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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA


INSTITUTO DE HUMANIDADES, ARTES E CIÊNCIAS-CAMPUS PAULO FREIRE
BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIAS
PROJETO INTEGRADOR III

Diferenças biológicas ligadas à idade de uma comunidade de Artocarpus


heterophyllus Lam

MILENA BISPO DE OLIVEIRA

TEIXEIRA DE FREITAS, BA
AGOSTO DE 2017
MILENA BISPO DE OLIVEIRA

Diferenças biológicas ligadas à idade de uma comunidade de


Artocarpus heterophyllus Lam

Trabalho apresentado ao Colegiado do Bacharelado


Interdisciplinar em Ciências da Universidade Federal
do Sul da Bahia, Campus Paulo Freire como parte dos
requisitos do Componente Curricular Projeto
Integrador III.

Orientadora: Taina Soraia Muller

TEIXEIRA DE FREITAS, BA
AGOSTO de 2017
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Universidade Federal do Sul da Bahia
Sistema de Bibliotecas

O48d Oliveira, Milena Bispo de -


Diferenças biológicas ligadas à idade de uma comunidade de
Artocarpus Heterophyllus Lam / Milena Bispo de Oliveira, 2017 -
53 f.

Trabalho de conclusão de curso (graduação) - Universidade Federal


do Sul da Bahia, Campus Paulo Freire, Curso de Bacharelado
Interdisciplinar em Ciências, 2017.
Orientador: Prof. Dra. Taina Soraia Muller.

1. Árvores frutíferas – Jaqueira - Cultivo. 2. Jaca (Fruta) . 3. Frutas -


Morfologia. I.Título. II. Orientador

CDD 634.0981

Bibliotecária responsável: Amanda Luiza de S. Mattioli Aquino - CRB-5/1956


MILENA BISPO DE OLIVEIRA

Diferenças biológicas ligadas à idade de uma comunidade de


Artocarpus heterophyllus Lam

Trabalho apresentado ao Colegiado do Bacharelado Interdisciplinar em Ciências da


Universidade Federal do Sul da Bahia, Campus Paulo Freire como parte dos requisitos
do Componente Curricular Projeto Integrador III.

Aprovado:

ii
Dedico a todos que estiveram comigo
durante essa jornada acadêmica...
Dedico

iii
AGRADECIMENTOS

Ao Profa. Dra. Orientadora Taina Soraia Muller, braço amigo de todas as etapas deste
trabalho.
A Profa. Dra. Luanna Pires por auxiliar na realização deste trabalho.
A minha família, pela confiança e motivação.
Aos amigos e colegas, em especial a Caíque Souza, pela força e pela vibração em
relação a esta jornada.
A esta universidade, seu corpo docente, direção e administração que oportunizaram
a janela que hoje vislumbro um horizonte superior, eivado pela acendrada confiança
no mérito e ética aqui presentes.
Aos colegas de Curso, pois juntos trilhamos uma etapa importante de nossas vidas.
Aos proprietários e profissionais da Fazenda Cascata onde foi possível realizar este
trabalho.
A todos que, com boa intenção, colaboraram para a realização e finalização deste
trabalho e que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito
obrigado.

iv
LISTA DE TABELAS

Página
Tabela 1. Classes estabelecidas de acordo com tamanhos de DAP obtidos
na comunidade florestal estudada ................................................................. 13

Tabela 2. Valores da área basal de cada indivíduo da comunidade florestal de


jaqueiras.......................................................................................................... 13

Tabela 3. Distribuição da Frequência dos frutos para Tipos de jaca


encontrados na comunidade florestal estudada.............................................. 14

Tabela 4. Porcentagem de distribuição de frequência dos frutos em relação


às classes DAP e tipos da jaca........................................................................ 15

Tabela 5. Valores das médias totais dos parâmetros analisados.................. 16

Tabela 6. Valores médios dos parâmetros analisados para cada indivíduo


da comunidade florestal estudada (N=3)....................................................... 18

Tabela 7. Valores das médias totais de umidade e rendimento da casca e


da polpa. Valores para Umidade e rendimento de matéria seca
apresentados em porcentagem .................................................................... 20

Tabela 8. Valores das médias de porcentagem de umidade da Casca e da


Polpa de frutos de diferentes árvores. .......................................................... 20

Tabela 9. Valores das médias de rendimento Casca e Polpa ...................... 21

Tabela 10. Coeficientes de correlação linear de Pearson para as


características avaliadas .............................................................................. 23

Tabela 11. Características da madeira dos indivíduos da comunidade


florestal. ........................................................................................................ 24

v
LISTA DE FIGURAS
Página
Figura 1. (Arvore inteira) ................................................................................. 5
Figura 2. (Frutos no pé) ................................................................................... 5
Figura 3. ( Flor e fruto) .................................................................................... 5
Figura 4. (Mapa da área estudada) ................................................................ 9
Figura 5. (Jaca dura aberta) ........................................................................... 10
Figura 6. (Jaca mole aberta) .......................................................................... 10
Figura 7. (Látex produzido por jaqueira ) ........................................................ 30

vi
Diferenças biológicas ligadas a idade de uma comunidade de Artocarpus
heterophyllus Lam.

RESUMO

Avaliou-se Artocarpus Heterophyllus Lam, mais conhecida como jaqueira,


frutífera exótica, bem adaptada ao ambiente de transição entre a Mata Atlântica e o
Semiárido nordestino. Geralmente divide-se em dois tipos: “Jaca dura” e “Jaca mole”.
Objetivou-se- analisar e estudar as diferenças biológicas ligadas a idade das plantas
de uma comunidade florestal de Artocarpus heterophyllus Lam., localizada na sede
da Fundação Quincas Neto (Fazenda Cascata) no município de Teixeira de Freitas,
Bahia. O delineamento experimental adotado foi o inteiramente casualizado em que o
esquema da coleta de frutos foi amostra composta com três repetições. As variáveis
estudadas foram tipo da jaca, peso do fruto, comprimento do fruto, diâmetro do fruto,
número de sementes (10x15cm) peso de 1cm² da casca fresca, peso seco 1cm² da
casca, peso seco e umidade da polpa e espessura da casca. Realizou-se análise
exploratória dos dados, eliminação de outliers, teste Shapiro-Wilk para verificação da
normalidade, estatística descritiva, análise de variância (ANOVA) e teste de Tukey,
calculou-se os coeficientes de correlação de Pearson e realizou-se o teste t-Student
para verificar a significância da correlação. Para os dados qualitativos realizou-se a
distribuição de frequências e o teste exato de Fisher para verificação da associação
entre idade e tipo da jaca. As análises foram realizadas com nível de significância de
5% e por meio do software SAS® Studio. Foram analisadas amostras de árvores de
jaca separadas em diferentes classes de acordo com diâmetro do tronco a altura do
peito (DAP) (classe1:(0-0,5m); classe 2:(0,5-1,5m); classe 3:(1,5-4,5m); classe
4:(>4,5m)). Após as análises laboratoriais, foi realizada a caracterização da madeira
das jaqueiras estudadas, analisando: cor, grã, textura, figura, brilho e gosto. As
análises realizadas geraram dados sobre a comunidade de jaqueiras, qualidade dos
frutos e madeira. Concluiu-se que não há influência do diâmetro das árvores sobre as
características do fruto avaliadas. As características de umidade da polpa do fruto e
casca do fruto possui forte correlação o peso total do fruto. Sugere-se o uso da
madeira de árvores com DAP maiores, pois estas apresentaram características mais
viáveis a utilização comercial.

Palavras-chave Diâmetro, Frutos, Jaca, Jaqueira, Madeira.

vii
Age-related biological differences of a community Artocarpos heterophyllus
Lam
ABSTRACT

It was evaluated Artocarpus Heterophyllus Lam, better known as jaqueira, fruit


exotic, well adapted to the transition environment between the Atlantic Forest and the
Northeastern Semi-arid. Generally, it is divided into two types: "Jaca dura" and "Jaca
mole". The objective of this study was to analyze and study the biological differences
related to the age of plants of a forest community of Artocarpus heterophyllus Lam.,
Located at the headquarters of the Quincas Neto Foundation (Fazenda Cascata) in
the municipality of Teixeira de Freitas, Bahia. The experimental design was completely
randomized in which the scheme of the fruit collection was a composite sample with
three replicates. The variables studied were fruit type, fruit length, fruit diameter,
number of seeds (10x15cm), weight of 1cm² of fresh bark, dry weight 1cm² of the bark,
dry weight and humidity of the pulp and thickness of the bark. We performed an
exploratory data analysis, elimination of outliers, Shapiro-Wilk test for normality,
descriptive statistics, analysis of variance (ANOVA) and Tukey test, Pearson's
correlation coefficients were calculated and the test was performed t-Student to verify
the significance of the correlation. For the qualitative data the frequency distribution
and Fisher's exact test were performed to verify the association between age and type
of jackfruit. The analyzes were performed with significance level of 5% and through
SAS® Studio software. Samples of jaca trees separated in different classes according
to trunk diameter at breast height (DBH) (class 1: (0-0,5m), class 2: (0,5-1,5m), class
3 (1.5-4.5m), class 4 (> 4.5m)). After the laboratory analyzes, the characterization of
the wood of the studied jackets was analyzed, analyzing: color, grain, texture, figure,
brightness and taste. The analyzes carried out generated data on the community of
jackfruit, fruit quality and wood. It was concluded that there is no influence of the
diameter of the trees on the characteristics of the evaluated fruit. The moisture
characteristics of fruit pulp and fruit peel have a strong correlation with the total weight
of the fruit. It is suggested the use of wood from trees with larger DBH, since these
presented more viable characteristics for commercial use.

Keywords: Artocarpus heterophyllus, Diameter, Fruits, Jackfruit Timber,

viii
SUMÁRIO

Páginas
RESUMO................................................................................................ VIII
ABSTRACT............................................................................................. IX
1. INTRODUÇÃO.................................................................................... 1
2. OBJETIVOS........................................................................................ 2
2.1 OBJETIVOS ESPECIFICOS....................................................... 2
3. REVISÃO BIBLIOGRAFICA................................................................. 3
4. MATERIAL E MÉTODOS..................................................................... 8
4.1 ÁREA DE ESTUDO E CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE
FLORESTAL DE JAQUEIRAS................................................................. 8
4.2 ANÁLISE DOS FRUTOS............................................................ 8
4.3 ANÁLISE DA MADEIRA............................................................. 10
4.4 ANÁLISE DE DADOS................................................................ 10
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................... 10
5.1 CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE FLORESTAL............. 10
5.2 INFLUÊNCIA SOBRE CARACTERÍSTICAS DOS FRUTOS...... 14
5.2.1 TEOR DE ÁGUA DA POLPA E DA CASCA.................... 16
5.3 INFLUÊNCIA SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DA MADEIRA. 20
6. CONCLUSÕES .................................................................................. 30
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................. 30

ix
01. INTRODUÇÃO

A Artocarpus heterophyllus Lam., também conhecida como Jaqueira, é uma


espécie frutífera de grande porte originária da Ásia, mais especificamente da Índia,
cultivada em regiões subtropicais e tropicais (Lorenzi et al, 2006). Segundo Oliveira
(2006), a jaqueira é uma frutífera exótica, bem adaptada ao ambiente de transição
entre a Mata Atlântica e o Semiárido nordestino. Pertence à família Moraceae,
subfamília Moroideae. Geralmente são divididas em dois tipos, possuem aromas
distinguíveis e diferenças em seu tamanho, a “Jaca dura” produz frutos que tem a
polpa maior e mais consistente, enquanto a “Jaca mole” tem a polpa menor e é
frequentemente mais doce, é conhecida também pelo nome de jaca-manteiga
(Peixoto et al., 2002; Cavalcante, 1991). O fruto em geral é grande chegando a pesar
15 kg, tem a forma ovalada ou arredondada, nasce diretamente no tronco e nos galhos
mais baixos da jaqueira, quando maduro a casca tem uma cor amarelada, a superfície
é áspera e possui pequenas saliências, chamadas popularmente de bico-de-jaca. O
interior é formado por vários gomos, sendo que cada gomo contém um grande caroço
envolto por uma polpa cremosa, viscosa e muito aromática (Oliveira 2009, Mukprasirt
e Sajjaanantakul, 2007, Donadio et al., 1998). Quando está madura, seus gomos são
ricos em substâncias nutritivas, como carboidratos, minerais e vitaminas, sendo a
polpa consumida geralmente sob forma in natura pelas mais diversas camadas da
população, a semente pode ser consumida cozida ou assada. O caule, folhas, raízes,
sementes, casca, madeira e frutos possuem muitas funções nos segmentos da
indústria e consumo. Também podendo ser utilizada para consumo na alimentação
animal e para utilização da madeira (Schnell et al., 2001, Campebell et al., 1998,
Donadio et al., 1998). A jaca está entre os muitos vegetais consumidos pela
população brasileira que, por não serem de uso convencional, são descartadas
diariamente como: cascas, folhas, talos de beterraba, batata doce e acelga, polpa e
cascas de mamão verde jaca (Pirozzi, 2007).
A árvore fornece excelente madeira de lei para carpintaria e marcenaria
(Santos,1978). A madeira, de cor amarela clara, de alta resistência e formato próprio,
é usada para construção naval, especialmente para cavername e outras partes vitais
dos navios. É uma das principais madeiras para construção mista por ser uma das
raras que não produzem oxidação em contato com metais (Gomes, 2007).
No Sul da Bahia, o consumo de jaca é muito popular, contribuindo para a
importância da espécie no nordeste do país, pois esta representa grande potencial

1
econômico para a região, tanto para a comercialização no mercado interno e externo
de frutas in natura, como para industrialização (Fraga, 2005). Embora já existam
trabalhos científicos sobre a jaca, ainda é escassa a quantidade de informações sobre
a qualidade dos frutos e madeira em relação à idade e fenologia da planta. Portanto,
este trabalho gerará informações relevantes para o entendimento da qualidade
biológica da planta e espera-se contribuir com os modos de consumo e utilização para
diversos fins, inclusive manejo.

2. OBJETIVO GERAL

O objetivo do presente trabalho foi analisar e estudar as diferenças biológicas


ligadas a idade das plantas de uma comunidade florestal de Artocarpus heterophyllus
Lam., localizada na sede da Fundação Quincas Neto (Fazenda Cascata) no município
de Teixeira de Freitas- Bahia.

2.1. Objetivos específicos

• Analisar a qualidade dos frutos produzidos por jaqueiras de diferentes idades;


• Analisar as características da madeira do caule das plantas da comunidade
florestal em estudo;
• Avaliar o potencial comercial de jaqueiras maiores;
• Avaliar as condições de saúde populacional dessa comunidade florestal de
jaqueira;
Comparar os perfis dos resultados encontrados entre os tipos da jaqueira
“dura”, “mole”.
• Analisar as diferentes correlações entre a idade das plantas e a qualidade da
madeira e frutos obtidos de árvores presentes na área de 2,34 hectares para
o estudo

3. REVISÃO DE BIBLIOGRAFICA

A família Moraceae, uma valiosa Angiosperma, é constituída por 37 gêneros


e cerca de 1.100 espécies, de ampla ocorrência nas regiões tropicais do planeta
(Datwyler & Weiblen, 2004). Encontra-se, segundo os critérios de classificação da
Angiosperm Philogeny Group-III (APG-III), dentro da ordem Rosales (Bremer et al.,
2
2009). Artocarpus é um gênero de hábito arbóreo dessa família, contendo cerca de
50 espécies (Nomura et al., 1998). A jaqueira (Artocarpus heterophyllus Lam) é uma
frutífera originária da Ásia, trazida para o Brasil pelos portugueses, onde adaptou-se
às condições edáficas (Lorenzi et al., 2006). O nome genérico e o epíteto têm origem
grega: ártos – alimento e karpós – fruto. O epíteto heterophyllus significa “diferentes
folhas” (Chaves 1967). Em seu país de origem, Índia, esta espécie é típica de estágios
sucessionais avançados e cresce naturalmente no sub-bosque da floresta tropical
úmida até 1300m de altitude. É tolerante a sombra, porém necessita de um pouco de
luz e espaço para seu desenvolvimento durante os estágios iniciais de vida,
germinando melhor em clareiras. Na Índia, jaqueiras têm múltiplos usos Todas as
partes da árvore são indicadas para uso medicinal caseiro. As raízes de jaqueira são
utilizadas para o combate de diarreia, as misturas das folhas são utilizadas para curar
asma e febre em combinação com outras ervas, extratos da casca são utilizados em
torções e inchaços para alivio da dor, o óleo da das folhas é utilizado para aliviar a dor
e inchaços, o suco de frutas maduras como é usado como laxante e para tratar
eczemas. Às suas sementes são atribuídos efeitos afrodisíacos e utilizadas para
combater debilidade sexual (Acharya, 2007).
No habitat original, seus frutos amadurecem entre julho e agosto. O número,
tamanho e massa das sementes varia de 1,5g a 14g, e sementes viáveis variam de 4
a 14 g de massa. As sementes são geralmente dispersas por roedores, macacos e
porcos selvagens (Khan 2004). A introdução desta espécie no Brasil ocorreu para
cumprir instruções Régias, quando, os Vice-Reis da Índia enviavam para África e
Brasil, plantas de interesse para introdução nas novas regiões da colônia. O primeiro
registro de envio para o Brasil em janeiro de 1683 pela Nau Sam Francisco Xavier.
Porém, em 1682, há registros de 11 jaqueiras na Bahia, cuja procedência é
desconhecida (Ferrão 1993). Pelo estado da Bahia ser o primeiro estado a receber
mudas, chegou a ser chamada de jaca – da – Bahia. No sul da Bahia a jaqueira foi
cultivada para gerar sombreamento em áreas cacaueiras necessário ao cultivo da
cultura de cacau (Theobroma cacao). Nessa região, o excedente da produção é
oferecido pelos pecuaristas, juntamente com ração. Esta região é considerada a maior
produtora do Brasil, a região nordeste (PEREIRA et al 2007). Atualmente sua
distribuição engloba praticamente todo território Nacional. Sua distribuição, pode ser
observada em áreas abertas e áreas de mata, ambas associadas a ambientes
antrópicos (Rodrigues 2004, Rodrigues et al. 2001). Esta espécie se adaptou tão bem

3
ao clima do Brasil que chegou a ser classificada erroneamente como Artocarpus
brasilienses (Chaves 1967).
Segundo Prado Neto (2007), no Brasil nas condições edafoclimáticas da
Bahia, a jaqueira é cultivada predominantemente em pequenos pomares espontâneos
com plantas originárias de semente, que apresentam uma grande variabilidade de
genótipos. Desenvolve-se bem e produz frutos de melhor qualidade em regiões de
clima quente. Também se desenvolve em regiões de clima subtropical e semiárido
desde que haja a utilização da irrigação artificial como na região do Estado do Ceará.
A planta requer temperatura média anual de 25ºC e dias ensolarados. Geadas são
danosas à jaqueira. (Donadio et al, 2012). Ela é observada em diversos fragmentos
florestais, com indivíduos nas diferentes fases de crescimento. O seu controle se dá
pela eliminação ou anelamento de árvores adultas. Não se tem conhecimentos
aprofundados sobre os efeitos da sua invasão, nem das medidas de manejo. Algumas
características permitem classificá-la como uma espécie invasora no Brasil (Gomes,
2007; Baker, 1995). Entre estas características estão: a) grande capacidade de
produzir rapidamente número elevado de sementes e crescer em uma grande
variedade de condições edafoclimáticas; b) crescimento inicial rápido; c) ter alta
capacidade de competir por água, luz e nutrientes; d) apresenta mecanismos de
adaptação e tolerância a condições desfavoráveis para a germinação e (Gomes,
2007). O amadurecimento do fruto envolve um processo de transformação do amido
em açúcares solúveis que resulta na diminuição de acidez e desaparecimento da
adstringência, mudança de coloração da casca e da polpa, textura, composição de
ácidos e compostos voláteis tornando-se em sabor e aroma característicos, levando
ao adoçamento do fruto (Gonzaga Neto. 1994; Soares, 1994; Awad, 1993). O fruto
amadurece entre 180 e 200 dias após a florada, ou de 3 a 8 meses, dependendo do
tipo e do local onde o período da colheita ocorre entre dezembro e junho. O fruto pode
medir entre 22 e 90 cm de comprimento e 13 e 50 cm de diâmetro, com mínimo de 2
kg, até 60 kg. A casca é de cor verde a verde-clara e recoberta de proeminências, tipo
pequenos espinhos, um em cada carpelo. Considerada uma árvore de grande porte,
atinge mais de 10 m de altura, seu tronco pode ultrapassar 1 m de diâmetro. Possui
folhas alternas, que amarelecem no próprio indivíduo, antes de caírem. O fruto da
jaqueira, é na realidade uma infrutescência formada pelo agregado dos ovários de
centenas de flores femininas, cada uma delas contendo uma semente, saindo
diretamente do tronco (Donadio et al. 2012, Baliga et al. 2011, Silva et al. 2007, Gomes
1973).
4
Figura 01 – Árvore inteira

Figura 2 – Frutos no pé

Figura 3 – Flor e folha

Dois modos de dispersão da jaqueira são comprovados por baricoria e


zoocoria. A dispersão por zoocoria é feita por espécies como o gambá, e os macacos
sagüis, por se alimentarem de seus frutos, carregam para longe suas sementes. O

5
grande número de sementes por fruto, forma um banco de sementes com quase 100%
de viabilidade, plântulas formadas atingem seis metros de altura em três anos, isso
aumenta a eficiência da espécie em ocupar o espaço de espécies nativas ampliando
sua população, caracterizando a dispersão por baricoria (Gomes, 2007)
Uma jaqueira bem desenvolvida chega a produzir até 100 frutos por ano.
(Peixoto et al., 2002). É explorada na maioria das vezes de forma extrativista, gerando
um índice elevado de perda na produção de frutos. Mesmo assim é bastante comum
para a utilização como alimento para as comunidades rurais (Prado Neto, 2007; Silva
et al. 2007). O fruto imaturo pode também ser usado na culinária, e as sementes
torradas ou cozidas para se obter farinha, usada na confecção de bolos, bolachas e
tortas e podem ser comidas puras. A semente é rica em lecitina e proteína, com 0,4%
na semente fresca. A jaca pode ser dividida em polpa, semente e casca, onde a polpa
representa cerca de 30%, as sementes em torno dos 12-15% e a casca (inclui eixo
central e as fibras) os restantes 58% (Oliveira, 2009; Saxena et al. 2009; Ong et al.,
2006). Dado que a polpa representa apenas um terço da totalidade do fruto. (Saxena
et al. 2009). Os gomos encontram-se agrupados em torno do eixo central de formação
globosa, oval ou alongada formando um sincarpo. Entre os gomos temos grande
quantidade de fibras ligadas entre a casca e o eixo central, não muito resistentes. A
polpa, parte comestível, é cremosa, viscosa, amarela e de consistência variável. No
interior da polpa está a semente ou caroço, que localmente se designa de “bago de
jaca”. A polpa amarela, quando madura, possui um forte cheiro característico. Para
além do consumo in natura, preferencial, produzem-se também com a polpa de jaca
doces, bebidas não alcoólicas e alcoólicas. A polpa pode ser conservada congelada
(Fonseca 2010; Oliveira, 2009). A madeira da jaca, as folhas, frutos, sementes e o
látex são utilizados para diversos fins (Seagri, 2009). Seus frutos, quando verdes,
podem ser utilizados como forragem ao serem picados ou moídos e o mesmo pode
ser feito por suas folhas; ambos são uma boa ração pra aves domésticas. Os suínos
e bovinos, os caprinos e os ovinos também a apreciam partida em pequenos pedaços
ou moída (Gomes 2007; Seagri, 1989)
O conhecimento da qualidade dos frutos por meio de estudos físico-químicos
é de fundamental importância para o estímulo do mercado consumidor, como também
para manutenção agronômica de sua forma de propagação e uso. A falta de
informações acerca da exploração econômica indiscriminada dos plantios
espontâneos acarreta na predação ineficiente de todos os recursos da cultura que
proporcione a (Lima et al., 2009). A jaca é matéria prima para subprodutos de
6
importância econômica que atrai estudos para a avaliação de jaca minimamente
processada, cuja comercialização possibilitaria a utilização em diferentes segmentos
alimentares (Godoy et al., 2010, Silva et al. 2007). Como forma de suprir essa
crescente demanda de matéria-prima para a indústria busca novas fontes de material,
espécies exóticas consideradas invasoras (Ribeiro et al., 2017; Chaves 1967). De
acordo com Carvalho (2009), as propriedades tecnológicas da madeira de A.
heterophyllus, procedentes da região do Recôncavo Sul da Bahia, são promissoras
em relação a estabilidade dimensional e resistência mecânica visando a sua utilização
no setor moveleiro.
De acordo com Pereira (2013) alguns parâmetros para análise de madeira são
as seguintes:
a. Cor: Elemento de destaque na madeira e um dos
principais parâmetros adotados para escolha e uso de determinadas
espécies. Em muitas arvores a cor também é um indicativo para
diferenciar o alburno de cerne.
b. Grã: É a impressão visual produzida pela direção dos
elementos celulares. O fio é a imagem de orientação das fibras e permite
a classificação do Grã em direita ou reta, que é quando a inclinação geral
das células longitudinais não exceder 3%; e em cruzada ou
entrecruzada, que é quando as células longitudinais são inclinadas em
diferentes direções e podem se apresentar de forma ondulada ou
revessa.
c. Textura: Refere-se à distribuição, à abundancia e as
dimensões dos elementos constituintes da madeira e é classificada em
textura fina, textura media e textura grossa.
d. Figura: Característica da madeira que pode ser vista na
superfície plana. Ela pode ser avaliada pelos aspectos de diferença de
cor provocada pelos anéis ou camadas de crescimento.
e. Brilho: É uma característica que também pode ser vista
na superfície plana. Ele é classificado em brilho irregular, brilho ausente,
brilho moderado e brilho acentuado.
f. Cheiro e Gosto: São características muitas vezes
associadas uma a outra e para sua identificação são classificadas em,
para cheiro: indistinto, pouco indistinto característico, agradável,
desagradável; gosto: indistinto, característico, amargo, adocicado e
adstringente.

7
Segundo Almeida et al (2014). Os caules, geralmente são aéreos e sua forma
permite que as plantas assumam uma posição melhor para receber luz. Outra relação
importante está na nutrição do vegetal. A nutrição mineral contribui com a sua
composição pois quando a planta recebe ou deixa de receber macro e micronutrientes
evidenciam-se alterações em sua estrutura (Marschner, 1995). Além dos nutrientes
minerais outras características influenciam como solo, água, luz, temperatura e
exercem influência sobre as características estruturais do vegetal (Silva et al., 2004).
Apesar de ser a espécie mais difundida e útil do gênero Artocarpus, há
escassez de trabalhos com essa frutífera (Fabricante J.R et al, 2013). Com isso,
objetivou-se avaliar as diferenças biológicas de uma comunidade florestal de Jaqueira
(Artocarpus heterophyllus Lam) de diferentes idades e observar as possíveis
correlações com a qualidade da madeira e frutos. A obtenção desses dados visa
diagnosticar a situação dos indivíduos da comunidade florestal estudada e quanto a
otimização do uso de seus recursos.

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Área de Estudo e caracterização da comunidade florestal de jaqueiras


Para dar início aos estudos, a área demarcada para o estudo foi de 637 m2
totalizando 2,34 hectares, na sede da Fundação Quincas Neto (Fazenda Cascata (-
17.520428°, -39.649376°) no município de Teixeira de Freitas, Extremo Sul da Bahia.
Categorizou-se uma comunidade florestal de jaqueiras contendo 17 árvores, em que
estas foram classificadas de acordo com o diâmetro do caule à altura do peito (DAP
Os frutos de A. heterophyllus Lam., foram coletados durante o período de janeiro de
2017 a maio de 2018. Foram coletados três frutos por árvore para análise dos
seguintes parâmetros: peso do fruto, comprimento e diâmetro do fruto, número de
sementes em uma área de 10x15cm de fruto, peso fresco de 1cm² da casca, peso
seco de 1cm² da casca, massa seca da polpa, e espessura da casca. A idade das
plantas foi estimada de acordo com dados dendrológicos existentes na literatura.

8
Figura 4- Mapa da área estudada

A Área Basal foi calculada com a seguinte fórmula: 𝐴𝐵 = 𝜋. (𝐷𝐴𝑃)2 /4 , em


que: DAP = diâmetro do tronco medido à altura do peito (m); AB = área basal (m2);
π = razão entre perímetro e diâmetro de uma circunferência (3,1416). A distribuição
de frequência do DAP das árvores foi realizada separando-se os diâmetros das
árvores em classes estabelecidas arbitrariamente de acordo com critérios observados
no campo (Poggiani, 1996; Belotte et al, 1980).

4.2 Análise dos frutos


Os frutos foram levados ao laboratório Interdisciplinar 2, do campus Paulo
Freire da UFSB e foram higienizados na solução 0,5% de hipoclorito de sódio
comercial (água sanitária), depois em álcool 70% e, por fim, realizou-se o enxague em
água corrente. Somente frutos considerados maduros foram analisados. Considerou-
se frutos maduros aqueles que a casca estava bem desenvolvida, ásperas e
amarelas, e pressionando a casca com os dedos, a fim de observar a sua
consistência, que deve ser firme. A fruta caracterizada como do “tipo mole” exala o
seu cheiro característico de maneira bem forte e a sua casca se parte facilmente. Já
para a jaca do “tipo dura” bate-se na casca com cuidado e, se estiver madura, foi
possível ouvir um som fofo.

9
Figura 5 – Jaca dura aberta

Figura 6 – Jaca mole aberta

Imediatamente após a lavagem e desinfestação dos frutos, foi realizada a


pesagem e depois as medições do diâmetro e comprimento de cada fruto. Para
contagem de sementes, cortes de 10x15 cm foram feitos na casca e, a partir desses
cortes, realizou-se contagem da quantidade de sementes dessa área. Ao mesmo
tempo, especificou-se o tipo da jaca, se dura, mole ou manteiga. Prosseguiu-se com
a medição da espessura da casca fresca com auxílio do paquímetro. Cortes de 1 cm²
da casca foram feitos em triplicata para análise de peso fresco e peso seco, e
estimativa do conteúdo de água. Coletou-se aproximadamente 50g de amostras de
polpa por fruto, para desidratação e obtenção de peso seco e conteúdo de água.
Após as amostras de 1cm² da casca e de 50g de polpa terem sido depositados
em placas de Petri (100x15mm) e levados para uma estufa de secagem ventilada

10
SOLAB SL-100 à temperatura de 50° C durante 12 horas (Oliveira et al., 2011; Santos
et al., 2013), foram feitas as pesagens com as amostras desidratadas. Os dados
obtidos foram usados para calcular porcentagem de perda de água e rendimento de
massa seca da casca e da polpa (Oliveira, 2009). A fórmula utilizada no cálculo da
porcentagem de umidade perdida foi:
% de umidade a 50°C = 100 x N/P
Em que: N= representa a perda de peso em gramas; P= números de gramas da
amostra% de matéria seca: 100 - % de umidade (base úmida)

Para cálculo de rendimento de massa seca usou-se a seguinte equação:


% de rendimento= (Pf x 100) /Pi
Em que:
Pi= peso inicial de polpa;
Pf=peso final após desidratação

Ao final, determinação do peso seco obteve-se a média das amostras expresso em


gramas e o teor de água foi calculado e expresso em porcentagem.

4.3 Análise da madeira

As observações das características da madeira do caule das plantas daquela


comunidade florestal composta por 17 jaqueiras foram realizadas de acordo com
tópicos específicos descritos por Pereira (2013). Usando a metodologia descrita, com
auxílio de facão, foram feitos cortes em plano tangencial na altura do peito de cada
caule até alcançar a madeira e, em seguida, realizou-se a análise dos parâmetros a
partir da observação das características presentes como: provadura do corte e
descrição do cheiro exalado, descrições de cor, grã, textura, figura, brilho, cheiro e
gosto. Todas amostras foram fotografadas e as suas características observadas in
loco, anotadas.

4.4 Análise de dados

Os dados, após edição em planilhas eletrônicas de Excel®, foram submetidos a


verificação de outliers e foram excluídos dados inconsistentes. Posteriormente, para
descrever o perfil da amostra foram realizadas tabelas de distribuição de frequências

11
das variáveis categóricas (tipo de jaca e classes de DAP) e realizou-se o teste exato
de Fisher para verificação da associação entre as quatro classes de DAP e os três
tipos da jaca. Os dados de variáveis contínuas foram submetidos a análise por meio
de estatísticas descritivas.
O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado (DIC)
com três repetições sendo que cada repetição correspondeu a um fruto, o tratamento
foi cada indivíduo da comunidade florestal de jaqueiras, ou seja, as 17 jaqueiras. As
variáveis estudadas foram: peso do fruto, comprimento do fruto, diâmetro do fruto,
número de sementes (10x15cm), peso de 1cm² da casca fresca, peso seco 1cm² da
casca, peso seco e umidade da polpa e espessura da casca. Os dados dessas
variáveis supracitadas foram submetidos ao teste Shapiro-Wilk para verificação da
normalidade, estatística descritiva, análise de variância (ANOVA) e teste de Tukey,
calculou-se os coeficientes de correlação de Pearson e realizou-se o teste t-Student
para verificar a significância da correlação. As análises foram realizadas com nível de
significância de 5%, p<0,05, por meio do software SAS® Studio.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Caracterização da comunidade florestal


Os tamanhos de DAP obtidos para cada um dos indivíduos, foram distribuídos
em classes, sendo a menor de 0 a 0,5 metros e a maior a partir de 4,5 metros e então
tem-se as classes definidas, nas quais as frequências foram distribuídas (Tabela 1).
Árvores com DAP abaixo de 0,5 metro foram consideradas juvenis tendo somente 1
indivíduo, até 1,5 metro de DAP foram consideradas jovens, com 2 indivíduos, acima
de 1,5 metro adultas, sendo 13 indivíduos e acima de 4,5 metros velhas, com 1
indivíduos.).: classe 1 de 0 a 0,5m; classe 2 de 0,5 a1,5m; classe 3 de 1,5 a 4,5m;
classe 4: >4,5m.

12
Tabela 1. Classes estabelecidas de acordo com tamanhos de DAP obtidos na
comunidade florestal estudada.

Classes 1 2 3 4
Metros 0 - 0,5 0,5 - 1,5 1,5 - 4,5 >4,5
Distribuição 1 2 13 1

Das 17 arvores analisadas da tabela 2 obtivemos os valores da área basal


(valor para determinar a cobertura da planta no solo) e altura, onde a árvore 14 teve
o maior valor da área basal (48,99) e da altura (24,99) e a menor área basal e altura
ficando com a árvore 4 (0,15) e (9,00) respectivamente. Logo a área basal e a altura
estão diretamente ligadas.

Tabela 2. Valores da área basal de cada indivíduo da comunidade florestal de


jaqueiras.

Árvore Área basal Altura Classes Tipo


1 12,56 15,28 3 Manteiga
2 1,88 15,85 3 Dura
3 1,83 22,61 3 Mole
4 0,15 9,00 1 -
5 1,49 18,98 2 Dura
6 4,4 18,53 3 Dura
7 1,34 19.05 2 Mole
8 2,51 15,24 3 Mole
9 5,76 15,02 3 Mole
10 1,16 14,20 3 Dura
11 9,45 13,40 3 -
12 10,00 16,32 3 Mole
13 3,69 11,01 3 Mole
14 48,99 24,99 4 Mole
15 8,65 20,86 3 Mole
16 4,18 15,28 3 Dura
17 4,37 13,98 3 Mole
Total 122,41

Dos 42 frutos analisados, 33,33% foram caracterizados como sendo


do tipo de jaca dura, 60% (27) foram caraterizados como sendo do tipo da jaca
“mole” e somente 6,67% (3) do tipo “Manteiga” (Tabela 3). Que foi encontrada
somente um indivíduo deste tipo nesta população de jaqueiras. Na Ásia tem o nome
de Dorosha e no Brasil é conhecida como Jaca Manteiga. Tem a consistência

13
intermediaria entre aquelas do tipo mole e tipo dura. No Brasil é encontrada,
preferencialmente, no estado do Rio de Janeiro (Basso, 2017; Devi et al., 2014)

Tabela 3. Distribuição da Frequência dos frutos para tipo de jaca encontrados na


comunidade florestal estudada

Tipo de Jaca Frequência Absoluta Frequência Relativa (%)


Manteiga 3 6,67%
Dura 15 33,33%
Mole 27 60,00%

Verificou-se que não houve associação significativa (P>0,05) entre as quatro


classes de DAP e os três tipos da jaca considerados (Tabela 4). Das quatros classes
de DAP avaliadas, a classe 3,1,5 - 4,5m de DAP, apresentou a maior distribuição de
frutos (80%), sendo que destes, 46,67% foram caracterizados como do tipo “mole”,
26,67% tipo “dura” e, somente 6,67% tipo “manteiga”. Somente para a classe 3
observou-se jacas do tipo “manteiga”. O tipo “mole” foi encontrado na maioria das
classes sendo elas as de número 2, 3 e 4, tornando-se assim o tipo mais encontrado,
com o total de 60 %. A classe 1 não foi utilizada para análise dos demais parâmetros,
pois a árvore classificada nessa classe ainda era juvenil e não produziu nenhum fruto
durante o período de estudo. Abreu et al., (2005) descreveram como árvores imaturas
de jaca, ou seja, não reprodutivas, como sendo aquelas com DAP abaixo de 45cm, o
que corrobora com as classes apresentadas neste trabalho. Geralmente, as jaqueiras
plantadas a partir de sementes, como no caso de comunidades espontâneas,
começam a frutificar (maturidade reprodutiva) aos cinco anos de idade e aos 12 anos
começam sua produção comercial. Produz mais de 100 frutos ao ano com até 500
sementes por fruto (Gomes, 2007). A classe de menor distribuição de frutos, a classe
4, possuí apenas 6,67% dos frutos analisados, em que observou-se frutos de só um
tipo de jaca, a do tipo “ mole”. Esses resultados sugerem que a classe 3, com DAP
entre 1,5 a 4,5 metros, foi a que mais se destacou dentre as outras classes, pois foi
onde ocorreu a maior variabilidade dos tipos de frutos encontrados e maior frequência
de indivíduos na comunidade florestal avaliada. Além disso, o conhecimento popular
da região Sul da Bahia sugere que a jaca do tipo “mole” é a mais comumente
encontrada (comunicação pessoal). Diferentes classes de tamanho podem compor
uma população estável, e a proporção entre tais classes pode-se variar de acordo
com os fatores bióticos e abióticos que seus indivíduos, ou seus ancestrais,
experimentaram historicamente (Abreu et al., 2005).
14
Tabela 4. Porcentagem de distribuição de frequência dos frutos em relação às classes
DAP e tipos da jaca.

Classes DAPns
Tipo da Jaca
1 2 3 4 Total
Manteiga 0 0 3 (6,67%) 0 3 (6,67%)
Dura 0 3(6,67%) 12 (26,67%) 0 15 (33,33%)
Mole 0 3(6,67%) 21(46,67%) 3(6,67%) 27 (60,00%)
Total 0 6 (13,33%) 36 (80,00%) 3(6,67%) 100,00
Classe 1: Teste exato de Fisher

Foram analisados 42 frutos dessa comunidade florestal de jaqueira, em sua


maior parte maduros, como descrito na metodologia. Levou-se em consideração o
peso, comprimento, diâmetro, número de sementes, espessura da casca, peso fresco
e peso seco da casca e da polpa. As médias e desvio-padrão obtidas para estas
características estão apresentadas na Tabela 5. Segundo Lordêlo (2001), o fruto da
jaca é constituído por uma polpa que constitui em média 31,49% do seu peso, possui
cerca 10,50% do peso da semente, a casca e a pevide juntas constituem cerca de
49,27% e o bagunço (eixo floral) 8,74%. Entre as amostras analisadas, distribuídas
entre 17 indivíduos, a maior média observada foi no número de sementes e a menor
no peso seco da casca. Tendo a maior variação no número de sementes, e a menor
variação para o comprimento e diâmetro do fruto. Ou seja, apesar de os tamanhos
dos frutos ter pouca variação, o número de sementes difere de um fruto para outro.
As frutas com alto teor de glicídios, como a jaca, são altamente higroscópicas. Esta
característica se deve ao estado amorfo de seus açúcares que retém grandes
quantidades de água (Canuto et al, 2014). Essa característica foi observada neste
estudo, tendo a casca perdido em média 74% de água de seu peso total após
processo de secagem. Sugere-se que a casca e polpa possuem alta taxa de umidade
que pode ser observada de acordo com sua percentagem, pois considera-se que sua
matéria seca possui pequena relação no percentual total presente na casca e polpa.
Logo, o estudo constata sua alta correlação com umidade (Gomes, 2007)

Na análise descritiva realizada para as diferentes variáveis, observou-se que


os coeficientes de variação (CV), variaram de 13,52 a 46,79% (Tabela 5). Essa grande
variação pode ser devido ao fato de que neste estudo utilizaram-se jaqueiras oriundas
de comunidade espontânea não havendo uniformidade genética. As medidas que

15
apresentaram os maiores CV foram: peso do fruto (46,79%), peso seco da casca
(24,66%), número de sementes (24,56%) e comprimento do fruto (21,03%). Para Peso
do Fruto observou-se que a média (5,78±0,43) e a dispersão relativa (CV=46,79%)
foram elevadas porque o fruto da jaqueira, é na realidade uma infrutescência formada
pelo agregado dos ovários de centenas de flores femininas, cada uma delas contendo
uma semente (Chaves 1967), por serem polinizados aleatoriamente,
consequentemente o número de sementes difere entre os frutos. Os CV´s observados
(Tabela 5) indicam grau de variação fenotípica entre os indivíduos coletados e a
existência de variabilidade genética para as características estudadas, passíveis de
melhoria a partir de programas de melhoramento genético intra-populacional.

Tabela 5. Estatística descritiva dos parâmetros analisados para as 17 jaqueiras


Variável N Média DP EP Valor máximo Valor Mínimo CV (%)
Peso Fruto 40 5,78 2,70 0,43 14,10 2,90 46,79
Comp. Fruto 42 0,46 0,10 0,01 0,66 0,30 21,03
Diamt. Fruto 42 0,65 0,11 0,02 0,88 0,43 16,45
N° Sementes 42 23,71 5,82 0,90 38,00 15,00 24,56
Peso fresco da casca* 42 1,64 0,22 0,03 2,34 1,19 13,52
Peso seco da casca* 42 0,41 0,10 0,02 0,68 0,13 24,66
Espessura Casca 42 1,31 0,2555 0,0394 2,00 0,50 19,51
*peso de 1cm2 da casca; CV: Coeficiente de variação (%); DP: Desvio-Padrão; EP: Erro-padrão.

5.2 Influência sobre Características dos frutos


Para avaliar a influência das árvores sobre características dos frutos somente
foram consideradas as árvores com três observações, portanto das 17 jaqueiras,
foram avaliadas 12. Na Tabela 6 estão demonstrados os valores das médias obtidas
para cada árvore, ressaltando as variáveis que foram significativas estatisticamente.
Para a maioria das características estudadas observou-se diferenças significativas
(P<0,05) entre os indivíduos exceto para comprimento do fruto. Portanto, as variáveis
peso e diâmetro do fruto, número de sementes (em área de 10x15cm), peso seco da
casca e a espessura da casca diferem de acordo com o indivíduo estudado dentro da
comunidade florestal. Percebeu-se que para o parâmetro peso do fruto, a árvore 1
(pertencente a classe 3) diferiu de todas demais e apresentou os frutos mais pesados
(10.60±2.36). A menor média para este parâmetro foi na árvore 10 (classe 3), que
possuí frutos mais leves (2.93±0.05). As árvores que obtiveram os frutos mais leves e
diferentes das demais foram: árvores 10, 3 e 17 respectivamente.

16
Para o parâmetro diâmetro do fruto, as árvores 1, 2 e 16 obtiveram os maiores
diâmetros de frutos e foram diferentes de todas as demais árvores. A árvore 1 (classe
3) tem os frutos de maior diâmetro (0.78±0.09ᵃ) e a árvore 3 (classe 3) tem frutos de
menor diâmetro (0.50±0.06).
Para o número de sementes em 10x15 cm de casca dos frutos, observou-se
a maior média para frutos da árvore 15 (classe 3) com a quantidade de 31.66±2.51
sementes. As árvores 13 (18.33±4.16) e 3 (18.00±2.64) (classe 3) apresentaram as
menores quantidades de sementes em relação as demais. O peso seco da casca teve
a maior média (0.52±0.27) na árvore 17 (classe 3) constatando que possui a casca
com maior massa após a separação da umidade. A menor média para este mesmo
parâmetro, foi obtida na arvore 2 (classe 3) que possui casca com a menor massa
(0.25±0.11).
Para a variável espessura de casca, observou-se a formação de um grupo
com as árvores 16, 5, 13, 1, 15, 10, 3 e 6 que obtiveram as maiores médias,
respectivamente, e essas foram diferentes estatisticamente da demais. A árvore 16
(classe 3) possui a maior espessura de casca (1.60±0.34) e a árvore 17 a menor
(0.73±0.25).

17
Tabela 6. Média das características de jaqueiras de uma comunidade espontânea do
município de Teixeira de Freitas, Ba, comparadas pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade (P<0,05)

Árvore***/V Comp. N° Peso Fresco da Peso seco da Esp.


Peso Fruto* Diamt. Fruto*
ariável Fruto SementesŦ* casca** casca* Casca*

1 (Clas. 3) 10.60±2.36ᵃ 0.56±0.06 0.78±0.09ᵃ 20.33±3.21ᵃᵇ 1.84±0.31 0.37±0.03ᵃᵇ 1.40±0ᵃ

4.96±0.37ᵃᵇ 0.60±0.07 0.77±0.05ᵃ 26.66±3.21ᵃᵇ 1.75±0.04 0.25±0.11ᵇ 1.16±0.05ᵃᵇ


2 (Clas. 3)

3.40±0.62ᵇ 0.39±0.02 0.50±0.06ᵇ 18.00±2.64ᵇ 1.48±0.09 0.32±0.09ᵃᵇ 1.33±0.11ᵃ


3 (Clas. 3)

6.16±1.38ᵃᵇ 0.55±0.12 0.56±0.07ᵃᵇ 26.33±4.93ᵃᵇ 1.73±0.18 0.43±0.04ᵃᵇ 1.50±0.20


5 (Clas. 2)

6.50±0.52ᵃᵇ 0.49±0.03 0.69±0.01ᵃᵇ 20.33±2.08ᵃᵇ 1.67±0.19 0.46±0.04ᵃᵇ 1.33±0.04ᵃᵇ


6 (Clas. 3)

4.66±0.65ᵃᵇ 0.43±0.08 0.58±0.07ᵃᵇ 19.00±1.00ᵃᵇ 1.59±0.10 0.41±0.02ᵃᵇ 1.30±0.10ᵃᵇ


7 (Clas. 2)

5.30±0.60ᵃᵇ 0.47±0.09 0.64±0.07ᵃᵇ 23.00±2.64ᵃᵇ 1.69±0.09 0.44±0.03ᵃᵇ 1.23±0.05ᵃ


8 (Clas. 3)

2.93±0.05ᵇ 0.36±0.04 0.56±0.02ᵃᵇ 21.00±2.64ᵃᵇ 1.41±0.09 0.42±0.05ᵃᵇ 1.33±0.05ᵃ


10 (Clas. 3)

6.50±0.70ᵃᵇ 0.41±0.09 0.64±0.13ᵃᵇ 18.33±4.16ᵃᵇ 1.49±0.10 0.43±0.04ᵃᵇ 1.50±0.45ᵃ


13 (Clas. 3)

5.96±1.61ᵃᵇ 0.43±0.10 0.68±0.08ᵃᵇ 31.66±2.51ᵃ 1.58±0.11 0.43±0.11ᵃᵇ 1.33±0.05ᵃ


15 (Clas. 3)

7.66±5.65ᵃᵇ 0.52±0.09 0.75±0.11ᵃ 26.66±10.01ᵃᵇ 1.91±0.40 0.36±0.03ᵃᵇ 1.60±0.34ᵃ


16 (Clas. 3)

4.00±0.79ᵇ 0.41±0.03 0.64±0.04ᵃᵇ 26.66±5.85ᵃᵇ 1.63±0.17 0.52±0.27ᵃ 0.73±0.25ᵇ


17 (Clas. 3)

Valores médios dos parâmetros analisados para cada indivíduo da comunidade florestal estudada (N=3). *Médias seguidas de
mesma letra, na coluna, não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
** Peso médio de 1cm2 da casca
***Indivíduos sem N representativo foram excluídos da análise de separação médias (4,9,11,12,14)
Ŧ número de sementes em área de 10x15cm de casca.

Constata-se que a árvore 1 possui maiores resultados no peso e no diâmetro


dos frutos, assim como para espessura da casca. A árvore 3 obteve os menores
resultados para diâmetro do fruto e número de sementes. Já a arvore 17 notou-se a
maior massa da casca seca e a menor espessura da casca fresca. Percebeu-se que
a classe 3 possui a maior variabilidade de frutos, pois as médias significativas se
concentram nesta classe. Percebe-se nos parâmetros observados os valores
salientes se concentraram nos indivíduos da classe 3 (1,5-4,5m), o que indica que o
diâmetro (DAP) da árvore não influencia na qualidade dos frutos, já que possui maior
variação nos valores médios. Porém o resultado encontrado pode ser tendencioso por
se tratar de uma comunidade florestal espontânea de jaqueiras e pelo fato de a classe
3 ser a mais comumente encontrada nesta comunidade.
A literatura não possui trabalhos específicos sobre os parâmetros usados nesta
pesquisa, que pudessem ser comparados aos resultados aqui apresentados.
18
Em geral, a árvore 11 apresentou uma anomalia no crescimento e
amadurecimento dos frutos chegando a abortar os frutos. As demais plantas
produziam normalmente e observou-se também que as arvores de classe 2 e 3 por
serem mais jovens do que arvores da classe 4 tinha ritmo maior na produção de frutos.
Observações de campo realizadas no PARNA Tijuca, mostraram que a espécie não
exibe sincronismo em relação ao período de frutificação, isto é, indivíduos distintos,
ainda que vizinhos, frutificam em diferentes períodos do ano (Abreu et al., 2005). Isso
pode explicar a variação dos parâmetros dos frutos de árvores pertencentes à mesma
classe DAP. Como descrito na metodologia, as coletas para este estudo ocorreram
em um longo período (jan. 2017 – maio 2018), justamente devido ao não sincronismo
na frutificação das árvores da comunidade florestal estudada. As condições climáticas
para os períodos em que os frutos foram coletados foi de clima quente (verão),
contando que se leva em média 200 dias para amadurecer observa-se que para os
frutos ficarem maduro passa-se por um curto período de chuva e logo após o período
de clima quente quando se tem o clima favorável para os frutos amadurecerem
(Oliveira, 2009). Observou-se que o não sincronismo da comunidade florestal de
jaqueiras pode ser influenciado pelo clima e por isso o impacto em relação ao clima
em cada indivíduo possa ser diferente. Logo os indivíduos não estavam no mesmo
período de infrutescência e isso pode ter contribuído com a variação dos frutos da
mesma classe. Observou-se que árvore 1 possui maiores resultados no peso e no
diâmetro dos frutos quando seus frutos foram coletados no mês de janeiro de 2018. A
arvore 3 teve os menores resultados para diâmetro do fruto e número de sementes
sendo que eles foram coletados no mês de março de 2018. Já a arvore 17 notou-se a
maior massa da casca seca e a menor espessura da casca fresca que também foram
coletadas em março de 2018.

5.2.1 Teor de água da polpa e da casca


Após desidratação das amostras, foram realizados cálculo de porcentagem
de umidade e rendimento para a casca e polpa dos frutos das jaqueiras da
comunidade florestal estudada, os resultados estão apresentados na Tabela 7. Em
média, a umidade compõe 75,12% do peso da casca, enquanto que 74,26% das 50
gramas de polpa, correspondem à base úmida. O rendimento de matéria seca da
casca corresponde à 24,87% e da polpa 25.73%. O rendimento da Casca foi a variável
com maior dispersão relativa (24,07%). Somente amostras que atendiam os critérios
de normalidade foram submetidos às análises, totalizando 36 frutos.
19
Tabela 7. Valores das médias totais de umidade e rendimento da casca e da polpa.
Valores para Umidade e rendimento de matéria seca apresentados em porcentagem.
Variável N Média % /Desv.Pad. CV(%)
Umidade da Casca 36 75,12±5,98 7,97
Rendimento da Casca 36 24,87±5,98 24,07
Umidade da Polpa 36 74,26±2,54 3,43
Rendimento da Polpa 36 25,73±2,54 9,89

Quando observados os valores de porcentagem de umidade da casca dos


frutos das diferentes árvores da comunidade florestal (Tabela 8), os resultados para
este parâmetro apresentaram diferença significativa entre as árvores analisadas, em
que a árvore 2 (classe DAP 3) apresentou fruto com maior porcentagem de umidade
na casca (85,68) e as árvores 17, 10, 13, 6 e 15 (classe DAP 3) apresentaram frutos
com menores porcentagens de umidade na casca. Em contrapartida, não houve
diferença significativa entre as árvores quando analisadas as porcentagens de
umidade da polpa. Porém, pode-se observar que a árvore 16 (classe DAP 3) teve o
valor de umidade mais baixo para polpa (70,73 %). Já o maior valor de umidade da
polpa (76,74 %) foi detectado para frutos da árvore 3 (classe DAP 3). Já que em 100
gramas de polpa de jaca encontram-se: 84% de água (Gomes, 2007)

Tabela 8. Valores das médias de porcentagem de umidade da Casca e da Polpa de


frutos de diferentes árvores.
Árvore Tipo Umidade Casca* Umidade Polpa
Manteig
1 75.45
a 79,06ᵃᵇ
2 Dura 85,68ᵃ 76.20
3 Mole 78,54ᵃᵇ 76.74
5 Dura 74,59ᵃᵇ 72.97
6 Dura 71,86ᵇ 72.38
7 Mole 74,51ᵃᵇ 73.52
8 Mole 73,81ᵃᵇ 75.85
10 Dura 70,28ᵇ 75.86
13 Mole 71,25ᵇ 72.45
15 Mole 72,58ᵇ 73.87
16 Dura 80,48ᵃᵇ 70.72
17 Mole 68,80ᵇ 74.60
*Nível de significância a 0,05%

Na Tabela 9, os rendimentos de matéria seca da casca e polpa estão


apresentados. Verificou-se que o rendimento da casca apresentou diferenças
20
significativas (P<0,05) em relação as 12 jaqueiras. Observaram-se os maiores valores
de porcentagem de rendimento de matéria seca da casca dos frutos das árvores 17
(classe DAP 3) 17, 10, 13, 6 e 15, respectivamente, que possui fruto com maior
porcentagem de rendimento (31,20). Resultados similares foram encontrados para a
variável porcentagem de umidade na casca já que o rendimento deriva da umidade.
A árvore 2 (Classe DAP 3), da qual os frutos possuem a casca com a menor
porcentagem de rendimento (14,32). Porém, não houve diferenças significativas entre
as árvores quanto a variável porcentagem de rendimento da polpa. Porém, a polpa do
fruto da árvore 3 (classe DAP 3) teve o menor valor de rendimento (23.258%). Já o
maior valor para rendimento da polpa foi para frutos da árvore 16 (29.272%) (classe
DAP 3).

Tabela 9. Valores das médias de rendimento Casca e Polpa


Árvore Tipo Rendimento Casca* Rendimento Polpa
1 Manteiga 20,935ᵃᵇ 24.547
2 Dura 14,316ᵇ 23.800
3 Mole 21,453ᵃᵇ 23.258
5 Dura 25,404ᵃᵇ 27.030
6 Dura 28,136ᵃ 27.615
7 Mole 25,485ᵃᵇ 26.480
8 Mole 26,186ᵃᵇ 24.142
10 Dura 29.719ᵃ 24.652
13 Mole 28.746ᵃ 27.548
15 Mole 27.418ᵃ 26.121
16 Dura 19.517ᵃᵇ 29.272
17 Mole 31.195ᵃ 25.398
*Nível de significância a 0,05%

Os coeficientes de correlação de Pearson entre as características


mensuradas foram, em sua maioria, correlações fracas a moderadas, positivas e
significativas (Tabela 10). O peso do fruto obteve correlação com o comprimento do
fruto (0,64), diâmetro do fruto (0,71), peso fresco da casca (0,59) e polpa seca (0,42).
Ou seja, o peso do fruto é influenciado diretamente pelo comprimento e diâmetro do
fruto. Esses três fatores também têm alta correlação com o peso fresco da casca
(0,59043). Pois a casca fresca além de estar presente em grande parte do fruto possui
alta umidade (76.36 %). Ou seja, a presença de água na casca influência no peso do
fruto de acordo com tamanho do diâmetro e comprimento do mesmo. Houve também
correlação entre o peso seco da polpa com o peso do fruto, porém menor (0,41). A

21
influência no peso se dá por conta de sua massa, pois a massa da polpa forma-se em
torno da semente, o número de sementes varia dentro do fruto, logo a quantidade de
polpa também varia, influenciando no peso do fruto. Então, a polpa contribui com peso
do fruto, mas não é tão importante quanto os demais fatores, por isso a correlação
baixa.
O comprimento do fruto possui alta correlação com o diâmetro do fruto (0,64),
quanto maior o comprimento, maior o diâmetro. O número de sementes, peso seco
da casca, polpa fresca e espessura da casca não apresentaram correlações com o
peso do fruto e com nenhum outro parâmetro estudado. O Peso fresco da casca
possui correlação com a polpa seca (0,44) e esta por sua vez, com a espessura da
casca (0,34). Por serem polinizados aleatoriamente, o número de sementes difere
entre os frutos. As frutas com alto teor de glicídios, como a jaca, são altamente
higroscópicas. Esta característica se deve ao estado amorfo de seus açúcares que
retém grandes quantidades de água (Canuto et al, 2014). Por isso a casca e a polpa
possuem grande percentagem de umidade e pôr a jaca ser altamente úmida a polpa
e a casca possuem grande correlação. O parâmetro espessura da casca não
apresenta correlação com o restante dos parâmetros. Porém a análise de umidade
mostrou que 76% do peso da casca é umidade, e, portanto, influencia
significativamente a espessura da casca, sendo assim indiretamente a espessura da
casca possui correlação com os demais fatores com os quais, a umidade e massa
seca da casca se relacionam, isso é demonstrado pela correlação baixa ou negativa
deste parâmetro com os demais. A água é essencial como reagente ou substrato de
importantes processos como a fotossíntese e hidrólise do amido a açúcar em
sementes germinando (Kerbauy, 2004).

22
Tabela 10 - Coeficientes de correlação linear de Pearson para as características
avaliadas
Peso
Peso Comp. Diamt. N° Peso seco Polpa Polpa
fresco da Esp. Casca
Fruto Fruto Fruto Semente da casca Fresca Seca
casca

Peso Fruto 1 0,64 0,71 0,24 0,60 0,10 -0,23 0,42 0,28

Comp. Fruto 1 0,64 0,22 0,50 -0,26 0,06 0,07 -0,03

Diamt. Fruto 1 0,31 0,53 -0,09 -0,16 0,20 -0,07

N° Sementes 1 0,10 0,04 0,11 0,15 0,07

Peso fresco da
1 0,03 -0,09 0,44 0,10
casca

Peso seco da
1 0,115 0,22 -0,08
casca

Polpa Fresca 1 0,10 0,20

Polpa Seca 1 0,34

Esp. Casca 1

Em negrito P<0.05

5.3 Influência sobre as características da Madeira


As características das análises da madeira e do caule dos indivíduos da
comunidade florestal de jaqueiras estudados são apresentadas na tabela 11.
Observou-se que as características avaliadas não apresentam grandes divergências
entre si, pois os indivíduos desta comunidade florestal em sua grande maioria
apresentaram características muito semelhantes.
De acordo com as características analisadas, destaca-se a cor da madeira
sendo amarela clara na maioria dos indivíduos. Somente a árvore 4 apresentou
diferença de cor, amarela clara esverdeada, pertence à classe DAP 1 (0,5 – 1,5
metros) e, portanto, um indivíduo jovem que apresentava madeira com aspecto mais
úmido (molhada) e esverdeada que os demais indivíduos. Observou-se que as
árvores de maior DAP apresentavam madeira com aspecto mais seco, sobretudo na
árvore 14, classificada na classe DAP 4 (>4,5 metros).
Para o parâmetro Grã, todos os indivíduos apresentaram as mesmas
características, Grã reta, textura fina. A figura (aspectos de diferença de cor provocada
pelos anéis ou camadas de crescimento (Pereira, 2013)) não possuía diferença de cor
provocada pelos anéis, os quais eram pouco distintos. O brilho é fosco, o cheiro pouco
23
distinto e gosto indistinto, para todas as árvores. Na tabela 11 pode-se observar as
imagens dos cortes realizados para esta análise.
Ao ser cortado, observou-se, que o tronco produzia muito látex sem distinção
entre os indivíduos (Figura Látex). A planta da Jaca possui tronco cilíndrico e muito
ramificado com córtex com canais de látex resinoso. A Jaca-mole contém menos látex
(látex este que existe em toda planta: casca do caule, folhas e frutos) (Almeida, 2016;
Oliveira et al. 2009). Conforme os resultados de distribuição mostraram, a maioria dos
indivíduos desta comunidade florestal é do tipo mole, isso pode ter influenciado na
não distinção da quantidade de látex entre os indivíduos.
Em grande parte dos indivíduos observou-se que as cascas do tronco
apresentavam sinais de desgaste e descascamento. As árvores 2, 4, 5 apresentaram
a casca com o aspecto menos desgastado e mais lisa.

Tabela 11. Características da madeira dos indivíduos da comunidade florestal.


Árvore 1
Classe DAP 3 (4,00)
Cor: Amarela clara
Grã: Reta
Textura: Fina
Figura: Poucos distintos
Brilho: Fosco
Cheiro: Pouco distinto
Gosto: Gosto indistinto

Árvore 2
Classe DAP 3 (1,55)
Cor: Amarela clara
Grã: Reta
Textura: Fina
Figura: Poucos distintos
Brilho: Fosco
Cheiro: Pouco distinto
Gosto: Gosto indistint

24
Árvore 3
Classe DAP 3 (1,53)
Cor: Amarela clara
Grã: Reta
Textura: Fina
Figura: Poucos distintos
Brilho: Fosco
Cheiro: Pouco distinto
Gosto: Gosto indistinto
Árvore 4 (0,45)
Classe DAP 1
Cor: Amarela clara esverdeado
Grã: Reta
Textura: Fina
Figura: Poucos distintos
Brilho: Fosco
Cheiro: Pouco distinto
Gosto: Gosto indistinto

Árvore 5 (1,38)
Classe DAP 2
Cor: Amarela clara
Grã: Reta
Textura: Fina
Figura: Poucos distintos
Brilho: Fosco
Cheiro: Pouco distinto
Gosto: Gosto indistinto

25
Árvore 6 (2,37)
Classe DAP 3
Cor: Amarela clara
Grã: Reta
Textura: Fina
Figura: Poucos distintos
Brilho: Fosco
Cheiro: Pouco distinto
Gosto: Gosto indistinto
Árvore 7 (1,31)
Classe DAP 2
Cor: Amarela clara
Grã: Reta
Textura: Fina
Figura: Poucos distintos
Brilho: Fosco
Cheiro: Pouco distinto
Gosto: Gosto indistinto
Árvore 8 (1,79)
Classe DAP 3
Cor: Amarela clara
Grã: Reta
Textura: Fina
Figura: Poucos distintos
Brilho: Fosco
Cheiro: Pouco distinto
Gosto: Gosto indistinto

26
Árvore 9 (2,71)
Classe DAP 3
Cor: Amarela clara
Grã: Reta
Textura: Fina
Figura: Poucos distintos
Brilho: Fosco
Cheiro: Pouco distinto
Gosto: Gosto indistinto

Árvore 10
Classe DAP 3 (2,85)
Cor: Amarela clara
Grã: Reta
Textura: Fina
Figura: Poucos distintos
Brilho: Fosco
Cheiro: Pouco distinto
Gosto: Gosto indistinto

Árvore 11
Classe DAP 3 (3,47)
Cor: Amarela clara
Grã: Reta
Textura: Fina
Figura: Poucos distintos
Brilho: Fosco
Cheiro: Pouco distinto
Gosto: Gosto indistinto

27
Árvore 12
Classe DAP 3 (3,57)
Cor: Amarela clara
Grã: Reta
Textura: Fina
Figura: Poucos distintos
Brilho: Fosco
Cheiro: Pouco distinto
Gosto: Gosto indistinto
Árvore 13
Classe DAP 3 (2,17)
Cor: Amarela clara
Grã: Reta
Textura: Fina
Figura: Poucos distintos
Brilho: Fosco
Cheiro: Pouco distinto
Gosto: Gosto indistinto
Árvore 14
Classe DAP 4 (7,96)
Cor: Amarela clara
Grã: Reta
Textura: Fina
Figura: Poucos distintos
Brilho: Fosco
Cheiro: Pouco distinto
Gosto: Gosto indistinto

28
Árvore 15
Classe DAP 3 (3,32)
Cor: Amarela clara
Grã: Reta
Textura: Fina
Figura: Poucos distintos
Brilho: Fosco
Cheiro: Pouco distinto
Gosto: Gosto indistinto
Árvore 16
Classe DAP 3 (2,31)
Cor: Amarela clara
Grã: Reta
Textura: Fina
Figura: Poucos distintos
Brilho: Fosco
Cheiro: Pouco distinto
Gosto: Gosto indistinto
Árvore 17
Classe DAP 3 (2,36)
Cor: Amarela clara
Grã: Reta
Textura: Fina
Figura: Poucos distintos
Brilho: Fosco
Cheiro: Pouco distinto
Gosto: Gosto indistinto

29
Figura 7- Látex produzido por jaqueira

A madeira, de cor amarela clara, apresenta alta resistência (Fonseca ,2010).


As propriedades físicas da madeira sólida são uns dos principais parâmetros de
utilização para expressar sua qualidade final e seu comportamento nos processos
tecnológicos e industriais (Muller, 2014). A madeira é branca–amarelada, mas
escurece quando exposta ao ar, tornando-se semelhante à do mogno. É uma das
principais madeiras para construção mista por ser uma das raras que não produzem
oxidação em contato com metais. (Gomes, 2017). Neste trabalho a cor da madeira
analisada com aspectos mais secos foi encontrada nas árvores de classe 3 e 4 (1,5–
4,5) e (>4,5), respectivamente. Sugere-se que o corte das jaqueiras para a utilização
comercial da madeira seria ideal nas arvores mais velhas, pois estas já possuem
madeira mais secas (com menos umidade), facilitando assim o corte e processamento
do material. Com relação à facilidade da madeira ao corte aquelas que se apresentam
livres de nós e com grã reta devem ser preferidas. Usualmente, madeira secas e
madeira de folhosas são rachadas mais facilmente do que madeira verde (Brito et al,
1979).
Abreu et al., 2005 ressalta a importância dos estudos sobre as populações e
comunidades florestais de locais invadidos e/ou de locais onde as comunidades
originais estejam preservadas ou em degradação. Para estes autores, os estudos
ecológicos acerca das espécies exóticas alvo e do ecossistema em questão são
fundamentais para a escolha correta dos métodos de manejo da exótica invasora,
alerta ainda para cautela ao efetuar manejo de A. heteroplhyllus, pois esta espécie
está geralmente associada a espécies da fauna local, além da composição florística
do entorno. Neste contexto, os resultados deste trabalho fornecem subsídios a serem
30
inseridos na elaboração de programas para o manejo da espécie exótica A.
heterophyllus. Pois os resultados demonstram distinções nas proporções entre
número de indivíduos e DAP, e entre indivíduos de DAP menor e DAP maior em uma
mesma comunidade florestal. Fatores quanto ao tamanho e a qualidade dos
indivíduos manejados devem ser levados em conta, ao decidir manejar determinada
área.
O processamento das polpas depende basicamente do tipo da fruta
processada, com presença de casca, caroço ou sementes e bagaço, este gera
resíduos. A Jaca faz parte destas frutas, a polpa, parte geralmente usado para
consumo e processamento, representa cerca de 30% da composição total do fruto os
restantes 70% (Oliveira, 2009; Saxena et al. 2009; Ong et al., 2006), são descartados
gerando resíduo. A jaca é matéria prima para subprodutos de importância econômica
que atrai estudos para a avaliação de jaca minimamente processada, cuja
comercialização possibilitaria a utilização em diferentes segmentos alimentares
(Godoy et al., 2010, Silva et al. 2007), e, portanto, o desperdício de resíduos é um
problema (Pirozzi, 2007).
Vários exemplos de reaproveitamento de resíduos podem ser citados, dentre
eles destacam-se o uso do bagaço da cana de açúcar que serve para a alimentação
animal e para geração de energia. Outro tipo de reaproveitamento é a produção de
óleo a partir do germe de milho, resíduo do processamento do amido do milho, o
mesmo acontece para resíduos das cadeias de processamento de mandioca,
maracujá e abacaxi, destes processos as cascas geram maior volume de resíduo e
maior potencialidades de uso, tanto da biomassa, quanto de moléculas e compostas
extraídos para servirem como matéria prima de outros processos (Moreira et al., 2002)
O mal manejo do A. Heterophyllus pode-se influenciar no desperdício de resíduos pois
a falta de informação acerca da exploração econômica incontrolada dos plantios
espontâneos acarreta na predação ineficiente de todos os recursos da cultura e o
conhecimento da qualidade dos recursos oferecidos pela espécie é de importância
para o consumo, manutenção agronômica, sua forma de propagação e uso (Lima et
al., 2009).
Sugere-se que a madeira da A. Heterophyllus é de grande valor comercial e
econômico, pois com o bom manejo a sua utilização seria otimizada. A erradicação
das exóticas inseridas no âmbito deste PARNA, somente deve ser feita após o
conhecimento populacional detalhado destas espécies e do habitat, para que não haja
um comprometimento de outras espécies da fauna ou flora que já podem estar
31
associadas às exóticas e até mesmo para que as técnicas corretas de remoção sejam
aplicadas. (Abreu et al., 2005).
Sugere-se também que os frutos do tipo mole são melhores para o consumo
humano, pois é o preferível para uso de subprodutos, sobremesas e consumo in
natura, pois possui alta taxa de umidade, ou seja, agua facilitando o uso para diversos
segmentos e para o consumo animal os frutos do tipo dura pois são os frutos que
possui os maiores percentuais de matéria seca na polpa e casca (Basso, 2017).
As arvores de maior DAP como a árvore 14, 1, 12, 11 e15 apresentam
melhores condições por serem mais velhas, logo a madeira estará mais seca e viável
para o processamento de uso comercial (Bellote et al, 1980).

32
6. CONCLUSÕES

Conclui-se que existe variabilidade entre a DAP dos indivíduos da


comunidade florestal analisada, porém as classes não possuem influência na
qualidade de seus frutos. O peso do fruto, polpa do fruto e casca do fruto possuem
forte correlação com a alta taxa de umidade presente nessas estruturas. O uso da
madeira de árvores com DAP maiores é recomendada nas arvores mais velhas, pois
estas já possuem madeira mais secas e apresentaram características mais viáveis ao
processamento do material e utilização comercial.
Conclui-se também que o estudo é importante para o bom manejo das
jaqueiras, pois obtém-se informações uteis para o planejamento do uso de seus frutos
e de sua madeira de acordo com as classes.
Testes de viabilidade de sementes e fenologia não foram concluídos,
devido ao tempo e amostras disponíveis. Mas considera-se tais informações
importantes para compreensão mais ampla da influência da idade da planta e na
qualidade das sementes, e sugere-se estudos a esse respeito.

33
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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