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As consequências da Insensatez e da Sabedoria

“Visto que desprezaram o conhecimento e recusaram o temor do Senhor, não quiseram aceitar
o meu conselho e fizeram pouco caso da minha advertência, comerão do fruto da sua conduta e
se fartarão de suas próprias maquinações. Pois a inconstância dos inexperientes os matará, e a
falsa segurança dos tolos os destruirá; mas quem me ouvir viverá em segurança e estará
tranquilo, sem temer nenhum mal”. Provérbio 1.29-33
Nesse primeiro capítulo de Provérbios, especialmente entre os versos 20 e 33, pode-se perceber
a persuasão da voz da sabedoria (de Deus), repreendendo os homens a lhe ouvirem e, assim,
receberem um espírito de sabedoria (v. 23).
Como abordado na última pastoral, o clamor da sabedoria é destinado a três tipos de insensatos
(v.20): o inexperiente, representando aquele que é volúvel e cujas convicções não são fortes; o
zombador, que representa a pessoa que odeia se submeter a alguém e debocha de quem o
contraria, como um verdadeiro dono da verdade; e o tolo, cuja característica marcante é a
teimosia e, considerando-se sábio aos próprios olhos, se demonstra incapaz de aprender ou de
ser corrigido. Todas essas palavras são sinônimas para o insensato, segundo o olhar do autor
bíblico.
Porém, o restante do capítulo demonstra que a humanidade, via de regra, despreza a repreensão
da sabedoria de Deus. Os homens, com seus maus desígnios e seu coração naturalmente
inclinado para o mal, por causa do pecado, rejeita o conhecimento de Deus e o temor do Senhor
(v. 29), não aceitando o conselho da sabedoria e a sua advertência (v. 30). Isto conduz a
consequências inevitáveis. Trata-se de uma relação de causa e efeito, segundo Salomão. Os
insensatos “comerão o fruto” de sua insensatez e se “fartarão” dos resultados dos propósitos
maus de seus corações.
Não podemos nos enganar: “o que o homem semear, isso também colherá” (Gl 6.7). Quando
optamos por permanecer no erro do pecado e rejeitamos a sabedoria divina descrita nas
Escrituras, colhemos os frutos da nossa insensatez: problemas de relacionamentos, lares
desfeitos, doenças, demissões, isolamento e, principalmente, o afastamento da presença de
Deus. Paulo bem adverte que a consequência inevitável do pecado é a morte (Rm 6.23).
Assim, segundo Salomão, o inexperiente, volúvel em seu caminhar e facilmente influenciável,
será derrubado pela sua própria inconstância e falta de convicção. O tolo, que acredita ser sábio,
mas não o é, será destruído pela sua falsa sensação de segurança. E nós? Temos sido volúveis
em nossas convicções e coxeado entre o caminho de Deus e os caminhos dos ídolos dos nossos
corações (1Rs 18.21)? Temos sido sábios aos nossos próprios olhos e incorrigíveis? Enfim,
temos sido insensatos ou amantes da sabedoria?
O rei Salomão conclui que aquele que dá ouvidos à sabedoria vive em segurança, tranquilo e
não teme nenhum mal. Isso não quer dizer que o sábio não sofrerá males na vida, mas que esses
males serão minimizados e não trarão qualquer temor. Quando damos ouvidos à sabedoria,
expressa na Palavra de Deus, a relação de causa e efeito é mitigada pois, ao agir bem e segundo
a sabedoria divina, não colheremos os naturais frutos amargos da desobediência e do pecado. E,
certamente, o medo das consequências do pecado não nos dominará pois, “mesmo quando eu
andar por um vale de trevas e morte, não temerei perigo algum, pois tu estás comigo” (Sl 23.4).
É certo que a nossa confiança não repousa naquilo que fizemos ou podemos fazer. A nossa
confiança deve ser depositada, tão somente, na obra perfeita de Cristo que, na cruz, venceu o
pecado e a morte. A consequência do pecado é, sim, a morte, “mas o dom gratuito de Deus é a
vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23). Esta é, enfim, a mais maravilhosa
consequência de um viver segundo a verdadeira sabedoria de Deus.

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