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Texto 8 (págs.

198-200)
Cap. I Excerto 2
Domingos Botelho, juiz, vivia na freguesia da Ajuda, Lisboa, até
1784, ano em que nasce seu filho Simão. É nesse transferido para
Vila Real.
A sua família, nobreza na área de Vila Real, esperava-os nas suas
liteiras de família. Ao ver isto, D. Rita questiona o marido e implica
que os seus familiares são antiquados. Fernão Botelho conduz
então a nora até à liteira do marido. Esta faz uma crítica à higiene
dos fidalgos e preocupa-se com a segurança da viagem.
Ao ser recebida pela nobreza, D. Rita torna-se altiva, de arrogância
comparável à da rainha, e critica a receção com sinos da família,
bem como menospreza a residência do sogro, queixando-se das
ratazanas e das condições da casa.
Por esta razão, seu marido começa a construir um palacete com a
ajuda financeira da Rainha D. Maria I. Por falta de recursos, e de
tempo, apenas foi esculpido o brasão da família de Domingos,
deixando D. Rita de fora.
Os nobres parentes da fidalga eram sempre rebaixados pela sua
altivez e zombaria, sempre vigilante com a sua luneta à procura
de falhas.
Domingos suspeitava de uma traição, infundada, por parte da
esposa, mas mantinha-se calado com medo de a ofender. Este
porém era inseguro com a sua aparência, e imaginava que o seu
amor se quebrasse como, como em tantas lendas da antiguidade,
e à esposa não faltavam pretendentes, seus familiares.
Viveram em Vila Real por seis anos, e partiram para Lamego, onde
Domingos fora nomeado para provedor. Deixaram saudades em
Vila Real, e Domingos deixou histórias icónicas para serem
contadas.
Numa delas, foram-lhe dadas uma vaca e uma vitela, que meteu
no piso térreo de sua casa. Outra vez, deram-lhe pastéis numa
travessa de prata. Domingos ficou com a travessa, dizendo que os
pastéis não valiam nada. Assim, de cada vez que alguém ficava
com o conteúdo e o recipiente de um presente, era comparado ao
juíz.
Em Lamego, a família vivia uma vida monótona, e D. Rita
ameaçava o marido de o abandonar se não se fossem daquela
terra, onde a nobreza tinha procurado os podres da sua família, e
zombavam deles por o marido ter sido flautista em Coimbra por
dois anos.

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