Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O QUE É O SOM?
▸ https://pt.wikipedia.org/wiki/Som
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 5
O QUE É O SOM?
▸ O som é uma frente de compressão e rarefação
mecânicas de um meio material com massa e
elasticidade, que se propaga de forma
omnidirecional e em ondas longitudinais.
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 6
O QUE É O SOM?
▸ O som é uma energia mecânica, gerada por
algum corpo vibrante e que viaja em todas as
direções e precisa de um meio para se
propagar. Esse meio pode ser o ar, a água, a
madeira, o metal e vários outros, sendo o ar o
mais usado por nós e por isso não se
propagando no vácuo.
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 7
PROPAGAÇÃO OMNIDIRECIONAL
▸ Para entender como uma onda sonora se
propaga podemos utilizar o exemplo da
pedra caindo na água.
A ONDA SONORA
▸ O processo gerador e propagador da onda
sonora é um processo que se baseia na
compressão e rarefação de um meio, por
isso, a onda sonora é um tipo específico de
onda, chamada de onda de compressão ou
onda longitudinal.
▸ Intensidade (“volume”)
INTENSIDADE E AMPLITUDE
▸ Como o som é uma força mecânica de movimento e pressão, as formas mais precisas de medir sua
carga energética seriam através de unidades de medida como o Pascal, o Newton e o Joule, mas não
veremos isso aqui, não se preocupe hahaha
▸ A intensidade e pressão sonora no nosso trabalho são medidas em uma unidade de medida relativa e
comparativa, que veremos mais a frente, chamada decibel ou dB.
▸ Essa unidade de medida está relacionada com a proporção da variação na intensidade ou pressão
sonora. Essa variação e seu valor em um som individual recebe o nome de Amplitude (A), que diz
qual a diferença de intensidade ou pressão entre os picos e vales e o “ponto de repouso”.
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 15
INTENSIDADE E AMPLITUDE
ALTURA/PITCH
▸ Outra das características mais essenciais de todo
e qualquer som é a altura (ou pitch), ou seja, o
quão agudo ou o quão grave o som é.
ALTURA/PITCH
▸ E como já vimos a primeira característica dessas
vibrações, que foi a amplitude (ou carga energética
total do som), a nossa percepção de altura e pitch
do que ouvimos é definida pela frequência com
que cada vibração surge em nosso aparelho
auditivo e com o tempo entre os cada pulso.
ALTURA/PITCH
▸ Nossos ouvidos são equipados com partes
diferentes que interpretam frequências
diferentes, ou seja, quantidades diferentes de
repetições desses ciclos em um segundo.
ALTURA/PITCH
▸ Como a nossa audição funciona através de
valores matemáticos e físicos, de ciclos por
segundo, existem certos fenômenos que se
repetem e causam efeitos singulares na nossa
audição.
ALTURA/PITCH + AMPLITUDE
▸ Como já vimos, de formas gerais, a nossa audição utiliza informações de tempo e de pressão como
grandezas de avaliação e interpretação do som. A percepção da Frequência em si já é um resultado
da soma dessas duas grandezas.
▸ Outras formas que a soma das duas afeta a nossa audição são na nossa percepção de direção, de
distância, de dimensão, na criação do TIMBRE entre outras.
▸ Como “trabalho de casa” vai ficar assistir a live sobre Timbre, que já temos no canal do youtube, se
você sente que precisa aprofundar mais e entender melhor o que é o timbre e o que o compõe.
TIMBRE
▸ Timbre é uma característica essencial de cada som e de cada corpo sonoro (ou fonte sonora), pois
ele é como uma “impressão digital” do som gerado por esse corpo. O timbre carrega em si, todas
as informações sobre o dimensão, posição, material e condição da fonte sonora, tudo somado em
uma resposta particular e única como uma identidade sonora.
▸ É a qualidade do som que faz com que a minha voz seja diferente da sua e diferente da voz da
Beyonce (quem dera) e faz com que a gente consiga distinguir a nota de um violino, da mesma nota
tocada por um piano, violão ou miado de gato.
▸ O timbre é como uma comprovação física e matemática de que tudo e todos somos igualmente
únicos e singularmente similares. É a poesia da existência em forma de representação sonora.
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 23
TIMBRE
▸ Agora, deixando de lado todo esse papo
doideira de “poesia da existência” e etc, o timbre
é composto principalmente de duas
características. São elas:
▸ O envelope dinâmico
▸ Ou seja, quando uma corda vibra por inteiro, ela também vibra em suas frações 1/2, 1/3, 1/4, 1/5,
1/6 e por aí infinitamente, até que a energia se divida tanto que se torne imperceptível para nós.
▸ Como a vibração do corpo é dividida matematicamente pelo corpo todo, as notas resultantes são
multiplicadas de acordo, ou seja: 1 x 2, 1 x 3, 1 x 4, 1 x 5, 1 x 6, infinitamente até também se tornar
imperceptível para nós.
▸ Isso faz com que quando se toque uma nota Dó 2 (C2), se crie outras notas, como vemos abaixo:
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 25
▸ O Envelope Dinâmico (ou ADSR) de um som específico então, é a relação de variação de amplitude
sonora particular desse som.
▸ Ataque (Attack) - o tempo que leva para o som sair do repouso até o pico da intensidade
▸ Sustentação (Sustain) - O tempo em que o corpo continua a vibrar e soar que ocorre após a
primeira dissipação de energia
▸ Relaxamento (Release) - O tempo que demora para a energia se dissipar até se tornar imperceptível
para nós, comumente após a sustentação (o Sustain)
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 26
▸ Ou seja, cada ciclo da frequência de 1000 Hz vai levar 1 milissegundo para ser gerado e vai ter 34
centímetros de comprimento.
▸ Isso quer dizer que se você tem um espaço ressonante de 34 cm de largura, esse espaço vai ressoar na
frequência de 1000 Hz, e isso já pode interferir na sua acústica. O mesmo pode acontecer por conta da
distância dos falantes para a parede atrás.
Pico em 4 dB
▸ 5 kHz Original e seus harmônicos
Pico em 5,5 dB
▸ 5 kHz somado com 0,1 ms de
▸ 5 kHz somado com 0,2 ms de atraso e seus harmônicos Pico em 2 dB
1 2
1 2 3 4
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 37
3 metros
▸ 2,5 m = 340 ÷ ƒ >> ƒ = 340 ÷ 2,5 = 136 Hz.
os
etr
amplificadas e outras serão atenuadas, geralmente 2m
as frequências com o dobro desses comprimentos 2,5 metros
de onda e metade da frequência, ou seja: 85 Hz, 68
Hz e 56,6 Hz, assim como seus harmônicos ímpares.
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 38
▸ Pensando no som como uma consequência desse movimento mecânico que se repete, podemos separar
o movimento (ou pulsação) em diferentes etapas relacionadas à geração do som particular.
▸ A essas etapas damos o nome de fases do som, e são a representação do momento específico de cada
ciclo de geração do som, ou a que fração ou parte da onda estamos nos referindo.
▸ O número de fases possíveis é virtualmente infinito, mas trabalharemos aqui com alguns dos valores
mais importantes e suas características.
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 41
PROPAGAÇÃO
▸ Como já vimos, o som pode ser gerado e propagado em todo meio material com massa e elasticidade,
podendo então estar em meios nos estados gasoso, liquido e sólido.
▸ Mas, como a propagação do som depende essencialmente desse meio em que se gera e propaga, tal
meio influencia diretamente a sua geração e propagação, assim influenciando suas respostas em
frequência (tempo) e amplitude (intensidade energética).
▸ Aqui vemos uns exemplos na diferença das velocidades do som em diferentes meios.
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 44
PROPAGAÇÃO - FENÔMENOS
▸ Quando pensamos na propagação do som precisamos levar em conta os fenômenos comuns à
grandezas ondulatórias e mecânicas, pois o som pertence às duas. Com isso temos os fenômenos:
▸ Refração
▸ Difração
▸ Reflexão
▸ Difusão
▸ Absorção
▸ Ressonância
▸ Transmissão
▸ Interferência
▸ Mascaramento
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 45
PROPAGAÇÃO - REFRAÇÃO
▸ A refração é o fenômeno que ocorre quando uma onda ou força mecânica muda de meio de propagação
ou encontra uma diferença de massa e elasticidade no mesmo meio, fazendo com que assim mude sua
direção de propagação, assim como perca energia no processo.
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 48
PROPAGAÇÃO - DIFRAÇÃO
▸ A difração é um fenômeno comum à propagação sonora, em que o som contorna um obstáculo de
acordo com seu comprimento de onda e intensidade.
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 49
PROPAGAÇÃO - REFLEXÃO
▸ A Reflexão é quando uma força incide sobre uma superfície densa e reflexiva e com isso retorna para o
ambiente de onde veio, refletindo no mesmo ângulo em que incidiu e com o mínimo de perda
energética.
▸ Por conta de a reflexão “devolver” ao ambiente o som com pouca ou sem perdas de intensidade, esse
fenômeno por si contribui para o surgimento de diferentes efeitos no som propagado, como a
reverberação, o eco, interferências e ressonâncias.
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 50
PROPAGAÇÃO - DIFUSÃO
▸ Difusão, como o próprio nome sugere, é quando a onda incide sobre uma superfície irregular, fazendo
assim com que sua energia seja espalhada (ou difundida) igualmente em n direções. A energia resultante
para cada vetor e direção em que se propagar é equivalente à Intensidade ÷ número de direções
diferentes, sendo que a energia a ser difundida também é definida pelo seu comprimento de onda.
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 51
DIFUSORES ACÚSTICOS
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 52
PROPAGAÇÃO - ABSORÇÃO
▸ A Absorção acústica acontece quando um material ou superfície, ao receber uma força de natureza
sonora (mecânica), faz com que essa força seja dissipada em forma de calor e absorvida pelo material
em suas diferentes partes. Todo material possui algum quociente de absorção, de reflexão e de difusão, a
depender do comprimento de onda do som. Inclusive o próprio ar apresenta algum quociente de
absorção acústica, mesmo que muito pequeno e mais atuante em frequências ultra-sônicas (acima de
20kHz). Quando o quociente de absorção do material atua em frequências que estão fora da nossa faixa
de escuta, ele é chamado de acusticamente “transparente”.
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 53
▸ Porosos
▸ Como esse princípio de absorção conta com os poros e com uma certa elasticidade desse material, as
frequências mais absorvidas dessa forma são de comprimentos de onda pequenos, como as frequências
altas e médias.
▸ Em geral, absorvedores porosos têm dificuldade em absorver frequências que possuem comprimento de
onda de o dobro ou mais de sua espessura. Ainda assim, mesmo com uma espessura larga, o quociente
de absorção de frequências graves por materiais porosos vai ser sempre relativamente menor.
▸ Exemplos de materiais porosos são espumas, tecidos, areia, cortiça, isopor, fibras entre vários outros.
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 55
▸ Os absorveres de membrana, são estruturas que se assemelham a caixas “achatadas” com molduras em
madeira e painéis de madeira mais fina, como o material ressonante. Geralmente são preenchidos de
algum absorvedor poroso, para oferecer mais uma possibilidade de absorção.
▸ Os Ressonadores de Helmholtz são similares aos absorvedores de membrana, geralmente com uma
estrutura e moldura de madeira e preenchidos de materiais porosos. A maior diferença está no fato de
que as madeiras frontais são perfiladas e possuem furos e entradas de acordo com um comprimento de
onda a ser mais absorvido.
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 56
PROPAGAÇÃO - RESSONÂNCIA
▸ A ressonância é um fenômeno comum a toda força ondulatória e vibratória e diz respeito ao
comportamento de um corpo ao receber alguma carga de energia com essas características.
▸ No caso do som, ao receber uma pressão acústica, o corpo reagirá vibrando de alguma maneira que se
relacione com a frequência do som que recebeu e a frequência de ressonância natural do próprio corpo
do objeto, que vibra naturalmente a uma velocidade específica, de acordo com sua massa e elasticidade.
▸ Essa vibração resultante é a ressonância e ela acontece tanto em copos sólidos, que vibram em reação ao
som que chega, quanto em corpos gasosos e líquidos, como no exemplo abaixo.
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 58
PROPAGAÇÃO - RESSONÂNCIA
▸ Um exemplo do poder da ressonância é a queda da ponte Tacoma Narrows, que foi ocasionada devido à
ressonância dos ventos sobre a estrutura de metal e concreto da ponte, fazendo com que a amplitude de
suas oscilações fossem amplificadas a cada rajada de vento com a frequência de ressonância natural da
estrutura.
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 59
PROPAGAÇÃO - TRANSMISSÃO
▸ A Transmissão acústica é o fenômeno responsável pela transferência de energia acústica entre meios de
densidades diferentes, o que possibilita ao som “atravessar” obstáculos físicos como paredes e outras
superfícies.
▸ Para conseguir ser transmitido de um meio ao outro, parte da energia acústica é absorvida e refratada
pelos meios diferentes em que o som for transmitido, fazendo assim com que apenas uma fração de sua
intensidade original seja transmitida.
▸ É através da transmissão acústica que o som é capaz de entrar e sair de ambientes fechados e, justo por
isso, a transmissão acústica é o maior desafio para um bom Isolamento Acústico de uma sala.
▸ A brincadeira do telefone de lata e barbante é uma forma de observar a transmissão acústica na prática.
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 60
PROPAGAÇÃO - INTERFERÊNCIA
▸ A Interferência sonora é o fenômeno que ocorre quando diferentes sons se relacionam e interferem um
no outro, alterando sua propagação e característica.
▸ Essas interferências podem acontecer diretamente no próprio meio de propagação, na fonte sonora e
também no receptor do som.
Comb Filter
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 61
PROPAGAÇÃO - INTERFERÊNCIA
▸ Já vimos exemplos de interferências construtivas e destrutivas nas páginas 32 à 42 e na nossa live sobre
fases
Comb Filter
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 62
PROPAGAÇÃO - INTERFERÊNCIA
▸ Soma e interferência
Comb Filter
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 63
PROPAGAÇÃO - MASCARAMENTO
▸ Mascaramento sonoro é um fenômeno resultante da soma dos efeitos da ressonância, de interferências e
da nossa capacidade auditiva, em que a presença de sons de frequências vizinhas às frequências do som
ouvido faz com que esse som seja afetado e perca definição, sendo assim “mascarado”.
▸ Esse mascaramento pode acontecer por ações tanto nos meios de propagação quanto na fonte sonora e
no receptor, assim como as interferências acústicas.
▸ Podemos observar os efeitos do mascaramento no nosso quotidiano com por exemplo o som do
ventilador, ar condicionado, aspiradores de pó e outros equipamentos que geram ruídos em largas
bandas de frequência e assim afetam os outros sons que estaríamos ouvindo no ambiente.
▸ O mascaramento sonoro pode ser usado como recurso e hoje em dia existem empresas que vendem
serviços de mascaramento sonoro, tanto para o controle do som no ambiente quanto para o controle da
privacidade do som fora do ambiente. Para testar em sua casa, ligue e desligue algum desses
equipamentos enquanto ouve um rádio e perceberá claramente o mascaramento da voz do rádio.
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 64
PROPAGAÇÃO - MASCARAMENTO
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 65
▸ Para isso, primeiro vamos lembrar que as duas formas que o nosso cérebro e ouvido processam e
decodificam o estímulo sonoro são através do tempo e da força/intensidade/pressão.
▸ Como já vimos anteriormente, nossa capacidade auditiva no que diz respeito à resposta de frequências,
é capaz de perceber sons de 20 Hz à 20 kHz e sendo as frequências mais baixas (mais pra 20 Hz) soando
mais graves e as frequências mais altas (mais pra 20000 Hz) soando mais agudas.
▸ Já para os valores relacionados à pressão sonora, nossa audição é capaz de perceber de 1 dB (0,00002
Pa) a 130 dB SPL (63 Pa).
▸ Vamos entender então as características relacionadas à pressão e intensidade sonora e como nossa
escuta funciona em relação à carga de energia presente nos pulsos sonoros.
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 66
▸ A nossa audição é capaz de ouvir de 0,00002 Pa até 63 Pa, uma diferença de 3.150.000 vezes!
▸ O problema é que, assim como na percepção de frequência e pitch, a nossa percepção de pressão
sonora se comporta de maneira logarítmica e não linear. Isso quer dizer que a diferença de pressão de
0,0002 Pa para 0,0003 Pa não é a mesma que a diferença de 0,0003 Pa à 0,0004 Pa. Confuso né?
▸ O nosso ouvido percebe a variação de pressão sonora de acordo com uma progressão logarítmica, não
aritmética (ou linear). Ou seja, o valor que nosso ouvido traduz em variação de pressão é representativo
da relação entre dois valores absolutos de pressão.
▸ Para facilitar esse cálculo, foi criada a unidade de medida Bel, que é uma unidade de medida logarítmica,
e no dia-a-dia utilizamos a décima parte dessa medida, ou seja, o deciBel. 1 Bel = 10 Decibel
▸ Exemplo:
Sem referência nem contexto: Hoje eu bebo 10%.
Com referência e contexto: Hoje eu bebo 10% a mais
água do que os 2L eu bebia semana passada. Ou seja,
hoje eu bebo 2,2 L de água.
▸ Por exemplo:
Se antes eu bebia 2 L de água e agora eu bebo 2,2 L de
água, eu poderia expor da seguinte maneira em dB:
▸ A outra é usada apenas para unidades de medida que tenham mais uma dimensão de propagação,
como a tensão elétrica (“voltagem”), a corrente elétrica (“amperagem”), pressão sonora (dB SPL) e perda
de intensidade sonora pela distância (lei do inverso do quadrado)
▸ Essa segunda fórmula é: ∆dB = 20 x log₁₀ (valor a calcular ÷ referência). A única diferença é que como
temos mais uma dimensão para calcular, acabamos multiplicando o resultado final por 2.
▸ Resposta 1: ∆dB SPL = 20 x log₁₀ (0,00003 ÷ 0,00002) >> 20 x log₁₀ 1,5 >> 20 x 0,176 >> ∆dB SPL =
3,52 dB SPL
▸ Resposta 2: ∆dB SPL = 10 x log₁₀ (0,000000000002 ÷ 0,000000000001) >> 10 x log₁₀ 2 >> 10 x 0,3 >>
∆dB I = 3 dB I
▸ Ou seja, podemos ver que mesmo cada um ganhando um valor absoluto similar (1 Pa e 1 W/m²) os
valores ganhos em dB foram diferentes.
▸ De uma forma geral, as coisas mais importantes para você lembrar são as seguintes:
▸ Nos cálculos de perda por distancia e nível de pressão sonora você vai usar a formula ∆dB SPL = 20 x
log₁₀ (X₁ ÷ X₀).
▸ Em todos os outros cálculos de variação em decibel você vai usar a formula ∆dB SPL = 10 x log₁₀ (X₁ ÷
X₀).
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 73
▸ A relação de dobro:
Na formula “∆dB SPL = 20 x log₁₀ (X₁ ÷ X₀)”, o dobro vai ser sempre = +6dB
Na formula “∆dB SPL = 10 x log₁₀ (X₁ ÷ X₀)”, o dobro vai ser sempre = +3dB
▸ A relação de 10x:
Na formula “∆dB SPL = 20 x log₁₀ (X₁ ÷ X₀)”, 10 x o valor vai ser sempre = +20dB
Na formula “∆dB SPL = 10 x log₁₀ (X₁ ÷ X₀)”, 10 x o valor vai ser sempre = +10dB
▸ ∆dB SPL = 20 x log₁₀ (232Pa ÷ 116Pa) ▸ ∆dB SPL = 10 x log₁₀ (232W ÷ 116W)
∆dB SPL = 20 x log₁₀ 2 ∆dB SPL = 10 x log₁₀ 2
∆dB SPL = 20 x 0,301 = +6dB SPL ∆dB SPL = 10 x 0,301 = +3dB W
▸ ∆dB SPL = 20 x log₁₀ (464Pa ÷ 232Pa) ▸ ∆dB SPL = 10 x log₁₀ (464W ÷ 232W)
∆dB SPL = 20 x log₁₀ 2 ∆dB SPL = 10 x log₁₀ 2
∆dB SPL = 20 x 0,301 = +6dB SPL ∆dB SPL = 10 x 0,301 = +3dB W
▸ ∆dB SPL = 20 x log₁₀ (980Pa ÷ 98Pa) ▸ ∆dB SPL = 10 x log₁₀ (980W ÷ 98W)
∆dB SPL = 20 x log₁₀ 2 ∆dB SPL = 10 x log₁₀ 2
∆dB SPL = 20 x 0,301 = +20dB SPL ∆dB SPL = 10 x 0,301 = +10dB W
▸ ∆dB SPL = 20 x log₁₀ (9800Pa ÷ 98Pa) ▸ ∆dB SPL = 10 x log₁₀ (9800 ÷ 98)
∆dB SPL = 20 x log₁₀ 2 ∆dB SPL = 10 x log₁₀ 2
∆dB SPL = 20 x 0,301 = +40dB SPL ∆dB SPL = 10 x 0,301 = +20dB W
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 74
▸ Para isso vamos ver a Lei do Inverso do Quadrado, que diz que a cada distância percorrida pelo som em
um espaço aberto, sua energia será dispersada de forma equivalente ao quadrado da distância
percorrida.
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 75
▸ Isso acontece justamente porquê a proporção com a qual a energia é dividida no espaço acompanha o
comprimento da onda, se dividindo pelo quadrado da distância percorrida por essa onda (em relação ao
valor do comprimento de onda).
▸ Por exemplo, se o comprimento de onda é equivalente a 1 metro, ao percorrer 2 metros, essa onda vai
ser atenuada ao quadrado desses 2 metros percorridos. E como 2² = 4, a fórmula vira a seguinte:
∆dB = 10 x log₁₀ (4 ÷ 1) = 6 dB
▸ Mas como estamos calculando a perda, a proporção com a qual a energia se divide ao propagar seria
equivalente a 1/2² = 1/4 e dessa forma a formula fica invertida, saindo com o resultado da perda:
∆dB = 10 x log₁₀ (1 ÷ 4) = -6 dB
▸ ∆dB = 20 x log₁₀ (1 ÷ 3)
∆dB = 20 x log₁₀ 0,3333
∆dB = 20 x -0,477
∆dB = -9,54 dB de perda
▸ Ou seja, para o cálculo de perda de intensidade sonora por distância chegamos ao valor que prevê que a
cada vez que uma onda percorrer o dobro do seu comprimento de onda, ela será atenuada em -6 dB.
▸ Com isso podemos saber quanto frequências diferentes se perdem de maneira diferente no espaço.
Por exemplo: A 2 metros de distância, quantos dB’s de perda cada uma das frequências teria?
▸ 1) ƒ = 680 Hz
▸ 2) ƒ = 1360 Hz
▸ Bora calcular!
FUNDAMENTOS FÍSICOS DO SOM - PEDRO COELHO @AUDIO_DIDATA 78
▸ Em ambientes fechados a perda por distância será menor, por conta das reflexões do ambiente.