Você está na página 1de 1

POOLTAR1A #3:

PHALOTOPIA

Largada a teus pés, faço teto das tuas solas. Teu dedão toma de
assalto o céu da boca. Cascudo invasor. Eu me acanho. Teu calcanhar então
calça caminho na minha cara e pisa em todas minhas vergonhas. Inspiro
fundo, aspiro ao sol das tuas tetas – tão peludas. Apurar o grosso das
canelas, adorar a tuas coxas como a falsos ídolos, vou subindo-subindinho
até acabar cara a cara com a careca babada de deus. Tua buceta de macho,
tua buceta depilada, tua buceta me olha nos olhos e jura: vou te comer.
Pontinha da língua na pontinha da baba, formarmos uma ponte de cruzar
salgado, possibilidade seminal. Subo ao subaco, o teu, e tu empurra abaixo
minha cabeça, não sem antes me deixar chafurdar no teu suado. Teu bigode
goza de mim. Tu me impõe teu umbigo e revela que teu torso é eixo. Aí
mete dois dedos na minha boca e me enfia os olhos. Destrambelho arrepio
em tuas mãos. Tu me joga me torce e me lambe, amacia maceta macera,
pega o dildo roxo fosforescente, tu sabe qual, teu novo xodó, e vai botando
a cintaralha. Me espanto, epa, peraí, esse não cabe, tu fala cabe, se deus fez
é porque cabe. Eu pelada, a gente rindo da mesma piada, teu dedo interna
meu buraco, tudo manso no teu tato, e já destroça minha fronteira. Me
prepara pro remanso do quadril. O teu. Me deparo com a fronha. Tu me
afrouxa. O dildo canta nos arredores, o plástico pulsa tua veia, na beira,
tuas intenções eretas por aqui arrombam tudo, e eu, de quatro, imploro, vai.
Tu dá-me um tapa na bunda. Adentra. Tempo ao tempo, aguarda, confia no
meu potencial de cama elástica. Me expande. Me faz nave espacial. Depois
me vira, me põe de frango assado, tua boca cínica fala das minhas unhas de
gel encravando nas tuas costas. Te sorvo sangue. Dentro de mim tu cresce
um metro, faz cosquinha no intestino, travessia nas entranhas. Entra no cu,
sai pela boca. Goza noventa e nove vezes. Me insemina o teu deleite. Me
emprenha. Minha garganta, a que você cospe e me manda pedir mais, é teu
destino, teu depósito. Habitando o abjeto, me descubro objeto de desejo, o
teu, e tu me cobre de tapas e beijos e me morde e me assopra até deixar
marcas difíceis de apagar. Teu dildo não é pau, mas na medida em que
cresce, decreta: todo pau há de ser dildo. E todo cu: devir-cuceta. Tu me
enforca. O toque, o teu, futricando, esmiuçando, afundando meu furico, é
irremediável. Impossível. Mie funda. Tu.

Você também pode gostar