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Curso de Licenciatura em Química

1ª Avaliação à Distância – AD1: GABARITO


Disciplina: Química Inorgânica I - Professor: Fernando José Luna de Oliveira

1/λ = 109.678 cm-1 (1/n12-1/n22); c = 3,0 x 108 m/s; Ec = ½ m.v2; h = 6,63 x 10-34 J.s

1. Em termos de coordenadas esféricas, matematicamente os orbitais são descritos pela


seguinte expressão: Ψ(r,Θ,ɸ) = R(r) Y(Θ,ɸ).
Complete o quadro seguinte:
símbolo denominação significado
Ψ psi Função de onda
r Erre pequeno Raio
Θ Teta Ângulo em coordenadas polares
ɸ Fi Coordenada esférica
R Erre grande Função de onda radial
Y ípsilon Função de onda angular

2. Explique a diferença entre:


(a) espectro de raias e espectro contínuo;
No espectro contínuo a radiação distribui-se numa faixa contínua, ou seja, em todos os comprimentos
de onda. No espectro de raias, apenas alguns comprimentos de onda são permitidos, originando as raias,
ou linhas do espectro.

(b) órbita e orbital.


No modelo de Bohr, órbita é a trajetória circular do elétron, estas são designadas pelas letras K, L, M,
N e também podem ser designadas pelo número quântico principal. Os elétrons podem se mover de uma
órbita para outra.
No modelo quântico, orbital é a região do espaço onde é máxima a probabilidade de encontrar o
elétron.

3. Identifique entre os seguintes conjuntos de números quânticos (n, l, ml, ms) abaixo aqueles que
não podem existir em um átomo e explique o porquê.
(a) (4, 2, -1, +1/2)
4d2 → esse conjunto pode existir em um átomo.
(b) (5, 0, -1, +1/2)
Esse conjunto não pode existir em um átomo, pois para l = 0, temos somente um orbital da subcamada
s (2l +1 = 1) com ml = 0 e não ml = -1.
(c) (4, 4, -1, +1/2)
Esse conjunto não pode existir em um átomo, pois para a maioria dos propósitos em química,
necessitamos considerar somente as subcamadas s, p, d e f, isto é, apenas os valores de l iguais a 0,1,2 e
3.

4. Escreva a configuração do elétron para os íons a seguir. Determine o número de elétrons


desemparelhados no estado fundamental.
3+ 2+ 2+ 2+ 3+ 4+
22Ti 25Mn 29Cu 78Pt 64Gd 65Tb

22Ti : [Ar] 3d → 2 elétrons desemparelhados no estado fundamental ([Ar] 4s 3d )


3+ 1 2 2

25Mn : [Ar] 3d → 5 elétrons desemparelhados no estado fundamental ([Ar] 4s 3d )


2+ 5 2 5

29Cu : [Ar] 3d → 1 elétron desemparelhado no estado fundamental ([Ar] 4s 3d )


2+ 9 1 10

2+
78Pt : [Xe] 4f
14
5d8 → 2 elétrons desemparelhados no estado fundamental ([Xe] 6s1 4f14 5d9)
64Gd : [Xe] 4f → 8 elétrons desemparelhados no estado fundamental ([Xe] 6s 4f 5d )
3+ 7 1 7 1

65Tb : [Xe] 4f → 5 elétrons desemparelhados no estado fundamental ([Xe] 6s 4f )


4+ 7 2 9
5. Num átomo de hidrogênio, qual é a menor quantidade de energia que pode ser emitida por um
elétron excitado que decai de um estado excitado diretamente para o estado n = 3? Qual é o número
quântico n desse estado excitado? Olho humano não pode detectar visualmente os fótons emitidos
nesse processo. Explique por quê.
Utilizando a equação de Balmer e substituindo 𝑛ℎ por 4 e 𝑛𝑙 por 3, temos:
1 1 1 1
𝐸 = 𝑅𝐻 ( 2 − 2 ) ⇒ 𝐸 = 2,179𝑥10−18 ( 2 − 2 ) ⇒ 𝑬 = 𝟏, 𝟎𝟓𝟗 𝒙 𝟏𝟎−𝟏𝟗 𝑱
𝑛𝑙 𝑛ℎ 3 4
Para verificar se essa energia está na região visível:
ℎ𝑐 6,63𝑥10−34 𝑥 3𝑥108
𝐸= ⇒𝜆= ⇒ 𝜆 = 1,877𝑥10−6 𝑚 = 𝟏𝟖𝟕𝟕 𝒏𝒎
𝜆 1,059𝑥10−19
O olho humano não consegue visualizar os fótons emitidos nesse processo, pois o comprimento de onda
referente a energia emitida está fora da região do visível (380-780 nm).

6. No átomo de hidrogênio, os orbitais 3s e 3p têm energias idênticas, mas no átomo de cloro o orbital
3s fica num nível de energia muito menor do que o 3p. Explique a razão.
Isso acontece, pois o átomo de hidrogênio tem apenas um elétron. Em átomos com mais de um elétron,
como o cloro, os orbitais têm energias diferentes, pois, nesse caso, há repulsão eletrônica causada pela
presença de mais de um elétron em pelo menos um dos orbitais. Em átomos com mais de um elétron, a
energia não depende somente de n, mas também de ℓ. Isso quer dizer que orbitais de formatos diferentes,
apesar de estarem na mesma camada, possuem energias diferentes.

7. Usando as regras de Slater, calcule Z* para os seguintes elétrons:


a. o elétron de valência (mais facilmente ionizável) no Ca
b. o elétron de valência no Mn
c. um elétron 3d no Mn
d. o elétron de valência no Br
De acordo com as regras de Slater, a carga nuclear efetiva pode ser calculada por:
𝑍∗ = 𝑍 − 𝑆
Sendo S a constante de blindagem.
A configuração do elétron é escrita usando-se os agrupamentos de Slater:

a) Para o elétron de valência no cálcio (Z = 20), temos:


(1s2)(2s2, 2p6)(3s2, 3p6)(4s2)
Para calcular S para um elétron 4s de valência:
- cada novo elétron do grupo (4s2) contribui com 0,35 para S, logo:
0,35
- cada elétron nos grupos (n − 1) (3s2, 3p6) contribui com 0,85:
0,85 x 8 = 6,8
- cada outro elétron à esquerda contribui com 1,00:
10 x 1,00 = 10
S total = 0,35 + 6,8 + 10 = 17,15
Substituindo na equação, temos:
Z* = 20 – 17,15 = Z* = 2,85

b) Para o elétron de valência no manganês (Z = 25), temos:


(1s2)(2s2, 2p6)(3s2, 3p6)(3d5)(4s2)
Para calcular S para um elétron 4s de valência:
- cada novo elétron do grupo (4s2) contribui com 0,35 para S, logo:
0,35
- cada elétron nos grupos (n − 1) (3s2, 3p6)(3d5) contribui com 0,85:
0,85 x 13 = 11,05
- cada outro elétron à esquerda contribui com 1,00:
10 x 1,00 = 10
S total = 0,35 + 11,05 + 10 = 21,40
Substituindo na equação, temos:
Z* = 25 – 21,40 = Z* = 3,60

c) Para um elétron 3d no manganês (Z = 25), temos:


(1s2)(2s2, 2p6)(3s2, 3p6)(3d5)(4s2)
- cada novo elétron do grupo (3d5) contribui com 0,35 para S:
4 x 0,35 = 1,4
- cada outro elétron à esquerda contribui com 1,00:
18 x 1,00 = 18
S total = 1,4 + 18 = 19,4
Substituindo na equação, temos:
Z* = 25 – 19,4 = Z* = 5,60

d) Para o elétron de valência no bromo (Z = 35), temos:


(1s2)(2s2, 2p6)(3s2, 3p6)(3d10)(4s2)(4p5)
Para calcular S para um elétron 4p de valência:
- cada novo elétron do grupo (4p5) contribui com 0,35 para S, logo:
0,35 x 4 = 1,4
- cada novo elétron do grupo (4s2) contribui com 0,35 para S, logo:
0,35 x 2 = 0,7
- cada elétron nos grupos (n − 1) (3s2, 3p6)(3d10) contribui com 0,85:
0,85 x 18 = 15,3
- cada outro elétron à esquerda contribui com 1,00:
10 x 1,00 = 10
S total = 1,4 + 0,7 + 15,3 + 10 = 26,4
Substituindo na equação, temos:
Z* = 35 – 26,40 = Z* = 8,60

8. Usando o modelo de átomo de Bohr, calcule o potencial de ionização do átomo de hidrogênio.


13,6
𝐸𝐻 = 2
𝑛
Considerando o estado fundamental, temos n=1. Logo, E = 13,6 eV, ou seja, essa é a energia mínima
para se conseguir ionizar o átomo de hidrogênio.

9. À medida em que se avança da esquerda para a direita na tabela periódica, o tamanho dos átomos
dos metais de transição diminui levemente. Quais fatores devem ser considerados para explicar essa
diminuição? Explique por que o tamanho diminui, e por que a diminuição é tão gradual?
Os tamanhos dos átomos e íons estão relacionados com as energias de ionização e as afinidades
eletrônicas. À medida que a carga nuclear aumenta, os elétrons são puxados para o centro do átomo e o
tamanho dos orbitais diminui. Por outro lado, à medida que a carga nuclear aumenta, mais elétrons são
adicionados ao átomo, e sua repulsão mútua mantém o maior tamanho dos orbitais externos. A interação
desses dois efeitos, o aumento da carga nuclear e o aumento do número de elétrons, resulta em uma
diminuição gradual no tamanho atômico em cada período da tabela periódica.

10. Na internet, existem diversos sites que mostram os orbitais atômicos. Entre no
www.falstad.com/qmatom e responda aos seguintes itens.
a. Quantos orbitais d existem? Dê o nome de cada um deles.
5 orbitais d: dz2,dx2-y2, dzx, dyz e dxy.
b. Quantos orbitais há em um conjunto de orbitais 4f?
7 orbitais.
c. Explique o que acontece com o número de nódulos radiais à medida que aumenta o número
quântico principal.
O número de nódulos radiais aumenta à medida que n aumenta e é igual a 𝑛 − 𝑙 − 1.
d. Desenhe abaixo o perfil do orbital 3dz2

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