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Atividade
Bolero de Maurice Ravel
Antes de ouvirmos a obra escolhida, vamos ouvir primeiro os instrumentos que pertencem à
orquestra sinfónica.
1. Flauta
O primeiro instrumento solo do Bolero é a flauta, um instrumento de sopro que, apesar
de ser feito de metal, pertence ao
grupo das “madeiras”:
O flautim ou piccolo é um parente
próximo da flauta, de timbre similar porém mais agudo. A orquestra de Boléro emprega
dois flautins, conforme veremos mais à frente (seção 9-A).
2. Clarinete em Si bemol
O segundo instrumento solo do Bolero é o clarinete, outro instrumento do grupo das
madeiras. Porém, o que mais intriga os iniciantes é o que significa o tal “Si bemol”.
A orquestra sinfónica tradicional emprega vários tipos
diferentes de clarinete. Os mais comuns são: o pequeno
clarinete em Mi bemol (também conhecido por Requinta),
os clarinetes em Dó, em Si bemol e em Lá, e o clarinete-
baixo em Si bemol (também conhecido por Clarone). A
diferença entre a requinta e o clarone é fácil de perceber:
um é bem agudo, e o outro muito grave. Mas e os outros
três?
A nota musical que descreve o clarinete é da afinação
principal do instrumento, ou seja, na prática ela delimita as
tonalidades onde o instrumento tocará melhor e mais
afinado. Assim, o clarinete em Si bemol se dá melhor em tonalidades com bemóis, e o
clarinete em Lá em tonalidades com sustenidos. E para não confundir os músicos, na
partitura são anotadas as notas como se fossem todas num clarinete em Dó; o mesmo
dedilhado que soa “dó” num clarinete em Dó soará Si bemol num clarinete em Si bemol
e Lá num clarinete em Lá. Veja por exemplo como fica a partitura da melodia do Bolero,
que é em Dó Maior, no clarinete em Si bemol:
Nome: _______________________________________________________ Data: _______________
3. Fagote
O primeiro instrumento a tocar a segunda parte da melodia (a parte B) é
o fagote.
O fagote também pertence ao grupo dos sopros de madeira, e possui um
outro parente que soa uma oitava mais grave, o contrafagote. Ravel
emprega um contrafagote no Bolero, mas o instrumento apenas ajuda no
acompanhamento sem ganhar maior destaque.
4. Clarinete em Mi bemol
Falamos tanto da família dos clarinetes, e aqui está mais um deles: o pequeno clarinete
em mi bemol conhecido como requinta.
5. Oboé d’amore
Ao contrário do que muitos pensam, o instrumento a seguir não é o
oboé, mas um parente dele, o oboé d’amore:
A família do oboé compreende vários instrumentos, mas os três mais
usados são o oboé tradicional, o oboé d’amore (afinado em Lá) e o
corne inglês (afinado em Fá). O oboé d’amore possui um timbre um
pouco mais grave do que o oboé tradicional, mas não tão escuro
quanto o do corne inglês, e foi usado com frequência durante o
barroco. Durante o romantismo ele foi preterido em favor do oboé
tradicional, mas ressurgiu depois no início do século XX.
Nome: _______________________________________________________ Data: _______________
Ravel também emprega dois oboés tradicionais e um corne inglês no Bolero, mas eles
não aparecem sozinhos, apenas em grupo (veja depois na seção 10-A). Um século antes,
Berlioz havia escrito um diálogo entre o oboé e o corne inglês no movimento lento de
sua Sinfonia Fantástica, e ali fica bem fácil distinguir o timbre de ambos (o oboé é o mais
agudo):
é por isso que o trompete natural, que não possui pistões nem válvulas, tem uma
quantidade tão limitada de notas. Já no trompete moderno, conforme os pistões são
pressionados, o instrumento passa a emitir sons de outras séries harmônicas. A
combinação de três pistões gera 7 séries harmônicas diferentes, o que dá 2 oitavas e
meia de notas cromáticas.
parece com um piano, e o flautim foi oportunamente citado na seção 1-A quando
falamos das flautas. Porém, apenas citar os instrumentos desta seção não revela o
segredo magistral de Ravel…
Quando um instrumento qualquer produz um som, a nota gerada nunca tem uma
frequência pura: fisicamente ela sempre vem acompanhada de outras notas com um
volume sonoro muito baixo, conhecidas por “frequências harmônicas” ou simplesmente
“harmônicos”. É a diferença de intensidade de cada um destes harmônicos que cria o
timbre, e faz com que o clarinete, por exemplo, soe tão diferente do oboé mesmo
quando emitindo a mesma nota. O segredo de Ravel, nesta seção, foi colocar
instrumentos agudos justamente em cima dos harmônicos da trompa, alterando assim
o seu timbre.
Então, desmontando o segredo: a trompa toca a melodia solo em Dó Maior; a celesta
toca as mesmas notas uma oitava acima (o 1º harmônico) e 2 oitavas acima (o 3º
harmônico); um flautim toca as notas uma oitava e meia acima (o 2º harmônico, com a
melodia transposta para Sol Maior), e um segundo flautim toca duas oitavas e uma terça
acima (o 4º harmônico, com a melodia em Mi Maior). Vamos ouvir:
Trompa – Celesta 1 – Flautim 1 – Celesta 2 – Flautim 2 – Montagem
Porém, tudo isso só funciona se os instrumentos agudos tocarem suavemente, seguindo
as instruções da partitura e sem se destacarem acima do som da trompa, do contrário a
mágica não funcionará.
Na transição para a próxima seção, as cordas em pizzicato (isto é, tocadas com o dedo e
não com o arco) sugerem o som de uma guitarra, notem:
11. Trombone
O trombone é outro instrumento do grupo dos metais, de funcionamento similar ao
trompete descrito na seção 6-A. Porém, enquanto
o trompete possui pistões para fazer o ar passar por
caminhos mais longos, o trombone possui uma vara
deslizante com a mesma função.
Bem no final os trombones deslizam várias vezes a sua vara de uma nota para outra,
um efeito chamado de glissando. Poucos instrumentos de sopro conseguem executar
glissandos com tanta facilidade quanto o trombone.
necessário. Pelo mesmo motivo temos na orquestra duas flautas, dois clarinetes, dois
fagotes, etc.
E aqui a resposta à mesma pergunta na prática: compare o áudio da seção anterior (13-
A), onde os primeiros violinos tocavam a melodia, com o desta seção, onde os primeiros
e segundos violinos dividem-se tocando melodia e harmonias.
Da mesma forma que antes, os violinos aqui também não tocam sozinhos: a melodia é
compartilhada com 2 flautas, flautim, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes e saxofone
tenor.
Agora que já tens conhecimentos sobre a obra, vamos escutar novamente e diz qual a
ordem da obra.
1- ________________________________________________________________
2- ________________________________________________________________
3- ________________________________________________________________
4- ________________________________________________________________
5- ________________________________________________________________
6- ________________________________________________________________
7- ________________________________________________________________
8- ________________________________________________________________
9- ________________________________________________________________
10- ________________________________________________________________
11- ________________________________________________________________
12- ________________________________________________________________
13- ________________________________________________________________
14- ________________________________________________________________
15- ________________________________________________________________
16- ________________________________________________________________
17- ________________________________________________________________
18- ________________________________________________________________