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DONA ANA JOAQUINA

Da Rua Direita de Luanda para o largo do Kinaxixi. Espectros opostos da história de


um povo.
À direita uma escravocrata, Dona Ana Joaquina, e à esquerda, rainha Njinga Bandi.
Vais entender essa piada mais tarde, mas já adiantando, a “historia é feita de ironias
e espertezas”.
Li isso na internet

Intro…
Dona Ana Joaquina Santos Silva, também conhecida como a “rainha do Bengo”
nasceu no seculo XVIII, exatamente no ano 1789, isso em luanda. Filha de Joaquim
de Santa Ana Nobres dos Santos, português e Dona Teresa de Jesus, luso-africana.
Apesar de ser mulata ou Nhara (do árabe, “durante o dia”), Dona Ana Joaquina era
classificada como branca. Um documento produzido em setembro de 1849,
descreveu-a da seguinte forma:

“uma mulher de 60 anos, natural de Luanda, de cabelo grisalho, sobre olhos pretos,
olhos pardos, nariz e boca regular e cor branca”

Os filhos e filhas de homens imigrantes (portugueses) e mulheres locais tinham a


vantagem de explorar e navegar ambos os “mundos”. Dum lado era vistas como
portugueses, professavam ao catolicismo, vestia-se como europeus e seguiam as
leais e normas de Portugal. Pro outro lado, consultavam os curandeiros Africanos,
tinham uma relação pessoal e comercial com o povo indígenas falavam bem o
Kimbundu o que lhes ajudam bastante na venda de mercadorias.
Fruto ou resultado do prestígio socioeconómico dessas famílias, elas eram vistas
como brancas. Porque o kumbu, não bilogia, determinava a cor dos residentes.
Como era o caso do Brasil onde os bens matérias embranquecia.
O nome DONA, era o tratamento ou titilo honorífico as mulheres de famílias nobres.
Mas, normalmente, era apenas referenciado a mulheres solteiras ou viúvas. Embora
existisse DONAS que casavam de uniões informais, as tais chamadas de
amasiamento.
D. Ana Joaquina, por outro lado, tinha se casado, contudo era viúva de dois
maridos, ambos comerciantes portugueses e traficantes de escravos.
O seu primeiro casamento foi com o Coronel João Rodrigues, com quem ela teve
uma filha, D. Thereza Luiza. Apos o falecimento do seu primeiro marido, D. Ana
apostou nas fichas mais uma vez e casou-se com o seu príncipe encantado e
cúmplice eterno Joaquim Ferreira dos Santos Silva, com quem ela realizou várias
transações comercias entre Angola, Portugal e Brasil. (um perfeito comercio
triangular)
Como qualquer outra mulher mulata daquela altura, Dona Ana Joaquina era uma
mulher de muita posse, fruto da herança que fora herdada de seus pais e maridos.
Mas diferente de muitas mulheres pobres, livres e escravizadas daquela altura, ela
não vendia fuba de bombo ou muito menos peixe seco, mas sim escravos.
Sim! D. Ana Joaquina era o maior vetor genético do trafico de escravos em Angola.
E foi considerada uma da mulher mais rica que já chegou a pisar o solo Angolense.
Boatos rolavam que D. Ana possuía fazendas com mais 1500 escravos e mesmo
sendo números um pouco exagerado punha muitos portugueses de boca-aberta.
Independente e astuta que era, D. Ana Joaquina não se limitou apenas nas vendas
dos mwangole, mas também abriu portas para outros horizontes estendendo os
seus negócios através do Atlântico, que hoje e banco, mas noutro oura foi a via para
os trancosões ou transportação dos bens.
D. Ana Joaquina tinha embarcação que faziam viagens para Benguela, Lisboa, Rio
de Janeiro, Pernambuco, Bahia e Rio Zaire. Sem se esquecer das casas para
aluguel, produção de açúcar, plantação de café, feijão e mandioca.
Que mulher rica!
Dona Ana Joaquina não estava sozinha nesta vida dos negocies paralelo, também
havia outras donas, como era o caso da Dona Josefa Jacinta que possuía um
sobrado na cidade, quatro arimos no interior, três musseques (quintas) no subúrbio
rural do Alto das Cruzes, vários móveis de madeira, joias, escravos, dois navios,
quatrocentas cabeças de gado e débitos ativos. Mas isso não se comparava a Dona
Ana Joaquina Santos Silva, ela estava noutros níveis.
Mesmo apos a abolição do trafico do escravo 1836, nada impossibilitou essa
senhora a parar com as vendas de escravos.
Só para teres uma ideia, em 1827, seu navio Boa União cruzou o Atlântico com 449
escravos desembarcados em Pernambuco. E em 1846, o navio Maria Segunda, de
sua propriedade, fez duas viagens para a Bahia, com um total de 980 escravos.
Talvez por medo, risco, ou pressões externas, D. Ana decidiu abdicar da venda de
escravos e passou a dedicar-se profundamente a agricultura, especialmente a
produção de açúcar.
Mas sendo franco, a mamoite memo conta que o komko da escravatura já nao
estava a dar lucro.
D. Ana Joaquina foi a investidora privada de dois moinhos de açúcar estabelecidos
no Bengo e Cambambe por António de Magalhães Mesquita. Mas esse investimento
não resultou em nada menos do que perda de dinheiro, aproximadamente 10
milhões de reis.
Descontente do seu investimento, mas não descrente da sua fé mediana em cana-
de-açúcar, D. Ana Joaquina, chegou a viajar para o Brasil e testemunhar o processo
de cultivação e manufatura de açúcar. Esse entusiasmo e engajamento na
produção de açúcar fez com que ela se cria algo para si mesma, contratando o
pernambucano Pedro Rageira como chefe da plantação de açúcar numas das suas
fazendas.
Com o conhecimento e experiência de Pedro Rageira, D. Ana Joaquina tornou-se o
maior pilar da produção e plantação de açúcar em Angola.
Chegando a vendar mais de trinta mil canas-de-açúcar por dia no mercado Quinta
de Luanda. Na altura duas canas-de-açúcar custavam 25 reias. (375.000 reias)
Ninguém chegou a superar essa senhora devido a mão de obra que ela tinha, a sua
fazenda de ICOLO e Bengo possuía 1500 escravos. Isso fez dela indomável.
Mas apos a sua morte tudo virou de cabeça para baixo.
No dia 6 de Abril 1859, D. Ana Joaquina arrumou as suas trochas com um único
rumo, sentido e direção, a caminho de Portugal em busca de tratamento medico.
Mesmo estando na companhia de 8 escravos, a segurança dos seus anticorpos não
foi o suficiente para combater antigénios, acabando por morrer enquanto cruzava o
atlântico e o seu resto mortal foi desfeito no mar.
A sua morte foi uma tragedia irreversível para o comercio e produção de açúcar em
Angola. Porque naquela altura, o país, era visto como um do maior produtor de
açúcar em Africa
A rainha do Bengo, não deixou nenhum sucessor ao torno. Deserdando a sua
própria filha, D. Thereza Luiza, visto que ela casou com um dos maiores inimigos
que a sua mãe já tivera tido.
D. Ana Joaquina possuía um palácio na baixa, propriamente na RUA DIREITA DE
LUANDA. O palácio foi demolido em 2000 e la reconstruído uma replica da mesma
e é agora o atual tribunal provincial de luanda.
A ironia reside mais uma vez na história, como podemos testemunhar com os
próprios olhos um lugar que noutro fora vínculo e vetor do trafico de escravo a ser
usado nos dias de hoje como purgatório entre a liberdade e prisão.
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Salut

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