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Astronomia e Astrofísica

Professora: Júlia Bristot Matos


Componente curricular: Física
Aulas destinadas a série/ano: 3º Ano do Ensino Médio
Bibliografia básica:

Astronomia e Astrofísica -
Kepler de Souza Oliveira Filho
e Maria de Fátima Oliveira
Saraiva.
PDF disponível em astro.if.ufrgs.br
Ementa da disciplina:

● 1º trimestre: Astronomia antiga - esfera celeste, sistema solar,


leis da gravitação e do movimento dos planetas, medidas de
distâncias e fotometria.

● 2º trimestre: Astrofísica - estudo da luz, espectroscopia e


estrelas.

● 3º trimestre: exoplanetas, galáxias, noções de cosmologia e …


Avaliações do 1º trimestre:

● 3 pontos: projeto integrado “maratona do conhecimento”

● 3 pontos: Prova 1 sobre esfera celeste e leis do movimento;

● 3 pontos: Prova 2 sobre sistema solar e fotometria;

● 1 ponto: Trabalho medição de distâncias por paralaxe.


Astronomia Antiga
Stonehenge(~3000a.C)
alinhamento do nascer
do sol no solstício de
verão no hemisfério
norte
Astronomia Antiga
El Caracol (~850 d.C)
Chinchén Itza - México
alinhamento do pôr do
sol no equinócio e
variação da posição de
Vênus.
Astronomia Antiga:

● Eudóxio: (408-344 a.C): foi o primeiro a propor que a


duração do ano era de 365 dias e 6 horas;

● Eratóstenes (276-194 a.C): primeiro a medir o diâmetro da


Terra (poço em Siena). Estima-se um erro na medida em 1%
do valor atual de 40000 km.
Astronomia Antiga:

● Hiparco (190-120 a.C): catalogou mais de 850 estrelas


classificando-as por magnitude, uso de paralaxe para medir
a distância da Terra-Lua (com erro de 0,016%);

● Ptolomeu (85-165 d.C): Compilou o Almagesto e fez uma


representação geométrica do Sistema Solar com seus
epiciclos.
Evidências da
esfericidade da Terra:

Distância TB = 5000 “stadia”


Θ = 1/50 = 7,2º
circunferência da Terra: 250000
“stadia”
1 stadia = 160 m
Esfera celeste:

Esfera imaginária centrada na Terra,


girando em torno do prolongamento
do eixo da Terra.

Os astros se movem no céu,


nascendo a leste e se pondo a oeste.
Esfera celeste: definições importantes

Horizonte: plano tangente à Terra, perpendicular à vertical de onde


se encontra o observador.

Zênite: Ponto no qual a vertical do lugar intercepta a esfera celeste.

Nadir: Ponto no sentido oposto ao zênite.

Meridiano: Semicírculos que contém os dois pólos celestes. O


meridiano local passa também pelo zênite.
Sistema de Coordenadas Geográficas
Longitude (λ): é o arco do equador, com origem no meridiano de Greenwich e
extremidade no meridiano do lugar. Atribui-se sinal positivo à leste e sinal
negativo à oeste. Também pode-se representar pela diferença de fuso horário.

-180º(Oeste) ≤ λ ≤ +180º(Leste) ou -12h(Oeste) ≤ λ ≤ +12h(Leste)

Latitude(Φ): é o arco do meridiano do lugar, com origem no equador e


extremidade no local. O sinal negativo significa latitudes no hemisfério Sul.

-90º ≤ Φ ≤ 90º.
Sistema de Coordenadas Geográficas
Exemplo 1:
(Seletiva online - 2019) Uma pessoa está numa localidade cujo meio dia solar
verdadeiro ocorreu 5 h 40 min depois do meio dia solar verdadeiro em
Greenwich. A longitude desta localidade é:

a) 81º Oeste de Greenwich


b) 81º Leste de Greenwich
c) 85º Oeste de Greenwich
d) 85º Leste de Greenwich
Sistema Horizontal de coordenadas celestes
Utiliza como plano fundamental o horizonte celeste (sistema local). Depende do
local e do instante da observação e não são características do astro.

Azimute (A): Arco medido sobre o horizonte, no sentido horário (NLSO), com
origem no ponto cardeal Norte e fim no círculo vertical do astro.

0º ≤ A ≤ 360º

Altura (h): Arco medido sobre o círculo vertical do astro com origem no
horizonte. Varia entre -90º ≤ h ≤ 90º.
Sistema Horizontal de coordenadas celestes
Semelhante à medida de longitude e
latitude, mas parte do ponto cardeal
Norte e mede as posições em relação
à esfera celeste e não à Terra.

A posição de um astro, nesse sistema,


varia com o tempo.
Sistema Equatorial Celeste
Utiliza como planos fundamentais o plano do equador terrestre e o plano que
passa pelo ponto γ (gama) ou ponto vernal (a ser definido mais adiante).

Ascensão reta (α): ângulo medido sobre o equador, com origem no meridiano do
ponto gama e fim no meridiano do astro.

0º ≤ α ≤ 360º ou 0 h ≤ α ≤ 24 h

Declinação (δ): arco medido sobre o meridiano do astro, com origem no equador
e extremidade no astro. Varia entre -90º ≤ δ ≤ +90º
Exemplo 2:
(Seletiva Online 2017) Consultando o Anuário do Observatório Nacional
(Efemérides Astronômicas) ficamos sabendo que o Sol nasceu no dia
20/03/2016 às 06h 10 min na cidade de São Paulo (23,5º S ; 46,6º W). Neste
mesmo dia, o Sol nasceu aproximadamente a que horas na cidade de Bertioga
(23,9º S ; 46,1º W)?

a) 06 h 08 min c) 06 h 10 min

b) 06 h 09 min d) 06 h 11 min
Movimento diário dos astros:

Movimento aparente dos astros de Leste para Oeste é reflexo do


movimento da Terra de Oeste para Leste.

Os astros descrevem arcos no céu, paralelos ao equador, com


orientação que depende da latitude do lugar da observação.
Movimento diário dos astros:
Movimento diário dos astros:
Nos pólos (Φ = ± 90º): estrelas descrevem círculos paralelos ao
equador, não nascem e nem se põem. No pólo norte utilizamos a
estrela Polar da constelação da Ursa Menor para guiar o PCN.

No equador (Φ = 0º): Estrelas nascem e se põem em um intervalo de


12 horas e descrevem círculos perpendiculares ao horizonte. Todas
as estrelas podem ser vistas ao longo do ano.
Movimento diário dos astros:
No hemisfério Sul (-90º < Φ < 0º): Pólo Sul elevado e arco do
movimento das estrelas “tombado” para o norte. Estrelas giram no
sentido horário ao redor do pólo sul celeste. Algumas estrelas nunca
se põem (circumpolares).

No hemisfério Norte (0º < Φ < 90º): Pólo Norte elevado e arco
descrito pelas estrelas “deitado” ao sul. Estrelas giram no sentido anti
horário no céu.
Condições de visibilidade de um astro:
Circumpolar: sempre acima do horizonte. Para
o equador, nenhuma estrela é circumpolar e
nos pólos todos os astros são circumpolares.

lδl ≥ 90º - lΦl

Se δ e Φ têm sinais contrários a estrela é


circumpolar num local de latitude - Φ
Condições de visibilidade de um astro:
Para o astro nascer e se pôr em certa latitude,
sua declinação deve estar compreendida entre
o intervalo de:

- (90º - lΦl) < lδl < (90º - lΦl)


Exemplo 3:
Verifica-se que, em certo lugar do hemisfério Sul, os círculos diurnos das
estrelas (paralelos) fazem ângulo de 50º com o horizonte.

a) Qual é a latitude do lugar?


b) Qual o pólo (norte ou sul) elevado? E qual a sua altura h?
Exemplo 4:
Entre as estrelas na tabela, determine:

a) As que pertencem ao hemisfério


sul celeste.

b) As que nunca podem ser vistas em


Oslo (latitude = 59º N )

c) As que são circumpolares em Porto


Alegre (latitude = 30º S)
Movimento
A declinação do círculo diurno do
Diurno do Sol: Sol varia de dia para dia,
afastando-se ou aproximando-se
do equador celeste. A declinação
varia de - 23,5º a + 23,5º, devido à
inclinação do plano da eclíptica
(trajetória do Sol) com o plano do
equador
Movimento Eclíptica é o círculo que descreve o
Anual do Sol: movimento aparente do Sol no
período de um ano. É a obliquidade
do plano que contém a eclíptica
que causa as estações do ano e os
eclipses.

Ponto vernal = quando o Sol cruza


o plano do equador no equinócio de
março.
Equinócio de março:
● Sol cruza o equador celeste, indo do hemisfério sul para o
hemisfério norte celeste;
● No hemisfério sul (HS) é o equinócio de outono; (HN = primavera)
● Dia claro e noite com a mesma duração (12 horas);
● ⍺ = 0º e δ = 0º (definição do ponto vernal).

No equinócio de setembro: ⍺ = 180º e δ = 0º


Solstício de junho:
● Sol com máxima declinação norte e incidindo diretamente sobre o
trópico de Câncer;
● No hemisfério sul (HS) é o solstício de inverno; (HN = verão)
● Dia claro mais curto;
● ⍺ = 90º e δ = + 23,5º N.
● Pólo sul: 24 horas sem Sol; Pólo norte: 24 horas com o Sol acima do
horizonte.
Solstício de dezembro:
● Sol com máxima declinação sul e incidindo diretamente sobre o
trópico de Capricórnio;
● No hemisfério sul (HS) é o solstício de verão; (HN = inverno)
● Dia claro mais comprido;
● ⍺ = 270º e δ = - 23,5º (S).
● Pólo Norte: 24 horas sem Sol; Pólo Sul: 24 horas com o Sol acima do
horizonte.
Insolação:

● Incidência de energia solar por unidade de tempo em uma


determinada superfície na Terra;

● Energia solar média: Ez = 208 W/m²

● Logo, a insolação é definida como


Insolação raios não
● Maior inclinação, maior
perpendiculares:
área iluminada, menor a
insolação;

● θ medida da altura do Sol


em relação ao horizonte.
Exemplo 5:

Compare a insolação na cidade de Porto Alegre (latitude 30º) no dia


do solstício de verão e no de inverno, desconsiderando a variação da
distância Terra-Sol.
Movimentos
da Lua
Distância média entre
Terra-Lua 384000 km;

Plano orbital inclinado


em 5,15º em relação ao
plano da eclíptica.
Movimentos da Lua:
● Mês sinódico (entre duas lunações iguais): 29 dias 12 h;

● Mês sideral (tempo de uma rotação completa): 27 dias 7 h

● Período de rotação sincronizado com o período de translação (face


trancada);

● Afastando-se da Terra em 4 cm/ano;

● Cada dia cruza o meridiano local 50 min mais tarde;


Fases da Lua:

🌑Lua Nova: nasce próximo ao 🌕 Lua Cheia: nasce quando o


Sol; Com o passar dos dias nasce Sol se põe; (180º em relação à
mais “tarde” (Lado oeste vai posição do Sol);
ficando iluminado); 🌗 Quarto Minguante: nasce à
🌓 Quarto Crescente: metade meia noite; lado leste iluminado;
oeste iluminada; nasce ao meio
dia e se põe à meia noite;
Causas e temporadas de eclipses:
● Plano da órbita da lua inclinado em 5,2º em relação ao plano da
órbita da Terra;

● Temporada de eclipses a cada 173 dias;

● Distância angular entre a lua e o nodo menor que 4,6º;

● Distância angular entre o sol e o nodo menor do que 10,3º;


Eclipse Solar:
Eclipse Solar:
● Projeção da sombra da Lua na Terra; Visível em apenas algumas
regiões da Terra; Eclipse total ao longo da faixa do “caminho do
eclipse”, e parcial em uma região de 3000 km de cada lado da faixa.

● Se a lua estiver no seu apogeu (mais distante) o eclipse é anular;

● Duração máxima de 7,5 minutos;


Eclipse Lunar:
Eclipse Lunar:
● Lua entra na sombra da Terra. Quando a Lua está imersa na umbra
temos um eclipse total. Parte na umbra e parte na penumbra é um
eclipse parcial e somente na penumbra o eclipse é penumbral;

● Duração máxima de 3,8 horas;

● Visível de todos os lugares da Terra em que a lua estiver visível;


Eclipses: cálculo do tamanho da sombra
Exemplo 6:
Calcular o comprimento médio da sombra da Terra, considerando que:

distância Terra-Sol: 149 600 000 km

raio da Terra: 6370 km

raio do Sol: 696 000 km

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