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SETOR DE SILVICULTURA
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d e E co l o
Areia - PB
Março de 2009
Klerton Rodrigues Forte Xavier
Areia - PB
Março de 2009
ii
Klerton Rodrigues Forte Xavier
Areia - PB
Março de 2009
iii
Análise Florística e Fitossociológica em dois Fragmentos de Floresta
Serrana no Município de Dona Inês, Paraíba
iv
A meus Pais: Hilton Xavier da
Silva e Maria Naildes de Sousa
Forte Xavier.
DEDICO.
v
“Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e
vencer com ousadia, pois o triunfo pertence a quem se atreve... A vida é muita para ser
insignificante.”
Charlie Chaplin
vi
AGRADECIMENTOS
vii
SUMÁRIO
Pág.
Lista de Tabelas................................................................................................. x
Lista de Figuras................................................................................................. xi
RESUMO............................................................................................................ xiii
ABSTRACT....................................................................................................... xv
1. INTRODUÇÃO................................................................................................. 1
2. OBJETIVOS...................................................................................................... 3
2.1. Objetivo Geral............................................................................................ 3
2.2. Objetivos Específicos.................................................................................. 3
3. REVISÃO DE LITERATURA......................................................................... 4
3.1. Floresta Atlântica....................................................................................... 4
3.2. O Processo de Desmatamento.................................................................... 5
3.3. Os Brejos de Altitudes................................................................................ 6
3.4. Exploração.................................................................................................. 7
3.5. Conservação................................................................................................ 8
3.6. Florística e Fitossociologia......................................................................... 8
3.7. Método dos Quadrantes............................................................................. 9
4. MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................. 11
4.1. Descrição Geral da Área............................................................................ 11
4.1.1. Área I: Mata do Seró............................................................................ 12
4.1.2. Área II: Mata do Caboclo.................................................................... 13
4.2. Solos e Clima............................................................................................... 14
4.3. Procedimentos Metodológicos................................................................... 15
4.3.1. Florística e Fitossociologia................................................................... 15
4.3.1.1. Densidades Absoluta (DA) e Relativa (DR).................................. 15
4.3.1.2. Freqüências Absoluta (FA) e Relativa (FR)................................. 16
4.3.1.3. Dominâncias Absoluta (DoA) e Relativa (DoR)........................... 16
4.3.1.4. Área basal (AB)............................................................................... 17
4.3.1.5. Valor de Cobertura (VC)............................................................... 17
viii
4.3.1.6. Valor de Importância (VI)............................................................. 18
4.3.2. Diversidade............................................................................................ 18
4.3.3. Biometria............................................................................................... 19
4.3.4. Padrão Agregação das Espécies.......................................................... 19
4.3.5. Análises de Similaridade...................................................................... 19
4.3.6. Softwares Utilizados.............................................................................. 21
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................... 22
5.1. Florística...................................................................................................... 22
5.2. Estrutura..................................................................................................... 29
5.3. Diversidade Florística................................................................................ 38
5.4. Biometria..................................................................................................... 39
5.4.1. Classes de Diâmetro e Altura das Áreas Estudadas.......................... 39
5.5. Padrão de Agregação................................................................................. 44
5.6. Similaridade................................................................................................ 47
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................ 50
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................ 51
ix
Listas de Tabelas
Pág.
Tabela 1 Listagem das localidades das 10 áreas usadas para a análise de
agrupamento. Sendo: Cod = Código; Alt = Altitude................................ 20
x
Lista de Figuras
Pág.
Figura 1 Mapa do estado da Paraíba com destaque para o município de Dona
Inês........................................................................................................... 11
Figura 3 Mata do Seró: (a) Interior da mata; (b) Vista externa do fragmento........ 13
xi
Figura 15 Proporção dos diferentes padrões de distribuição espacial nas Matas do
Seró e do Caboclo em Dona Inês, PB...................................................... 47
xii
XAVIER, Klerton Rodrigues Forte. Análise Florística e Fitossociológica em dois
Fragmentos de Floresta Serrana no Município de Dona Inês, Paraíba. Areia – PB:
CCA/UFPB, 2009. 76f. (Dissertação de Mestrado em Agronomia).
RESUMO
xiv
XAVIER, Klerton Forte Rodrigues. Floristic and Phytosociological Analysis of two
Mountain Forest Fragments in Dona Inês Municipality, Paraíba State - Brazil. Areia – PB,
CCA/UFPB, 2009. 76f. (Master Science Thesis).
ABSTRACT
The objective of the present work was to carry out a floristic and phytosociological analysis
in two forest fragments located in Dona Ines municipality, Paraíba state, in order to support
conservation of the indigenous flora. In the two selected areas (Area I: Mata do Seró; Area
II: Mata do Caboclo), was conducted a floristic and a phytosociological survey using points
by the quadrant method. In each fragment were sampled 130 points, randomly distributed.
All individuals with DBH ≥ 5 cm were sampled in that survey. The structure of the
vegetation was assessed through the usual parameters. It was calculated for each area, the
Shannon index of diversity (H') and equability by Pielou index (E). The analysis of the
diameter ant the hypsometric distribution was carried out by histograms, with intervals of 5
cm and 3 m, respectively. To verify the pattern of spatial distribution of species in the area
it was used MacGuinnes Index of Aggregation - IGA. To examine the similarity, it was
used Jaccard index (cluster method of arithmetic means) and Multivariate Analysis (PCA).
In Area I, were sampled 520 individuals distributed in 26 families, 45 genera and 60
species; in Area II, were surveyed 520 individuals belonging to 20 families, 40 genera and
52 species. The families with the greatest number of species in the two areas were Fabaceae
and Bignoniaceae. The most abundant taxa in Area I and II were Tabebuia serratifolia and
Myracroduon urundeuva, respectively. Individuals sampled in the Area I showed an
individual average distance of 2.60 m between them, what represent a density of 1480
ind.ha-1, while in Area II, the mean distance between individuals were 3.02 m,
corresponding to a density of 1408 ind.ha-1. The most abundant taxa were also the most
important structural assessment in the two communities. The diversity index and the
equability in Area I were 3.53 and 0.86, respectively and in Area II the values of these
parameters were 3.54 and 0.88, respectively. Using distribution of frequency of the
diameter classes in Areas I and II, it was confirmed the normal tendency in secondary
forests, following the model of inverted "J". The frequency distribution of hypsometric
xv
classes showed that the majority of individuals are small trees. The spatial structure, in
general, showed a large participation of plant species with a tendency to aggregation in
both areas. Through the analysis of similarity and principal coordinate was observed the
formation of three groups rather close. The results showed that the studied areas have both
physiognomic differences in structure, high floristic richness and high resilience. The
fragments are at intermediary succession seral stage, with a tendency to recovery, if no
significant impacts happen anymore.
xvi
1. INTRODUÇÃO
1
Diretamente relacionados com a diminuição desses remanescentes, está a perda da
fertilidade do solo, a erosão, o comprometimento dos recursos hídricos, dentre outros
problemas, decorrentes da destruição da cobertura florestal, culminando no declínio
perceptível da economia das comunidades que vivem dos recursos oriundos desses
fragmentos. Não se detém o conhecimento florístico, e nem mesmo fisionômico e estrutural
desses remanescentes, mesmo estas sendo informações imprescindíveis para fomentar
práticas eficientes de conservação e manejo.
Mesmo com toda a descaracterização sofrida, os brejos de altitude, no estado da
Paraíba, ainda constituem importantes depositários da biodiversidade autóctone e do
patrimônio natural da floresta atlântica. Deve-se ressaltar que, pela posição geográfica em
que se encontram, os brejos de altitude assumem valor estratégico para a conservação, haja
vista que detém particularidades muito próprias (ANDRADE et al., 2006).
Por estas razões, faz-se necessário estudar a composição florística e principalmente
a estrutura fitossociológica dos remanescentes de brejo, não apenas com o objetivo de
conhecer melhor estas ilhas de diversidade autóctone, mas, principalmente, para subsidiar
ações conservacionistas e orientar práticas de manejo, associando a preservação do meio
ambiente ao desenvolvimento sustentável.
Neste contexto, este trabalho objetivou realizar um estudo florístico e
fitossociológico em dois remanescentes florestais localizados no município de Dona Inês, e
com isto gerar conhecimentos essenciais para subsidiar ações de conservação da flora
autóctone.
2
2. OBJETIVOS
3
3. REVISÃO DE LITERATURA
4
8.000 espécies de plantas, 181 espécies de aves, 73 espécies de mamíferos, 60 espécies de
répteis e 253 espécies de anfíbios (MYERS et al., 2000).
Segundo Silva Junior et al. (2008), a devastação na mata atlântica iniciou-se com o
processo de ocupação territorial no Brasil, mais precisamente com o ciclo extrativista do
pau-brasil, passando por vários ciclos exploratórios dos recursos naturais, acelerando cada
vez mais a ação predatória, sem qualquer preocupação quanto à proteção ambiental.
Na Região Nordeste, a situação é preocupante, onde apenas fragmentos de mata
atlântica podem ser encontrados, sendo a maior parte com menos de 1.000 ha, podendo
acarretar no seu desaparecimento em curto prazo (SILVA & ANDRADE, 2005). A
principal causa desse desmatamento se deve à exploração da madeira, a expansão
populacional desenfreada e, principalmente, à implantação e crescimento da agricultura
canavieira, desde a época colonial (MELO, 1978; COSTA, 1982; ANDRADE, 1988).
Entre os estados da região Nordeste, a Paraíba é um dos mais desmatados e menos
protegido, haja vista que seus fragmentos apresentam diferentes tamanhos, formas, graus de
isolamento e históricos de perturbação, comprometendo, dessa forma, a composição, a
estrutura e a dinâmica da floresta, e conseqüentemente, causando a perda da biodiversidade
local. Segundo SNE (2002), o estado da Paraíba possuía originalmente 12% de seu
território coberto por formações florestais deste bioma, tendo sua área drasticamente
reduzida, restando somente 1,2% desta vegetação.
Relativamente, poucas pesquisas têm sido desenvolvidas na região Nordeste
visando à conservação e recuperação da floresta atlântica, inclusive em relação ao
conhecimento e utilização que as populações situadas nos entornos desses fragmentos
fazem dos recursos ainda encontrados nos remanescentes florestais (VICTOR &
ANDRADE, 1991; VOEKS, 1996; CARNEIRO & VALERIANO, 2003).
5
3.3. Os Brejos de Altitudes
Os Brejos de Altitude do Nordeste são áreas mais úmidas que o semi-árido que os
rodeia por causa do efeito orográfico que propicia maiores precipitações e a redução da
temperatura. As matas serranas ali existentes são consideradas disjunções da floresta
atlântica, ilhadas pela vegetação de caatinga, condição que torna os remanescentes áreas de
elevada biodiversidade (BARBOSA et al., 2004). Segundo Veloso et al. (1991), esta
tipologia pode ser considerada como refúgio ou relíquia vegetacional, por apresentar
peculiaridades florísticas, fisionômicas e ecológicas, dissonantes do contexto em que está
inserido.
De acordo com Vasconcelos Sobrinho (1971), os brejos da floresta atlântica
nordestina cobriam uma área de pelo menos 18.589 km², distribuídos nos estados do Ceará,
Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, ou seja, aproximadamente 25% da área de
distribuição original da floresta atlântica nordestina. Atualmente, restam apenas 2.626,68
km² da vegetação original dos brejos representadas por florestas semideciduais, ombrófilas
abertas e mosaicos com vegetação de cerrado e de caatinga (TABARELLI & SANTOS,
2004).
Os brejos de altitude, localizados, principalmente, na região Agreste de Pernambuco
e Paraíba, são formações com microclima diferenciado, onde, por efeito orográfico, a
pluviosidade é bastante superior à do entorno, caracterizando o chamado “agreste
subúmido” (CABRAL et. al, 2004). O clima da região segundo a classificação de Köppen é
do tipo As’ (MCKNIGHT & HESS, 2000), ou seja, tropical quente-úmido, com
precipitação média anual superior a 1.400 mm.
Por apresentar condições climáticas favoráveis à agricultura, os brejos de altitude,
historicamente, vêm sofrendo com o antropismo que se manifesta de diferentes formas.
Segundo Lins (1989), essas condições dos brejos de altitudes favoreceram a expansão da
agropecuária, e principalmente a monocultura da cana de açúcar, que associada às práticas
inadequadas de manejo, restringiram a vegetação a pequenas manchas, quase sempre com
dimensões e características inadequadas para a manutenção da diversidade local (LINS &
MEDEIROS, 1994). Tal fato exerce forte pressão predatória sobre a floresta e a água
6
(VASCONCELOS SOBRINHO, 1971), promovendo risco iminente de desaparecimento
dos fragmentos, que se encontram circundados por áreas habitadas.
Perda de habitat, fragmentação, caça, coleta seletiva de plantas e animais e,
conseqüentemente, extinção de espécies (perda de diversidade biológica). Este é o cenário
atual nos brejos de altitude no Nordeste do Brasil, os quais poderão desaparecer
completamente nas próximas décadas, se uma política de conservação não for
implementada (TABARELLI & SANTOS, 2004). Apesar de toda degradação observada ao
longo dos anos, estes remanescentes ainda constituem importantes depositários da
biodiversidade autóctone da floresta atlântica (ANDRADE et al., 2006), devido à alta
riqueza de espécies e formas de vida que detém (MMA, 2004).
7
como o extrativismo vegetal e animal, o turismo e a manutenção da produção agrícola
(WILSON, 1997).
3.5. Conservação
8
ciência, busca conhecer as comunidades vegetais do ponto de vista florístico e estrutural
(BROWN-BLANQUET, 1950). É considerada uma valiosa ferramenta na determinação das
espécies mais importantes dentro de uma determinada comunidade, sendo possível
estabelecer graus de hierarquização entre as espécies estudadas (KENT & COKER, 1999).
Os estudos de florística e fitossociologia contribuem significativamente para o
conhecimento das formações florestais, já que evidenciam a riqueza e a heterogeneidade
dos ambientes amostrados.
Segundo Sampaio et al. (1996) os estudos fitossociológicos contribuem para o
conhecimento da estrutura das comunidades e de algumas populações, bem como o
conhecimento da flora regional, subsidiando desta forma, o manejo, a recuperação e/ou
conservação dos ecossistemas (NASCIMENTO, 2002).
Apesar do significativo número de trabalhos em fitossociologia já realizados no
Nordeste, ainda falta muito para se conhecer a vegetação dessa região, havendo necessidade
de continuar os levantamentos de espécies, determinando seus padrões de distribuição
geográfica, abundância e suas relações com os fatores ambientais.
9
Quando o interesse é voltado para o conhecimento da riqueza e diversidade, os
métodos fitossociológicos empregados, principalmente o de parcelas, não permitem obter
uma amostragem satisfatória da comunidade florestal, já que são limitados a uma
determinada área. O método dos quadrantes, por sua vez, possibilita uma maior
abrangência, podendo caracterizar melhor a diversidade arbórea (COTTAM & CURTIS,
1956; AGUIAR, 2003).
10
4. MATERIAL E MÉTODOS
Figura 1 - Mapa do estado da Paraíba com destaque para o município de Dona Inês.
11
4.1.1. Área I: Mata do Seró
2,9Km
O fragmento possui uma área de 150 ha, com solo apresentando elevado grau de
intemperismo e com relevo ondulado a fortemente ondulado. Segundo as informações
fornecidas pela população local, a vegetação sofreu corte raso em cerca de 35% de sua área
na década de 80 e o seu restante, atualmente, apresenta-se, segundo informações locais,
relativamente bem conservado, principalmente nas partes mais elevadas, nas escarpas
íngremes e nas áreas de difícil acesso (Figura 3). Apesar do grau de conservação, o
fragmento apresenta fortes indícios de corte seletivo de madeira para utilização como lenha.
12
(a) (b)
Figura 3 – Mata do Seró: (a) Interior da mata; (b) Vista externa do fragmento.
13
(a) (b)
14
4.3. Procedimentos Metodológicos
ni
DAi =
A
15
DAi
DRi = x100
å DA
i =1
onde:
DAi = densidade absoluta;
ni = número total de indivíduos amostrados de cada espécie;
A = área amostrada, em hectare;
DRi = densidade relativa (%);
å DA = soma de todas as densidades absolutas.
NU I
FAi = x100
NUT
FA
FRi = x100
å FA
onde:
FAi = freqüência absoluta;
NUi = número de unidades amostrais com presença da espécie;
NUT = número total de unidades amostrais;
FRi = freqüência relativa;
å FA = soma de todas as freqüências absolutas.
DoAi =
åg
ha
16
DoAi
DoRi = x100
å DoAi
onde:
AB = p x D2 / 4
ABT = S ABi
onde:
AB = área basal;
D = diâmetro de cada indivíduo;
p = constante trigonométrica pi = 3,1416;
ABT = área basal total.
VC = DR + DoR
onde:
VC i = valor de Cobertura;
DR i = densidade relativa;
17
4.3.1.6. Valor de Importância (VI)
VI = DR + DoR + FR
onde:
VI i = valor de importância;
DR i = densidade relativa;
FR i = freqüência relativa.
4.3.2. Diversidade
E = H’/log S
18
onde:
H’ = Índice de Diversidade de Shannon-Wiener;
S = número de espécies amostradas.
4.3.3. Biometria
19
O método dos agrupamentos seqüenciais aglomerativos utilizado nas análises de
similaridade foi o método pela associação média ou Arithmetic Average Clustering
(SNEATH & SOKAL, 1973). O UPGMA calcula a média aritmética da similaridade (ou da
distância) entre o objeto que se quer incluir em um grupo e cada objeto desse grupo
(VALENTIN, 2000). Para a análise, foi obtida uma matriz de presença e ausência das
espécies, sendo excluídas as espécies identificadas apenas por gênero, família ou, ainda,
aquelas que não apresentaram identificação.
Sj = a /(a + b + c )
onde:
Sj = Coeficiente de similaridade;
a = número de espécies comuns em ambas as amostras;
a = número de espécies únicas da amostra 1;
c = número de espécies únicas da amostra 2.
Tabela 1 - Listagem das localidades das 10 áreas usadas para a análise de agrupamento.
Sendo: Cod = Código; Alt = Altitude.
20
Tabela 1, Cont.
Cod Formação Florestal Localidade Localização Alt (m) Autor
D Savana Estépica Pocinhos-PB, 7º 3,16’ S; 600 Andrade et
Agreste 36º 3,10’W al. (2007)
Paraibano
E Floresta Ombrófila Mata do Pau- 6° 58’S; 600 Oliveira et
Aberta Ferro, Areia- 35° 42’ W al. (2006)
PB, Brejo
Paraibano
F Transição ecológica Mata do Olho 5° 53’S; 40 Cestaro &
entre Floresta d’Água, 35° 23’W Soares
Estacional Decidual de Macaíba, RN (2004)
Terras Baixas e Savana (Moda 1)
Estépica
G Transição ecológica Mata do Olho 5° 53’S; 40 Cestaro &
entre Floresta d’Água, 35° 23’W Soares
Estacional Decidual de Macaíba, RN (2004)
Terras Baixas e Savana (Moda 2)
Estépica
H Floresta Atlântica Estação 6° 55’S; 30 Oliveira et
Florestal 35° 12’W al. (2001)
Experimental,
Nísia Floresta,
RN
I Transição ecológica Reserva 8° 35’S; 963 Rodal &
entre Florestas Úmidas Biológica 38° 02’ W Nascimento
e Florestas Secas Serra Negra, (2006)
Floresta e
Inajá, PE
J Floresta Estacional Mata do Toró, 8º 03’S; 100 Andrade &
Semidecidual Estação 35º 09’W Rodal
Ecológica do (2004)
Tapacurá, São
Lourenço da
Mata, PE
©
As análises estruturais foram realizadas utilizando-se o Software Mata Nativa 2
(CIENTEC, 2002), a similaridade através do Software MVSP 3.1© (MVSP/PLUS, 1998), a
estatística descritiva através do BioEstat 5.0© (AYRES et al., 2007) e os mapas foram
obtidos através dos programas gvSIG 1.1(IVER, 2008) e Google Earth© (NASA, 2007).
21
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. Florística
Na Área I, foram amostrados 524 indivíduos, dos quais 520 vivos distribuídos em
26 famílias, 45 gêneros e 60 espécies, e quatro mortos ainda em pé, já na Área II, foram
inventariados 520 indivíduos pertencentes a 20 famílias, 40 gêneros e 52 espécies (Tabela
2), sendo que 33 espécies foram comuns as duas áreas.
Tabela 2 - Relação de famílias e espécies arbóreas presentes nas Matas do Seró (Área I) e
do Caboclo (Área II), Dona Inês, PB, com respectivos nomes vulgares. Sendo:
A = Área.
23
Tabela 2, Cont.
Família/Espécie Nome Vulgar A
Moraceae
Maclura tinctoria (L.) D. Don ex Steud. Tatajuba I
Myrtaceae
Eugenia sp. Jucá Verdadeiro I
Camponanesia cf. sp. Guabiraba I/II
Indeterminada 2 Canela de Veado I/II
Indeterminada 3 Cumati I
Indeterminada 4 Maria Preta II
Nyctaginaceae
Pisonia cuneifolia Schltdl. João Mole I/II
Olacaceae
Schoepfia sp. Carniceiro I
Schoepfia brasiliensis A. DC. Azeitona I
Polygonaceae
Cocoloba latifolia Lam. Cravaçú I
Rhamnaceae
Ziziphus joazeiro Mart. Joazeiro II
Rubiaceae
Alseis floribunda Schott Goiabinha/Cuité I/II
Alseis cf. pickelii Pilger & Schmale Café Bravo I/II
Coutarea hexandra (Jacq.) K. Schum. Quina-Quina I/II
Rutaceae
Zanthoxylum rhoifolium Lam. Limãozinho I/II
Salicaceae
Casearia parrifolia Willd. Pinho do Mato I
Sapindaceae
Talisia esculenta (A. St.-Hil.) Radlk. Pitomba I/II
Sapotaceae
Chrysophyllum gardneri Mart. & Miq. Massaranduba Branca I
Chrysophyllum rufum Mart. Fogo Azul I
Manilkara salzmannii (A. DC.) H.J. Lam Massaranduba I
Verbenaceae
Vitex rufescens A. Juss. Mama de Cachorro I/II
Indeterminadas
Indeterminada 3 Mium I
Indeterminada 4 Sete Cascas II
Indeterminada 5 Dente de Formiga II
Indeterminada 6 Sombra de Onça I/II
Indeterminada 7 I
Indeterminada 8 I
24
Apocynaceae, Eufhorbiaceae, Rubiaceae e Sapotaceae, com três (3); Capparaceae,
Clusiaceae, Combretaceae, Erythroxylaceae e Olacaceae, com duas (2) cada uma; as
demais famílias obtiveram um representante, contabilizando quatorze (14) espécies no total
(Figura 5). Essas famílias aparecem, com destaque, dentre as mais representativas, em
estudos realizados em florestas de brejos de altitude (RODAL et al., 1998; MELO &
RODAL, 2003; OLIVEIRA et al., 2006), em matas ciliares (ANDRADE et al., 2006;
TEIXEIRA & RODRIGUES, 2006), em florestas estacionais deciduais (CESTARO &
SOARES, 2004) e em áreas de transição ecológica (FARIAS & CASTRO, 2004).
Figura 5 - Números de espécies por família inventariados na Mata do Seró, Dona Inês, PB.
25
Figura 6 - Números de espécies por família inventariados na Mata do Caboclo, Dona Inês,
PB.
26
Figura 7 - Número de indivíduos por espécie amostrados na Mata do Seró, Dona Inês, PB.
27
Entre as espécies mais abundantes nas duas áreas, apenas as espécies Tabebuia
impetiginosa, Tabebuia serratifolia e Pisonia cuneifolia foram comuns aos dois
fragmentos. Verificou-se ainda que, as dez espécies mais abundantes, representaram
55,19% e 50% das amostras, nas áreas I e II, respectivamente. Essa hetoregeneidade na
distribuição das espécies é um forte indício de perturbações passadas sofrida pela
vegetação. Segundo Whitmore (1990) os fatores que contribuem para o aumento da
densidade de poucas espécies em florestas tropicais, estão diretamente relacionados aos
distúrbios no ambiente.
Figura 8 - Número de indivíduos por espécie amostrados na Mata do Caboclo, Dona Inês,
PB.
28
5.2. Estrutura
29
Figura 9 - Dez espécies de maior valor de importância na Mata do Seró, Dona Inês, PB,
com seus respectivos parâmetros fitossociológicos.
30
Tabela 3 - Parâmetros estruturais da vegetação da Mata do Seró, município de Dona Inês, PB (Tab. 2). Sendo: N = Número de
Indivíduos; U = Unidades Amostrais; AB = Área Basal; DA = Densidade Absoluta; DR = Densidade Relativa; FA =
Freqüência Absoluta; FR = Freqüência Relativa; DoA = Dominância Absoluta; DoR = Dominância Relativa; VC = Valor
de Cobertura; VC(%) = Valor de Cobertura Relativo; VI = Valor de Importância; VI(%) = Valor de Importância Relativo.
31
Tabela 3, Cont.
Espécie N U AB DA DR FA FR DoA DoR VC VC(%) VI VI(%)
Indeterminada 1 6 5 0,1374 17,081 1,15 3,85 1,13 0,391 1,18 2,333 1,17 3,464 1,15
Coutarea hexandra 5 5 0,1549 14,234 0,96 3,85 1,13 0,441 1,33 2,290 1,15 3,421 1,14
Duguetia cf. rotundifolia 7 7 0,0356 19,928 1,35 5,38 1,58 0,101 0,31 1,652 0,83 3,235 1,08
C. ferrea var. parvifolia 5 4 0,1289 14,234 0,96 3,08 0,90 0,367 1,11 2,067 1,03 2,972 0,99
Combretum sp. 7 6 0,0268 19,928 1,35 4,62 1,36 0,076 0,23 1,576 0,79 2,933 0,98
Clusia cf. nemorosa 4 3 0,1603 11,388 0,77 2,31 0,68 0,456 1,37 2,144 1,07 2,823 0,94
Acacia piauhiensis 7 5 0,0376 19,928 1,35 3,85 1,13 0,107 0,32 1,669 0,83 2,800 0,93
Lecythis pisonis 4 4 0,0986 11,388 0,77 3,08 0,90 0,281 0,85 1,615 0,81 2,520 0,84
Capparis flexuosa 5 5 0,0270 14,234 0,96 3,85 1,13 0,077 0,23 1,193 0,60 2,325 0,77
Capparis jacobinae 5 5 0,0173 14,234 0,96 3,85 1,13 0,049 0,15 1,110 0,56 2,241 0,75
Pterogyne nitens 1 1 0,1963 2,847 0,19 0,77 0,23 0,559 1,68 1,876 0,94 2,103 0,70
A. colubrina 2 1 0,1514 5,694 0,38 0,77 0,23 0,431 1,30 1,684 0,84 1,910 0,64
Chloroleucon cf. foliolosum 4 4 0,0242 11,388 0,77 3,08 0,90 0,069 0,21 0,976 0,49 1,881 0,63
Indeterminada 5 4 4 0,0172 11,388 0,77 3,08 0,90 0,049 0,15 0,917 0,46 1,822 0,61
Talisia esculenta 2 2 0,0886 5,694 0,38 1,54 0,45 0,252 0,76 1,145 0,57 1,597 0,53
Senna macranthera 4 3 0,0074 11,388 0,77 2,31 0,68 0,021 0,06 0,833 0,42 1,512 0,50
Chrysophyllum gardneri 1 1 0,1219 2,847 0,19 0,77 0,23 0,347 1,05 1,238 0,62 1,464 0,49
Maclura tinctoria 3 3 0,0140 8,541 0,58 2,31 0,68 0,040 0,12 0,697 0,35 1,376 0,46
A. pyrifolium 2 2 0,0640 5,694 0,38 1,54 0,45 0,182 0,55 0,934 0,47 1,386 0,46
E. pauferrense 3 3 0,0068 8,541 0,58 2,31 0,68 0,019 0,06 0,636 0,32 1,314 0,44
Casearia parrifolia 3 3 0,0079 8,541 0,58 2,31 0,68 0,022 0,07 0,644 0,32 1,323 0,44
Indeterminada 3 2 2 0,0284 5,694 0,38 1,54 0,45 0,081 0,24 0,628 0,31 1,080 0,36
Albizia polycephala 1 1 0,0707 2,847 0,19 0,77 0,23 0,201 0,61 0,799 0,40 1,025 0,34
Chamaecrista apoucoita 2 2 0,0170 5,694 0,38 1,54 0,45 0,048 0,15 0,530 0,27 0,983 0,33
Vismia sp. 2 2 0,0057 5,694 0,38 1,54 0,45 0,016 0,05 0,433 0,22 0,886 0,30
Bowdichia virgilioides 1 1 0,0260 2,847 0,19 0,77 0,23 0,074 0,22 0,415 0,21 0,642 0,21
Indeterminada 6 1 1 0,0133 2,847 0,19 0,77 0,23 0,038 0,11 0,306 0,15 0,532 0,18
Tabebuia sp. 1 1 0,0133 2,847 0,19 0,77 0,23 0,038 0,11 0,306 0,15 0,532 0,18
Continua
32
Tabela 3, Cont.
Espécie N U AB DA DR FA FR DoA DoR VC VC(%) VI VI(%)
Chrysophyllum rufum 1 1 0,0095 2,847 0,19 0,77 0,23 0,027 0,08 0,274 0,14 0,500 0,17
Indeterminada 2 1 1 0,0060 2,847 0,19 0,77 0,23 0,017 0,05 0,244 0,12 0,470 0,16
Schoepfia brasiliensis 1 1 0,0064 2,847 0,19 0,77 0,23 0,018 0,05 0,247 0,12 0,473 0,16
Manihot glaziovii 1 1 0,0057 2,847 0,19 0,77 0,23 0,016 0,05 0,241 0,12 0,467 0,16
Cassia ferruginea 1 1 0,0050 2,847 0,19 0,77 0,23 0,014 0,04 0,235 0,12 0,462 0,15
Helicteres guazumifolia 1 1 0,0020 2,847 0,19 0,77 0,23 0,006 0,02 0,209 0,10 0,435 0,15
Zanthoxylum rhoifolium 1 1 0,0032 2,847 0,19 0,77 0,23 0,009 0,03 0,220 0,11 0,446 0,15
Piptadenia stipulacea 1 1 0,0021 2,847 0,19 0,77 0,23 0,006 0,02 0,211 0,11 0,437 0,15
Total 520 130 11,66 1480 100,00 340,00 100,00 33,19 100,00 200,000 100,00 300,000 100,00
33
Já na Área II, os 520 indivíduos amostrados apresentaram uma distância média indivíduo-
ponto de 3,02 m, correspondendo a uma densidade total de 1.408 ind.ha-1. A uma área basal
total foi de 28,7 m².ha-1, sendo este, superior aos valores encontrados por Rodal et al.
(1998), Cestaro & Sores (2004), Peixoto et al. (2005), porém inferior aos encontrados por
Lopes et al. (2002), Teixeira & Rodrigues (2006), Pereira et al. (2002), Farias & Castro
(2004), Andrade et al. (2005), Ferraz & Rodal (2006) e Costa Junior et al. (2008).
A baixa densidade a despeito dos altos valores de área basal deve-se,
principalmente, aos altos valores de diâmetro verificado nos indivíduos amostrados nas
áreas I e II. A existência de indivíduos com grandes diâmetros nos fragmentos estudados
deve-se a dificuldade de exploração, já que os fragmentos estão situados em áreas com
topografia muito acidentada.
As dez espécies mais importantes na avaliação estrutural da Área II, ou seja, que
apresentaram os valores de importância (VI) mais expressivos na área estudada, em ordem
decrescente, foram: Ceiba glaziovii, Myracroduon urundeuva, Piptadenia moniliformis,
Anadenanthera colubrina, Commiphora leptophloeos, Tabebuia impetiginosa, Tabebuia
serratifolia, Caesalpinia pyramidalis, Tabebuia sp. e Pisonia cuneifolia (Tabela 4).
Observa-se na Figura 10 que algumas espécies, apesar de apresentar uma baixa densidade,
se destacam em relação aos valores de dominância, em função dos elevados diâmetros que
estas atingiram, a exemplo de Ceiba glaziovii (DoA de 5,82 m².ha) e Anandenanthera
colubrina (DoA de 2,68 m².ha), que ocuparam a primeira e a segunda posições em termos
de dominância, respectivamente. A importância das demais espécies pode ser atribuída
principalmente à alta densidade de indivíduos.
34
Figura 10 - Dez espécies de maior valor de importância na Mata do Caboclo, Dona Inês,
PB, com seus respectivos parâmetros fitossociológicos.
35
Tabela 4 - Parâmetros estruturais da vegetação da Mata do Caboclo, município de Dona Inês, PB (Tab. 2). Sendo: N = Número de
Indivíduos; U = Unidades Amostrais; AB = Área Basal; DA = Densidade Absoluta; DR = Densidade Relativa; FA =
Freqüência Absoluta; FR = Freqüência Relativa; DoA = Dominância Absoluta; DoR = Dominância Relativa; VC = Valor
de Cobertura; VC(%) = Valor de Cobertura Relativo; VI = Valor de Importância; VI(%) = Valor de Importância Relativo.
36
Tabela 4, Cont.
Nome Vulgar N U AB DA DR FA FR DoA DoR VC VC (%) VI VI (%)
E. contortisiliquum 1 1 0.3019 2.708 0.19 0.77 0.23 0.818 2.94 3.137 1.57 3.367 1.12
Chamaecrista apoucoita 5 4 0.0872 13.541 0.96 3.08 0.92 0.236 0.85 1.812 0.91 2.734 0.91
Tabebuia roseoalba 5 5 0.0388 13.541 0.96 3.85 1.15 0.105 0.38 1.340 0.67 2.492 0.83
Indeterminada 5 4 4 0.0695 10.833 0.77 3.08 0.92 0.188 0.68 1.447 0.72 2.369 0.79
Acacia piauhiensis 5 5 0.0133 13.541 0.96 3.85 1.15 0.036 0.13 1.091 0.55 2.243 0.75
Byrsonima gardneriana 5 5 0.0102 13.541 0.96 3.85 1.15 0.027 0.10 1.061 0.53 2.213 0.74
Camponanesia cf. sp. 4 3 0.0772 10.833 0.77 2.31 0.69 0.209 0.75 1.522 0.76 2.213 0.74
Cereus jamacaru 4 4 0.0532 10.833 0.77 3.08 0.92 0.144 0.52 1.288 0.64 2.210 0.74
Tabernaemontana sp. 3 3 0.0936 8.125 0.58 2.31 0.69 0.254 0.91 1.490 0.74 2.181 0.73
Spondias tuberosa 2 2 0.1127 5.416 0.38 1.54 0.46 0.305 1.10 1.484 0.74 1.945 0.65
Jacaranda sp. 4 3 0.0462 10.833 0.77 2.31 0.69 0.125 0.45 1.220 0.61 1.911 0.64
Talisia esculenta 6 5 0.447 16.249 1.15 3.85 1.15 0.121 0.44 1.591 0.79 2.742 0.92
Syagrus cearensis 3 3 0.0456 8.125 0.58 2.31 0.69 0.123 0.44 1.021 0.51 1.713 0.57
Ziziphus joazeiro 5 5 0.1042 13.541 0.96 3.85 1.15 0.282 1.01 1.977 0.99 3.13 1.05
Pera cf. glabrata 4 3 0.0178 10.833 0.77 2.31 0.69 0.048 0.17 0.943 0.47 1.634 0.54
Aspidosperma pyrifolium 3 3 0.0192 8.125 0.58 2.31 0.69 0.052 0.19 0.764 0.38 1.456 0.49
Indeterminada 3 3 3 0.0063 8.125 0.58 2.31 0.69 0.017 0.06 0.638 0.32 1.330 0.44
Alseis cf. pickelii 2 2 0.0147 5.416 0.38 1.54 0.46 0.040 0.14 0.528 0.26 0.989 0.33
Vatairea macrocarpa 2 2 0.0070 5.416 0.38 1.54 0.46 0.019 0.07 0.453 0.23 0.913 0.30
Vitex rufescens 1 1 0.0128 2.708 0.19 0.77 0.23 0.035 0.12 0.317 0.16 0.547 0.18
Zanthoxylum rhoifolium 1 1 0.0072 2.708 0.19 0.77 0.23 0.020 0.07 0.263 0.13 0.493 0.16
Indeterminada 4 1 1 0.0026 2.708 0.19 0.77 0.23 0.007 0.02 0.217 0.11 0.448 0.15
Indeterminada 2 1 1 0.0028 2.708 0.19 0.77 0.23 0.008 0.03 0.220 0.11 0.450 0.15
Inga sp. 1 1 0.0020 2.708 0.19 0.77 0.23 0.005 0.02 0.211 0.11 0.442 0.15
Indeterminada 1 1 1 0.0025 2.708 0.19 0.77 0.23 0.007 0.02 0.216 0.11 0.447 0.15
Piptadenia stipulacea 1 1 0.0020 2.708 0.19 0.77 0.23 0.005 0.02 0.211 0.11 0.442 0.15
Pterogyne nitens 1 1 0.0038 2.708 0.19 0.77 0.23 0.010 0.04 0.230 0.11 0.460 0.15
Croton sonderianus 1 1 0.0010 2.708 0.19 0.77 0.23 0.003 0.01 0.202 0.10 0.433 0.14
Total 520 130 10.25 1408.27 100.00 333.85 100.00 27.768 100.00 200.000 100.00 300.000 100.00
37
5. 3. Diversidade Florística
38
Tabela 5, Cont.
Locais Autor (res) H’
Parque Estadual do Rio Doce-MG Lopes et al. (2002) 3,98
Mata do Pau ferro, Areia-PB Oliveira et al. (2006) 3,5
APA da Serra da Capoeira Grande-RJ Peixoto et al. (2005) 2,42
Floresta-PE e Inajá-PE Rodal & Nascimento (2006) 2,72
Buíque-PE Rodal et al. (1998) 2,73
RESEC de Gurjaú Silva Junior et al. (2008) 3,91
Cristais Paulista- SP Teixeira & Rodrigues (2006) 3,17
5.4. Biometria
39
Figura 11 - Distribuição do número de indivíduos por classe de diâmetro em intervalos
fixos de 5 cm, Mata do Seró, Dona Inês, PB.
40
Figura 12 - Distribuição do número de indivíduos por classe de diâmetro em intervalos
fixos de 5 cm, Mata do Caboclo, Dona Inês, PB.
41
freqüências de classes indica a atual situação e possíveis perturbações passadas
(FABRICANTE, 2007).
Deve-se ressaltar que, apesar de ter sido observado nas duas áreas, fortes indícios de
perturbações antrópicas, a exemplo da extração seletiva para retirada de madeira, os
resultados indicam que os fragmentos tendem a se recuperar, haja vista que encontram-se
em pleno desenvolvimento em direção a estágios mais avançados, uma vez que foi
verificado um alto número de indivíduos jovens (regenerantes) e que sucederão aqueles que
já se encontram em fase adulta, ocupando o dossel.
Em relação à distribuição vertical dos indivíduos dentro da Área I, foi observado
que 53,85% de seus indivíduos (280) estão agrupados nas 3 primeiras classes de altura
(Figura 13). A maior altura estimada foi de 30 m para um individuo de Pisonia cuneifolia.
De um modo em geral, observou-se que o fragmento em questão apresenta a
maioria de seus indivíduos de pequeno porte, ou seja, com altura inferior a 16,5 metros.
Analisando a distribuição por classes de altura das dez espécies com maior valor de
importância, pode-se verificar que a maior parte dos indivíduos posicionou-se nas classes
centrais, sendo o dossel caracterizado principalmente por Tabebuia serratifolia, Pisonia
42
cuneifolia, Aspidosperma riedelii e Terminalia fagifolia. Já a espécie Erythroxylum
simonis, apresentou indivíduos apenas na primeira classe, sendo este tipo de
comportamento explicado, provavelmente, por esta espécie pertencer ao grupo ecológico
das secundárias iniciais, uma vez que vai sombrear a floresta para outras espécies venham a
se estabelecer (ALVES et al., 2007).
Na Área II, em relação à distribuição vertical, foi observado que 63,08% de seus
indivíduos (328) estão agrupados nas 3 primeiras classes de altura (Figura 14). A maior
altura estimada foi de 22 m para um individuo de Hymenaea courbaril.
Observou-se que o fragmento em questão apresenta a maioria de seus indivíduos de
pequeno porte, ou seja, com altura inferior a 13,3 metros.
Considerando a distribuição por classes de altura das dez espécies com maior valor
de importância na Área II, foi possível verificar que, assim como na Área I, a maior parte
dos indivíduos posicionou-se nas classes centrais, sendo o dossel caracterizado
principalmente por Myracroduon urundeuva, Piptadenia moniliformis, Anandenanthera
colubrina, Tabebuia impetiginosa e Tabebuia serratifolia. Já a espécie Ceiba glaziovii,
43
apresentou apenas dois individuos primeira classe, sugerindo que esse táxon,
possivelmente, apresente dificuldades no processo de regeneração.
Segundo Costa Junior et al. (2008), através do estudo da estrutura vertical, é
possível analisar o estágio de desenvolvimento da floresta, com base na distribuição dos
indivíduos nos diferentes estratos, que associado os dados obtidos na distribuição
diamétrica, possibilita inferir sobre o estágio de sucessão.
Dessa forma, os resultados evidenciaram que a grande maioria dos indivíduos
amostrados, se posicionaram nas classes iniciais de diâmetro e nas intermediárias em altura,
indicando que as áreas estudadas encontram-se em estágio intermediário de sucessão.
Observou-se também, que algumas espécies apresentaram dificuldades de recrutamento,
podendo gerar a extinção das mesmas futuramente.
44
Tabela 6 - Padrão de distribuição espacial das espécies pelo Índice de Agregação de
Mcguinnes (IGA) nas Matas do Seró e do Caboclo em Dona Inês, PB,
ordenados por valor de importância. Sendo: N = Números de Indivíduos; PAD
= Padrão de Classificação; ALE = Aleatório; TDA = Tendência ao
Agrupamento; UNI = Uniforme.
Área I Área II
Espécie N IGA PAD Espécie N IGA PAD
Tabebuia serratifolia 44 1.08 TDA Ceiba glaziovii 11 1.06 TDA
Pisonia cuneifólia 43 1.09 TDA Myracroduon urundeuva 41 1.08 TDA
Aspidosperma riedelii 42 1.03 TDA Piptadenia moniliformis 38 1.85 TDA
Terminalia fagifolia 41 1.16 TDA Anadenanthera colubrina 22 1.01 TDA
Camponanesia cf. sp. 17 0.93 UNI C. leptophloeos 28 1.06 TDA
Alseis cf. pickelii 24 1.11 TDA Tabebuia impetiginosa 30 1.13 TDA
Tabebuia impetiginosa 20 1.17 TDA Tabebuia serratifolia 29 1.09 TDA
P. schomburgkiana 20 1.10 TDA Caesalpinia pyramidalis 22 1.14 TDA
Erythroxylum simonis 19 1.04 TDA Tabebuia sp. 16 1.08 TDA
Cocoloba latifólia 17 1.63 TDA Pisonia cuneifólia 20 1.17 TDA
Tabernaemontana sp. 12 1.15 TDA Manihot glaziovii 22 1.38 TDA
Byrsonima gardneriana 15 1.10 TDA Capparis flexuosa 20 1.10 TDA
Manilkara salzmannii 13 0.95 UNI Albizia polycephala 11 0.96 UNI
Ceiba glaziovii 5 0.98 UNI Aspidosperma riedelii 14 1.11 TDA
Cordia alliodora 8 1.30 TDA Cordia alliodora 13 1.03 TDA
Tabebuia roseoalba 11 1.06 TDA Bauhinia forficata 15 1.01 TDA
Indeterminada 4 10 1.07 TDA Hymenaea courbaril 9 1.09 TDA
M. urundeuva 7 1.14 TDA Coutarea hexandra 14 0.95 UNI
Vitex rufescens 6 1.18 TDA Alseis floribunda 22 1.11 TDA
Inga sp. 11 1.06 TDA Sapium serratum 10 1.39 TDA
Alseis floribunda 10 1.07 TDA Mimosa tenuiflora 9 1.25 TDA
Pera cf. glabrata 11 1.33 TDA Indeterminada 6 8 0.97 UNI
Schoepfia sp. 8 0.97 UNI Combretum sp. 9 1.25 TDA
Eugenia sp. 4 0.98 UNI Senna macranthera 8 1.11 TDA
Indeterminada 1 6 1.18 TDA E. contortisiliquum 1 1.00 ALE
Coutarea hexandra 5 0.98 UNI Chamaecrista apoucoita 5 1.23 TDA
Duguetia cf. rotundifolia 7 0.97 UNI Tabebuia roseoalba 5 0.98 UNI
C. ferrea var. parvifolia 5 1.23 TDA Indeterminada 5 4 0.98 UNI
Combretum sp. 7 1.14 TDA Acacia piauhiensis 5 0.98 UNI
Clusia cf. nemorosa 4 1.32 TDA Camponanesia cf. sp. 5 1.32 TDA
Acacia piauhiensis 7 1.37 TDA Byrsonima gardneriana 4 0.98 UNI
Lecythis pisonis 4 0.98 UNI Cereus jamacaru 4 0.98 UNI
Capparis flexuosa 5 0.98 UNI Tabernaemontana sp. 3 0.99 UNI
Capparis jacobinae 5 0.98 UNI Spondias tuberosa 2 0.99 UNI
Pterogyne nitens 1 1.00 ALE Jacaranda sp. 4 1.32 TDA
A. colubrine 2 1.99 TDA Talisia esculenta 6 1.32 TDA
C. cf. foliolosum 4 0.98 UNI Syagrus cearensis 3 0.99 UNI
Continua
45
Tabela 6, Cont.
Área I Área II
Espécie N IGA PAD Espécie N IGA PAD
Indeterminada 5 4 0.98 UNI Ziziphus joazeiro 5 0.99 UNI
Talisia esculenta 2 0.99 UNI Pera cf. glabrata 4 1.32 TDA
Senna macranthera 4 1.32 TDA Aspidosperma pyrifolium 3 0.99 UNI
Chrysophyllum gardneri 1 1.00 ALE Indeterminada 3 3 0.99 UNI
Maclura tinctoria 3 0.99 UNI Alseis cf. pickelii 2 0.99 UNI
A. pyrifolium 2 0.99 UNI Vatairea macrocarpa 2 0.99 UNI
E. pauferrense 3 0.99 UNI Vitex rufescens 1 1.00 ALE
Casearia parrifolia 3 0.99 UNI Zanthoxylum rhoifolium 1 1.00 ALE
Indeterminada 3 2 0.99 UNI Piptadenia stipulacea 1 1.00 ALE
Albizia polycephala 1 1.00 ALE Indeterminada 4 1 1.00 ALE
Chamaecrista apoucoita 2 0.99 UNI Indeterminada 2 1 1.00 ALE
Vismia sp. 2 0.99 UNI Indeterminada 1 1 1.00 ALE
Bowdichia virgilioides 1 1.00 ALE Inga sp. 1 1.00 ALE
Indeterminada 6 1 1.00 ALE Pterogyne nitens 1 1.00 ALE
Tabebuia sp. 1 1.00 ALE Croton sonderianus 1 1.00 ALE
Chrysophyllum rufum 1 1.00 ALE - - -
Schoepfia brasiliensis 1 1.00 ALE - - -
Indeterminada 2 1 1.00 ALE - - -
Manihot glaziovii 1 1.00 ALE - - -
Cassia ferruginea 1 1.00 ALE - - -
Zanthoxylum rhoifolium 1 1.00 ALE - - -
Piptadenia stipulacea 1 1.00 ALE - - -
Helicteres guazumifolia 1 1.00 ALE - - -
46
Figura 15 - Proporção dos diferentes padrões de distribuição espacial nas Matas do Seró e
do Caboclo em Dona Inês, PB.
Na distribuição espacial das espécies com os dez maiores VIs, observou-se que na
Área I, 9 (nove) espécies apresentaram tendência ao agrupamento e apenas 1(um)
apresentou padrão uniforme, enquanto na Área II, as 10 (dez) espécies apresentaram
tendência ao agrupamento, evidenciando que as espécies mais importantes da comunidade
ocorrem unidas ou formando pequenas manchas no povoamento, corroborando com
Martins et al. (2003), que afirmaram que em florestas tropicais as espécies mais abundantes
surgem agrupadas ou com tendência ao agrupamento.
As espécies com apenas um indivíduo amostrado apresentaram distribuição
aleatória, representando 23,33% e 19,23% nas Áreas I e II, respectivamente. Para uma
melhor descrição do seu padrão de distribuição, estas espécies necessitam de uma maior
área de amostragem ou uma distribuição diferenciada das unidades amostrais.
5.6. Similaridade
47
ELLEMBERG, 1974; MATEUCCI & COLMA, 1982; WHITTAKER, 1984). Observou-se
que houve semelhança entre as comunidades A e B (36,8%), C e D (32,1%) e G e F
(58,7%).
Deve-se ressaltar, que os fragmentos A e B estão situados na mesma propriedade,
distando apenas 2,9 km um do outro, que as áreas C e D estão localizadas na mesma região
do estado da Paraíba (Agreste paraibano) e que G e F pertencem ao mesmo fragmento
florestal, diferenciados apenas pela geomorfologia. Dessa forma, os resultados da análise de
agrupamento revelam que a proximidade geográfica foi, possivelmente, a principal
responsável pela similaridade florística desses ambientes. Observa-se ainda, que cada
fragmento ou grupo apresenta um conjunto de características próprias, o que ressalta sua
importância quanto à conservação.
UPGMA
I
J
E
H
G
F
D
C
B
A
0,04 0,2 0,36 0,52 0,68 0,84 1
Jaccard's Coefficient
48
Para visualização gráfica da proximidade entre as amostras, utilizou-se o
Coeficiente de Distância de Bray-Curtis. Dessa forma, a ACP (Análise de Coordenadas
Principais) revelou a formação de três agrupamentos, um formado pelas áreas A, B, G e F,
o outro formado pelas áreas E, I, J e H, e o último formado pelas as áreas D e C (Figura
17). Apesar das áreas analisadas apresentarem grupos florísticos com poucas espécies em
comum, os agrupamentos foram formados pela grande proximidade entre as áreas no que se
refere à abundância específica.
0.4
0.3
0.2
Axis 2
0.1
B
G
-0.4 I -0.3 -0.2 -0.1 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
E F
-0.1
H A
-0.2
J
-0.3
-0.4
Axis 1
49
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ø Embora as áreas estudadas estejam localizadas próximas uma da outra, foi possível
observar entre elas, diferenças tanto fisionômicas quanto estruturais;
Ø As Áreas I e II são similares entre si, fato não ocorrido quando comparados com
trabalhos realizados na região, indicando que os fragmentos apresentam um
conjunto de características próprias, o que ressalta sua importância em relação à
conservação;
50
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
51
ARRUDA, L.; DANIEL, O. Florística e diversidade em um fragmento de floresta
estacional semidecidual aluvial em Dourados-MS. Floresta, Curitiba, v. 37, n. 2, p. 189-
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54
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Chichester: John Wiley & Sons, 1999. 363 p.
55
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60