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MANUAL DE OPERAÇÃO E

CONSERVAÇÃO DE RELÓGIOS
MECÂNICOS

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Manual de Operação e Conservação
de Relógios Mecânicos

Manual de Operação e Conservação de Relógios


Primeira versão: 07 de abril de 2002

Márcio Saconi
F: (011) 95540-6070
marcio.saconi@gmail.com
saconirelojoeiro.com.br
facebook.com/saconirelojoaria

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Manual de Operação e Conservação
de Relógios Mecânicos

SUMÁRIO
Meu intuito com este manual ................................................................................................... 3
Instalando Seu Cuco ...................................................................................................................... 3
Manutenção....................................................................................................................................... 5
Nivelamento................................................................................................................................ 5
Como acertar a hora do seu relógio ................................................................................ 6
Ajuste de precisão .................................................................................................................... 6
Lubrificação da máquina ....................................................................................................10
Cuidados com a caixa ...........................................................................................................10
Dicas & Advertências ..................................................................................................................12
Apêndices .........................................................................................................................................13
História do Cuco......................................................................................................................13
Big Ben é o sino, e não o relógio......................................................................................15
A Lenda do Relógio Cuco ....................................................................................................16
Por que IIII e não IV nos mostradores clássicos? ...................................................18
Hipótese 1 ............................................................................................................................18
Hipótese 2 ............................................................................................................................18
Hipótese 3 ............................................................................................................................19
Batida clássica Westiminster de um relógio à corda. ...........................................20
O que signficam as letras “r” e “a” em alguns pêndulos?.....................................23
Mitologia .....................................................................................................................................28
Cronos e Kairós .................................................................................................................28
Certificado de garantia dos serviços realizados ............................................................33

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de Relógios Mecânicos

MEU INTUITO COM ESTE MANUAL

• Ajudá-lo a cuidar bem desse equipamento,


• Mostrar que é simples cuidar, ajustar e limpar seu relógio,
• Mostrar que tudo isso pode ser muito prazeroso.

INSTALANDO SEU CUCO


Por mais que seja simples, é bom instruir para que não danifique o seu relógio cuco.
Então vamos lá:

1. Pendure o relógio de preferência num parafuso com bucha, já que o relógio


cuco funciona por corda a peso e dessa forma, depois de instalado, pode ficar
bastante pesado. Uma bucha 6mm com parafuso inserido ao menos 15mm já é
o bastante.

2. Corte a linha que segura o suporte do pêndulo e retire-a completamente.

3. Desenrole as correntes.

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4. Pendure o pêndulo no suporte correspondente.

5. Pendure os pesos das cordas. Se o relógio cantar, não se preocupe.

6. Fixe o frontão no telhado do relógio e trave-o dos dois lados como nas fotos.
Repare que os olhais devem estar encaixados nos rasgos do telhado.

7. Inicie o movimento do relógio dando um leve toque no pêndulo. Espere ouvir o


famoso Tic...Tac. Veja capítulo sobre nivelamento para mais detalhes.

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8. Ajuste as horas movimentando o ponteiro de minutos no sentido horário,


parando nas horas cheias e nas meias-horas para que o cuco cante. Se o canto
e as horas marcadas não estão coincidindo, você deve tomar uma ação que
depende do modelo do seu relógio:
a. Se ele tiver uma corrente menor na parte de baixo, vá puxando essa
corrente até coincidir canto e horário OU,
b. Se seu relógio não tiver essa corrente, coloque o ponteiro dos
minutos em 12 horas e gire o ponteiro das horas até coincidir com o
canto do cuco. Faça isso com cuidado e lentamente.

Pronto, seu cuco está instalado.

MANUTENÇÃO

NIVELAMENTO

Normalmente se diz que a melhor maneira de nivelar um relógio é utilizar um


nível de bolha.

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Isso não é necessário, mesmo porque, o que precisa ficar nivelado é a máquina
e nem sempre a caixa do relógio está no mesmo nível da máquina.
Ajustar o nivelamento é mais simples do que parece. Todo relógio mecânico faz
o famoso Tic-Tac. O relógio estará nivelado quando o tempo entre os sons for o mesmo,
ou seja:

Tic.......Tac..Tic.......Tac..Tic....... ou
Fora de nível
Tic...Tac.........Tic...Tac.........Tic...
Nivelado Tic...Tac...Tic...Tac...Tic...Tac...

Para nivelar, basta inclinar a caixa do relógio para um lado ou para o outro de
maneira a obter o mesmo tempo entre os sons.
Caso a inclinação da caixa fique a ponto de estragar a estética do relógio, é
necessário ajustar o nivelamento da máquina e isso deve ser feito somente por pessoal
especializado. No caso de relógios de mesa, o nivelamento é mais crítico. Normalmente
as pessoas fazem é calçar um lado da caixa do relógio. Isso não é necessário e pode ser
corrigido. Entre em contato comigo se este for o seu caso.

COMO ACERTAR A HORA DO SEU RELÓGIO

Ponteiro de minutos (grande): gire o ponteiro no SENTIDO HORÁRIO, parando


nas posições de batidas de hora, quartos e meia hora e espere que o relógio termine de
tocar.
Ponteiro de hora (pequeno): Normalmente não é necessário mover este
ponteiro, mas caso seja, segure o ponteiro de minutos, quando este estiver apontando
para a hora cheia (12 ou XII) e gire o ponteiro de hora até este coincidir com as horas
que ele deve estar, também no sentido horário. Alguns relógios até aceitam que se gire
este ponteiro em ambos os sentido, mas é melhor evitar.

AJUSTE DE PRECISÃO
Por causa do sistema todo mecânico, vários fatores podem deixar o relógio
marcando as horas de forma errada, tanto para mais, quanto para menos.
Vou citar alguns fatores e como resolver o problema:
O sistema à corda com pêndulo é muito sensível, por isso é essencial que o
relógio esteja em uma parede bem alinhada e sem desníveis. Ele não pode estar

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inclinado, nem para trás, nem para frente no prego da parede e também não pode
pender nem para esquerda e nem para a direita além do aceitável.
Um fator importante que afeta a precisão no caso de relógios com pêndulo
aparente como os cucos é o vento. Até um pequeno deslocamento de ar pode alterar a
frequência do pêndulo, portanto é importante que este tipo de relógio fique instalado
onde a circulação de ar é mínima. Evite instalá-lo em corredores, perto de portas ou em
locais por onde possam passar muitas pessoas. Mesmo assim, não espere alta precisão
nesse tipo de relógio.
Outro fator que pode ajudar a deixar o relógio mais preciso é o ajuste do
pêndulo que tem uma pequena regulagem para cima ou para baixo. Isso é ajustado por
um parafuso que fica embaixo do pêndulo, no caso de relógios de precisão ou
simplesmente levantando ou abaixando a massa em relógios de precisão menor como os
cucos. Ajustando o pêndulo para cima, ou para baixo ajuda a deixar o relógio mais
preciso, não o deixando atrasar e nem adiantar muito. Veja mais além como fazer esta
regulagem.
Todo o ajuste desses relógios é a base de testes. Não existe um ajuste padrão,
pois todas as casas são diferentes, todas as paredes são diferentes, até os polos
magnéticos da Terra interferem no trabalho do relógio de altíssima precisão…
Tenha em mente também que a corda tem um tempo para perder sua ação, ou
quando ela “acaba”. Essas cordas podem durar um dia, como no caso de alguns cucos
até 15 dias para alguns relógios com corda por mola. Em todos esses casos faz parte do
“ritual” de cuidar deles, ajustar o horário. Caso seu relógio esteja variando mais que 3
minutos entre ajustes do horário, nesse caso é necessário ajustar o pêndulo como
descrito abaixo.
A primeira coisa a fazer é escolher um relógio que chamaremos de relógio
padrão. Hoje é possível termos relógios padrão com grande facilidade. Um bom relógio
padrão é o telefone celular. Verifique se o seu celular está configurado para mostrar a
hora da rede. Nessa configuração ele fica quase que perfeitamente ajustado. Se não, não
se preocupe. O celular tem precisão mais que suficiente para nos servir como relógio
padrão.

Como regra básica a maioria dos relógios à corda,


tanto por mola como por peso (cucos) a cada 1 mm de
deslocamento da massa do pêndulo, o relógio altera 1
min em 24 hs. Nos relógios com parafuso, a cada 1
volta o relógio altera 1 min em 24 horas.

Agora, todo o ajuste do seu relógio deverá ser feito pela massa do pêndulo.

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1. Coloque o ponteiro dos minutos no horário do relógio padrão, levando o


ponteiro um pouco além do horário do relógio padrão (1 ou 2 minutos
está bom) e volte para o horário correto.

Cuidado com esta operação se seu relógio toca para


sinalizar o horário. NUNCA volte o ponteiro para antes
do momento em que ele toca.
Por exemplo, se seu relógio toca em hora cheia e meia
hora, os ponteiros do seu relógio mostram 10:03 e o
relógio padrão mostra 9:57, NUNCA volte o ponteiro dos
minutos do seu relógio para 9:57. Isso vale também para
os relógios que tocam a cada 15 minutos, quando o
ponteiro dos minutos está após os 15 minutos ou 45
minutos.
Nesse caso espere a hora do relógio padrão passar do
momento que o seu relógio toca e ajuste o ponteiro.
Você pode voltar o ponteiro dos minutos do seu relógio
se for pouca coisa, até 5 min não causará nenhum
problema, desde que seja fora do horário que ele toca.

2. Passadas aproximadamente 24hs verifique qual o horário o relógio marca.


Não é necessário precisão absoluta, alguns minutos a mais ou a menos de
24 hs não vão causar muita diferença.
3. Veja no relógio padrão qual o horário correto.
4. Faça a diferença entre o horário do relógio e do relógio padrão.
5. Se o relógio estiver atrasado é necessário subir a massa. Se estiver
adiantado é necessário descer a massa.
6. Nos ajustes por parafuso a massa sobe girando a porca para a direita e
desce girando a porca para a esquerda.
7. Como decorreram 24 horas a diferença mostrada será a quantidade de
mm ou voltas que você deverá ajustar a massa.
a. Por exemplo: digamos que o ajuste foi feito às 12:15,
aproximadamente 24 hs depois o relógio está marcando 12:10 e
o relógio padrão está mostrando 12:12, portanto temos 2
minutos atrasados de diferença. Dessa forma você deverá subir
dois mm ou duas voltas a massa do pêndulo. Nesse caso gire a
porca da massa para a direita.

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8. Sincronize novamente os relógios como descrito no item 1.


9. A próxima verificação pode ser maior que 24 hs, por exemplo 3 dias,
contanto que seja aproximadamente no mesmo horário que você fez o
sincronismo.
10. Nesse caso, a diferença de tempo percebida entre os relógios deverá ser
dividida por 3 que foram os dias decorridos.
a. Por exemplo: digamos que o ajuste foi feito às 12:20
aproximadamente 3 dias depois o relógio está marcando 12:19 e
o relógio padrão está marcando 12:21, portanto temos 3
minutos de atraso. Como decorreram 3 dias entre o sincronismo
e a verificação devemos dividir os 3 minutos de atraso pelos 3
dias decorridos, ou seja, o relógio atrasou 1min por dia, então
devemos subir 1 mm ou 1 volta.
11. Feito o ajuste, retorne ao item 8 acima e refaça os próximos passos até
que você fique satisfeito.
12. As vezes são necessário ajustes menores que um volta.
13. Evite sincronizar o relógio quando o ponteiro dos minutos aponta para um
lado, por exemplo 15 min e fazer a verificação quando esse aponta para o
outro lado, por exemplo 45 min. Alguns relógios como os cucos não são
precisos como os à corda e as vezes o peso do ponteiro pode dar uma
falsa leitura.

Veja na figura abaixo os sentidos de ajuste.

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Uma boa lubrificação também ajuda no funcionamento correto desses relógios antigos,
por isso é sempre interessante levar para uma revisão de tempos em tempos. O mais
indicado é fazer uma revisão a cada dois anos. Se seu relógio está instalado em local
onde há muita poeira esta revisão deve ser feita a cada ano.

LUBRIFICAÇÃO DA MÁQUINA

Nunca faça a lubrificação de sua máquina. O mecanismo exige cuidados e óleo


especiais.

CUIDADOS COM A CAIXA

Para limpeza da caixa do seu relógio basta usar um pano macio como flanela.
Caso seu relógio possua partes em vidro, utilizar uma folha de jornal nessas
partes é uma ótima opção.
Caso haja partes em metal, nunca passe líquidos polidores como Kaol, Silvo,
Brasso ou similares. Use somente um pano macio.
Evite passar qualquer produto na madeira, se o verniz da caixa for brilhante
você pode utilizar um pano macio embebido em óleo de Peroba depois de retirar bem a
poeira que por ventura possa ter se depositado. Bem pouco. Este óleo dá um brilho

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muito bonito, mas também, se aplicado em excesso acumula poeira e pode deixar a
madeira mais feia que bonita, mas lembre-se, somente em verniz brilhante. Depois de
24 hs aproximadamente, passe uma flanela seca para dar brilho. NÃO APLIQUE SE O
ACABAMENTO É FOSCO.

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DICAS & ADVERTÊNCIAS

1. Relojoeiros criaram algumas maneiras práticas de se lembrar de como a


posição do prumo afeta a velocidade do pêndulo. Você pode pensar "mais baixo é mais
devagar. Mais alto é mais rápido”.
2. Se seu relógio é do tipo de lareira francês ou algum outro tipo de relógio em
que o pêndulo não pode ser facilmente acessado, normalmente você pode ajustar a hora
girando uma chave especial numa abertura localizada acima do mostrador. Experimente
para saber quantas voltas em cada direção você precisará dar.
3. Não torça, puxe ou dobre o pêndulo quando ajustar a porca. O mecanismo do
relógio de pêndulo é frágil e pode ser facilmente desequilibrado por um manuseio sem
maiores cuidados.
4. Se seu relógio de mesa precisa ser calçado para funcionar, leve a um relojoeiro
experiente. Ele pode ajustar isso.
5. NUNCA bata, chacoalhe, tombe ou incline seu relógio. Ele é um mecanismo
muito sensível que pode ser danificado.
6. Se seu relógio é do tipo coluna, aqueles que ficam no chão e são do tamanho
de uma pessoa, nunca mude-o de local com os pesos e o pêndulo instalado. Garanta
também que ele esteja bem apoiado no chão. EVITE AO MÁXIMO MUDÁ-LO DE LOCAL
NA CASA. Caso isso seja necessário, chame um relojoeiro de confiança.
7. Nunca force as cordas além do máximo. Sejam elas por molas ou por pesos.
8. Se seu relógio é um cuco, nunca force o fechamento da porta do cuco.

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APÊNDICES

HISTÓRIA DO CUCO

Os primeiros relógios alemães foram desenvolvidos em meados do século XVII,


precisamente no ano de 1640. São originários de uma região montanhosa chamada
Floresta Negra, no Sudoeste da Alemanha.
Naquela época, moradores dessa região fabricavam os produtos
artesanalmente dentro de suas casas, em virtude do rigoroso inverno que não permitia
praticar outra atividade comercial. No curto período de verão, eles deixavam suas casas
e iam vender suas artes em toda Europa, Ásia e América.
No ano de 1750, um artesão local, Franz Anton Ketterer, adaptou dois foles,
utensílio destinado a produzir vento, ao relógio, para produzir duas notas musicais,
originava-se então o famoso som do cuco.
Aspectos da tradição local são retratados nos relógios, como caças, animais
típicos, lides domésticas (serrador, lenhador, ordenha, etc.) e o próprio pássaro cuco.
Estes relógios, ainda hoje são esculpidos artesanalmente em madeira
(principalmente carvalho). Em suas máquinas, a mesma tecnologia empregada no século
XVII, com mecanismos totalmente em bronze (não enferruja) e funcionamento através
de pesos. Além do som do cuco, muito deles possuem músicas e movimentos, fazendo
com que esta arte torne-se ainda mais encantadora.
Muitas pessoas relatam histórias de relógios cucos que atravessaram gerações,
pertencentes a seus avós ou bisavós, tendo a mesma precisão e funcionamento ao longo
dos anos.

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Estes relógios têm a difícil missão de resgatar conceitos antigamente muito


valorizados, como o trabalho artesanal, a relação com a natureza, a união familiar, e
principalmente, conservar esta tradição e cultura em meio ao desenvolvimento
tecnológico sobrenatural em que vivemos.

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BIG BEN É O SINO, E NÃO O RELÓGIO

Diferentemente do que muitos pensam, Big Ben é o nome do sino da Elizabeth


Tower do Palácio de Westminster, em Londres, e não o do relógio que também fica na
torre. Claro que, com o tempo, o uso de “Big Ben” passou a ser aceito para referências à
torre inteira, incluindo relógio e sino.
O sino principal, com 13 toneladas, tem esse apelido por conta de uma
homenagem feita a Sir Benjamin Hall, primeiro Barão de Llanover. A primeira opção de
nome seria Royal Victoria ou simplesmente Victoria, em homenagem à Rainha Vitória.
Mas, no fim das contas, ficou assim: o nome oficial do sino é Great Bell; o do relógio,
Great Clock; e o da torre onde eles residem, Elizabeth Tower.
O relógio do Big Ben é o terceiro maior relógio de torre do mundo, e o maior
com quatro lados. Este é o mais famoso relógio londrino, mas não o maior. O maior
relógio de Londres é o Shell Mex House, em The Strand. Ele fica no prédio da companhia
de petróleo Shell, finalizada em 1933, com uma torre de quase dez metros.
Curiosidade: na base de cada um dos relógios, lê-se, em latim: DOMINE
SALVAM FAC REGINAM NOSTRAM VICTORIAM PRIMAM (Senhor, mantenha a salvo
nossa Rainha Victoria Primeira).

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A LENDA DO RELÓGIO CUCO

“A casa não era tão grande assim, mas para nós era um palácio!
Que alegria arrumar nossas coisas e saber que agora teríamos um quintal
nosso e até um cachorro.
Enfim o clima era de muita alegria.
O dia foi muito cansativo e mais cedo do que do costume, fomos dormir.
Meus pais e minha avó ainda ficaram nos afazeres.
Deitei-me e em seguida já estava dormindo.
Porém no meio da noite, acordei com o canto!
Mas que canto é este?
Prestei atenção, mas nunca ouvira algo igual.
De mansinho pé ante pé fui descendo a escada para ver o que era.
Sentia medo, porém a curiosidade era tanta!
O canto havia parado.
Seria algum bicho escondido na sala?
Foi quando de repente a luz se acendeu…
- Menino o que estas fazendo aqui há esta hora?
- Era minha avó que dizia.
- Vovó, ouvi um canto estranho.
Foi quando novamente começou.
Chegou forte aos meus ouvidos;
- Cuco… Cuco…
- Ora menino é o Relógio do Cuco!
- Venha cá senta aqui um pouquinho que te conto a história toda.
- Havia um pássaro muito alegre nas matas, cantava muito forte e era amigo de
todos os outros.
- Protegia os filhotes mesmo não sendo dele.”
- Quando pressentia um perigo, logo cantava bem alto;

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- Cuco Cuco
- Todos ficavam alerta.
- A bruxa que morava na mata também, andava muito brava com ele, pois com
seu aviso, todo o bicho que caçava para suas bruxarias, escapava!
- Que fez a malvada?
- Aprontou uma arapuca e caçou o pobre Cuco!
- Levou para casa e enfiou-o dentro de uma casinha que tinha na parede.
- Todos procuraram por dias e não acharam mais o pobre pássaro.
- Mas percebendo que não conseguiria sair mais de lá, o Cuco teve uma ideia.
- Mesmo preso iria ajudar a todos.
- Assim que a bruxa saia para suas maldades, ele abria a portinha da casinha e
saia e cantava muito alto Cuco Cuco.
- Ele voava e cantava Cuco Cuco.
- Parecia até que ele estava em vários lugares ao mesmo tempo.
- Era tão alto que todos ouviam e se preveniam.
- Foi assim que apareceram depois vários Relógios Cucos.
- Aguarde mais um pouquinho que você vai vê-lo cantar.
E assim ouvi pela primeira vez o Relógio Cuco tocar na sala de minha casa.
Aprendi com paciência a escutá-lo marcando as horas.
Cuco Cuco.”

Fonte: www.recantodasletras.com.br

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POR QUE IIII E NÃO IV NOS MOSTRADORES CLÁSSICOS?

Existem várias hipóteses para este assunto. Alguns citam história, outras citam
religião e outros ainda citam estética. Veja abaixo as principais.

HIPÓTESE 1

O sistema de numeração usado pelos romanos era bastante diferente do que


HOJE chamamos de sistema romano.
A utilização dos números romanos data do 7º século antes de Cristo, nos
primeiros marcadores do tempo existentes, que eram os relógios de sol.
O moderno sistema romano atual é resultado de uma longa evolução do
sistema usado pelos antigos romanos. O princípio de subtração, que está por trás da
forma IV (IV=V - I), é um conceito que surgiu no Renascimento.
O sistema de numeração dos antigos romanos tinha várias diferenças com o
atual sistema romano que aprendemos no ensino primário: vários algarismos eram
diferentes, os romanos raramente usavam o princípio subtrativo e, acima de tudo, não
tinham regras fixas para escrever os numerais.
Veja abaixo como era:
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Unidades I II III IIII V VI VII VIII VIIII
Dezenas X XX XXX XXXX L LX LXX LXXX LXXXX
Centenas C CC CCC CCCC D DC DCC DCCC DCCCC
As duas formas são aceitas, mas a versão romana que surgiu primeiro é a com
o numeral IIII.

HIPÓTESE 2

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Outra hipótese é que usar o IIII deixa o relógio mais equilibrado esteticamente.
É só reparar no mostrador: as primeiras quatro horas são representadas pelo numeral I
(I, II, III, IIII), as quatro seguintes utilizam o V (V, VI, VII, VIII) e as restantes o X (IX, X, XI,
XII). Mais simétrico que isso, impossível!

HIPÓTESE 3

Os algarismos romanos são formados por letras e, portanto, a combinação de


duas ou mais letras, quando utilizadas para formar um número, podem também
significar uma palavra ou uma abreviação.
Entre os deuses romanos encontramos um de primeira grandeza, que é
"Júpiter" e que também era designado pela abreviação "JU" para facilitar o processo de
escrita. Inclusive por entalhamento, a letra "J" era escrita como um 'I" e a letra "U' como
um "V". Dessa forma a abreviação para Júpiter era escrita na forma de "IV", isto é, da
forma que foi escrito o número 4 em romano a partir do final da Idade Média.
Provavelmente a igreja católica no período mais rigoroso da Inquisição,
preocupada com as marcações de hora de um mostrador de um relógio não fossem
interpretadas como 1, 2, 3, deus Júpiter, 5, 6 etc., tenha determinado que se mantivesse
o uso do número 4 na antiga forma de IIII, para que não houvesse a lembrança e
consequente veneração do deus pagão Júpiter através dos mostradores dos relógios.
Naqueles tempos, quem venerasse outros deuses, que não o deus reconhecido
pelo cristianismo, seria condenado à morte.

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BATIDA CLÁSSICA WESTIMINSTER DE UM RELÓGIO À CORDA.

Essa batida é a mais famosa e, na minha opinião, a mais bonita. Esta Música é uma
Oração em inglês. Segue abaixo a tradução. Acesse a página e acompanhe a melodia,
perceba a correspondência entre os toques e a estrofe.
“Oh Senhor nosso Deus
Seja Tu nosso guia
Assim por Teu poder
Nenhum pé deslizará”

De onde vem este toque?


Veja abaixo o texto escrito por Marco Licchini

Os Quartos de Westminster são o nome mais comum para uma melodia usada
por um jogo de sinos de relógio ao tocar a hora. Também é conhecido como os
Carrilhões de Westminster, ou Carrilhões de Cambridge, seu lugar de origem.

Descrição:
A melodia consiste em cinco permutações diferentes de quatro notas que
podem ser tocados em qualquer clave. Nesta descrição uso a chave de C Maior (Dó
maior): G, C, D, e E (o Palácio de Westminster toca na realidade na chave de E (Mi)).
Estas permutações são:

(1) – E, D, C, G
(2) – C, E, D, G
(3) – C, D, E, C
(4) – E, C, D, G
(5) – G, D, E, C

Tocado como três semínimas e uma mínima pontilhada uma sucessão


diferente destas permutações é usado a cada quarto de hora: uma ao primeiro quarto de
hora, dois jogos na meia hora e assim sucessivamente, como segue:

- Primeiro quarto: (1)


– Meia hora: (2) (3)
– Terceiro quarto: (4) (5) (1)

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– Hora cheia: (2) (3) (4) (5)

O toque de hora cheia é seguido de um toque grave que representa o número


de horas (um toque para 1:00h; dois toques para 2:00h etc.).
Em outras palavras, um ciclo de cinco permutações, (1), (2), (3), (4), (5), é
repetido por duas vezes durante o curso de uma hora. Para um relógio carrilhão
tradicional a vantagem é que o mecanismo que aciona os martelos somente precisa
conter as 5 sequências (1, 2, 3, 4, 5) em vez de dez. Em termos musicais, os primeiro e
terceiros quartos terminam na dominante G (Sol), assim sendo, o segundo e quarto
quartos (meia hora e horas cheias) terminam na tônica C (Dó). Isto produz o mesmo
efeito musical muito satisfatório que contribuiu muito com a popularidade dos
carrilhões.
Esse toque é tradicionalmente considerado, embora não comprovadamente,
uma combinação de variações de quatro notas que compõem a quinta e sexta estrofes

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de Eu sei que Meu Redentor Vive (“I know that my redeemer liveth”) de O Messias de
Handel. Ela foi escrita em 1793 para um novo relógio da Igreja Universitária de St. Mary
the Great em Cambridge. Ainda existem dúvidas sobre quem exatamente a compôs: Ao
Rev. Dr. Joseph Jowett, professor emérito de direito civil, foi dada a tarefa, mas ele foi
provavelmente assessorado pelo Dr John Randall (1715-99), que era professor de música
desde 1755, ou por seu brilhante pupilo, William Crotch (1775-1847).
Em meados do século XIX o toque foi adotado para o relógio de torre do
palácio de Westminster, (onde se encontra o Big Ben) de onde sua fama se espalhou.
Essa é provavelmente a mais comum e famosa batida para carrilhões, também é usado
em muitas campainhas e sinos de escola.
De acordo com a tradição a melodia tem uma letra:

“O Lord our God “Oh Senhor nosso Deus


Be Thou our guide Seja Tu nosso guia
That by Thy help Que através da Tua ajuda
No foot may slide” Nenhum pé possa deslizar”

Uma atribuição adicional da letra muda a terceira linha:

“O Lord our God “Oh Senhor nosso Deus


Be Thou our guide Seja Tu nosso guia
So by Thy power Assim por Teu poder
No foot shall slide” Nenhum pé deslizará”

Uma variação para a mesma melodia, é cantada ao término da – Brownie


meeting – no Reino Unido:

“Oh Lord our God “Oh Senhor nosso Deus


Thy children call Tu chamas as crianças
Grant us Thy peace Nos assegura Tua paz
And bless us all” E nos abençoa a todos”

De acordo com uma inscrição na sala de máquinas do Big Ben existe, ainda,
outra versão:

“All through this hour “Durante toda esta hora


Lord, be my guide Senhor, seja meu guia
And by Thy power E por Teu poder

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Manual de Operação e Conservação
de Relógios Mecânicos

No foot shall slide” Nenhum pé deslizará”

Referências musicais:
A melodia dos quartos de Westminster foi usada em muitos outros relógios.
Entre os trabalhos musicais que fazem referência específica ao original estão:
- Louis Vierne, organista-compositor francês, citou a melodia repetidamente na
peça para órgão Carillon de Westminster.
- A London Symphony, de Ralph Vaughan Williams, cita os quartos no princípio
e fim da peça (de acordo com a citação, só um quarto de hora se passa, embora a
sinfonia é consideravelmente longa).
- A Valsa de Westminster, uma peça de música leve de Robert Farnon
composta em 1956. Citações dos quartos tocam durante a peça. Por muitos anos esse
tema foi usado por um programa de rádio chamado – In Town Tonight.
- Alan Menken, compositor de musicais americano cita os quartos durante a
introdução e desenredo do Musical de 1994 adaptado “A Christmas Carol”.
A melodia para – Yes Minister – é baseada nos quartos.

Mauro Lucchini

O QUE SIGNFICAM AS LETRAS “R” E “A” EM ALGUNS PÊNDULOS?

As letras R e A nos pêndulos de relógios alemães significam “Retard” e


“Avance” em francês, já que a terminologia francesa era usada na Europa na época que
esta marca começou a ser feita nos pêndulos.

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HISTÓRIA DA ESKA, SILCO E HORASA (H)

A fabricante de relógios Eska, foi fundada por Sylvan Kocher e seu irmão, em
Grenchen, na Suíça, no ano de 1918, tendo se estabelecido em Selzach (também na
Suíça) em 1922.
O nome Eska vem das iniciais do seu fundador S e K, numa referência ao som
dessas letras em francês.
Ao longo dos anos, a Eska produziu de diversos modelos de relógios ,de
parede, carrilhões, pedestais, cucos e bolso.
Não foi propriamente uma manufatura, porém gozou de certo "status" nos
anos 40 e 50.
Utilizou-se dos ebauches, mas têm alguns modelos muito valorizados no
mercado internacional o cabriolet, por exemplo. Não era um relógio caro, mas era
confiável.
Nos últimos anos, o seu proprietário residiu no Brasil, o Sr. Edgard Kocher
chegou a montar uma fábrica por aqui Empresa Brasileira de Relógios Hora S.A., assim
como a Silco (cujo nome está relacionado à Sylvan Kocher – Syl e Ko) mas sofreu com a
crise iniciada nos anos 70 e fechou as fábricas na década de 80.
Com o maquinario suisso marca Sorel os relógios Silco e Eska foram bem
comercializados por varias décadas, inclusive os relógios do Metrô de SP são desta
marca.
No centro da cidade de São Paulo, existe um edíficio que ainda pertence a esta
família, denominado de Samuel Kocher.
(... O segredo do extraordinário progresso de nossa terra não tem sido outro
que o trabalho com todas as suas imposições: pontualidade, divisão e aproveitamento
máximo do tempo...) Anúncio da Empresa Brasileira de Relógios Hora S.A., publicado no
Diário de São Paulo, 25.01.1954
Leia mais: http://www.meusrelogiosantigos.com.br/marcas-de-fabricantes-e-
suas-historias/eska-e-silco/

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HISTÓRIA DO RELÓGIO KIENZLE

Kienzle é fundada em 1822 em Schwenningen por Johannes Schlenker. A


empresa em breve fabrica 20.000 relógios de parede e relógios de pêndulo
por ano. Em 1883, Jakob Kienzle se associa com a família Schlenker e, em
seguida, contribui para a expansão da empresa. Em 1893, 162 mil relógios e
despertadores são feitos por ano. O nome da empresa é transformado em
Schlenker & KIENZLE.

A partir de 1894, o peso e os custos de despertadores e relógios de parede


puderam ser significativamente reduzidos, incorporando o "Sistema
Americano" com componentes individuais padronizados e placas
perfuradas. Esse processo é altamente inovador para a época. A partir de
1897, Jakob Kienzle torna-se único proprietário e também o nome da
empresa muda após algum tempo na notação de hoje Kienzle. Mas não só a
produção do relógio é continuamente estendida e modernizada, as
atividades internacionais também são ampliadas. Nos anos seguintes, as
agências em Milão, Paris e Londres são estabelecidas.

Em 1900, Kienzle lança o relógio de numeral no mercado, seguido de


relógios de bolso baratos, relógios de viagem e relógios de pulso femininos.
Os primeiros relógios para automóveis também são feitos nesse período. O
chamado "Strapazier-Armbanduhr" é apresentado em 1931. Este relógio é
extremamente resiliente por causa de sua construção especial. Com 25
milhões de peças vendidas, esse modelo de relógio se torna um produto
popular.

No final dos anos trinta, Kienzle inicia a fabricação de dois relógios de mesa
no segmento de preços mais altos: o Relógio do Zodíaco e o Relógio do
Tempo Mundial. Após a Segunda Guerra Mundial, o portifólio da Kienzle
continua com artigos já estabelecidos e novos produtos como um medidor
de estacionamento equipado com a mais recente tecnologia. 1956, o
chamado "Volksautomatik" entra no mercado e é mais um exemplo dos

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produtos inovadores da empresa. A energia é fornecida por um rotor que


gira em ambas as direções e em vez de pinos de aço, a âncora é equipada
com pinos de rubi.

Nos anos sessenta e setenta, aKienzle se torna líder de mercado na


Alemanha. 1972, o primeiro relógio solar chamado "Heliomat" é produzido,
bem como os primeiros movimentos de quartzo. Nos anos seguintes, a
Kienzle é a primeira empresa a apresentar um despertador de quartzo.

O relógio solar desenvolvido em 1986, com gerador solar em silício


policristalino, representa uma novidade. No início dos anos noventa, a
Kienzle fabrica o relógio mais resistente à água do mundo com um nível de
resistência à água de até 12.000 metros e apresenta o primeiro despertador
com rádio controle “Satélite", com um ajuste analógico de tempo de vigília.

1996, um novo movimento controlado por rádio é aperfeiçoado: o menor


movimento dual-motor, com controle por rádio com o sistema de ajuste
mais rápido. Este movimento mostra o tempo certo dentro de apenas cinco
minutos e é uma inovação mundial.

PRESENTE

Em 1997, a Kienzle é assumida pelo Grupo Highway Holdings. Mas apenas


cinco anos depois, em 2002, Kienzle retorna à Alemanha com a criação da
Kienzle AG. Desde então, a sede está localizada em Hamburgo e a Kienzle
encontra o antigo sucesso. A empresa compra os direitos de marca e
distribuição em todo o mundo e começa com o desenvolvimento e
fabricação de três novas coleções de relógios em diferentes segmentos de
preços.

Em 2008, Kienzle passa para a atual sede, uma casa de comerciantes


honrada em Hamburg-Harvestehude, que representa perfeitamente a
empresa e seus valores: qualidade, tradição e inovações. No futuro, a Kienzle
pretende ser uma marca de classe média. Kienzle Optik é o primeiro

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segmento de expansão a ser lançado no mercado. No entanto, os relógios


permanecerão a principal área da marca.

FILOSOFIA CORPORATIVA

A empresa é uma das mais antigas relojoeiras alemãs com quase 200 anos
de história. A Kienzle é mais do que uma etiqueta de relógios - Kienzle é uma
história contemporânea alemã e as novas coleções inovadoras são baseadas
no passado excelente.

A qualidade e a elegância clássica são combinadas com elementos de design


incomuns e tecnologia inovadora. Os valores da empresa, tradição, inovação,
precisão e uma excelente relação preço-desempenho são reconhecidas em
todas as coleções.

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MITOLOGIA

CRONOS E KAIRÓS

Cronos (em grego: Κρόνος, deus do tempo, Χρόνος1), é a divindade suprema da


segunda geração de deuses da mitologia grega, os Titãs. Cronos é correspondente ao
deus romano Saturno.
Filho de Urano, o Céu estrelado, e Gaia, a Terra, é o mais jovem dos Titãs.
A pedido de sua mãe se tornou senhor do céu castrando o pai com um golpe de
foice.
A partir de então, o mundo foi governado pela linhagem dos Titãs que, segundo
Hesíodo, constituía a segunda geração divina. Foi durante o reinado de Cronos que a
humanidade (recém-nascida) viveu a sua "Idade de Ouro".
Cronos casou com a sua irmã Reia, que lhe deu seis filhos (os Crónidas): três
mulheres, Héstia, Deméter e Hera e três rapazes, Hades, Poseidon e Zeus.
Como tinha medo de ser destronado, Cronos engolia os filhos ao nascerem.
Comeu todos exceto Zeus, Hades e Poseidon, que Reia conseguiu salvar enganando
Cronos enrolando uma pedra em um pano, a qual ele engoliu sem perceber a troca.
Quando Zeus cresceu, resolveu vingar-se de seu pai, solicitando para esse feito
o apoio de Métis - a Prudência - filha do Titã Oceano. Esta ofereceu a Cronos uma poção
mágica, que o fez vomitar os filhos que tinha devorado.
Então Zeus tornou senhor do céu e divindade suprema da terceira geração de
deuses da Mitologia Grega ao banir os Titãs para o Tártaro e afastou o pai do trono, e
segundo as palavras de Homero prendeu-o com correntes no mundo subterrâneo, onde
foi encontrado, após dez anos de luta encarniçada, pelos seus irmãos, os Titãs, que
tinham pensado poder reconquistar o poder de Zeus e dos deuses do Olimpo.
Kairós (em grego καιρός) é uma palavra da língua grega antiga que significa “o
momento oportuno”, "certo" ou “supremo”. Na mitologia, Kairós é filho de Cronos (Deus
do tempo e das estações).

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Os gregos antigos possuíam duas palavras para a moderna noção de "tempo":


Cronos e Kairós. Enquanto a primeira era usada no contexto de tempo cronológico,
sequencial e linear, ao tempo existencial os gregos denominavam Kairós e acreditavam
nele para enfrentar o cruel e tirano Cronos. Enquanto o primeiro é de natureza
quantitativa, Kairós possui natureza qualitativa. Em grego antigo e moderno, kairós (em
grego moderno pronuncia-se kerós) também significa "tempo climático", como a palavra
weather em inglês.
Na estrutura linguística, simbólica e temporal da civilização moderna,
geralmente emprega-se uma só palavra para significar a noção de "tempo". Os gregos
antigos tinham duas palavras para o tempo: Cronos e Kairós. Enquanto o primeiro
referia-se ao tempo cronológico ou sequencial (o tempo que se mede), este último é um
momento indeterminado no tempo em que algo especial acontece: a experiência do
momento oportuno. O termo é usado também em teologia para descrever a forma
qualitativa do tempo, como o "tempo de Deus", enquanto Cronos é de natureza
quantitativa, o "tempo dos homens".
Na filosofia grega e romana, Kairós é a experiência do momento oportuno. Os
pitagóricos viam-lhe como "Oportunidade".
Kairós é o tempo em potencial, tempo eterno e não-linear, enquanto que
Cronos é a medida linear de um movimento ou período. Denotava o tempo quantitativo
associado à medida do movimento, contado em minutos, horas, dias, meses, anos. Uma
dimensão em que o presente é um instante sem duração que avança continuamente,
devorando o futuro e deglutindo o passado. É o tempo que usamos na programação do
dia-a-dia.
Tinha o significado mais sutil de "momento certo" ou "oportuno" e refere um
tempo qualitativo, um momento de ação ou propício para agir, de maneira a alterar o
destino.
Kairós não é contado em unidades de tempo, mas em feitos, e avança por
eventos significativos. É o tempo das histórias que contamos. Kairós não é contínuo, mas
se desdobra em janelas de oportunidade em que o destino é alterado por ação, por
omissão ou por acidente.
Kairós era uma noção central, pois caracterizava "o momento fugaz em que
uma oportunidade/abertura se apresenta e deve ser encarada com força e destreza para
que o sucesso seja alcançado".
Na Mitologia, Kairós era habitualmente considerado filho menor de Cronos e
Reia, mas posteriormente, na genealogia dos deuses, parece estar associado a todos eles
como manifestação de um momento específico. Kairós, além de filho de Cronos, pode ser
(ou estar manifesto em) Zeus; Kairós pode ser Cronos (Tempo), mas também Aevum

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(Eternidade); Kairós é Atena (Inteligência) e também Eros (Amor); inclusive Dionísio pode
ser Kairós.
Na teologia cristã, em síntese superficial, pode-se dizer que Cronos, é o "tempo
humano": medido em anos, dias, horas e suas divisões. Enquanto o termo Kairós
descreve "o tempo de Deus", que não pode ser medido, pois "para o Senhor um dia é
como mil anos e mil anos como um dia."
No monoteísmo, Kairós e Aevum passam a ser atributos do Deus único,
recolhendo ideias precedentes da filosofia clássica grega.

A Índia antiga tinha as mesmas duas noções de tempo. O equivalente em


sânscrito de Cronos é Kala. O nome hindu para Kairós é Ritu.
Cronos e Kala se associam com a morte. Cronos era personificado pelos gregos
como o deus Saturno ou Júpiter, que devorava seus filhos. Kala dá o nome à deusa Kali,
que dançava sobre cadáveres com um cinto de caveiras e demandava sacrifícios
humanos em seus rituais.
Já Kairós era pintado pelos gregos como um jovem alado, que voava ou andava
sempre correndo, com uma navalha na mão e que tinha um topete na frente e a nuca
careca. As asas significavam como os momentos Kairós eram tênues bem como agudos
como a navalha, podendo ser aproveitados ou não, pender para um lado ou outro. O
topete era para que aquele que o encontrasse o agarrasse de frente e a careca
significava que aqueles por quem Kairós passou, por mais que queiram, não conseguirão
pegá-lo por trás.
Viver em Cronos é viver na rotina dos hábitos definidos pelo relógio (a hora de
acordar, de trabalhar, de comer, de dormir, de tomar banho) e pelo calendário (o dia do
jogo, o dia da festa, do aniversário, as férias, o tempo de plantar e de colher). O
redemoinho das engrenagens das rotinas sincronizadas nos suga para satisfazer a
máquina de produção e consumo da sociedade moderna.
Lutamos para entrar no redemoinho e nele ficamos contentes por merecer um
Kairós padronizado sem grandes riscos e surpresas: nascer, brincar, estudar, formar-se,
arrumar emprego, casar, ter filhos, construir casa, comprar carro, formar filhos,
aposentar-se, brincar de novo, adoecer e morrer. Saturno devorava seus filhos.
Vivemos em Cronos, mas somos Kairós. As realizações que nos orgulham e nos
constituem, via de regra, fogem à rotina. Os infortúnios que nos afetam também.
Os momentos Kairós não precisam ser dramáticos, trágicos ou heroicos. Podem
ser também pequenos momentos na vida de uma pessoa, vividos com plenitude ou em
estado de fluxo. Aqueles momentos perfeitos que ficam para sempre na nossa
lembrança.

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Cronos e Kairós têm ritmos complementares. Se Cronos tarda a passar, Kairós


se acelera. Os dias são longos, mas as crianças cresceram e se foram. As semanas de
trabalho são intermináveis, mas chafurdamos na rotina para ganhar a vida e nem
notamos como ela passou depressa, exceto pelas rugas e cabelos brancos – as marcas de
Cronos.
Da mesma forma, quando Kairós tem um ritmo intenso Cronos parece se
estender. Como aconteceram coisas neste último ano: compramos a casa, iniciamos a
empresa, o filho foi morar longe, o pai morreu! Parece que foi uma década.

Fonte: www. Wikipedia.org

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Meu mais sincero desejo é que você saiba utilizar bem o seu
tempo Cronos e o seu tempo Kairós.

Utilize o relógio que este manual acompanhou para controlar


seu tempo Cronos e seja feliz praticando seu tempo Kairós.

Espero que você aproveite bem seu relógio e se tiver alguma


dúvida basta entrar em contato comigo.

Márcio Saconi
F: 11 9 5540-6070
marcio.saconi@gmail.com
saconirelojoeiro.com.br
facebook.com/saconirelojoaria

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CERTIFICADO DE GARANTIA DOS SERVIÇOS


REALIZADOS

Saconi relojoeiro concede garantia dos serviços realizados abaixo


pelo período de ______________________________, pelo prazo de
____________________ até ____________________.

Serviços realizados

Saconi Relojoeiro

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