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19 de abril a 2 de maio de 2023 JORNALDELETRAS.PT

Música e teatro na Casa Jorge Peixinho Fenda, Fábula


e outras
A Casa da Música Jorge Peixinho dá uma ideia da programação que exposições
(JP) vai ser inaugurada a 25 de terá, por outro lado, uma aposta
Abril, no Montijo, onde nasceu particular na infância, tendo em
o compositor, pianista e maestro conta que é uma cidade com muitos Pieter Brueghel, Luca Giordano,
(1940-1995), um dos nomes funda- jovens casais, com filhos, que vie- Vieira Portuense, Júlio Pomar,
mentais da música contemporânea ram para cá viver nos últimos anos”, António Olaio, Daniel Blaufuks,
portuguesa – com essa inauguração diz LM. “Percebemos que havia esse Patrícia Almeida, David-Alexandre
o município local assinalando o 49º desejo de uma maior atenção aos Guéniot, Fábio Colaço, Sara Graça,
aniversário da Revolução de 1974. mais novos e vamos acolher vários Pedro Barateiro, Horácio Frutuoso
Instalada numa antiga quinta projetos, também porque achamos são alguns dos artistas represen-
recuperada pela Câmara, a Casa importante que, desde cedo, as cri- tados em Fenda que se inaugura a
terá um espaço museológico, no anças tenham contacto com as artes 29, no Centro de Arte e Cultura,
qual vai estar patente ao públi- performativas e a cultura.” da Fundação Eugénio de Almeida,
co o acervo de JP, documentos e O próprio Levi Martins e Maria em Évora. Atravessando um arco
objetos reunidos ao longo da vida. Mascarenhas são um casal com fi- de cinco séculos, a mostra põe
E um auditório, que será progra- lhos e fixaram-se no Montijo, onde em diálogo a criação contempo-
mado pela companhia de teatro criaram a sua companhia, em 2015, rânea e a arte antiga, em torno do
Mascarenhas-Martins, com direção que agora terá no novo auditório um tema da pobreza. Com curadoria
artística de Levi Martins (LM). palco permanente para desenvolver de Joaquim Oliveira Caetano e
Nesse auditório, apresentar-se- Jorge Peixinho e apresentar o seu trabalho teatral, Francisca Portugal, inscreve-
-á, no concerto inaugural, o Grupo com a possibilidade de fazer car- -se na celebração dos 60 anos
de Música Contemporânea de reiras mais duradouras. Um passo da Fundação, remetendo tema-
Lisboa, que JP fundou, no início dos importante, tanto mais que teve ticamente para o universo das
anos 70, com Clotilde Rosa, Carlos uma programação musical diversi- equipa. Num “historial” do repertó- subsídio da DGArtes para o quadri- preocupações sociais e culturais
Franco, António Oliveira e Silva ficada, de vários géneros, incluindo rio, cruzando algumas citações, énio, além do apoio do município, que orientam a sua ação junto da
e António Reis Gomes, a que se fado, rock, música alternativa, serão interpretados diversificados mas um pouco em “contraciclo”, comunidade. Algumas obras foram
juntaram José Lopes e Silva e outros porque pensamos que essa oferta temas. como faz notar LM: “A tendência especialmente criadas para o con-
músicos. Com direção do maes- é importante para a cidade e para A 30, o auditório da Casa irá não é confiar a gestão de espaços texto da exposição, em resposta ao
tro Rui Pinheiro, a formação irá a região”, salienta. “A ideia é dar receber o projeto Mão Verde, de públicos a companhias e penso que desafio lançado a vários criadores
interpretar, entre outras obras do uma panorâmica do que se faz Capicua, Pedro Geraldes, Francisca esta decisão da câmara surge tam- que abordam as questões da po-
compositor, CDE, que JP escreveu na música, mas também ter uma Cortesão e António Serginho, que bém como uma valorização do que breza no presente.
em 1970, num protesto antifascista: linha programática forte no teatro, junta música e ecologia. Na segunda fomos fazendo”. Em Águeda, assinala-se,
a CDE era a Comissão Democrática acolhendo outras companhias e semana de atividades, a 5 de maio, Em maio, a 18, a Mascarenhas- a 22, o terceiro momento da
Eleitoral, de oposiçãoà ditadura. apostando em criações próprias.” um concerto de Beatriz Pessoa, que Martins irá estrear o seu pri- 2.ª edição do ciclo O Desenho
A música terá, de resto, um A companhia Mascarenhas- apresentará o novo disco Prazer, meiro espetáculo na Casa Jorge Como Pensamento, com direção
lugar especial no novo espaço Martins irá fazer confluir as duas li- Prazer. E a estrutura Formiga Peixinho. É uma criação de Maria artística de Alexandre Baptista.
cultural, que também irá apresen- nhas programáticas num concerto, Atómica, de Miguel Fragata e Inês Mascarenhas, que assina a drama- Inauguração de exposições de
tar propostas no domínio das artes Interlúdio, apresentado três noites, Barahona, irá prosseguir e aprofun- turgia e a encenação, e chamar- Cristina Ataíde, Francisco Vidal e
performativas, dinamizar residên- de 26 a 28, com música original dar a sua pesquisa para o segundo -se-á Rebentar na Primavera em Carlos Garaicoa.
cias artísticas, e outras atividades. criada para os seus espetáculos espetáculo do projeto O Estado 3 Atos. “A interpretação será de Também a 22, inaugura-se
A diversidade foi o princípio que por André Reis e pelo próprio Levi do Mundo, em O Caminho Para André Alves e João Jacinto, o espaço Fábula, de Manuel Gantes, na
“norteou” o desenho da programa- Martins, que, com outros músicoa, Terminal, a estrear no próximo ano, cénico de Artur Larugo, a direção Galeria Monumental, em Lisboa.
ção, como adianta ao JL o diretor vão estar em palco a tocar ao vivo, abordando as questões ambientais musical de Levi Martins. Ficará em Uma nova exposição de pintura
Levi Martins. “Procuramos fazer mostrando o “rosto” de toda a com a população. “É um início que cena até 28 de maio. J que revela um conjunto de obras
recentes, para ver até 20 de maio.
De destacar ainda a primeira
retrospetiva de Sónia Almeida, O (ó

Estreias e revisitações uma pesquisa com dezenas de


entrevistas a professores e outros
intervenientes do processo educa-
O Centro de Artes de Águeda
recebe, dia 22, O Misantropo, por
Hugo van der Ding e Martim Sousa
agudo), na Culturgest, Lisboa, até 2
de julho. Com curadoria de Bruno
Marchand, programador de artes vi-
tivo, em Portugal e na Roménia. Tavares, ma adaptação da peça de suais da Culturgest, reúne um con-
Inspirada em O Homem Molière à realidade portuguesa do junto de obras realizadas nos últimos
Longa Jornada para a Noite, de quotidiana e a solidão. Até 27 de Duplicado, de José Saramago, a século XVIII. 15 anos pela pintora, que desde 2008
Eugene O’Neill, estreia amanhã, maio. comédia-concerto Em Duplicado, A partir do texto inédito A se fixou em Boston, EUA.
20, no T.N. João (TNSJ). A peça A encerrar a celebração dos 50 da Trimagisto, de Montemor-o- Velhice, de Gonçalo M. Tavares, a E até 31 de julho, no âmbito do
é encenada por Ricardo Pais, a anos de teatro, A Comuna apre- Novo, vai estar em cena de 26 a Momento - Artistas Independentes programa CAM em Movimento, da
partir da tradução de Luísa Costa senta Woyzeck, de Georg Büchner, 30, igualmente num acolhimento vai estrear, por seu lado, O Fim, Fundação Gulbenkian, Gabriela
Gomes. Emília Silvestre, João Reis, numa encenação de João Mota. do Meridional. É um concerto a 5 de maio, no Teatro Diogo Albergaria interpela-nos com uma
Joana Africano, Pedro Almendra, Pode ainda ser visto até 7 de maio. encenado, com músicas originais Bernardes, em Ponte de Lima. É interrogação: Can we go in a new
Simão do Vale Africano cons- Upside Down Cuppa Coffee , de de Carlos Marques, ‘duplicado’ em uma encenação de Diogo Freitas, direction?, nome da instalação
tituem o elenco. A cenografia é Afonso Molinar, apresenta-se de 21 cena com Pedro Luzindro, a partir que trabalha o tema no cruzamento que apresenta num contentor
de Pedro Tudela. Em cena até 7 a 23, na Sociedade Musical Ordem do texto de Joana Bértholo. com outras artes, como a músi- marítimo na Praça do Fonte Nova,
de maio. Além de Ricardo Pais, e Progresso, e de 27 a 30 no Centro Já no inicio de maio, a 4, ca, a dança e o novo circo, como em Lisboa. Um jardim susten-
Nuno Carinhas também está de Cultural Malaposta, em Odivelas. estreará Justos entre as Nações uma linguagem própria da jovem tável semeado no telhado, peças
volta à casa para uma revisitação Produzida pelo Teatroàfaca, é uma - O Silêncio de Cécile, no Teatro companhia. O Fim apresentar-se-á escultóricas criadas a partir de
de A Última Gravação de Krapp, recriação do primeiro espetáculo Municipal Amélia Rey Colaço, posteriormente a 12, no Cineteatro madeiras e materiais usados em
de Samuel Beckett, assinando da companhia, estreado a 25 de em Algés. É a nova produção da Louletano, a 9 e 10 de junho na intervenções anteriores naquele
encenação, cenário e figurinos. abril de 2018. Interpretação de Companhia de Atores, a partir de Casa das Artes de Famalicão e nou- espaço, desenhos sobre papéis
Protagonizado por João Cardoso, o Laura ribeiro, Rita Silvestre, Fábio uma história real passada durante o tros palcos do país. reciclados, convocam à reflexão
espetáculo ainda pode ser visto até Batista e do próprio Molinar, que nazismo e o holocausto, em França, Para o público infantil, a sobre a sustentabilidade, a recicla-
23, no Teatro Carlos Alberto. também faz a fotografia. envolvendo um casal português. O Lua Cheia entretanto propõe gem, a necessidade de tomar outra
Em Lisboa, os Artistas Unidos A partir de hoje, 19, até 23, o texto e a encenação é de Eduardo A Menina que não Cabia Numa direção no sentido da preservação
vão estrear, a 27, A Omissão da Teatro dos Aloés, da Amadora, leva Molina, a interpretação de Tiago Caixa Quadrada, com estreia a 22, ambiental. E essas são questões
Família Coleman, de Cláudio ao Teatro Meridional, em Lisboa, a Fernandes, Ana Baptista, Frederico na Casa do Coreto, em Carnide. centrais no trabalho da artista, há
Tolcachir, no Teatro da Politécnica. sua mais recente criação, Limites, Coutinho, Mariana Magalhães, Com texto e encenação de Sandra muito a viver fora do país, que tem
Encenada por Pedro Carraca, é um monólogo sobre a escola e a entre outros. Cenografia e figurinos José, música e interpretação de abordado as relações históricas,
uma comédia dramática sobre a educação, interpretado por Elsa de Ana Paula Rocha. Fica em cena Carolina Picoito Pinto e Miguel sociais e culturais com a paisagem
família e o espaço familiar, a vida Valentim. Foi criado a partir de até 20 de maio. Mendes. J e a Natureza. J

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