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POLUIÇÃO SONORA
5.1 INTRODUÇÃO:
O vocábulo ruído vem do latim rugitus, que significa rugido. O ruído é identificado por todos
como som indesejável. Contudo, ainda que assim o seja, não é suficiente para tal generalização, o
som que pode parecer indesejável para um, pode não ser para outro. Por isso dizemos que os sons
são polissêmicos, ou seja, possuem significados diferentes para pessoas diferentes. Esta definição
tem um caráter eminentemente subjetivo. Esta subjetividade deixa aberta a questão do quanto é
indesejável e para quem resulta indesejável, pois além desta, não leva em consideração as
conseqüências que este fenômeno produz no ser humano. Paradoxalmente, o mesmo som que é
agradável para uma pessoas, poderá tornar-se desagradável para ela mesma se, por alguma razão
encontrar-se cansada ou preocupada no momento em que este som manifestar-se diante dela. Como
exemplo, uma bela música para você pode tornar-se ruído se você for obrigado a ouvi-la quando
encontra-se muito cansado.
O som pode ser definido como toda qualquer vibração ou onda mecânica em um meio
elástico, dentro da faixa de áudio-frequência. Simplificadamente, o som é entendido como qualquer
variação de pressão (na água, no ar ou em outro meio qualquer) que o ouvido humano possa
detectar.
5.2.3.1. Infrasônico:
Os sons inaudíveis também existem. Várias freqüências baixas podem ser suficientemente
intensa. O conhecimento dos efeitos no homem são ainda incompletos.
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Estes sons são em freqüência inferior a 20 Hz (limiar auditivo). Podem causar os mesmos
sintomas que determinadas pessoas experimentam com os movimentos marítimos: indisposição,
náusea e vômitos. Segundo sua freqüência podem causar dores diversas em partes do corpo. Afeta
os músculos, causa dores lombares dificultando o andar.
O ruído infrasônico pode ser gerado por grandes ventiladores nas plantas industriais e
propagadas através das vibrações (ressonância ) nos condutos, entre outros equipamentos.
5.2.3.2. Ultra-Som:
Estes sons estão em freqüência acima de 20 Hz, não tem importante influência sobre o corpo
humano à intensidade moderada. Quando demasiado elevado para que possamos percebê-lo pode
causar dores de cabeça e náusea. Em intensidade extremamente poderosa desprende parte de sua
energia térmica, sentimos em forma de queimadura sobre a pele.
O ultra-som é utilizado em técnica de diagnóstico muito importante nos exames médicos de
órgãos internos. Hoje é usado para diagnósticos de patologia clínica em gestantes, pode-se detectar
doenças, anomalias e prognosticar o fim de período de gestação. O ultra-som muito intenso,
dificilmente chega ao contato com o homem, pois o ultra-som é fortemente absorvido durante a
propagação através do ar. Se o ouvido é exposto ao ultra-som entretanto, poderá causar mudança no
fluido do sistema auditivo, tornando-se viscoso.
Em, industrias de fabricação de aço por exemplo, altos níveis de ultra-som podem ser
encontrados mas, na maioria dos casos este som é audível o que causa grandes problemas.
O fato é que muito pouco ou nada se tem feito para proteger o trabalhados do excesso de
ruído em seu local de trabalho. As condições de trabalho são fundamentais, além do respeito
humano, os trabalhadores produzem mais e melhor.
Algumas das desculpas que normalmente são utilizadas a fim de combater o ruído estão o
Ruído Branco, o Ruído Cor-de-Rosa e a Música de Fundo, não passam de mais uma contaminação
sonora do ambiente. Embora sejam preferidas pelos trabalhadores aos sons normais de seu ambiente
de trabalho, estes na verdade, não passam de uma forma de tentar ocultar o problema do ruído.
Os instrumentos de Ruído Branco geram sons em todas as freqüências nos limites da audição.
Alegam que o ruído branco emudece os sons indesejáveis no local de trabalho, de modo que um
zumbindo ao ruído parasitário num receptor de rádio superpõe aos sinais usuais.
O ruído Cor-de-Rosa é análogo ao Ruído Branco, exceto que é gerado para mascarar os sons
nas freqüências mais altas, uma vez que são mais inconvenientes que as mais baixas (GERGES,
1992).
Nosso sistema auditivo ao de deparar com as ondas sonoras numa determinada distância,
sofre o impacto da pressão proporcionada pelos mesmos através da membrana do tímpano, esta
vibrará na mesma freqüência que o objeto ou instrumento produtor do som. As vibrações da
membrana timpânica são transmitidas do ouvido médio até o Órgão de Corti, onde transformam-se
em estímulos transmitidos ao cérebro a sensação auditiva (GERGES, 1992).
Teoricamente o som se propaga em forma de ondas esféricas a partir de uma fonte pontual.
Duas situações podem dificultar este modelo simples: a presença de obstáculos na trajetória de
propagação e, em campo aberto, a não uniformidade do meio, causada por ventos e ou gradientes de
temperatura.
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Se uma onda sonora encontra um obstáculo com dimensões menores do que o seu
comprimento de onda, o efeito não é perceptível, ocorrendo o oposto se a dimensão do obstáculo for
comparável ao comprimento de onda do som. Portanto, para impedir a passagem de som, barreiras
dever ser colocadas perto da fonte ou do receptor, e suas dimensões devem ser três a cinco vezes o
comprimento de onda do som envolvido (GERGES, 1992).
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Assim, supõe-se que, não havendo exposição excessivas a este limite, a maioria dos
trabalhadores não venha a sofrer de surdez permanente. Entretanto, exposições repetidas e em
excesso a este limite, parecem levar os indivíduos à surdez, logicamente na dependência das
susceptibilidades individuais;
c) Efeitos sobre a Comunicação: Um dos efeitos do ruído mais facilmente demostráveis é a
sua interferência na comunicação oral. O barulho intenso causa mascaramento da voz. Este tipo de
interferência pode atrapalhar a execução de trabalhos que dependam da comunicação oral, bem
como pela dificuldade de ouvir a voz de comando ou de aviso pode ser considerado como uma
situação que aumenta a probabilidade de acidentes. Por exemplo, uma pessoa alertando ou avisando
a outra de um perigo, poderá não ser ouvida, acarretando a ocorrência de acidente (GERGES,
1992).
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conectados registradores para transar o espectro medido. Os analisadores tornam-se cada vez mais
baratos devido ao desenvolvimento rápido de sistemas digitais como computadores e calculadoras;
c) Tape Recorder (Gravador de Fitas): São utilizados em medições de ruído e inclusive
vibrações para aquisição de dados “in loco”. Estes possibilitam a análise posterior em laboratório;
d) Dosímetro: É utilizado para medição da dose de ruído (nível equivalente) durante a jornada
de trabalho. Este instrumento tem a vantagem de ser pequeno, portátil e leve e, seu microfone
possui um cabo de extensão, que permite ser colocado próximo ao ouvido. O dosímetro é utilizado
para situações quando o nível de ruído é variável em função do deslocamento do trabalhador em
diferentes ambientes de trabalho. Ele registra o nível equivalente, indicando se a dose de ruído
passou de 100%. Estes equipamentos possuem um recurso de “hardware” e “software” para
processamento em computadores pessoais (GERGES, 1992).
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O período diurno está compreendido entre 6 horas às 20 horas e o noturno de 20 horas às 6
horas.
5.6. MEDIDAS DE CONTROLE:
A atividade industrial é caracterizada pelos instrumentos e métodos de produção que
interferem na produtividade do trabalho.
A diversificação dos processos de produção e a distinção dos equipamentos levam à ruídos
que diferem entre si em intensidade, duração e espectro não só de indústria, mas também dentro de
uma mesma indústria. O ruído industrial está em conflito com as condições de vida humana, e em
outro aspecto também se contrapõe ao aumento da produtividade do trabalho, ou seja, muitas vezes
o funcionário é obrigado a trabalhar em ambientes que pelas suas características acústicas, diminui
a produtividade, por efeitos psicofisiológicos, que vão desde a simples irritação até a perda de
audição. Controle de ruído é a obtenção de um nível de ruído ambiental aceitável para uma fonte de
emissão, consistente com a economia e nas condições de operacionalidade, o receptor pode ser uma
pessoa, um grupo de pessoas, uma comunidade inteira, ou até um conjunto de equipamentos cuja
operação poderá ser afetada pelo ruído. Quando a palavra aceitável é empregada, várias questões
poderão ser levantadas assim como: aceitáveis sob que condições? Aceitáveis para quem? Existe
geralmente, mais de uma resposta para semelhantes questões e para um dado problema, porque a
complexidade das considerações de ordem econômicas e operacionais que estão envolvidas, e por
causa do todos elementos que variam com o tempo. Entretanto, fixados os valores padrões e limites,
pode ser útil aproximação (da situação) para tornar-se aceitável aquela intensidade de ruído.
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Fonte: (FUSCO, s.d.)
Existem três métodos principais para a redução do ruído:
a) A redução do ruído na fonte, este é o método mais eficiente, pois onde isso é possível, se
obtém a redução do ruído interno e externo ao parque industrial, melhorando assim a qualidade dos
ambientes;
b) A redução do ruído feito pelo planejamento físico, isolando os edifícios ou máquinas. A
disposição dos equipamentos dos setores e finalmente de estrutura de vibrações apropriadas podem
levar as níveis acústicos recomendados para as atividades internas, assim como proteger o ambiente
externo à indústria;
c) O controle sistemático dos níveis de ruído através do conhecimento dos níveis existentes,
não permitindo que estes se elevem pelo desgaste ou falta de manutenção, a níveis excessivos.
5.6.2. Absorção:
Uma das propriedades dos materiais mais úteis ao controle e condicionamento acústico é a
capacidade de absorção dos materiais.
Utilizando-se adequadamente essa propriedade podemos diminuir a capacidade sonora do
ambiente.
Os materiais absorventes podem ser porosos. Os materiais fibrosos, quando sob a ação de uma
onda sonora, vibram, absorvendo uma parte da energia sonora, transformando-a em calor, enquanto
que os porosos permitem múltiplas reflexões até a absorção de parte da energia sonora incidente.
Uma parte da energia sonora é refletida, outra absorvida e uma terceira é transmitida através do
material. A absorção não funciona muito próximo da fonte (campo direto), mas somente no campo
reverberante. A unidade de absorção é dada em Sabine, que representa um metro quadrado de
absorção perfeita (FUSCO, s.d.).
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Fonte: (GERGES, 1992)
Características dos Sons de Alta Freqüência: Consideramos sons de alta freqüência aqueles
cuja oscilações superam 2000 Hz (2000 ciclos por segundo). Exemplos de sons de alta freqüência:
ruído de serra, esmeril, apitos lixadeiras, buzinas estridentes, puncionadeira, etc.
os sons de alta freqüência propagam-se em linha reta e são refletidos facilmente,
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b) Lã de Vidro: A lã de vidro é um material que existe sob muitas formas em termos de
disponibilidade comercial no Brasil: painéis, mantas, feltros, cordões ou aplicados por processo de
jateamento para materiais da Santa Maria e Eucatex Mineral. Suas propriedades acústicas são bem
conhecidas e previsíveis. Para melhoria da resistência a vibrações e fluxo de fluidos pode ser usado
processo de selamento com resina;
c) Lã de Rocha: A lã de rocha é obtida pela fusão de diversos tipos de rochas e ou escória a
uma temperatura de cerca de 1500 oC, para a obtenção de fibras que são posteriormente aglutinadas
por uma resina para formar uma manta ou painel.
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Fonte: (FUSCO, s.d.)
Tabela 5.6: Absorção de Alguns Materiais e de Pessoas
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Fonte: (GERGES, 1992)
5.6.4. Barreiras Acústicas:
Barreiras são usadas para atenuação de ruído de tráfego causada por fluxo de veículos,
máquinas de construção, geradores ou transformadores. Também podem ser usadas em ambientes
internos para separar processos ruidosos. A presença de barreiras ou divisor bloqueia a linha reta de
visão entre a fonte e o receptor causando atenuação por difração. A zona de sombra acústica é maior
para barreiras altas e em altas freqüências. A atenuação obtida depende da altura e da posição da
barreira e do comprimento da onda acústica (GERGES, 1992).
5.6.5. Atenuadores:
A forma mais simples de atenuador absorvente de som é um duto revestido internamente com
material absorvente. A espessura do material absorvente é maior se a freqüência do som for menor.
Se um ruído for de alta freqüência, a distância entre as camadas das paredes absorventes é menor.
Um duto grande pode ser subdividido em dutos menores (FUSCO, s.d.).
Uma câmara absorvente é um atenuador simples. Um espaço vazio numa construção pode ser
revestido com material absorvente e se transformar em um atenuador. Quando o som é refletido
contra as paredes dessa câmara, a energia sonora é absorvida. Para que os sons de alta freqüência
passem da entrada e atinja a saída. Será necessário que o tubo de entrada e o tudo de saída seja
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colocados não na mesma direção. O tamanho da câmara e a espessura da camada absorvente serão
de acordo com o tipo de freqüência sonora a ser eliminada (FUSCO, s.d.).
Figura 5.17: Câmara Absorvente
5.6.7. Silenciadores:
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6. _____________________________________________________. Resolução no 02, de 08 de
março de 1990. Resolução que institui em caráter nacional o programa nacional de
educação e controle de poluição sonora – “silêncio”. s.l: 1990. 02p.
7. _____________________________________________________. Resolução no 20, de 07 de
dezembro de 1994. Resolução que institui o selo ruído. s.l: 1994. 02p.
8. DIÁRIO OFICIAL DO MUNICÍPIO-DOM. Lei n o 8097 de 02 de dezembro de 1977. Dispõe
sobre medidas de combate a poluição sonora e dá outras providências.
9. FUSCO, Luiz Silvério. Acústica controle de ruídos – guia prático para redução do ruído
industrial. São Paulo: Acústica São Luiz Engenharia e Construções Ltda, /s.d./.196p.
il.grafs,tabs.
10. GERGES, Samir N.Y. Ruído: fundamentos e controle. Florianópolis: S.N.Y, 1992. 600p. il.,
grafs,tabs.
11. MINISTÉRIO DO TRABALHO. Portaria no 3.214, de 08 de junho de 1978, NR 15. Norma
regulamentadora para o controle de ruídos. s.l: 1978. 10p.
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