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Viúva e abastada
Viúva aos 33 anos, D. Antónia enfrentará so-
zinha as adversidades do Douro. Em meados
dos anos 1840, marcados pela instabilidade
política e pela guerra civil da Patuleia, a di-
versificação e a orientação para o risco que o
primeiro marido imprimiu à Casa Ferreira
serão substituídas por uma estratégia mais
prudente, assente na atividade que conhecia
melhor: a produção e venda de vinho.
Conservando apenas as quintas e os enor-
mes stocks de vinho nos armazéns de Gaia,
desfez-se de tudo o que lhe lembrava a vida
faustosa do falecido marido: o casarão de
Vilar com o seu teatro privado, os cavalos, as
carruagens, as mobílias, os quadros e a biblio-
teca com mais de dois mil volumes. Atingido
o equilíbrio financeiro a partir da década de
1850, o seu espírito de iniciativa deu-lhe a
visão que faltava a outros para acreditar e
investir na região.
«Apesar de ser católica, era calvinista. Era
austera e tinha hábitos de trabalho muito
incutidos. Ia acumulando riqueza mas não
esquecia a caridade para com os pobres. Le-
vava uma vida muito simples para uma pessoa
tão rica», considera Francisco de Olazabal,
trineto de D. Antónia.
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