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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MINAS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

ESTUDO DE DIMENSIONAMENTO DE FROTA DE UMA MINA A CÉU ABERTO

ALICE MARIA UZAN

BELO HORIZONTE - MG
JUNHO DE 2020
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MINAS

ESTUDO DE DIMENSIONAMENTO DE FROTA DE UMA MINA A CÉU ABERTO

Autora: ALICE MARIA UZAN


Orientadora: PROF. MA. VIVIANE DA SILVA BORGES BARBOSA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Departamento de Engenharia de Minas da
Universidade Federal de Minas Gerais como requisito
obrigatório para obtenção do título de bacharel.

BELO HORIZONTE – MG
JUNHO DE 2020
AGRADECIMENTOS

À UFMG pelo ensino público, gratuito e de excelência.


À minha Professora e Orientadora, Viviane Barbosa, por ter me orientado de maneira criteriosa
e paciente, além de me inspirar com sua doçura e firmeza.
À Komatsu, por ter aberto as portas para mim e ter me dado a oportunidade de conhecer o
mundo dos equipamentos.
Ao Engenheiro Thiago Santos, por todos os ensinamentos, paciência e por ser meu exemplo
quanto profissional.
Aos meus amigos, que me deram força e suporte durante minha graduação.
Aos meus pais, Valdemir e Marina, pelo apoio. Ao meu irmão Nikolas pela cumplicidade.
Ao Arthur, pelo amor, companheirismo e pelas inúmeras discussões construtivas sobre
Engenharia de Minas.
RESUMO

Os avanços tecnológicos no beneficiamento mineral e o caráter competitivo do mercado que,


por vezes, determina baixos preços para as commodities, influenciaram a lavra de minérios de
mais baixo teor. Dessa forma, alguns empreendimentos mineiros apostaram no aumento de
produtividade como forma de sobrevivência, especificamente para as operações de
carregamento e transporte, pois, assim, é possível reduzir o custo unitário de material
movimentado. Para atender à alta demanda, a capacidade dos equipamentos aumentou
significativamente no último século. O maquinário utilizado nas operações de mina representa
uma parcela considerável dos custos operacionais do empreendimento e o dimensionamento de
frota se faz extremamente necessário, uma vez que esse estudo pode indicar se um projeto
minerário é viável ou não. Esse trabalho aborda os princípios para realizar o dimensionamento
de caminhões e escavadeiras, para minas a céu aberto. São apresentados diversos conceitos
importantes para o tema e é realizado um estudo de caso para exemplificar como esses são
utilizados no dimensionamento. O estudo compara três compatibilidades diferentes entre
caminhões fora de estrada e escavadeiras hidráulicas, de pequeno a grande porte. Após analisar
o número de equipamentos necessários para atender à demanda anual, de uma mina hipotética,
e foi feito o cálculo de custo por tonelada movimentada de cada frota. Nesse sentido, a aquisição
de equipamentos de porte intermediário apresentou-se como a mais vantajosa. Tal fato mostra
que a ideia de que “quanto maior o porte dos equipamentos, melhor” nem sempre é verdadeira.

Palavras chave: Dimensionamento de frota, Caminhões, Escavadeiras, Custo por tonelada,


Carregamento e Transporte.
ABSTRACT

Technological advances in mineral processing and the competitive nature of the market, which
sometimes determines low prices for commodities, influenced the mining of lower grade ores.
Thus, some mining enterprises bet on increasing productivity as a means of survival,
specifically for loading and haulage operations, as it is thus possible to reduce the unit cost of
material handled. In order to meet a high demand, the capacity of the equipment has increased
significantly in the last century. The machinery used in mine operations represents a
considerable portion of the project's operating costs and fleet sizing is extremely necessary,
since this study can indicate whether a mining project is viable or not. This work presents the
principles for dimensioning trucks and excavators for open pit mines. Several important
concepts are presented for the theme and a case study is carried out to exemplify how it is used
in the design. The study compares three different compatibilities between off-road trucks and
hydraulic excavators, from small to large size. After analyzing the number of equipment needed
to meet the annual demand for a hypothetical mine, and the cost per ton handled presented, the
acquisition of equipment of intermediate size is more advantageous. This fact shows that the
idea that “the larger the size of the equipment, the better” is not always true.

Keywords: Fleet sizing, Trucks, Excavators, Cost per ton, Loading and Haulage.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Diagrama sobre as operações essenciais na lavra a céu aberto................................ 10


Figura 2 - Trator de esteiras. ..................................................................................................... 11
Figura 3 - Scraper. .................................................................................................................... 11
Figura 4 - Escavadeira Front Shovel. ....................................................................................... 12
Figura 5 - Escavadeira Backhoe. .............................................................................................. 12
Figura 6 - Carregadeira. ............................................................................................................ 13
Figura 7 - Caminhão Autônomo ............................................................................................... 14
Figura 8 – Caminhão rodoviário ............................................................................................... 15
Figura 9 - Caminhão Articulado ............................................................................................... 16
Figura 10 - Caminhão fora de estrada ...................................................................................... 16
Figura 11 - Considerações para a seleção de equipamentos e fatores sensíveis ao
dimensionamento dos equipamentos. ....................................................................................... 25
Figura 12 – Frota de caminhões e escavadeiras do Cenário 1. ................................................. 39
Figura 13 – Número de caminhões e escavadeiras do Cenário 2. ............................................ 41
Figura 14 – frota de caminhões e escavadeiras do Cenário 3 ................................................... 43
Figura 15 – Custo de aquisição dos Cenários 1, 2 e 3. ............................................................. 45
Figura 16 – Custo por Hora (CPH dos Cenários 1, 2 e 3) ........................................................ 46
Figura 17 – Custo de Consumo de Combustível dos Cenários 1, 2 e 3. .................................. 46
Figura 18 – Custo de Mão de Obra dos Cenários 1, 2 e 3. ....................................................... 47
Figura 19 – Custo relativo aos Pneus utilizados nos Cenários 1, 2 e 3. ................................... 48
Figura 20 – Custo por tonelada dos Cenários 1, 2 e 3. ............................................................. 49
Figura 21- Custos totais em porcentagem – Cenário 1 ............................................................. 50
Figura 22 – Custos totais em porcentagem – Cenário 2 ........................................................... 50
Figura 23 - Custos totais em porcentagem – Cenário 3 ............................................................ 51
LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Coeficientes de rolamento em kgf/t.......................................................................... 21


Tabela 2 - DMT por rota........................................................................................................... 26
Tabela 3 - Movimentação por rota, totalizando 153,66 Mt. ..................................................... 26
Tabela 4 - Densidade média do material por rota. .................................................................... 27
Tabela 5 - Parâmetros utilizados para o dimensionamento dos caminhões ............................. 27
Tabela 6 - Parâmetros utilizados para o dimensionamento das escavadeiras........................... 28
Tabela 7 - Dados inseridos no software do fabricante Komatsu para fazer o dimensionamento
de frota para a rota 1, com extensão de 1.900 metros. ............................................................. 29
Tabela 8 - Custos associados aos caminhões............................................................................ 36
Tabela 9 - Custos associados às escavadeiras. ......................................................................... 37
Tabela 10 – Frota de caminhões do Cenário 1 (ano 7) ............................................................. 39
Tabela 11 – Frota de escavadeiras do Cenário 1 (ano 7) .......................................................... 40
Tabela 12 – Frota de caminhões do Cenário 2 (ano 7) ............................................................. 41
Tabela 13 – Frota de escavadeiras do Cenário 2 (ano 7) .......................................................... 42
Tabela 14 – Frota de caminhões do Cenário 3 (ano 9) ............................................................. 43
Tabela 15 – Frota de escavadeiras do Cenário 3 (ano 9) .......................................................... 44
Tabela 16 - Análise Econômica do Cenário 1 .......................................................................... 52
Tabela 17 - Análise Econômica do Cenário 2 .......................................................................... 53
Tabela 18 - Análise Econômica do Cenário 3 .......................................................................... 54
SUMÁRIO

1. Introdução ........................................................................................................................... 7

1.1. Objetivos ...................................................................................................................... 8

2. Revisão Bibliográfica ......................................................................................................... 9

2.1. Introdução às operações de carregamento e transporte na lavra a céu aberto ............. 9

2.1.1. Equipamentos de escavação e carregamento ...................................................... 10

2.1.2. Equipamentos de transporte................................................................................ 13

2.2. Conceitos para a estimativa de produtividade dos equipamentos .............................. 17

2.3. Seleção dos equipamentos de carregamento e transporte .......................................... 22

2.4. Dimensionamento e compatibilização do porte dos equipamentos ........................... 24

3. Metodologia ...................................................................................................................... 25

3.1. Premissas para o dimensionamento de frota .............................................................. 26

3.2. Dimensionamento dos caminhões ............................................................................. 29

3.3. Dimensionamento das escavadeiras ........................................................................... 32

3.4. Proposições para a análise econômica ....................................................................... 35

4. Resultados......................................................................................................................... 38

4.1. Dimensionamento de frota ......................................................................................... 38

4.1.1. Cenário 1 ............................................................................................................ 38

4.1.2. Cenário 2 ............................................................................................................ 40

4.1.3. Cenário 3 ............................................................................................................ 42

4.2. Análise Econômica .................................................................................................... 44

5. Conclusão ......................................................................................................................... 55

6. Referências Bibliográficas ................................................................................................ 57


7

1. Introdução

Ao longo dos anos, as minas a céu aberto aumentaram consideravelmente sua taxa de produção.
Tal fato justifica-se pelos avanços tecnológicos no beneficiamento de minérios que permitiu a
lavra de minérios de mais baixo teor e pelo caráter competitivo do mercado, que, por vezes,
determina preços baixos para as commodities.

Alguns empreendimentos mineiros apostaram no aumento de produtividade como forma de


sobrevivência; especificamente para as operações de carregamento e transporte, isso significa
diminuir o custo unitário de material movimentado. Em decorrência disso, a capacidade dos
equipamentos aumentou significativamente no último século. O maquinário utilizado nas
operações de mina representa uma parcela considerável dos custos operacionais do
empreendimento e o dimensionamento de frota é um parâmetro importante para ser analisado,
pois, dentre diversos fatores analisados, pode indicar se um projeto minerário é viável ou não.

A seleção dos equipamentos é feita de maneira criteriosa e requer, previamente, informações


advindas do planejamento de lavra, tais como: método de lavra, altura de bancada, perfil de
estradas e acessos, características do material e produção anual. Também são necessários dados
de operação de mina, como: horas anuais trabalhadas, velocidades máximas de segurança
executadas nas rodovias e turnos de trabalho. Um estudo de dimensionamento de frota consiste
em adequar a movimentação da operação com o porte dos equipamentos, considerando os
parâmetros citados. Essa análise é solicitada por minas que ainda não iniciaram a operação, ou
por projetos já estruturados, mas que necessitam ampliar ou renovar a frota. Com a evolução
da movimentação de materiais da mina, é comum surgirem restrições técnicas, operacionais e
de segurança. Por isso, o dimensionamento de frota deve ser periodicamente revisado, para que
continue atendendo às demandas de curto, médio ou longo prazo e maximizando o valor
econômico da empresa.

Com a crescente competitividade do mercado, que pressiona as empresas a aumentarem a


produção e diminuírem os custos, criou-se uma mentalidade, com relação ao porte dos
equipamentos, de que “quanto maior, melhor”. Mas, essa estratégia nem sempre é assertiva. O
dimensionamento de frota inadequado pode levar à sub ou superestimação de equipamentos.
No primeiro caso, há diminuição da produção, pois o cumprimento da movimentação total é
8

comprometido e, no segundo, os equipamentos são sub utilizados e ocorre aumento de custos


operacionais. Ambas as situações são negativas para um empreendimento e podem interferir
em sua viabilidade.

1.1. Objetivos

O presente trabalho tem como objetivo geral analisar a influência do porte dos equipamentos
de carregamento e transporte no custo unitário por hora de produção, considerando algumas
premissas para uma mina a céu aberto. Para atingir o objetivo geral, tem-se como objetivos
específicos:

• Realizar um estudo de dimensionamento de frota de caminhões e escavadeiras para a


mina, considerando três diferentes compatibilidades;
• Determinar quais são os principais custos para operação de carregamento e transporte;
• Analisar qual combinação entre caminhão e escavadeira apresentou menor custo total
por tonelada produzida e, portanto, qual será a mais viável para aquisição.
9

2. Revisão Bibliográfica

2.1. Introdução às operações de carregamento e transporte na lavra a céu


aberto

Couto (1990) apresenta o conceito de lavra a céu aberto como aquela em que a escavação é
executada ao ar livre e direcionada a depósitos de superfície. Ou ainda, como a lavra em que as
áreas de trabalho não são provenientes de escavações cercadas por rochas encaixantes, em todo
o seu perímetro. Ao contrário disso, as explotações mineiras subterrâneas consistem em
atividades executadas no subsolo, destinadas a depósitos mais profundos. Isso não significa que
ambos os métodos de lavra se excluam na explotação do mesmo depósito.

Racia (2016) afirma que a mineração a céu aberto, em linhas gerais, promove um aumento de
produtividade no trabalho, quando comparada à mineração subterrânea. Tal fato desdobrou-se
a partir da Segunda Grande Guerra, período em que houve introdução de novas tecnologias em
explosivos, aumento da capacidade de máquinas de desmonte, melhoria do processamento
mineral e aumento do porte de equipamentos de carregamento e transporte, permitindo que
materiais mais pobres fossem lavrados a custos operacionais reduzidos. Consequentemente, o
minério bruto extraído é de menor qualidade, devido à perda de seletividade e efeito escala.

As operações de carregamento e transporte são caracterizadas pela transferência de material de


uma frente de lavra ao módulo que transportará esse material até os pontos de descarga, isto é,
britadores, pilhas de estéril, pilhas pulmão, entre outros. Para que tais operações se iniciem nas
minas a céu aberto, deve haver a preparação da área que será lavrada para permitir a perfuração
e o desmonte do material de maneira adequada. Em seguida, ocorre o carregamento por
equipamentos de carga, como pás carregadeiras ou escavadeiras, os quais ficam alocados nas
frentes de lavra. Esses equipamentos recolhem o material e o carregam em equipamentos de
transporte, como caminhões e correias transportadoras. O veículo de transporte encaminha o
material até um ponto de descarga, como britadores e silos, e, então, o ciclo de operação
recomeça, sendo realizado continuamente (BORGES, 2013).

Para Couto (1990), as operações essenciais da lavra a céu aberto são muito semelhantes às da
lavra subterrânea, entretanto, as primeiras são de menor complexidade, destacando-se a
10

ausência de suporte do teto e uso nulo de explosivos (ou em menor quantidade). A lavra a céu
aberto apresenta a possibilidade de utilização de equipamentos de maior porte nas operações.
O ciclo usual de operações essenciais na lavra a céu aberto pode ser resumido através do
diagrama apresentado na Figura 1.

Terrenos Duros Terrenos Friáveis


Primária Desmonte Mecânico
Perfuração
Secundária

Carregamento e desmonte dos furos

Carga e transporte - Estéril e Minério


Figura 1 - Diagrama sobre as operações essenciais na lavra a céu aberto.
Fonte: Própria Autora, adaptado de Couto (1990).

2.1.1. Equipamentos de escavação e carregamento

As operações de escavação e carregamento podem ser executadas pelo mesmo equipamento ou


por equipamentos distintos. Os equipamentos de maior aplicação nas operações de escavação
são escavadeiras a cabo, escavadeiras hidráulicas, retroescavadeiras hidráulicas e dragas. No
Brasil, a escavadeira do tipo front shovel é a mais utilizada nas operações de escavação frontal
na frente de lavra (RICARDO & CATALANI, 2007).

Segundo Jaworski (1997, apud Racia, 2016), os equipamentos de escavação podem ser
segmentados em quatro grupos, a saber:

1) Equipamento escavador-deslocador (Figura 2): são responsáveis pela mecanização da


terraplenagem e representados pelos tratores, os quais podem se locomover sobre rodas
ou esteiras. Esses equipamentos realizam a escavação e o transporte, utilizando o
escarificador, na parte traseira, e a lâmina, na parte dianteira. O primeiro permite escavar
o material e o segundo o direciona para outro local. São comumente utilizados em obras
de infraestrutura, como abertura de acessos, movimentação de estéril e limpeza das
praças de trabalho. Podem, também, ser utilizados como equipamentos de desmonte e
11

transporte em operações de lavra em tiras. Segundo Lages (2018), esses equipamentos


têm flexibilidade operacional e apresentam bom desempenho em terrenos acidentados.
Como desvantagens, apresentam baixo rendimento, pequena distância de transporte e
velocidade.

Figura 2 - Trator de esteiras.


Fonte: Komatsu (2020a).

2) Equipamento escavador-transportador (Figura 3): Conhecidos como scrapers, esses


equipamentos têm como principal função a terraplanagem, realizando,
concomitantemente, o nivelamento das praças de trabalho e retirada de terra do local.
A parte dianteira do equipamento contém uma unidade propulsora e, a traseira, uma
caçamba. Existem lâminas na parte inferior da caçamba para efetuar a raspagem ou
“corte” da terra, que, em seguida, é armazenada nesse compartimento. No ponto de
basculamento, o material é descarregado no solo. Segundo Lages (2018), esses
equipamentos são facilmente manobráveis e capazes de realizar o carregamento de
material rapidamente. Quando comparados aos tratores, apresentam maior velocidade e
distância de transporte. Entretanto, são indicados para carregamento de solo e
fragmentos pequenos de rocha, sendo mais comuns nas minerações subterrâneas, onde
existem maiores restrições para altura e manobra de equipamentos.

Figura 3 - Scraper.
Fonte: 4Machines (2018).
12

3) Equipamento escavador-elevador: são máquinas que executam a escavação e o


carregamento de material, sem se deslocarem. Podem escavar terrenos de alta dureza e,
geralmente, descarregam o material em unidades de transporte. Esse grupo de
equipamentos é representado pelas escavadeiras, as quais podem ser a diesel ou
elétricas. As escavadeiras operam com altos fatores de enchimento e têm capacidades
variadas. Entretanto, necessitam de manutenção recorrente e custo de capital elevado.
As escavadeiras do tipo Front Shovel (Figura 4) operam no nível inferior da bancada a
ser escavada e são mais apropriadas para desmontar bancadas altas. Equipamentos do
tipo Back Hoe (Figura 5) operam em cima das bancadas a serem desmontadas; essas
devem ter boas condições de estabilidade, uma vez que se trata de um equipamento
pesado. (LAGES, 2018).

Figura 4 - Escavadeira Front Shovel.


Fonte: Komatsu (2020b)

Figura 5 - Escavadeira Backhoe.


Fonte: Komatsu (2020c)

4) Equipamento escavador-carregador (Figura 6): Consistem em máquinas como os


tratores de rodas ou esteiras, com uma caçamba frontal, em vez da lâmina. São
13

representados pelas pás carregadeiras. A caçamba do equipamento é acionada por um


sistema de braços articulados e possibilita a elevação do material carregado para uma
posterior descarga. São versáteis e apresentam maior mobilidade, mas não são indicados
para operações em rochas duras. As condições ideais para o funcionamento desse
equipamento são em solos firmes, secos e em materiais bem fragmentados.

Figura 6 - Carregadeira.
Fonte: Komatsu (2020d).

Equipamentos para escavação e carregamento devem ser escolhidos em função de fatores


naturais (solo, condições climáticas, lençol freático, topografia, condições de suporte, etc),
demandas do projeto (movimentação, altura de bancadas, dmt) e condições econômicas,
avaliando-se o custo unitário, principalmente.

2.1.2. Equipamentos de transporte

São conhecidos diversos sistemas de transporte de material em explotações mineiras a céu


aberto, como aquelas realizadas em vagões, caminhões, correias transportadoras, entre outros
similares. Os métodos mais usuais de transporte são através de caminhões e correias, ou os dois
combinados.

A correia transportadora é ideal para grandes distâncias, pois a taxa horária de produção é maior
e essas são menos afetadas pelas influências do meio operacional. Segundo Borges (2013), o
transporte feito através de caminhões é o mais utilizado em todo o mundo. Ricardo e Catalani
(2007) ressaltam que, para grandes percursos entre o local de carga e descarga, é ideal empregar
equipamentos rápidos em detrimento de maior capacidade, mesmo que seja necessário
empregar um número elevado de unidades.

Ao utilizar o método de transporte por caminhões, o material in situ deve estar desmontado.
Após ser carregado, o caminhão transporta o material até, por exemplo, a estação de britagem,
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faz a descarga no silo e retorna à frente de lavra, finalizando o ciclo, que deve se repetir
indefinidamente (LOPES, 2010).

Atualmente, é possível encontrar caminhões com capacidades que variam entre 10 e 500
toneladas. A aplicação e o porte do conjunto de carga e transporte estão relacionados à escala
de produção, geometrias da cava e geologia da jazida. Os itens de 1 a 5 a seguir mostram alguns
exemplos de caminhões utilizados na mineração a céu aberto.

1) Caminhões autônomos (Figura 7): Segundo Rivera (2014), o conceito da utilização de


caminhões autônomos é discutido há décadas, entretanto, sua implantação tem sido
desafiadora. A pioneira nesse tipo de equipamento é a empresa japonesa Komatsu, que
desenvolveu o sistema Front Runner de transporte autônomo e que se converteria, em
2008, no primeiro sistema autônomo para caminhões comercializado no mundo. Essa
tecnologia visa trazer uma série de benefícios, como reduzir o número de operadores
trabalhando em ambientes de alto risco, reduzir custos operacionais, aumentar a vida
útil de pneus, freios e suspensão. Espera-se que o uso desse sistema gere aumento na
produtividade e reduza o consumo de combustível e de emissões. Na operação
autônoma, cada caminhão é equipado com um sistema de GPS de alta precisão, de forma
que a posição do equipamento seja conhecida, monitorada e passível de controle. Além
disso, há instrumentação embarcada, como detectores de obstáculos que percebem a
presença de outros equipamentos, veículos leves ou pessoas, criados para acionar
dispositivos de parada não-programada, a fim de aumentar a segurança operacional.

Figura 7 - Caminhão Autônomo


Fonte: Komatsu (2016).
15

2) Caminhão Rodoviário (Figura 8): Os caminhões rodoviários têm maior flexibilidade,


pois, devido ao menor porte, se locomovem rapidamente de uma frente para outra e
podem ser utilizados para trafegar em vias públicas. Além de não limitar sua utilização
à mineração, em situações de crise econômica, ou de revenda de equipamentos usados,
esses ativos podem ser vendidos mais facilmente. Outro ponto é que o capital necessário
para o custeio de caminhões rodoviários costuma ser menor do que quando se utiliza
caminhões fora-de-estrada. Entretanto, não é adequado para operações com grande
movimentação de material, uma vez que seriam necessárias muitas unidades do veículo.

Figura 8 – Caminhão rodoviário


Fonte: Auto Industria (2017).

3) Caminhões Articulados (Figura 9): Segundo a fabricante Sany (2020), os caminhões de


chassi articulado são indicados para operações em locais de condições climáticas
adversas, com solo de baixa resistência ao rolamento e acessos restritos. Como esses
caminhões têm tração nas seis rodas, são indicados para operações em vias de acesso
mal conservadas e íngremes, uma vez que esses equipamentos são capazes de subir
rampas com aclive acentuado, de até 35%. O porte desses equipamentos é considerado
pequeno para a mineração, logo, possui muitas das vantagens já citadas sobre o
caminhão rodoviário, como a flexibilidade, por exemplo. A fabricante Volvo (2020)
oferece modelos de caminhões articulados com caçamba de 15,3 m³ a 33,6 m³.
16

Figura 9 - Caminhão Articulado


Fonte: Conexão Mineral (2020).

4) Caminhões Fora-de-Estrada (Figura 10): Segundo Ricardo e Catalani (2007), os


caminhões fora de estrada são equipamentos de grande capacidade, força e tamanho.
Possuem características mecânicas de fabricação, especiais para o trabalho pesado e são
ideias para operações com alta movimentação de material. A utilização de caminhões
fora-de-estrada gera custos elevados, portanto, é fundamental que as pistas tenham boas
condições de estrutura, para evitar gastos exorbitantes e reposição de ativos. As
vantagens da utilização desse equipamento são a capacidade de transporte e a
possibilidade de execução de ciclos rápidos, uma vez que podem chegar a 60 km/h.
Devido à alta capacidade, podem reduzir o custo unitário de transporte. Como
desvantagem, tem-se, principalmente, a manutenção onerosa. Dessa forma, é necessário
ter um bom plano de manutenção preventiva, para evitar paradas e perda de
produtividade. No mercado, há diferentes fabricantes de caminhão fora-de-estrada, com
modelos que podem chegar a 500 toneladas de capacidade. Existem diversos tipos de
pneus e básculas; e o sistema de tração dos caminhões pode ser mecânico ou diesel-
elétrico.

Figura 10 - Caminhão fora de estrada


17

Fonte: Planeta Caminhão (2018).

2.2. Conceitos para a estimativa de produtividade dos equipamentos

Planejar sistemas de carga e transporte e dimensioná-los requer diversos cálculos. Segundo


Bozorgebrahimi et al. (2003), a primeira e mais importante consideração na seleção de
equipamentos é a produção diária requerida. Este fator, geralmente, é calculado a partir do
estudo das reservas, mercado das commodities, estratégia de produção da empresa e do período
esperado para o retorno do capital investido (payback). Definida a taxa de produção, diária ou
anual, é necessário indicar parâmetros como eficiência de trabalho, taxa de utilização e
disponibilidade dos equipamentos. Silva (2011) denomina tais parâmetros como fundamentais
para a estimativa de produtividade dos equipamentos, que deve ser compatível com a produção
requerida. As dimensões da máquina e sua respectiva taxa de produção são fatores importantes
na seleção dos equipamentos, principalmente porque o aumento do porte não necessariamente
resulta em ganho de produtividade (LAGES, 2018).

Para a estimativa de produtividade dos equipamentos de carregamento e transporte, são


necessários 10 conceitos fundamentais (SILVA, 2011) descritos a seguir.

a) Volume da caçamba/báscula (V)


O volume é uma função da geometria da caçamba, que consiste no espaço vazio contido em seu
interior. O volume da caçamba pode ser aumentado para materiais pouco densos, por meio de
acoplamentos.

b) Taxa de Empolamento (TE)


O empolamento é uma propriedade característica dos solos e rochas. Trata-se da expansão
volumétrica desses materiais, ao serem retirados das condições de terreno natural (in situ).
Segundo Moura (2015), o valor é expresso como taxa de empolamento, geralmente, em
porcentagem, e o resultado é dado em função das densidades natural e solta, como mostra a
Equação 1.

𝜌𝑛
𝑇𝐸 = ( − 1) × 100 Eq. 1
𝜌𝑡
Em que:
18

• 𝑇𝐸: Taxa de empolamento (%);


• 𝜌𝑛: Densidade natural (g/cm³);
• 𝜌𝑠: Densidade solta (g/cm³).

c) Carga de tombamento (tipping-load)


É a carga, em toneladas, que faz com que uma escavadeira hidráulica perca o equilíbrio e tombe.
Mesmo que o equipamento esteja devidamente preparado para escavar, ele pode se encontrar
em uma posição de sustentação desfavorável e tombar.

d) Carga Útil (Payload)


É a capacidade máxima de carga, em toneladas, do equipamento. Para otimizar a produção, é
importante trabalhar utilizando 100% da capacidade de carga do equipamento. A sobrecarga
pode ser onerosa, uma vez que influencia no aumento de manutenções, falhas precoces em
pneus, aumento do consumo de combustível, entre outros problemas. Já a subcarga gera
diminuição da produção, o que afeta diretamente os lucros da operação.

e) Disponibilidade física ou mecânica (DF)


A disponibilidade física ou mecânica é um indicador de desempenho relacionado às horas
disponíveis para o trabalho. Esse fator é calculado em função das horas possíveis para o trabalho
(que depende do número de turnos da operação) e da quantidade de horas necessárias para a
manutenção, como mostra a Equação 2.

𝐻𝑐 − (𝑀𝑝 + 𝑀𝑐)
𝐷𝐹 = × 100 Eq. 2
𝐻𝑐

Em que:
• 𝐷𝐹: disponibilidade física ou mecânica (adimensional);
• 𝐻𝑐: total de horas para trabalho, correspondentes a um determinado período operado
(por exemplo, mês, semana ou ano);
• 𝑀𝑝: total de horas necessárias para a manutenção preventiva, a qual prepara o
equipamento para plena operação;
• 𝑀𝑐: total de horas necessárias para a manutenção corretiva, que corresponde às horas
gastas para corrigir problemas e evitar maiores perdas.
19

f) Utilização do equipamento (U)


O equipamento, para trabalhar, precisa estar disponível. Entretanto, se ele está disponível, não
significa dizer que necessariamente está trabalhando. A Utilização corresponde à parcela das
horas disponíveis para o trabalho em que o equipamento se encontra em operação de fato e é
definida pela Equação 3. A Utilização pode ser afetada por:

• Filas ou falta de modais para carregamento;


• Paralisação de outros equipamentos;
• Ausência de operador;
• Má operação devido a operadores mal treinados;
• Condições climáticas que não permitam a operação;
• Tipo de desmonte de rocha na mina;
• Preparação inadequada das frentes de lavra.

𝐻𝑡
𝑈= × 100 Eq. 3
𝐻𝑝 − 𝐻𝑚

Em que:
• 𝑈: utilização (adimensional);
• 𝐻𝑡: horas totais trabalhadas de fato;
• 𝐻𝑝: horas planejadas para o trabalho no período (𝐻𝑝 ≤ 𝐻𝑐);
• 𝐻𝑚: horas em que o equipamento se encontra em manutenção, seja ela preventiva ou
corretiva (𝐻𝑚 = 𝑀𝑝 + 𝑀𝑐).

g) Tempo de ciclo
O tempo de ciclo total de uma operação é o tempo total dispendido nas atividades unitárias, que
são repetidas indefinidamente. Por exemplo, o tempo de ciclo de uma escavadeira consiste em:
descarga de material da caçamba na unidade de transporte, retorno do braço à frente de lavra e
carregamento da caçamba, retorno da caçamba à unidade de transporte. Já o tempo de ciclo de
um caminhão consiste na soma dos tempos: manobra, carregamento, ida ao ponto de descarga,
manobra para bascular, basculamento, retorno à frente de trabalho e fila (caso haja).

h) Eficiência do trabalho (E)


20

Trata-se da eficiência ótima de trabalho, ou seja, que resulta na maior lucratividade possível. O
melhor desempenho do equipamento pode ser afetado por questões como operadores mal
treinados, equipamentos cuja compatibilidade e dimensionamento foram planejados de forma
inadequada, entre outros.

𝑇𝐶𝑚𝑖𝑛 𝑇𝐶𝑚𝑖𝑛 1
𝐸= = =
𝑇𝐶𝑒𝑓 𝑇𝐶𝑚𝑖𝑛 + ∑ 𝑡𝑝 ∑ 𝑡𝑝 Eq. 3
1 + 𝑇𝐶𝑚𝑖𝑛

Em que:
• 𝐸: Eficiência do trabalho (adimensional)
• 𝑇𝐶𝑚𝑖𝑛: tempo de ciclo mínimo;
• 𝑇𝐶𝑒𝑓: tempo de ciclo efetivo;
• 𝑡𝑝: tempo perdido.

Logo,
∑ 𝑡𝑝 = 0 ⇒ E=1 ou E=100%

∑ 𝑡𝑝 ≠ 0 ⇒ E<1 ou E<100%
.
i) Resistência ao rolamento (Rr)
A resistência ao rolamento é uma medida da força necessária para superar o efeito de
retardamento entre os pneus e o solo, incluindo a resistência causada pela penetração dos pneus
no solo e pelo flexionamento do pneu sob carga. Ou seja, a resistência ao rolamento,
representada pela Equação 4, é uma força que precisa ser vencida para que o equipamento que
utiliza pneus possa iniciar seu movimento.

𝑅𝑟 = 𝐾. 𝑃𝑏 Eq. 4

Em que:
• 𝑅𝑟: resistência ao rolamento (%);
• 𝑃𝑏: peso bruto do veículo (kgf);
• 𝐾: Coeficiente de rolamento (kgf/t).
21

O coeficiente de rolamento varia de acordo com o terreno sobre o qual o equipamento se


locomove. Alguns dos valores do coeficiente de rolamento são mostrados na Tabela 1.

Tabela 1- Coeficientes de rolamento em kgf/t.


Fonte: Racia (2016), adaptado de Jaworski (2011)
Asfalto ou concreto 20
Terra seca e firme 30
Terra seca e solta 40
Aterro sem compactação 80
Terra muito úmida e mole 120

A resistência ao rolamento é expressa em kgf/t ou porcentagem. Uma resistência de 30 kgf por


1t de massa do veículo é equivalente à resistência oferecida por uma rampa de 3%.

j) Resistência de rampa (Rra)


A Resistência de Rampa representa a força que precisa ser vencida para que um veículo suba
uma rampa, resistência gerada pela componente da força gravitacional que é contrária ao
movimento na subida. Em declives, ou seja, rampas favoráveis, essa força tem o mesmo sentido
da movimentação da máquina, logo, representa um esforço de frenagem.

As inclinações de rampas são, usualmente, expressas em porcentagem, representando a


elevação atingida na vertical (∆𝑦) em relação a um deslocamento na horizontal (∆𝑥), como é
mostrado na Equação 5.

∆𝑦
𝑅𝑎𝑚𝑝𝑎 = × 100 Eq. 5
∆𝑥

A resistência de rampa, expressa em kgf/t, pode ser obtida através do produto entre a inclinação
da rampa pela massa da máquina em toneladas, como mostra a Equação 6.

Eq. 6
𝑅𝑟𝑎 = 𝑅𝑎𝑚𝑝𝑎 × 𝑃𝑏

Em que:

• 𝑅𝑟𝑎: Resistência de rampa (kgf/t);


22

• 𝑅𝑎𝑚𝑝𝑎 (%);
• 𝑃𝑏: peso bruto do veículo (kgf).

A resistência total consiste na soma da resistência ao rolamento e da resistência de rampa.

2.3. Seleção dos equipamentos de carregamento e transporte

A seleção de equipamentos influencia em pontos chaves da mineração, como no planejamento


de lavra e na avaliação econômica. Por exemplo, um dos princípios para analisar a viabilidade
do projeto é a avaliação econômica, parâmetro influenciado pelos tipos de equipamentos que
serão comprados. Além disso, o limite ideal de uma cava é obtido com base em critérios
econômicos como o retorno do investimento (payback). A seleção ideal de equipamentos reduz
custos e pode alterar o limite da cava, uma vez que, reduzidos os custos operacionais, é possível
lavrar o minério localizado a maiores distâncias. Nessa seleção, o tipo, tamanho e número de
unidades são considerações importantes e interdependentes (BOZORGEBRAHIMI et al.,
2003).

Segundo Bascetin et al. (2006), a seleção dos equipamentos impacta em parâmetros econômicos
operacionais e de longo prazo, uma vez que tem ligação com as fases de projeto das instalações
da mina e com a fase de produção. Dessa forma, considera-se arriscado no âmbito econômico
que a seleção seja fundamentada somente na experiência dos responsáveis pela operação. Por
isso, o desenvolvimento de pesquisas nessa área tem sido crescente.

Para Amaral (2008), o processo de seleção de equipamentos empregados na mineração não é


claro. Dentre as razões para isso, tem-se a dificuldade de comparação das minas com
características análogas, que apresentam condições idênticas para a seleção dos equipamentos
mais adequados, pois tal informação é inacessível para o pesquisador ou sigilosa por parte da
empresa. Entre minas que contém o mesmo tipo de minério, algumas das variáveis que podem
implicar na seleção de equipamentos diferentes são as características do minério, as condições
climáticas e a disposição dos depósitos minerais.
23

Para Borges (2013), equipamentos de carregamento são selecionados para corresponder às


exigências das minas com relação à capacidade necessária, às condições climáticas, exigências
de mobilidade, à altura de bancada e ao número de frentes de lavra, concomitantemente.

Para a seleção de modais de carregamento e transporte, algumas empresas contam com um


estudo de aplicação dos equipamentos, fundamentados em requisitos de produção pré-
existentes, apresentados pelo fabricante. Para que essa escolha seja a mais assertiva possível, a
seleção deve ser feita de maneira integrada, considerando-se máquinas de carregamento e
transporte. Dessa forma, é possível obter a compatibilidade almejada e, por consequência,
otimizar a produtividade e minimizar custos de produção.

Borges (2013) aponta que, caso a seleção seja somente para equipamentos de transporte, os
quais irão operar juntamente com equipamentos de carregamento já existentes, a escolha é feita
com base nos seguintes critérios:

• Compatibilidade com os equipamentos de carregamento já existentes;


• Capacidade de atender às metas de produção;
• Experiências prévias com o equipamento;
• Requisitos de serviço e manutenção;
• Custos operacionais e de aquisição;
• Taxa de utilização e disponibilidade física estimada.

Silva (2011) ressalta que as considerações essenciais para a seleção primária dos equipamentos
de carga e transporte são:

• Geologia do depósito;
• Metas de produção;
• Vida útil do projeto;
• Disponibilidade de capital;
• Custos de operação;
• Parâmetros geotécnicos;
• Retorno de investimentos;
• Interferências com o meio ambiente.
24

2.4. Dimensionamento e compatibilização do porte dos equipamentos

Segundo Silva (2011), após selecionar quais equipamentos atenderão às condições específicas
da operação, é necessário selecionar também o porte desses equipamentos. Esses irão operar
conjugadamente, com foco em uma maior eficiência global. Inicialmente, a compatibilização
deve ser fundamentada em restrições físicas, descritas nos três tópicos a seguir.

• Altura da bancada: influencia na escolha do tipo de equipamento de carga;


• Alcance da descarga: o equipamento de carregamento deve ser adequado ao porte do
equipamento de transporte, o que reflete a compatibilidade física dos modais. Essa
também é uma questão de segurança operacional para as minas, pois máquinas grandes
interagindo com máquinas pequenas geram condições propícias para acidentes graves;
• Número de passes: necessários para que a escavadeira/carregadeira preencha a unidade
de transporte. É ideal que esse número varie entre três e cinco.

Considera-se inadequado que o número de passes ultrapasse cinco, pois isso resultará em um
tempo de ciclo elevado e, portanto, em uma produtividade reduzida. Um número reduzido de
passes para carregar um caminhão também é prejudicial, pois, desta forma, há impactos sobre
a suspensão e estrutura da unidade de transporte devido à grande quantidade de carga que é
depositada rapidamente. Adicionalmente, o tempo de carregamento não deve ser pequeno de
forma que a unidade de transporte seja tardia, uma vez que o equipamento de carregamento
ficaria ocioso durante a espera.

A Figura 11 apresenta as principais considerações para a seleção de equipamentos e fatores


sensíveis a esse processo.
25

Figura 11 - Considerações para a seleção de equipamentos e fatores sensíveis ao


dimensionamento dos equipamentos.
Fonte: Borges (2013), adaptado de Bozorgebrahimi et al. (2003).

3. Metodologia

A análise que será discutida neste trabalho é de cunho comparativo. O estudo consistiu no
dimensionamento de frota para uma mina hipotética, que apresenta características similares
com as minas do Quadrilátero Ferrífero (Minas Gerais). As premissas para a condição hipotética
foram construídas mesclando-se dados divulgados pela literatura científica especializada e a
experiência da autora. Inclusive, o perfil topográfico considerado foi baseado no perfil de várias
minas do Quadrilátero Ferrífero.
26

Utilizou-se três compatibilidades diferentes para caminhões e escavadeiras, que compõem três
Cenários distintos da mina hipotética. Uma análise econômica será feita para comparar os
custos operacionais dos três Cenários, tendo-se como condições de contorno as características
da operação.

3.1. Premissas para o dimensionamento de frota

A mina em estudo apresenta movimentação de 153.660.000 de toneladas por ano (ou 153,66
Mt). A distância média de transporte (DMT) de cada uma das possíveis rotas é mostrada na
Tabela 2. O estudo foi feito simulando 18 rotas por ano, sendo 9 rotas destinadas ao transporte
de estéril e 9 para o transporte de minério, para uma operação de vida útil igual a 10 anos. A
movimentação referente a cada rota é mostrada na Tabela 3:

Tabela 2 - DMT por rota.


Rota Estéril (m) Minério (m)
1 1900 1800
2 1690 1620
3 1500 1450
4 1350 1250
5 1200 1100
6 1000 900
7 800 1000
8 1050 500
9 610 710

Tabela 3 - Movimentação por rota, totalizando 153,66 Mt.


Rota Estéril (Mt) Minério (Mt)
1 5,88 9,56
2 8,24 12,36
3 5,03 16,50
4 1,44 17,98
5 2,16 16,90
6 6,15 13,06
27

7 9,98 3,69
8 5,53 8,60
9 9,22 1,38

A densidade média do estéril e do minério de cada rota é indicada na Tabela 4.

Tabela 4 - Densidade média do material por rota.


Rota ρ Estéril (t/m³) ρ Minério (t/m³)
1 1,60 1,60
2 1,90 1,90
3 2,00 2,00
4 2,00 2,00
5 2,00 1,65
6 1,65 1,65
7 1,65 1,65
8 1,65 1,65
9 1,65 1,65

Para o estudo foram considerados caminhões com diferentes capacidades, operados segundo os
mesmos índices de disponibilidade física, utilização e eficiência de trabalho nos três Cenários
(Tabela 5).

Tabela 5 - Parâmetros utilizados para o dimensionamento dos caminhões


Capacidade Volume da báscula Disponibilidade Utilização Eficiência
Cenário
(t) coroada (m³) média (%) (%) (%)
1 292 211
2 222 158 87 86 83
3 91 60

Foi aplicada uma variação dos índices de disponibilidade física dos caminhões ao longo dos
anos, uma vez que, à medida que os equipamentos ficam mais velhos, há maior necessidade de
manutenção. Tal fato diminui a disponibilidade. Por exemplo, para as escavadeiras, utilizou-se
uma redução da disponibilidade de 1% ao ano e, para os caminhões, 2% ao ano.
28

Para os equipamentos de carga, foram utilizadas escavadeiras hidráulicas de diferentes


capacidades e com fator de enchimento da caçamba específico para cada uma e para cada
material, para que a capacidade máxima do caminhão compatível fosse alcançada. Por exemplo,
um caminhão de 218 toneladas de capacidade será carregado por uma escavadeira com caçamba
de 26 m³. O material a ser carregado tem peso específico de 1,9 t/m³. Considerando-se um fator
de enchimento de 90%, cada passe da escavadeira teria 44,46 toneladas (26 m³ * 1,9 t/m³ * 0,9).
Então, para carregar o caminhão totalmente, em toneladas, seriam necessários cinco passes (218
/ 44,4 = 4,9), o que é considerado um número ideal. Por outro lado, se considerássemos 95%
como fator de enchimento, cada passe teria 46,93 toneladas (26 m³ * 1,9 t/m³ * 0,95). Nesse
caso, quatro passes seriam equivalentes a 187,72 toneladas, ou seja, o caminhão seria
subutilizado. Em contrapartida, se utilizássemos cinco passes, equivalentes a 234,65 toneladas,
haveria sobrecarga no caminhão. Logo, 95% não é um fator de enchimento ideal para esse
carregamento. Da mesma forma, não é ideal utilizar um fator de enchimento muito baixo, pois
serão necessários mais passes para carregar completamente o veículo de transporte.

O fator de enchimento de caçamba é um artifício do dimensionamento de frota para o cálculo


do número de passes e não representa, necessariamente, uma realidade operacional. O fator de
enchimento, para a operação, deve ser traduzido de uma maneira mais simples, uma vez que
não é possível, para o operador, ter tamanha sensibilidade no enchimento de uma caçamba.
Logo, orientações do tipo “4 caçambas e meia” ou “5 conchas rasas” são maneiras de
operacionalizar o fator de enchimento da concha.

Os índices de disponibilidade física, utilização e eficiência de trabalho foram os mesmos para


as escavadeiras dos três Cenários, como pode ser observado na Tabela 6.

Tabela 6 - Parâmetros utilizados para o dimensionamento das escavadeiras.

Capacidade Fator de enchimento


Caçamba Disponibilidade Utilização Eficiência
Cenário de Carga médio da caçamba
(m³) (%) (%) (%)
(t) (%)
1 40 72 85
2 26 46,8 77 88 80 83
3 12 21,6 74
29

Para o dimensionamento das escavadeiras foram utilizados tempo fixos de 5 segundos para o
primeiro passe, 30 segundos como tempo de passe e 40 segundos para tempo de manobra do
caminhão (KOMATSU, 2013). Durante o ano, considerou-se 8.760 horas trabalhadas. Os
tempos relativos aos caminhões foram estimados pelo software do fabricante Komatsu,
utilizando-se o perfil topográfico da mina, que foi dividido em rotas e subdividido em trechos.
A cada trecho, foram atribuídos os parâmetros: distância, inclinação, resistência ao rolamento
e as velocidades limites do caminhão carregado e vazio, como mostra a Tabela 7. Para o
dimensionamento de todos os caminhões, a resistência ao rolamento considerada era igual a 3%
ou 8%, próximo às praças de carregamento e basculamento. A velocidade limite, tanto para os
caminhões carregados quanto vazios, foi considerada 50 km/h.

Tabela 7 - Dados inseridos no software do fabricante Komatsu para fazer o dimensionamento


de frota para a rota 1, com extensão de 1.900 metros.
Estéril

Vel. limite
Rota Trecho Distância (m) Inclinação (%) Rr (%)
caminhão (km/h)

1 100 0,0 8,0


2 40 0,0 3,0
3 460 -10,0 3,0
4 40 0,0 3,0
5 120 0,0 3,0
1 50
6 40 0,0 3,0
7 700 10,0 3,0
8 40 0,0 3,0
9 260 0,0 3,0
10 100 0,0 8,0

O software do fabricante Komatsu foi utilizado para associar as características do caminhão


analisado, como modelo e peso do equipamento carregado e vazio, ao perfil topográfico da
mina e simular o tempo necessário para o caminhão sair da frente de lavra, ir até o ponto de
descarga e retornar à frente de trabalho. O software considera que a frente de trabalho está no
primeiro trecho da rota e o ponto de descarga, no último. Além disso, foi estimado o consumo
de combustível para cada rota que seria percorrida pelo caminhão.

3.2. Dimensionamento dos caminhões


30

O dimensionamento dos caminhões foi iniciado através do cálculo de tempo de ciclo (𝑇), em
segundos, dado pela Equação 7.

𝑇 = 𝑇𝑚 + 𝑇𝑐 + 𝑇𝑖 + 𝑇𝑚𝑏 + 𝑇𝑏 + 𝑇𝑟 + 𝑇𝑓 Eq. 7

Em que:
• 𝑇: Tempo total de ciclo (s);
• 𝑇𝑚: Tempo de manobra (s);
• 𝑇𝑐: Tempo de carregamento (s);
• 𝑇𝑖: Tempo de ida ao ponto de descarga (s);
• 𝑇𝑚𝑏: Tempo de manobra para bascular (s);
• 𝑇𝑏: Tempo de basculamento (s);
• 𝑇𝑟: Tempo de retorno à frente de trabalho (s);
• 𝑇𝑓: Tempo de fila (s).

O número de ciclos por hora é dado pela Equação 8.

3600
𝐶= Eq. 8
𝑇

Em que:
• 𝐶: Ciclos por hora;
• 𝑇: Tempo total de ciclo, em segundos.

A velocidade média da ida do caminhão ao ponto de descarga é dada pela Equação 9.

𝐷𝑀𝑇⁄
𝑉𝑚𝑖 = 1000
𝑇𝑖⁄ Eq. 9
3600

Em que:
• 𝑉𝑚𝑖: Velocidade média de ida ao ponto de descarga (km/h);
• 𝐷𝑀𝑇: Distância média de transporte (m);
• 𝑇𝑖: Tempo de ida do caminhão até o ponto de descarga (segundos).
31

A velocidade média do retorno dos caminhões à frente de trabalho é dada pela Equação 10.

𝐷𝑀𝑇⁄
𝑉𝑚𝑟 = 1000
𝑇𝑟⁄ Eq. 10
3600

Em que:
• 𝑉𝑚𝑟: Velocidade média de retorno à frente de trabalho (km/h);
• 𝐷𝑀𝑇: Distância média de transporte, em metros;
• 𝑇𝑟: Tempo de retorno à frente de trabalho, em segundos.

A produção teórica dos caminhões foi obtida pela Equação 11.

𝑃𝑡 = 𝐶 × 𝑃 Eq. 11

Em que:
• 𝑃𝑡: Produção teórica do caminhão (t/h);
• 𝐶: Ciclos por hora;
• 𝑃: Payload do caminhão (t).

A produção real, dada pela Equação 12, é reduzida devido ao acúmulo de perdas (𝐸), tempos
gastos para a manutenção das máquinas (𝐷𝐹) e tempos não-utilizados para a operação (𝑈).

𝑃𝑡 × 𝐸 × 𝑈 × 𝐷𝐹 × 𝐻
𝑃𝑟𝑐 = Eq. 12
1 000 000

Em que:
• 𝑃𝑟𝑐: Produção real do caminhão (em milhões de toneladas por ano);
• 𝑃𝑡: Produção teórica do caminhão (t/h);
• 𝐸: Eficiência de trabalho;
• 𝑈: Utilização física;
• 𝐷𝐹: Disponibilidade física;
• 𝐻: Horas trabalhadas no ano.
32

O número de caminhões necessários por rota é dado pela Equação 13.

𝑃𝑒
𝑁𝑐 = Eq. 13
𝑃𝑟𝑐

Em que:
• 𝑁𝑐: Número de caminhões por rota;
• 𝑃𝑒: Produção anual exigida por rota ao ano, em milhões de toneladas (MTPA);
• 𝑃𝑟𝑐: Produção real do caminhão, em MTPA.

3.3. Dimensionamento das escavadeiras

O dimensionamento das escavadeiras foi iniciado com o cálculo da massa de material carregado
por passe, dado pela Equação 14.

𝐶𝑝 = 𝐶 × 𝜌 × 𝐹 Eq. 14

Em que:
• 𝐶𝑝: Carregamento por passe (t);
• 𝐶: Capacidade da caçamba (m³);
• 𝜌: Densidade do material (t/m³)
• 𝐹: Fator de enchimento (adimensional).

O volume por passe foi calculado através da Equação 15.

𝑉𝑝 = 𝐶 ∗ 𝐹 Eq. 15

Em que:
• 𝑉𝑝: Volume por passe (m³);
• 𝐶: Capacidade da caçamba (m³);
• 𝐹: Fator de enchimento (adimensional).
33

O número de passes para carregar totalmente um caminhão foi obtido através da Equação 16.

𝐶𝑡
𝑁𝑝 = Eq. 16
𝐶𝑝

Em que:
• 𝑁𝑝: Número de passes;
• 𝐶𝑡: Capacidade do caminhão (t);
• 𝐶𝑝: Carregamento por passe (t).

O carregamento por caminhão foi calculado pela Equação 17.

𝐶𝑐 = 𝑁𝑝 × 𝐶𝑝 Eq. 17

Em que:
• 𝐶𝑐: Carregamento por caminhão (t);
• 𝑁𝑝: Número de passes;
• 𝐶𝑝: Carregamento por passe (t).

Para verificar a utilização da capacidade mássica do caminhão, foi feito o seguinte cálculo
(Equação 18):

𝐶𝑐
𝑈𝑐 = × 100 Eq. 18
𝑃

Em que:
• 𝑈𝑐: Utilização da capacidade do caminhão (%);
• 𝐶𝑐: Carregamento por caminhão (t);
• 𝑃: Payload do caminhão (t).

O volume ocupado pelo carregamento total, em cada caminhão, foi obtido pela Equação 19.
Esse cálculo configura-se como uma restrição volumétrica.
34

𝑉𝑐 = 𝑁𝑝 × 𝑉𝑝 Eq. 19
Em que:
• 𝑉𝑐: Volume do carregamento (m³)
• 𝑁𝑝: Número de passes (adimensional);
• 𝑉𝑝: Volume por passe (m³).

O tempo necessário para carregar totalmente um caminhão foi obtido pela Equação 19.

𝑇𝑐 = 𝑇𝑝 + 𝑇 ∗ (𝑁𝑝 − 1) + 𝑇𝑚 Eq. 20
Em que:
• 𝑇𝑐: Tempo de ciclo (s);
• 𝑇𝑝: Tempo do primeiro passe, considerado igual a 5 s;
• 𝑇: Tempo dos outros passes, considerado igual a 30 s;
• 𝑁𝑝: Número de passes (adimensional);
• 𝑇𝑚: Tempo de manobra do caminhão, considerado igual a 40 s.

O número de caminhões carregados por hora é dado pela Equação 21.

3600
𝑁𝑐 = Eq. 21
𝑇𝑐
Em que:
• 𝑁𝑐: Número de caminhões carregados por hora;
• 𝑇𝑐: Tempo de ciclo (s).

A produção máxima teórica das escavadeiras foi obtida pela Equação 22.

𝑃𝑚𝑡 = 𝑁𝑐 × 𝐶𝑐 Eq. 22

Em que:
• 𝑃𝑚𝑡: Produção máxima teórica (t/h);
• 𝑁𝑐: Número de caminhões carregados por hora;
• 𝐶𝑐: Carregamento por caminhão (t).
35

A produção real esperada por ano é dada pela Equação 23; como anteriormente, a produção real
é menor que a produção teórica, pois é reduzida por fatores como Eficiência, Disponibilidade
Mecânica e Utilização.

𝑃𝑚𝑡 × 𝐻 × 𝐸 × 𝐷𝑀 × 𝑈
𝑃𝑟𝑒 = Eq. 23
1 000 000

Em que:
• 𝑃𝑟𝑒: Produção anual esperada (milhões de toneladas por ano)
• 𝑃𝑚𝑡: Produção máxima teórica (t/h);
• 𝐻: Horas trabalhadas por ano;
• 𝐸: Eficiência de trabalho;
• 𝐷𝑀: Disponibilidade física;
• 𝑈: Utilização.

O número de escavadeiras necessário por rota foi obtido pela Equação 24.

𝑃𝑒
𝑁𝑒 = Eq. 24
𝑃𝑟𝑒

Em que:
• 𝑁𝑒: Número de escavadeiras por rota;
• 𝑃𝑒: Produção exigida por rota (em milhões de toneladas por ano);
• 𝑃𝑟𝑒: Produção real por escavadeira (em milhões de toneladas por ano).

3.4. Proposições para a análise econômica

Na análise econômica, foram considerados os custos de aquisição de caminhões e escavadeiras,


como mostram as Tabelas 8 e 9. Os preços associados a essas grandes máquinas são
influenciados pelo momento econômico, contratos pré-estabelecidos, número de equipamentos
adquiridos, posicionamento geográfico em relação ao fornecedor, taxa cambial, entre outros,
configurando-se como valores confidenciais, estratégicos para as empresas fornecedoras de
equipamentos. Logo, os custos de aquisição adotados para este trabalho não representam um
valor praticado ou adotado por determinado fornecedor para uma determinada mina. Tais
36

custos, conhecidos em diferentes contextos pela autora, foram multiplicados por um mesmo
fator arbitrário: como a análise proposta neste trabalho é comparativa, os resultados
independem do fator utilizado para ocultar os verdadeiros custos. Logo, as Tabelas 8 e 9
mostram de maneira fidedigna a proporção entre os custos associados a caminhões e
escavadeiras, respectivamente.

O custo por hora de cada equipamento considera todos os componentes da máquina, a vida útil,
o custo de cada peça e a mão de obra referente à manutenção dessas. A partir disso, faz-se o
controle de troca, manutenção e reforma dos componentes e estima-se qual seria o custo para
manter o equipamento em condições ideias de operação durante toda sua vida útil. O custo por
hora é dividido pelas horas consideradas como vida útil e obtém-se o custo por hora de cada
equipamento. Neste estudo, considerou-se 72.000 horas como vida útil dos caminhões e 60.000
horas para as escavadeiras. Assumiu-se que ambos os equipamentos operam 6.000 horas por
ano. O combustível utilizado é o diesel e considerou-se o preço de $1,20 por litro. O consumo
de combustível dos caminhões é de 152 l/h para o Cenário 1, 140 l/h para o Cenário 2 e 67,5
l/h para o Cenário 3. Já o consumo das escavadeiras é de 552 l/h, 328 l/h e 71,5 l/h para os
Cenários 1, 2 e 3, respectivamente.

O custo de pneus é considerado apenas para os caminhões, já que as escavadeiras são movidas
por esteiras. Como o desgaste das esteiras varia muito com cada operação, o custo desse
componente não foi considerado. Cada caminhão utiliza 6 pneus, sendo 2 dianteiros e 4
traseiros. Para os Cenários 1, 2 e 3, foram utilizados os valores de $82.500,00, $67.500,00 e
$22.500,00 por pneu, respectivamente. Considerou-se 6.000 horas de duração para todos os
pneus. Com relação ao custo de pessoal, considerou-se $17,04/h para operador de máquinas e
$34,08/h para mantenedor.

Tabela 8 - Custos associados aos caminhões.

Aquisição CPH Combustível Pneus HH – Operação HH -Manutenção


Cenário
($) ($/h) ($/h) ($/h) ($/h) ($/h)

1 6.300.000,00 146,25 182,40 82,50


2 5.100.000,00 127,98 168,00 67,50 17,04 34,08
3 1.950.000,00 84,14 81,00 22,50
CPH: Custo por hora de cada caminhão.
HH: Homem-hora.
37

Tabela 9 - Custos associados às escavadeiras.

HH - HH -
CPH Combustível
Cenário Aquisição ($) Operação Manutenção
($/h) ($/h)
($/h) ($/h)
1 16.800.000,00 487,05 662,40
2 12.096.000,00 335,94 393,60 17,04 34,08
3 3.825.000,00 134,19 85,80
CPH: Custo por hora de cada escavadeira.
HH: Homem-hora.
38

4. Resultados

4.1. Dimensionamento de frota

Para realizar o dimensionamento de frota, o número de caminhões e escavadeiras foi calculado


para cada rota de estéril e minério. Esse número foi obtido a partir da divisão da movimentação
requerida por rota pela movimentação anual dos equipamentos por rota. A quantidade de
equipamentos por rota foi somada e arredondada para cima. Para uma demonstração mais
detalhada do resultado do dimensionamento (Tabelas 10 a 15), utilizou-se os dados do ano 7
para os Cenários 1 e 2 e do ano 9 para o Cenário 3, pois tais períodos foram aqueles que
apresentaram a quantidade máxima de equipamentos ao longo os 10 anos do estudo.

Para a frota a ser adquirida, considera-se o maior número de equipamentos necessários ao longo
dos dez anos. O aumento do número de caminhões ao longo dos anos dá-se pela diminuição da
disponibilidade física, uma vez que, com a aproximação do fim da vida útil dos equipamentos,
mais tempo é requerido para a manutenção.

4.1.1. Cenário 1

O Cenário 1, em que foi analisada a combinação entre um caminhão de 292 toneladas e uma
escavadeira com caçamba de 40 m³, com capacidade de carga de 72 toneladas por passe,
apresentou os resultados mostrados na Figura 8. Para atender à produção anual requerida, será
necessária uma frota de 21 caminhões e 5 escavadeiras.
39

Número de equipamentos por ano - Cenário 1


25
21 21 21 21
20 20 20 20
20 19

15

10
5 5 5 5 5 5 5 5 5
5

0
Ano 1 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10
Frota Escavadeiras Frota Caminhões

Figura 12 – Frota de caminhões e escavadeiras do Cenário 1.

As Tabelas 10 e 11 mostram de forma mais detalhada o número de caminhões e escavadeiras


por rota, no Cenário 1.

Tabela 10 – Frota de caminhões do Cenário 1 (ano 7)

Movimentação
Produção Real do Número de
Cenário 1 Rota Requerida
Caminhão (MTPA) Caminhões
(MTPA)
1 5,32 5,88 1,11
2 6,01 8,24 1,37
3 6,57 5,03 0,77
4 7,19 1,44 0,20
Estéril 5 8,16 2,16 0,26
6 8,80 6,15 0,70
7 9,88 9,98 1,01
8 8,43 5,53 0,66
9 10,11 9,22 0,91
1 5,59 9,56 1,71
2 6,31 12,36 1,96
3 6,90 16,5 2,39
4 7,69 17,98 2,34
Minério 5 8,15 16,9 2,07
6 9,10 13,06 1,44
7 8,55 3,69 0,43
8 10,94 8,6 0,79
9 9,62 1,38 0,14
40

Total 20,26

Tabela 11 – Frota de escavadeiras do Cenário 1 (ano 7)

Movimentação
Produção Real da Número de
Cenário 1 Rota Requerida
Escavadeira (MTPA) escavadeiras
(MTPA)
1 28,64 5,88 0,21
2 33,94 8,24 0,24
3 33,86 5,03 0,15
4 33,86 1,44 0,04
Estéril 5 33,86 2,16 0,06
6 28,75 6,15 0,21
7 28,75 9,98 0,35
8 28,75 5,53 0,19
9 28,75 9,22 0,32
1 28,64 9,56 0,33
2 33,94 12,36 0,36
3 33,86 16,5 0,49
4 33,86 17,98 0,53
Minério 5 28,75 16,9 0,59
6 28,75 13,06 0,45
7 28,75 3,69 0,13
8 28,75 8,6 0,30
9 28,75 1,38 0,05
Total 5,01

4.1.2. Cenário 2

No Cenário 2, foi analisada a combinação entre um caminhão de 222 t e uma escavadeira com
caçamba de 26 m³ e capacidade de carga de 46,8 t por passe. Os resultados do dimensionamento
são mostrados na Figura 9. Para atender à produção anual requerida, serão necessários 26
caminhões e 7 escavadeiras.
41

Número de equipamentos por ano - Cenário 2


30
25 25 26 26 26 26
24 24 24
25
23
20

15

10 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7
5

0
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10

Frota Escavadeiras Frota Caminhões

Figura 13 – Número de caminhões e escavadeiras do Cenário 2.

As Tabelas 12 e 13 mostram de forma mais detalhada o número de caminhões e escavadeiras


por rota, no Cenário 2.

Tabela 12 – Frota de caminhões do Cenário 2 (ano 7)

Cenário Produção Real do Movimentação Número de


Rota
2 Caminhão (MTPA) Requerida (MTPA) Caminhões
1 4,42 5,88 1,33
2 4,97 8,24 1,66
3 5,42 5,03 0,93
4 5,87 1,44 0,25
Estéril 5 6,60 2,16 0,33
6 6,94 6,15 0,89
7 7,59 9,98 1,32
8 6,58 5,53 0,84
9 7,79 9,22 1,18
1 4,63 9,56 2,06
2 5,21 12,36 2,37
3 5,68 16,5 2,91
4 6,25 17,98 2,88
Minério
5 6,47 16,9 2,61
6 7,06 13,06 1,85
7 6,67 3,69 0,55
8 8,37 8,6 1,03
42

9 7,44 1,38 0,19


Total 25,16

Tabela 13 – Frota de escavadeiras do Cenário 2 (ano 7)

Movimentação
Cenário Produção Real da Número de
Rota Requerida
2 Escavadeira (MTPA) escavadeiras
(MTPA)
1 21,45 5,88 0,27
2 25,38 8,24 0,32
3 25,50 5,03 0,20
4 25,50 1,44 0,06
Estéril 5 25,50 2,16 0,08
6 21,49 6,15 0,29
7 21,49 9,98 0,46
8 21,49 5,53 0,26
9 21,49 9,22 0,43
1 21,45 9,56 0,45
2 25,38 12,36 0,49
3 25,50 16,5 0,65
4 25,50 17,98 0,71
Minério 5 21,49 16,9 0,79
6 21,49 13,06 0,61
7 21,49 3,69 0,17
8 21,49 8,6 0,40
9 21,49 1,38 0,06
Total 6,69

4.1.3. Cenário 3

No Cenário 3 foi analisada a combinação entre um caminhão de 91 toneladas e uma escavadeira


com caçamba de 12 m³ e 21,6 toneladas de capacidade de carga. Os resultados do
dimensionamento são mostrados na Figura 10. Para atender à produção anual requerida, serão
necessários 61 caminhões e 17 escavadeiras.
43

Número de equipamentos por ano - Cenário 3


70
60 60 61 61
60 57 57 58 58
55 56

50

40

30

20 17 17 17 17 17 17 17 17 17 17

10

0
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10

Frota Escavadeiras Frota de Caminhões

Figura 14 – frota de caminhões e escavadeiras do Cenário 3

As Tabelas 12 e 13 mostram de forma mais detalhada o número de caminhões e escavadeiras


por rota, no Cenário 3.

Tabela 14 – Frota de caminhões do Cenário 3 (ano 9)

Movimentação
Cenário Produção Real do Número de
Rota Requerida
3 Caminhão (MTPA) Caminhões
(MTPA)
1 1,86 5,88 3,16
2 2,08 8,24 3,97
3 2,25 5,03 2,23
4 2,43 1,44 0,59
Estéril 5 2,71 2,16 0,80
6 2,83 6,15 2,17
7 3,09 9,98 3,23
8 2,69 5,53 2,05
9 3,18 9,22 2,90
1 1,95 9,56 4,91
2 2,17 12,36 5,69
3 2,35 16,5 7,03
Minério 4 2,58 17,98 6,98
5 2,66 16,9 6,36
6 2,88 13,06 4,54
7 2,73 3,69 1,35
44

8 3,40 8,6 2,53


9 3,04 1,38 0,45
Total 60,96

Tabela 15 – Frota de escavadeiras do Cenário 3 (ano 9)

Movimentação
Cenário Produção Real da Número de
Rota Requerida
3 Escavadeira (MTPA) escavadeiras
(MTPA)
1 8,99 5,88 0,65
2 10,52 8,24 0,78
3 10,51 5,03 0,48
4 10,51 1,44 0,14
Estéril 5 10,51 2,16 0,21
6 8,87 6,15 0,69
7 8,87 9,98 1,12
8 8,87 5,53 0,62
9 8,87 9,22 1,04
1 8,95 9,56 1,07
2 10,52 12,36 1,18
3 10,51 16,5 1,57
4 10,51 17,98 1,71
Minério 5 8,87 16,9 1,90
6 8,87 13,06 1,47
7 8,87 3,69 0,42
8 8,87 8,6 0,97
9 8,87 1,38 0,16
Total 16,18

4.2. Análise Econômica

A análise econômica considerou diversos custos já pormenorizados na seção 3.4, “Proposições


para a análise econômica”. Os valores discutidos nesta seção são relativos aos 10 anos de
operação.

O custo de aquisição dos equipamentos nos Cenários 1, 2 e 3 foi, respectivamente, de


$222.300.000, $217.272.000 e $162.300.000, como mostrado na Figura 15. Em termos
comparativos, os custos de aquisição das frotas do Cenário 1 e do Cenário 2 diferem-se em
menos de 3%; já o custo de aquisição da frota de menor porte (Cenário 3) representa 73% do
que seria gasto para a aquisição da frota de maior porte (Cenário 1).
45

Custo de Aquisição

$222,300,000 $217,272,000
$250,000,000

$200,000,000 $162,300,000

$150,000,000

$100,000,000

$50,000,000

$-
Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3

Figura 15 – Custo de aquisição dos Cenários 1, 2 e 3.

Com relação ao custo por hora (CPH) das frotas, serão gastos $343.427.873 no Cenário 1,
$346.605.576 no Cenário 2 e $420.772.266 no Cenário 3, como mostra a Figura 16. Para esse
cálculo, considerou-se o CPH de todos os equipamentos necessários no primeiro ano de
operação e, a cada aquisição, adicionou-se o CPH relativo, a partir do primeiro ano de uso do
equipamento. Para essa análise, levou-se em conta 6.000 horas trabalhadas ao ano. O custo por
hora das frotas é semelhante nos Cenários 1 e 2. A maior diferença corresponde ao custo por
hora da frota de menor porte (Cenário 3) em comparação à de maior porte (Cenário 1), sendo,
essa última, 18% mais barata.
46

Custo por Hora (CPH)


$420,772,267
$450,000,000 $346,605,577
$343,427,874
$400,000,000
$350,000,000
$300,000,000
$250,000,000
$200,000,000
$150,000,000
$100,000,000
$50,000,000
$0
Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3

Figura 16 – Custo por Hora (CPH dos Cenários 1, 2 e 3)

O custo relativo ao consumo de combustível (Figura 17) foi de $467.162.025, $416.366.920,70


e $374.559.799 nos Cenários 1, 2 e 3, respectivamente. O maior custo de consumo de
combustível foi gerado pelo Cenário 1. Apesar de ter menos equipamentos, o consumo por hora
de cada um (152 l/h para o caminhão e 552 l/h da escavadeira) é muito mais elevado quando
comparado aos outros casos, principalmente ao Cenário 3, no qual o caminhão consome 67,5
l/h e a escavadeira 71,5 l/h.

Custo - Consumo de Combustível


$467,162,026
$500,000,000 $416,366,921
$450,000,000 $374,559,800
$400,000,000
$350,000,000
$300,000,000
$250,000,000
$200,000,000
$150,000,000
$100,000,000
$50,000,000
$0
Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3

Figura 17 – Custo de Consumo de Combustível dos Cenários 1, 2 e 3.


47

A mão de obra relativa aos operadores gerou custos de $27.050.184 no Cenário 1, $32.927.856
no Cenário 2 e $71.782.742 no Cenário 3. Já os custos da mão de obra referente aos
mantenedores foram de $54.100.369, $65.855.712 e $155.475.271 nos Cenários 1, 2 e 3,
respectivamente. O custo com os mantenedores foi consideravelmente maior por serem
considerados mão-de-obra mais qualificada: a Hora-Homem de um mantenedor ($34,08/h) foi
considerado o dobro com relação aos operadores ($17,04/h). Logo, a tendência entre os cenários
para o custo de mão de obra variou em função do número de máquinas necessárias para a
movimentação, sendo um custo crescente do Cenário 1 (menor porte) para o 3 (maior porte).

Custo de Mão de Obra

$155,475,272
$160,000,000
$140,000,000
$120,000,000 $65,855,712
$54,100,370 $71,782,742
$100,000,000
$27,050,185 $32,927,856
$80,000,000
$60,000,000
$40,000,000
$20,000,000
$0
Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3

Operação Manutenção

Figura 18 – Custo de Mão de Obra dos Cenários 1, 2 e 3.

O custo com os pneus dos caminhões foi de $99.990.000 no Cenário 1, $100.845.000 no


Cenário 2 e $78.705.000 no Cenário 3. Esse custo foi semelhante para os três cenários, sendo o
Cenário 3 aproximadamente 22% mais barato, com relação aos outros 2 cenários.
48

Custo relativo aos Pneus

$99,990,000 $100,845,000
$120,000,000
$78,705,000
$100,000,000

$80,000,000

$60,000,000

$40,000,000

$20,000,000

$0
Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3

Figura 19 – Custo relativo aos Pneus utilizados nos Cenários 1, 2 e 3.

Para calcular o custo relativo ao consumo de combustível e à mão de obra, considerou-se


6.026,88 horas trabalhadas ao ano para os caminhões (levando em conta os fatores de
disponibilidade e utilização físicas de 86% e 80%, respetivamente) e 6.167,04 horas para as
escavadeiras (considerando os fatores de disponibilidade e utilização físicas de 88% e 80%,
respetivamente).

Com relação aos custos totais, o Cenário 1 apresentou um custo de $1.214.030.454, que
representa uma média de $0,79 por tonelada produzida. Sob a mesma ótica, o cenário 2 gerou
um custo total de $1.179.873.065, representando um custo de $0,77 por tonelada e o cenário 3
apresentou $1.263.585.080, com custo total e $0,82 por tonelada. O custo por tonelada dos
cenários é muito semelhante e o Cenário 2 mostra-se como o mais vantajoso. Essa diferença de
poucos centavos – que, quando associados à grande movimentação da operação, refletem em
considerável diferença – pode ser utilizada em melhorias na Mina, como, por exemplo, na
Infraestrutura e em treinamentos para os funcionários. A Figura 20 mostra a comparação entre
os custos por tonelada totais obtidos.
49

Custo por Tonelada


$0.82

$0.82
$0.81 $0.79
$0.80
$0.79 $0.77
$0.78
$0.77
$0.76
$0.75
$0.74
Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3

Figura 20 – Custo por tonelada dos Cenários 1, 2 e 3.

As Figuras 21, 22 e 23 mostram que os maiores custos dos Cenários são relativos a consumo
de combustível, CPH e aquisição. O consumo de combustível é responsável por 38% dos custos
no Cenário 1, 35% no 2 e 30% no 3. O Custo por Hora (CPH) determina 28%, 29% e 33% dos
custos nos Cenários 1, 2 e 3, respectivamente. O Custo com Pneus mostra-se relevante também,
sendo responsável por 8% dos custos no Cenário 1,9% no 2 e 6% no 3. A mão de obra, de
operação e manutenção, foi responsável pela menor parte dos custos (6%, 8% e 18% nos
Cenários 1, 2 e 3, respectivamente). No caso do Cenário 3, a mão de obra é mais alta, quando
comparada aos outros devido ao grande número de equipamentos necessários na operação.
50

Custos totais em porcentagem - Cenário 1

CPH
18%
28% Combustível

8%
Mão de obra -
Operação
Mão de obra -
4% Manutenção
2% Pneus

Aquisição
38%

Figura 21- Custos totais em porcentagem – Cenário 1

Custos totais em porcentagem - Cenário 2

CPH
18%
29% Combustível

Mão de obra -
9% Operação
Mão de obra -
6% Manutenção

3% Pneus

Aquisição
35%

Figura 22 – Custos totais em porcentagem – Cenário 2


51

Custos totais em porcentagem - Cenário 3

CPH
13%

Combustível
6% 33%

Mão de obra -
Operação
12%
Mão de obra -
Manutenção
6%
Pneus

30%
Aquisição

Figura 23 - Custos totais em porcentagem – Cenário 3

As Tabelas 11, 12 e 13 mostram os custos dos Cenários, mais detalhadamente.


52

Tabela 16 - Análise Econômica do Cenário 1


Número de
6 6 6 6 6 6 6 6 6 6
Escavadeiras
Número de
19 19 20 20 20 20 21 21 21 21
Caminhões
Aquisição de
5 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Escavadeiras
Aquisição de
19 0 1 0 0 0 1 0 0 0
Caminhões
Ano 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Aquisição $ 119.700.000,00 $ - $ 6.300.000,00 $ - $ - $ - $ 6.300.000,00 $ - $ - $ -
$ 1.321.051,52 $ 2.872.219,19 $ 18.258.570,71 $ 4.824.405,56 $ 47.637.712,86 $ 12.323.554,28 $ 3.385.896,53 $ 10.203.742,05 $ 11.451.106,26 $ 65.798.379,83
CPH $ 69.529,03 $ 151.169,43 $ 960.977,41 $ 253.916,08 $ 2.507.248,05 $ 648.608,12 $ 178.205,08 $ 537.039,06
$ 69.529,03 $ 151.169,43 $ 960.977,41 $ 253.916,08
Combustível $ 20.886.755,33 $ 20.886.755,33 $ 21.986.058,24 $ 21.986.058,24 $ 21.986.058,24 $ 21.986.058,24 $ 23.085.361,15 $ 23.085.361,15 $ 23.085.361,15 $ 23.085.361,15
Caminhão
Mão de obra -
$ 1.951.262,67 $ 1.951.262,67 $ 2.053.960,70 $ 2.053.960,70 $ 2.053.960,70 $ 2.053.960,70 $ 2.156.658,74 $ 2.156.658,74 $ 2.156.658,74 $ 2.156.658,74
Operação
Mão de obra -
$ 3.902.525,34 $ 3.902.525,34 $ 4.107.921,41 $ 4.107.921,41 $ 4.107.921,41 $ 4.107.921,41 $ 4.313.317,48 $ 4.313.317,48 $ 4.313.317,48 $ 4.313.317,48
Manutenção
Pneus $ 9.405.000,00 $ 9.405.000,00 $ 9.900.000,00 $ 9.900.000,00 $ 9.900.000,00 $ 9.900.000,00 $ 10.395.000,00 $ 10.395.000,00 $ 10.395.000,00 $ 10.395.000,00
Aquisição $ 90.000.000,00 $ - $ - $ - $ - $ - $ - $ - $ - $ -
CPH $ 797.338,97 $ 4.397.435,07 $ 16.050.920,22 $ 5.717.125,57 $ 45.117.162,70 $ 13.926.634,27 $ 6.148.529,25 $ 15.619.516,54 $ 17.949.575,90 $ 32.884.712,37
Combustível $ 24.510.283,78 $ 24.510.283,78 $ 24.510.283,78 $ 24.510.283,78 $ 24.510.283,78 $ 24.510.283,78 $ 24.510.283,78 $ 24.510.283,78 $ 24.510.283,78 $ 24.510.283,78
Escavadeira Mão de obra -
$ 630.518,17 $ 630.518,17 $ 630.518,17 $ 630.518,17 $ 630.518,17 $ 630.518,17 $ 630.518,17 $ 630.518,17 $ 630.518,17 $ 630.518,17
Operação
Mão de obra -
$ 1.261.036,34 $ 1.261.036,34 $ 1.261.036,34 $ 1.261.036,34 $ 1.261.036,34 $ 1.261.036,34 $ 1.261.036,34 $ 1.261.036,34 $ 1.261.036,34 $ 1.261.036,34
Manutenção
Total $ 274.365.772,11 $ 69.817.035,87 $ 105.128.798,59 $ 75.142.479,19 $ 158.165.631,60 $ 90.953.883,27 $ 84.763.378,51 $ 92.975.211,79 $ 96.892.040,30 $ 165.826.222,99
$/t $ 1,79 $ 0,45 $ 0,68 $ 0,49 $ 1,03 $ 0,59 $ 0,55 $ 0,61 $ 0,63 $ 1,08
Média ($/t) $ 0,79
53

Tabela 17 - Análise Econômica do Cenário 2


Número de
7 7 7 7 7 7 7 7 7 7
escavadeiras
Número de
23 24 24 24 25 25 26 26 26 26
Caminhões
Aquisição de
7 0 0 0 0 0 0 0 0 0
escavadeiras
Aquisição de
23 1 0 0 1 0 1 0 0 0
caminhões
Ano 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Aquisição $ 117.300.000,00 $ 5.100.000,00 $ - $ - $ 5.100.000,00 $ - $ 5.100.000,00 $ - $ - $ -
$ 1.303.743,88 $ 4.932.277,80 $ 17.519.901,95 $ 12.695.959,70 $ 49.509.151,35 $ 7.587.365,48 $ 14.245.033,74 $ 13.304.165,01 $ 59.926.803,80 $ 10.962.914,84
$ 56.684,52 $ 214.446,86 $ 761.734,87 $ 551.998,25 $ 2.152.571,80 $ 329.885,46 $ 619.349,29 $ 578.441,96 $ 2.605.513,21
CPH
$ 56.684,52 $ 214.446,86 $ 761.734,87 $ 551.998,25 $ 2.152.571,80 $ 329.885,46
$ 56.684,52 $ 214.446,86 $ 761.734,87 $ 551.998,25
Caminhão Combustível $ 23.287.864,32 $ 24.300.380,16 $ 24.300.380,16 $ 24.300.380,16 $ 25.312.896,00 $25.312.896,00 $ 26.325.411,84 $ 26.325.411,84 $ 26.325.411,84 $ 26.325.411,84
Mão de obra -
$ 2.362.054,81 $ 2.464.752,84 $ 2.464.752,84 $ 2.464.752,84 $ 2.567.450,88 $ 2.567.450,88 $ 2.670.148,92 $ 2.670.148,92 $ 2.670.148,92 $ 2.670.148,92
Operação
Mão de obra -
$ 4.724.109,62 $ 4.929.505,69 $ 4.929.505,69 $ 4.929.505,69 $ 5.134.901,76 $ 5.134.901,76 $ 5.340.297,83 $ 5.340.297,83 $ 5.340.297,83 $ 5.340.297,83
Manutenção
Pneus $ 9.315.000,00 $ 9.720.000,00 $ 9.720.000,00 $ 9.720.000,00 $ 10.125.000,00 $10.125.000,00 $ 10.530.000,00 $ 10.530.000,00 $ 10.530.000,00 $ 10.530.000,00
Aquisição $ 84.672.000,00 $ - $ - $ - $ - $ - $ - $ - $ - $ -
CPH $ 3.047.729,28 $ 8.244.026,73 $ 14.172.642,75 $ 20.608.689,54 $ 45.808.511,50 $ 3.130.114,23 $ 21.359.367,94 $ 13.421.964,34 $ 8.994.705,14 $ 2.307.695,52
Combustível $ 16.991.428,61 $ 16.991.428,61 $ 16.991.428,61 $ 16.991.428,61 $ 16.991.428,61 $16.991.428,61 $ 16.991.428,61 $ 16.991.428,61 $ 16.991.428,61 $ 11.327.619,07
Escavadeira Mão de obra -
$ 735.604,53 $ 735.604,53 $ 735.604,53 $ 735.604,53 $ 735.604,53 $ 735.604,53 $ 735.604,53 $ 735.604,53 $ 735.604,53 $ 735.604,53
Operação
Mão de obra -
$ 1.471.209,06 $ 1.471.209,06 $ 1.471.209,06 $ 1.471.209,06 $ 1.471.209,06 $ 1.471.209,06 $ 1.471.209,06 $ 1.471.209,06 $ 1.471.209,06 $ 1.471.209,06
Manutenção
Total $ 265.210.744,11 $ 78.945.869,94 $ 92.519.872,46 $ 94.679.265,00 $ 163.364.836,45 $75.422.989,20 $ 105.916.807,32 $ 92.176.024,54 $ 136.478.358,35 $ 75.158.298,52
$/t $ 1,73 $ 0,51 $ 0,60 $ 0,62 $ 1,06 $ 0,49 $ 0,69 $ 0,60 $ 0,89 $ 0,49
Média $ 0,77
54

Tabela 18 - Análise Econômica do Cenário 3

Número de
17 17 17 17 17 17 17 17 17 17
escavadeiras
Número de
55 56 57 57 58 58 60 60 61 61
Caminhões
Aquisição de
17 0 0 0 0 0 0 0 0 0
escavadeiras
Aquisição de
55 1 1 0 1 0 2 0 1 0
caminhões
Ano 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Aquisição $ 107.250.000,00 $ 1.950.000,00 $ 1.950.000,00 $ - $ 1.950.000,00 $ - $ 3.900.000,00 $ - $ 1.950.000,00 $ -
$ 7.689.123,36 $ 15.571.362,39 $ 59.099.448,00 $ 15.571.362,39 $ 7.809.577,75 $ 64.023.264,69 $ 10.647.545,70 $ 62.934.013,64 $ 8.898.828,80 $ 15.571.362,39
$ 139.802,24 $ 283.115,68 $ 1.074.535,42 $ 283.115,68 $ 141.992,32 $ 1.164.059,36 $ 193.591,74 $ 1.144.254,79 $ 161.796,89
$ 139.802,24 $ 283.115,68 $ 1.074.535,42 $ 283.115,68 $ 141.992,32 $ 1.164.059,36 $ 193.591,74 $ 1.144.254,79
CPH
$ 139.802,24 $ 283.115,68 $ 1.074.535,42 $ 283.115,68 $ 141.992,32 $ 1.164.059,36
$ 279.604,49 $ 566.231,36 $ 2.149.070,84 $ 566.231,36
Caminhão $ 139.802,24 $ 283.115,68
Combustível $ 26.849.750,40 $ 27.337.927,68 $ 27.826.104,96 $ 27.826.104,96 $ 28.314.282,24 $ 28.314.282,24 $ 29.290.636,80 $ 29.290.636,80 $ 29.778.814,08 $ 29.778.814,08
Mão de obra -
$ 5.648.391,94 $ 5.751.089,97 $ 5.853.788,01 $ 5.853.788,01 $ 5.956.486,04 $ 5.956.486,04 $ 6.161.882,11 $ 6.161.882,11 $ 6.264.580,15 $ 6.264.580,15
Operação
Mão de obra -
$ 11.296.783,87 $ 11.502.179,94 $ 11.707.576,01 $ 11.707.576,01 $ 11.912.972,08 $ 11.912.972,08 $ 12.323.764,22 $ 12.323.764,22 $ 12.529.160,29 $ 12.529.160,29
Manutenção
Pneus $ 7.425.000,00 $ 7.560.000,00 $ 7.695.000,00 $ 7.695.000,00 $ 7.830.000,00 $ 7.830.000,00 $ 8.100.000,00 $ 8.100.000,00 $ 8.235.000,00 $ 8.235.000,00
Aquisição $ 43.350.000,00 $ - $ - $ - $ - $ - $ - $ - $ - $ -
CPH $ 4.611.487,43 $ 13.698.187,71 $ 16.639.492,80 $ 17.601.871,15 $ 11.342.773,09 $ 23.038.752,21 $ 11.202.611,73 $ 23.038.752,21 $ 6.370.449,24 $ 9.330.592,13
Combustível $ 8.995.244,54 $ 8.995.244,54 $ 8.995.244,54 $ 8.995.244,54 $ 8.995.244,54 $ 8.995.244,54 $ 8.995.244,54 $ 8.995.244,54 $ 8.995.244,54 $ 8.995.244,54
Escavadeira Mão de obra -
$ 1.190.978,76 $ 1.190.978,76 $ 1.190.978,76 $ 1.190.978,76 $ 1.190.978,76 $ 1.190.978,76 $ 1.190.978,76 $ 1.190.978,76 $ 1.190.978,76 $ 1.190.978,76
Operação
Mão de obra -
$ 3.572.936,29 $ 3.572.936,29 $ 3.572.936,29 $ 3.572.936,29 $ 3.572.936,29 $ 3.572.936,29 $ 3.572.936,29 $ 3.572.936,29 $ 3.572.936,29 $ 3.572.936,29
Manutenção
Total $ 227.879.696,60 $ 97.269.709,54 $ 144.953.487,30 $ 101.372.513,22 $ 90.372.704,14 $ 155.543.140,55 $ 98.045.791,76 $ 157.815.206,73 $ 91.554.704,09 $ 98.788.126,72
$/t $ 1,48 $ 0,63 $ 0,94 $ 0,66 $ 0,59 $ 1,01 $ 0,64 $ 1,03 $ 0,60 $ 0,64
Média $ 0,82
55

5. Conclusão

Caminhões e escavadeiras são equipamentos essenciais para a movimentação de materiais em


minas. Determinar a quantidade de máquinas necessárias para uma dada produção, assim como
o seu porte, são objetivos do dimensionamento de frota. Para este trabalho, foi considerado uma
situação de estudo de pré-viabilidade, onde 3 diferentes portes de equipamentos puderam ser
comparados para uma condição específica de operação a céu aberto, para atender uma produção
de 153,66 milhões de toneladas ao ano.

O cenário 1 considerou uma frota de caminhões com 292 toneladas de capacidade e


escavadeiras com caçamba de 40 m³, com 72 toneladas de capacidade de carga por passe. Para
atender à demanda, seriam necessários 21 caminhões e 5 escavadeiras. No cenário 2, utilizou-
se caminhões de 222 toneladas de capacidade e escavadeiras com caçamba de 26 m³, com
capacidade de carga de 46,9 toneladas por passe. Para atender à demanda, segundo esse cenário,
seriam necessários 26 caminhões e 7 escavadeiras. O cenário 3 analisou uma frota com
caminhões de 91 toneladas de capacidade e escavadeiras com caçamba de 12 m³, com
capacidade de carga de 21,6 t por passe. Nesse cenário, seriam necessários 61 caminhões e 17
escavadeiras.

Na análise econômica, considerou-se os custos de aquisição, consumo de combustível, mão de


obra (operação e manutenção), pneus e custo por hora dos equipamentos. O Cenário 1
apresentou um custo de $1.214.030.454, que representa uma média de $0,79 por tonelada
produzida. Analogamente, o cenário 2 gerou um custo total de $1.179.873.065, representando
um custo de $0,77 por tonelada e o cenário 3 apresentou $1.263.585.080 como custo total e
$0,82 por tonelada.

Geralmente, considera-se vantajoso aumentar o porte dos equipamentos e ter uma frota menor,
pois menos máquinas reduzem custos com relação à manutenção, pneus, operadores e
combustível. Entretanto, é importante fazer uma análise mais detalhada dos custos do
equipamento ao longo de toda sua vida útil, pois pode ser que uma frota com menos
equipamentos apresente um custo por tonelada maior, como é o caso do Cenário 1.
56

O custo de aquisição das frotas analisadas foi de $222.300.000,00, $217.272.000,00 e


$162.300.000,00 para os cenários 1, 2 e 3, respectivamente. Ao analisar somente esse quesito,
o cenário 3 seria o mais vantajoso. Entretanto, é o que apresenta os maiores custos ao longo da
vida útil dos equipamentos e resulta em um maior custo por tonelada. Conclui-se, portanto, que
o cenário mais vantajoso é o 2, onde configurou-se o uso de equipamentos de porte
intermediário.

Independentemente do cenário, os maiores custos foram os de aquisição, CPH e combustível.


Para as frotas de maior porte, o combustível foi o maior custo, representando (em média) 36,5%
dos custos totais. Para a frota de menor porte, o maior custo foi o CPH que representou 33%
dos custos totais. A aquisição de caminhões e escavadeiras representou, em média, 16,3% dos
custos totais nos 3 cenários. Interessante notar que, em geral, o custo de mão-de-obra para as 2
frotas de maior porte é menor que 10%, enquanto que o custo de mão-de-obra para a frota de
menor porte é 18%; logo, é razoável pensar que, no Brasil, os ganhos advindos da automação
de caminhões deverão ser mais vantajosos para frotas de menor porte em relação às de maior
porte.

A escolha de uma frota requer uma análise minuciosa, pois o trabalho conjunto de caminhões
e escavadeiras precisa ser avaliado, e não separadamente. É fundamental ter profissionais
qualificados na área de suprimentos das mineradoras, integrados com a área de operação, para
fazer a análise correta e entender o que é mais vantajoso para a realidade da empresa.
57

6. Referências Bibliográficas

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