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AUDIO DIDATA Rx1

AUDIO PARA AMANTES DO CINEMA

FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM


FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM
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COMEÇANDO PELO INÍCIO:

VOCÊ SABE O QUE É O SOM?


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O QUE É O SOM?

▸ https://pt.wikipedia.org/wiki/Som
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O QUE É O SOM?
▸ O som é uma frente de compressão e rarefação
mecânicas de um meio material com massa e
elasticidade, que se propaga de forma
omnidirecional e em ondas longitudinais.
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O QUE É O SOM?
▸ O som é uma energia mecânica, gerada por
algum corpo vibrante e que viaja em todas as
direções e precisa de um meio para se
propagar. Esse meio pode ser o ar, a água, a
madeira, o metal e vários outros, sendo o ar o
mais usado por nós e por isso não se
propagando no vácuo.
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PROPAGAÇÃO OMNIDIRECIONAL
▸ Para entender como uma onda sonora se
propaga podemos utilizar o exemplo da
pedra caindo na água.

▸ Quando uma pedra cai na água, se


olharmos por cima, veremos uma série de
ondas se deslocando do centro para fora,
num formato circular.

▸ O mesmo acontece quando um som é


gerado e propagado. Se inicia com algum
distúrbio no meio, o que gera uma descarga
de energia mecânica, que por sua vez viaja
de forma omnidirecional (em todas as
direções com a mesma velocidade).
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A ONDA SONORA
▸ O processo gerador e propagador da onda
sonora é um processo que se baseia na
compressão e rarefação de um meio, por
isso, a onda sonora é um tipo específico de
onda, chamada de onda de compressão ou
onda longitudinal.

▸ Isso quer dizer que as oscilações da energia


particular dessa onda se movem no mesmo
eixo de direção em que a própria onda se
desloca.

▸ No entanto, como forma de simplificar a


visualização da onda, utilizamos a imagem
de uma onda do tipo transversal, como o
pulso elétrico.
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A ONDA SONORA - SENOIDE


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A ONDA SONORA - SENOIDE E ONDA SIMPLES (O CICLO)


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A ONDA SONORA - ONDA COMPLEXA (O CICLO)


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CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO SOM

▸ O nosso cérebro tem duas formas de interpretar


e analisar as informações que recebe pelo
ouvido: O tempo e a carga energética.

▸ Nosso ouvido consegue perceber diferenças de


tempo ínfimas e percebe pulsações sonoras de
intervalos de 0,00005 a 0,05 segundos,
interpretando como sons com pitch diferentes.

▸ Também consegue interpretar variações de


pressão de 0,00002 Pascal até 63 Pascal, numa
diferença de mais de 3 milhões entre um e outro.

▸ Ou seja, nosso ouvido e cérebro são sinistros! (a


maioria, pelo menos)
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CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO SOM

▸ Por isso, quando pensamos e descrevemos o


som, nos deparamos com alguns adjetivos
que correspondem a alguma característica
básica do som. São eles:

▸ Intensidade (“volume”)

▸ Altura/Pitch (se é agudo ou grave)

▸ Timbre/Cor do som (qualidade única que


distingue cada som)

▸ Agora vamos analisar rapidamente essas


características e o que elas representam
fisicamente.
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INTENSIDADE E AMPLITUDE
▸ Como o som é uma força mecânica de movimento e pressão, as formas mais precisas de medir sua
carga energética seriam através de unidades de medida como o Pascal, o Newton e o Joule, mas não
veremos isso aqui, não se preocupe hahaha

▸ A intensidade e pressão sonora no nosso trabalho são medidas em uma unidade de medida relativa e
comparativa, que veremos mais a frente, chamada decibel ou dB.

▸ Essa unidade de medida está relacionada com a proporção da variação na intensidade ou pressão
sonora. Essa variação e seu valor em um som individual recebe o nome de Amplitude (A), que diz
qual a diferença de intensidade ou pressão entre os picos e vales e o “ponto de repouso”.
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INTENSIDADE E AMPLITUDE

▸ A amplitude então é a extensão da vibração do


corpo que vibra e da energia que ele gera ao
vibrar.

▸ Isso quer dizer que a amplitude é tão essencial


para a geração e propagação do som, que uma
amplitude pequena (uma relação pequena entre
os picos e o repouso) pode gerar uma energia
tão pequena que pode não ser percebida pelos
nossos ouvidos e uma amplitude muito grande
pode gerar tanta energia que acabe por
problemas como distorções e danos à escuta.

▸ Todo som tem uma amplitude original que pode


ser manipulada e alterada depois da gravação/
geração.
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ALTURA/PITCH
▸ Outra das características mais essenciais de todo
e qualquer som é a altura (ou pitch), ou seja, o
quão agudo ou o quão grave o som é.

▸ Essa qualidade do som é tão essencial e básica,


que não carece de explicação. Todos as pessoas
com capacidade auditiva reconhecem essa
característica fundamental nos sons.

▸ Talvez você já saiba o que veremos aqui mas


vamos recapitular como forma de garantir o
entendimento. Segue:

▸ Como o som é gerado através de uma


perturbação mecânica em um meio físico,
podemos pensar no som como vibrações que se
transportam nesse meio e são recebidas pelos
nossos ouvidos, que reproduzem essas vibrações
para o nosso cérebro interpretar.
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ALTURA/PITCH
▸ E como já vimos a primeira característica dessas
vibrações, que foi a amplitude (ou carga energética
total do som), a nossa percepção de altura e pitch
do que ouvimos é definida pela frequência com
que cada vibração surge em nosso aparelho
auditivo e com o tempo entre os cada pulso.

▸ Falar em “frequência” insinua essencialmente a


repetição de algum evento num período de tempo.
No caso do som esses eventos são as
“vibrações” (ciclos), e o período de tempo o
segundo.

▸ Cada vibração dessas tem um “ciclo de vida” que


acontece desde o início até o fim de sua geração.

▸ Por conta disso, as frequências no som são medidas


em ciclos por segundo (ou a unidade de medida
Hertz [Hz]).
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ALTURA/PITCH
▸ Nossos ouvidos são equipados com partes
diferentes que interpretam frequências
diferentes, ou seja, quantidades diferentes de
repetições desses ciclos em um segundo.

▸ O ser humano ouve, numa média “arredondada”,


de 20 à 20.000 ciclos em um segundo, ou seja,
de 20 Hz à 20.000 Hz (20 kHz), sendo as
frequências mais baixas soando mais graves e as
frequências mais altas soando mais agudas.

▸ Tudo o que ouvimos está entre esses dois


extremos, no que diz respeito à altura e o pitch.

▸ Sons abaixo de 20 Hz são considerados “infra-


sons"

▸ Sons acima de 20 kHz são “ultra-sons”


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ALTURA/PITCH DE RECURSOS SONOROS NO AUDIOVISUAL


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ALTURA/PITCH
▸ Como a nossa audição funciona através de
valores matemáticos e físicos, de ciclos por
segundo, existem certos fenômenos que se
repetem e causam efeitos singulares na nossa
audição.

▸ Um desses efeitos é a nossa percepção das


oitavas, que são intervalos equivalentes à uma
proporção de dobro ou metade.

▸ Nosso ouvido interpreta freqüências que tem a


relação de dobro ou metade entre si como
sendo a mesma nota, uma escala mais aguda ou
mais grave respectivamente.

▸ O termo “oitava” surge por conta da música


ocidental e da distancia entre as notas musicais
na escala musical pitagórica. (De Dó a Dó
existem 8 notas.)
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ALTURA/PITCH + AMPLITUDE
▸ Como já vimos, de formas gerais, a nossa audição utiliza informações de tempo e de pressão como
grandezas de avaliação e interpretação do som. A percepção da Frequência em si já é um resultado
da soma dessas duas grandezas.

▸ Outras formas que a soma das duas afeta a nossa audição são na nossa percepção de direção, de
distância, de dimensão, na criação do TIMBRE entre outras.

▸ Como “trabalho de casa” vai ficar assistir a live sobre Timbre, que já temos no canal do youtube, se
você sente que precisa aprofundar mais e entender melhor o que é o timbre e o que o compõe.

▸ Aqui veremos rapidamente para “cobrir”.


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TIMBRE
▸ Timbre é uma característica essencial de cada som e de cada corpo sonoro (ou fonte sonora), pois
ele é como uma “impressão digital” do som gerado por esse corpo. O timbre carrega em si, todas
as informações sobre o dimensão, posição, material e condição da fonte sonora, tudo somado em
uma resposta particular e única como uma identidade sonora.

▸ É a qualidade do som que faz com que a minha voz seja diferente da sua e diferente da voz da
Beyonce (quem dera) e faz com que a gente consiga distinguir a nota de um violino, da mesma nota
tocada por um piano, violão ou miado de gato.

▸ O timbre é como uma comprovação física e matemática de que tudo e todos somos igualmente
únicos e singularmente similares. É a poesia da existência em forma de representação sonora.
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TIMBRE
▸ Agora, deixando de lado todo esse papo
doideira de “poesia da existência” e etc, o timbre
é composto principalmente de duas
características. São elas:

▸ A escala harmônica (ou série harmônica)

▸ O envelope dinâmico

▸ A soma dessas duas características (e de outros


pequenos detalhes) resulta na criação do timbre
e dessa identidade sonora única.

▸ Aqui vai o link da nossa live, para aprofundar


mais no tema:
https://youtu.be/CLmFxDaNoc8

▸ Vamos começar falando da escala harmônica.


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TIMBRE - ESCALA HARMÔNICA


▸ A descoberta da escala harmônica data de mais de 2000 anos, ainda na Grécia antiga, quando foi
observado que um corpo ao vibrar, vibra também em cada fração de si mesmo, ao dividir e dissipar
a energia da vibração por toda sua extensão por igual.

▸ Ou seja, quando uma corda vibra por inteiro, ela também vibra em suas frações 1/2, 1/3, 1/4, 1/5,
1/6 e por aí infinitamente, até que a energia se divida tanto que se torne imperceptível para nós.

▸ Como a vibração do corpo é dividida matematicamente pelo corpo todo, as notas resultantes são
multiplicadas de acordo, ou seja: 1 x 2, 1 x 3, 1 x 4, 1 x 5, 1 x 6, infinitamente até também se tornar
imperceptível para nós.

▸ Isso faz com que quando se toque uma nota Dó 2 (C2), se crie outras notas, como vemos abaixo:
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TIMBRE - ENVELOPE DINÂMICO


▸ Sempre que falamos em dinâmica no áudio, nos referimos à relação de variação de intensidade e
pressão sonora, que nos dá a impressão de “volume”. (A amplitude do som)

▸ O envelope dinâmico é uma forma de analisar e categorizar as diferentes mudanças de intensidade


energética desse som.

▸ O Envelope Dinâmico (ou ADSR) de um som específico então, é a relação de variação de amplitude
sonora particular desse som.

▸ Naturalmente existem no máximo 4 etapas dessas mudanças. (ADSR)

▸ Ataque (Attack) - o tempo que leva para o som sair do repouso até o pico da intensidade

▸ Decaimento (Decay) - o tempo e a quantidade de energia que se dissipa após o pico de


intensidade

▸ Sustentação (Sustain) - O tempo em que o corpo continua a vibrar e soar que ocorre após a
primeira dissipação de energia

▸ Relaxamento (Release) - O tempo que demora para a energia se dissipar até se tornar imperceptível
para nós, comumente após a sustentação (o Sustain)
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TIMBRE - ENVELOPE DINÂMICO


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TIMBRE - ENVELOPE DINÂMICO + ESCALA HARMÔNICA


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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS BÁSICAS


▸ Como já sabemos, o som é gerado a partir do
movimento vibratório de um corpo e se propaga
fisicamente em um espaço na velocidade do
som.

▸ Como a Frequência (f) é a velocidade de


repetição dos ciclos por segundo, pode se
calcular que cada ciclo tem uma fração de
segundo, baseada na frequência gerada.

▸ O período (T) é o tempo de duração do ciclo


completo, que representa a fração de segundo
que leva para gerar o som. (T = 1 ÷ f)

▸ O comprimento de onda (lambda - λ) é o espaço


físico que a frequência ocupa e é medido através
da frequência e da velocidade com que o som
de move. (λ = velocidade do som ÷ f)
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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS BÁSICAS


▸ Para calcular o comprimento de onda é essencial
que se tenha o valor da velocidade com que o som
viaja e se espalha no ambiente.

▸ Por sua vez, a velocidade do som é determinada


pela densidade e elasticidade do meio em que se
propaga.

▸ No ar, podemos calcular pela temperatura,


seguindo a regra: Vsom = 331,45 + (ºC x 0,602)

▸ Ou seja, se a temperatura está em 15ºcelcius a


velocidade do som fica: Vsom = 331,45 + (15 x
0,602) = 331 + 9,03 = 340,48 metros por segundo.

▸ Isso quer dizer que o comprimento da onda vai


mudar de acordo com a temperatura do ambiente,
e com isso é possível que o som resultante tem
mude.
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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS BÁSICAS. EXEMPLOS:


▸ Se a frequência for 1000 Hz e a temperatura for de 15ºc, teremos

▸ Periodo T = 1/1000 = 0,001 segundos por ciclo

▸ Comprimento de onda λ = 340 m/s ÷ 1000 ciclos/s


340 m/s ÷ 1000 ciclos/s = 0,34 metros/ciclo

▸ Ou seja, cada ciclo da frequência de 1000 Hz vai levar 1 milissegundo para ser gerado e vai ter 34
centímetros de comprimento.

▸ Isso quer dizer que se você tem um espaço ressonante de 34 cm de largura, esse espaço vai ressoar na
frequência de 1000 Hz, e isso já pode interferir na sua acústica. O mesmo pode acontecer por conta da
distância dos falantes para a parede atrás.

▸ Acústica não é mole não! Rs


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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS BÁSICAS


▸ Então, como já sabemos que a agudeza (pitch) do
som é determinada pela frequência, podemos,
através da frequência mesmo, saber quais são seu
comprimento de onda e seu período.

▸ O Período é útil para sabermos quais frequências


vamos cancelar ou amplificar com um delay ou
outro atraso.

▸ O comprimento de onda, alem de definir a


frequência gerada pelo tamanho do corpo que
vibra, também vai nos ajudar a pensar no nosso
espaço de trabalho como um espaço acústico e
entender certas dificuldades de captação como por
exemplo no som direto.

▸ Um exemplo disso vamos ver a seguinte, em que


calcularei quais frequências são amplificadas num
mini home-estúdio que tenha as medidas
2m(comprimento) x 2,5m (largura) x 3m (altura).
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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS BÁSICAS - PERÍODO


▸ Como a Frequência é a velocidade em que os
pulsos sonoros se repetem em um intervalo de 1
segundo (ou seja, Xciclos/1segundo), o Período é o
exato oposto da frequência (1segundo/Xciclos) e
diz respeito a quanto desse 1 segundo dura cada
um dos X ciclos.

▸ Um exemplo é a frequência de 5000 Hz são 5000


ciclos / 1 segundo e o período dessa frequência é =
1 segundo / 5000 ciclos, que dá 1/5000 = 0,0002 Atraso de 0,2 milissegundos
segundos, ou seja 0,2 milissegundos.

▸ Isso quer dizer que, se reproduzirmos o mesmo


som em duas caixas e atrasarmos um dos falantes
em até mesmo 0,1 milissegundo, estaremos
atrasando equivalente à metade do período da
frequência de 5000 Hz, e assim afetaremos ela e
seus harmônicos, como vimos na aula anterior.

▸ Doido né? Mas a mesma coisa pode acontecer em


diversas frequências, dependendo do atraso.
Atraso de 0,1 milissegundos
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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS BÁSICAS - ATRASO PERÍODO

Pico em 4 dB
▸ 5 kHz Original e seus harmônicos

Pico em 5,5 dB
▸ 5 kHz somado com 0,1 ms de
▸ 5 kHz somado com 0,2 ms de atraso e seus harmônicos Pico em 2 dB

atraso e seus harmônicos

Atraso de 0,1 milissegundos


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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS BÁSICAS - ATRASO PERÍODO


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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS BÁSICAS - COMPRIMENTO DE ONDA

▸ Como já fizemos o teste do violão, no primeiro dia


de aula, vimos que ao dividir o comprimento de
onda multiplicaremos a frequência resultante pelo
mesmo número de vezes em que dividirmos o
comprimento de onda.

▸ Vimos também que o inverso também é verdade,


ou seja, ao multiplicar o comprimento de onda
dividiremos a frequência gerada de acordo com a
multiplicação do comprimento.

▸ Isso quer dizer que se o comprimento de onda de


uma frequência de 200 Hz tem 1,7 metros, o
comprimento de onda de 100 Hz tem 3,4 metros e
o comprimento de onda de 400 Hz tem 0,85
metros, respeitando assim a fórmula matemática.

▸ λ = Velocidade do som (ex.: 340 m/s) ÷ ƒ.


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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS BÁSICAS - COMPRIMENTO DE ONDA

1 2

1 2 3 4
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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS BÁSICAS - COMPRIMENTO DE ONDA

▸ Seguindo essa mesma fórmula, poderemos saber


que, certas frequências podem ter exatamente a
mesma dimensão de uma área do seu estúdio,
principalmente se for um cômodo retangular, como
o exemplo que demos de 2m (comprimento) x
2,5m (largura) x 3m (altura).

▸ 2 m = 340 ÷ ƒ >> ƒ = 340 ÷ 2 = 170 Hz.

3 metros
▸ 2,5 m = 340 ÷ ƒ >> ƒ = 340 ÷ 2,5 = 136 Hz.

▸ 3 m = 340 ÷ ƒ >> ƒ = 340 ÷ 3 = 113,333 Hz

▸ Isso quer dizer que nesse cômodo com essas


dimensões, essas três frequências tenderão a soar

os
etr
amplificadas e outras serão atenuadas, geralmente 2m
as frequências com o dobro desses comprimentos 2,5 metros
de onda e metade da frequência, ou seja: 85 Hz, 68
Hz e 56,6 Hz, assim como seus harmônicos ímpares.
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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS BÁSICAS - COMPRIMENTO DE ONDA


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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS BÁSICAS - COMPRIMENTO DE ONDA


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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS BÁSICAS - FASES


▸ Já entendemos que o som é gerado por uma perturbação física (que pode ser interpretada como uma
vibração) que se repete em uma determinada frequência, com uma intensidade energética (amplitude)
particular.

▸ Pensando no som como uma consequência desse movimento mecânico que se repete, podemos separar
o movimento (ou pulsação) em diferentes etapas relacionadas à geração do som particular.

▸ A essas etapas damos o nome de fases do som, e são a representação do momento específico de cada
ciclo de geração do som, ou a que fração ou parte da onda estamos nos referindo.

▸ O número de fases possíveis é virtualmente infinito, mas trabalharemos aqui com alguns dos valores
mais importantes e suas características.
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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS BÁSICAS - FASES


▸ Se cada som individual é uma frequência de
ciclos que se repetem e se propagam pelo
meio, essa propagação pode sofrer
interferências da mesma natureza que a onda
original.

▸ No caso do som, ele pode sofrer interferências


por qualquer força ou alteração mecânica,
como outras ondas sonoras.

▸ Isso faz com que quando reproduzamos o


mesmo som com a mesma frequência, essas
ondas de propagação sonora se somem e
interfiram uma na outra.

▸ De acordo com a fase em que cada um dos


sons está em relação ao outro, essa
interferências podem ser construtivas ou
destrutivas para diferentes frequências.
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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS BÁSICAS - FASES


▸ Esse fenômeno é tão presente que essencialmente
99% dos sons que ouvimos estejam sofrendo alguma
interferência em algumas frequências e em graus e
intensidades diferentes.

▸ Isso porquê a partir do momento em que o som se


propaga, ele reflete em superfícies e suas reflexões
também interferem umas nas outras, alterando o
resultado sonoro final.

▸ O mesmo acontece quando gravamos uma única fonte


sonora com 2 ou mais microfones simultaneamente.

▸ Ao reproduzir as duas gravações simultaneamente,


uma vai interferir na outra, criando essas interferências
construtivas (amplificação e ressonância) e destrutivas
(cancelamentos).

▸ Para entender melhor isso na prática, recomendo


assistir a live sobre fases: https://youtu.be/
QA13UbZo8AM
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PROPAGAÇÃO
▸ Como já vimos, o som pode ser gerado e propagado em todo meio material com massa e elasticidade,
podendo então estar em meios nos estados gasoso, liquido e sólido.

▸ Mas, como a propagação do som depende essencialmente desse meio em que se gera e propaga, tal
meio influencia diretamente a sua geração e propagação, assim influenciando suas respostas em
frequência (tempo) e amplitude (intensidade energética).

▸ Aqui vemos uns exemplos na diferença das velocidades do som em diferentes meios.
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PROPAGAÇÃO - FENÔMENOS
▸ Quando pensamos na propagação do som precisamos levar em conta os fenômenos comuns à
grandezas ondulatórias e mecânicas, pois o som pertence às duas. Com isso temos os fenômenos:

▸ Refração

▸ Difração

▸ Reflexão

▸ Difusão

▸ Absorção

▸ Ressonância

▸ Transmissão

▸ Interferência

▸ Mascaramento
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PROPAGAÇÃO SONORA - FENÔMENOS


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PROPAGAÇÃO SONORA - FENÔMENOS


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PROPAGAÇÃO - REFRAÇÃO
▸ A refração é o fenômeno que ocorre quando uma onda ou força mecânica muda de meio de propagação
ou encontra uma diferença de massa e elasticidade no mesmo meio, fazendo com que assim mude sua
direção de propagação, assim como perca energia no processo.
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PROPAGAÇÃO - DIFRAÇÃO
▸ A difração é um fenômeno comum à propagação sonora, em que o som contorna um obstáculo de
acordo com seu comprimento de onda e intensidade.
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PROPAGAÇÃO - REFLEXÃO
▸ A Reflexão é quando uma força incide sobre uma superfície densa e reflexiva e com isso retorna para o
ambiente de onde veio, refletindo no mesmo ângulo em que incidiu e com o mínimo de perda
energética.

▸ Por conta de a reflexão “devolver” ao ambiente o som com pouca ou sem perdas de intensidade, esse
fenômeno por si contribui para o surgimento de diferentes efeitos no som propagado, como a
reverberação, o eco, interferências e ressonâncias.
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PROPAGAÇÃO - DIFUSÃO
▸ Difusão, como o próprio nome sugere, é quando a onda incide sobre uma superfície irregular, fazendo
assim com que sua energia seja espalhada (ou difundida) igualmente em n direções. A energia resultante
para cada vetor e direção em que se propagar é equivalente à Intensidade ÷ número de direções
diferentes, sendo que a energia a ser difundida também é definida pelo seu comprimento de onda.
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DIFUSORES ACÚSTICOS
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PROPAGAÇÃO - ABSORÇÃO
▸ A Absorção acústica acontece quando um material ou superfície, ao receber uma força de natureza
sonora (mecânica), faz com que essa força seja dissipada em forma de calor e absorvida pelo material
em suas diferentes partes. Todo material possui algum quociente de absorção, de reflexão e de difusão, a
depender do comprimento de onda do som. Inclusive o próprio ar apresenta algum quociente de
absorção acústica, mesmo que muito pequeno e mais atuante em frequências ultra-sônicas (acima de
20kHz). Quando o quociente de absorção do material atua em frequências que estão fora da nossa faixa
de escuta, ele é chamado de acusticamente “transparente”.
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PROPAGAÇÃO - ABSORÇÃO - MATERIAIS


▸ A absorção acústica depende fundamentalmente dos materiais que absorverão a energia acústica, e
existem duas categorias principais para esses materiais absorvedores. Eles podem ser:

▸ Porosos

▸ Ressonantes (de membrana ou ressonadores de Helmholtz).

Porosos Membrana Membrana + Helmholtz


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PROPAGAÇÃO - ABSORÇÃO - POROSOS


▸ Os absorvedores porosos são materiais que tem reentrâncias (poros) em seu corpo, o que fazem com
que certas frequências, com comprimentos de onda específicos, consigam “entrar” no material, com
parte da sua energia sendo dissipada por toda a superfície do material poroso em questão.

▸ Como esse princípio de absorção conta com os poros e com uma certa elasticidade desse material, as
frequências mais absorvidas dessa forma são de comprimentos de onda pequenos, como as frequências
altas e médias.

▸ Em geral, absorvedores porosos têm dificuldade em absorver frequências que possuem comprimento de
onda de o dobro ou mais de sua espessura. Ainda assim, mesmo com uma espessura larga, o quociente
de absorção de frequências graves por materiais porosos vai ser sempre relativamente menor.

▸ Exemplos de materiais porosos são espumas, tecidos, areia, cortiça, isopor, fibras entre vários outros.
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PROPAGAÇÃO - ABSORÇÃO - RESSONANTES


▸ Os absorvedores ressonantes são objetos que ao receberem energia acústica ressoam e assim dissipam
um pouco dessa energia. Como funcionam com o princípio da ressonância, possuem a capacidade de
ser mais adaptados para frequências específicas, com comprimentos de onda diferentes.

▸ Dentre os absorvedores ressonantes estão os absorvedores de membrana e os de Helmholtz, ambos


sendo instalados na forma de painéis, geralmente em paredes e tetos.

▸ Os absorveres de membrana, são estruturas que se assemelham a caixas “achatadas” com molduras em
madeira e painéis de madeira mais fina, como o material ressonante. Geralmente são preenchidos de
algum absorvedor poroso, para oferecer mais uma possibilidade de absorção.

▸ Os Ressonadores de Helmholtz são similares aos absorvedores de membrana, geralmente com uma
estrutura e moldura de madeira e preenchidos de materiais porosos. A maior diferença está no fato de
que as madeiras frontais são perfiladas e possuem furos e entradas de acordo com um comprimento de
onda a ser mais absorvido.
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PROPAGAÇÃO - ABSORÇÃO - RESSONANTES


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PROPAGAÇÃO - RESSONÂNCIA
▸ A ressonância é um fenômeno comum a toda força ondulatória e vibratória e diz respeito ao
comportamento de um corpo ao receber alguma carga de energia com essas características.

▸ No caso do som, ao receber uma pressão acústica, o corpo reagirá vibrando de alguma maneira que se
relacione com a frequência do som que recebeu e a frequência de ressonância natural do próprio corpo
do objeto, que vibra naturalmente a uma velocidade específica, de acordo com sua massa e elasticidade.

▸ Essa vibração resultante é a ressonância e ela acontece tanto em copos sólidos, que vibram em reação ao
som que chega, quanto em corpos gasosos e líquidos, como no exemplo abaixo.
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PROPAGAÇÃO - RESSONÂNCIA
▸ Um exemplo do poder da ressonância é a queda da ponte Tacoma Narrows, que foi ocasionada devido à
ressonância dos ventos sobre a estrutura de metal e concreto da ponte, fazendo com que a amplitude de
suas oscilações fossem amplificadas a cada rajada de vento com a frequência de ressonância natural da
estrutura.
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PROPAGAÇÃO - TRANSMISSÃO
▸ A Transmissão acústica é o fenômeno responsável pela transferência de energia acústica entre meios de
densidades diferentes, o que possibilita ao som “atravessar” obstáculos físicos como paredes e outras
superfícies.

▸ Para conseguir ser transmitido de um meio ao outro, parte da energia acústica é absorvida e refratada
pelos meios diferentes em que o som for transmitido, fazendo assim com que apenas uma fração de sua
intensidade original seja transmitida.

▸ É através da transmissão acústica que o som é capaz de entrar e sair de ambientes fechados e, justo por
isso, a transmissão acústica é o maior desafio para um bom Isolamento Acústico de uma sala.

▸ A brincadeira do telefone de lata e barbante é uma forma de observar a transmissão acústica na prática.
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PROPAGAÇÃO - INTERFERÊNCIA
▸ A Interferência sonora é o fenômeno que ocorre quando diferentes sons se relacionam e interferem um
no outro, alterando sua propagação e característica.

▸ Essas interferências podem acontecer diretamente no próprio meio de propagação, na fonte sonora e
também no receptor do som.

▸ Quando o resultado dessa interferência é a amplificação da energia, chamamos de interferência


construtiva, o que resulta em uma maior ressonância na frequência em questão.

▸ Quando o resultado dessa interferência é a atenuação da energia, chamamos de interferência destrutiva,


o que resulta em cancelamento da frequência em questão e de seus harmônicos ímpares, num efeito que
chamamos de “Comb Filter” (filtro pente).

Comb Filter
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PROPAGAÇÃO - INTERFERÊNCIA
▸ Já vimos exemplos de interferências construtivas e destrutivas nas páginas 32 à 42 e na nossa live sobre
fases

▸ Segue mais exemplos para fixar o conceito.

Comb Filter
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PROPAGAÇÃO - INTERFERÊNCIA

▸ Soma e interferência

Comb Filter
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PROPAGAÇÃO - MASCARAMENTO
▸ Mascaramento sonoro é um fenômeno resultante da soma dos efeitos da ressonância, de interferências e
da nossa capacidade auditiva, em que a presença de sons de frequências vizinhas às frequências do som
ouvido faz com que esse som seja afetado e perca definição, sendo assim “mascarado”.

▸ Esse mascaramento pode acontecer por ações tanto nos meios de propagação quanto na fonte sonora e
no receptor, assim como as interferências acústicas.

▸ Podemos observar os efeitos do mascaramento no nosso quotidiano com por exemplo o som do
ventilador, ar condicionado, aspiradores de pó e outros equipamentos que geram ruídos em largas
bandas de frequência e assim afetam os outros sons que estaríamos ouvindo no ambiente.

▸ O mascaramento sonoro pode ser usado como recurso e hoje em dia existem empresas que vendem
serviços de mascaramento sonoro, tanto para o controle do som no ambiente quanto para o controle da
privacidade do som fora do ambiente. Para testar em sua casa, ligue e desligue algum desses
equipamentos enquanto ouve um rádio e perceberá claramente o mascaramento da voz do rádio.
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PROPAGAÇÃO - MASCARAMENTO
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INTENSIDADE E PRESSÃO SONORA


▸ Agora que entendemos os fenômenos da propagação sonora, vamos explorar as características do som
relacionadas à amplitude e à carga de energia que o som carrega.

▸ Para isso, primeiro vamos lembrar que as duas formas que o nosso cérebro e ouvido processam e
decodificam o estímulo sonoro são através do tempo e da força/intensidade/pressão.

▸ Como já vimos anteriormente, nossa capacidade auditiva no que diz respeito à resposta de frequências,
é capaz de perceber sons de 20 Hz à 20 kHz e sendo as frequências mais baixas (mais pra 20 Hz) soando
mais graves e as frequências mais altas (mais pra 20000 Hz) soando mais agudas.

▸ Já para os valores relacionados à pressão sonora, nossa audição é capaz de perceber de 1 dB (0,00002
Pa) a 130 dB SPL (63 Pa).

▸ Vamos entender então as características relacionadas à pressão e intensidade sonora e como nossa
escuta funciona em relação à carga de energia presente nos pulsos sonoros.
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INTENSIDADE E PRESSÃO SONORA


▸ Vamos então lembrar que o som é uma força mecânica de pressão.

▸ Na física, as unidades de medida relacionadas à pressão são o Pascal (Pa) e o Newton/m2.

▸ A nossa audição é capaz de ouvir de 0,00002 Pa até 63 Pa, uma diferença de 3.150.000 vezes!

▸ O problema é que, assim como na percepção de frequência e pitch, a nossa percepção de pressão
sonora se comporta de maneira logarítmica e não linear. Isso quer dizer que a diferença de pressão de
0,0002 Pa para 0,0003 Pa não é a mesma que a diferença de 0,0003 Pa à 0,0004 Pa. Confuso né?

▸ O nosso ouvido percebe a variação de pressão sonora de acordo com uma progressão logarítmica, não
aritmética (ou linear). Ou seja, o valor que nosso ouvido traduz em variação de pressão é representativo
da relação entre dois valores absolutos de pressão.

▸ Para facilitar esse cálculo, foi criada a unidade de medida Bel, que é uma unidade de medida logarítmica,
e no dia-a-dia utilizamos a décima parte dessa medida, ou seja, o deciBel. 1 Bel = 10 Decibel

0,00002 PASCAL = 1 DECIBEL


1 PASCAL = 94 DECIBEL (?)
2 PASCAL = 100 DECIBEL
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INTENSIDADE E PRESSÃO SONORA - O DECIBEL


▸ A pesar da aparente complicação, o uso do decibel foi
adotado para facilitar o cálculo da relação entre valores
de carga de energia, como o nível de pressão sonora (dB
SPL), a tensão elétrica (dBV ou dBu), potência (dBW ou
dBmW), entre outras.

▸ Um Bel ou deciBel por si só não representa valor algum.


Seu valor é determinado pela comparação entre uma
referência de valor explícito ou implícito (quando já temos
determinado, por exemplo o mínimo da escuta sendo que
0,0002 Pa = 1 dB SPL)

▸ O Bel, é a unidade de medida que determina uma


proporção de variação logarítmica de base 10, que segue
mais próximo da nossa percepção de variação auditiva de
pressão

▸ O uso do decibel permite pensar na variação de pressão e


intensidade de forma linear, fazendo com que a diferença
de 20 para 21 dB seja a mesma diferença que a diferença
de 90 para 91 dB.
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INTENSIDADE E PRESSÃO SONORA - O DECIBEL


▸ Quando falamos no uso de decibel para amplitude
sonora, estamos geralmente nos referindo a uma das duas
grandezas: Pressão ou Intensidade.

▸ Apesar de aparentarem a mesma coisa semanticamente,


no Sistema Internacional de Unidades e Medidas (SI), os
dois conceitos são diferentes. Vamos entender:

▸ Pressão Sonora (dB SPL) que é a escala logarítmica de


nível pressão sonora (Sound Pressure Level), é medida em
Pascal, que por sua vez significa Newton por metro
quadrado (N/m²) e é a quantidade de força em uma área.
Nossa percepção vai de 0,00002 à 63 Pa.

▸ Intensidade Sonora (dB I) que é a escala logarítmica de


potência pela área, medida em Watts por metro quadrado
(W/m²). Nosso ouvido é capaz de sustentar intensidades
sonoras de 0,000000000001W/m² (10⁻¹²) à 1W/m² (10⁰).

▸ Já em sistemas digitais utilizamos outra unidade em dB


que é o dBFS, que veremos mais a frente.
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INTENSIDADE E PRESSÃO SONORA - O DECIBEL


▸ Como falado, o Bel e o decibel por si só não dizem nada e
só têm valor quando comparados e contextualizados,
similar aos percentuais, que por si só não tem valor algum,
mas ao adotarmos uma referência e um contexto para o
cálculo começam a significar alguma coisa.

▸ Exemplo:
Sem referência nem contexto: Hoje eu bebo 10%.
Com referência e contexto: Hoje eu bebo 10% a mais
água do que os 2L eu bebia semana passada. Ou seja,
hoje eu bebo 2,2 L de água.

▸ Diferentemente dos percentuais, se formos utilizar


fórmulas para entender as relações de pressão e
intensidade sonora, as fórmulas seguiriam a progressão
logarítmica de base de 10, ou seja:

▸ ∆Bel = log₁₀ (valor a calcular ÷ referência)

▸ ∆dB = 10 x log₁₀ (valor a calcular ÷ referência)


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INTENSIDADE E PRESSÃO SONORA - O DECIBEL


▸ Já que o decibel então é a relação logarítmica de base 10
entre dois valores comparados, podemos usá-lo para
calcular virtualmente qualquer coisa.

▸ Por exemplo:
Se antes eu bebia 2 L de água e agora eu bebo 2,2 L de
água, eu poderia expor da seguinte maneira em dB:

▸ ∆dB = 10 x log₁₀ (2,2 ÷ 2)


∆dB = 10 x log 1,1
∆dB = 10 x 0,04139
∆dB = 0,4139 dB de água (ou 0,04139 Bel)

▸ Para entender o cálculo: primeiro foi calculada a relação


entre os valores absolutos da quantidade de água, depois
foi encontrado o valor logarítmico de base 10 e depois
multiplicamos por 10, para achar o valor em decibel.

▸ Mais simples pensar assim né? Na verdade você não


precisa calcular nada disso de cabeça, é só saber aplicar
as fórmulas na calculadora.
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INTENSIDADE E PRESSÃO SONORA - O DECIBEL


▸ Para então entrarmos nas fórmulas, vamos complicar só um pouquinho mais.

▸ Existem duas fórmulas diferentes para calcular a variação em decibéis.

▸ A primeira já vimos: ∆dB = 10 x log₁₀ (valor a calcular ÷ referência)

▸ A outra é usada apenas para unidades de medida que tenham mais uma dimensão de propagação,
como a tensão elétrica (“voltagem”), a corrente elétrica (“amperagem”), pressão sonora (dB SPL) e perda
de intensidade sonora pela distância (lei do inverso do quadrado)

▸ Essa segunda fórmula é: ∆dB = 20 x log₁₀ (valor a calcular ÷ referência). A única diferença é que como
temos mais uma dimensão para calcular, acabamos multiplicando o resultado final por 2.

▸ Vamos ver na prática:


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INTENSIDADE E PRESSÃO SONORA - O DECIBEL


▸ Para fazermos um comparativo dos cálculos então, vamos calcular:

▸ 1) A variação de pressão sonora de 0,00002 Pascal à 0,00003 Pa.

▸ 2) A variação de intensidade de 0,000000000001 W/m² para 0,000000000002 W/m².

▸ Resposta 1: ∆dB SPL = 20 x log₁₀ (0,00003 ÷ 0,00002) >> 20 x log₁₀ 1,5 >> 20 x 0,176 >> ∆dB SPL =
3,52 dB SPL

▸ Resposta 2: ∆dB SPL = 10 x log₁₀ (0,000000000002 ÷ 0,000000000001) >> 10 x log₁₀ 2 >> 10 x 0,3 >>
∆dB I = 3 dB I

▸ Ou seja, podemos ver que mesmo cada um ganhando um valor absoluto similar (1 Pa e 1 W/m²) os
valores ganhos em dB foram diferentes.

▸ De uma forma geral, as coisas mais importantes para você lembrar são as seguintes:

▸ Nos cálculos de perda por distancia e nível de pressão sonora você vai usar a formula ∆dB SPL = 20 x
log₁₀ (X₁ ÷ X₀).

▸ Em todos os outros cálculos de variação em decibel você vai usar a formula ∆dB SPL = 10 x log₁₀ (X₁ ÷
X₀).
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INTENSIDADE E PRESSÃO SONORA - O DECIBEL


▸ Dentro dessas duas formas de calcular, podemos sempre nos lembrar de algumas relações comuns.

▸ A relação de dobro:
Na formula “∆dB SPL = 20 x log₁₀ (X₁ ÷ X₀)”, o dobro vai ser sempre = +6dB
Na formula “∆dB SPL = 10 x log₁₀ (X₁ ÷ X₀)”, o dobro vai ser sempre = +3dB

▸ A relação de 10x:
Na formula “∆dB SPL = 20 x log₁₀ (X₁ ÷ X₀)”, 10 x o valor vai ser sempre = +20dB
Na formula “∆dB SPL = 10 x log₁₀ (X₁ ÷ X₀)”, 10 x o valor vai ser sempre = +10dB

▸ ∆dB SPL = 20 x log₁₀ (232Pa ÷ 116Pa) ▸ ∆dB SPL = 10 x log₁₀ (232W ÷ 116W)
∆dB SPL = 20 x log₁₀ 2 ∆dB SPL = 10 x log₁₀ 2
∆dB SPL = 20 x 0,301 = +6dB SPL ∆dB SPL = 10 x 0,301 = +3dB W
▸ ∆dB SPL = 20 x log₁₀ (464Pa ÷ 232Pa) ▸ ∆dB SPL = 10 x log₁₀ (464W ÷ 232W)
∆dB SPL = 20 x log₁₀ 2 ∆dB SPL = 10 x log₁₀ 2
∆dB SPL = 20 x 0,301 = +6dB SPL ∆dB SPL = 10 x 0,301 = +3dB W
▸ ∆dB SPL = 20 x log₁₀ (980Pa ÷ 98Pa) ▸ ∆dB SPL = 10 x log₁₀ (980W ÷ 98W)
∆dB SPL = 20 x log₁₀ 2 ∆dB SPL = 10 x log₁₀ 2
∆dB SPL = 20 x 0,301 = +20dB SPL ∆dB SPL = 10 x 0,301 = +10dB W
▸ ∆dB SPL = 20 x log₁₀ (9800Pa ÷ 98Pa) ▸ ∆dB SPL = 10 x log₁₀ (9800 ÷ 98)
∆dB SPL = 20 x log₁₀ 2 ∆dB SPL = 10 x log₁₀ 2
∆dB SPL = 20 x 0,301 = +40dB SPL ∆dB SPL = 10 x 0,301 = +20dB W
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INTENSIDADE E PRESSÃO SONORA - LEI DO INVERSO DO QUADRADO


▸ Agora que entendemos um pouco sobre os dB’s, vamos olhar como acontecem as perdas de intensidade
na propagação do som no ar.

▸ Para isso vamos ver a Lei do Inverso do Quadrado, que diz que a cada distância percorrida pelo som em
um espaço aberto, sua energia será dispersada de forma equivalente ao quadrado da distância
percorrida.
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INTENSIDADE E PRESSÃO SONORA - LEI DO INVERSO DO QUADRADO


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INTENSIDADE E PRESSÃO SONORA - LEI DO INVERSO DO QUADRADO


▸ Essa lei afeta todo tipo de energia que ao se propagar atinge uma área e tem sua intensidade energética
dividida igualmente pela área em questão.

▸ Isso acontece justamente porquê a proporção com a qual a energia é dividida no espaço acompanha o
comprimento da onda, se dividindo pelo quadrado da distância percorrida por essa onda (em relação ao
valor do comprimento de onda).

▸ Por exemplo, se o comprimento de onda é equivalente a 1 metro, ao percorrer 2 metros, essa onda vai
ser atenuada ao quadrado desses 2 metros percorridos. E como 2² = 4, a fórmula vira a seguinte:
∆dB = 10 x log₁₀ (4 ÷ 1) = 6 dB

▸ Mas como estamos calculando a perda, a proporção com a qual a energia se divide ao propagar seria
equivalente a 1/2² = 1/4 e dessa forma a formula fica invertida, saindo com o resultado da perda:
∆dB = 10 x log₁₀ (1 ÷ 4) = -6 dB

▸ Sabendo disso, podemos calcular por exemplo a perda em 3 metros:


∆dB = 10 x log₁₀ (1 ÷ 3²)
∆dB = 10 x log₁₀ (1 ÷ 9)
∆dB = 10 x log₁₀ 0,111111
∆dB = 10 x -0,954
∆dB = -9,54 dB de perda
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INTENSIDADE E PRESSÃO SONORA - LEI DO INVERSO DO QUADRADO


▸ Chegaríamos ao mesmo resultado se usássemos a outra formula sem precisar achar o quadrado do
valor:

▸ ∆dB = 20 x log₁₀ (1 ÷ 3)
∆dB = 20 x log₁₀ 0,3333
∆dB = 20 x -0,477
∆dB = -9,54 dB de perda

▸ Ou seja, para o cálculo de perda de intensidade sonora por distância chegamos ao valor que prevê que a
cada vez que uma onda percorrer o dobro do seu comprimento de onda, ela será atenuada em -6 dB.

▸ Com isso podemos saber quanto frequências diferentes se perdem de maneira diferente no espaço.
Por exemplo: A 2 metros de distância, quantos dB’s de perda cada uma das frequências teria?

▸ 1) ƒ = 680 Hz

▸ 2) ƒ = 1360 Hz

▸ E se a distância for 5 de metros?

▸ Bora calcular!
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INTENSIDADE E PRESSÃO SONORA - LEI DO INVERSO DO QUADRADO


▸ Dessa forma sabemos que sempre que a distância percorrida dobrar, teremos uma perda relativa de 6
dB de intensidade sonora em um campo aberto e livre de reflexões.

▸ Já sabemos disso instintivamente porque vivenciamos isso no dia-a-dia.

▸ Em ambientes fechados a perda por distância será menor, por conta das reflexões do ambiente.

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