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Universidade Federal do ABC

CECS – Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais


Aplicadas

Fenômenos de Transporte

Prof. João Lameu da Silva Jr.


joao.lameu@ufabc.edu.br
Universidade Federal do ABC
CECS – Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais
Aplicadas

Termodinâmica – Aula 04:


Balanços de Energia em Equipamentos de
Processo
Conteúdo da Aula
• Objetivos
• Equipamentos de Processo
• Bocais e Difusores
• Turbinas
• Compressores e Bombas
• Tubos e Dutos
• Acessórios de Estrangulamento
• Vasos Flash
• Câmaras de Mistura
• Trocadores de Calor
3
• Referências
Objetivos
✓ Ao final desta aula, o aluno deverá ser capaz de:
• Entender a funcionalidade e o funcionamento dos
principais equipamentos e acessórios de processos.
• Entender a importância de cada termo do balanço de
energia de forma aplicada a cada equipamento
específico.
• Aplicar e simplificar os balanços de massa e de energia
conforme os equipamentos de processo.
• Determinar quantidades de interesse em processos com
escoamento. 4
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Equipamentos de Processo: Bocais e Difusores


Equipamentos de Processo – Bocais e
Difusores
• Bocais e Difusores: usados em motores a jato, foguetes,
túnel de vento e até mesmo em mangueiras de jardim.

Bocal (Nozzle): acelera o Difusor (Diffuser): desacelera


fluido pela diminuição da o fluido pelo aumento da 6
pressão pressão
Equipamentos de Processo – Bocais e
Difusores
• Bocais e Difusores: usados em motores a jato, foguetes,
túnel de vento e até mesmo em mangueiras de jardim.

7
Equipamentos de Processo – Bocais e
Difusores
• Bocais e Difusores: usados em motores a jato, foguetes,
túnel de vento e até mesmo em mangueiras de jardim.
• Bocais e Difusores: conversão entre energia cinética e
entalpia.

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Equipamentos de Processo: Turbinas


Equipamentos de Processo – Turbinas

• Turbinas: dispositivos mecânicos que produzem potência de eixo,


extraindo energia mecânica do fluido

• Três tipos principais:

1. Turbinas a gás/vapor (usadas em plantas de potência)

2. Turbinas hidráulicas (usadas em usinas hidrelétricas em


combinação com barragem/represas)

3. Turbinas eólicas (usadas em usinas eólicas/fazendas de vento).

10
Equipamentos de Processo – Turbinas a
gás/vapor
• Turbinas a gás/vapor: extraem energia da entalpia do fluido,
isto é, as parcelas de energia interna e de escoamento, para gerar
potência mecânica de eixo. Usualmente: energia potencial e
cinética tem efeitos desprezíveis, apresentam isolamento térmico.

11
(esq.) Esquema de uma turbina axial; (dir.) pás de uma turbina axial.
Equipamentos de Processo – Turbinas a
gás/vapor
• Turbinas a gás/vapor: extraem energia da entalpia do fluido,
isto é, as parcelas de energia interna e de escoamento, para gerar
potência mecânica de eixo. Usualmente: energia potencial e
cinética tem efeitos desprezíveis, apresentam isolamento térmico.

Turbina LM500 da General


Electric. Tem 6,2 m de
comprimento, pesa 12,5 ton,
produz 55,2 MW à 3600 rpm 12
com alimentação de vapor
Equipamentos de Processo – Turbinas
Hidráulicas
• Turbinas hidráulicas: aproveitam energia potencial e energia
cinética (utilização barragens/represas, bocais, etc.), para gerar
potência de eixo. Usualmente: processo pode ser considerado
isotérmico.

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Esquemas de turbinas hidrelétricas instaladas em represas.
Equipamentos de Processo – Turbinas
Hidráulicas
•(a). (a) Esquema de uma turbina de impulso
do tipo Pelton, (b) foto de uma turbina
Pelton conectada a um gerador de energia
elétrica em Waddamana Power Station
Museum, (c) detalhe da água
impulsionando as pás da turbina Pelton.

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(c)
(b)
Equipamentos de Processo – Turbinas
Hidráulicas
•(a). (a) Foto de um propulsor de 5 pás de uma turbina
de reação usada na usina hidrelétrica Warwick
(Cordele, GA, EUA). O diâmetro externo é de 3,87
m. Produz 5,37 MW a 100 rpm, 63,7 m³/s e head*
de 9,75 m.

(b)

(b) Foto de uma turbina de reação


do tipo Francis da usina hidrelétrica
Smith Mountain (Roanoke, VA,
EUA). Ela possui 17 pás com
diâmetro externo de 6,19 m.
Produz 194 MW a 100 rpm, 375
m³/s e head* de 54,9 m. 15

* Head: carga disponível (após descontar as perdas/dissipação de energia) para extrair o


trabalho
Equipamentos de Processo – Turbinas
Eólicas
• Turbinas eólicas: aproveitam energia cinética das correntes de
vento, para gerar potência de eixo. Usualmente: processo pode ser
considerado isotérmico, efeitos de energia potencial são
desprezíveis.

(a) Usina eólica, (b)


exemplos de turbinas
eólicas instaladas no 16
Bahrain World Trade
Center
Exercícios
1.2. Vapor d’água é alimentado em uma turbina bem isolada
operando em estado estacionário. Na entrada a velocidade é
desprezível, ocorrendo a 4 MPa e 320 ºC. O vapor se
expande para uma saída à 0,07 MPa e 90 m/s. O diâmetro da
saída é 0,6 m. Desconsiderando os efeitos das energias
cinética e potencial, determine a potência desenvolvida pela
turbina em kW, se o título do vapor na saída for igual a 0,9.

17
Metodologia para Solução de Problemas
de Engenharia
1. Defina/descreva o problema

2. Esboce o diagrama esquemático

3. Liste as propriedades

4. Liste as hipóteses, considerações e Leis Físicas

5. Faça os cálculos e obtenha a solução

6. Analise, verifique as considerações e discuta os resultados

Lembre-se:
• Atenção nas unidades!
18
• Verifique sempre a validade das hipóteses usadas!!
• Faça de modo ORGANIZADO!!!
Exercício 1.2 – Solução
.
• DETERMINAR: Wturbina ?
• CONSIDERAÇÕES:
➢ Estado estacionário (regime permanente)
➢ Turbina bem isolada (fronteira adiabática)
➢ Efeitos das energias cinética e potencial desprezíveis
. .
➢ VC é a turbina, portanto WVC = We (potência de eixo produzida pela
turbina)

19
Exercício 1.2 – Solução
.
• DETERMINAR: Wturbina ? Lembrando que: 1 bar = 105 Pa

• ANÁLISE E SOLUÇÃO:

Vapor d´água
P1 = 4 MPa = 40 bar
T1 = 320 ºC
.
m1 = ? = We ?

Mistura líquido-vapor
x2 = 0,9
Para determinarmos a potência P2 = 0,07 MPa = 0,7 bar
produzida pela turbina, precisamos T2 = ?
m2 = ?
resolver o balanço de energia, para
D2 = 0,6 m
isso, é necessário conhecer a vazão
V2 = 90 m/s
do fluido de trabalho. 20
Exercício 1.2 – Solução
.
• DETERMINAR: Wturbina ?
• SOLUÇÃO:
Partindo do balanço de massa para
regime permanente:


entradas
m=  mm
saídas
1 = m2 = m
Note que: turbinas a
Pelo balanço de energia: vapor d’água, produzem
energia mecânica
 V2   V2 
Q − WVC =  m  h + + gz  −  m  h + + gz  extraindo entalpia do
fluido de trabalho
saídas  2  entradas  2 
Como:
Turbina
isolada
Efeitos das energias cinética e m1 = m2 = m
potencial desprezíveis
21
−We = m2 h2 − m1h1 −We = m ( h2 − h1 ) (I)
Exercício 1.2 – Solução
.
• DETERMINAR: Wturbina ?
• SOLUÇÃO:
Portanto, a potência produzida é:

−We = m ( h2 − h1 ) (I)

.
Desta forma, é preciso determinar m, h1 e h2:
A vazão mássica deve ser obtida pela saída (2), onde é conhecida a
velocidade e o diâmetro por onde escoa vapor d’água:

V2 A2 V2 A2
m = V2 A2 = m= (II)
2 2
Portanto, é necessário determinar o volume específico do fluido no estado 22
2 e as entalpias específicas nos estados 1 e 2.
Exercício 1.2 – Solução
.
• DETERMINAR: Wturbina ? Vapor d´água
P1 = 40 bar
• SOLUÇÃO: T1 = 320 ºC
Determinando as propriedades
termodinâmicas:

Estado 1 – entrada da turbina:


Duas propriedades intensivas foram dadas:
P1 = 40 bar, T1 = 320 ºC
Pela tabela de água, entrada por pressão (Table A-3)
Portanto, como T1 > Tsat 250,4 ºC (40 bar):
Tem-se Vapor Superaquecido na entrada (1) 23
Exercício 1.2 – Solução
.
• DETERMINAR: Wturbina ? Vapor d´água
P1 = 40 bar
• SOLUÇÃO: T1 = 320 ºC
Determinando as propriedades
termodinâmicas:

Estado 1 – entrada da turbina:


Pela tabela de vapor superaquecido (Table A-4)
Para 40 bar e 320 ºC:

h 1= 3015, 4 kJ kg

24
Exercício 1.2 – Solução
.
• DETERMINAR: Wturbina ?
• SOLUÇÃO: Determinando as
propriedades termodinâmicas:
Estado 2 – saída da turbina:
Mistura (saturada) líquido-vapor
Mistura líquido-vapor
Como está saturada, apenas uma x2 = 0,9; P2 = 0,7 bar
propriedade é suficiente para determinação das outras propriedades:
P2 = 0,7 bar. Pela tabela de água saturada, entrada pela pressão (Table A-3)

25
Exercício 1.2 – Solução
.
• DETERMINAR: Wturbina ?
• SOLUÇÃO: Determinando as
propriedades termodinâmicas:
Estado 2 – saída da turbina:
v 2, f = 1, 0360 10 −3 m3 kg
Mistura líquido-vapor
v 2,v = 2,365 m3 kg
x2 = 0,9; P2 = 0,7 bar
h 2, f = 376, 70 kJ kg
h 2, fv = 2283,3 kJ kg

26
Exercício 1.2 – Solução
.
• DETERMINAR: Wturbina ?
• SOLUÇÃO: Determinando as
propriedades termodinâmicas:
Estado 2 – saída da turbina:
v 2, f = 1, 0360 10 −3 m3 kg
Mistura líquido-vapor
v 2,v = 2,365 m3 kg
x2 = 0,9; P2 = 0,7 bar

ymed = y f + x ( yv − y f )
h 2, f = 376, 70 kJ kg
h 2, fv = 2283,3 kJ kg

v 2,med = 1, 0360 10−3 + 0,9  ( 2,365 − 1, 0360 10 −3 )


v 2,med = 2,128 m3 kg
h2,med = 376, 7 + 0,9  2283,3 27
h 2,med = 2431, 7 kJ kg
Exercício 1.2 – Solução
.
• DETERMINAR: Wturbina ?
• SOLUÇÃO:
Voltando as eqs. II e I: h 1= 3015, 4 kJ kg
V2 A2
m= (II)
2
−We = m ( h2 − h1 ) (I) D2 = 0,6 m v 2,med = 2,128 m3 kg
V2 = 90 m/s h 2,med = 2431, 7 kJ kg
Determinando a vazão mássica:
m   0, 62  2
90  m We = 6963,54 kW
V2 A2 s 4  kg
m= = = 11,93 We = 6,96 MW
2 3
2,128 m kg s
Determinando a potência: 28
kg kJ kJ
−We = 11,93 ( 2431, 7 − 3015, 4 ) = −6963,54
s kg s
Exercício 1.2 – Solução
.
• DETERMINAR: Wturbina ?
• ANÁLISE FINAL:

Vapor d´água
P1 = 40 bar
T1 = 320 ºC
m1 = 11,93 kg/s We = 6,96 MW
h1 = 3015,4 kJ/kg

Mistura líquido-vapor
x2 = 0,9
P2 = 0,7 bar
T2 = 89,95 ºC
h2 = 2431,7 kJ/kg
29
Exercício 1.2 – Solução
• COMENTÁRIOS:
• Como o vapor d’água possui altos valores de entalpia (energia interna +
energia de escoamento), este é fluido é amplamente usado em plantas
de geração de energia elétrica.
• Um dos parâmetros de eficiência de plantas de geração de potência à
vapor deve relacionar a saída de potência produzida pela turbina e a taxa
de calor necessária a geração do vapor (como detalhado na próxima
aula).
• Observe também que a potência extraída da turbina seria menor caso
esta não fosse isolada. Sugestão: Refaça o exercício, considerando que a
turbina não está bem isolada, dissipando calor para a vizinhança a uma
taxa com ordem de grandeza de 10% da potência produzida no exerc.
30
1.2. Qual seria a potência produzida nesta condição? (R: 6,33 MW)
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Equipamentos de Processo: Bombas,


Compressores, Sopradores e Ventiladores
Equipamentos de Processo – Compressores e
Bombas
• Compressores e bombas: dispositivos usados para aumentar a
pressão de um fluido, i.e., recebem energia (potência) de uma
fonte externa (ex. elétrica), e por meio de um eixo, transferem
esta para o fluido.

➢Compressores, ventiladores e sopradores: trabalham com gases

▪ Compressor: comprime gases até altas pressões

▪ Ventiladores e sopradores: promovem variações pequenas de


pressão (movimentação de gases)
32
➢Bombas: trabalham com líquidos
Equipamentos de Processo – Compressores
.

33
(a)-(c) Compressores rotativos: (a) axial, (b) radial, (c) de lóbulos, (d) compressor
alternativo.
Equipamentos de Processo – Sopradores e
Ventiladores
.

(a) (b) (c)

(a) Soprador industrial centrífugo, (b) e (c) ventiladores axiais: (b)


ventilador axial com motor-correia (belt-driven), (b) ventilador axial
com acoplamento direto do motor. Ambos ventiladores axiais
possuem chicanas estáticas para reduzir a rotação do escoamento e 34
aumentar a eficiência.
Equipamentos de Processo – Bombas
.
➢Bombas: trabalham com líquidos (a)-(c) Bombas de
deslocamento positivo: (a)
peristáltica, (b) de lóbulos,
(c) engrenagens. (d) Bomba
centrífuga.

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Equipamentos de Processo: Tubos e Dutos


Equipamentos de Processo – Tubos e Dutos

• Tubos e dutos: escoamento em dutos/tubos é de


fundamental importância em aplicações de
engenharia, em muitos casos envolve análises de
transferência de calor e trabalho.

(a) Exemplo de escoamento de fluido quente dissipando calor para o


37
ambiente; (b) exemplo de um tubo com adição de trabalho na forma
mecânica (ventilador) e elétrica resistência)
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Equipamentos de Processo: Acessórios de


Estrangulamento
Equipamentos de Processo – Acessórios
de Estrangulamento
• Válvulas (Throttling Valves) e outros acessórios de
estrangulamento: qualquer tipo de acessório que cause restrição
no escoamento, levando a uma queda de pressão significativa no
fluido. Ex.: válvulas de expansão, tubos capilares, plugues
porosos.

39
(esq.) Válvula de ajuste parcialmente aberta; (dir.) plugue poroso dentro da
tubulação
Equipamentos de Processo – Acessórios
de Estrangulamento
• São considerados isentálpicos (conservam entalpia)

m1 = m2 = m
(1) (2) Acessório
isolado
(isentálpico)

h2 = h1

• Pelo balanço de energia:


 V2   V2 
Q − WVC =  mh + + gz  −  m  h + + gz 
saídas  2  entradas  2 
40
0 = m ( h2 − h1 )  h1 = h2
Equipamentos de Processo – Acessórios
de Estrangulamento
Queda de pressão Queda* de
do escoamento temperatura do
(estrangulamento) fluido

• Dispositivo isentálpico (h constante)

h2 = h1
u1 + P1 1 = u2 + P2 2 * Alguns fluidos sob certas
condições sofrem aumento de
• Como: P2  P1  u2  u1 temperatura, o que é
verificado pelo coeficiente de
Sendo que a ordem de magnitude entre Joule-Thompson, µJT :
u2 e u1 depende da compressibilidade
 T 
do fluido, isto é da variação de v com P,  JT = 
41
para manter h2 ≈ h1  P h
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Equipamentos de Processo: Vasos Flash


Equipamentos de Processo – Vasos Flash
• Vasos Flash: também conhecidos como câmaras de separação.
Promovem a separação mecânica entre líquido e vapor.
Idealmente, não há arraste de bolhas de vapor no líquido e de
gotículas de líquido no vapor. A câmara mantém o equilíbrio
termodinâmico, isto é, a condição de saturação das fases.
(saturado)
Usualmente, efeitos de energia
cinética e potencial são
desprezíveis, são adiabáticos e
não possuem eixo.
43

(saturado)
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Equipamentos de Processo: Câmaras de Mistura


Equipamentos de Processo – Câmaras
de Mistura
• Câmaras de mistura:

• Dispositivos que misturam duas ou mais correntes à


diferentes temperaturas (ou composições químicas).

Exemplo: mistura de
correntes de água quente e
fria em um chuveiro.
45
Equipamentos de Processo - Câmaras
de Mistura
• Deve ser analisado caso a caso. Usualmente os efeitos de energia
cinética e potencial são desprezíveis. Calor sensível e latente são as
principais contribuições no balanço de energia. As tubulações e a câmara
possuem isolamento (adiabático). Não possuem eixo.

(1) Balanço de massa:


entradas
m=  mm +m
saídas
1 2 = m3
(3)
Balanço de energia:

Sem eixos
 V2   V2 
Q − WVC =  mh + + gz  −  m  h + + gz 
saídas  2  entradas  2 
Isolado Efeitos de energia cinética e potencial desprezíveis 46
(2) 
entradas
m h =  mh = m 1 h1 + m 2 h2 = m 3 h3
saídas
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Equipamentos de Processo: Trocadores de Calor


Equipamentos de Processo – Trocadores de
Calor
• Trocadores de calor: dispositivos que promovem troca
térmica entre duas correntes sem o contato direto entre
estas.

(a, b) Trocadores de calor


casco e tubo operando de
modo (a) concorrente; (b)
48
contracorrente; (c) trocador
de calor compacto
Equipamentos de Processo – Trocadores de
Calor
Trocador de calor casco-tubo
Fonte: Direct Industry

49
Trocador de calor casco-tubo
Fonte: General Cargo Ship
Equipamentos de Processo – Trocadores de
Calor
Trocador de calor Kettle
(modelo CAD)
Fonte: CadCrowd

50
Trocador de calor industrial Kettle
Fonte: Bronswerk
Equipamentos de Processo – Trocadores de
Calor
Operação de trocador de calor
de placas. Fonte: Alfa Laval

51
Trocador de calor de placas
Fonte: SRS
Equipamentos de Processo – Trocadores de
Calor
Trocador de calor compacto
.
Fonte: VR Cooler

52
Equipamentos de Processo – Trocadores de
Calor
• Características para modelagem:
• Efeitos de energia cinética e potencial normalmente
desprezíveis.
• Não possuem eixo mecânico.
• Idealizações de trocadores de calor perfeitamente
isolados (fronteira trocador de calor/ambiente
adiabática), desta forma: todo o calor cedido pela
corrente quente é recebido pela corrente fria.

53
Exercícios
1.3. Ar (cp = 1,005 kJ/kg ºC) é pré-aquecido por uma corrente
de gases quentes de exaustão em um trocador de calor de
fluxo cruzado, conforme a figura. Ar entra o trocador de
calor a 95 kPa e 20 ºC à 0,6 m³/s. Os gases de combustão (GC)
(cp = 1,10 kJ/kg ºC) entra a 160 ºC à 0,95 kg/s, saindo a 95 ºC.
Determine:
a) a temperatura de saída do ar, em ºC
b) a taxa de transferência de calor
para o ar, em kW.

54
Exercício 1.3 – Solução
.
DETERMINAR: Tsaída,ar ? Qar ?
• CONSIDERAÇÕES:
• Estado estacionário (regime permanente)
• Trocador de calor bem isolado (todo calor fornecido pela
corrente de gases quentes é transferido para a corrente de
ar)
• Efeitos de energia cinética e potencial desprezíveis
• Não há trabalho de eixo ou outras formas de trabalho
• Gases de combustão e ar se comportam como gases ideais
55
Exercício 1.3 – Solução 1º forma: Aplicando os balanços de
. massa e energia considerando como
DETERMINAR: Tsaída,ar ? Qar ? VC o trocador de calor inteiro
• ESBOÇO: Independente do tipo de trocador de calor, podemos
representá-los da seguinte forma:

TQ,e = 160 ºC Corrente Quente (Gases de TQ,s = 95 ºC


0,95 kg/s Combustão) 0,95 kg/s
Corrente Fria (Ar)
TF,e = 20 ºC TF,s = ?
0,6 m³/s
Sendo que Q indica a corrente Quente (GC), F a corrente Fria (Ar)
Para determinar TF,s, temperatura de saída do fluido frio, isto é a
temperatura de saída da corrente de ar, podemos abordar o
problema de duas formas: 56
2º forma: Aplicando os balanços de
Exercício 1.3 – Solução massa e energia no VC I (corrente
. quente - todas informações disponíveis),
DETERMINAR: Tsaída,ar ? Qar ? e depois no VC II (corrente de ar)
• ESBOÇO: Independente do tipo de trocador de calor, podemos
representá-los da seguinte forma:
VC I

TQ,e = 160 ºC Corrente Quente (Gases de TQ,s = 95 ºC


0,95 kg/s Combustão) 0,95 kg/s

Corrente Fria (Ar)


TF,e = 20 ºC TF,s = ?
0,6 m³/s VC II
Sendo que Q indica a corrente Quente (GC), F a corrente Fria (Ar)
Para determinar TF,s, temperatura de saída do fluido frio, isto é a
temperatura de saída da corrente de ar, podemos abordar o
problema de duas formas: 57
Exercício 1.3 – Solução
.
DETERMINAR: Tsaída,ar ? Qar ?
• SOLUÇÃO: Vamos resolver usando a 1ª forma:
TQ,e = 160 ºC Corrente Quente (Gases de TQ,s = 95 ºC
0,95 kg/s Combustão) 0,95 kg/s

Corrente Fria (Ar)


TF,e = 20 ºC TF,s = ?
0,6 m³/s
➢Pelo balanço de massa: 
entradas
m= m
saídas

• Corrente quente: mGC ,e = mGC , s = mQ = 0,95 kg s


• Corrente fria: m
Ar , e = m Ar , s = mF = ?
mF =  Ar ,eVAr ,e 58
VAr ,e = 0, 6 m3 s
Exercício 1.3 – Solução
.
DETERMINAR: Tsaída,ar ? Qar ?
• SOLUÇÃO: Determinando a vazão mássica de ar:

mF =  Ar ,eVAr ,e VAr ,e = 0, 6 m3 s

• A vazão volumétrica de ar na entrada (20 ºC, 95 kPa) é


conhecida (0,6 m³/s). Nestas condições, o ar pode ser tratado
como gás ideal, portanto, podemos determinar a massa
específica a partir de:
1 P P
P = RT como  =  = RT   =
  RT
Lembrando R = Ru =
PM Massa 59
específica de
que: M RuT um gás ideal
Exercício 1.3 – Solução
.
DETERMINAR: Tsaída,ar ? Qar ?
• SOLUÇÃO: Determinando a vazão mássica de ar:

mF =  Ar ,eVAr ,e VAr ,e = 0, 6 m3 s
P = 95 kPa
• Calculado ρ: T = 20 + 273 = 293 K
kPa.m3
PM 95  28,97 kg R = 8,31447
= = = 1,129 3 kmol.K
RuT 8,31447  293 m
M = 28,97 kg / kmol
kg
kPa • Calculando a vazão mássica de ar:
kmol kg
= 3
= 3 kg m3 kg 60
kPa.m
K
m mF = 1,129 3 0, 6 = 0, 677
kmol.K m s s
Exercício 1.3 – Solução
.
DETERMINAR: Tsaída,ar ? Qar ?
• SOLUÇÃO: Vamos resolver usando a 1ª forma:
TQ,e = 160 ºC Corrente Quente (Gases de TQ,s = 95 ºC
.
mQ = 0,95 kg/s Combustão) 0,95 kg/s

Corrente Fria (Ar)


. TF,e = 20 ºC TF,s = ?
mF = 0,677 kg/s

Aplicando o balanço de energia ao VC:


 V2   V2 
Q − WVC =  mh + + gz  −  m  h + + gz 
saídas  2  entradas  2 
Isolado Sem eixos Efeitos de energia cinética e potencial desprezíveis

 m h =  mh = m Q hQ ,e + m F hF ,e = m Q hQ ,s + m F hF ,s
61

entradas saídas
Exercício 1.3 – Solução
.
DETERMINAR: Tsaída,ar ? Qar ?
• SOLUÇÃO: Vamos resolver usando a 1ª forma:
TQ,e = 160 ºC Corrente Quente (Gases de TQ,s = 95 ºC
.
mQ = 0,95 kg/s Combustão) 0,95 kg/s

Corrente Fria (Ar)


. TF,e = 20 ºC TF,s = ?
mF = 0,677 kg/s
Como não há mudança de
Agrupando pelas correntes:
fase nas correntes e estas se
m Q hQ ,e + m F hF ,e = m Q hQ ,s + m F hF ,s comportam idealmente,
podemos aproximar:

m Q ( hQ ,e − hQ ,s )= m F ( hF ,s − hF ,e ) h  C p T
62
m Q CP ,Q (TQ ,e − TQ ,s )= m F CP , F (TF ,s − TF ,e )
Exercício 1.3 – Solução
.
DETERMINAR: Tsaída,ar ? Qar ?
• SOLUÇÃO: Vamos resolver usando a 1ª forma:
TQ,e = 160 ºC Corrente Quente (Gases de TQ,s = 95 ºC
.
mQ = 0,95 kg/s Combustão) 0,95 kg/s

Corrente Fria (Ar)


. TF,e = 20 ºC TF,s = ?
mF = 0,677 kg/s

Portanto: m Q CP ,Q (TQ ,e − TQ ,s )= m F CP , F (TF ,s − TF ,e )

Note que, a equação acima é equivalente a: QQ = −QF


Isto é, equivale a solução pela segunda forma proposta separando
63
cada corrente em um VC. “Todo calor cedido pelos GC é transferido
para o ar” (em que KE e PE são desprezíveis).
Exercício 1.3 – Solução Dados:
CP,Q = 1,1 kJ/kgºC
. CP,F = 1,005 kJ/kgºC
DETERMINAR: Tsaída,ar ? Qar ?
• SOLUÇÃO: Vamos resolver usando a 1ª forma:
TQ,e = 160 ºC Corrente Quente (Gases de TQ,s = 95 ºC
.
mQ = 0,95 kg/s Combustão) 0,95 kg/s

Corrente Fria (Ar)


. TF,e = 20 ºC TF,s = ?
mF = 0,677 kg/s

Portanto: m Q CP ,Q (TQ ,e − TQ ,s )= m F CP , F (TF ,s − TF ,e )

Resolvendo para TF,s:


kg
0,95 1,1
s
kJ
kg ºC
kg
(160 − 95 ) ºC = 0, 677 1, 005
s
kJ
kg ºC
( TF ,s − 20 ) ºC
64
kJ
67,925 = 0, 6804
s
kJ
s ºC
( TF ,s − 20 ) ºC TF ,s = 119,83ºC
Exercício 1.3 – Solução Dados:
CP,F = 1,005 kJ/kgºC
.
DETERMINAR: Tsaída,ar ? Qar ?
• SOLUÇÃO: Vamos resolver usando a 1ª forma:
TQ,e = 160 ºC Corrente Quente (Gases de TQ,s = 95 ºC
.
mQ = 0,95 kg/s Combustão) 0,95 kg/s

Corrente Fria (Ar)


. TF,e = 20 ºC TF,s = ?
mF = 0,677 kg/s

Determinando a taxa de calor transferida para o ar:


Analisando apenas a corrente de ar, o balanço de energia resulta
em:
QF = m F CP , F (TF ,e − TF ,s )= 0, 677 1, 005
kg kJ
( 20 − 119,83) ºC
s kg ºC 65
kJ
QF  −67,924 Valor (aproximadamente) igual ao lado. esquerdo
. do
s balanço de energia para o TC inteiro (QQ = -QF)
Referências
• ÇENGEL, Y.A., BOLES, M.A. Termodinâmica. 5. ed. São Paulo, SP: McGraw-Hill Book, 2006.
• ÇENGEL, Y.A., CIMBALA, J.M., Mecânica dos fluidos: fundamentos e aplicações, São Paulo:
McGraw-Hill Interamericana do Brasil, Ltda, 2007.
• ÇENGEL, Y.A., GHAJAR, A.J. Transferência de calor e massa : uma abordagem prática. 4. ed.
São Paulo, SP: McGraw-Hill Book, 2012.
• MORAN, M.J., SHAPIRO, H. N. Princípios de Termodinâmica para engenharia. 4ª ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2002.
• MORAN, M.J., SHAPIRO, H.N., MUNSON,B.R., DEWITT,D.P. Introdução à Engenharia de
Sistemas Térmicos: Termodinâmica, Mecânica dos Fluidos e Transferência de Calor. Rio de
Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Científicos, 2005.

• WHITE, F.M. Mecânica dos Fluidos. 6. ed. Porto Alegre, RS: AMGH, 2011.

• Links acessados em 05/set/2020.


• https://www.directindustry.com/pt/prod/national-oilwell-varco-nov/product-14821-451545.html
• http://generalcargoship.com/shell-and-tube-heat-exchangers.html
• https://www.alfalaval.fi/tiivisteelliset-levylammonvaihtimet/tyokalut/levylammonvaihtimen-toiminta/
• https://srsintldirect.com/product/plate-frame-heat-exchangers/
• http://m.vrcoolertech.com/cooler/charge-air-cooler/compact-heat-exchanger.html
66
• https://www.cadcrowd.com/3d-models/kettle-type-heat-exchanger
• https://www.bronswerk.com/case-optimization-kettle-type-reboiler

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