nos
sistemas produtivos. Desse modo, os danos causados ao meio ambiente aumentaram, já
que a extração de matéria prima cresceu, além dos altos índices de poluição na forma de
efluentes líquidos, sólidos e gaseificados lançados irresponsavelmente na biosfera.
O capitalismo foi um dos responsáveis pelas mudanças negativas ao meio ambiente.
Isso foi provocado, porque o sistema econômico incentiva o consumo desenfreado, fazendo
com que as indústrias estejam sempre superaquecidas. Assim, nasceram as primeiras
ações do desenvolvimento sustentável, um modelo proposto pela Organização das Nações
Unidas, para melhor equilibrar as demandas sociais, econômicas e ambientais (SANTOS
e WEBER, 2019).
Desde o despertar do desenvolvimento sustentável diversos modelos e ferramentas
socioambientais têm sido colocados à disposição da sociedade, com o escopo de lidar com
a relação homem-natureza. Conforme Seiffert (2007), dentre vários instrumentos, existem
os de abrangência micro e esfera pública, os de abrangência micro e esfera privada, os
instrumentos econômicos de gestão ambiental e a Educação Ambiental. No que tange ao
social existem diversos modelos de Responsabilidade Social. A observância pela empresa
de instrumentos de gestão ambiental de forma integrada poderá contribuir para uma boa
governança com os atores sociais locais, melhorando o desenvolvimento local sustentável.
Diante desse despertar verde, os custos com melhoramentos ambientais começaram
a ser considerados investimentos empresariais. O setor de laticínios, foi alvo desses
investimentos, tendo em vista que sua produção envolve fatores como queima de madeira,
danificando o ambiente com emissão de CO2 e retirada de árvores e poluição dos solos e
rios com efluentes líquidos.
Para esta pesquisa foi escolhido o setor de laticínios, porque além das especificações
acima, este é um importante setor industrial para a economia do país, sendo considerado
um dos setores de maior contribuição para o PIB nacional. (CARVALHO, 2010, apud
SEBRAE, 2009).

Administração: Gestão, liderança e inovação 2 Capítulo 9 103


Partindo da premissa que as atividades derivadas do setor lácteo geram impactos
ambientais negativos e que estes podem ser gerenciados de alguma forma no sentido de
minimizar o seu impacto no meio ambiente, o principal objetivo dessa pesquisa foi mapear
os modelos e ferramentas de gestão socioambiental que poderão ser utilizados pelo setor
lácteo.

2 | PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Nessa pesquisa foi adotado o método dedutivo, uma vez que partiu da compreensão
dos modelos e ferramentas ambientais existentes na literatura e sua correspondência com
as práticas socioambientais do setor em estudo, ou seja, de uma perspectiva geral, os
modelos e ferramentas de gestão ambiental, para uma perspectiva particular, as práticas
de gestão socioambiental adotadas pelo setor lácteo.
De acordo com a classificação de Vergara (2013), as pesquisas podem ser
classificadas quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins: foi uma pesquisa
exploratória, descritiva e bibliométrica. Quanto aos meios: trata-se de uma pesquisa
bibliográfica e documental.
Os dados bibliográficos foram obtidos por meio de teses, dissertações e revistas
disponibilizadas em bancos de dados na internet. Enquanto os dados secundários
da pesquisa foram obtidos a partir de documentos encontrados em sites dos órgãos e
instituições que disponibilizam informações atualizadas do setor. Para tanto, foram
observadas as publicações dos últimos 3 anos.
Os dados bibliométricos foram obtidos no banco de dados Web of Science. Para
isto, foram pesquisados trabalhos de todos os anos, utilizando como palavras-chave, os
termos “Setor de laticínios”, e o modelo em estudo, a saber, sistema de gestão ambiental
e ecoeficiência.
O tratamento dos dados dessa pesquisa foi realizado por meio de uma abordagem
qualitativa por meio da análise de conteúdo dos documentos pesquisados. Para a pesquisa
bibliométrica, foi utilizado o Vos viewer 1.6.12, sendo gerados mapas com base em co-
ocorrência de palavras chaves.

3 | REFERENCIAL TEÓRICO
A fim de responder os objetivos dessa pesquisa, foram abordadas na literatura
informações relacionadas aos principais modelos e ferramentas de gestão ambiental para
o setor de laticínios. Além disso, serão levantados os resultados obtidos na pesquisa da
Web of Science, que subsidiaram o mapeamento desses modelos para o setor lácteo.

Administração: Gestão, liderança e inovação 2 Capítulo 9 104


3.1 Modelos de Gestão Ambiental Para o Setor De Laticínios

3.1.1 Sistema de Gestão Ambiental

De acordo com Dias (2007), o SGA no âmbito empresarial é um termo utilizado


para as práticas ambientais utilizadas pelas empresas no sentido de reduzir os impactos
ambientais negativos gerados por suas atividades empresariais. Sendo considerado o
principal instrumento para se obter um desenvolvimento industrial sustentável. Entretanto,
os procedimentos de gestão ambiental estão intimamente relacionados às normas
criadas pelos órgãos públicos (por isso é tão importante, que estes órgãos acompanhem
os processos que podem prejudicar o meio ambiente realizados pelas empresas,
principalmente as indústrias).
A figura 1 mostra as palavras-chave com maior co-ocorrência nas pesquisas
científicas relacionadas ao sistema de gestão ambiental e o setor lácteo (figura 1).

Figura 1 – Palavras-chave com maior relação e frequência


Fonte: Dados da pesquisa

Na demonstração do mapa é possível observar a existência dos dois grupos de


artigos (clusters), separados por cor, mas produzindo uma ligação entre os itens e estudos.
Dentre as palavras mais usadas para as ligações, depois de agricultura e estudos, está a
palavra qualidade, que mesmo estando em uma posição de ligação com o grupo verde,
interage com o grupo de palavras em vermelho. Nesse ponto, pode-se considerar o termo
qualidade como um elo de ligação entre os estudos encontrados na pesquisa.

Administração: Gestão, liderança e inovação 2 Capítulo 9 105


3.1.2 Ecoeficiência

O conceito de intensificação sustentável, ecoeficiência ou produtividade dos


insumos disponíveis, está ganhando destaque mundial, uma vez que prega o crescimento
na produtividade e redução no consumo de bens naturais do planeta (TAUBE; GIERUS;
HERMANN; LOGES; SCHONBACH, 2014). Honkasalo, Rodle e Dalhamar (2005) analisaram
através de estudos de casos em empresas de laticínios do Reino Unido, Finlândia e Suécia,
o potencial das Diretrizes IPPC como impulsoras da ecoeficiência. Os sinais dados às
empresas e o processo de licenciamento, foram ditos como os fatores mais importantes
para a influência do licenciamento na ecoeficiência.
A figura 2 apresenta as palavras-chave com maior co-ocorrência nas pesquisas
científicas relacionadas a ecoeficiência e o setor lácteo (figura 2).

Figura 2 – Palavras-chave com maior relação e frequência


Fonte: Dados da pesquisa

Ao observar o mapa é possível identificar a existência de dois clusters, separados


pelas cores verde e vermelho. De tal modo, que as palavras-chave, indústria de laticínios
e ecoeficiência, estão contidas no cluster vermelho. Entretanto, o termo ecoeficiência, faz
ligação com o cluster verde. Este, por sua vez, mostra que a palavra-chave água é a mais
utilizada nesses estudos científicos.

3.1.3 Responsabilidade social corporativa

Peria, Santos e Montoro (2020), ao perceberem a confusão entre acadêmicos e


ramos empresariais, em relação à responsabilidade social e estratégias empresariais,
buscaram dados das empresas de Capital aberto cadastradas na B3, para explicar como

Administração: Gestão, liderança e inovação 2 Capítulo 9 106


esta prática poderá afetar a situação econômica e financeira dessas empresas. Desse
modo, foi constatado que não existe grande influência financeira em relação a RSC, mas
nestas empresas é perceptível um avanço no tocante à maior número de mulheres e negros
em cargos administrativos, além de aprimoramento no processo de desenvolvimento
e entendimento das organizações, que consideram a RSC como um elemento de
posicionamento estratégico.

3.2 Ferramentas de Gestão Ambiental Para o Setor De Laticínios

3.2.1 Produção mais limpa

Este instrumento de gestão ambiental busca fazer com que os efluentes lançados
pela produção cheguem ao lugar ideal, não sendo expelido no meio ambiente, destruindo o
mesmo. Por isso, este método deve ser considerado imprescindível para a gestão ambiental
nas empresas de iniciativa privada (SIMONS, 2006). Entretanto, para que a técnica seja
validada é necessário que a organização entenda o conceito de holismo, sabendo que
todos os setores estarão envolvidos no processo de mudança (SILVA et. al., 2017).

3.2.2 Auditoria ambiental

De acordo com Barbiere (2007), a auditoria ambiental surgiu em meados do século


XX, com objetivo de fiscalizar as causas de grandes catástrofes ambientais. Contudo, nas
últimas décadas está sendo mais utilizada, não apenas para verificar se a empresa atende
aos requisitos legais, mas também como uma atividade de caráter analítico, que visa
identificar e analisar fatos e problemas ambientais, fora de sua magnitude.

3.2.3 Avaliação de impacto ambiental

A avaliação de impacto ambiental (AIA), é uma importante ferramenta pública


de gestão ambiental, podendo ser usada para planejamento e tomada de decisões
empresariais. Marinho, Filho, Orico e Santos (2012), sugerem que a avaliação de impacto
ambiental pode ser aprimorada através de alternativas tecnológicas e práticas da produção
mais limpa.

3.2.4 Marketing ambiental

A problemática ambiental impacta diretamente o meio ambiente, por isso é um fator


de alto efeito, quanto à influência no processo de decisão de compras dos consumidores.
Uma pesquisa com consumidores do Rio Grande do Norte, revela que aproximadamente
metade dos consumidores, apoiam e preferem produtos sustentáveis, podendo futuramente
se tornarem consumidores verdes (SEVERO et. al, 2020).

Administração: Gestão, liderança e inovação 2 Capítulo 9 107


3.2.5 Educação ambiental

A educação ambiental iniciou em 1942, mas apenas com a Conferência de


Estocolmo tornou-se assunto nas agendas internacionais. Entretanto, no Brasil suas
características foram introduzidas antes da institucionalização pelo governo federal. Em
Estocolmo, o homem foi percebido como o ser prospector do meio ambiente. Assim, este
mesmo indivíduo deve ser educado para preservar o habitat em que vive, não levando em
consideração apenas os prejuízos causados em seu ambiente próximo, mas no planeta
como a grande casa humana (ZANARDI, 2010).

4 | APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 Impactos Socioambientais Causados Pelo Setor de Laticínios


O setor de laticínios no Brasil é uma das mais importantes fontes de renda da
população. Em 2009, 9,3% do Produto Interno Bruto brasileiro foi oriundo deste setor,
distribuído na forma de exportações, importações e salários pagos pelos fatores produtivos
(CARVALHO, 2010). Desse modo, problemas nesse setor poderão causar grandes
prejuízos nacionais em relação a elevações no nível de desemprego ou perdas financeiras
por falta de produtos para atender a demanda (CARVALHO, 2010).
Os principais aspectos gerados através do setor lácteo, são os efluentes líquidos,
geração de resíduos sólidos e poluição atmosférica, geralmente não levados em
consideração pelas empresas. Os primeiros, gerados pelo pouco aproveitamento do soro e
do leitelho, que quando lançados elevam a carga orgânica; os segundo, formados através
de restos de embalagens não aproveitadas e muitas vezes não recicladas, levando a uma
contaminação no solo em que é lançada pela pouca disposição para decomposição natural
da matéria; enquanto o terceiro, as cinzas geradas na fornalha da caldeira a lenha e a
queima descontrolada dos resíduos sólidos contribuem para poluição do solo, podendo
torná-lo infértil (BARBOSA et. al, 2009).

4.2 Sistema de Indicadores De Gestão Ambiental Para o Setor De Laticínios

4.2.1 Sistema de gestão ambiental

No que diz respeito ao sistema de gestão ambiental, a partir da revisão bibliográfica


foi compreendida a importância de um planejamento ambiental, quanto a definição de
metas e objetivos. Entretanto, neste planejamento ambiental devem estar contidas o
máximo de informações, de forma organizada e estruturada. Desse modo as empresas
saberão quais os seus objetivos e as suas metas a serem conquistadas, no tempo certo,
ou seja, a organização terá alicerce para tomada de decisões ambientais, visto que sabe
exatamente qual a sua visão à longo prazo (PEIXE; TREIERWEILLER; BORNIA e TEZZA;

Administração: Gestão, liderança e inovação 2 Capítulo 9 108


CAMPOS, 2019).
Além disso, devem ser implantadas melhorias ambientais contínuas em todos
os processos industriais, já que a empresa deverá trabalhar como uma equipe, a fim de
aprimorar periodicamente sua gestão ambiental. Para tal, essa gestão deve condizer com
o que foi estabelecido anteriormente no sistema de gestão ambiental (PEIXE et. al 2019).

4.2.2 Produção mais limpa

Para que esta ferramenta seja consolidada em uma indústria de laticínios, é


recomendado que a mesma obtenha através de pesquisas, projetos de produtos ecológicos,
afinal não seria possível uma produção mais limpa, sem produtos ecológicos. Esse
indicador foi escolhido, principalmente pelo potencial das empresas lácteas em utilizar na
sua produção embalagens com selo verde (CARDOSO; MARINHO; ANDRADE, 20--).
Neetzow, Oliveira e Souza (2009), mostram que o indicador da redução de carga
lançada em efluentes líquidos ou sólidos deve ser aplicado à produção mais limpa. Isso, uma
vez que, permite a redução dessa carga, diminuindo consideravelmente a contaminação
dos solos e das águas próximas aos polos industriais.

4.2.3 Ecoeficiência

Com esse ponto de vista, as indústrias lácteas além de reduzir os impactos


ambientais, devem estar conscientes da quantidade de recursos naturais em sua produção.
Isso acontece, desde a matéria prima principal, sendo o leite, até os recursos utilizados na
produção, como a lenha e a água. Portanto, este indicador foi selecionado para incentivar
os laticínios a pouparem os recursos naturais, lembrando que quando mal administrado
o mesmo poderá vir a ser escasso. Desta forma, grandes prejuízos seriam adquiridos,
por exemplo a grande elevação de preços destes itens, desfavorecendo a produção e o
comercialização dos produtos, além de fugir do conceito de ecoeficiência (LOPES, 2018).
De acordo com Lohn (20--), uma das maneiras de demonstrar a eficiência ecológica
e contribuir para o desenvolvimento local, é apoiar a prática da reutilização, redução e
reciclagem. Tanto, como uma melhoria no contexto ambiental, quanto na ampliação da
consciência da comunidade local. Assim, as organizações, principalmente as que possuem
grande capacidade em geração de lixo, devem apoiar a “famosa” prática dos 3 R´s.

4.2.4 Auditoria ambiental

No tocante à auditoria ambiental, foram acrescentados os critérios de cumprimento


dos requisitos legais, de forma a não ser esquecido que as auditorias devem também
analisar se os processos industriais cumprem com os requisitos legais, por exemplo, a
utilização da lenha ideal, se a empresa faz o devido reflorestamento e controle da emissão
de gases na atmosfera.

Administração: Gestão, liderança e inovação 2 Capítulo 9 109


Além disso, também é importante adicionar o critério de realização das auditorias
ambientais com os fornecedores. Porquanto, os processos para construção do produto
final, inicia com a criação do gado, devendo ser fiscalizadas as práticas adotadas pelas
fazendas produtoras e fornecedoras do leite (ALMEIDA; NUNES, 2014).

4.2.5 Avaliação de impacto ambiental

Na avaliação de impacto ambiental, a organização deve se esforçar para buscar


melhorias em relação aos resultados de suas avaliações periódicas, buscando um gráfico
sempre crescente em relação ao anterior. Assim, cada vez que uma avaliação for realizada,
a empresa analisará os pontos negativos, para no intervalo com a próxima avaliação fazer
a devida correção, elevando seus resultados ambientais internos e externos. No mais,
a indústria levará em consideração nesta ferramenta, a redução de impactos ambientais
negativos provenientes de suas atividades cotidianas, ou mesmo das esporádicas
(ALMEIDA; NUNES, 2014).

4.2.6 Marketing ambiental

Cardoso, Marinho e Andrade (20--), mostram a importância de procedimentos


ecológicos usados em todas as fases do ciclo do produto. Por isso, o uso da embalagem
ecológica, é apontada como um indicador de desempenho ambiental, no tocante à ferramenta
do marketing ambiental. Dessa forma, as empresas do setor lácteo podem trocarnatureza.
Ainda, as empresas consomem material de alumínio nos lacres das embalagens, podendo
buscar demais alternativas ecológicas.
Além disso, foi entendido a importância de divulgação da responsabilidade
ambiental empresarial, utilizando como veículo a embalagem. Isso porque o despertar
verde transformou característica suas garrafinhas e demais embalagens plásticas por
polietileno ecológico, considerando que o material tradicional demora cerca de 400 anos
para se decompor na diferença entre produtos semelhantes.

4.2.7 Responsabilidade social corporativa

As empresas que utilizam esse instrumento de gestão ambiental, devem se


conscientizar da necessidade de expressar claramente seus valores organizacionais de
forma transparente para com todos os atores envolvidos no processo organizacional,
seja consumidores, produtores, fornecedores e comunidade local. No sentido ambiental,
com divulgação de resultados de suas avaliações de impacto, e demais informações que
possam afetar de alguma maneira estes indivíduos (LOHN, 20--).
Existência de uma política de educação ambiental com seus consumidores e
clientes, foi incluída nessa lista para que determinada organização seja responsável com a
sociedade, ela deve inicialmente convidar por meio do ensino a essa população como serem

Administração: Gestão, liderança e inovação 2 Capítulo 9 110


ecológicos, mostrando os benefícios ambientais dessa prática, além de que não basta
apenas a empresa ser sustentável, mas todos os que a cercam devem ser influenciadas.

4.2.8 Educação ambiental

Existência de planejamento e controle da produção com educação ambiental,


é considerado um importante critério de avaliação para a educação ambiental. Isso
é justificável quando da perspectiva que os responsáveis pela produção devem estar
instruídos no sentido de organizar a produção pensando nas consequências ambientais
geradas pelo método de produção escolhido.
Lohn (20--), ressalta a importância do compromisso com a pesquisa científica,
mostrando nessa perspectiva a melhoria contínua. Afinal, sem novos estudos nada poderá
ser melhorado. Desse modo, as indústrias lácteas devem considerar em seu planejamento
ambiental, investimentos em pesquisa, buscando melhorar seus processos continuamente.
Desta maneira, estabelecendo um compromisso com a comunidade local.
A partir da pesquisa, concluímos que as seguintes variáveis apresentadas no quadro
a seguir devem ser incluídas no processo de melhoramento ambiental das empresas do
setor lácteo (quadro 1). Sendo avaliada positivamente as organizações que adotam essas
medidas em suas atividades cotidianas.

DIMENSÕES VARIÁVEIS CRITÉRIOS DE ANÁLISE


• Política Ambiental Existência A variável é avaliada positivamente quando
de uma política ambiental da existência de uma política ambiental
Sistema de Gestão escrita escrita.
Ambiental • Planejamento socioambiental
Existência de um
planejamento ambiental, A variável é avaliada positivamente quando
quanto a definição de metas e da existência de planejamento ambiental.
objetivos
• Melhoria contínua
Implementação de melhorias A variável é avaliada positivamente quando
contínuas nas práticas da implementação de melhorias contínuas
ambientais. nas práticas ambientais.
• Conservação de matérias- A variável é avaliada positivamente quando
primas e energia Existência de da existência de algum mecanismo de
mecanismos de conservação conservação de água e energia.
de água e energia
• Produto ecoeficiente A variável é avaliada positivamente
Produção Mais Existência de um projeto quando da existência de projetos para
Limpa de produto eco eficiente e produtos eco eficientes e uso de materiais
materiais ecológicos ecológicos
• Carga orgânica Geração de
carga orgânica em efluente A variável é avaliada positivamente
líquido quando não são geradas carga orgânica
no efluente líquido além da quantidade
permitida pelos órgãos fiscalizadores
locais.

Administração: Gestão, liderança e inovação 2 Capítulo 9 111


• Controle da Poluição A variável é avaliada positivamente quando
Existência de mecanismos da existência de alguma forma de controle
para controlar a poluição da poluição.
• Consumo de recursos naturais
Existência de controle em A variável é avaliada positivamente quando
relação ao uso de recursos à existência de controle em relação aos
Ecoeficiência naturais recursos naturais
• Prática dos três Rs Existência
de programa voltado para a A variável é avaliada positivamente quando
prática dos três Rs. existem programas que incentivam a
redução, reutilização e reciclagem.
• Número de auditorias A variável é avaliada positivamente quando
ambientais internas realizadas da realização de pelo menos uma auditoria
Existência de auditorias ambiental interna por ano. A variável
ambientais internas realizadas é avaliada positivamente quando da
Auditoria Ambiental • Requisitos Legais Existência existência de requisitos legais no âmbito
de requisitos legais da empresa.
• Fornecedores Prática de
auditorias ambiental com A variável é avaliada ´positivamente
fornecedores quando da prática de auditorias ambientais
com fornecedores
• Planejamento Ambiental A variável é avaliada positivamente
Existência do AIA inserida no quando a AIA fizer parte do planejamento
planejamento ambiental ambiental da empresa.
• Aspectos Ambientais
Avaliação de Existência de mecanismos A variável é avaliada positivamente
Impacto Ambiental que minimizem os aspectos quando da existência de mecanismos que
ambientais da atividade do minimizem os aspectos ambientais da
setor lácteo. atividade de laticínios.
• Desempenho gerencial
Existência de esforços A variável é avaliada positivamente
organizacionais para a quando existem esforços organizacionais
melhoria do desempenho perceptíveis para melhoria no desempenho
ambiental ambiental.
• Informações ambientais A variável é avaliada positivamente quando
Divulgação de informações da divulgação de informações ambientais
ambientais aos consumidores aos consumidores.
• Rotulagem ambiental
Marketing Exigência da norma de A variável é avaliada positivamente quando
Ambiental rotulagem ambiental nos os produtos obedecem às normas de
produtos fabricados rotulagem ambiental.
• Embalagem ecológica
Utilização de embalagens A variável é avaliada positivamente
ecológicas nos produtos quando os produtos são fabricados com
embalagens ecológicas.
• Parcerias com a comunidade A variável é avaliada positivamente quando
local em prol do meio da existência de alguma forma de parceria
ambiente Existência de com a comunidade local em prol do meio
parcerias com a comunidade ambiente.
Responsabilidade local
Social Corporativa • Valores, transparência A variável é avaliada positivamente quando
Compromisso com a existe divulgação interna e externamente
sociedade interna e externa, sobre os valores empresariais de forma
no tocante aos seus valores, transparente e de fácil acesso.
de forma transparente.
• Consumidores e Clientes A variável é avaliada positivamente quando
Existência de uma política de existe uma política de educação ambiental
educação ambiental com seus para com os consumidores e clientes
consumidores e clientes

Administração: Gestão, liderança e inovação 2 Capítulo 9 112


• Atividades de educação A variável é avaliada positivamente quando
ambiental com funcionários da existência de alguma atividade de
Existência de atividades de educação ambiental com os funcionários e
educação ambiental com a comunidade local.
funcionários e a comunidade
Educação local. A variável é avaliada positivamente
Ambiental • Planejamento e controle quando existe planejamento e controle da
Existência de planejamento produção com educação ambiental.
e controle da produção com
educação ambiental A variável é avaliada positivamente
• Pesquisa e educação quando existem investimentos em
Existência de investimento em pesquisa e inovação sobre as práticas de
pesquisa e inovação sobre sustentabilidade na produção.
práticas de sustentabilidade
na produção
Quadro 1 - Dimensões, Variáveis e Critérios de Análise
Fonte: Adaptado de Barbosa, Rodrigues e Barbosa (2013)

5 | CONCLUSÃO
O presente estudo teve como objetivo principal mapear os modelos e ferramentas
de gestão socioambiental que poderão ser utilizados pelo setor lácteo. Para isso, foi
realizada uma pesquisa bibliográfica e bibliométrica com o software Vos viewer 1.6.12, para
identificar na literatura os principais modelos e ferramentas de gestão ambiental eficazes
para o setor de laticínios.
Os resultados dessa pesquisa mostraram que embora o setor de laticínios tenha
uma predisposição para causar danos ambientais, muitos desses prejuízos podem ser
gerados através de alguns instrumentos de gestão ambiental. Desse modo, as indústrias
conscientes de sua responsabilidade ambiental e social, devem buscar conhecer as
principais ferramentas ambientais, podendo construir um modelo personalizado de acordo
com as maiores demandas percebidas na sua empresa, ou podem adquirir um modelo
pronto, como por exemplo o SGA proposto pela Associação Brasileira de Normas e
Técnicas.
Para isso foi realizada uma pesquisa documental panorâmica para entender como
se comporta o setor estudado. Com isso foi possível identificar potencialidades deste setor,
no que diz respeito a questões ambientais, sociais e econômicas. Ainda, foi desenvolvida
uma revisão bibliográfica para saber quais os impactos causados por estas empresas e
desenvolver um sistema de indicadores para os modelos e ferramentas de gestão ambiental.
Conduzindo ao entendimento da necessidade de adequação destas práticas neste
segmento, uma vez que, investimentos em ações ambientais conduzirão as organizações
a crescimentos econômicos de curto à longo prazo, além dos benefícios socioambientais
afetando toda a comunidade interna e externa à organização. Por fim, foi verificada através
de pesquisas bibliométrica com o software Vosviewer 1.6.12, quais os principais modelos e
ferramentas de gestão ambiental para o setor lácteo, sendo: sistema de gestão ambiental,

Administração: Gestão, liderança e inovação 2 Capítulo 9 113


ecoeficiência, responsabilidade social corporativa, produção mais limpa, ciclo de vida do
produto, auditoria ambiental, avaliação de impacto ambiental, marketing verde e educação
ambiental.
Entendendo a importância da relação homem-natureza em qualquer atividade, este
setor foi escolhido porque suas atividades influenciam diretamente nos impactos causados
ao meio ambiente.
Ao decorrer da pesquisa, ficou claro que as organizações conhecem os danos
ambientais que podem ser causados por atitudes irresponsáveis realizadas nas
suas indústrias. Nesse sentido, algumas escolhem não priorizar práticas ambientais,
demonstrando que as mesmas ainda não entendem a responsabilidade que deveriam
ter para com a sociedade. Entretanto, com o despertar verde, a maioria das instituições
buscam agregar à sua linha de produção métodos sustentáveis, que além de beneficiar o
consumidor cobrando preços de acordo com a demanda do seu produto, atraem atividade
ecológicas como método de elevar a demanda e preservar o meio ambiente saudável.
Entendendo desta maneira os impactos ambientais e sociais que podem ser
provocados pelas atividades destas empresas, recomenda-se que as mesmas iniciem um
processo de implantação de um modelo de gestão ambiental. Porém, as organizações que
ainda não dispõem de capital para financiar um modelo de gestão, elas podem iniciar a
aplicar ferramentas de gestão ambiental, em suas atividades atuais. Assim, é necessário
que as empresas do setor analisem quais os seus principais déficits ambientais, a fim de
perceber quais as ferramentas mais viáveis para a organização, reduzindo os impactos
sociais e ambientais negativos gerados pelas suas atividades rotineiras.
Com o alcance do objetivo traçado, entretanto, as conclusões em relação aos
resultados possuem um alcance limitado. Dentre as limitações da pesquisa pode ser
destacado: uma paralisação das atividades acadêmicas, motivada por precauções quanto
a disseminação do Coronavírus, prejudicando as pesquisas bibliométricas realizadas
através da biblioteca da UFCG que contribuíram para os resultados desta pesquisa. Visto
que o sistema de indicadores para modelos e ferramentas de gestão ambiental não foram
aplicadas em nenhuma empresa propõe-se para próximas pesquisas que este modelo seja
aplicado em empresas do setor lácteo.

AGRADECIMENTOS
Agradeço ao PIBIC/CNPq–UFCG por permitir que essa pesquisa tenha sido
realizada da melhor forma e a minha orientadora, professora Doutora Maria de Fátima
Nóbrega Barbosa

Administração: Gestão, liderança e inovação 2 Capítulo 9 114


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(Monografia de graduação – curso de ciências biológicas). Universidade Presbiteriana Mackenzie, São
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Administração: Gestão, liderança e inovação 2 Capítulo 9 116


ÍNDICE REMISSIVO

A
Administração 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23,
24, 25, 26, 27, 28, 29, 34, 36, 38, 39, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 51, 52, 53, 54, 55, 83, 93, 95,
102, 115, 116, 119, 130, 131, 132, 133, 134, 150, 151, 153, 154, 155, 156, 158, 159, 161,
162, 164, 165, 174, 176, 177, 178, 179, 180, 181, 182, 184, 187, 193, 194, 195, 196, 197,
198, 201, 206, 207, 208, 209
Administrador 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 15, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 38, 201
Área de estudo 61, 62, 63, 65
Assessoria 37, 42, 52, 54, 55, 126, 127, 161
Atitudes 17, 38, 40, 43, 45, 52, 114

B
Brasil 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 10, 11, 12, 13, 14, 19, 20, 46, 47, 48, 55, 56, 62, 71, 72, 81, 82,
83, 86, 91, 100, 101, 108, 115, 116, 117, 128, 133, 134, 143, 150, 164, 177, 178, 180, 181,
183, 184, 193, 194, 195, 197

C
Capital 16, 18, 62, 70, 78, 79, 107, 114, 119, 125, 132, 141, 150, 151, 154, 166, 168, 169,
171, 172
Clientes 22, 47, 58, 85, 95, 96, 97, 98, 99, 100, 111, 112, 119, 120, 124, 125, 137, 139, 157,
158, 167, 169, 171, 191, 199
CLT 83, 84
Competências 1, 5, 8, 9, 10, 11, 12, 14, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 24, 27, 28, 36, 37, 38, 39,
40, 41, 42, 43, 44, 45, 47, 50, 51, 52, 53, 54, 55, 120, 121, 182, 183, 188, 189, 190
Conhecimentos 5, 8, 9, 10, 17, 18, 19, 20, 23, 24, 26, 27, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 52,
158, 199, 204
Consultoria 9, 20, 37, 42, 54
Consumidor 56, 57, 58, 98, 99, 114
Criciúma 80, 82, 86
Currículo 4, 8
Custo 58, 80, 81, 82, 83, 84, 86, 87, 88, 89, 90, 91, 92, 124, 125, 202

D
Desemprego 80, 81, 84, 89, 90, 108, 117

Administração: Gestão, liderança e inovação 2 Índice Remissivo 210


E
Ecoeficiência 102, 104, 106, 109, 112, 114, 115, 116
El Paso 73, 75
Empreendedorismo 16, 37, 42, 43, 54, 130, 133, 174, 182, 183, 184, 187, 188, 189, 195
Empreendimento 33, 120, 125, 149, 150, 164, 184
Empresa 17, 18, 20, 21, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 42, 56, 57, 58, 59, 64,
69, 73, 75, 76, 77, 78, 80, 81, 82, 83, 85, 86, 88, 90, 91, 92, 93, 97, 98, 99, 100, 101, 103,
107, 109, 110, 111, 112, 113, 114, 116, 117, 118, 119, 120, 121, 122, 123, 124, 125, 126,
127, 128, 129, 130, 131, 133, 137, 143, 144, 148, 149, 150, 151, 152, 153, 154, 155, 156,
157, 158, 159, 160, 161, 162, 163, 164, 165, 168, 169, 170, 171, 172, 176, 181, 194, 195,
202, 203
Endomarketing 85, 92, 93
Ensino 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 23, 28, 33, 50, 111, 115, 129, 180,
181, 197, 198, 205
Estado 31, 45, 46, 47, 48, 49, 56, 62, 70, 72, 73, 81, 82, 83, 89, 98, 115, 132, 140, 146,
148, 149, 162, 167, 168, 172, 176, 177, 178, 179, 180, 181, 184, 186, 190, 193, 194, 195,
197, 199, 207
Estratégia 17, 29, 36, 41, 48, 58, 70, 96, 98, 99, 100, 130, 133, 134, 195, 209

F
Família 84, 148, 149, 150, 151, 152, 153, 154, 155, 156, 157, 158, 160, 161, 162, 163,
164, 165

G
Geomarketing 56, 57, 58, 59, 60, 70, 71, 72
Gerência 39, 41, 43, 54, 177
Gerenciamento 9, 19, 36, 45, 51, 197, 198, 199, 200, 201, 202, 203, 204, 205, 206, 207,
208
Gestão 1, 2, 5, 6, 8, 9, 11, 14, 16, 17, 18, 20, 22, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36,
37, 38, 39, 40, 42, 43, 44, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 52, 53, 54, 55, 81, 82, 93, 95, 96, 97, 98,
99, 100, 101, 102, 103, 104, 105, 107, 108, 109, 110, 111, 113, 114, 115, 116, 121, 123, 127,
129, 130, 133, 148, 149, 152, 153, 155, 156, 157, 160, 161, 162, 164, 165, 174, 175, 176,
177, 178, 179, 180, 181, 182, 183, 184, 187, 188, 189, 190, 191, 192, 193, 194, 195, 196,
197, 198, 201, 202, 205, 206, 207, 208, 209
Gestor 9, 25, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 43, 44, 45, 48, 49, 50, 51, 52, 53, 55, 86, 157, 180, 181
Governança 31, 46, 47, 103, 148, 149, 150, 152, 153, 154, 155, 156, 157, 158, 159, 160,
162, 163, 164, 165, 180, 197

Administração: Gestão, liderança e inovação 2 Índice Remissivo 211


H
Habilidades 9, 12, 16, 17, 18, 19, 20, 24, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 52, 53, 90, 98,
139, 142, 144, 168, 169, 172, 176, 182, 183, 188, 189, 190, 199

I
Inovação 21, 41, 43, 99, 113, 117, 120, 183, 190, 195, 209
J
Juárez 73, 75
L
Legislação 80, 81, 82, 83, 86, 87, 88, 89, 90, 91, 92, 93, 151, 159, 206
Líder 25, 40, 193
Liderança 21, 25, 26, 27, 28, 36, 37, 39, 40, 41, 43, 45, 126, 179, 193, 196

M
Marketing 16, 19, 20, 22, 56, 57, 58, 71, 72, 85, 95, 96, 97, 100, 101, 102, 103, 107, 110,
112, 114, 115, 116, 195
Mercado 5, 8, 16, 18, 19, 20, 23, 27, 29, 30, 31, 32, 36, 37, 38, 41, 42, 56, 57, 58, 59, 60,
64, 69, 70, 89, 92, 97, 99, 100, 117, 119, 124, 125, 127, 151, 155, 159, 160, 164, 165, 167,
168, 169, 170, 172, 177, 181
Metaprocessos 30, 31, 32, 33, 34, 35
Modelos 9, 19, 20, 27, 46, 47, 55, 102, 103, 104, 105, 113, 114, 116, 117, 121, 123, 137,
138, 140, 167, 178, 194, 206
Motivação 40, 43, 45, 121, 126

N
Negociação 9, 19, 39, 40, 44, 45, 92
O
Orçamento 52, 55, 126, 200, 202, 203, 205, 206
P
Planejamento 11, 19, 21, 25, 29, 33, 34, 35, 38, 39, 41, 43, 45, 52, 55, 62, 101, 107, 108,
111, 112, 113, 117, 119, 120, 122, 123, 124, 126, 127, 128, 129, 130, 153, 161, 179, 199,
200, 201, 202, 206, 207, 208

R
Relacionamento 24, 27, 28, 56, 60, 95, 96, 97, 98, 99, 100, 124, 125, 126, 159
Responsabilidade social 18, 23, 102, 103, 106, 107, 110, 112, 114, 115, 116

Administração: Gestão, liderança e inovação 2 Índice Remissivo 212


RH 86
S
Satisfação 95, 96, 97, 98, 100, 191, 202
Secretário executivo 36, 37, 38, 41, 42, 43, 44, 45, 48, 49, 50, 51, 52, 55
Setor lácteo 102, 104, 105, 106, 108, 110, 111, 112, 113, 114
SGA 105, 113
SIG 56, 57, 58, 59, 63, 70, 71
Sucesso 18, 20, 34, 41, 44, 47, 90, 95, 98, 99, 100, 117, 118, 119, 120, 121, 122, 123, 124,
125, 126, 127, 128, 129, 130, 132, 133, 165, 176, 181, 187, 188, 189, 201
Sustentável 62, 103, 105, 106, 111, 115, 116, 174, 175, 176, 177, 178, 180, 191, 192, 193,
194

T
Trabalho 1, 3, 4, 5, 8, 9, 11, 14, 16, 17, 20, 21, 22, 23, 27, 29, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41,
42, 45, 51, 53, 54, 55, 56, 61, 63, 66, 67, 70, 81, 83, 84, 85, 89, 96, 99, 100, 115, 125, 131,
150, 158, 159, 181, 182, 183, 187, 188, 189, 196, 198, 200, 204, 207, 208

U
Universidade 2, 4, 13, 14, 36, 50, 55, 71, 72, 80, 116, 130, 131, 165, 174, 186, 190, 191,
192, 193, 197, 198, 205, 207, 209

Administração: Gestão, liderança e inovação 2 Índice Remissivo 213


ISSN: 2359-1048
Novembro 2023

“TODA CAMINHADA COMEÇA COM O PRIMEIRO PASSO”: MAPEAMENTO DOS


MODELOS DE CAMINHABILIDADE

ANA ISABELLE GOMES LOPES


UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

ANA CECÍLIA FEITOSA DE VASCONCELOS

Introdução
Caminhar faz parte da vida de todos os seres humanos, já que todos são pedestres e momentaneamente estão utilizando outros meios de transporte. A escolha
do ambiente de caminhada é influenciada pela qualidade do ambiente construído para o pedestre. As calçadas se configuram no ambiente do pedestre na
cidade. Um dos assuntos mais debatidos atualmente, pelo seu potencial de melhoramento da qualidade de vida nas cidades, é a caminhada. Estudar a
caminhada sob a perspectiva do pedestre, altera notoriamente a importância dada às dimensões e variáveis da caminhabilidade.
Problema de Pesquisa e Objetivo
Considerar o olhar do pedestre altera significativamente a importância dada às dimensões da caminhabilidade, especialmente a urgência da revitalização das
calçadas. Desse modo, esta pesquisa se propôs a responder o seguinte questionamento: Quais os direcionamentos das publicações acadêmicas de modelos de
caminhabilidade? Mapear as publicações científicas de modelos de caminhabilidade, no peíodo de 1945 até 2022, avançando na compreensão sobre o
desenvolvimento do campo, analisando as principais publicações, seus respectivos autores, temas abordados e sua agenda futura de pesquisa.
Fundamentação Teórica
O conceito de caminhabilidade está associado ao quão convidativo um ambiente é para o pedestre. Os estudos de caminhabilidade, permitiram compreender
que alguns fatores, como a segurança, conectividade, estética e acessibilidade, alteram a vontade das pessoas de andar em determinado trecho. Portanto,
alguns modelos de caminhabilidade foram propostos, promovendo espaços mais caminháveis em lugares como a Dinamarca e Estados Unidos.
Metodologia
Foi adotado o estudo bibliométrico na base de dados internacional Web Of Science, e contou com o apoio do software Vos Vosviewer®. Para a pesquisa
bibliométrica, optou-se por atender às recomendações de Guedes e Borschiver, utilizando as leis de Zipf, Lotka e Bradford.
Análise dos Resultados
Os resultados apontaram para 315 artigos, dos quais apenas 34 (11%) de fato, adotaram a perspectiva do pedestre na proposição do modelo. Nota-se que
embora o tema esteja agregado em vários campos do conhecimento, cada um destes está estudando a caminhabilidade por sua própria ótica, sem considerar
uma perspectiva interdisciplinar. A análise dos dados qualitativos, identificou a formação de clusters, mostrando algumas divisões dos estudos, de acordo com
o interesse de cada grupo de pesquisadores.
Conclusão
Os dados permitiram entender que há pouca cooperação entre os diferentes campos do conhecimento na proposição dos modelos de caminhabilidade
existentes. Assim, recomenda-se que especialistas de áreas de conhecimento diferentes formem redes de pesquisas, no intuito de tornar mais interdisciplinar as
pesquisas de modelos de caminhabilidade.
Referências Bibliográficas
GEHL, J. Cidades para pessoas. Tradução de Anita di Marco. 2a edição, São Paulo, Perspectiva, 2013. GUEDES, V.; BORSCHIVER, S. Bibliometria: uma
ferramenta estatística para a gestão da informação e do conhecimento, em sistemas de informação, de comunicação e de avaliação científica e tecnológica.
CINFORM – Encontro Nacional de Ciência da Informação VI, v. 6, 2005. JACOBS, J. Morte e Vida de Grandes Cidades. Tradução de Carlos S. Mendes
Rosa. WMF Martins Fontes, 3 edição, São Paulo, 2011.

Palavras Chave
Bibliometria, Gestão urbana, Pedestres

Agradecimento a orgão de fomento


Agradecemos a Fapesq-Pb, pela concessão da bolsa de pesquisa, contribuindo para que esta pesquisa tenha sido realizada da melhor forma.
“TODA CAMINHADA COMEÇA COM O PRIMEIRO PASSO”: MAPEAMENTO
DOS MODELOS DE CAMINHABILIDADE

1 INTRODUÇÃO
Andar pode ser considerada uma das ações mais naturais na vida dos seres humanos.
A caminhada é importante em várias dimensões da vida humana, envolvendo a locomoção
para atividades diárias e de lazer, a saúde física, até questões como senso de comunidade e
movimentação de capital financeiro entre a comunidade local.
Andar a pé é, como qualquer outro meio de transporte, não apenas uma ação que
acontece no contexto do ambiente construído. Contudo, de acordo com Boongaling, Luna e
Samantela (2021) e Speck (2016) a escolha do ambiente de caminhada é influenciada –
positiva ou negativamente – tanto pela qualidade do ambiente construído quanto pelas
demandas das atividades cotidianas. Assim, Dijst, Jong e Van Eck (2002), concluíram que os
formuladores de políticas devem ser mais sensíveis às diferenças interpessoais de
acessibilidade.
Alguns fenômenos foram contemplados nas últimas décadas. Inicialmente, a
superlotação das cidades, que por sua vez conduziu ao fenômeno de espalhamento das
cidades. Este conceito, surgiu em 1960, em estudos na cidade de Los Angeles e está
relacionado ao crescimento econômico e social das margens urbanas, já que os centros não
são capazes de suportar todas as necessidades demandadas pelos moradores, além da
especulação imobiliária e da impossibilidade do poder público de controlar o crescimento
territorial (PASSAS et al., 2012).
De acordo com Carneiro et al. (2019), esse distanciamento dos centros contribuiu
efetivamente para a exclusão dos moradores aos benefícios de parte da cidade. Entretanto,
para facilitar o deslocamento, percebe-se um aumento na quantidade de veículos circulando
nas cidades, como resposta ao distanciamento dos locais de acesso à população. Isso fez com
que a população adotasse esse método de deslocamento como primordial.
Ao perceber essa inversão de prioridades, no início da década de 1990, Calthorpe
(1993) lançou as bases do Desenvolvimento Orientado ao Trânsito (DOT). Este, faz menção a
um desenvolvimento pautado na mobilidade sustentável, baseada em meios de transporte
públicos e a mobilidade ativa, em detrimento aos meios de transporte individuais. Em meio a
esse modais alternativos, destaca-se a caminhabilidade como meio de transporte essencial.
Nesse sentido, no Brasil foi formulada a Lei Nacional de Mobilidade Urbana (Lei Nº
12.587), que atribui aos municípios a necessidade de planejar suas próprias políticas de
mobilidade, pautada em incentivos aos meios de transporte sustentável (BRASIL, 2012).
As pesquisas de mobilidade devem incluir o pedestre, uma vez que todos são
pedestres, e momentaneamente estão utilizando outros meios de locomoção, sendo este, o
mais influenciado no processo de caminhada. Em consonância com Jacobs (2011), são as
pessoas que entregam vida às cidades, de modo que, na ausência destas, até mesmo as grandes
cidades, estão morrendo. Portanto, é para estas que o espaço urbano deve ser construído.
As calçadas se configuram como o espaço das pessoas nas cidades (JACOBS, 2011).
Entretanto, são espaços com cuidados negligenciados, por exemplo, quando os proprietários
dos lotes são os responsáveis pela construção e manutenção do espaço, embora ele seja
público (VASCONCELLOS, 2017).
Um dos temas mais importantes e discutidos, como promotores de qualidade de vida
urbana, é o pedestre, levando em consideração os benefícios da caminhada, desde as
melhorias ambientais, físicas e psicológicas do pedestre, até a dimensão financeira.

1
Para aprimorar a qualidade do ambiente urbano de caminhada, diversos pesquisadores
se dedicaram a propor modelos de caminhabilidade, analisando as fragilidades e
potencialidades da caminhabilidade nas vias urbanas (ALFONZO, 2005; FRANK, 2006;
WALFORD et al., 2011; LEE, ZEGRAS e BEN-JOSEPH, 2013; KEYVANFAR,
SHAFAGHAT e LAMIT, 2018). Modelos de caminhabilidade pautados em dimensões e
variáveis urbanas se configuram em excelentes formas para analisar as condições de
caminhabilidade, e acompanhar os impactos das políticas públicas, isso pode ser percebido
principalmente em trabalhos internacionais, quando essas ferramentas foram posteriormente
utilizadas na construção da gestão urbana (GEHL, 2013; KASRAIAN, 2021).
De acordo com Medeiros (2019), considerar o olhar do pedestre altera
significativamente a importância dada às dimensões da caminhabilidade, especialmente a
urgência da revitalização das calçadas. Desse modo, esta pesquisa se propôs a responder o
seguinte questionamento: Quais os direcionamentos das publicações acadêmicas de modelos
de caminhabilidade?
Assim sendo, esse trabalho tem como objetivo principal mapear as publicações
científicas de modelos de caminhabilidade, no período de 1945 até 2022, avançando na
compreensão sobre o desenvolvimento do campo, analisando as principais publicações, seus
respectivos autores, temas abordados e sua agenda futura de pesquisa. Para tanto, foi adotado
o estudo bibliométrico no mapeamento das publicações da base de dados internacional Web
Of Science, e para análise dos dados, se fez uso do software Vos Vosviewer®.
O estudo bibliométrico revela-se importante, uma vez que seus resultados possuem
capacidade de contribuir, especialmente, com a comunidade acadêmica. Uma vez
identificados os modelos de caminhabilidade, os pesquisadores podem se debruçar para
estudar a caminhabilidade em seu locus de pesquisa. Além disso, esta pesquisa apresenta uma
agenda de pesquisa que possibilita avanços no campo de estudo, por conduzir e estabelecer
uma ligação entre variáveis que se relacionam em abordagens teóricas, além de relacionar
uma temática que ascende na gestão urbana, mas ainda com lacunas a serem discutidas nas
publicações científicas.
Além desta seção introdutória, o presente estudo estrutura-se em mais quatro seções:
revisão de literatura acerca da caminhabilidade, procedimentos metodológicos, os principais
resultados obtidos e por fim, as considerações finais da pesquisa.

2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 CAMINHABILIDADE: O QUE SE PENSA E FAZ?
Caminhabilidade, no inglês Walkability, é um termo criado para definir as condições
de caminhada de um pedestre em um determinado espaço geográfico (KELLY et al., 2011).
Ainda, Ghidini (2011) comenta que a caminhabilidade está relacionada ao quanto um
ambiente é amigável e convidativo para o pedestre.
Nabipour, Rosenberg e Nasseri (2022) identificaram que políticas públicas como
redução do nível de estresse do tráfego, controle de tráfego nas interseções, utilidades para
pedestres, conectividade da rede viária e faixas de pedestres marcadas e passarelas para
pedestres, são as ações que convidam as pessoas a caminharem. Além disso, na perspectiva de
Fancello, Congiu e Tsoukiàs (2020), moradores e gestores municipais devem trabalhar
conjuntamente no intuito de tornar as cidades mais caminháveis.
Nesse sentido, alguns projetos urbanos estão sendo desenvolvidos para promover a
caminhabilidade, a saber, Nova York alargou as calçadas da Broadway em 2008 (GEHL,
2013); em 2002, Londres começou a cobrar taxas de pedágio, levando a redução da
quantidade de automóveis em áreas da cidade (GEHL, 2013); Manhattan, em Nova York,
remodelou as ciclofaixas, de modo que em pouco tempo o número de ciclistas dobrou
(SADIK-KHAN; SOLOMONOW, 2016), e em Copenhague foram feitas políticas de

2
incentivo às bicicletas, de modo que atualmente muita gente usa a bicicleta como meio de
transporte diário, e assim foram feitas melhorias nas ciclovias (GEHL, 2013).
Gehl (2013) diz que primeiro as pessoas moldam as cidades e depois são moldadas por
elas. Nesse caso, o exemplo de Copenhague mostra perfeitamente que seus habitantes
moldaram seu ambiente físico e em seguida, o ambiente moldou o comportamento da
população em relação à preferência pelo uso das bicicletas em detrimento ao automóvel
(GEHL, 2013).
Da mesma forma, se houver melhorias e incentivos à caminhabilidade, as pessoas
andarão mais. Esses incentivos são as melhorias nos indicadores considerados importantes,
sejam os tocantes à estrutura física ou os referentes à estrutura não palpável, como a
segurança (NABIPOUR; ROSENBERG; NASSERI, 2022).
Nesse sentido, reafirma-se a necessidade de aprofundar os conhecimentos a respeito
da caminhabilidade nas vias urbanas, entendendo o que já foi realizado e quais os seus efeitos
na sociedade.
Com base nisso, na próxima seção são apresentados os procedimentos metodológicos
utilizados para o mapeamento dos modelos de caminhabilidade, no período de 1945 até 2022.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

De acordo com a classificação de Vergara (2013), as pesquisas podem ser classificadas


quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins: pesquisa exploratória e descritiva.
Quanto aos meios: trata-se de uma pesquisa bibliométrica.
Em relação à pesquisa bibliométrica, Santos (2009), diz que além de permitir conhecer
quais os trabalhos acadêmicos publicados na base de dados escolhida, esta permite investigar
quais as principais características da produção científica em determinada temática. Dessa
forma, para esta pesquisa foi escolhido usar a recomendação de Guedes e Borschiver (2005),
que descreve três leis para a sistematização da pesquisa bibliométrica, conforme explicadas no
quadro abaixo.

Quadro 1 - Leis para a pesquisa bibliométrica\

Lei Descrição

Zipf - Frequência de ocorrência de palavras em um texto

Lotka - Observa a produtividade dos autores, pautada na quantidade de publicações

Bradford - Estima o grau de relevância de um periódico em determinada área, acreditando que artigos
pioneiros publicam em periódicos apropriados e por sua vez, atraem mais trabalhos

Fonte: Guedes e Borschiver, 2005.

As leis presentes, juntamente com a revisão da literatura, permitiram o direcionamento


necessário para a definição das palavras chaves para a pesquisa (CRESWELL, 2010). Com a
obtenção do quantitativo de artigos filtrados, foram mapeadas as publicações científicas de
modelos de caminhabilidade, no período de 1945 até 2022, avançando na compreensão sobre
o desenvolvimento do campo, analisando as principais publicações, seus respectivos autores ,
temas abordados e sua agenda futura de pesquisa.

3
A partir dessas recomendações, foram buscados os artigos pertinentes à pesquisa, de
acordo com os filtros apresentados no próximo tópico.

3.2 TÉCNICAS DE ANÁLISE E OPERACIONALIZAÇÃO DA PESQUISA


Os dados bibliométricos foram obtidos por meio de uma busca na base de dados Web
of Science, a fim de conseguir os dados necessários para a estruturação dos resultados. Esta,
foi escolhida por ser uma base completa nos seus temas que possui cobertura global, sendo
considerada de grande relevância acadêmica. Assim, foi feito um recorte de artigos sem
especificações temporais, a fim de analisar as produções bibliográficas publicadas desde 1945
até 2022, nesta base de dados.
Para a seleção dos trabalhos acadêmicos foram especificados os tópicos walkability,
acrescentado-se “and”, como segundo tópico pedestrian*, e no terceiro tópico model* or
index* or indicator*. Dessa forma, foram encontrados 385 trabalhos.
O quadro a seguir apresenta de forma sintetizada os filtros aplicados para a seleção da
base de análise (Quadro 2).

Quadro 2 - Filtros da Web of Science

Filtros - Web of Science


Walkability
Tópicos/Termos
Pedestrian*
de busca
Model* or Index* or Indicador*
Horizonte Todos os anos
temporal 1945-2022
Tipo de
Artigos
Documento
Português
Idiomas Inglês
Espanhol
Transportation; Environmental Studies; Urban Studies; Economics; Eccology; Geography;
Regional Urban Planning; Multidisciplinary Science; Public Environmental Occupational
Health; Engineering Civil; Green Sustainability Science Technology; Transportation Science
Technology; Geography Physical; Management; Ergonomics; Architecture; Business; Public
Categorias da
Administration ; Development Studies; Remote sensing; Construction Building Technology;
WOS
Social Science Interdisciplinary; Engineering Multidisciplinary; Computer Science
Interdisciplinary; Psychology Applied; Social Science Biomedical; Hospitality Leisure Sport
Tourism; Geoscience Multidisciplinary; Humanities Multidisciplinary; Mathematics
Multidisciplinary Applications; Operations Research Management Science
Fonte: Elaborado pelo autor (2022)

Após a seleção dos filtros, foi realizada uma leitura dos tópicos (título, resumo e
palavras-chave) e procedimentos metodológicos dos trabalhos, com a intenção de aprofundar
a compreensão de como se deram as pesquisas de modelos de caminhabilidade. Como
resultado dessa condução metodológica, obteve-se como resultado 315 artigos.
Como complemento à pesquisa bibliométrica, foram realizadas construções gráficas
através do software VosViewer v.1.6.10 para o Sistema Windows, obtendo como resultados
figuras e análises que deram suporte para os resultados desta pesquisa.
A partir do software VosViewer v.1.6.10 foi possível identificar clusters de frequência
de uso das palavras-chave nos trabalhos de modelos de caminhabilidade. Para isso, foram
obedecidas as instruções descritas nos manuais de utilização do software (ECK; WALTMAN,
2018).
A partir dos critérios definidos e da execução das fases propostas, obteve-se os
resultados apresentados no próximo tópico.

4
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Essa seção apresentará os resultados da pesquisa, por meio de uma revisão dos
modelos de caminhabilidade.

4.1 ANÁLISE QUANTITATIVA DOS DADOS


4.1.1 Crescimento quantitativo da produção científica

Com a intenção de compreender a evolução, bem como aprofundar o debate sobre a


temática, fez-se necessário apresentar como se delineia a produção científica sobre os
modelos de caminhabilidade. A figura 1 representa a evolução das publicações relacionadas
por ano. Percebe-se que há uma tendência de crescimento do número de publicações, com
exceção do ano de 2022 que ainda não superou a quantidade de publicações de 2021 (Figura
1).

Figura 1 - Evolução das publicações

Fonte: Resultados da pesquisa (2022)

De acordo com a Figura 1, o ano de 2004 é o primeiro a aparecer. Isto se deve ao fato
de que entre os anos de 1945 e 2003 não haver registro de publicação de artigo científico na
plataforma Web of Science sobre o tema. Ademais, dentre os 315 trabalhos encontrados,
apenas 34 consideraram efetivamente a ótica do pedestre na sua proposição.
O primeiro artigo encontrado na base de dados pesquisada foi em 2004, denominado
Comparing transit-oriented development sites by walkability indicators. Este pressupôs que as
oportunidades para o movimento de pedestres é um elemento chave na compreensão e
avaliação de projetos de Desenvolvimento Orientado ao Trânsito. Assim sendo, os autores
utilizaram SIG para investigar o nível de acesso ofertado ao pedestre entre a parada de trânsito
e a área imediatamente circundante. Isso, através do uso de indicadores de caminhabilidade,
de forma comparativa, usando Portland e Oregon como lócus da pesquisa (SCHLOSSBERG;
BROWN, 2004).
Considerando a ótica do pedestre, o primeiro modelo de caminhabilidade foi proposto
somente em 2011, no trabalho "A comparison of three methods to assess the walkability of the
pedestrian environment", desenvolvido por Kelly et al. (2011). Estes, buscaram aumentar a
compreensão dos fatores que influenciam os níveis de caminhada e escolha de rotas para
pedestres, por meio de três métodos, sendo uma ferramenta computacional em que foi

5
possível analisar as preferências declaradas, uma pesquisa observacional nas ruas, para
identificar as preferências percebidas e, posteriormente, um questionário em movimento.
A partir de então, ainda que em passos lentos, começaram a surgir outras pesquisas de
caminhabilidade na qual foram consideradas a perspectiva do pedestre, como o estudo de Koh
e Wong (2013), o qual avaliou quais fatores de compatibilidade de infraestrutura afetam a
disposição das pessoas para selecionar a rota de caminhada/ciclismo desejada para as viagens
de última milha e estabeleceu um índice de caminhabilidade/ciclabilidade para avaliar o
ambiente. Entretanto, vale ressaltar que essa quantidade de pesquisas, ainda possui um
número inexpressivo em relação a quantidade de modelos que não se atentam à ótica do
usuário final.
Por fim, ao dividir a quantidade de anos em que as pesquisas de caminhabilidade
começaram a ser desenvolvidas, nota-se que de 2004 até 2015, apenas quatro trabalhos
consideraram a perspectiva do pedestre. Posteriormente, de 2016 até 2022, foram encontradas
mais 30 pesquisas com modelos de caminhabilidade, indicando um novo despertar para a
forma de compreensão da temática.

4.1.2 Autores e Publicações mais citadas


Com a utilização da Lei de Lotka (Quadro 1), o quadro 3 apresenta os artigos com
maior número de citações, informando o autor responsável, o Periódico (Journal) que foi
publicado e o ano da publicação (Quadro 3).

Quadro 3 - Publicações mais citadas

Citações Título Autores Journal Ano


Wood, L.; Frank,
Sense of community and its relationship with Social Science e
217 L. D.; 2010
walking and neighborhood design Medicine
Giles-Corti, B.
Transportation
Validating walkability indices: How do different
Manaugh, K.; Research Part D
196 households respond to the walkability of their 2011
El-Geneidy, A. Transport and
neighborhood?
Environment

Measuring walkability for distinct pedestrian groups Moura, F.;


Landscape and
143 with a participatory assessment method: A case Cambra, P.; 2017
Urban Planning
study in Lisbon Gonçalves, A. B.

Measuring visual enclosure for street walkability:


Yin, L.; Wang, Applied
126 Using machine learning algorithms and Google 2016
Z. X. Geography
Street View imagery
Transportation
Comparing transit-oriented development sites by Schlossberg, M.;
125 Research Record 2004
walkability indicators Brown, N.
Contribution of streetscape audits to explanation of
Cain, K. L.;
physical activity in four age groups based on the Social Science e
120 Millstein, R. A.; 2014
Microscale Audit of Pedestrian Streetscapes Medicine
King, A. C.
(MAPS)
Transit-oriented development, integration of land
Journal of
use and transport, and pedestrian accessibility:
109 Vale, D. S. Transport 2015
Combining node-place model with pedestrian shed
Geography
ratio to evaluate and classify station areas in Lisbon
Journal of
Pedestrian environment and route choice: evidence Guo, Z.; Loo, B.
106 Transport 2013
from New York City and Hong Kong P. Y.
Geography

6
French, S.;
Sense of Community and Its Association With the Environment and
88 Wood, L.; 2014
Neighborhood Built Environment Behavior
Learnihan, V.

The impact of street network connectivity on Hajrasouliha, A;


78 Urban Studies 2014
pedestrian volume Yin, L.

Fonte: Resultados da pesquisa (2022)

O trabalho com maior número de publicações corresponde a uma pesquisa de


psicologia com artifícios da engenharia e arquitetura. Neste, os pesquisadores examinaram a
associação entre senso de comunidade, caminhada e o design da vizinhança (WOOD;
FRANK, GILES-CORTI, 2010). Para isso, esses autores, realizaram sua pesquisa em bairros
comerciais de Atlanta, partindo do pressuposto que estes são menos propícios para
caminhantes da comunidade, uma vez que o caminho está direcionado quase sempre para
consumidores. Todavia, esta avaliação da caminhabilidade não buscou a percepção do
pedestre, utilizando outros modelos univariados e multivariados para analisar apenas as
relações de padrão de deslocamento dos pedestres.
Entre os 10 trabalhos encontrados com maior número de publicação, apenas a pesquisa
Measuring walkability for distinct pedestrian groups with a participatory assessment method:
A case study in Lisbon, sendo o modelo denominado 7C´s da caminhabilidade, proposto por
Moura, Cambra e Gonçalves (2017), considerou a perspectiva do pedestre. Nesta pesquisa, os
estudiosos apresentaram uma estrutura de avaliação participativa da capacidade de caminhar
para diferentes grupos de pedestres. Ainda, este foi o único trabalho, dentre os dispostos no
quadro 3, tencionado a apoiar o planejamento e projeto urbano para ambientes mais
caminháveis. Isso, de certa forma, revela a pequena atenção dedicada ao aprimoramento das
vias urbanas, mesmo por parte da academia, ainda que o objeto de estudo esteja intimamente
relacionado a esse fator.
Sobre os pesquisadores que estudam os modelos de caminhabilidade, a figura 2
evidencia o nome dos autores com maior número de publicações (Figura 2).

Figura 2 - Autores com mais publicações de modelos de caminhabilidade

Fonte: Resultados da pesquisa (2022)

7
Ao analisar os principais autores informados na Figura 2, é percebido que apenas
Giles-Corti, Yin e Frank estão como autores dos artigos com maior quantidade de citações. O
primeiro, é parceiro de autoria no trabalho Sense of community and its relationship with
walking and neighborhood design, sendo o artigo mais citado. O segundo, participou da
autoria dos trabalhos Measuring visual enclosure for street walkability: Using machine
learning algorithms and Google Street View imagery, e The impact of street network
connectivity on pedestrian volume. Sobre Frank, este fez parceria no trabalho Sense of
community and its relationship with walking and neighborhood design, juntamente com Wood
e Giles-Corti.
O quadro a seguir mostra de forma breve a relação dos autores com artigos com maior
número de citações (quadro 4).

Quadro 4 - Relação autor-artigos com mais citações

Autor Artigo publicado Resultados


O SofC é aprimorado por morar em áreas que incentivam a
Sense of community and its
caminhada de lazer, portanto, está associado a morar em bairros
Giles-Corti relationship with walking and
com níveis mais baixos de mistura de uso do solo, mas níveis
neighborhood design
mais altos de FAR comercia
Measuring visual enclosure for As áreas de céu foram identificadas razoavelmente bem para o
street walkability: Using machine cálculo da proporção de céu. As três medidas do
learning algorithms and Google compartimento visual correlacionaram-se com o volume de
Street View imagery pedestres e o Walk Score.
Yin Tanto a medida convencional baseada em métricas de
conectividade física quanto a medida geométrica baseada em
The impact of street network conectividade visual têm impactos positivos significativos nos
connectivity on pedestrian volume volumes de pedestres, juntamente com a densidade de
empregos e o mix de uso da terra.

O SofC é aprimorado por morar em áreas que incentivam a


Sense of community and its
caminhada de lazer, portanto, está associado a morar em bairros
Frank relationship with walking and
com níveis mais baixos de mistura de uso do solo, mas níveis
neighborhood design
mais altos de FAR comercia

Fonte: Resultados da pesquisa (2022)

Poucos autores dos artigos com maior número de citações estão em destaque como
autores que mais publicaram. Isso, por sua vez, ressalta que nem sempre os autores com maior
número de publicação são os mais importantes para a temática pesquisada, uma vez que não
possuem os trabalhos mais citados.
Acerca desses autores, existe uma ausência de administradores com grande quantidade
de publicações. Ainda que os trabalhos estejam classificados em áreas como estudos
ambientais, transporte, sustentabilidade ou ciências ambientais, os trabalhos tendem a estarem
concentrados nas primeiras áreas que adotaram a temática. Então, por se tratarem de áreas de
concentração multidisciplinares, é esperado que profissionais de vários campos publiquem
seus trabalhos.

8
Apenas Arellana (2018), Park (2014), Fonseca (2022) e Larrañaga (2014) propuseram
modelos que consideraram a perspectiva do pedestre. Embora esses sejam os autores com
maior quantidade de publicações, cada um deles publicou somente um artigo em que foi
colocado um modelo sob a ótica do pedestre, o que revela a fragilidade da compreensão de
que os modelos de caminhabilidade sempre devem ser formulados de acordo com as
preferências e necessidades do usuário final, quando até mesmo os teóricos que já
despertaram para essa visão, por vezes, ainda pesquisam a qualidade das vias urbanas apenas
sob a ótica de especialistas ou das ferramentas objetivas.

4.1.3 Periódicos científicos com mais publicações


Na tabela 1 é apresentado um recorte dos periódicos (Journals) que mais se
destacaram por apresentarem mais publicações sobre a temática em questão.

Tabela 1 - Journals por quantidade de publicações

Journal Volume
Sustainability 34
International Journal of Environmental Research and Public Health 15
Journal of Transport Health 15
Transportation Research Record 14
Journal of Transport Geography 13
Journal of Urban Planning and Development 12
Landscape and Urban Planning 7
Health Place 7
Cities 6
Transportation Research Part D Transport and Environment 6

Fonte: Resultados da pesquisa (2022)

Um dos destaques é o periódico Sustainability que contém 34 trabalhos publicados.


Isso, por sua vez, corrobora com a afirmação de Speck (2016), na qual o autor reflete a
importância da caminhabilidade para a sustentabilidade urbana. O desenvolvimento
sustentável foi inicialmente pautado em três dimensões, sendo a social, ambiental e
econômica. Desse modo, a caminhabilidade influência a primeira dimensão quando melhora o
senso de comunidade e, minimiza a exclusão das pessoas menos favorecidas a partes da
cidade; a segunda dimensão, especialmente, no que diz respeito a redução da pegada de
carbono lançada na atmosfera; e a terceira dimensão, no sentido da movimentação de capital
financeiro na comunidade local. Todavia, este seja o periódico com mais publicações, apenas
sete desses trabalhos de fato trataram a caminhabilidade na perspectiva do pedestre. Ainda
assim, esse é o periódico com maior quantidade efetiva de modelos de caminhabilidade na
perspectiva do pedestre.
Nas próximas posições, são encontrados o International Journal of Environmental
Research and Public Health, Journal of Transport Health, seguidos de outros com menos de
15 publicações.
Percebe-se nos periódicos das demais colocações, que o assunto de modelos de
caminhabilidade na perspectiva do pedestre é pertinente em áreas de estudos ambientais, uma
vez que estes se dedicam ao estudo de cidades, planejamento urbano e transportes.

9
Quanto mais estudos existem em determinada área, mais ações são criadas no mesmo
sentido (MEINARD, 2017). Assim, quanto mais uma comunidade pesquisa sobre a
caminhabilidade, maior é a tendência de que o conhecimento seja dissipado e exista cobrança
social para com os governantes, no sentido de melhorar os ambientes, os tornando
caminháveis (MEINARD, 2017).

4.2 ANÁLISE QUALITATIVA


4.2.1 Principais temas abordados nos estudos
Para finalizar a pesquisa bibliométrica, e a demonstração gráfica de dados
bibliográficos, foi utilizado o software Vosviewer®, com a determinação de um mapa de
palavras-chave (Figura 3).
Figura 3 - Mapa de palavras-chave

Fonte: Resultados da Pesquisa (2022)

Ao realizar a análise do mapa, foram identificados 9 clusters. Além disso, as


palavras-chave mais citadas são caminhabilidade e caminhada, com 189 e 132 ocorrências,
respectivamente. Em seguida, se destacam termos como ambiente construído (121), atividade
física (119), viagens (60), uso da terra (55), saúde (48), acessibilidade (41), caminhabilidade
de bairros (40) e transporte (36).
Estes são termos abrangentes e generalistas na literatura que envolve o tema. Portanto,
essas expressões demonstram que as pesquisas de caminhabilidade, estão pautadas nos
mesmos aspectos, não importando o país pesquisado, o grupo de pessoas, ou mesmo se o
modelo foi proposto para ser avaliado pelo pedestre ou não. Contudo, termos como densidade,
conectividade, conveniência, atratividade, conforto e segurança não possuem o mesmo
destaque, sendo que essas são as variáveis frequentemente percebidas nos modelos
(ARSLAM et al., 2018) (NAHARUDIN et al., 2020). O quadro a seguir, resume a quantidade
de palavras alocadas em cada cluster, o somatório da quantidade de ocorrências destas, e a

10
agenda de pesquisa, que apresenta os principais temas estudados e identificados com a análise
dos clusters de palavras-chave (Quadro 5).
Quadro 5 - Agenda de pesquisa
Clusters N de itens N de ocorrências Tema central
C1 - Vermelho 31 404 Estudos de caminhabilidade de forma generalista
C2 - Verde 26 207 Percepção da relação do ambiente com a caminhada
C3 - Azul 20 231 Benefícios da caminhada para a saúde
C4 - Amarelo 20 166 Caminhabilidade como transporte para jovens e crianças
C5 - Roxo 19 259 Sistemas de indicadores de caminhabilidade
C6 - Cinza 18 160 Caminhada para o desenvolvimento sustentável
C7 - Laranja 18 213 Ferramentas tecnológicas para análise da caminhabilidade
C8 - Marrom 17 139 Benefícios da caminhada para a saúde
C9 - Rosa 17 302 Modelos multicritério de caminhabilidade
Fonte: Resultados da pesquisa (2022)

O quadro apresenta os temas centrais das pesquisas de modelos de caminhabilidade,


apresentando as principais agendas de pesquisa para o desenvolvimento de novos estudos.
Dessa forma, é relevante para pesquisadores que estão iniciando uma pesquisa com o assunto,
identificar as principais palavras-chave utilizadas nos artigos anteriores e as correlações entre
elas, na intenção de identificar conceitos a serem revisados na sua pesquisa.
Por meio das informações expostas, é perceptível que a caminhabilidade é um assunto
em ascensão, todavia nem todas as áreas de estudo estão o explorando como deveria. Nesse
sentido, fica evidente que a gestão urbana não está entre as áreas que mais publicam, os
administradores não se encontram entre os pesquisadores com maior quantidade de
publicações, e os trabalhos de gestão não estão como os mais relevantes para a temática.
Desse modo, ressalta-se a necessidade de pesquisas de caminhabilidade pela perspectiva da
gestão, uma vez que é a gestão urbana quem determinará quais as medidas a serem adotadas
no planejamento de cidades sustentáveis, que utilizem meios de mobilidade sustentáveis e de
fácil acesso à população em geral.
Sobre isso, Nabipour, Rosemberg e Nasseri (2022) e Fancello, Congiu, Tsoukiàs
(2020) admitem a necessidade de inserção desses profissionais nesses estudos, quando
propuseram modelos que possuíam como objetivo final identificar políticas públicas que
melhorem o ambiente de caminhada. Assim, será possível torná-los mais conjugados com os
responsáveis pela tomada de decisão a nível municipal, em razão de não haver lógica em
desenvolver resultados e não os aplicar para benefício da sociedade.
Não importa a área do conhecimento, os estudos giram em torno das mesmas
palavras-chave, como caminhabilidade, caminhada, atividade física, viagens, uso da terra e
atratividade, havendo pequenas alterações que revelam as áreas específicas de cada trabalho.
Dessa maneira, é lógico que sejam revistos os trabalhos considerados clássicos da temática,
mas não apenas com a finalidade burocrática, mas que as diversas ideias sejam levadas em
consideração no momento de propor novas pesquisas.

4.2.2 Modelos de caminhabilidade sob a perspectiva do pedestre


Na tentativa de aprimorar a qualidade do ambiente urbano de caminhada, diversos
pesquisadores se dedicaram a propor modelos de caminhabilidade, analisando as fragilidades
e potencialidades da caminhabilidade nas vias urbanas (ALFONZO, 2005; FRANK, 2006;
WALFORD et al., 2011; LEE, ZEGRAS e BEN-JOSEPH, 2013; KEYVANFAR,

11
SHAFAGHAT e LAMIT, 2018). Em contrapartida, uma quantidade inferior de trabalhos
concedeu a devida importância à perspectiva do pedestre na proposição dos modelos.
Com a revisão dos tópicos e procedimentos metodológicos dos artigos encontrados na
base de dados, percebeu-se que embora o termo pedestrian* tenha sido especificado na base
de dados, apenas 34 dos 315 artigos (11%), propuseram modelos de caminhabilidade
considerando a perspectiva do pedestre. Isso pode ser explicado porque os termos
pedestre/pedestres estão próximos ao objetivo de estudo, as vias urbanas, podendo ser
considerados termos generalistas nas pesquisas de caminhabilidade.
A seguir, será apresentado um quadro com os títulos dos artigos e respectivos autores
dos modelos de caminhabilidade propostos sob a perspectiva do pedestre (quadro 6).

Quadro 6 - Modelos de caminhabilidade sob a perspectiva do pedestre

Modelos de caminhabilidade sob a perspectiva do pedestre


Títulos dos Artigos Autores e ano de publicação
Safely active mobility for urban baby boomers: The
Lee; Zegras; Ben-Joseph. (2013)
role of neighborhood design
What limits the pedestrian? Exploring perceptions of
walking in the built environment and in the context of Lindelow, D. et al. (2014)
every-day life
Q-PLOS, developing an alternative walking index. A
Garcia, R. T.; Soria-Lara, J. A. (2015)
method based on urban design quality
What matters when it comes to "Walk and the city"?
Tsiomprasa, A. B.; Photisa, Y. N. (2016)
Defining a weighted GIS-based walkability index
Optimizing Pedestrian-Friendly Walking Path For The
First And Last Mile Transit Journey By Using The Naharudin, N.; Ahamad, M. S. S.; Sadullah, A. F. M.
Analytical Network Process (Anp) Decision Model (2017)
And Gis Network Analysis
Evaluating Attitudes on the Quality of Service of
Papageorgiou et al. (2017)
Pedestrian Networks
Sustainable Transportation and Policy Development: A
Study for Impact Analysis of Mobility Patterns and Siqueira, G. (2021)
Neighborhood Assessment of Walking Behavior
A New Pedestrian Crossing Level of Service (PCLOS)
Method for Promoting Safe Pedestrian Crossing in Ahmed. T. et al (2021)
Urban Areas
Factors influencing walking trips. Evidence from
Wolek. M; Suchanek, M.; Czuba, T. (2021)
Gdynia, Poland
Pedestrianization Impacts on Air Quality Perceptions
and Environment Satisfaction: The Case of Kim, U.; Lee, J.; He, S. (2021)
Regenerated Streets in Downtown Seoul
Identification of Factors Affecting Pedestrian
Lee, S. et al (2021)
Satisfaction toward Land Use and Street Type
A Stated Preference Survey for Evaluating Young
Bellizzi, M. G.; Forciniti, C.; Mazzula, G. (2021)
Pedestrians' Preferences on Walkways
Analyzing pedestrian behavior when crossing urban
Arellana, J. et al (2022)
roads by combining RP and SP data
A Participatory Assessment of Perceived
Neighbourhood Walkability in a Small Urban Saadi, I. et al (2021)
Environment

12
Walkability, risk perception and safety assessment
Alkheder, S. et al (2022)
among urban college pedestrians in Kuwait
Individuals' perception of walkability: Results of a
conjoint experiment using videos of virtual Liao, B. (2022)
environments
Perceived Walkability and Respective Urban
Fonseca, F. (2022)
Determinants: Insights from Bologna and Porto
The built environment, networks design, and safety
features: An analysis of pedestrian commuting Nabipour, M.; Rosenberg, M. W.; Nasseri, S. H. (2022)
behavior in intermediate-sized cities
Analysis of the impact of street-scale built environment
design near metro stations on pedestrian and cyclist Liu, Y. et al (2020)
road segment choice: A stated choice experiment
Assessing the walkability of pedestrian environment
Wey, w.; Chiu, Y. (2013)
under the transit-oriented development
Assessing Walkability in the City of Buffalo:
Yin, L. (2013)
Application of Agent-Based Simulation
Assessment of factors influencing walkability in
shopping streets of tourism cities: case of Bursa, Arslan, T. V. et al (2018)
Turkey
Conceptual Framework for Walkability Assessment for
Pedestrian Access to Rail Transit Services by using Naharudin, N. et al (2020)
Spatial-MCDA
Developing a street level walkability index in the
Philippines using 3D photogrammetry modeling from Boongaling, Luna e Samantela (2021)
drone surveys
Development and validity of a virtual street walkability
audit tool for pedestrian route choice Shatu, F.; Yigitcanlar, T. (2018)
analysis—SWATCH
Evaluating pedestrian perceptions of street design with
Kasraian, D. et al (2021)
a 3D stated preference survey
Exploring the influence of neighborhood walkability
Zuniga-Teran, A. et al (2019)
on the frequency of use of greenspace
Influence of infrastructural compatibility factors on
Koh, P. P.; Wong, Y. D. (2013)
walking and cycling route choices
Investigating Pedestrian Walkability using a Multitude
Lee et al. (2021)
of Seoul Data Sources
Measuring walkability for distinct pedestrian groups
with a participatory assessment method: A case study Moura, F.; Cambra, P.; Golçalvez, A. B. (2016)
in Lisbon
Modeling Satisfaction with the Walking Environment:
The Case of an Urban University Neighborhood in a Said, M.; Zeid, M. A.; Kaysi, I. (2016)
Developing Country
Pedestrian Satisfaction-Based Methodology for
Prioritization of Critical Sidewalk and Crosswalk Majumdar, et al (2021)
Attributes Influencing Walkability
Planning for Pedestrians with a Participatory
Gonzalez-Urango, et al. (2020)
Multicriteria Approach

13
Walking accessibility for individuals with reduced
Lima, J. P.; Machado, M. H. (2019)
mobility: A Brazilian case study

Fonte: Resultados da pesquisa (2022)

As pesquisas propostas sob a perspectiva do pedestre, possibilitam a identificação dos


fatores inerentes ao ambiente de caminhada desejados pelo pedestre. Assim, o poder público,
pode se atentar a esses achados e dar ênfase a políticas de reestruturação das avenidas,
priorizando as necessidades apontadas pela população.
A identificação dos modelos de caminhabilidade sob a perspectiva do pedestre,
apresenta contribuições, especialmente para a comunidade acadêmica. Uma vez identificados,
os pesquisadores têm a oportunidade de se debruçar sobre esses trabalhos para estudar a
caminhabilidade no seu lócus de pesquisa. Bem como contribuir para o avanço dos estudos, a
partir do desenvolvimento de novos modelos que integrem o maior número de variáveis
capazes de avaliar a caminhabilidade de forma mais integrada.
Durante a leitura dos resumos dos trabalhos, percebeu-se uma pequena quantidade de
trabalhos que consideraram a perspectiva do pedestre, embora este seja o mais influenciado
no processo de caminhada. Diversos métodos são encontrados, contudo uma pequena
porcentagem desses se importam em considerar as reais demandas dos usuários.
Assim, compreendendo que o pedestre é o mais influenciado pelo processo de
caminhada, é preciso que haja um despertar para o estudo do ambiente urbano sob a ótica
desses sujeitos. Isso, no sentido de atender a uma das funções básicas das cidades, que é
oferecer condições de mobilidade urbana coletiva de qualidade para seus citadinos.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o processo de superlotação das cidades, os problemas associados à gestão urbana
começaram a aumentar cada vez mais. No sentido da mobilidade, foi visto um grande
incentivo ao uso de automóveis, sem mensurar os impactos negativos por eles trazidos. Isso,
deixando em segundo plano o método de deslocamento mais natural do ser humano, que é a
caminhada.
Alguns fatores precisam ser revistos e levados em consideração, como a importância
do processo de caminhar na vida das pessoas, as dificuldades percebidas pelos pedestres no
momento do deslocamento, sejam em viagens utilitárias ou em viagens recreativas, e a
necessidade de um método adequado para mensuração da qualidade do ambiente para o
pedestre. Contudo, para que um novo instrumento de mensuração seja proposto, é necessário
que haja um estudo na literatura sobre quais as estratégias já existentes. Nesse sentido, esse
trabalho revisou a literatura de modelos de caminhabilidade, no intuito de mapear as
publicações científicas de modelos de caminhabilidade, no período de 1945 até 2022,
avançando na compreensão sobre o desenvolvimento do campo, analisando as principais
publicações, seus respectivos autores, temas abordados e sua agenda futura de pesquisa.
Dessa forma, foi visto que existem nuances de crescimento do tema ao longo dos
últimos anos, além de outras características das publicações científicas, por exemplo, os
artigos mais citados. Ademais, os dados permitiram entender que há pouca cooperação entre
os diferentes campos do conhecimento na proposição dos modelos de caminhabilidade
existentes. Assim, recomenda-se que especialistas de áreas de conhecimento diferentes
formem redes de pesquisas, no intuito de tornar mais interdisciplinar as pesquisas de modelos
de caminhabilidade.
A pesquisa e o direcionamento do estudo contribuem também para o avanço do
conhecimento, por conduzir e estabelecer uma ligação entre variáveis que se relacionam em

14
abordagens teóricas, além de relacionar uma temática que ascende na gestão urbana, mas
ainda com lacunas a serem discutidas nas publicações científicas.
Em relação às limitações desse trabalho, ressalta-se o fato de que na pesquisa
bibliométrica foi utilizada apenas uma base de dados, que embora seja considerada a mais
completa, ainda não contempla todos os trabalhos.
Como sugestão para pesquisas futuras, é recomendado que sejam realizadas leituras
mais aprofundadas dos modelos de caminhabilidade propostas sob a perspectiva do pedestre.
E nesse sentido, sejam buscados trabalhos de diversos campos do conhecimento, a fim de
propor um modelo capaz de mensurar a qualidade do ambiente de caminhabilidade sob a
perspectiva do pedestre, considerando a maior diversidade de dimensões e indicadores
possíveis, de forma multi e interdisciplinar.

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SP data. Transportation Research Part F: Psychology and Behaviour, v. 85, p. 259–275, 2022.
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16
ISSN: 2359-1048
Novembro 2022

UMA ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA SOBRE ECOEFICIÊNCIA NO SETOR DE LATICÍNIOS

ANA ISABELLE GOMES LOPES


UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

JOSÉ IRIVALDO ALVES DE OLIVEIRA LIMA

NHATALLIA LARANJEIRA AMORIM

Introdução
Para atender as demandas crescentes dos últimos anos as indústrias passaram a utilizar mais dos recursos naturais, gerando prejuízos ao meio ambiente.
Considerando a finitude desses recursos, o enfoque não deve mais ser apenas nas questões econômicas.
Problema de Pesquisa e Objetivo
Portanto, buscam-se medidas sustentáveis por meio de modelos ecoeficientes, em que a governança visa vantagens econômicas e competitivas aliadas à
responsabilidade socioambiental. Desse modo, neste artigo buscou-se analisar as características da produção científica sobre Ecoeficiência no setor de
laticínios.
Fundamentação Teórica
O setor de laticínios tem contribuições socioeconômicas, porém, suas atividades têm ganhado destaque devido aos seus danos ambientais. (CARVALHO; et
al., 2013). A governança do setor tem enfrentado diversos desafios acerca do desenvolvimento de estratégias de sustentabilidade para prevenção da poluição.
Metodologia
Pesquisa bibliográfica na base de dados Web of Science, utilizando as leis de Zipf, Lotka e Bradford para a realização da pesquisa.
Análise dos Resultados
Os resultados indicam um período de equilíbrio na publicação dos temas pesquisados (2004-2021), demonstrando ser um tema jovem e ainda pouco explorado
pela pesquisa científica. Por fim, foi possível identificar as principais publicações, relacionando por ano e autores, como também quantificar os dados das
publicações nesses temas.
Conclusão
O estudo estabelece uma contribuição ao possibilitar a utilização de um método para a pesquisa bibliométrica, que estabelece critérios claros e direcionados
por meio das leis de Zipf, Lotka e Bradford, podendo tais leis serem aplicadas em diversas áreas e pesquisas de trabalhos publicados. A pesquisa e o
direcionamento do estudo contribuem também para o avanço do conhecimento, por conduzir e estabelecer uma ligação entre duas variáveis que se relacionam
em abordagens teóricas, além de relacionar uma temática que ascende no mercado, mas ainda pobre em publicações científicas.
Referências Bibliográficas
GUEDES, V., BORSCHIVER, S. Bibliometria: uma ferramenta estatística para a gestão da informação e do conhecimento, em sistemas de informação, de
comunicação e de avaliação científica e tecnológica. CINFORM – Encontro Nacional de Ciência da Informação VI, v. 6, 2005. HART, S. L., DOWELL, G. A
natural-resource-based view of the fi rm: Fifteen years after. Journal of Management, v. 37, n. 5, p. 1464–1479, 2010.

Palavras Chave
Ecoeficiência, Setor de Laticínios, Bibliometria
UMA ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA SOBRE ECOEFICIÊNCIA NO SETOR DE
LATICÍNIOS

1. INTRODUÇÃO

Com a era globalizada e desenvolvimento das tecnologias, as indústrias passaram a


utilizar cada vez mais dos recursos naturais para produzirem bens e serviços que suprissem as
demandas crescentes. Porém, deve-se considerar que os recursos são finitos, oposto das
necessidades e desejos humanos, que são infinitos (UNCTAD, 2018).
Observa-se no contexto histórico que muito já foi degradado do ambiente até o
presente momento. Embora a temática sustentabilidade ambiental tenha sido bastante
discutida nos últimos anos, há ainda muito trabalho a se fazer para de fato prevenir a poluição
e os danos que às indústrias causam à natureza. Nesse sentido, surge a importância da adoção
de medidas de ecoeficiência, que se trata do processo econômico e ambiental, em que a
governança atua com base no conjunto de atividades estratégicas que objetivam retornos
econômicos e vantagem competitiva aliados à responsabilidade socioambiental (HART;
DOWELL, 2010).
Os impactos de degradações ambientais causadas pelas indústrias têm gerado
discussões polêmicas no mundo inteiro. Trata-se de um assunto urgente a ser tratado pela
sociedade de modo geral (HART; MILSTEIN, 1999). Nessa perspectiva, surgiu a motivação
da presente pesquisa, no intuito de analisar como o tema tem sido tratado nas pesquisas
científicas.
Para melhor aprofundamento sobre o tema, optou-se por analisar o modelo de
ecoeficiência para indústrias do setor de laticínios. Para tanto, levantou-se a seguinte pergunta
de pesquisa: Quais são as características das produções científicas no tocante a ecoeficiência
para as indústrias do setor de laticínios?
Portanto, o principal objetivo do presente estudo foi investigar quais as principais
características da produção científica relacionada a ecoeficiência no setor de laticínios. Para
atender à proposta, realizou-se uma análise bibliométrica, que possibilitou ao pesquisador
explorar sobre atualizações das principais produções e autores mais engajados acerca da
temática.
Além desta seção, o presente trabalho estrutura-se em mais quatro seções: a próxima
seção trata-se da revisão de literatura acerca da ecoeficiência e do setor de laticínios, na
terceira seção é apresentada a metodologia, na quarta seção os principais resultados obtidos e
na última, as conclusões da pesquisa.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Ecoeficiência
Munck e Oliveira (2013) afirmam que a ecoeficiência é uma competência
organizacional além de parte da sustentabilidade ambiental, ficando claro que não existe
sustentabilidade em determinada empresa, seja de ordem pública ou privada, sem a
ecoeficiência. Isto foi confirmado, a partir de uma pesquisa empírica onde funcionários de
determinada organização percebem diariamente os benefícios adquiridos com a ecoeficiência.
Neste caso, é ressaltada a logística reversa, processo que aprimora os problemas anteriores
encontrados no departamento de logística. Assim, além de benefícios econômicos para esta
empresa, são percebidos benefícios ambientais e sociais, uma vez que a sociedade está
intimamente ligada às questões ambientais.

1
A ecoeficiência é um processo econômico e ambiental, que busca de forma rentável
melhorar as práticas organizacionais. Assim, para que seja considerado sustentável deve ser
levado em consideração não apenas a parte ambiental, mas também o econômico em todos os
sentidos, como a economia financeira e a economia ambiental. É importante considerar que
este processo deve elevar os índices de lucratividade da empresa, visto que está relacionado à
prosperidade econômica organizacional (YOUNG; TILLEY, 2006).
Os indicadores atualmente utilizados para medir a ecoeficiência de uma empresa ainda
não estão consolidados, entretanto, existem dois grupos de indicadores considerados de
grande relevância pela comunidade prático/acadêmica: os indicadores do World Business
Council for Sustainable Development - WBCSD e do Global Reporting Initiative – GRI. Com
essa preocupação, Munck, Oliveira e Bansi (2011) realizaram um estudo no intuito de analisar
quais as falhas encontradas nestes dois grupos. Dessa forma, foi entendido que embora estes
indicadores não possuam todas as características necessárias para avaliar a ecoeficiência, eles
poderão dar suporte para um método mais aprimorado de avaliar a ecoeficiência
organizacional.

2.2 Setor de Laticínios

O setor de laticínios tem contribuições socioeconômicas, porém, suas atividades têm


ganhado destaque devido aos seus danos ambientais. (CARVALHO; et al., 2013). A
governança do setor tem enfrentado diversos desafios acerca do desenvolvimento de
estratégias de sustentabilidade para prevenção da poluição.

Nesse sentido, Rohlfes, et al. (2011) destacaram que sobretudo nas pequenas e médias
empresas, essas estratégias mostram-se em segundo plano, sendo as de primeiro com enfoque
no controle da poluição, monitorado pelos órgãos de controle. Portanto, nota-se que as
estratégias priorizadas com ênfase no controle são menos eficientes do que as de prevenção,
no entanto, isso pode ser reestruturado.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A fim de alcançar o objetivo proposto nesta pesquisa, realizou-se inicialmente uma


busca na base de dados Web of Science, para coletar os dados necessários na estruturação dos
resultados. Para tanto, foi utilizado o caminho de acesso da Comunidade Acadêmica Federada
(CAFe), direcionado para o Portal da CAPES até a referida base de dados. Assim, foi feito um
recorte de artigos sem especificações temporais, a fim de analisar todas as produções
bibliográficas encontradas nesta base de dados. Além disso, não houve filtragem relacionada
ao idioma, para que pudessem ser analisados todos os artigos publicados.
Para a seleção, foram especificados os tópicos “Eco-efficiency”, acrescentado-se
“and” e como segundo termo “dairy industry”, no intuito de observar os artigos que mostram
a ecoeficiência como um modelo de gestão ambiental utilizado no setor de laticínios.
Dessa forma, esta pesquisa é classificada como bibliográfica e descritiva, uma vez que
se utilizou de materiais didáticos, como livros e artigos científicos para a construção do
referencial teórico, encontrados nas bases de dados Spell e Web of Science. Estas, por sua vez,
foram escolhidas por propiciar e fornecer dados, através de relatórios e estatísticas para um
amplo conjunto de resultados de pesquisas, além da sua importância quando comparadas a
outras bases.

2
A pesquisa focou na produção científica com a análise de dados realizada por meio da
análise descritiva, análise bibliométrica e análise bibliográfica, respectivamente. Na análise
descritiva foi realizada a obtenção de dados quantitativos acerca dos artigos, com o
mapeamento da evolução na quantidade de artigos publicados ao longo dos anos.
A análise bibliométrica foi realizada conforme a sugestão de Guedes e Borschiver
(2005), que descreve três leis para a sistematização da pesquisa bibliométrica, conforme
explicadas no quadro abaixo.

Quadro 1 – Leis para a pesquisa bibliométrica


Lei Descrição
- Frequência de ocorrência de palavras em um texto para
Zipf
propor indexações.
- Observa a produtividade dos autores, fundamentada na
Lotka premissa de que o número de publicações de alguns
pesquisadores é maior que de outros.
- Estima o grau de relevância de periódicos em uma área
de conhecimento científico. Pressupõe que os artigos
Bradford pioneiros sobre determinado tema são publicados em
periódicos apropriados, atraindo mais artigos sobre o
assunto e tornando referência na temática em questão.
Fonte: Guedes e Borschiver (2005)

As leis presentes no quadro possibilitaram o direcionamento necessário para a


pesquisa bibliométrica, como também permitiram definir quais as palavras-chaves para a
pesquisa dos artigos. Para realização da pesquisa foram utilizadas palavras-chave obtidas com
a revisão da literatura, exposta no tópico Referencial Teórico, informando na seguinte
sequência: ecoeficiência (Eco-efficiency) e setor de laticínios (dairy industry). A obtenção
dos dados foi realizada ao final do primeiro semestre de 2022.
Com a obtenção do quantitativo de artigos encontrados, foi realizado o mapeamento da
evolução da quantidade de artigos publicados ao longo do tempo, a fim de saber as tendências
de interesse pelo tema (CRESWELL, 2010). A partir da análise foi possível apresentar os
resultados em forma de gráficos e tabelas que demonstram: evolução das publicações por ano;
áreas de publicação dos artigos; às 10 publicações mais citadas; autores com mais
publicações; os 10 journals com maior número de publicações.
Complementando a pesquisa bibliométrica, foram realizadas construções gráficas
através do software Vosviewer® v.1.6.10, para o sistema Windows, obtendo como resultados a
montagem de duas figuras que deram suporte para os resultados desta pesquisa.
O tratamento dos dados dessa pesquisa foi realizado por meio de um método misto, ou
seja, se utilizou de técnica quantitativa e qualitativa (por meio da análise de conteúdo) numa
proporção que contribuiu para obter esclarecimentos consistentes e complementares acerca da
problemática que se propôs a investigar.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A figura 1 representa a evolução das publicações relacionadas por ano, por meio da
pesquisa na Web of Science utilizando os tópicos Ecoeficiência e Setor de Laticínios. Com os
resultados obtidos, percebe-se que o número de publicações por ano é constante, havendo
alterações apenas concernente aos anos 2013, 2016 e 2021 que tiveram dois trabalhos
publicados (Figura 1).

3
Figura 1: Evolução das publicações sobre Ecoeficiência no setor de laticínios

Fonte: Resultados da pesquisa (2022)

Assim, o primeiro artigo foi publicado em 2004, seguido de outros em 2005 e


2006, e um período sem publicações até o ano de 2013. Os resultados também
mostram que houveram apenas 13 publicações, ressaltando déficit nas publicações
científicas sobre o tema.
Os resultados encontrados na figura 2 expressam as áreas de publicações dos
artigos. Com isso, é possível analisar que a área com maior número de artigos
publicados, correspondendo a 4 publicações de artigos do total é Food Science
Technology, seguida da área Engineering Chemical (3); Engineering Environmental
(3); Environmental Sciences Ecology (3); Green Sustainable Science Technology (3);
Agricultura Dairy Animal Science (2). Seguida de outras áreas com apenas 1 artigo
publicado (Figura 2).

Figura 2: Áreas de Publicação

Fonte: Resultados da pesquisa (2022)

4
No tocante às áreas de publicação, vale informar que um artigo pode se enquadrar em
mais de uma categoria. Isso, por sua vez, explica o fato de constarem 22 trabalhos, quando
somados os contidos em cada área de publicação.
Com a utilização da Lei de Lotka, apresentam-se na Tabela 1 os artigos com maior
número de citações, informando o autor responsável, o Periódico (Journal) que foi publicado
e o ano da publicação. O artigo com maior número de citações é Grassland and globalization
- challenges for northwest European grass and forage research, no ano de 2014, com 61
citações; posterior o artigo Process eco-innovation: assessing meso-level eco-efficiency in
industrial water-service systems, de Levidow et al, do ano de 2016, obteve 51 citações.
Ambos os estudos demonstram importância para o tema e para a literatura acerca da temática
Ecoeficiência no Setor de Laticínios.

Tabela 1 - Top 10 publicações - Citações

Citações Título Autores Journal Ano


Grassland and globalization - GRASS AND
challenges for northwest Taube, F; FORAGE
61 European grass and forage research et al SCIENCE 2014
JOURNAL
OF
Process eco-innovation: assessing CLEANER
meso-level eco-efficiency Levidow, PRODUCTI
51 in industrial water-service systems L; et al ON 2016
Honkasalo, JOURNAL
Environmental permitting as a driver N.; Rodhe, OF
for eco-efficiency in H.; CLEANER
the dairy industry: A closer look at the Dalhamma PRODUCTI
41 IPPC directive r, C ON 2005
POLISH
JOURNAL
OF
CHEMICAL
Determinants of water consumption in Wojdalski, TECHNOLO
21 the dairy industry J; et al GY 2013

Modelling of a milk powder falling film JOURNAL


evaporator for OF FOOD
predicting process trends and Zhang, Y; ENGINEERI
15 comparison of energy consumption et al NG 2018
JOURNAL
OF
A web-based Toolbox to support the CLEANER
systemic eco-efficiency assessment in Arampatzis PRODUCTI
15 water use systems , G; et al ON 2016

5
Private agri-food governance and Higgins,
greenhouse gas abatement: V.; Dibden,
Constructing a corporate carbon J.; Cocklin,
13 economy C. GEOFORUM 2015
AUSTRALIA
Nguyen, N JOURNAL
Status and prospects for Cleaner M. H.; OF DAIRY
Production in the dairy Durham, TECHNOLO
4 food industry R. J. GY 2004
NEW
ZEALAND
JOURNAL
Soliman, OF
Assessing dairy farming eco-efficiency T.; AGRICULTU
in New Zealand: a Djanibekov RAL
3 two-stage data envelopment analysis , U. RESEARCH 2021

Valorization of Goat Cheese Whey


through an Integrated
Process of Ultrafiltration and Macedo, MEMBRAN
2 Nanofiltration A; et al ES 2006
Fonte: Resultados da pesquisa (2022)

As linhas 1, 2 e 3 da Tabela 1 relacionam na sequência as três publicações com maior


número de citações, em seguida foram relacionados outros 7 artigos publicados que
demonstram importância para os temas pesquisados. Um ponto em destaque é o ano em que
foram publicados o primeiro artigo, o qual o primeiro foi no ano de 2004, e mesmo sendo
pioneiro está na oitava posição no ranking de citações. Além disso, salienta-se que dois
artigos com maior número de citações foram publicados em anos relativamente posteriores.
A figura 3 gerada com a pesquisa evidencia o nome dos 18 autores publicadores dos
artigos, sendo Assimacopoulos D., Duarte E., e Macedo A, os autores mais representativos
com duas publicações cada, seguido de outros com apenas uma publicação cada.

6
Figura 3 - Principais Autores

Fonte: Resultados da pesquisa (2022)

Assim como em relação à área de publicação, a quantidade de autores por artigo


geralmente é mais de um. Isso, revelando a utilização de coprodução por parte destes autores.
Ao analisar os principais autores informados na Figura 3, é percebido que nenhuma das suas
publicações estão entre as mais citadas. Apenas o artigo de Macedo A., está na décima
colocação na tabela dos mais citados. Este, por sua vez, é fruto de uma parceria com o
trabalho Valorization of Goat Cheese Whey through an Integrated Process of Ultrafiltration
and Nanofiltration, publicado em 2006, contendo 2 citações. Entretanto, poucos autores dos
artigos com maior número de citações estão em destaque como autores que mais publicaram.
Posterior foi realizado um recorte dos 10 Periódicos (Journals), separados em duas
colunas: a primeira contém o nome dos Journals, que foram classificados de acordo com a
informação contida na segunda coluna, representada pelo volume de artigos publicados
(Tabela 2).

Tabela 2: Principais Journals ordenados por citações


Journal Volume
Journal of Cleaner Production 107
Grass and Forage Science 61
Polish Journal of Chemical Technology 21
Journal of Food Engineering 15
Geoforum 13
Australian Journal of Dairy Technology 6
New Zealand Journal of Agricultural Research 3
Membranes 2
Foods 1
Custos e Agronegócio on line 1
Fonte: Resultados da pesquisa (2022)

7
Um dos destaques é o periódico Journal of Cleaner Production, que contém 107
citações em seus trabalhos publicados. Nas próximas posições, o Grass and Forage Science,
Polish Journal of Chemical Technology, e o Journal Of Food Engineering, seguidos de outros
com menos de 15 citações.
Complementando a pesquisa e a demonstração gráfica de dados bibliográficos, foi
utilizado o software Vosviewer®, com a determinação de um mapa, adotando os critérios a
seguir: no primeiro momento foi escolhida a opção Create a map based on bibliographic
data, já que a escolha desta opção possibilita a montagem um mapa baseado em dados
bibliográficos. Logo após, na estruturação do mapa, passando para a segunda etapa existe a
opção Choose type of analysis and counting method, na qual foram selecionadas as opções:
Type of analysis (Co - occurrence); Counting method (Full counting); Unit of analysis (All
keywords). Na terceira etapa da construção do mapa, intitulado de Choose Threshold, foi
instituído o Minimum number of occurrences of a keyword, delimitando em três itens o
número mínimo de ocorrências, passando de 848 palavras existentes, para 31 itens como
limite em ligações entre variáveis na montagem do mapa.
Com as etapas de construção do mapa gráfico estabelecidas, foi possível a elaboração
de dois mapas gráficos que relacionam e separam as palavras-chaves por clusters, sendo que o
primeiro cluster demonstra que as palavras-chave com maior relação e frequência são
Eficiência e Indústria de laticínios, respectivamente. No segundo mapa há a representação,
por cores, dos anos de publicação a qual representam os termos encontrados.

Figura 4 – Palavras-Chave com maior relação e frequência

Fonte: Resultados da pesquisa (2022)

Na demonstração do mapa bibliográfico é possível observar a existência dos dois


grupos de artigos (clusters), separados por cor, mas produzindo uma ligação entre os itens e
estudos. Dentre as palavras mais usadas para as ligações, depois de Indústria de laticínios e
Eficiência, está a palavra água, que mesmo estando em uma posição de ligação com o grupo
verde, interage com o grupo de palavras em vermelho. Nesse ponto, pode-se considerar o
termo água como um elo de ligação entre os estudos encontrados na pesquisa.

8
Considerando os filtros utilizados no Vosviewer® versão 1.6.10 para o sistema
Windows®, foi possível estabelecer uma relação entre os artigos publicados por meio de
palavras-chave e os anos de publicação, separados por cores, na escala que consta na Figura 5.
Na escala, as publicações estão relacionadas a partir da cor mais escura, anterior ao
ano de 2011, havendo uma mudança das cores até o amarelo claro, que representa o ano de
2016 e posterior. Os anos expostos na escala estão relacionados com as 13 publicações
relacionadas na Tabela 1.

Figura 5 - Publicações por Data

Fonte: Resultados da pesquisa (2022)


Os estudos que relacionam as palavras Efficiency e Dairy industry estão em uma cor
azulada, pautados entre os anos de 2011 e 2013, já a Water está em uma cor esverdeada,
aproximando do ano de 2015.

5. CONCLUSÃO

Para responder à questão da pesquisa que buscou analisar as características da


produção científica em Ecoeficiência e sua relação com o Setor de laticínios, foi realizado um
estudo bibliométrico, utilizando a base de dados Web of Science para identificar publicações
de artigos que relacionam a temática descrita.
Por meio da delimitação do estudo, utilizando as técnicas para filtrar e selecionar
artigos que relacionam os temas Ecoeficiência e Setor de laticínios, foi possível chegar a um
quantitativo de publicações que foram analisadas de acordo com características relacionadas
aos seus conteúdos, como: autores, Journals, ano de publicação, citações e volume.
Com os resultados obtidos e demonstrados por meio de tabelas e gráficos, constatou-se
a influência de autores em publicações do tema, identificando os artigos que possuem maior
número de citações. Nesse sentido, destaca-se que os temas são poucos explorados em
publicações científicas contendo nuances de crescimento muito pequenas. Tal aspecto também
influenciou as produções na área de Food Science Technology, considerando a área com maior
número de publicações entre as relacionadas.
O estudo estabelece uma contribuição ao possibilitar a utilização de um método para a
pesquisa bibliométrica, que estabelece critérios claros e direcionados por meio das leis de

9
Zipf, Lotka e Bradford, podendo tais leis serem aplicadas em diversas áreas e pesquisas de
trabalhos publicados.
A pesquisa e o direcionamento do estudo contribuem também para o avanço do
conhecimento, por conduzir e estabelecer uma ligação entre duas variáveis que se relacionam
em abordagens teóricas, além de relacionar uma temática que ascende no mercado, mas ainda
pobre em publicações científicas.
Como limitação estabelece o filtro aplicado à pesquisa, que utilizou a Base de Dados
Web of Science, selecionando os artigos completos publicados em Periódicos que
relacionavam Ecoeficiência e Setor de laticínios, não havendo delimitação do tempo. Com
isso, a pesquisa pode ser aplicada em novas bases de dados, incluindo outros trabalhos sobre o
tema.

REFERÊNCIAS

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and treatment. Science of the Total Environment, v. 445-446, p. 385-396, 2013.

CRESWELL, J. W. Projeto de Pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 3. ed.


Porto Alegre: Artmed, 2010.

GUEDES, V., BORSCHIVER, S. Bibliometria: uma ferramenta estatística para a gestão da


informação e do conhecimento, em sistemas de informação, de comunicação e de avaliação
científica e tecnológica. CINFORM – Encontro Nacional de Ciência da Informação VI, v. 6,
2005.

HART, S. L., DOWELL, G. A natural-resource-based view of the fi rm: Fifteen years after.
Journal of Management, v. 37, n. 5, p. 1464–1479, 2010.

HART, S. L.; MILSTEIN, M. B. Global sustainability and the creative destruction of


industries. MIT Sloan Management Review, v. 41, n. 1, p. 23, 1999.

MUNCK, L.; OLIVEIRA, F. G. C. Ecoeficiência: uma discussão do conceito como uma


competência organizacional. Revista Alcance Eletrônica, v. 21, n. 3, 2014.

MUNCK, L.; OLIVEIRA, F. G. C.; BANSI; A. C. Ecoeficiência: uma análise das


metodologias de mensuração e seus respectivos indicadores. Revista de Gestão Social e
Ambiental, v. 5, n. 3, p. 183-199, 2011.

ROHLFES, A.L.B.; BACCAR, N.M.; OLIVEIRA, M.S.R.; MARQUARDT, L.E.;


RICHARDS, N.S.P.S. Indústrias lácteas: alternativas de aproveitamento do soro de leite
como forma de gestão ambiental. Tecno-Lógica, Santa Cruz do Sul, v. 15, n. 2, p. 79-83,
2011.

UNCTAD - United Nations Conference on Trade and Development. Creative Economy


Report 2018. United Nations, Geneva and New York, 2018.

YOUNG, W.; TILLEY, F. Can businesses move beyond efficiency? The shift toward
effectiveness and equity in the corporate sustainability debate. Business Strategy and the
Environment, v.15, p. 402-415, 2006.

10
ISSN: 2359-1048
Novembro 2022

Isomorfismo institucional nas práticas de sustentabilidade: Uma análise empresas de alimentos


processados listadas no IBOVESPA no ano de 2021

ANA ISABELLE GOMES LOPES


UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

LARISSA LUANA PEREIRA CUSTÓDIO


UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE - UFCG

LÚCIA SANTANA DE FREITAS

Introdução
A sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável são assuntos complexos e interdisciplinares que vem promovendo diversas concepções de mudanças no
contexto em que estão inseridos. Nesse sentido, muitas empresas são forçadas a inserir em seus ambientes ações sustentáveis, com um viés de integrar as
dimensões ambiental, social e econômica. Dessa forma, impactos sociais e ambientais da ação humana tornam-se gradativamente mais visíveis, o que faz do
desenvolvimento sustentável um local essencial para a sociedade acadêmica investigar, produzir e validar novas informações
Problema de Pesquisa e Objetivo
Neste sentido, ao incorporar práticas e processos sustentáveis algumas organizações optam por utilizar modelos que já foram desenvolvidos e consolidados no
mercado, tendo em vista que terá uma credibilidade aceita. Nesse contexto, ao selecionar esse tipo de práxis, ações isomórficas vão sendo produzidas e
implementadas nas organizações. Portanto, estando atento a isso, esta pesquisa busca analisar a existência de isomorfismo institucional nas práticas de
sustentabilidade por parte das empresas de alimentos processados listados no IBOVESPA (2021).
Fundamentação Teórica
No referencial teórico foram analisados os tópicos sustentabilidade empresarial, isomorfismo institucional. No que diz respeito à decisão de analisar o setor de
alimentos, destaca-se que este é um dos mais importantes setores de atividade comercial, em detrimento da necessidade de alimentação por parte de todos os
seres humanos.
Metodologia
Este estudo é de natureza qualitativa, quanto aos fins é uma pesquisa descritiva. A coleta de dados foi realizada através de fontes secundárias nos sites das
organizações, em seus relatórios integrados, especificamente na parte de sustentabilidade, de quatro empresas, as quais compões o universo do setor em
estudo, são elas: BRF SA, M. DIAS BRANCO, MARFRIG e Minerva.
Análise dos Resultados
A sessão de análise e discussão dos resultados foram apresentadas as principais práticas de sustentabilidade realizadas no ano de 2021 e a existência de práxis
isomórficas adotadas pelas empresas, bem como o tipo de isomorfismo.
Conclusão
Por fim, ao analisar às práticas sustentáveis desenvolvidas na matriz de materialidade o relatório de sustentabilidade das empresas do setor de alimentos
listadas no IBOVESPA 2021 foi possível identificar práticas isomórficas no tocante ao isomorfismo coercitivo e normativo.
Referências Bibliográficas
BARBIERI, J. C. et al. Inovação e sustentabilidade: novos modelos e proposições. Revista de Administração de Empresas, v. 50, n. 2, p. 146-154, 2010.
DIMAGGIO, P. J.; POWELL, W. W. A gaiola de ferro revisitada: isomorfismo institucional e racionalidade coletiva nos campos organizacionais. Revista de
Administração de empresas, v. 45, n. 2, p. 74-89, 2005. FEIL, A. A.; SCHREIBER, D. Sustentabilidade e desenvolvimento sustentável: desvendando as
sobreposições e alcances de seus significados. Caderno EBAPE.BR. v. 14, n. 3, Rio de janeiro, 2017.

Palavras Chave
Isomorfismo, Sustentabilidade, Alimentos Processados
Isomorfismo institucional nas práticas de sustentabilidade: Uma análise das empresas de
alimentos processados listadas no IBOVESPA no ano de 2021

1. INTRODUÇÃO
A sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável são assuntos complexos e
interdisciplinares que vem promovendo diversas concepções de mudanças no contexto em que
estão inseridos. Nesse sentido, muitas empresas são forçadas a inserir em seus ambientes ações
sustentáveis, com um viés de integrar as dimensões ambiental, social e econômica. Dessa forma,
impactos sociais e ambientais da ação humana tornam-se gradativamente mais visíveis, o que
faz do desenvolvimento sustentável um local essencial para a sociedade acadêmica investigar,
produzir e validar novas informações (BEBBINGTON; LARRINAGA, 2014).
Dessa maneira, ao perceber os desastres e impactos ambientais negativos, provenientes
de emissões de gases tóxicos e poluição que repercutem no mundo, representado pelo mal uso
dos recursos naturais, muitas organizações estão adotando práticas sustentáveis. Isso é, na
maioria das vezes, estas são “obrigadas” a tomarem determinadas atitudes com a finalidade de
se manterem competitivas no mercado. Ao contemplar esse cenário, muitas empresas estão
tentando se adaptar às novas exigências dos consumidores. Para isso, estão incorporando práticas
sustentáveis como forma de agregar resultados positivos e lucrativos no espaço corporativo.
Nesse contexto, o Triple Bottom Line (Tripé da Sustentabilidade), vem ganhando espaço
no meio acadêmico e organizacional, considerando que o atual paradigma de desenvolvimento
necessita ser revisto, ao se entender a capacidade finitude dos recursos naturais, que são os
insumos essenciais para a fabricação de bens e serviços (CAPRA, 2002). Outro motivo para o
crescimento dos estudos dessa temática está no aumento da sensibilidade para uma melhor
compreensão da relação do homem com a natureza. Portanto, em virtude de sua relevância,
esses conteúdos estão continuamente em discussão no contexto da sociedade e das
organizações.
Neste sentido, ao incorporar práticas e processos sustentáveis algumas organizações
optam por utilizar modelos que já foram desenvolvidos e consolidados no mercado, tendo em
vista que terá uma credibilidade aceita. Nesse contexto, ao selecionar esse tipo de práxis, ações
isomórficas vão sendo produzidas e implementadas nas organizações. Portanto, estando atento
a isso, esta pesquisa busca analisar a existência de isomorfismo institucional nas práticas de
sustentabilidade por parte das empresas de alimentos processados listados no IBOVESPA
(2021). Para isso, serão apresentadas as principais práticas de sustentabilidade usadas pelas
empresas e, em seguida, analisadas quais as semelhanças entre essas ações, com o intuito de
identificar a presença de isomorfismo institucional nestas organizações.
No que diz respeito à decisão de analisar o setor de alimentos, destaca-se que este é um
dos mais importantes setores de atividade comercial, em detrimento da necessidade de
alimentação por parte de todos os seres humanos. No sentido dos alimentos processados, é
perceptível o aumento da procura por essa categoria de alimento, em decorrência das facilidades
por eles proporcionadas, na adaptação ao estilo de vida urbano (KUCUKVAR et al., 2019).
Assim sendo, desempenham um papel fundamental no desenvolvimento da economia,
fornecendo produtos que trazem tanto impactos positivos quanto negativos ao meio.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Sustentabilidade Empresarial
O surgimento do desenvolvimento sustentável foi principalmente uma resposta
intelectual para conciliar os objetivos conflitantes de crescimento econômico com a proteção
ambiental. Dessa forma, a base do conceito estava direcionada à integridade ambiental. Foi a
partir da definição do Relatório Brundtland que a ênfase se moveu para o elemento humano,
1
formando um equilíbrio entre o tripé da sustentabilidade (CMMAD, 1991). A dimensão Social
aborda os impactos da empresa nos sistemas sociais em que opera; a dimensão Econômica
refere-se aos impactos da organização sobre as condições econômicas das suas partes
interessadas e sobre os sistemas econômicos locais, nacionais e globais; e a dimensão
Ambiental tem relação com os impactos da organização nos sistemas naturais vivos e não vivos,
incluindo ecossistemas, solos, ar e água (GRI, 2015).
Assuntos como sustentável, sustentabilidade e desenvolvimento sustentável são
estudados com pertinência em nível global. Dessa maneira, Feil e Schreiber (2017) buscaram
chegar a uma solução interpretativa do conceito desses termos, concluindo que o primeiro
contempla as soluções ao prejuízo causado pelos sistemas humanos; o segundo diz respeito a
estratégias criadas para fazer contato entre a sustentabilidade com o sistema ambiental humano
e; o terceiro estabelece relação entre os outros dois, já que busca mensurar o nível do
desenvolvimento sustentável em relação a sua distância com o sustentável, contemplando as
soluções ao prejuízo causado pelos sistemas humanos. Dessa forma, o objetivo central é
melhorar a qualidade de vida, integrando os aspectos necessários e comprometendo a população
na preservação dos recursos de forma contínua (SILVA; CÂNDIDO; MARTINS, 2009).
Nesse sentido, diante das constantes demandas de mercado, um fator que continua em
evidência é a conscientização das empresas na temática ambiental. Dessa forma, observa-se que
no sentido da sustentabilidade existe a possibilidade de aprimorar a responsabilidade
corporativa, além de prepará-las frente às exigências ambientais. Ainda, é capaz de influenciar
comportamentos profissionais, proporcionando e desenvolvendo a cultura sustentável nas
empresas (LIBERATO, 2019).
Nessa perspectiva, a sustentabilidade corporativa é uma das formas de conduzir as
organizações ao desenvolvimento, com a consciência de que as próximas gerações não serão
prejudicadas. Isso, uma vez que, é uma estratégia voltada para as empresas aprimorarem suas
ações com um menor impacto ambiental, através do emprego consciente dos recursos naturais
(PINSKY; KRUGLIANSKAS, 2017).
A institucionalização dessas práticas pode ocorrer de maneira consciente ou
inconsciente, e uma explicação para esse fenômeno pode ser encontrada na teoria institucional.
Assim, quando novos valores são aceitos e estabelecidos, há uma incorporação de novas
práticas pelas empresas, que passam a ser adotadas por determinado segmento, por serem
consideradas adequadas para o contexto social em que estão inseridas (BARBIERI et al., 2010).
Dessa maneira, quando ocorre a utilização de práticas assertivas, em um determinado
ambiente, as demais empresas tendem a adotarem, se tornando semelhantes, como maneira de
garantir a sobrevivência e atender às necessidades do mercado/sociedade (WARKEN; KLAN,
2014).
No que tange o setor de alimentos este se apresenta como um importante segmento
econômico na história da humanidade, já que faz parte do consumo básico do cidadão
necessário para sua sobrevivência. Nesse sentido, há uma necessidade em adotar melhores
ações de fabricação de alimentos, distribuição e gestão de seus resíduos (KUCUKVAR et al.,
2019). Porém, além de ser um relevante setor as suas práticas causam impactos negativos ao
meio, pois corresponde a 30% do consumo global de energia e contribui de fato em grande
quantidade na emissão de GEE (Nabavi-Pelesaraei et al., 2019)
Em decorrência da alta demanda de alimentos procurados pela sociedade, durante muito
tempo o processo de fabricação dos produtos não levou em consideração os impactos que
causam ao meio ambiente. Sobre isso, uma hipótese está relacionada ao fato de se tratar de uma
commodity. Assim, foi acreditado que não havia a necessidade de diferenciação, já que as
pessoas teriam que consumir tais produtos mesmo que não sejam apoiadoras das práticas
empresariais antiéticas com o ambiente e com a própria sociedade. Dessa forma, é importante
destacar a criação de políticas de produção que insiram práticas sustentáveis em todos os
2
processos e etapas da produção para evitar maiores prejuízos ao meio e à saúde humana
(SOUZA, 2019).
2.2 Isomorfismo Institucional
As raízes da teoria institucional relacionam-se aos anos de formação das ciências sociais
(SCOTT, 2008). Nessa direção, em sua perspectiva sociológica, o institucionalismo encontra
base em Durkheim e Weber, com temáticas sobre as macroestruturas institucionais, mas não
propriamente as organizações em si (CARVALHO; VIEIRA; SILVA, 2012).
Dessa forma, foi a partir de 1950 que os teóricos começaram a introduzir as
organizações como preponderantes ao universo social. Nesse sentido, a organização é definida
como uma ferramenta para realizar um serviço, enquanto a instituição é produto natural de
pressões e necessidades sociais (SELZNICK, 1971).
Nesse sentido, o paradigma funcionalista foi dando espaço a outras visões, como por
exemplo, o ambiente institucional que leva em consideração a criação social do lugar formado
por organizações que entregam produtos e serviços semelhantes, mas que compartilham regras
determinadas para serem seguidas a fim de garantir sobrevivência e legitimidade (SILVA et al.,
2001). Nesse contexto, as organizações visam atender as necessidades e desejos dos
consumidores entregando seus produtos e serviços de forma a cumprir suas metas. Assim, diante
da complexidade organizacional, regras vão sendo compartilhadas e desenvolvidas com a
finalidade de manter permanência no mercado.
Desse modo, a partir da institucionalização da teoria institucional, duas perspectivas se
estabeleceram: o “velho” institucionalismo e o neo-institucionalismo. Este, no que lhe diz
respeito, é um processo que ocorre na organização, definido como uma ação que é aceita como
certa para um dado grupo social e que se torna uma verdade aceita naturalmente para os
componentes desse grupo (MOTTA; VASCONCELOS, 2004). Em consonância com a teoria
neo-institucional, para garantir sua legitimidade e existência no mercado, as organizações
utilizam modelos, ações, regras e normas já legalizadas no ambiente em que estão inseridas,
pois tendem a sobreviver, portanto, tendem a ficar similares com outras já existentes.
Nessa direção, ao utilizar práticas e processos já institucionalizadas por corporações
reconhecidas na sociedade, as empresas tendem a ficar semelhantes na realização de seus
procedimentos, ou seja, tornam-se homogêneas em aspectos de modelos, formas e estratégias
desenvolvidas. Dessa forma, esse fato é denominado na teoria institucional como isomorfismo.
O isomorfismo institucional consiste em uma ferramenta essencial para se entender a
política e o cerimonial que permeiam parte relevante da vida organizacional moderna. Nessa
direção, foram identificados três mecanismos que provocam mudanças isomórficas
institucionais nas organizações, sendo o isomorfismo coercitivo, mimético e o normativo
(DIMAGGIO; POWELL, 2005).
O isomorfismo coercitivo acontece através de pressões formais e informais para
utilização de um procedimento institucionalizado, muitas vezes essas pressões são por meio de
leis e regulamentos. Dessa forma, provém de influências políticas e da procura por legitimidade
(RIBEIRO, 2011; WARKEN; KLAN, 2014; WILLIAMS et al., 2009).
O isomorfismo mimético é caracterizado pela imitação, ou seja, diante de um ambiente
de incerteza, as organizações tendem a assemelhar e imitar práticas e modelos já
institucionalizados pela sociedade. E o isomorfismo normativo deriva da profissionalização.
Assim, diz respeito ao conjunto de regras e processos correspondentes a ocupações ou
atividades específicas (CZINKOTA; KAUFMANN; BASILE, 2014).
Outros estudos com o objetivo de analisar as práticas isomórficas, no tocante às práticas
de sustentabilidade já foram realizadas, anteriormente a essa pesquisa, em diferentes setores de
atividades comerciais. Desse modo, Mapurung, Lima e Holanda (2015), com o objetivo de
examinar a existência de práticas de disclosure social nas empresas que compõem o Índice de
3
Sustentabilidade Empresarial (ISE), sob o enfoque do isomorfismo, compreenderam que as
maiores empresas serão seguidas pelas demais empresas quanto à divulgação de informações
sociais.
Jacomossi, Casagrande e Reis (2015), analisaram como as organizações brasileiras que
participam do Dow Jones Sustainability Index demonstram suscetibilidade ao isomorfismo na
elaboração de seus relatórios de sustentabilidade. Desse modo, concluíram que as organizações
estudadas têm maior suscetibilidade ao isomorfismo coercitivo na elaboração de seus relatórios
de sustentabilidade em função das chamadas pressões formais e informais exercidas sobre as
organizações, especialmente em relação à divulgação de relatórios geradores de transparência.
Semelhantemente, Silva, Coelho e Cavalcante (2016), detectaram a presença de isomorfismo
coercitivo e normativo nos relatórios das dez empresas analisadas, decorrente de pressões
formais e informais e da necessidade de vinculação profissional compreendida por essas
organizações. E por fim, Oliveira e Freire (2022), perceberam a ocorrência do mecanismo
mimetismo nas instituições detentoras do indicador GreenMetric, em uma pesquisa para
verificar como a gestão operacional tem influenciado a sustentabilidade ambiental das
Instituições Federais de Ensino Superior brasileiras.

3. MÉTODOS E TÉCNICAS DA PESQUISA


Este estudo é de natureza qualitativa, quanto aos fins é uma pesquisa descritiva,
conduzida por meio de análise documental para examinar o conteúdo dos relatórios de
sustentabilidade das empresas do setor de alimentos processados listadas no Índice de
Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM & Fbovespa do ano de 2021.
A coleta de dados foi realizada através de fontes secundárias nos sites das organizações,
em seus relatórios integrados, especificamente na parte de sustentabilidade, de quatro
empresas, as quais compões todo universo do setor em estudo, são elas: BRF SA,
M.DIASBRANCO, MARFRIG e MINERVA.
A BRF SA é uma das maiores companhias de alimentos do mundo, suas principais
marcas são Sadia e a Perdigão. Conta com mais de 85 anos e uma equipe de mais de 100 mil
colaboradores, espalhados por 127 países. A empresa atua em todos os elos da cadeia de valor,
desde a produção do grão, até a comercialização dos produtos para atacadistas. No ano de 2021,
a mesma atingiu um faturamento de 48,3 bilhões de reais, mostrando uma diferença de 22,5%
maior que o de 2020.
O relatório de sustentabilidade desta empresa foi feito com base nas recomendações do
GRI, sua matriz de materialidade contempla os temas: Mudança do Clima; Água e Energia;
Responsabilidade Social; Bem-Estar Animal; Desenvolvimento Humano e Organizacional;
Ética e Transparência; Inovação e Tecnologia; Desperdício de Alimentos; Embalagem e
Reciclagem; Segurança do Alimento, e, Biodiversidade.
A Moinho Dias Branco atualmente é a líder nacional em massas e biscoitos, opera no
mercado há quase 7 décadas. No final da década de 2000 e início da década de 2010 adquiriu
as marcas Vitarella, Pilar, Estrela, Pelaggio, Salsito, Predilleto, Bonsabor e Piraquê, e em 2021
adquiriu as marcas Fit Food, Frontera e Smart. Atualmente, são gerados quase 16 mil empregos
diretos, nas etapas da cadeia de valor em que a empresa atua, isto é, desde o moinho até a fase
de comercialização para os atacadistas. Ao final do ano de 2021, a empresa contabilizou uma
receita líquida de aproximadamente 7,8 bilhões de reais.
Assim como a BRF, a empresa Moinho Dias Branco também utilizou as recomendações
do GRI para elaboração do seu plano de sustentabilidade, sua matriz de materialidade
contempla os temas: Embalagens; Insumos e Cadeia de Valor Sustentável; Nutrição e
Saudabilidade; Meio Ambiente; Cultura de Sustentabilidade; Direitos Humanos e Diversidade;
4
Mudança Climática; Energia e Emissões; Comunidades e Investimento Social, e Saúde e
Segurança Ocupacional.
A Marfrig é líder global na fabricação de hambúrgueres e uma das maiores empresas
de proteínas bovinas no mundo em capacidade. Foi fundada na década de 2000, seus produtos
estão presentes em mais de 100 países, sendo uma das companhias brasileiras de alimentos mais
internacionalizadas e diversificadas. Esta, concentra-se na produção de alimentos de alto valor
agregado à base de proteína animal, principalmente bovina, e de opções variadas, prontas para
o consumo. Dedica-se também na produção e comercialização de itens à base de proteína
vegetal. A equipe é formada por cerca de 30 mil colaboradores em 21 unidades produtivas, 10
centros de distribuição e comerciais e espalhadas pelos quatro continentes. Desse modo, no ano
de 2021 a organização observou uma receita líquida de 85,4 bilhões, forte alta, de 26,5%,
explicada principalmente pelo maior preço médio de vendas em todos os mercados de atuação.
A empresa segue as normas da GRI na construção do seu relatório anual e os indicadores
SASB, e sua matriz de materialidade contempla os temas: Gestão da Cadeia de Fornecimento;
Bem-Estar Animal; Qualidade e Segurança Alimentar; Saúde e Segurança dos Colaboradores;
Redução das Emissões de Gases de Efeitos Estufa; Gestão dos Recursos Naturais e Meio
Ambiente; e, Solidez e Perenidade dos Negócios
A Minerva tem 30 anos de história é líder em exportação de carne bovina na América
do Sul. A empresa teve suas primeiras atividades em 1957, sendo em 2007 entrou como
empresa aberta listada na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM &
FBovespa). Assim como as anteriores, esta empresa atua em diversos elos da cadeia de valor,
desde o abate até a distribuição dos produtos para os atacadistas. Neste momento, conta com
27 unidades industriais e 3 unidades de processamento, comercializando seus produtos
para clientes de vários paises por meio de 14 centros de distribuição e 13 escritórios
internacionais, totalizando aproximadamente 21 mil colaboradores. No que concerne à receita
operacional líquida empresarial, em 2021 foram contabilizados cerca de 27 bilhões de reais.
Esta empresa também segue as diretrizes do modelo elaborado pela GRI. No tocante a
matriz de materialidade é composta pelos temas: Mercado de Atuação, Bem-Estar Animal,
Saúde e Segurança Ocupacional, Desmatamento e Biodiversidade, Qualidade e Seguranças dos
Alimentos, Ética e Compliance, Rastreabilidade de Processos, e, Emissões de Gases de Efeito
Estufa
Por fim, a análise dos dados se procedeu especificamente na parte de sustentabilidade,
onde foram examinadas a matriz de materialidade de cada empresa e suas respectivas práticas
de sustentabilidade.

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


Nesta seção, serão apresentadas as principais práticas de sustentabilidade realizadas no
ano de 2021 e a existência de práticas isomórficas adotadas pelas empresas, bem como o tipo
de isomorfismo.
4.1 Mudança de clima, água e energia
A dimensão mudança de clima, água e energia trata de práticas relacionadas à gestão da
emissão de gases de efeito estufa, gestão de água e efluentes, transição para uma economia de
baixo carbono, priorização de energias renováveis, reciclagem e reuso de águas, uso
responsável das águas, estudo de vulnerabilidade hídrica e redução do uso de energia.
No tocante à prática gestão da emissão de gases de efeito estufa a empresa BRF SA
atingiu sua meta de criar uma linha de produto neutro em carbono. Com a criação do Comitê
Net Zero em 2021 e a implantação de um sistema digital e global para a gestão das emissões

5
diretas e emissões relativas ao consumo de energia elétrica foi obtida a redução de 3% nas
emissões absolutas totais do Escopo 1 e 2 com relação ao ano-base (2019), principalmente pela
priorização de fontes renováveis com rastreabilidade comprovada. Nesse sentido, a empresa
conseguiu que 22% da energia elétrica utilizada em suas instalações fosse proveniente de fontes
sustentáveis (eólica e solar).
A empresa M. Dias Branco, no que diz respeito às mudanças climáticas, energia e
emissões alcançou a meta de redução de pelo menos 2% do consumo de energia em relação
ao ano anterior, atingindo 16,6% de redução. Além disso, a empresa passou a conseguir
mensurar as emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE). A instituição conseguiu atingir a meta
de diminuir a quantidade de resíduos em todas as unidades de produção, houve um crescimento
de 9,2% do reuso de água nas unidades que possuem estação de tratamento, em relação a 2022.
A Marfrig realizou o controle da emissão de GEE, nas unidades operacionais e
administrativas, entre os colaboradores, fornecedores e clientes. Dessa maneira, a empresa
adotou mais de 120 mil animais em seu processo produtivo de fazendas que declararam usar
sistemas de produção de baixo carbono, além de ser a 1ª empresa de proteína bovina das
Américas a se comprometer com a Science Based Targets. No sentido da gestão de recursos
naturais e do meio ambiente, a empresa adotou um sistema de tratamento de água e de efluentes
em todas as suas unidades produtivas, 58% das unidades brasileiras fazem o reúso da água,
enquanto 16% utilizam a fertirrigação nas rotinas de trabalho.
A Minerva, diz que a mensuração dos gases de efeito estufa está no foco da empresa
para o gerenciamento e redução das emissões, na produção e na cadeia de valor, além do uso
de fontes de energia renováveis. Desse modo, alcançou zero emissões líquidas de gases do
efeito estufa do escopo 2, por meio da compra de certificados de energia renovável. Por fim,
com um escopo maior, houve o início da contabilização de novas fontes de emissões de escopo
3, incluindo a criação de gado nas fazendas. No Brasil, houve uma redução de 4,8% do
consumo absoluto de energia e 7,4% de redução do consumo absoluto de água.
Assim, nesta dimensão, todas as empresas são semelhantes na gestão da emissão de
GEE, porém apenas BRF SA, M DIAS BRANCO, MARFRIG atuam na gestão de água e
efluentes. A MINERVA e BRF SA são similares na priorização de energias renováveis. Ainda,
existe isomorfismo entre a BRF SA e M. DIAS BRANCO no sentido de usar práticas de
reciclagem e reuso de águas (Quadro 1).
Quadro 1 - Práticas de Sustentabilidade: Mudança de clima, água e energia
Práticas BRF M. D. BRANCO MARFRIG MINERVA
Gestão da emissão de gases de efeito estufa X X X X
Gestão de água e efluentes X X X
Transição para uma economia de baixo carbono X
Priorização de energias renováveis X X
Reciclagem e reuso de águas X X
Uso responsável das águas X
Estudo de vulnerabilidade hídrica X
Redução do uso de energia X
Fonte: Resultados da pesquisa, 2022
Assim, é possível perceber a existência do isomorfismo do tipo coercitivo, considerando
a pressão advinda dos acordos internacionais sobre o clima e redução do efeito estufa,
especialmente em setores que possuam atividades vinculadas ao agronegócio (MATTHES,
2022). Também há pressão advinda de diferentes grupos (governo, mercado e sociedade) sobre
o tratamento de efluentes para não contaminar os corpos de água e ações que reduzam o
consumo de água como enfrentamento da crise hídrica vivida pelo país nos últimos anos
(CUNHA et. al, 2011).

6
4.2 Ética e transparência
Ao tratar de ética e transparência, a empresa BRF SA afirma estar atuando com uma
cultura ética com todos os membros atuantes na cadeia de valor, atuando na prevenção à
corrupção, concorrência indevida, além de adotar um sistema de integridade.
No que diz respeito a solidez e perenidade dos negócios na Marfrig são realizadas ações
sobre o compliance, anticorrupção e concorrência desleal, além de ser avaliada a performance
econômica.
Na Minerva, a ética e compliance estão focadas na conduta empresarial ética e
responsável nos negócios e nas relações com parceiros, incluindo os aspectos como
anticorrupção e antisuborno. Para alcançar esse objetivo, a organização promoveu treinamento
para mais de 3,7 mil colaboradores em cargos de liderança e setores administrativos nas
políticas de compliance.
No que tange a dimensão ética e transparência, as empresas BRF SA, MARFRIG e
MINERVA são similares nas práticas de cultura ética e prevenção à corrupção. Já a BRF SA e
MINERVA são semelhantes com relação ao comportamento íntegro na companhia e no
relacionamento com todos, E a BRF SA e MARFRIG no tocante a prevenção a concorrência
(Quadro 2).
Quadro 2 - Práticas de Sustentabilidade: Ética e transparência
PRÁTICAS BRF M. D. BRANCO MARFRIG MINERVA
Cultura de ética X X X
Comportamento íntegro na companhia e no
relacionamento com todos X X
Prevenção a concorrência X X
Prevenção à corrupção X X X
Sistema de integridade X

Prevenção ao suborno X
Fonte: Resultados da pesquisa, 2022

Dessa maneira, percebe-se a existência de isomorfismo do tipo coercitivo advindo de


pressões pelo cumprimento do código de ética estabelecido pelas mesmas e seus
desdobramentos (integridade de comportamento e combate à corrupção/suborno). Os diferentes
mercados internacionais de atuação dessas empresas têm exigido cada vez mais um
comportamento ético das mesmas sob pena de cancelamentos de contratos de fornecimento
(STUTZ, 2017).

4.3 Qualidade e segurança dos alimentos


No que diz respeito à cadeia de valor sustentável, a BRF S.A continua trabalhando na
perspectiva de qualificar todos os fornecedores de produtos considerados críticos ao negócio da
companhia. Isso, além de permanecer com a transição para o consumo de ovos cage-free.
Sobre a qualidade e segurança dos alimentos na M. Dias Branco, envolvem as
atividades, marcas, produtos e serviços. São realizadas avaliações da segurança dos
produtos/serviços, além de serem divulgadas as informações e rotulagens pertinentes aos
produtos em suas embalagens.
A empresa Marfrig, por sua vez, realiza compras sustentáveis, exigindo critérios sociais
e ambientais dos seus fornecedores, além de tentar engajar seus fornecedores diretos e indiretos
nas práticas de atividades sustentáveis. Nesse sentido, 100% das propriedades fornecedoras
diretas são monitoradas via satélite, além de participarem do programa Marfrig Club, que
incentiva boas práticas de sustentabilidade. Ainda, 33% destes, aprimoraram suas práticas de
7
sustentabilidade, os conduzindo a status superiores no programa empresarial citado. Por outro
lado, 99,5% dos fornecedores indiretos, no Brasil, aderiram aos critérios da pecuária
sustentável. Através do programa Bezerro Sustentável, essa organização pretende investir 1,75
milhões até 2025, em capacitação técnica e sustentável para pequenos produtores, localizados
no bioma Amazônia. Ainda, na Marfrig as ações se relacionam com a garantia de qualidade e
segurança em todo o ciclo de produção; acesso físico, social e econômico a alimentos seguros,
saudáveis, com rotulagem e em quantidade suficiente; inovação em produtos alimentícios;
políticas sobre uso de antibióticos e substâncias na produção animal e mapeamento da cadeia
de fornecedores. Assim, 100% das unidades de abate são certificadas em protocolo reconhecido
pela GFSI (Global Food Safety Initiative), um índice de zero recalls em 2021. Ainda, foram
realizadas 33 auditorias de segurança de alimentos.
No tocante à dimensão qualidade e segurança dos alimentos, as empresas BRF SA e
MINERVA são similares na prática garantia da segurança do alimento (Quadro 3).
Quadro 3 - Práticas de Sustentabilidade: Qualidade e segurança dos alimentos
PRÁTICAS BRF M. D. BRANCO MARFRIG MINERVA
Garantia da segurança do alimento X X
Certificações de terceiros X
Atividades, marcas, produtos e serviços X
Avaliação da saúde/segurança de produtos/serviços X X
Não uso de antibióticos e substâncias na produção
animal e mapeamento da cadeia de fornecedores X
Fonte: Resultados da pesquisa, 2022

Nesse quesito, a presença do isomorfismo coercitivo advem das leis e normas de conduta
para garantir a segurança do alimento, por meio de certificação de terceiros, uma vez que
qualquer empresa de alimento deve obedecer a um padrão de qualidade e segurança nos seus
produtos (ANVISA, 2004). Também pode-se observar o isomorfismo do tipo normativo uma vez
que são envolvidos diferentes tipos de profissionais com normas técnicas a serem seguidas
(BRASIL, 1978), principalmente por se tratar de itens que quando não são administrados da
forma correta, pode prejudicar todos os que consumirem os produtos do lote, inclusive levando
a situações graves e risco de vida.
4.4 Embalagens
Até 2025 a BRF S.A tem o compromisso de tornar todas as suas embalagens recicláveis,
reutilizáveis e biodegradáveis. Para isso, em 2021 formou cinco especificações técnicas de
embalagens, sendo três no Brasil e duas no mercado externo. No sentido das embalagens a
empresa conseguiu reduzir em 0,71% o consumo de embalagens plásticas, isso porque é
necessária uma espessura mínima nas embalagens para conservação dos alimentos. A empresa
atingiu a meta de 100% do uso de papelão proveniente de matéria prima reciclado e/ou kraft
(virgem) extraído de florestas manejadas. Sobre o filme usado no enfardamento, ainda existe
dificuldade em encontrar fornecedores com maior uso de resina reciclada, portanto a empresa
conseguiu que apenas 59% do volume usado na companhia fosse proveniente de filmes 100%
reciclados.
Sobre as embalagens a M. Dias Branco atua na tentativa de otimização das estruturas
das embalagens, assim como a BRF. Porém, além dessa prática, a empresa também faz uso de
material reciclado para construção de novas embalagens. No que concerne à dimensão
embalagens, as empresas BRF SA e M. DIAS BRANCO são similares com relação às práticas
de otimização das estruturas das embalagens. Isso, quando buscam tecnologias para reduzir a
quantidade de plástico e papel usados, sem colocar em risco a qualidade do alimento (Quadro
4).
8
Quadro 4 - Práticas de Sustentabilidade: Embalagens
PRÁTICAS BRF M. D. BRANCO MARFRIG MINERVA
Otimização das estruturas das embalagens X X
Uso de material reciclado X
Fonte: Resultados da pesquisa, 2022

Nesse sentido, é percetível o isomorfismo coercitivo por parte dessas empresas, uma
vez que existem pressões por parte do mercado e do governo para redução do uso de materiais
no sistema de produção, tal como o plástico (Jorge, 2013). Contudo, uma ação a i n d a não
adotada pelas empresas estudadas, diz respeito a logística reversa. Essa, por sua vez, já foi
estabelecida em um acordo setorial (TAVARES, 2015), com o objetivo de realizar o reúso
dessas embalagens.
4.5 Bem-estar animal
A BRF S.A, no que diz respeito ao bem-estar animal, em 2021 expandiu a certificação
de bem-estar animal para 7 novos processos de abate, e retificou 12 novos processos, atingindo
54% de certificação das unidades fabris. Em 2021 chegou-se a 56% dos ovos utilizados em
processos industriais provenientes de galinhas livres de gaiola, isso porque houve o
desenvolvimento de fornecedores de ovos cage-free na Turquia. A empresa avançou suas
pesquisas e testes para realização de imunocastração em suínos machos utilizados na produção
de presunto parma, alcançando 99% de resultados positivos. Sobre o uso de antibióticos para
acelerar o crescimento dos animais, desde 2019 a empresa não faz uso desses medicamentos.
Ainda, iniciaram-se pesquisas que objetivam o desenvolvimento de produtos analgésicos para
serem usados nos procedimentos de cauda dos suínos. O processo de criação de aves no Brasil
é totalmente livre de gaiolas, apenas um produtor integrado na Turquia possui instalações em
sistema de gaiolas, por isso a empresa atingiu 99,9% da sua criação de aves livres de gaiolas.
No que diz respeito ao corte e desgaste de dentes dos suínos, 100% dos animais da BRF
não passam por esse processo. Ainda, 100% dos suínos da BRF não sofrem mutilações no
intuito de serem identificados, em 2021 foi implantado o uso de brincos na cadeia de genética.
Sobre a implementação de baias de gestação coletiva para matrizes suínas, a empresa declarou
que foi um ano desafiador, principalmente pela falta de insumos e mão de obra, contudo
conseguiu atingir 53,6% de implementação. A empresa possui tolerância zero para maus tratos
aos animais, assim realiza verificação contínua das operações agropecuárias, logísticas e
industriais. Por fim, em 2021 foi alcançado 100% de implantação de enriquecimento ambiental
na cadeia global de criação de perus, e elevou-se em 1,8% a integração de frango na cadeia
global.
A Marfrig atua em conformidade com as melhores práticas. Nesse sentido, busca unir
os produtores em fornecedores na adoção destas práticas. Dessa forma, 100% das atividades
frigoríficas são auditadas por terceiros e ainda 94% das unidades de abate são auditadas nos
padrões NAMI de bem-estar animal. No tocante às fazendas, 99,5% delas atendem a pelo menos
um critério do Programa Marfrig Club. A empresa forneceu 1275 h/ano em treinamentos em
bem-estar animal.
A Minerva, por sua vez, apresenta mais de 3 milhões investidos, 99% é a média de
conformidade nas auditorias de terceira parte e certificação de operações com selo Paaco
(Professional Animal Auditor Certification Organization) em todos os países em que atua.
No que tange a dimensão Bem-Estar animal as empresas BRF e MARFRIG são
semelhantes com relação à capacitação e conscientização de que todos possuem contato com o
animal. Isso, no sentido de fazer com que todos os colaboradores entendam que mesmo de
forma indireta, os animais ainda estão implícitos em suas rotinas de trabalho. No que diz
respeito às demais ações as práticas divergem (Quadro 5).
9
Quadro 5 - Práticas de Sustentabilidade: Bem-estar animal
PRÁTICAS BRF M. D. BRANCO MARFRIG MINERVA
Alimentação adequada X
Ambiente apropriado X
Boas condições de saúde X
Possibilidade de expressar comportamento natural X
Manejo humanitário X
Capacitação e conscientização de que todos possuem
contato com o animal X X
Auditorias ambientais X
Adequação ao mercado internacional X
Fonte: Resultados da pesquisa, 2022

Nesta dimensão há evidências de presença de isomorfismo do tipo coercitivo, uma vez que
as práticas adotadas advém de exigências legais, dentre essas, o Art. 225, § 1º, VII, da Constituição,
nenhuma instituição econômica pode causar maus tratos aos animais, mesmo em processo de abate
(BRASIL, 1988); de acordos formais estabelecidos entre membros da cadeia produtiva e de
cumprimento dos requisitos para obtenção de Certificação de Bem Estar Animal (pressões de
mercado); bem como de pressões de diferentes grupos sociais, tais como: Word Animal Protection;
Associação Brasileira de Bem-Estar Animal (ABBEA); Associação Humanitária de Proteção e
Bem-Estar Animal - Arca Brasil (MOLENTO, 2005).
Também há evidências de presença de isomorfismo do tipo normativo, especialmente no
que tange aos aspectos técnicos e acordos estabelecidos pela World Veterinary Association (WVA)
com suas representações em diferentes países (MELLOR et al, 2021).
A empresa M. DIAS BRANCO não atua em nenhuma prática de bem-estar animal, uma
vez que suas atividades não estão relacionadas a práticas que envolvam o manejo de animais

4.6 Responsabilidade social


Na categoria comunidades a BRF S.A alcançou um somatório de 62,7 bilhões de reais
de investimentos, com destaque para os 50 bilhões em doações para a área da saúde e no
combate à fome devido a pandemia do Covid 19.
Sobre a M Dias Branco, no indicador cultura de sustentabilidade, direitos humanos e
diversidade, a meta de aplicar conteúdos de sustentabilidade em todos os cursos da
Universidade Corporativa foi alcançada parcialmente. A meta de alcançar índice de 90% no
quesito sustentabilidade e diversidade foi enviesada, já que a organização não realizou
pesquisas de clima organizacional depois de 2018. Foi alcançado parcialmente a meta de manter
investimentos sociais em todas as unidades fabris, sendo que apenas 57,14% destas foram
contempladas com doações em suas instituições vizinhas e receberam projetos de engajamento
social. A organização atingiu a meta de aplicar o formulário de avaliação e prestação de contas
em todas as unidades fabris, para medir o impacto dos investimentos sociais.
Ainda no sentido da responsabilidade social, a empresa reincluiu mais de 2000
fazendas bloqueadas para fornecimento, após estas passarem por processos de adequações
socioambientais, fez a doação de 91 toneladas de carnes ao Hospital de Amor, em Barretos
(SP).
Quanto à dimensão responsabilidade social, a única ação isomórfica entre as empresas
diz respeito a práticas com investimentos sociais, por parte das empresas BRF SA e M. DIAS.
BRANCO. Assim, ainda que esta tenha sido uma ação amplamente percebida durante os anos
de 2020 e 2021, frente às necessidades das famílias durante a crise provocada pelo Covid-19,
as empresas MARFRIG E MINERVA não adotaram essa prática (Quadro 6).
Quadro 6 - Práticas de Sustentabilidade: Responsabilidade social

10
MINERV
PRÁTICAS BRF M. D. BRANCO MARFRIG A
Medidas de prevenção de impacto a sociedade X X
Atuação social na cadeia de valor X
Investimento social com doações X X X
Educação sustentável para a cadeia de valor X
Fonte: Resultados da pesquisa, 2022

Embora apenas duas empresas tenham atuado na prevenção de impactos a sociedade,


foi criado um código de boas práticas para a indústria de alimentos durante o momento
pandêmico, no sentido de promover medidas que seguissem as instruções da Organização
Mundial da Saúde. Desse modo, essa ação pode se enquadrar no isomorfismo coercitivo, uma
vez que houveram pressões tanto formais quanto informais para que as empresas realizassem
doações sociais, frente ao cenário pandêmico.
4.7 Nutrição e saudabilidade
Em relação a nutrição e saudabilidade dos alimentos, a M Dias Branco alcançou a meta
de 100% dos produtos do mercado interno feitos sem adição de gordura parcial hidrogenada.
Em 2021 não foi atingida a meta de aumentar o market share de produtos mais nutritivos no
mercado, porém foi adquirida a Latinex (marca de produtos com apelo saudável), no intuito de
elevar essa participação em 2022.
Sobre o mercado de atuação, a Minerva atua com foco em relacionamento com o
mercado internacional, atendendo às políticas, regulamentações e restrições sanitárias na
exportação de produtos. Assim, 100% das fazendas fornecedoras no Brasil e no Paraguai são
monitoradas, e todas estão em conformidade com os critérios socioambientais, estabelecidos
em auditoria. Desse modo, são mais de 14 hectares brasileiros e 12 hectares paraguaios
monitorados. A empresa é pioneira na integração de políticas de rastreabilidade e
monitoramento de fornecedores indiretos aos sistemas internos, o Visipec. Além disso, 91
fazendas fornecedoras estão incluídas no programa de baixo carbono.
Em rastreabilidade de processos, na Minerva aplicam-se investimentos e uso de
tecnologia para rastreabilidade por consumidores finais, garantindo a origem da matéria-
prima.
Com relação a dimensão nutrição e saudabilidade dos alimentos as empresas M.DIAS
BRANCO e MARFRIG são similares no que tange a prática engajamento de fornecedores
diretos e indiretos em práticas sustentáveis (Quadro 7). Nesse sentido, essas empresas
incentivam seus fornecedores a adotarem a sustentabilidade, uma vez que exigem que esses
adotem essas medidas, no intuito de não serem desclassificados como fornecedores de tais
empresas.
Quadro 7 - Práticas de Sustentabilidade: Nutrição e saudabilidade dos alimentos
MINERV
PRÁTICAS BRF M. D. BRANCO MARFRIG A
Produtos fabricados sem gordura parcial hidrogenada X
Aquisição de marcas de produtos com maior apelo de
saudabilidade X
Investimentos e uso de tecnologia para rastreabilidade por
consumidores finais X
Compra responsável X
Engajamento de fornecedores diretos e indiretos em práticas
sustentáveis X X
Fonte: Dados da pesquisa, 2022
As pressões por alimentos mais nutritivos e saudáveis tem sido crescente, seja pela sociedade,
mercado e governo, em função dos danos causados na saúde, especialmente o aumento da hipertensão
e da obesidade (OLIVEIRA, ALENCAR e VIEIRA, 2014), o que tem levado a adoção de práticas
11
isomórficas do tipo coercitivo. Também cabe destacar as pressões advindas do cumprimento do Acordo
de boas práticas da associação brasileira de alimentos processados (ABIA, 2020). Tal acordo
contempla o engajamento de fornecedores em práticas sustentáveis para obtenção de obter
matéria prima sustentável; ações de inovação na saudabilidade dos alimentos; redução do nível
de açúcar, gordura e sódio dos alimentos, e, redução de perdas, dentre outras.

4.8 Desenvolvimento humano e organizacional

Sobre as ações que promovem o desenvolvimento humano e organizacional, a BRF


atua com a valorização, treinamento, capacitação de colaboradores, benefícios, política de
remuneração, além de mecanismos de atração e retenção de talentos. Também envolve atuação
nos pilares: liderança inspiradora, cultivar talentos, cultura de excelência e orgulho de ser BRF.
O indicador saúde e segurança ocupacional, na M. Dias Branco mostrou que a taxa de
frequência de acidentes foi de 0,68%, quando a meta era de 0,5%. A taxa de gravidade de
acidentes foi 13,53%, porém a meta era no máximo 10%. Existe a meta de implantação de um
sistema de gestão de segurança do trabalho, que foi implantado em mais duas instalações,
totalizando 73% das unidades. Foi alcançado um resultado de zero na Taxa de frequência de
doenças ocupacionais com comunicação de acidente de trabalho (CAT). Além disso, não
houveram ocorrências de perda de audição por parte dos colaboradores, causados pelos ruídos
na indústria.
No sentido da saúde e segurança dos colaboradores, a Marfrig realizou treinamentos e
capacitações nas unidades operacionais e administrativas, além da promoção de ações de saúde
e segurança no trabalho com os mesmos sujeitos. Ainda no sentido da responsabilidade social,
a empresa reincluiu mais de 2000 fazendas bloqueadas para fornecimento, após estas passarem
por processos de adequações socioambientais, e fez a doação de 91 toneladas de carnes ao
Hospital de Amor, em Barretos (SP).
Em saúde e segurança ocupacional as práticas da Minerva se concentram nas
condições de trabalho dos colaboradores: valorização, treinamento e desenvolvimento, nos
programas de qualidade de vida, em desempenho e gestão em acidentes de trabalho e fatalidades
e no mapeamento do tema na cadeia de negócios. Assim, tem um total de 100% dos
trabalhadores próprios e terceiros cobertos por sistema de gestão de saúde e segurança
ocupacional. Para isso, forneceu mais de 11 mil tetravalentes contra influenza e H1N1 para os
colaboradores,
No tocante à dimensão desenvolvimento humano e organizacional, as empresas BRF
SA e MINERVA são semelhantes com relação às práticas de valorização e política de
remuneração. As empresas BRF SA e MARFRIG são similares, no tocante à prática de
capacitação e treinamento de colaboradores. As empresas M. DIAS BRANCO, MARFRIG e
MINERVA são semelhantes em relação à prática gestão de segurança de trabalho. Ainda, M.
DIAS BRANCO e MINERVA atuam igualmente no tocante a prática controle da Taxa de
Frequência de doenças ocupacionais (Quadro 8).
Quadro 8 - Práticas de Sustentabilidade: Desenvolvimento humano e organizacional
PRÁTICAS BRF M. D. BRANCO MARFRIG MINERVA
Valorização X X
Benefícios X
Política de remuneração X X
Capacitação e treinamento de colaboradores X X
Mecanismos de captação e retenção de talentos X
Revelação de talentos X
Gestão de segurança do trabalho X X X
Controle da Taxa de Frequência de doenças ocupacionais X X
Gestão de recursos humanos como estratégia X
12
organizacionais
Fonte: Resultados da pesquisa, 2022

As ações mais ocorrentes entre estas empresas é a gestão de segurança do trabalho, ainda
que não seja realizada por todas, portanto, isomorfismo do coercitivo, posto que as leis
trabalhistas exigem que as empresas atuem em medidas de promoção de segurança do trabalho
(BRASIL, 1988).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As organizações ao buscarem legitimar suas práticas, as mesmas tornam-se semelhantes
no desenvolvimento de suas ações ao se defrontarem com a complexidade e as constantes
mudanças que vão sendo impostas pelo ambiente nas quais estão inseridas.
Nesse sentido, o objetivo do artigo foi analisar a existência de isomorfismo institucional
nas práticas de sustentabilidade por parte das empresas de alimentos processados listados no
IBOVESPA (2021). Nesse contexto, ao analisar às práticas sustentáveis desenvolvidas na
matriz de materialidade o relatório de sustentabilidade das empresas do setor de alimentos
listadas no IBOVESPA 2021 foi possível identificar práticas isomórficas no tocante ao
isomorfismo coercitivo e normativo.
O isomorfismo coercitivo foi o mais evidenciado, identificado por meio das pressões
advindas de mercado, especialmente decorrente da atuação dessas empresas em diferentes
países; de acordos de boas práticas estabelecidos entre os membros do setor; de pressões
referente aos acordos entre países pela preservação do meio ambiente, especialmente os
relacionados ao clima; de pressões das políticas públicas de proteção e das associações
nacionais e internacionais para a proteção do meio ambiente e bem estar animal.
O isomorfismo normativo apresentou-se com intensidade menor que o coercitivo. O
Setor em estudo se utiliza de conhecimento técnico que uma vez não atendido poderá levar a
risco de vida da população, bem como, o comprometimento do cumprimento do código de ética
e conduta desses profissionais (nutricionistas, veterinários, engenheiro de alimentos, entre
outros)
Com relação ao isomorfismo mimético, não pode ser identificado devido a pesquisa
limitar-se somente ao relatório de sustentabilidade do ano de 2021, o que poderia ser suprida
por futuras pesquisas a través de um estudo longitudinal.
Por fim, destaca-se que esta pesquisa contribuiu para entender as práticas que estão
sendo utilizadas no setor e o contexto em que as mesmas se inserem, contribuindo para o avanço
das discussões, do ponto de vista teórico e prático, sobre as práticas de sustentabilidade no setor
de alimentos processados, os avanços e os desafios a serem enfrentados.

6. REFERÊNCIAS

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16
Certificado de Participação

Certificamos que Ana Isabelle Gomes Lopes participou do XXIV ENGEMA - Encontro Internacional sobre Gestão Empresarial e Meio
Ambiente, realizado pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, realizado nos dias 29 e 30 de
novembro de 2022. Carga Horária: 20h/aula.
Certificado de Participação

Certificamos que Ana Isabelle Gomes Lopes participou do XXV ENGEMA - Encontro Internacional sobre Gestão Empresarial e Meio
Ambiente, realizado pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, realizado nos dias 29 de
novembro a 1 de dezembro de 2023. Carga Horária: 20h/aula.
Certificado de Apresentação de Trabalho

Certificamos para os devidos fins, que o Artigo Acadêmico intitulado Isomorfismo institucional nas práticas de
sustentabilidade: Uma análise empresas de alimentos processados listadas no IBOVESPA no ano de 2021 foi
apresentado no XXIV ENGEMA - Encontro Internacional sobre Gestão Empresarial e Meio Ambiente realizado pela
Universidade de São Paulo, nos dias 29 e 30 de novembro de 2022

Autores:
Ana Isabelle Gomes Lopes
Larissa Luana Pereira Custódio
Lúcia Santana de Freitas
Certificado de Apresentação de Trabalho

Certificamos para os devidos fins, que o Artigo Acadêmico intitulado UMA ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA SOBRE
ECOEFICIÊNCIA NO SETOR DE LATICÍNIOS foi apresentado no XXIV ENGEMA - Encontro Internacional sobre Gestão
Empresarial e Meio Ambiente realizado pela Universidade de São Paulo, nos dias 29 e 30 de novembro de 2022

Autores:
Ana Isabelle Gomes Lopes
José Irivaldo Alves de Oliveira Lima
Nhatallia Laranjeira Amorim
Certificado de Apresentação de Trabalho

Certificamos para os devidos fins, que o Artigo Acadêmico intitulado TODA CAMINHADA COMEÇA COM O PRIMEIRO
PASSO: MAPEAMENTO DOS MODELOS DE CAMINHABILIDADE foi apresentado no XXV ENGEMA - Encontro
Internacional sobre Gestão Empresarial e Meio Ambiente realizado pela Universidade de São Paulo, nos dias 29 de
novembro a 1 de dezembro de 2023

Autores:
Ana Isabelle Gomes Lopes
Ana Cecília Feitosa de Vasconcelos
XVII CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

MAPEAMENTO DOS MODELOS E FERRAMENTAS DE GESTÃO AMBIENTAL


PARA O SETOR LÁCTEO

Ana Isabelle Gomes Lopes1, Maria de Fátima Nóbrega Barbosa2

RESUMO
O despertar verde em todo o planeta, faz com que consumidores busquem produtos
e serviços que sejam ambientalmente responsáveis. Isso, provocou uma mudança
no cenário industrial, as empresas que anteriormente visavam apenas obtenção de
lucro, estão sendo forçadas pelos compradores a adequarem em sua produção
modelos e ferramentas de gestão ambiental. Nesta perspectiva, as indústrias de
laticínios como potenciais poluidoras do meio ambiente precisam rever seus antigos
modelos de gestão. Dessa maneira, essa pesquisa teve como objetivo principal
mapear os modelos e ferramentas de gestão socioambiental que poderão ser
utilizados pelo setor lácteo. Para isso, foi realizada uma pesquisa bibliográfica com
intuito de reconhecer na literatura os principais modelos e ferramentas de gestão
ambiental úteis ao objeto de estudo. Os resultados mostram que embora o setor
lácteo seja de alto impacto em diversos segmentos no contexto socioambiental,
existem instrumentos de gestão ambiental aplicáveis em pequenas e grandes
empresas, como: sistema de gestão ambiental, ecoeficiência, responsabilidade
social corporativa, produção mais limpa, ciclo de vida do produto, auditoria
ambiental, avaliação de impacto ambiental, marketing verde e educação ambiental.
Então, é necessário que as empresas do setor analisem quais os seus principais
déficits ambientais, a fim de perceber quais as ferramentas mais viáveis para a
organização, reduzindo os impactos sociais e ambientais negativos gerado pelas
suas atividades rotineiras.
Palavras-chave: Gestão Ambiental, Setor lácteo, Sustentabilidade

1
Graduanda em Administração, Unidade Acadêmica de Ciências Contábeis, UFCG, Sousa, PB, e-
mail: anaisabelle00@hotmail.com.
2
Formada em Administração, UFCG, Doutora, Unidade Acadêmica de Ciências Contábeis, UFCG,
Sousa, PB, e-mail: mfnbarbosa@hotmail.com.
XVII CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

MAPPING ENVIRONMENTAL MANEGEMENT MODELS AND TOOLS FOR THE


DAIRY INDUSTRY
ABSTRACT
The growing green awakening on all the planet, makes consumers look for products
and services that are environmentally responsible. This caused a change in the
industrial scenario, companies that previously were only aiming to make a profit, are
being forced by buyers to adapt models and tools for environmental management in
their production. In this perspective, the dairy industries as potential polluters of the
environment need to review their old management models. In this way, this research
had as main objective to map the models and tools of socioenvironmental
management that can be used by the dairy sector. For this, a bibliographic research
was carried, in order to recognize in the literature the main environmental
management models and tools useful to the object of study. The results show that
although the dairy sector is of high impact in several segments in the socio-
environmental context, there are environmental management instruments applicable
in small and large companies, such as: environmental management system, eco-
efficiency, corporate social responsibility, cleaner production, cycle of product life,
environmental audit, environmental impact assessment, green marketing and
environmental education. So, it is necessary for companies in the sector to analyze
their main environmental deficits, in order to understand which tools are most viable
for the organization, reducing the negative social and environmental impacts
generated by their routine activities.
Keywords: Environmental Management, Dairy Industry, Sustainability
XVI CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

GESTÃO SOCIOAMBIENTAL NO SETOR DE LATICÍNIOS NO MUNICÍPIO


DE SOUSA – PARAÍBA

Ana Isabelle Gomes Lopes1, Maria de Fátima Nóbrega Barbosa 2

RESUMO

A partir do início do século XXI o mundo passou por diversas mudanças que trouxeram
benefícios para a sociedade, mas por outro lado, gerou uma série de prejuízos
socioambientais para esta mesma sociedade. As empresas do setor de laticínios são
consideradas potencialmente poluidoras do meio ambiente. A partir de suas
atividades industriais influenciam diretamente nos impactos ambientais. Diante disso,
esta pesquisa se propõe a analisar as práticas de gestão socioambientais dos atores
envolvidos com a atividade de laticínios no município de Sousa – PB. Para atingir
esse objetivo foi realizado um levantamento teórico, além de aplicação de
questionários aos orgãos e responsáveis pelo setor de laticínios do município. Os
principais resultados revelaram que a maior dificuldade da implantação do sistema de
gestão ambiental nestas empresas ocorre pela falta de investismeto dos seus
gestores aliado as demandas dos orgãos governamentais. Entretanto, mesmo em
meio as dificuldades, as empresas estudadas reconhecem que necessitam
aprimorarem suas práticas ambientais e para isso procuram soluções simples com
baixo custo. Mediante isso, recomenda-se que estas organizações agregem sistemas
de gestão ambiental ao processo produtivo dos seus produtos, mesmo que não
possuam capital suficiente para implantação da norma ISO 14.001. Assim, é possível
iniciarem suas melhorias com a implementação da norma de gestão da qualidade ISO
9.000, visto que essa abrirá caminhos para o melhormento contínuo.
Palavras-chave: Modelos ambientais, Qualidade total, Sustentabilidade.

1
Aluna do Curso de Administração, Unidade Acadêmica de Ciências Contábeis, UFCG, Campina Grande, PB, e-
mail: anaisabelle00@hotmail.com
2
Doutora, Professora Associada I, Unidade Acadêmica de Ciências Contábeis, UFCG, Campina Grande, PB, e-
mail: mfnbarbosa@hotmail.com.
XVI CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

SOCIAL AND ENVIRONMENTAL MANAGEMENT IN THE DAIRY SECTOR IN


SOUSA – PARAÍBA

ABSTRACT
In the early of the 21st century, the world has undergone several changes that brought
benefits to the society, but on the other hand, generated a series of social and
environmental damages for this same society. Dairy companies are considered
potentially environmentally polluting. From their industrial activities directly influence
the environmental impacts. Given this, this research aims to analyze the
socioenvironmental management practices of the actors involved with the dairy activity
in the municipality of Sousa - PB. To achieve this objective, a theoretical survey was
carried out, as well as the application of questionnaires to the organs and responsible
for the dairy sector of the municipality. The main results revealed that the biggest
difficulty of the implementation of the environmental management system in these
companies is due to the lack of investment of their managers allied to the demands of
the governmental bodies. However, even in the midst of difficulties, the companies
studied recognize that they need to improve their environmental practices and seek
simple solutions with low cost. Therefore, it is recommended that these organizations
add environmental management systems to the production process of their products,
even if they do not have sufficient capital to implement the ISO 14.001 standard. Thus,
it is possible to begin their improvements with the implementation of the ISO 9000
quality management standard, as this will pave the way for continuous improvement.
Keywords: Environmental models, Total quality, Sustainability.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CNPJ nº 05.055.128/0001-76
POS-GRADUACAO EM ADMINISTRACAO
Rua Aprigio Veloso, 882, - Bairro Universitario, Campina Grande/PB, CEP 58429-
900

DECLARAÇÃO

Processo nº 23096.006980/2023-32

Declaramos, para os devidos fins, que Ana Isabelle Gomes Lopes,


CPF 132.605.824-01, realizou Estágio Docência na Disciplina "Administração da
Produção e Operações I" da Unidade Acadêmica de Administração e
Contabilidade-UFCG, no período de 20/03/2023 a 26/06/2023, com carga-horária
de até 60h, sob acompanhamento da sua orientadora e professora da disciplina
Ana Cecília Feitosa de Vasconcelos.

Documento assinado eletronicamente por VANESSA BATISTA SCHRAMM,


COORDENADOR DE POS-GRADUACAO, em 29/06/2023, às 10:57,
conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 8º, caput, da
Portaria SEI nº 002, de 25 de outubro de 2018.

A autenticidade deste documento pode ser conferida no site


https://sei.ufcg.edu.br/autenticidade, informando o código verificador
3517695 e o código CRC C4A2648D.

Referência: Processo nº 23096.006980/2023-32 SEI nº 3517695

Declaração PPGA-PRPG 3517695 SEI 23096.006980/2023-32 / pg. 1


O grupo de Pesquisa Gestão Ambiental no Semiárido (GAS) certifica que Ana Isabelle Gomes Lopes apresentou o
artigo científico intitulado “Análise de Ferramentas Estratégicas de Logística em uma Empresa de
Distribuição de Bebidas”, na modalidade ORAL Online, no 7º Encontro Interdisciplinar da Paraíba, realizado de 06
e 08 de Dezembro de 2021, na Universidade Federal de Campina Grande - UFCG, na cidade de Sousa, Paraíba,
Brasil.
O grupo de Pesquisa Gestão Ambiental no Semiárido (GAS) certifica que Ana Isabelle Gomes Lopes apresentou o
artigo científico intitulado “Análise de Ferramentas Estratégicas de Logística em uma Empresa de
Distribuição de Bebidas”, na modalidade ORAL Online, no 7º Encontro Interdisciplinar da Paraíba, realizado de 06
e 08 de Dezembro de 2021, na Universidade Federal de Campina Grande - UFCG, na cidade de Sousa, Paraíba,
Brasil.
Certificamos que o trabalho intitulado GESTÃO SOCIOAMBIENTAL NO
SETOR DE LATICÍNIOS NO MUNICÍPIO DE SOUSA – PARAÍBA de autoria
de Ana Isabelle Gomes Lopes e Maria de Fátima Nóbrega Barbosa, foi
apresentado sob a forma oral no XVI Congresso de Iniciação Científica da
Universidade Federal de Campina Grande, realizado nos dias 20, 21 e 22 de
novembro de 2019, na cidade de Campina Grande - PB.

Campina Grande, 27 de novembro de 2019.


Certificamos que o trabalho intitulado MAPEAMENTO DOS MODELOS E
FERRAMENTAS DE GESTÃO AMBIENTAL PARA O SETOR LÁCTEO de
autoria de Ana Isabelle Gomes Lopes e Maria de Fátima Nóbrega Barbosa, foi
apresentado sob a forma oral no XVII Congresso de Iniciação Científica da
Universidade Federal de Campina Grande, evento realizado on-line durante o
mês de março de 2021.

Campina Grande, 17 de junho de 2021.


A Coordenação do “I Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica em
Administração” – realizado no período de 08 a 10 maio de 2019, no Centro de Ciências
Jurídicas e Sociais da Universidade Federal de Campina Grande – certifica que o (a)
senhor (a) ANA ISABELLE GOMES LOPES apresentou, na modalidade banner, o resumo
expandido Um contraexemplo das relações de medo causados pela união homem-
máquina, de autoria dos (as) senhores (as) ANA ISABELLE GOMES LOPES, SARA ACÁCIO
EVANGELISTA e TATIANA DE FÁTIMA PEIXOTO DA SILVA. Informa ainda que em breve
os anais do evento estarão publicados em plataforma online no sítio do evento na
Internet.

Sousa-PB, 10 de maio de 2019

Wellington Ferreira de Melo


Professor – SIAPE Nº 1764765
Coordenador Geral do Evento

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