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ProdERGO

Assessoria e Desenvolvimento
de Ergonômicos Ltda.

ANÁLISE ERGONÔMICA DE INCIDENTE

ALCOA
Itapissuma
Extrudados

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ANÁLISE ERGONÔMICA DE INCIDENTE

 Empresa avaliada:

ALCOA Itapissuma

 Localização:

End. Rodovia PE 35 km 3 - Itapissuma

 Área avaliada:

 Extrudados – Anodização

 Empresa Contratada:

Prodergo Assessoria e Desenvolvimento de Ergonômicos Ltda.

 Endereço:

Rua Dr. Epitácio Pessoa, 305. Jd.sta. Francisca. Guarulhos.


Tel. (011) 6409-6406

 Engenheiro Responsável:

Eduardo José Marcatto (CREA 50602027 41)


emarcatto@prodergo.com.br - (011) 6956-9115

 Consultor:
André Luiz Ferreira dos Santos (MTB 31/00631-6)
andre.l.santos@alcoa.com.br - (081) 9901-5634

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SUMÁRIO

1. Introdução 4

2. A Demanda 4

3. Metodologia aplicada 4

4. Instrumental utilizado 5

5. Definição da atividade estudada 5

6. Pré-Diagnóstico 6

7. Análise dos resultados 8

8. Diagnóstico 9

9. Recomendações 9

10. Outras recomendações 10

11. Origem da demanda 10

12. Anexos 11

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1. Introdução

A Análise Ergonômica de Incidente é um estudo técnico sobre as possíveis


causas ergonômicas de um incidente. Estas causas, frequentemente, não podem ser
estabelecidas, a não ser pela verificação in loco do posto de trabalho. Verifica-se que,
na maior parte dos incidentes ocorridos, fatores ergonômicos estão presentes, porém
não são percebidos, o que justifica a necessidade de uma caracterização técnica, do
ponto de vista ergonômico, destes eventos. A caracterização técnica, contudo, é
apenas uma parte de todo o contexto que envolve uma situação de trabalho, portanto,
considerações administrativas, médicas ou referentes à segurança, podem e devem
ser feitas, uma vez que, estes parâmetros ajudam a elucidar de forma esclarecedora os
fatos e, assim, tomar medidas consistentes para evitar a repetição desses eventos.
Igualmente, o presente parecer tem como escopo apenas o risco ergonômico e
as recomendações enfocam exclusivamente este fator, portanto, caso haja conflito
entre este e outros fatores de maior importância, como segurança do trabalho, este
último deverá prevalecer, até que uma solução definitiva seja desenvolvida.

2. A Demanda

Conforme comunicação anexa, solicitou-se uma Análise Ergonômica de


Incidente.
As condições específicas dos eventos que culminaram com o incidente ocorrido
foram especificadas em uma investigação multidisciplinar com a presença do
funcionário, cujos dados constam na Comunicação de Incidente (Anexo 1) .

3. Metodologia aplicada

A metodologia aplicada foi à verificação do dimensional do posto para com os


dados realizar a confrontação com orientações Antropométricas e Biomecânicas
estabelecidas na literatura científica. Através da simulação do incidente realizamos
aferições das prováveis forças envolvidas na realização da tarefa.

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4. Instrumental utilizado

Foram utilizados nesta análise os seguintes instrumentos:


Trena Starret – Calibrada – Código Prodergo 001
Dinamômetro Kratos – D20 – Digital - Calibrada
Máquina Mavica

5. Definição da atividade estudada

 Atividade: Retirar mangueira da bomba

Etapas de realização da atividade:

- Pega a mangueira;
- Posiciona-se em frente à bomba;
- Exerce força para encaixar a mangueira na bomba.

180°

180°

Foto 1 – Funcionário exerce força para encaixar a mangueira na bomba. O


angulo de 180° indica postura neutra de punho

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45°

Foto 2 – Postura adotada para realização da tarefa com destaque para posicionamento
do pescoço na região cervical e sentido de aplicação da força (F) para encaixar

6. Pré-Diagnóstico

A atividade de retirar mangueira da bomba foi referida como rotineira nas


verbalizações do funcionário e o mesmo a executa sozinho. Foram observadas
inclinações acima de 20° (45° na simulação por fotos) em postura estática para
pescoço. Verificou-se a aplicação de força moderada, pelos membros superiores, para
puxar, posicionar e torcer a mangueira, porém em posturas próximas a posição neutra.
A pega é boa, já que a mão envolve o objeto. O espaço de trabalho satisfaz as
necessidades de realização da tarefa e não foram observados obstáculos que
impusessem ao trabalhador constrangimentos posturais. O ritmo de trabalho, no
momento da ocorrência, foi verbalizado pelo funcionário como normal. Durante a
investigação do incidente o funcionário verbalizou, também, desconfortos freqüentes na
região cervical ocorridos fora e dentro do local de trabalho. Fatores antropométricos
relativos aos limites de alcance foram verificados tomando como referência a altura do
funcionário (1,83 m) e constatou-se que o plano de realização da tarefa (87 cm) impôs
flexão de tronco, já que o valor recomendado (M10 – Vide Anexo 2) é de 111,572 cm
(valor obtido por extrapolação). A freqüência de participação do funcionário nas aulas
de ginástica laboral é considerada baixa, conforme relatórios de freqüência.

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A seguir apresenta-se o resultado da ferramenta de análise chamada tabela de
Sue Rodgers das fotografias das posturas similares às adotadas no momento do
incidente. Segue também a Análise Dinâmica e Biomecânica das prováveis forças
adotadas durante a realização da tarefa.

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Análise Dinâmica e Biomecânica
F= 3,95 kgf

P= 0,775 kgf
FR= 4,025 kgf
P= 0,775 kgf
Braço direito Braço esquerdo

Altura do funcionário 183 cm F= 3,95 kgf F= 3,95 kgf (Tração)

F= 3,95 kgf F= 3,95 kgf

Mangueira Bomba

FR FR
P= 0,775 kgf
87 cm

Forças de ação
Forças de reação
Força resultante

Consultor: André Ferreira – Data 13/02/2006

7. Análise dos resultados

A Análise segundo o método de Suzanne Rodgers demonstrou baixo risco para


membros superiores (cabeça, ombros, mãos, punhos e dedos), membros inferiores
(pernas, pés e dedos) e tronco.
A Análise Dinâmica e Biomecânica da tarefa mostrou a presença de forças de
tração simétricas aplicadas na linha do ombro com valor aferido em 3,95 kgf e forças
de 0,775 kg aplicadas no tronco e cervical na direção vertical e sentido de baixo para
cima.

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8. Diagnóstico

A análise dos dados para Sue Rodgers indica que o posto de trabalho não expôs o
trabalhador a constrangimentos posturais. A verbalização do trabalhador, durante a
investigação do incidente, indicou ritmos normais de trabalho, portanto, sem
constrangimentos temporais. A Análise Dinâmica e Biomecânica realizada através da
simulação do incidente mostrou que a força de maior intensidade (3,95 kgf) foi aplicada
na linha horizontal do ombro e a de menor (0,775 kgf) na linha vertical na direção do
tronco e cervical o que demonstra que na região da referida do desconforto
apresentado à intensidade da força era baixa.
Os dados levantados nos levam a descaracterizar o posto e o movimento de
colocar a mangueira na bomba como objetos causadores da lesão e a levantar a
hipótese do desconforto apresentado ter sido o resultado de uma LTC (Lesão por
Trauma Cumulativo) em andamento, podendo esta hipótese ser avaliada pela área
médica. A baixa participação do funcionário no Programa de Ginástica Laboral
aumentou a probabilidade da ocorrência do evento, uma vez que, as estruturas
corporais não estavam adequadamente preparadas para o trabalho.

9. Recomendações

 Inserir as situações ergonômicas no programa off-the-job com vistas a


prevenção de distúrbios musculoesqueléticos;
 Participação do funcionário de sessões de ginástica laboral adaptada
objetivando o fortalecimento da estrutura lesada, logo que estiver fora da
fase de dor;
 Fornecer orientações ao funcionário para melhorar a qualidade de seu
sono, principalmente, para favorecer a postura para cervical e tronco.

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10. Outras recomendações

As lesões relacionadas a ergonomia são o resultado mais frequente de um


acúmulo de torções mínimas adquiridas com o tempo (exposições crônicas). A lesão
ocorre quando o efeito cumulativo é maior do que o corpo possa tolerar, portanto as
atividades deverão favorecer o enriquecimento das tarefas e a ginástica laboral quando
aplicada a cada caso deverá levar em consideração a situação específica do
trabalhador, de forma a compensar os esforços utilizados na realização das tarefas

11. Origem da demanda


 
 De: Marques, Ana C. A. P.
Enviada em: Monday, 13 de February de 2006 11:42
Para: Santos, Andre L.F.; Marques, Ana C. A. P.
Assunto: Solicitação de Análise Ergonômica

André,
Solicito uma análise ergonômica do incidente ocorrido no dia 09.02.2006 com o funcionário Michael Melo
na Anodização, que ao tentar instalar uma mangueira na bomba centrífuga teve uma distenção na região
cervical.
 
Att,
Ana Cláudia Araújo
SSMA - Extrudados
Fone: 3543-6600 (Ramal: 6126)
E-mail: ana.marques@alcoa.com.br

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Anexo 1

Anexo 2

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