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ÍNDICE

Prefácio ................................................................................................................................... 2
As propriedades físicas do som .................................................................................... 8
Exercícios ......................................................................... Erro! Indicador não definido.
02. Timbre ............................................................................................................................ 10
Instrumentos de sopro .................................................................................................. 13
Metal ................................................................................................................................ 17
Vozes ............................................................................................................................... 21
Exercícios ......................................................................... Erro! Indicador não definido.
03. Notação musical ............................................................................................................. 27
Origem .............................................................................................................................. 28
Notas ................................................................................................................................ 30
Figuras ............................................................................................................................. 31
Linhas e espaços suplementares ................................................................................ 34
Relação entre as claves ............................................................................................... 36
Regras de grafia............................................................................................................. 36
Linha de oitava ............................................................................................................... 37
4. Intensidade ........................................................................................................................ 38
Sinais de dinâmica......................................................................................................... 38
Dinâmica progressiva .................................................................................................... 39
5. Duração ............................................................................................................................. 41
Figuras ............................................................................................................................. 41
Valores proporcionais ................................................................................................... 42
O ritmo e suas propriedades ........................................................................................ 43
Alteração no andamento............................................................................................... 47
Ligadura........................................................................................................................... 48
Ponto de diminuição (Staccato)................................................................................... 50
Fermata ........................................................................................................................... 51
Sincopa ............................................................................................................................ 57
Compasso acéfalo, tético e anacruse. ....................................................................... 58
6. Altura ........................................................................................................................... 65
Tom e semitom............................................................................................................... 65
Escala .............................................................................................................................. 67
Prefácio

Para se obter um melhor aproveitamento em qualquer atividade musical,


uma ferramenta muito preciosa é a Teoria Musical (teoria, princípios gerais e
fundamentais de qualquer arte ou ciência), pois permite ao estudante de música a
decodificação dos elementos teóricos, o entendimento de princípios básicos e
fundamentais para melhor entendimento e o emprego deste na prática musical.
No inicio vamos trabalhar os tópicos passo a passo, sempre acompanhados
com exercícios de fixação para um melhor aproveitamento da matéria. Iremos
desvendar os mistérios de diferentes sistemas musicais tais como modal, tonal,
atonal e outros. Iniciando com o som (que é nossa matéria prima na produção
musical) e suas propriedades físicas quanto ao desenvolvimento da sensibilidade
e da percepção auditiva, depois trabalharemos com o ritmo e suas estruturas,
tanto as fisiológicas, quanto às de natureza matemáticas de suas durações.
Devo alertar ao aluno sobre a importância na persistência, e também na
força de vontade de aprender, será muito útil suas vivencias e experiências
cotidianas para uma melhor aprendizagem musical, divirta-se.

Sidnei Duarte
01. O som

O que é o som? Antes de responder esta pergunta temos que entender o


que são as ondas sonoras, pois o som (ondas mecânicas longitudinais
tridimensionais) é uma sensação auditiva por ele criada no ser humano pelo
sistema auditivo. Assim, quando falamos em qualidades do som, estamos nos
referindo à interpretação que o cérebro humano faz dessas ondas sonoras, ou
seja, o som só existe em nossa mente.
O som é o resultado das vibrações de um corpo sonoro depois de
estimulado, ou seja, uma perturbação de um meio (no nosso caso o ar) criando
ondas que se propagam até nossos ouvidos, similar ao que acontece com as
ondas de um lago, ao jogarmos uma pedra em um lago calmo, perturbamos este
criando ondas que vão se propagando a partir desta perturbação. As ondas
sonoras não se propagam no vácuo.

Vibração é um movimento periódico (vai e vem completo) realizado pelo


corpo elástico, originando o som.
(cordas vibrando de uma guitarra)

(Cordas de um violino vibrando)


Amplitude é a distancia entre os dois extremos da vibração.

Freqüência é o número de vibrações por segundo, grandeza medida em


Hertz (Hz).
Quanto maior a freqüência, mais agudo é o som e quanto menor a
freqüência, mais grave o som.
O som corresponde a uma faixa do espectro sonoro audível ao ser humano,
os limites da audição compreendem uma faixa de 20 Hz a 20.000 Hz, abaixo deste
limite chamamos de infra-som e acima desta faixa chamamos de ultra-som.

Quando estas vibrações são irregulares temos os ruídos (sons sem alturas
determinadas).
As propriedades físicas do som

Vamos ver agora as quatro propriedades do som: altura, duração,


intensidade e timbre.

Altura é a propriedade que nos permite distinguir os sons agudos, médios e


graves. Quanto maior o número de vibrações por segundo, o som será cada vez
mais agudo, proporcionalmente quanto menor o número de vibrações por
segundo, mais grave será o som.

As notas musicais são as variações de freqüências, um som grave é um


som baixo e um som agudo é um som alto, na realidade o som não sobe nem
desce, mas a sensação auditiva é de altura.

Duração é a propriedade que trata do tempo da duração do som, podendo


ser curto, longo ou intermediário.

Intensidade é a propriedade que nos permite distinguir se o som é forte,


médio ou fraco, depende da amplitude das vibrações, graduando o volume sonoro.
Maior amplitude = som forte

Menor amplitude = som fraco

Não devemos confundir som alto com som forte, ou som baixo com som
fraco.
Alto e baixo tem relação com alturas (notas), ou seja, com a freqüência.
Forte e fraco tem relação com a intensidade, volume sonoro, portanto, com
a amplitude.
Timbre é a propriedade que nos permite distinguir as origens dos sons, o
perfil de onda emitido por cada instrumento.
02. Timbre

Os instrumentos musicais são classificados de acordo com o material que vibra e


de como ele é estimulado. Podemos dividi-los em três famílias: corda, sopro e
percussão.

Instrumentos de corda

O som é produzido pela vibração das cordas e dependendo da maneira de


estimulá-las tem-se a seguinte classificação:

Cordas dedilhadas: Quando as cordas são estimuladas com os dedos. Ex:


Violão, Contra baixo elétrico e Harpa.

Violão Contra-baixo elétrico Harpa


Cordas beliscadas: Quando as cordas são estimuladas com a palheta. Ex:
Guitarra, Bandolim, Cavaquinho e Banjo.

Guitarra Bandolim Cavaquinho Banjo

Cordas friccionadas: Quando as cordas são estimuladas com a crina do arco,


provocando fricção. Ex: Violino Viola Violoncelo e Contrabaixo.
Violino Viola Violoncelo

Contrabaixo

Cordas percutidas: Quando as cordas são estimuladas por méis percussivos. Ex:
Piano e berimbau.
Piano Berimbau

Obs.: O Cravo, instrumento que precedeu ao Piano, possui um mecanismo de


corda pinçada (plectro) e não percutida.

Instrumentos de sopro

O som é produzido pela vibração do ar dentro de tubos. Esse ar pode ser


depositado pelo instrumentista ou por sistema mecânico.

Sistema mecânico: O som é produzido pela vibração do ar comprimido dentro


dos tubos, por um sistema mecânico de pedais ou fole, como o Acordeom e o
Órgão.
Acordeon Órgão

Sopro humano: O ar é depositado pelo instrumentista e a classificação é feita de


acordo com o material usado para a confecção do instrumento, de madeira ou de
metal.
Madeira

Embocadura livre: Flauta, Flautim e flauta-doce.

Flautim Flauta-doce

Flauta Transversal

Palheta simples: Clarinete, Clarone, Requinta e Saxofones.


Clarinete Clarone

saxofone

Palheta dupla: Oboé, Corne-Ingles, Fagote e Contra fagote.

Corne-ingles Fagote
Contra fagote oboé

Obs.: Embora a Flauta e o Saxofone sejam feitos de metal, a Flauta tem natureza
timbristica a madeira e o Saxofone utiliza palheta simples.

Metal

Com bocal: Trompete, Trompa, Trombone, Bombardino e Tuba.


Trompa trombone trompete

tuba Bombardino

Instrumentos de percussão

O som é produzido pela vibração do material percutido, podendo ser


determinado, quando afinado pela escala musical ou indeterminado, quando
apenas produz ritmo. De acordo com o material percutido, temos a seguinte
classificação:
Com membrana elástica: Bombo, Pandeiro, Tambor, Caixa (indeterminado);
Tímpano (determinado).

Bombo Pandeiro

Tambor Caixa

Com materiais duros e sonoros: Xilofone, Marimba, Celesta e Carrilhão


(determinados).
Xilofone Marimba

celesta Carrilhão

Com materiais Variados: Castanholas, Prato Triangulo Reco-reco, Agogô,


Chocalho e Cuíca.

castanholas prato

Triangulo
reco-reco agogô

cuíca Chocalho

Obs.: Cada família desses instrumentos tem seus sons característicos, por serem
feitos de materiais diferentes e também executados de formas diversas. Na
mesma família há diferentes timbres, pois além do material usado na construção
desses instrumentos, o tamanho também influencia no perfil sonoro.

Vozes

As vozes humanas são classificadas em infantis e adultas e em femininas e


masculinas.
Vozes infantis: Meninos ou meninas, também chamadas de vozes brancas.
Vozes adultas: São classificadas de acordo com o timbre e a tessitura. Da mais
aguda para a mais grave;
Femininas: Soprano, Mezzo-soprano e Contralto.
Masculinas: Tenor, Barítono e Baixo.
Na ópera as vozes recebem outras denominações que exprimem, além do
timbre, o seu caráter, por exemplo: Soprano dramático, Tenor lírico entre outros.

Grupo Vocal

Tessitura: É o espaço sonoro que compreende a nota mais aguda e a nota mais
grave que um instrumento ou voz pode alcançar.

Principais formações instrumentais e vocais


Os instrumentos musicais podem ser agrupados de várias maneiras e
recebem denominações de acordo com a sua formação. Eis algumas:
Conjunto de Câmara: Grupo formado por dois, até nove instrumentos, iguais ou
diferentes e recebem a classificação de acordo com o número de participantes:
Duo, trio, Quarteto, Quinteto, etc.
Quarteto

Orquestra de Câmara: Grupo instrumental de dez até trinta instrumentos.

Orquestra de Câmara

Orquestra Sinfônica: Grupo instrumental com mais de trinta integrantes, podendo


chegar a cem ou mais. Os instrumentos são dispostos por seções, a saber:
Cordas: Violinos, Violas, Violoncelos, Contrabaixos e Harpas.

Madeiras: Flautas, Oboé, clarinetes a fagotes.

Metais: Trompas, Trompetes, Trombones e Tubas.

Percussão: Tímpanos e uma grande variedade de outros instrumentos de


percussão, dependendo da obra musical.

Orquestra

Banda: Conjunto com instrumentos de sopro e percussão. Existe formação para


Banda Marcial, própria para desfiles, e Banda Sinfônica, a qual pode também
utilizar alguns instrumentos de corda, como o Contrabaixo. Também é comum o
uso da palavra Banda para designar um grupo de músicos que executa Rock ou
MPB.
Banda

Big Band: Grupo formado basicamente por instrumentos de sopro e percussão,


podendo também incorporar instrumentos eletrônicos como Guitarra, Contrabaixo
elétrico, Teclado. Seu repertório abrange o Jazz e a MPB.

Big band
Grupos Vocais

Os Grupos Vocais também recebem denominações de acordo com o


número de integrantes, gênero e tipo de vozes. Grupo com dois cantores é
chamado de Dueto, com três, de Trio e assim por diante.

Até dezesseis cantores, com vozes trabalhadas, chama-se Madrigal,


normalmente, este agrupamento dedica-se a execução de obras do período
medieval, renascentista e contemporâneo. Acima de dezesseis, com vozes
divididas por naipes, temos o coral, que pode ser feminino, masculino ou misto.
Denominamos Coral “a cappella” quando este se apresenta sem
acompanhamento instrumental.

Grupo Vocal
03. Notação musical

Notação musical é o nome genérico de qualquer sistema de escrita utilizado


para representar graficamente uma peça musical, permitindo a um intérprete que a
execute da maneira desejada pelo compositor ou arranjador. O sistema de
notação mais utilizado atualmente é o sistema gráfico ocidental que utiliza
símbolos grafados sobre uma pauta de 5 linhas. Diversos outros sistemas de
notação existem e muitos deles também são usados na música moderna.

O elemento básico de qualquer sistema de notação musical é a nota, que


representa um único som e suas características básicas: duração e altura. Os
sistemas de notação também permitem representar diversas outras
características, tais como variações de intensidade, expressão ou técnicas de
execução instrumental.
Origem

Os sistemas de notação musical existem há milhares de anos. Foram


encontradas evidências arqueológicas de alguma forma de escrita musical
praticada no Egito e Mesopotâmia por volta do terceiro milênio a.C.. Outros povos
também desenvolveram sistemas de notação musical em épocas mais recentes.
Os gregos utilizavam um sistema que consistia de símbolos e letras que
representavam as notas, sobre o texto de uma canção. Um dos exemplos mais
antigos deste tipo é o epitáfio de Seikilos, encontrado em uma tumba na Turquia.
O conhecimento deste tipo de notação foi perdido juntamente com grande parte da
cultura grega após a invasão romana.

O sistema moderno teve suas origens nas neumas, símbolos utilizados para
representar as notas musicais em peças vocais do canto gregoriano, por volta do
século VIII. Inicialmente, as neumas (ou pneumas), pontos e traços que
representavam intervalos e regras de expressão (tais como melismas), eram
posicionadas sobre as sílabas do texto e serviam como um lembrete da forma de
execução para os que já conheciam a música. No entanto este sistema não
permitia que pessoas que nunca a tivessem ouvido pudessem cantá-la, pois não
era possível representar com precisão as alturas e durações das notas, para
resolver este problema as notas passaram a ser representadas com distâncias
variáveis em relação a uma linha horizontal. Isto permitia representar as alturas.
Este sistema evoluiu até uma pauta de quatro linhas, com a utilização de claves
que permitiam alterar a extensão das alturas representadas. Inicialmente o
sistema não continha símbolos de durações das notas pois elas eram facilmente
inferidas pelo texto a ser cantado. Por volta do século X, quatro figuras diferentes
foram introduzidas para representar durações relativas entre as notas.
Grande parte do que desenvolvimento da notação musical deriva do
trabalho do monge beneditino Guido d'Arezzo ( 992 -1050). Entre suas
contribuições estão o desenvolvimento da notação absoluta das alturas (onde
cada nota ocupa uma posição na pauta de acordo com a nota desejada). Além
disso foi o idealizador do solfejo, sistema de ensino musical que permite ao
estudante cantar os nomes das notas. Com essa finalidade criou os nomes pelos
quais as notas são conhecidas atualmente (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si) em
substituição ao sistema de letras (A B C D E F G), que eram usadas
anteriormente, os nomes foram retirados das sílabas iniciais de um Hino a São
João Batista, chamado Ut queant Laxis. Como Guido d'Arezzo utilizou a italiano
em seu tratado, seus termos se popularizaram e é essa a principal razão para que
a notação moderna utilize termos em italiano.
O uso de linhas para dividir as seções da partitura surgiu no século XV, mas no
princípio cada seção não tinha uma duração definida e as linhas só serviam como
auxílio visual para facilitar a leitura. Somente no século XVII as seções
(compassos) passaram a ter duração regular relacionada à divisão rítmica da
música.
Nesta época o sistema tonal já estava desenvolvido e o sistema de notação
com pautas de cinco linhas tornou-se o padrão para toda a música ocidental,
mantendo-se assim até os dias de hoje. O sistema padrão pode ser utilizado para
representar música vocal ou instrumental, desde que seja utilizada a escala
cromática de 12 semitons ou qualquer de seus subconjuntos, como as escalas
diatônicas e pentatônicas. Com a utilização de alguns acidentes adicionais, notas
em afinações microtonais também podem ser utilizadas.
Notas

Os sons musicais são representados por sete notas; dó, ré, mi, fá, sol, lá, si.
Existe também a forma literal, utilizados nos paises anglo-germanicos (Estados
Unidos, Inglaterra, Alemanha, Áustria). Nestes paises as notas musicai são
representadas por letras do alfabeto:

A B C D E F G
lá si dó ré mi fá sol

A notação literal é anterior à notação silábica utilizadas nos países latinos.


Um monge chamado Guido D`Arezzo (995-1050), provavelmente com fins
didáticos, retirou de um hino de São João Baptista as primeiras sílabas dos seus
versos os nomes latinos das notas musicais.

‘‘Para que possam


Ut queant laxis ressoar as maravilhas
Resonare fibris dos teus feitos,
com largos cantos,
Mira gestorum apaga os erros dos
Famuli tuorum lábios manchados,
ó São João’’
Solve polluti
Labium reatum

Sancte Iohannes.

Na Alemanha e nos países do leste europeu, o B é utilizado para


representar o si bemol e a letra H é utilizado para a nota si natural. No século XVII
o Ut foi substituído pelo Dó, para facilitar a pronuncia embora o Ut seja utilizado
na França ainda hoje.

Figuras

Além das alturas que representam os sons, temos ainda as figuras, que
representam as durações dos sons.
As três partes da figura:

Pentagrama
A pauta onde são escritos os símbolos musicais é chamado de pentagrama
(do grego, penta/grama, cinco linhas), é composto de cinco linhas e quatro
espaços.

As linhas e os espaços são numerados de baixo para cima:


Observando a posição das notas no pentagrama, podemos notar a altura do
som:
Linhas e espaços suplementares

Quando existem sons além do limite do pentagrama, usamos pequenas


linhas ou espaços acima ou abaixo do pentagrama, tomando cuidado para ficarem
paralelas e eqüidistantes, não é recomendável usar mais de cinco linhas
suplementares:

Claves
Clave da palavra italiana chiave (chave), são sinais colocados no início do
pentagrama para determinar as alturas das notas e estabelecer seus nomes.
Existem três tipos de claves:
Clave de sol
Grafada na segunda linha, determinando a nota sol nesta linha, clave usada
para sons agudos e médios.
Clave de dó
Grafada na primeira, segunda, terceira ou quarta linha, determinando a nota
dó na linha que estiver clave usada para sons médios.

Clave de fá
Grafada na terceira ou quarta linha, determinando a nota fá na linha que
estiver clave usada para sons médios e graves.

Estas claves sofreram várias alterações na evolução da escrita musical, o


desenho das claves se originou da notação literal. A clave de sol nada mais é que
a letra G, a clave de dó, a letra C e a clave de fá, a letra F, vejam:
Relação entre as claves

No sistema de onze linhas podemos ter idéia de como as claves se


relacionam por regiões que partem do grave até o agudo. A clave de dó está entre
as claves de fá e de sol, onde também está localizado o dó central.

Regras de grafia

As figuras escritas abaixo da terceira linha têm a haste virada para cima, a
direita da cabeça, as figuras escritas acima da terceira linha têm a haste virada
para baixo, a esquerda da cabeça. As figuras escritas na terceira linha podem ter
a haste tanto para cima quanto para baixo. O comprimento da haste equivale a
uma oitava.
O colchete é sempre voltado para a direita, com as hastes escritas
conforme a regra vista anterior.

As figuras que possuem colchetes podem ser unidas por uma ou mais
barras, de acordo com o número de colchetes da figura.

Linha de oitava

Se tivermos sons mais agudos ou mais graves e não desejarmos usar as


linhas suplementares, facilitamos a leitura usando a linha de oitava.
4. Intensidade

Sinais de dinâmica

Dinâmica é o que dá expressividade na música. Ao executarmos uma obra


musical, podemos graduar o volume em três níveis de intensidade: fraco, médio e
forte.
Uma mesma dinâmica escrita para instrumentos diferentes não implica uma
intensidade igual, um forte emitido por um trompete será mais intenso que um
forte emitido por uma flauta.
Na partitura musical as intensidades são expressas na maioria das vezes
por palavras em italiano e abreviadas. As dinâmicas fixas, em nível crescente de
intensidade:

 ppp - molto pianíssimo....................................................bem fraquíssimo


 pp – pianíssimo................................................................fraquíssimo
 p – piano..........................................................................fraco
 mp - mezzo piano..............................................................meio fraco
 mf - mezzo forte................................................................meio forte
 f - forte..............................................................................forte
 ff – fortíssimo....................................................................fortíssimo

fff – molto fortíssimo........................................................muito fortíssimo


Dinâmica progressiva

As dinâmicas progressivas são aquela cuja intensidade se modifica


gradativamente, progressivamente. Podem ser representadas por palavras ou por
sinais.
aum. (aumentando) ou cresc. (crescendo): aumentando a intensidade
gradativamente.
dim. (diminuendo) ou decresc. (decrescendo): diminuindo a intensidade
gradativamente.

Estes sinais são escritos abaixo do pentagrama.

Acentos
Podemos acentuar uma ou mais notas através do uso de uma intensidade
maior do que as demais. Os sinais de acentuação devem ser colocados junto à
cabeça das figuras, conforme suas posições no pentagrama.

Acento fraco: a nota deve ser


levemente realçada.
Acento médio: o ataque é
mais forte que o restante de
sua duração.
Acento forte: as notas são
atacadas e mantidas na mesma
intensidade.
Sforzando: denota um acento
súbito de intensidade.
5. Duração

Figuras

O som é representado graficamente por figuras de duração. As figuras


positivas são aquelas que indicam som e as negativas são aquelas que indicam
silencio (pausas):

Considerando que a palavra semi significa meio, metade, é fácil concluir


que a semibreve é metade da breve, figura que caiu em desuso a partir do período
barroco, mas ainda encontrada em algumas obras contemporâneas.
Também devemos atentar para o fato de que ainda existem figuras
chamadas breve e mínima, certamente deveria haver as figuras chamadas
máxima e longa. Na realidade, estas figuras existem mas desapareceram em
meados do séc. XVII, perdendo o lugar na notação musical moderna.
É possível encontrarmos, ainda que raramente, afigura da quartifusa, que é
a metade da semifusa.
Valores proporcionais

As figuras não têm valor fixo e sim proporcional, sendo que cada uma vale
sempre a metade da anterior e o dobro da seguinte. Qualquer uma das figuras
pode ser tomada como unidade de tempo, ou seja, dá-se o valor de um tempo ou
uma pulsação, deduzindo-se os valores das demais, sempre com a proporção de
metade da anterior e dobro da seguinte.
O ritmo e suas propriedades

A duração do som e do silencio é representada por figuras que fornecem o


tempo exato de duração. Nesse ponto, o som passa a ser organizado pelo ritmo,
cujo conceito está subordinado ao movimento e á sua duração.
Assim como o som, o ritmo também tem suas propriedades: Pulso, Acento
métrico, Desenho rítmico e Andamento.
Pulso: é a regularidade de tempo, medido pelo tempo do relógio, sendo
que cada pulsação é um tempo que deve manter uma regularidade.

Acento métrico: é a acentuação periódica e regular dos pulsos.

Desenho rítmico: é a combinação de durações curtas e/ou longas, que faz,


como o nome diz, o desenho rítmico de uma obra musical, com ou sem melodia.
Andamento
É a velocidade das pulsações, podendo-se acelerar ou retardar o tempo
entre um pulso e outro, resultando em pulsações mais rápidas ou mais lentas.

Temos três níveis de andamentos: Lentos, Moderados e Rápidos.


Tradicionalmente escritos por palavras italianas.
Lentos
Grave - É o andamento mais lento de todos.
Largo - Muito lento, mas não tanto quanto o Grave.
Larghetto - Um pouco menos lento que o Largo.
Adagio - Moderadamente lento.

Moderados
Andante - Moderado, nem rápido, nem lento.
Andantino - Semelhante ao andante, mas um pouco mais acelerado.
Moderato- Mais acelerado que o andantino.
Allegretto - Moderadamente rápido.

Rápidos
Allegro - Andamento veloz e ligeiro.
Vivace - Um pouco mais acelerado que o Allegro.
Presto - Andamento muito rápido.

Prestissimo - É o andamento mais rápido de todos.

Alguns exemplos de combinações de andamento com expressões:

Allegro moderato - Moderadamente rápido.

Presto con fuoco - Extremamente rápido e com expressão intensa.

Andante Cantabile - Velocidade moderada e entoando as notas como em


uma canção.

Adagio Melancolico - Lento e melancólico.

No Brasil costuma-se empregar expressões como: Devagar, Sem pressa,


Depressa, Rápido entre outros.

Podemos também encontrar palavras que exprimem o caráter da obra:

Con brio = com entusiasmo, côn anima = com alma, scherzando =


brincando, giocoso = jocoso, piú mosso = mais movido. Exemplo: Allegro ma non
troppo, andante con moto, allegro assai etc.

Para indicar com precisão o andamento, utilizamos um aparelho chamado


Metrônomo, inventado pelo austríaco Johann Mäelzel no inicio do século XIX. Em
sua forma primitiva, consta de um mecanismo baseado no relógio, acionado por
um pendulo.
Através de uma tabela com números de 40 a 208, gradua-se a velocidade
que o pendulo irá oscilar através de um peso corrediço. Os números referem-se as
pulsações por minuto. Assim, graduando-se o pendulo em 60, por exemplo,
teremos 60 batidas por minuto, ou seja, a marcação exata dos segundos.
Fig.50 (metrônomo de pendulo)

Indica-se o andamento de seguinte forma:


Alteração no andamento

Um andamento pode ser alterado gradativamente com o emprego o


emprego de palavras que por vezes aparecem escritas de forma abreviada.
Para diminuir o andamento: rallentando (rall), ritardando (rit), allargando
(allarg).
Para apressar o andamento: accelerando (accel), affretando (affret),
stringendo (string).
Quando se deseja indicar que o executante deve ficar a vontade para
diminuir ou aumentar a velocidade de um trecho musical, empregam-se palavras
como: ad libitum, a piercere, senza tempo, senza rigore, rubato.
Depois de alterado o andamento, deseja-se retornar ao andamento inicial,
emprega-se as seguintes palavras: A tempo, in tempo, Tempo I (tempo primo).
Ligadura

É uma linha curva que une duas ou mais notas que estejam na mesma
altura, somando suas durações. Também chamada de ligadura de valor, apenas a
primeira nota de onde parte a ligadura é articulada, sendo as demais
prolongamento da primeira.

Obs.: não existem ligaduras entre pausas.

Ponto de aumento
Podemos também prolongar a duração do som colocando um ponto do lado
direito da figura, aumentando seu valor em metade.

O ponto de aumento pode ser colocado também nas pausas.


Com o ponto de aumento a figura positiva ou negativa terá uma subdivisão
ternária, ou seja, será divisível por três.
Duplo ponto de aumento

Colocando-se dois pontos à direita da figura, esta terá sua duração


aumentada em ¾.
Cada ponto aumentará sempre a metade do valor anterior.

Ponto de diminuição (Staccato)

Pode-se diminuir o tempo de duração de um som colocando-se um ponto


na extremidade da cabeça da figura de valor, que nesse caso terá diminuído seu
valor pela metade.
Fermata

Fermata do italiano parada trata-se de um sinal colocado sobre a nota ou


pausa, indicando que devemos sustentá-las em aproximadamente o dobro do seu
valor, embora na maioria das vezes essa duração fique a critério do intérprete.

Compasso
É a maneira pela qual a musica está dividida, esta divisão pode ser em
partes iguais ou variáveis.

Os compassos são separados por uma linha vertical que abrange todo o
pentagrama, chamada Barra de compasso.
Utilizamos barra dupla para separar as seções da música.

A barra dupla final tem o segundo traço mais grosso e indica o término da
música.

Os tempos são partes do compasso, assim, os compassos passam a ser


denominados de acordo com o número de tempos que possuem:
2 tempos = Binário.
3 tempos = Ternário.
4 tempos = Quaternário.
Cada compasso possui acentos naturais, com tempos fracos e fortes,
constituindo o acento métrico. Isso nos permite reconhecer auditivamente o
número de tempo do compasso.

Compasso binário: 1º tempo forte e 2º tempo fraco.


Compasso ternário: 1º tempo forte 2º e 3º tempos fracos.
Compasso quaternário: 1º tempo forte 3º tempo meio forte, 2º e 4º fracos.
Quando um dos tempos, forte ou fraco, está subdividido, consideramos a
primeira figura da subdivisão como parte forte do tempo, mesmo pertencendo a
um tempo fraco.

Compasso simples e composto

Como vimos anteriormente, tempo é uma parte do compasso. Definimos


então unidade de tempo como sendo a figura que representa um tempo do
compasso.
Compasso simples: aquele que tem como unidade de tempo uma figura
ou valor simples.

Compasso composto: aquele que tem como unidade de tempo uma figura
ou valor composto.

Fórmula de compasso
No pentagrama, logo após a clave, encontramos dois números sobrepostos.
Trata-se da fórmula de compasso, a qual indica o número de tempos ou pulsações
e a unidade de tempo.
O número superior indica, no compasso simples, quantos tempos deverão
ter o compasso.
O número inferior indica a figura escolhida para valer um tempo. Estas
figuras são representadas por números, os quais nada têm a ver com seus valores
(esta referencia numérica é em relação à semibreve).

Os compassos 2/2 e 4/4 também são representados, respectivamente por:


Os compassos compostos apresentam subdivisão ternária. O número
inferior indica as figuras que serão agrupadas de três em três e o número inferior
indica a quantidade dessas figuras nos compassos. Tomemos como exemplo um
compasso 6/8 :

Assim, no exemplo acima, as seis colcheias devem ser agrupadas de três em três.
Reunindo as colcheias em grupo de três, teremos dois grupos, ou seja, dois
tempos, cada qual equivalendo a uma semínima pontuada, que é a soma das três
colcheias.
Contratempo
Quando o tempo ou a parte forte for preenchido com pausa é o que se
chama contratempo, provocando o efeito de deslocamento da acentuação natural
do compasso. Pode ser regular ou irregular, é regular quando as figuras que o
compõem têm a mesma duração, irregular quando as figuras têm durações
diferentes.

Também podemos provocar o deslocamento do acento natural utilizando o


sinal especifico.

Sincopa
Se uma nota executada no tempo fraco ou parte fraca do tempo e for
prolongada ao tempo forte ou parte forte do tempo seguinte, teremos o que se
chama síncopa.

Compasso acéfalo, tético e anacruse.

Alguns compassos recebem denominações especificas.


Acéfalo (sem cabeça): o inicio do primeiro compasso é ocupado por uma
pausa.

Tético: tem o inicio no primeiro tempo (tempo forte) do primeiro compasso.


Anacruse: por vezes o compasso inicial de uma música encontrasse
incompleto, ou seja, faltando tempos. Na verdade os tempos que faltam a esse
compasso deverão aparecer no final do trecho musical.

Articulação
Na execução instrumental ou vocal a articulação é o ‘sotaque da música’, é
a forma usada para conseguirmos expressão musical.
Nas partituras as articulações vêm expressas pelo compositor através da
indicação de acentos, legato, non legato, staccato e tenuta.
Legato
Do italiano, ligado, quando as notas devem ser ligadas, sem quebra da
frase melódica.

Non legato
Também do italiano, não ligado, quando as notas são executadas não
ligadas.
Staccato
Do italiano, destacado, quando as notas ou grupo de notas devem ser
destacadas, separadas, perdendo metade do seu valor, sendo assim executadas
de forma mais curta do que seu valor real.

Tenuta (levado, carregado).


Quando a execução das notas deve estar entre o legato e o staccato.

Tercina - quiáltera
São grupos de figuras que não obedecem à divisão normal do compasso ou
a subdivisão de seus tempos. As quiálteras são denominadas de acordo com o
número de notas que as formam; 2 notas = duínas; 3 notas = tercinas, 5 notas =
quintinas, assim por diante. Neste módulo iremos estudar apenas as tercinas.

Tercina de semínima: Três semínimas em dois pulsos

Tercina de colcheia: Três colcheias em um pulso


Sinais de repetição
No intuito de facilitar a escrita musical, empregamos alguns sinais de
repetição para notas ou compassos.

Notas que se repetem na mesma altura são substituídos por pontos


equivalentes ao número de notas que se deseja:

Nas tercinas acrescenta-se o número 3.

Figuras com colchetes são substituídas por figuras de maior valor com
traços equivalentes ao número de colchetes:
Quando os compassos se repetem, abreviamos assim:

Ritornello
Do italiano, retornar é usado quando a música se repete por um trecho
extenso, uma estrofe. Coloca-se o sinal no inicio do trecho e no fim.

Da capo
Do italiano, do começo, é usado quando a música deve ser repetida desde
o início.

Quando a repetição deve começar em outro ponto que não do início,


coloca-se, nesse determinado ponto, o sinal

.
Quando a música se repete desde do inicio ou de um determinado ponto e
esta repetição não é integral, escreve-se Fine onde termina.

Havendo repetição de um determinado trecho, sendo que, na segunda vez


deseja-se pular um ou mais compasso, utiliza-se chaves que compreendem os
compassos a serem pulados na repetição. Denominamos casa 1 e casa 2 e assim
por diante.
6. Altura
Tom e semitom

Na música ocidental existe uma menor distancia entre dois sons, este
intervalo é denominado semitom (sistema de afinação temperado). O tom é a
somatória de dois semitons.

Sinais e alteração (acidentes)


Podemos alterar uma nota, ascendente ou descendentemente, usando
sinais de alteração, denominados acidentes.

Sustenido: Altera a nota meio tom acima.

Bemol: Altera a nota meio tom abaixo.

Dobrado sustenido: Altera a nota um tom acima.

Dobrado Bemol: Altera a nota um tom abaixo.


Bequadro: Anula o efeito de qualquer acidente. Um bequadro anula
o efeito do acidente dobrado.

Visualizando as teclas de um piano podemos notar a escola cromática, ou


seja, as notas subindo em meio em meio tom. As teclas brancas são as notas
naturais e as teclas pretas são os acidentes.

Notas enarmônicas: duas notas na mesma altura, mas, nomes diferentes.


Exemplo: Dó# = Réb, Ré# = mib, Fá# = Solb, etc.

Semitom cromático: quando temos a distancia de semitom entre notas


com nomes iguais.

Semitom diatônico: quando temos a distancia de semitom entre notas com


nomes diferentes.
Escala

Escala é a seqüência de notas sucessivas, separadas por tons ou/e


semitons. A palavra escala vem do italiano scala = escada. Então podemos
imaginar cada uma das notas como sendo degraus de uma escala. Na música os
degraus são chamados de graus, sendo numerados com algarismos romanos. A
primeira nota da escala é denominada primeiro grau, e a segunda, segundo grau,
e assim por diante.

Os graus podem estar por ordem ascendentes ou descendentes, se


estiverem em ordem são chamados graus conjuntos, e se estiverem fora de
ordem, graus disjuntos.

Veremos agora a escala diatônica de dó maior.

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