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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA

LETICIA ANGELO DE HOLANDA

PAVIMENTAÇÃO NA AMAZÔNIA

SÃO PAULO
2024
RESUMO

Este trabalho irá falar sobre o solo amazônico, onde é predominantemente argiloso, tornando-
o difícil de ser utilizado em obras, como estradas. A escassez de terrenos granulares dificulta
encontrar áreas adequadas para obras, exigindo muitas pesquisas sobre métodos de
estabilização do solo. Uma estratégia promissora envolve a adição de sílica moída e argila de
alta plasticidade, que aumentam a resistência do solo. O vidro é uma fonte potencial de sílica,
mas o Brasil enfrenta desafios na reciclagem desse material. Estudos na Universidade Federal
do Amazonas mostraram que a adição de vidro moído reduziu a plasticidade e aumentou a
resistência do solo. Essa pesquisa destaca a viabilidade de usar vidro moído para melhorar as
propriedades do solo e reduzir custos na construção de infraestrutura na região amazônica.

Palavras-chave: Solo argiloso. Amazonas. Vidro moído.

ABSTRACT

This work will talk about the Amazon soil, where it is predominantly clayey, making it difficult
to use on construction sites, such as roads. The scarcity of granular land makes it difficult to
find suitable areas for works, requiring much research into soil stabilization methods. A
promising strategy involves the addition of ground silica and high plasticity clay, which
increase soil resistance. Glass is a potential source of silica, but Brazil faces challenges in
recycling this material. Studies at the Federal University of Amazonas showed that the addition
of ground glass reduced plasticity and increased soil resistance. This research highlights the
feasibility of using ground glass to improve soil properties and reduce costs in infrastructure
construction in the Amazon region.

Keywords: Clay soil. Amazon. Ground glass.


INTRODUÇÃO

O Brasil é um país rodoviário. Desde o Presidente JK e o superdesenvolvimento do transporte


sobre rodas o país se vê dependente das estradas e rodovias para o transporte de mercadorias,
bens, serviços e matéria-prima, mas existe muito território ainda não interligado por essas
“veias de pedra”, incluindo a parte da Região Norte que abriga a Floresta Amazônica.
ANÁLISE

A Amazônia é muito conhecida pela sua floresta enorme, exuberante e a imensidão verde, o
que pouca gente imagina é que é um solo considerado pobre, com uma fina camada de nutrientes
e textura imprópria para plantio e construção. Mas se o terreno não é fértil, podem se perguntar,
como existe uma floresta em um local tão “pobre”?

De acordo com (1) é devido a uma fina camada de matéria orgânica que fica no chão formada
pela decomposição das folhas, ganhos, frutos, flores, sementes e animais mortos, mais
conhecida como húmus, é muito importante neste processo, pois na decomposição ela ajuda na
criação de nutrientes que as raízes absorvem e redireciona para o solo, mas devido a este
processo de grande intensidade o terreno se torna argiloso, segundo o Instituto SOKA (2), o
que contribui cara essa classificação pessimista do solo.

De acordo com (3) o solo do estado do Amazonas é predominantemente argiloso (solo


caracterizado pela tendência de acumular água e falta de firmeza) o que faz com que seja um
terreno difícil para obras na rodovia e, portanto, muito custoso para o término das
pavimentações que precisam ser feitas, pois é necessário estabilizar o terreno antes mediante
processos químicos ou granulométricos onde se misturam com alguns materiais para melhorar
as propriedades do solo.

Devido à grande extensão do terreno argiloso no Amazonas torna-se difícil achar um espaço
propício e barato para as obras, pois um terreno granular é raro de ser encontrado, o que acaba
gerando a necessidade de muita pesquisa de como analisar um método de como estabilizar o
solo antes de qualquer pavimentação. Geralmente um solo granular possui uma boa resistência
e baixa deformidade, isso significa que o terreno é propício a pavimentação e que,
consequentemente, é mais barato que um terreno argiloso.

Estudos mostram que um exemplo de estabilização do terreno é com a presença de materiais


trepidados em alta energia, um exemplo é o estudo do Bahani (4), pois se você inserir sílica
moída e uma argila de alta plasticidade com alumina, se gera uma alta resistência à compressão
simples. A sílica está presente em vários componentes naturais, como rochas, quartzo e é um
componente do vidro. De acordo com o site Mundo Educação (5), o vidro é composto de 96%
de sílica e se utilizássemos a reciclagem do vidro poderíamos reciclar quase 100% da sílica
existente no vidro, segundo o site cempre (6). Porém, no Brasil não reciclamos nem 26% deste
resíduo.

Um estudo feito no Campus da Universidade Federal do Amazonas ajudou a analisar os efeitos


da adição de vidro moído em solo natural em sua região. Onde foi analisado características
físicas e minerais do solo e das composições com adição de vidro, em que foi observado uma
redução no índice de plasticidade com a adição de vidro. Com o ensaio de cisalhamento onde
o ensaio permite determinar a resistência, a rigidez e a capacidade de deformação do material
conforme o site Biopdi (7) onde a pesquisa indica o aumento na resistência com a adição de
vidro, principalmente na composição SMAE, que apresentou resultados superiores em
comparação com o solo natural e com a composição com vidro moído em moinho de bolas
(SMB).
CONCLUSÃO

Em resumo, o terreno argiloso na Amazônia é um elemento-chave do ecossistema regional, o


manejo sustentável desses solos é essencial para garantir a preservação dos recursos naturais e
o desenvolvimento socioeconômico da região, enquanto se busca um equilíbrio entre as
demandas humanas e a proteção do meio ambiente, mas de acordo com os estudos citados a
adição de vidro moído melhorou muito as propriedades mecânicas do solo, sobretudo quando
o vidro foi moído em moinho de alta energia, os resultados indicam que o vidro moído pode ser
uma opção viável para melhorar a estabilidade e resistência de solos argilosos na região
estudada.
BIBLIOGRAFIA

(1)BIOMA Amazônico: Solo. Instituto brasileiro de florestas. Londrina, 2020. Disponível


em: https://www.ibflorestas.org.br/bioma-amazonico. Acesso em: 21 fev. 2024.

(2)AMAZÔNIA: Exuberância verde em solo pobre. Instituto


SOKA. Manaus, 2024. Disponível em: https://blog.mehttps://institutosoka-
amazonia.org.br/amazonia-exuberancia-verde-em-solo-pobre/. Acesso em: 21 fev. 2024.

(3) CPRM - Serviço Geológico do Brasil. Geodiversidade do Estado do Amazonas. Programa


Geologia do Brasil – Levantamento da Geodiversidade. Relatório técnico 2010. Manaus, AM,
2010. Disponível em: http://www.cprm.gov.br/publique/media/Geodiversidade_AM.pdf

(4)BAHMANI, S. H., HUAT, B. B. K., ASADI, A., et al., “Stabilization of residual soil using
SiO2 nanoparticles and cement”, Construction and Building Materials, v. 64, pp. 350-359,
Ago. 2014. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.conbuildmat.2014.04.086

(5)VIDRO. Mundo educação. 2021. Disponível


em: https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/vidro.htm. Acesso em: 21 fev. 2024.

(6)COMPROMISSO empresarial com a reciclagem. Cempre. 2021. Disponível


em: https://cempre.org.br/taxas-dereciclagem/. Acesso em: 21 fev. 2024.

(7)ENSAIO de Cisalhamento. Biopdi. 2021. Disponível


em: https://biopdi.com.br/artigos/ensaio-de-cisalhamento/#. Acesso em: 21 fev. 2024.

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