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Universidade Federal do Rio de Janeiro

Centro de Tecnologia
Escola Politécnica
Departamento de Engenharia Elétrica

Análise de Defeitos em Sistemas de


Potência
Prof. Tatiana M L Assis

EEE-463

Componentes
Simétricas

UFRJ-POLI-DEE: Análise de Defeitos em Sistemas de Potência, EEE-463

1
Sistemas Trifásicos (1)
 Idealmente, os sistemas de potência são planejados para
operar de forma equilibrada
 Na prática, diversos fatores são fontes de desequilíbrio, tais
como:
 Distribuição desequilibrada de cargas entre fases
 Linhas de transmissão não transpostas
 Defeitos que não envolvem as três fases simultaneamente
também introduzem desequilíbrios
 A solução faz uso da representação do sistema através das
componentes simétricas
 Ferramenta matemática
 Simplificação da análise

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Componentes Simétricas (1)


 Proposto inicialmente em 1915 (C.L. Fortescue)
 “Um sistema desequilibrado de n fasores pode ser
decompostos em n sistemas de fasores equilibrados”
 Componentes simétricas dos fasores originais

 Para os sistemas trifásicos:


 Um sistema trifásico desequilibrado pode ser substituído por três
sistemas equilibrados
 Componente de sequência positiva
 Componentes de sequência negativa
 Componente de sequência zero

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Componentes Simétricas (2)
 Obs: Sequência de fases

 ABC  ACB
c b
 

a a

b c

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Componentes Simétricas (3)


 Componentes de sequência positiva
 Três fasores iguais em módulo, defasados de 120º entre si
e com a mesma sequência de fases dos fasores originais
 Simbologia: “+” ou “1”
 Sequência original: abc
Va1

Vc1 Vb1

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Componentes Simétricas (4)
 Componentes de sequência negativa
 Três fasores iguais em módulo, defasados de 120º entre si
e com sequência de fases oposta a dos fasores originais
 Simbologia: “-” ou “2”
 Sequência original: abc
Vb2

Va2

Vc2

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Componentes Simétricas (5)


 Componentes de sequência zero
 Três fasores iguais em módulo e em fase
 Simbologia: “0”

Va0
Vb0
Vc0

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Componentes Simétricas (6)
 Matematicamente, cada fasor original é decomposto em
suas componentes simétricas
 Ou seja, a soma das componentes simétricas resulta no
fasor original

Va = Va0 + Va1 + Va2


Vb = Vb0 + Vb1 + Vb2
Vc = Vc0 + Vc1 + Vc2

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Componentes Simétricas (7)


 Graficamente Sequência “+”
Va1

Va0
Va = Va0 + Va1 + Va2 Va
Va2
Vb = Vb0 + Vb1 + Vb2 Va1
Vc = Vc0 + Vc1 + Vc2 Vc1

Vb1
Sequência “-”
Vb2
Va2
Vb
Vc2
Vc1 Vb2
Vb0
Sequência “0”
Vc2 Vc Vb1 Va0
Vc0 Vb0
Vc0

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Componentes Simétricas (8)
 A transformação é feita através da matriz “T”

1 1 1
  O operador “a” é definido por:
T  1 a 2 a
a  1120o
1 a a 2 

 Va  1 1 1   Va 0   Va 0  1 1 1   Va 
        1    
 Vb   1 a a    Va1   Va1   3  1 a a 2    Vb 
2

 Vc  1 a a 2   Va 2   Va 2  1 a 2 a   Vc 

De forma compacta: Vabc   T  V012  V012   T1  Vabc 


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Componentes Simétricas (9)


 Analogamente, as relações apresentadas também são
válidas para as correntes

Ia  1 1 1  Ia 0  Ia 0  1 1 1  Ia 


        1    
Ib   1 a a    Ia1 
2
 Ia1   3  1 a a 2   Ib 
Ic  1 a a 2  Ia 2  Ia 2  1 a 2 a  Ic 

De forma compacta: Iabc   T  I012  I012   T1  Iabc 

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Observações (1)
 Se a soma dos fasores desequilibrados for igual a
zero, não haverá componentes de sequência zero
1
Va 0   Va  Vb  Vc 
3
zero

 Assim, nunca haverá sequência zero nas tensões de


linha, pois a soma dessas tensões é sempre nula

Vab  Vbc  Vca  0

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Observações (2)
 Em sistemas com ligações estrela aterrada, a corrente
de neutro é igual à soma das correntes de linha

IN  Ia  Ib  Ic
IN  Ia0  Ia1  Ia2  Ib0  Ib1  Ib2  Ic0  Ic1  Ic2

IN  3  Ia0

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Observações (3)
 E sistemas com ligações estrela isolada?
 Haverá corrente de sequência zero? NÃO!
Ia  Ib  Ic  0
Ia0  Ia1  Ia2  Ib0  Ib1  Ib2  Ic0  Ic1  Ic2  0

Reescrevendo...
Ia1  Ib1  Ic1  Ia2  Ib2  Ic2  Ia0  Ib0  Ic0  0

zero zero 3  Ia0

3  Ia0  0
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Exemplo (1)
 Quais são as componentes simétricas das correntes de
linha do sistema abaixo?

b
Ia  100 o A
a

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Exemplo (2)
 Solução:
 Correntes de linha:

Ia  100 o A
c
Ib  Ia
Ic
Ic  0

Ib
b

Ia
a

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Exemplo (3)
 Solução:
 Aplicando a transformação...

Ia 0  1 1 1  Ia 
  1    
 Ia1   3  1 a a 2   Ib 
Ia 2  1 a 2 a  Ic 

Ia  100 o A Ia 0   0 
   o
Ib  Ia  Ia1   5,77   30  A
Ia 2  5,77   30 o 
Ic  0
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Exemplo (4)
 Demais componentes
Ia 0   0 
   o
 Ia1   5,77   30  A
Ia 2  5,77   30 o 

Ib 0   0 
   o
Ic1 Ib2 Ia2  Ib1   5,77  150  A
Ib 2  5,77   150 o 

Ic 0   0 
   o

≠0  Ic1   5,77   90  A
Ib1 Ia1 Ic2 Ic 2  5,77  90 o 
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Potência em Componentes Simétricas (1)


 Em um sistema trifásico:

S a  Va  Ia*
S3  Va  Ia*  Vb  Ib*  Vc  Ic*
Sb  Vb  I *
b

S c  Vc  Ic* S3  Vabc t  Iabc *

S3  T  V012 t  T  I012 *

S3  V012 t  Tt  T*  I012 *

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Potência em Componentes Simétricas (2)
 Substituindo:

S3  V012 t  Tt  T*  I012 *

1 1 1  1 1 1  Ia* 0 
     
S3  Va 0 Va1 Va 2  1 a 2 a   1 a a 2    Ia*1 
1 a a 2  1 a 2 a  Ia* 2 

S3  3  Va 0  Ia* 0  Va1  Ia*1  Va 2  Ia* 2 

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Potência em Componentes Simétricas (3)


 Passando para pu:

S3  3  Va 0  Ia* 0  Va1  Ia*1  Va 2  Ia* 2 

1
S3 _ pu  3  Va 0  Ia* 0  Va1  Ia*1  Va 2  Ia* 2  
Sbase
1
S3 _ pu  3  Va 0  Ia* 0  Va1  Ia*1  Va 2  Ia* 2  
3  Sbase _1
S3 _ pu  Va 0  Ia* 0  Va1  Ia*1  Va 2  Ia* 2 pu

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Exercício
 Três resistores idênticos, conectados em estrela (não aterrada) formam uma
carga trifásica, cujos valores nominais são 2300V, 500kVA
 Se as tensões indicadas abaixo são aplicadas à carga (módulos), determine as
tensões e as correntes na carga, em pu, tomando como base seus valores
nominais
 Vab = 1840V
 Vbc = 2760V
 Vca = 2300V

 Assuma, como referência, que o ângulo da tensão Vca é de 180º


 Usando a teoria das componentes simétricas, calcule a potência absorvida
pela carga em MW

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Dúvidas?

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Componentes Simétricas:
Diagonalização

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Diagonalização (1)
 Sistemas genérico:  Va   Va   Za Z ab Z ac  Ia 
       
 Vb    Vb   Z ab Zb Z bc   Ib 
 Vc   Vc   Z ac Z bc Z c  Ic 
k m

Ia Za
Va Va

Zab
Ib Zb Zac
Nó “k”
Vb Vb
Nó “m”

Zbc
Ic Zc
Vc Vc

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Diagonalização (2)
 Forma compacta:

 Va   Va   Za Z ab Z ac  Ia 
       
V
 b  b  V  Z ab Zb Z bc   Ib 
 Vc   Vc   Z ac Z bc Z c  Ic 
k m

Vabc  Z abc  Iabc

T  V012  Zabc  T  I012 V012  T1  Zabc  T  I012

Z 012
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Diagonalização (3)
 Matriz de impedâncias em componentes simétricas :

V012  T1  Zabc  T  I012

Z 012

1 1 1   Za Z ab Z ac  1 1 1
1      
Z 012   1 a a 2   Z ab Zb Z bc   1 a 2 a
3
1 a 2 a   Z ac Z bc Z c  1 a a 2 

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Diagonalização (4)
 Considerando:
Z a  Zb  Z c  ZS
Z ab  Z bc  Z ac  ZM

Z S  2  ZM 0 0 
 
Z 012  0 Z S  ZM 0 
 0 0 Z S  ZM 

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Diagonalização (5)
 Matriz diagonal
 Não há acoplamento entre as componentes de sequência

Z S  2  ZM 0 0 
 
Z 012  0 Z S  ZM 0 
 0 0 Z S  ZM 

Z 0 0 0
 
Z 012   0 Z1 0
 0 0 Z 2 

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Diagonalização (6)
 Significado:
 “Em qualquer parte de um circuito, a queda de tensão provocada por uma

corrente de certa sequência depende apenas da impedância daquela parte

do circuito à circulação de tal corrente.”

 As correntes de sequência podem ser tratadas como circulando

em circuitos independentes: redes de sequência


 V0  Z 0 0 0  I0 
     
 V1    0 Z1 0    I1 
 V2   0 0 Z 2  I2 

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Redes de Sequência (1)


 Calcularemos um equivalente de Thévenin para cada
sequência visto de um ponto qualquer do sistema: nó
de interesse
 Determinação de uma impedância equivalente entre o
nó de interesse e o nó de referência
 Impedância de Thévenin
 Determinação de uma tensão equivalente de circuito
aberto
 Tensão de Thévenin

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Redes de Sequência (2)
 Obteremos assim as chamadas redes de sequência
 Cópias do sistema balanceado (original)

 Como, por hipótese, o sistema é considerado


balanceado, todas as fontes de tensão são fontes de
sequência positiva
 As tensões de Thévenin de sequência negativa e zero são
nulas

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Redes de Sequência (3)


 Suponhamos que deseja-se analisar um ponto específico
de um sistema elétrico: P
 Aplicamos o teorema de Thévenin, chegando aos
seguintes circuitos:

Sequência Positiva Sequência Negativa Sequência Zero

referência referência referência


- th
th th
E1 E2 ≡ 0 E0 ≡ 0
+
Va1 th Va2 th Va0
th
Z1 Ia1 Z2 Ia2 Z0 Ia0
P P P

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Redes de Sequência (4)
 Matricialmente:  Va 0   0  Z 0th
   th  
0 0  Ia 0 
  
 Va1   E1    0 Z1th 0    Ia1 
 Va 2   0   0 0 th  
Z 2  Ia 2 
 Como obter Z0, Z1 e Z2? 

 Característica de cada componente do sistema: modelagem

Sequência Positiva Sequência Negativa Sequência Zero

referência referência referência


- th
th th
E1 E2 ≡ 0 E0 ≡ 0
+
Va1 th Va2 th Va0
Z1
th Ia1 Z2 Ia2 Z0 Ia0
P P P

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Modelagem

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Modelagem (1)
 Como representar os componentes do sistema?
 Geradores
 Transformadores
 Linhas de transmissão
 Cargas
 A modelagem depende fortemente do tipo de estudo que se
deseja realizar
 Nosso foco inicial:
 Modelos dos componentes para estudos de curto-circuito
em regime permanente
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Modelagem (2)
 O cálculo prático de curto-circuito é realizado principalmente por
programas computacionais que obtêm uma solução de regime
permanente
 Uso dos conceitos de fasores e impedâncias
 Em geral, basta utilizar um modelo matricial, ideal para
implementações computacionais (veremos isso na segunda parte do
curso!)
 Duas alternativas podem ser utilizadas:
 Obter o modelo em componentes de fase e posteriormente transformá-
lo em componentes simétricas através das equações desenvolvidas
 Obter diretamente o modelo em componentes simétricas

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Modelagem (3)
 Aqui, falaremos sobre a modelagem de:
 Linhas de transmissão

 Transformadores

 Geradores

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Linhas de Transmissão (1)


 Circuito equivalente por fase de uma linha de
transmissão: Modelo “”
R X

Y/2 Y/2

 Em alguns casos, o efeito capacitivo pode ser desprezado,


assim como a resistência série

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Linhas de Transmissão (2)
 Os parâmetros R, X e Y dependem de vários fatores, tais
como:
 Geometria da linha
 Tipo de cabo
 Número de condutores por fase
 Cabos para-raios
 Características do solo

 Pode-se calcular os parâmetros utilizando ferramentas


computacionais como o programa ATP (Line Constants)

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Linhas de Transmissão (3)


 Parâmetros série (resistência e indutância)

 Z aa Z ab Z ac   ZP ZM ZM 
   
ZLT  Z ab Z bb Z bc  ZLT  Z M ZP ZM 
 Z ac Z bc Z cc  Transposição Z M ZM ZP 

 Parâmetros em derivação (efeito capacitivo)


 Yaa Yab Yac   YP YM YM 
   
YLT   Yab Ybb Ybc  YLT   YM YP YM 
 Yac Ybc Ycc  Transposição  YM YM YP 

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Linhas de Transmissão (4)
 Aplicando-se a transformação para componentes simétricas:

Z 0 0 0  Y0 0 0
   
Z 012 0 Z1 0 Y012 0 Y1 0
 0 0 Z 2   0 0 Y2 

Z  R  jX Y  jC

 Em equipamentos estáticos como as linhas de transmissão


não há influência da sequência de fases, ou seja, os valores
de sequência positiva e negativa são iguais

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Transformadores (1)
 Circuito equivalente do transformador por fase

R1 X1 X2’ R2’

Dispersão Dispersão
Perdas no cobre Perdas no cobre

Rf Xm
Perdas no
Magnetização
ferro

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Transformadores (2)
 Desprezando a corrente de magnetização...
 Os parâmetros podem ser determinados através de ensaios
 Assim como nas linhas de transmissão, os parâmetros de
sequência positiva e negativa são iguais
Transformador

Rt Xt

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Transformadores (3)
 Observações:
 Em sistemas de transmissão (alta tensão), é comum desprezar
também a resistência, em função da alta relação X/R
 Nas redes de distribuição (menor relação X/R), a resistência
pode contribuir significativamente para redução do nível de
curto-circuito

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Transformadores (4)
 E a sequência zero?

 Efeito do tipo de ligação


 O tipo de ligação dos transformadores trifásicos influencia
diretamente na circulação das correntes de sequência zero

 Como veremos a seguir, em algumas ligações, a circulação de


correntes de sequência zero é impossível

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Transformadores (5)
 Consideremos um circuito abaixo:

• Chave ‘S’ aberta”:


a
É possível a circulação de
b correntes de sequência
positiva? Sim
n
É possível a circulação de
S correntes de sequência
negativa? Sim
É possível a circulação de
correntes de sequência
c zero? Não, pois a soma
das componentes
de sequência zero
Dizemos que “não há caminho” para circulação de correntes de não é nula
sequência zero.

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Transformadores (6)
 A circulação de corrente no enrolamento primário só será
possível se houver circulação de corrente no secundário

 Ligações mais usuais:


 Delta: permite a circulação de corrente de sequência zero nos
enrolamentos, mas a corrente de linha é nula

 Estrela: não permite a circulação de corrente de sequência zero nos


enrolamentos e, consequentemente, a corrente de linha é nula

 Estrela aterrado: permite a circulação de corrente de sequência


zero nos enrolamentos e de corrente de linha

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Transformadores (7)
Diagrama Unifilar Circuito de Sequência Zero

Z0
P Q P Q

Y Y
referência

Z0
P Q P Q

Y Y
referência

Z0
P Q P Q

Y 
referência

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Transformadores (8)
Diagrama Unifilar Circuito de Sequência Zero

Z0
P Q P Q

Y 
referência

Z0
P Q P Q

 
referência

Z0
P Q P Q

Y Y
referência

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Transformadores (9)
 Transformadores de três enrolamentos

Barra
Primário Secundário
fictícia

Terciário

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Geradores Síncronos (1)
 O gerador é modelado por uma fonte de tensão
constante atrás de uma reatância
 Representação por fase

Gerador

~ V

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Geradores Síncronos (2)


 A fonte de tensão, sempre equilibrada, só contém
componentes de sequência positiva
 As impedâncias de sequência positiva, negativa e zero são,
em geral, distintas
 O cálculo dessas impedâncias está baseado na teoria geral
de máquinas que pode ser estudada em:
 A.E. Fitzgerald, C. Kinsley e A. Kusko, “Máquinas Elétricas",
McGraw Hill, São Paulo, 1979

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Geradores Síncronos (3)
 Em geral, os enrolamentos do estator são ligados em estrela
aterrado, permitindo a circulação de sequência zero
 É comum que o aterramento seja feito através de uma
impedância para limitar a corrente de curto
 Neste caso, deve-se somar 3.Zn à impedância de sequência zero da
máquina, para correta representação do efeito. Por que?
a

In
~
n
~ b

Zn ~
c
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Exemplo (1)
 Objetivo: Montar as redes de sequência positiva, negativa e
zero para o sistema abaixo, desprezando as resistências e
susceptâncias

G1 1 T1 3 5

Y ~
L1

Y 
G2 2 T2 4
L2 L3
Y ~
Y Y

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Exemplo (2)
 Sequência positiva

referência

X1G1 X1G2

1 2

X1T1 X1T 2

X1L1 5
3 4
X1L 3

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Exemplo (3)
 Sequência negativa

referência

X G21 X G22

1 2

X 2T1 X 2T 2

X L21 5
3 4
X L22 X L23

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Exemplo (4)
 Sequência zero

referência

X G01 X G02

1 2

X 0T1 X 0T 2

X L01 5
3 4
X L02
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Lembram das Redes de Sequência?


 Matricialmente:  Va 0   0  Z 0th 0 0  Ia 0 
   th     
 Va1   E1    0 Z1th 0    Ia1 
 Como obter Z0, Z1 e Z2?  Va1   0   0 0 Z 2  Ia 2 
th

 Característica de cada componente do sistema: modelagem

Sequência Positiva Sequência Negativa Sequência Zero

referência referência referência


- th
th th
E1 E2 ≡ 0 E0 ≡ 0
+
Va1 th Va2 th Va0
th
Z1 Ia1 Z2 Ia2 Z0 Ia0
P P P

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30
Exercícios
 Componentes Simétricas

 Capítulo 11
 1, 2 ,3 ,4 ,5 ,6 ,8 ,9 ,12 ,13 ,17 ,18 ,19

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Dúvidas?

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