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MATERI

ALSUPLEMENTARPARAACOMPANHAR
MATERIAL SUPLEMENTAR PARA ACOMPANHAR

Cálculo
Um Curso Moderno e Suas Aplicações

Décima Primeira Edição

Laurence D. Hoffmann
Morgan Stanley Smith Barney

Gerald L. Bradley
Claremont McKenna College

Dave Sobecki
Miami University of Ohio

Michael Price
University of Oregon

Tradução e Revisão Técnica

Ronaldo Sérgio de Biasi, Ph.D.


Professor Emérito do Instituto Militar de Engenharia (IME)
Este Material Suplementar contém o Suplemento de Álgebra Matricial que acompanha a edição original e que pode ser usado
como apoio para o livro CÁLCULO: UM CURSO MODERNO E SUAS APLICAÇÕES, 2015. O acesso aos materiais
suplementares desta edição está sujeito ao cadastramento no site da LTC — LIVROS TÉCNICOS E CIENTÍFICOS
EDITORA LTDA.

Material Suplementar, Suplemento de Álgebra Matricial, traduzido do material original de:


EXPANDED Eleventh edition in English of APPLIED CALCULUS: FOR BUSINESS,
ECONOMICS, AND THE SOCIAL AND LIFE SCIENCES
Copyright © 2013 by The McGraw-Hill Companies, Inc.
Previous editions copyright © 2010, 2007, and 2005 by The McGraw-Hill Companies, Inc.
All Rights Reserved.

Publicado originalmente nos Estados Unidos por The McGraw-Hill Companies, Inc.
Copyright © 2013, The McGraw-Hill Companies, Inc.
Todos os Direitos Reservados.

ISBN: 978-0-07-353237-0

Obra publicada pela LTC:


CÁLCULO: UM CURSO MODERNO E SUAS APLICAÇÕES, DÉCIMA PRIMEIRA EDIÇÃO
Direitos exclusivos para a língua portuguesa
Copyright © 2015 by
LTC — Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda.
Uma editora integrante do GEN | Grupo Editorial Nacional

Design de capa: Ron Bissell


Ilustração de capa: Jillis van Nes, Gettyimages

Editoração Eletrônica: |
SUMÁRIO

Suplemento de Álgebra Matricial 1

Capítulo 1 1

Problemas 9

Capítulo 2 15

Problemas 24

Capítulo 3 29

Problemas 35

Capítulo 4 41

Problemas 48

Capítulo 5 51

Problemas 58
SUPLEMENTO DE ÁLGEBRA MATRICIAL

Capítulo 1 Matrizes e Álgebra Matricial


Arranjos retangulares de números muitas vezes facilitam a organização e a apresentação de
informações. Assim, por exemplo, o arranjo a seguir mostra, de forma concisa, os preços de uma
pizza, de um copo de suco e de uma porção de salada em duas lanchonetes:

Pizza Suco Salada

PEDRO LANCHES 8,65 0,70 0,95


CIBERCAFÉ 9,10 0,65 1,04

Notação e Uma matriz A  (aij) é um arranjo retangular de números dispostos em m linhas e n colunas,
Terminologia da em que aij é o elemento da i-ésima linha e j-ésima coluna. Assim, por exemplo, o arranjo do
exemplo das lanchonetes é uma matriz 2  3 e o elemento da 2a linha e 1a coluna é a21  9,10.
Álgebra Matricial Os números m e n são chamados de dimensões da matriz A. Dizemos que duas matrizes A e
B são do mesmo tamanho se elas têm as mesmas dimensões. A matriz m  n cujos elementos
são todos iguais a 0 é chamada de matriz zero e é representada pelo número 0. Uma matriz da
forma 1  n é chamada de matriz linha, e uma matriz m  1 é chamada de matriz coluna.
Assim, por exemplo, se

 −7 
X = [ −5 2 9 11] e Y=5
 
 2 

dizemos que X é uma matriz linha e Y é uma matriz coluna.


Se as dimensões de uma matriz são iguais, a matriz é chamada de matriz quadrada. Em
uma matriz A quadrada, de dimensões n  n, os elementos a11, a22, …, ann constituem a diago-
nal principal de A. Uma matriz quadrada cujos elementos diferentes de zero estão todos na
diagonal principal é chamada de matriz diagonal. Uma matriz quadrada típica A e uma matriz dia-
gonal D são mostrada a seguir.

 0 −7 1   −1 0 0 
A =  −1 4 2  D =  0 3 0
   
 5 0 6   0 0 7 

A diagonal principal de cada matriz está indicada na figura.

EXEMPLO 1.1 Características de uma Matriz


Dada a matriz

 7 0 1 −5 
A= 
 6 1 2 10 

(a) Especifique as dimensões de A.


(b) Determine a23.
(c) Use a notação aij para descrever o elemento 5  a14.
2 C A P Í T U LO 1

Solução
(a) As dimensões de A são duas linhas e quatro colunas (A é uma matriz 2  4).
(b) O símbolo a23 significa o elemento que está na segunda linha e na terceira coluna. Assim,
a23  2.
(c) Como 5 está na primeira linha e na quarta coluna, 5  a14.

Dizemos que duas matrizes são iguais se as matrizes têm as mesmas dimensões e os elemen-
tos correspondentes são iguais. Em outras palavras, dizemos que A  B se A e B têm o mesmo
número de linhas, o mesmo número de colunas e aij  bij para todos os valores de i e j.

EXEMPLO 1.2 Igualdade de Matrizes


Determine os valores de a, b, c, d, e e f para que

 a b   2 −3 
 c d  =  −5 1 
   
 e f   0 8 

Solução
Como têm três linhas e três colunas, as duas matrizes podem ser comparadas. Para que sejam
iguais, devemos ter a  2, b  3, c  5, d  1, e  0 e f  8.

Adição e Subtração As matrizes podem ser somadas ou subtraídas elemento por elemento se tiverem o mesmo número
de Matrizes e de linhas e colunas. Também é possível calcular o negativo de uma matriz multiplicando todos
os elementos da matriz por 1, e multiplicar uma matriz por um número multiplicando todos
Multiplicação de
os elementos da matriz por esse número.
uma Matriz por
um Número
Soma e Diferença de Matrizes e Multiplicação de uma
Matriz por um Número

Sejam A  (aij) e B  (bij) duas matrizes m  n e seja c um número. Nesse caso,


1. A soma A  B é uma matriz m  n cujos elementos i, j são iguais a aij  bij.
2. A diferença A  B é uma matriz m  n cujos elementos i, j são iguais a aij  bij.
3. O negativo A da matriz A é uma matriz m  n cujos elementos i, j são iguais a aij.
4. O múltiplo cA da matriz A é uma matriz m  n cujos elementos i, j são iguais a caij.

EXEMPLO 1.3 Operações com Matrizes


Dadas as matrizes

 1 −2   −4 1   2 0 −1
A = 0 2 B = 6 0 C = 3 8 5 
   
     
 5 3   −1 2   6 0 2 

Calcule (se for possível):


(a) A  B (b) A  C (c) B  A (d) B (e) 3A

Solução
(a) Como A e B têm as mesmas dimensões (ambas são matrizes 3  2), podemos somar os ele-
mentos correspondentes para obter
SUPLEMENTO DE ÁLGEBRA MATRICIAL 3

 1 −2   −4 1  1 + ( −4 ) −2 + 1  −3 −1
A + B = 0 2  +  6 0  =  0 + 6 2+0  =  6 2 
       
 5 3   −1 2  5 + ( −1) 3 + 2   4 5 

(b) A soma A  C não é definida porque A e C têm dimensões diferentes (A e C têm três linhas,
mas C tem três colunas, enquanto A tem apenas duas).
(c) Subtraindo cada elemento de A do elemento correspondente de B, obtemos

 −4 1   1 −2   −4 − 1 1 − ( −2 )   −5 3 
B − A =  6 0  − 0 2  =  6 − 0 0 − 2  =  6 −2 
       
 −1 2   5 3   −1 − 5 2 − 3   −6 −1

(d) O negativo de B é

 − ( −4 ) −1  4 −1
− B =  −6 0  =  −6 0 
   
 − ( −1) −2   1 −2 

(e) Multiplicando todos os elementos de A por 3, obtemos

 3 (1) 3 ( −2 )   3 −6 
3 A = 3 ( 0 ) 3 ( 2)  =  0 6 
   
 3 ( 5) 3 ( 3)  15 9 

EXEMPLO 1.4 Uso da Soma de Matrizes em um Problema de


Finanças
A empresa Brinquedos Cometa S.A. tem dois depósitos, D1 e D 2, e três lojas, L1, L2 e L3. O
número de bonecos do Homem-Aranha despachados de cada depósito para cada loja durante os
meses de julho e agosto é dado pelas seguintes matrizes:

Julho Agosto
L1 L2 L3 L1 L2 L3
 21 11 14  D1 18 15 27  D1
J=  A= 
15 18 31 D2  9 11 21 D2

Qual foi o número total de bonecos do Homem-Aranha despachados de cada depósito para cada
loja durante o período de dois meses?

Solução
O número total de bonecos despachados durante o período é dado pela soma das matrizes J e A:
L1 L2 L3
 21 11 14  18 15 27   39 26 41 D1
J+ A= + = 
15 18 31  9 11 21  24 29 52  D2

Assim, por exemplo, o elemento 41 na primeira linha e terceira coluna da matriz soma J  A
significa que 41 bonecos do Homem-Aranha foram despachados do depósito D1 para a loja L3
durante o período de dois meses.
4 C A P Í T U LO 1

Multiplicação Como as matrizes são somadas, subtraídas e multiplicadas por um número elemento por ele-
de Matrizes mento, seria lógico esperar que o produto de duas matrizes A e B fosse definido da mesma forma.
Entretanto, por questões de ordem prática, o produto de matrizes é definido de forma bem dife-
rente. A definição geral de multiplicação de matrizes fica mais fácil de entender se examinarmos
primeiro um caso especial.

Produto de uma Matriz Linha por uma Matriz Coluna (Produto Escalar)
 b1 
O produto AB de uma matriz linha A  [a1 . . . an] por uma matriz coluna B =    é dado
pela soma de produtos:  bn 
AB  a1b1  a2 b2  . . .  anbn

NOTA O produto de uma matriz linha por uma matriz coluna é um número. Para que o
produto AB exista, é preciso que a matriz A e a matriz B tenham o mesmo número de
elementos. ■

EXEMPLO 1.5 Produto de uma Matriz Linha por uma Matriz Coluna
2
Calcule o produto da matriz A  [3 6 7] pela matriz B =  0  .
 
 −1
Solução
O produto é AB  (3)(2)  (6)(0)  (7)(1)  13.

A definição geral do produto de matrizes é a seguinte:

Produto de Matrizes
O produto de matrizes AB é definido apenas se o número de colunas de A é igual ao número
de linhas de B. Se A é uma matriz m  p e B é uma matriz p  n, então o produto AB é uma
matriz m  n cujo elemento (i, j) é o produto escalar da i-ésima linha de A pela j-ésima coluna
de B. Assim, se C  AB, temos:

cij = ai1b1 j + ai 2 b2 j +  + aip b pj

EXEMPLO 1.6 Produto de Duas Matrizes


Calcule o produto AB das matrizes

 3 1
 −1 −1
A =  −1 2  e B= 
   2 −6 
 1 5 

O que se pode dizer do produto BA?

Solução
Como A é uma matriz 3  2 e B é uma matriz 2  2, o produto AB é definido e tem três linhas
e duas colunas. A matriz AB tem seis elementos, cada um dos quais pode ser calculado como o
produto de uma linha de A por uma coluna de B. Assim, por exemplo, o elemento da primeira
linha e segunda coluna na matriz produto AB é calculado multiplicando a primeira linha de A
pela segunda coluna de B:
 −1
O elemento (1, 2) de AB é [ 3 1]   = ( 3)( −1) + (1)( −6 ) = −9
 −6 
SUPLEMENTO DE ÁLGEBRA MATRICIAL 5

Executando a mesma operação para outras linhas e colunas, podemos calcular os 6 elementos
da matriz AB, que são mostrados a seguir.

  −1 −1 
 [ 3 1]  2  [3 1]  −6  
     
 3 1   −1 −9 
 −1 2   −1 −1 =  −1 2  −1  −1  
   2 −6  [ ] 2  [ − 1 2 ]  −6   5 −11
 =
   
 1 5     9 −31
 [1 5]  −1  −1 
[1 5]  −6  
 2
    

O produto BA não é definido, já que o número de colunas de B não é igual ao número de linhas
de A (B tem duas colunas e A tem três linhas).

EXEMPLO 1.7 Uso de um Produto de Matrizes para Obter


Informações sobre a Publicação de Livros
Uma editora com filiais em Nova York e São Francisco está se preparando para publicar vários
livros de ficção e não ficção. A matriz A mostra o número de livros de cada tipo que serão publi-
cados em cada filial.

Não ficção Ficção


5 6 NY
A= 1
 3  SF

A matriz B mostra o número de horas de trabalho gastas nas várias fases da produção de cada
tipo de livro.

Editoração Diagramação Revisão


50 8 30  Não ficção
B= 30
 2 20  Ficção

Calcule a matriz produto C  AB e explique o que representam os elementos de C.

Solução

5 6  50 8 30 
C = AB =   
1 3  30 2 20 
5 ( 50 ) + 6 ( 30 ) 5 (8 ) + 6 ( 2 ) 5 ( 30 ) + 6 ( 20 )   430 52 270 
= = 
1( 50 ) + 3 ( 30 ) 1(8 ) + 3 ( 2 ) 1( 30 ) + 3 ( 20 )  140 14 90 

Os elementos da matriz C representam o número total de horas gastas em cada fase da produção em
cada filial. Assim, por exemplo, o elemento (1, 1) mostra o número de horas gastas na editoração (a
primeira fase da produção) de livros de ficção e não ficção em Nova York (a primeira cidade).

 Tempo de   Número de livros   Tempo de editoração   Número de livros   Tempo de editoração 


 editoração  =  de não ficção   por livro  +  de ficção   por livro =
       
 em NovaYork   em NovaYork   de não ficcção   em NovaYork   de não ficção 
= (5 livros) (50 horas/livro) + (6 livros) (30 horas/livro)
= 430 horas

Da mesma forma, o elemento (2, 3) da matriz C mostra o número de horas gastas na revisão (a
última fase da produção) dos dois tipos de livros em São Francisco (a segunda cidade). As infor-
mações contidas na matriz C podem ser representadas da seguinte forma:
6 C A P Í T U LO 1

Editoração Diagramação Revisão


 430 52 270  NY
C = AB = 1400
 14 90  SF

Note que as informações contidas em cada elemento da matriz AB estão relacionadas com as
informações contidas em uma das linhas da matriz A e a uma das colunas da matriz B.

Propriedades O quadro adiante mostra várias propriedades importantes da álgebra matricial. Note que as pro-
Algébricas das priedades que envolvem a soma de matrizes e a multiplicação de uma matriz por uma constante
Operações com são muito parecidas com as propriedades correspondentes dos números reais.
Algumas propriedades da multiplicação de matrizes, como a associatividade e a distributivi-
Matrizes
dade em relação à adição, também são semelhantes às dos números reais, mas outras proprie-
dades diferem bastante das propriedades correspondentes dos números reais. Vimos, por exemplo,
que a ordem na qual as matrizes são multiplicadas pode fazer muita diferença. No Exemplo 1.6,
foi possível calcular a matriz AB, mas não a matriz BA. Na verdade, mesmo que seja possível
calcular os produtos AB e BA, eles não são necessariamente iguais. Em outras palavras, a mul-
tiplicação de matrizes não é comutativa.
Observe, por exemplo, que, se

 2 −4  1 2 
A=  e B= 
 −1 2  2 4 

temos:
 −6 −12  0 0 
AB =  e BA = 
3 6  
0 0 

Note, em particular, que o produto BA é a matriz zero, embora nem A nem B sejam a matriz
zero. Essa é outra propriedade peculiar da multiplicação de matrizes. Segue um resumo das pro-
priedades básicas das operações com matrizes.

Propriedades das Operações com Matrizes


Para as matrizes A, B e C, dados os números c e d e supondo que as operações indicadas sejam
possíveis, algumas propriedades básicas das operações com matrizes são as seguintes:
A adição de matrizes é comutativa: A  B  B  A
A adição de matrizes é associativa: A  (B  C)  (A  B)  C
A multiplicação de matrizes é associativa: A(BC)  (AB)C
Adição à matriz zero: A  0  A
Adição à matriz negativa: A  (A)  0
( )
 c A + B = cA + cB

( )
 c + d A = cA + dA

Várias leis distributivas:  ( ) ( )
cd A = c dA

( )
 A + B C = AC + BC
( )
 A B + C = AB + AC

Duas Propriedades Especiais


1. A multiplicação de matrizes não é comutativa, ou seja, AB não é necessariamente igual a
BA, mesmo quando os dois produtos são possíveis.
2. O produto matricial AB pode ser igual à matriz zero (AB  0), mesmo que A  0 e B  0.
SUPLEMENTO DE ÁLGEBRA MATRICIAL 7

A Matriz Identidade Matriz identidade é uma matriz quadrada da forma

1 0  0 
 
 0 1  0
I=
  
 
0  1

ou seja, com o número 1 em todos os elementos da diagonal principal e o número 0 em todos os


outros elementos.
Esse tipo de matriz é importante porque o produto de uma matriz A pela matriz identidade I
é igual à própria matriz A, da mesma forma como a multiplicação de um número a pelo número
1 é igual ao número a (a  1  a e 1  a  a). Mais especificamente, usando a definição de
produto de matrizes, é fácil provar as relações a seguir.

Multiplicação de uma Matriz pela Matriz Identidade


Para qualquer matriz A de dimensões m  n,

Im A  AIn  A

em que Im é uma matriz identidade de dimensões m  m e In é uma matriz identidade de


dimensões n  n.

Por exemplo:

 −2 3 7   1 0 0   −2 3 7   1 0 0   −22 3 7 
         
 0 −1 5   0 1 0  =  0 −1 5  =  0 1 0   0 −1 5 
 −9 4 6   0 0 1   −9 4 3   0 0 1   −9 4 3 
         
A I = A = I A

Forma Matricial Na próxima seção vamos discutir a solução de sistemas de equações lineares. Às vezes é con-
de um Sistema de veniente pensar em sistemas desse tipo como um produto de matrizes. Em particular, o sistema
Equações Lineares de equações lineares

a11 x1 + a12 x 2 +  + a1n x n = b1


a21 x1 + a22 x 2 +  + a2 n x n = b2
   
am1 x1 + am 2 x 2 +  + amn x n = bm

pode ser expresso como o produto matricial

AX  B
em que

 a11 a12  a1n 


   x1   b1 
a a22  a2 n     
A =  21 X =   B=  
    
   x2   bm 
am 2  amn     
 am1

Note que A é a matriz formada pelos coeficientes das variáveis em cada equação do sistema. Por
exemplo, o sistema

3x  7x  5x  6
2x  4x  9x  8
8 C A P Í T U LO 1

pode ser escrito na forma

x 
 3 −7 5   1  6 
   x2  =  
2 4 9  x  8 
 3
A X = B
Problemas do Capítulo 1

 7 0 −1 1 
1. Seja A =  2 −2 9 6 
 −3 8 5 −4 
 
a. Especifique as dimensões da matriz A.
b. Determine a12, a22, a14 e a34.
c. Use a notação de índices para representar os elementos 9, 3, 0 e 5.
2. Escreva uma matriz A de dimensões 3  2 com os seguintes elementos: a11  1, a21  2,
a31  3, a12  4, a22  5 e a32  6.
3. Escreva uma matriz de dimensões 3  4 cujos elementos sejam dados por aij  i  j.
4. Escreva uma matriz de dimensões 3  3 cujos elementos sejam dados por

5 para i = j
aij = 
 i − j para i≠ j

Nos Problemas 5 a 10, execute (se for possível) as operações matriciais indicadas para

 1 −2 
  1 −5 0   −4 0 5 
A= 3 0  B=  C= 
 −5 −1 3 0 2   2 −2 −1
 
5. B  C
6. A  C
7. B  C
8. C  B
9. A  A
10. 3B  2C

Nos Problemas 11 a 16, determine a matriz C que satisfaz as equações dadas para

 1 0 3  −1 1 0 
   
A =  −2 1 5  e B =  5 −2 3 
 0 −4 2   0 1 4
   
11. A  C  B
12. A  C  B
13. A  2C  A
14. C  2B  A
15. 3C  A  2B
16. 2A  B  C  0
17. Suponha que A é uma matriz 3  2, B é uma matriz 1  4, C é uma matriz 4  3, D é uma
matriz 2  1 e E é uma matriz 2  4. Em cada um dos casos a seguir, determine se o pro-
duto matricial indicado pode ser realizado; em caso afirmativo, determine as dimensões
da matriz produto.
a. BC b. BD c. ADC
d. ADB e. DB  2E f. A2
Nos Problemas 18 a 25, determine a matriz resultante das operações indicadas (se a matriz
existir) para
10 C A P Í T U LO 1

 −2 3 0  3 1
   
A =  −1 0 2  B =  −2 1 
 5 −5 1   0 −1
   

 1 0 6 −3  1 0 
C=  D=  E  [2 3 5]
 4 −2 −1 2  0 1 

18. AB 19. BD 20. EB 21. CB


22. A 2
23. ABC 24. EBC 25. A2 BD
26. Sejam
 x1 
 
5 1 0 4 3  x2  3
   
A =  2 −1 3 1 0  X =  x3  B =  −2 
 
0 5 8 7 2   x4  5
   
x 
 5
A equação matricial AX  B corresponde a um sistema de três equações lineares com cinco
incógnitas. Escreva o sistema na forma usual.
27. Sejam

 −3 2 1   x1  1 
     
A =  5 −1 0  X =  x2  B = 0 
 4 1 2  x3  3
     
A equação matricial AX  B corresponde a um sistema de três equações lineares com três
incógnitas. Escreva o sistema na forma usual.
28. Escreva o sistema de equações lineares

x1 − 3 x 2 − 5 x3 + x 4 = 9
x1 − x3 + 2 x 4 = 0
3 x 2 − 2 x3 − 4 x 4 = −5
−2 x1 + x 2 − 5 x3 − 9 x 4 = 6

como uma equação matricial da forma AX  B. Não é necessário resolver o sistema.


29. Escreva o sistema de equações lineares

2 x1 − x 2 − 3 x3 + 2 x 4 = −3
x 2 − 7 x3 + x 4 = 1
−5 x1 + x 2 − 6 x4 = 8

como uma equação matricial da forma AX  B. Não é necessário resolver o sistema.


30. INVESTIMENTOS Carlos comprou três ações, APL, BFC e CLG, e as colocou em dois
fundos: um fundo de longo prazo (FLP) e um fundo de curto prazo FCP), com as quantias
em reais indicadas adiante.

FLP FCP
APL 15.000 1.200
BFC 7.400 1.500
CLG 10.000 1.100
SUPLEMENTO DE ÁLGEBRA MATRICIAL 11

a. Suponha que todas as ações dos dois fundos tiveram uma valorização de 5% no primeiro
ano. Escreva uma expressão matricial para o valor da carteira de ações de Carlos após
um ano.
b. Suponha que todas as ações dos dois fundos tiveram uma desvalorização de 3% no
segundo ano. Escreva uma expressão matricial para o valor da carteira de ações de Car-
los após o período de dois anos.
31. VENDAS Uma empresa recebeu a seguinte encomenda de telefones de dois estilos dife-
rentes e quatro cores diferentes: 28 telefones de mesa verdes, 41 telefones de mesa azuis,
34 telefones de mesa pretos, 27 telefones de mesa brancos, 10 telefones de parede azuis,
15 telefones de parede pretos e 23 telefones de parede brancos.
a. Represente a encomenda usando uma matriz.
b. Use a matriz do item a para calcular o número de telefones de parede que foram enco-
mendados.
c. Use a matriz do item a para calcular o número de telefones verdes que foram encomen-
dados.
32. REDES SOCIAIS Na semana passada, Felipe recebeu um e-mail de Gabriel e cinco
e-mails de Ricardo; Gabriel recebeu dois e-mails de Felipe e três e-mails de Ricardo;
Ricardo recebeu um e-mail de Felipe e seis e-mails de Gabriel.
a. Expresse as informações anteriores por meio de uma matriz.
b. Use a matriz do item a para determinar qual dos três amigos enviou mais e-mails na
semana passada.
33. PREÇOS DE PRODUTOS DE LIMPEZA A matriz a seguir mostra os preços de quatro
produtos de limpeza em três lojas.

Loja 1 Loja 2 Loja 3


Produto A  1, 52 1, 48 1, 43 
Produto B  0, 28 0, 31 0, 32 
 
Produto C  2, 58 2, 60 2, 65 
 
Produto D  0, 52 0, 50 0, 47 

a. Em que loja o produto C é mais barato?


b. Que grandeza está associada à soma de todos os elementos da segunda coluna dividida
por 4?
c. Um freguês precisa comprar duas unidades do produto A, nove unidades do produto B,
uma unidade do produto C e 12 unidades do produto D. Calcule quanto o freguês gas-
taria em cada loja para comprar esses produtos.
34. PREÇOS DE PASSAGENS AÉREAS Nos fins de semana, uma empresa aérea oferece
dois voos diários do Rio de Janeiro para Fortaleza: o voo 027 e o voo 602. As matrizes a
seguir mostram o número de assentos disponíveis e o preço das passagens de cada classe.

Primeira classe Classe executiva Classe econôm


mica
Voo 027 12 26 158 
 
Voo 602 8 20 286 

Preço
Primeira classe  R$1.024,00 
 
Classe executiva  R$825,00 
Classe econômica  R$430,00 
 

Use um produto matricial para obter uma matriz 2  1 cujas linhas representam os voos
de fim de semana, e as colunas representam a receita total para cada voo se os aviões deco-
larem lotados.
12 C A P Í T U LO 1

35. PREÇOS DE PASSAGENS AÉREAS Nos dias de semana, a empresa do Problema 34


oferece um desconto de 10% em todas as passagens.
a. Use um produto matricial para obter uma matriz 2  1 cujas linhas representam os voos
dos dias de semana e as colunas representam a receita total para cada voo se os aviões
decolarem lotados.
b. Comparando as matrizes obtidas no Problema 34 e no item a desse problema, verifique
qual é a maior receita, a do voo 027 em um sábado ou a do voo 602 em uma terça-feira,
se os dois voos decolarem lotados.
36. PREÇOS DE VIOLÕES Uma loja de instrumentos musicais vende violões de três mar-
cas. Um violão da marca X custa R$ 200,00 e o estojo custa R$ 45,00. Um violão da marca
Y custa R$ 260,00 e o estojo custa R$ 40,00. Um violão da marca Z custa R$ 320,00 e o
estojo custa R$ 50,00.
a. Represente as informações anteriores usando uma matriz.
b. Em uma liquidação especial de renovação de estoque, a loja oferece um desconto de
15% em todas as mercadorias. Modifique a matriz do item a para obter uma matriz com
os novos preços. Expresse a matriz em termos da matriz do item a usando uma das ope-
rações que foram definidas nesta seção.
37. ANÁLISE DE CUSTOS A matriz a seguir mostra os preços (em reais) de uma pizza,
uma lata de cerveja e uma porção de salada em três lanchonetes.

Pedro
Lanches Cibercafé Rick's
Pizza 8,70 9,00 9,54 
Cerveja 1,25 1,20 1,00 
 
Salaada 1,10 0,99 1,12 

A matriz a seguir mostra os pedidos de três repúblicas de estudantes.

Albergue Casa do Pensionato


da Paz Estudante Essperança
Pizza 2 5 6
Cerveja 4 8 30 
 
Salada  4 6 2 

a. Escreva um produto matricial que expresse as quantias que seriam pagas pelas três repú-
blicas de estudantes se esses estudantes fizessem os pedidos nas três lanchonetes.
(Sugestão: As linhas da matriz devem representar as repúblicas, e as colunas devem
representar as lanchonetes.)
b. Qual é a melhor opção de cada república?
38. CONTABILIDADE Uma empresa de móveis tem duas fábricas, uma no Rio de Janeiro
e outra em Minas Gerais. Suponha que a matriz

Especializado Não especializado


A$ [a11 a12]

mostra os salários por hora de trabalho dos operários, e a matriz

Mesa Cadeira Escrivaninha


Especializado  b11 b12 b13 
B= b
Não especializado  21 b22 b23 

mostra o número de homens-horas necessário para produzir diferentes peças de mobília,


e a matriz
SUPLEMENTO DE ÁLGEBRA MATRICIAL 13

RJ MG
Mesa  c11 c12 
C = Cadeira c c22 
 21
Escrivaninha  c311 c32 

mostra o número de encomendas recebidas pelas fábricas no mês de junho. Descreva a


informação contida nas seguintes matrizes:
a. BC
b. AB
c. ABC
39. GERENCIAMENTO DE ESTOQUE Marta é uma comerciante de vinhos que dispõe
de três lojas, uma em Recife (R), uma em Uberlândia (U) e uma em Londrina (L), e está
especialmente preocupada com o estoque de dois vinhos, Cabernet Sauvignon (C) e Mer-
lot Terroir (M). A matriz a seguir mostra o número de garrafas dos dois vinhos que havia
em estoque nas três lojas no início de setembro.

C M
R  25 17 
U 9 4
 
L 13 19 

A matriz a seguir mostra o número de garrafas dos dois vinhos que Marta pretende com-
prar para as três lojas durante o mês de setembro.

C M
R 0 2
U 3 9
 
L  7 6 

a. Se Marta espera que cada loja tenha 10 garrafas de cada vinho em estoque no final de
setembro, que expressão matricial fornece as vendas de cada tipo de vinho em cada loja
durante o mês de setembro?
b. Marta espera obter um lucro de R$ 2,00 em cada garrafa de Cabernet vendida e R$ 3,00
em cada garrafa de Merlot. Que expressão matricial fornece o lucro total com as ven-
das dos dois vinhos em cada loja?
40. GERENCIAMENTO DE ESTOQUE Suponha que Marta, a comerciante de vinhos do
Problema 39, tem o mesmo estoque no início de setembro, mas espera que as vendas sejam
as indicadas na matriz a seguir.

C M
R 13 11
U 7 5
 
L  9 15 

a. Calcule quantas garrafas de cada tipo de vinho Marta deve comprar para que o estoque
no final de setembro seja dado pela seguinte matriz:

C M
R 17 9 
U 10 8 
 
L  9 10 
14 C A P Í T U LO 1

b. Marta gasta 50 centavos para manter uma garrafa em estoque nas lojas de Recife e
Uberlândia e 35 centavos para manter uma garrafa em estoque na loja de Londrina. Por
outro lado, Marta gasta 75 centavos para encomendar uma garrafa de Cabernet e 60
centavos para encomendar uma garrafa de Merlot. Que expressão matricial expressa o
lucro total com as vendas dos dois tipos de vinho em cada loja (lucro  gastos com
armazenamento e encomendas)? Suponha que o número de garrafas mantidas em esto-
que é a diferença entre o estoque no final de setembro e o estoque inicial.
41. PLANEJAMENTO DE FÉRIAS Ernesto pretende tirar 2 semanas de férias e está na
dúvida entre uma excursão à Europa (E), uma temporada de praia no Havaí (H) e um cru-
zeiro marítimo até o México (M). Para cada possibilidade, existem custos de transporte
(passagens de avião etc.) (T) e custos de hospedagem (H), indicados na matriz a seguir (as
quantias estão em dólares).

T H
E 1.000 2.500 
H  800 2.700 
 
M  900 2.600 

A cada ano que Ernesto espera para tirar férias, os custos de transporte aumentam 4% e
os custos de hospedagem aumentam 5%.
a. Escreva uma expressão matricial que represente o custo total das férias para cada des-
tino daqui a um ano.
b. Escreva uma expressão matricial que represente o curso total das férias para cada des-
tino daqui a três anos.
42. PLANEJAMENTO DE FÉRIAS Ernesto, o viajante do Problema 41, arranja um novo
emprego que lhe permite tirar férias com mais frequência.
a. Use as informações do Problema 41 para escrever uma expressão matricial que repre-
sente o custo total das férias para cada destino em cada um dos próximos três anos
(começando nesse ano).
b. Suponha que Ernesto decida fazer primeiro a viagem ao México. Use a expressão matri-
cial do item a para decidir qual deve ser o segundo destino de modo a minimizar o custo
dos três períodos de férias.
Capítulo 2 Sistemas de Equações Lineares
As equações lineares estão entre as formas matemáticas mais simples. Talvez por essa razão,
uma boa parte da matemática moderna consiste em tentativas de representar ou modelar situa-
ções complexas por meio de equações lineares. Quando duas ou mais equações lineares contêm
um número equivalente de incógnitas, dizemos que se trata de um sistema de equações linea-
res. Muitos problemas práticos de economia, finanças e ciências biológicas e sociais podem ser
resolvidos com o auxílio de sistemas de equações lineares. O objetivo desta seção é apresentar
um método geral para resolver esse tipo de sistema. Segue um exemplo para ilustrar o modo
como um sistema linear pode surgir em um problema da vida real.

EXEMPLO 2.1 Um Problema Logístico de um Fornecedor de


Sementes
Um fornecedor de sementes mantém em estoque três marcas de sementes de grama cujos ingre-
dientes são mostrados na tabela a seguir, em que os números representam quilogramas por saco.

Azevém Festuca Grama-azul


Marca P 2 2 6
Marca Q 4 2 4
Marca R 0 6 4

Determine quantos sacos de cada marca são necessários para atender a um freguês que deseja
uma mistura contendo 30 kg de sementes de azevém, 30 kg de sementes de festuca e 50 kg de
sementes de grama-azul.

Solução
Para começar, vamos formular o problema em termos das seguintes variáveis:
P  número de sacos da marca P na mistura
Q  número de sacos da marca Q na mistura
R  número de sacos da marca R na mistura
O número total de quilogramas de sementes de azevém na mistura é 2P  4Q. De acordo com
o pedido do freguês, esse número deve ser igual a 30, ou seja,
2P  4Q  30 Azevém
Da mesma forma, as condições de que a mistura deve conter 30 quilogramas de sementes de
festuca e 50 quilogramas de sementes de grama-azul levam às seguintes equações:
2P  2Q  6R  30 Festuca
6P  4Q  4R  50 Grama-azul
Para determinar o número de sacos de cada marca que serão necessários, precisamos encontrar
valores de P, Q e R que satisfaçam as três equações lineares. Depois de apresentar um método
geral para resolver sistemas de equações lineares, usaremos o método para resolver esse pro-
blema específico no Exemplo 2.4.

Matrizes Aumentadas Para resolver um sistema de equações lineares, basta conhecer os coeficientes das incógnitas;
em outras palavras, as variáveis servem apenas para definir a ordem dos coeficientes, e o sistema
pode ser representado, de forma compacta, por meio de uma matriz cujos elementos são os coe-
ficientes das equações.
A matriz que contém os coeficientes das variáveis das equações de um sistema de equações
lineares é chamada de matriz dos coeficientes. Para o sistema do Exemplo 2.1,
2 P + 4Q = 30
2 P + 2Q + 6 R = 30
6 P + 4Q + 4 R = 50
16 C A P Í T U LO 2

a matriz dos coeficientes é

2 4 0 
2 2 6 
 
 6 4 4 

Quando acrescentamos à matriz dos coeficientes uma coluna do lado direito com os termos
constantes das equações, a nova matriz recebe o nome de matriz aumentada. Para o sistema
do Exemplo 2.1, a matriz aumentada é

 2 4 0 30 
 2 2 6 30 
 
 6 4 4 50 

em que a reta tracejada vertical serve apenas para lembrar que a coluna da direita é a coluna das
constantes do sistema de equações lineares correspondente.

Eliminação Gaussiana Para resolver um sistema de equações lineares, usamos um método baseado na eliminação de
variáveis. A versão sistemática desse método é chamada de eliminação gaussiana, em home-
nagem a Carl Friedrich Gauss (1777-1855), um dos maiores matemáticos de todos os tempos. A
ideia básica por trás da eliminação de variáveis é que a solução de um sistema de equações line-
ares não é afetada pelas seguintes operações:

Tipo 1: Permutar a ordem de duas equações.


Tipo 2: Multiplicar uma equação por uma constante diferente de zero.
Tipo 3: Somar um múltiplo de uma equação a outra equação.

Como as equações de um sistema de equações lineares são representadas pelas linhas da


matriz aumentada do sistema, qualquer mudança em uma das equações é representada por uma
mudança da linha correspondente da matriz aumentada. Em particular, as três operações bási-
cas descritas anteriormente afetam da seguinte forma as linhas da matriz aumentada:

Operações Elementares sobre as Linhas de uma Matriz A


Tipo 1: Permutar as posições de duas linhas de A (representada por Li ↔ Lj).
Tipo 2: Multiplicar (ou dividir) uma linha de A por uma constante a  0 (representada por
aRi  Ri).
Tipo 3: Somar um múltiplo de uma linha a outra linha (representada por aRi  Rj  Rj).

(Nota: A seta  significa “substituir”. Assim, a expressão 3R2  R1  R1 significa “somar


três vezes a segunda linha à primeira linha e substituir a primeira linha pelo resultado da
soma”.)

Dizemos que uma matriz B m  n é linha-equivalente a uma matriz A m  n se a matriz


B pode ser convertida na matriz A por meio de um número finito de permutações de linhas. É
possível demonstrar que B é linha-equivalente a A se e apenas se A é linha-equivalente a B.
Assim, ao discutirmos essa relação, podemos dizer simplesmente que A e B são linha-equiva-
lentes. Como sabemos que as soluções de um sistema de equações lineares não são afetadas
pelas operações elementares, chegamos à seguinte conclusão:

Princípio Básico da Eliminação Gaussiana


Se as matrizes aumentadas de dois sistemas de equações lineares são linha-equivalentes, os
sistemas não têm solução ou têm a mesma solução.
SUPLEMENTO DE ÁLGEBRA MATRICIAL 17

Para resolver um sistema de equações lineares usando o método de eliminação gaussiana,


começamos por formar a matriz aumentada A do sistema. Em seguida, usamos operações ele-
mentares para reduzir A a uma forma simples B. Como A e B são linha-equivalentes, o “sistema
A” original tem a mesma solução que o “sistema B”. O exemplo a seguir ilustra o uso da elimi-
nação gaussiana para resolver um sistema de equações lineares simples.

EXEMPLO 2.2 Uso da Eliminação Gaussiana para Resolver um


Sistema de Equações Lineares Simples
Use o método de eliminação gaussiana para resolver o seguinte sistema de equações lineares:

3x + 4 y = 5
x + 9 y = 17

Solução
A forma aumentada da matriz do sistema é

3 4 5 
A= 
1 9 17 

Nosso objetivo é usar operações elementares para reduzir a matriz aumentada a uma forma equi-
valente que corresponda a um sistema cuja solução é óbvia, como a matriz

1 0 p
 0 1 q  cuja solução é x  p, y  q.
 
A solução do problema proposto pode ser obtida pela seguinte sequência de operações:
Matriz Aumentada Operação
Colocar
1 aqui
3 4 5
1 9 17 

Colocar 1 9 17 
3 R1 ↔ R2
4 5 
0 aqui

Colocar 1 9 17 
1 aqui
 0 −23 −46  3R1  R2 → R2
 
Colocar  1 9 17  1
0 aqui
0 1 2  R2 → R2
  23
 1 0 −1
0 1 2  9R2  R1 → R1
 

Agora temos a matriz aumentada simples que estávamos buscando. Voltando a introduzir as
variáveis, obtemos

x  1
y2

Finalmente, como o novo sistema tem as mesmas soluções que o sistema original, a solução do
sistema original é x  1, y  2.

O método ilustrado no Exemplo 2.2 pode ser aplicado a qualquer sistema linear. Entretanto,
antes de descrever o método geral, precisamos definir com mais precisão o que significa um sis-
tema “simples”. A matriz aumentada de um sistema simples deve apresentar as características
indicadas a seguir.
18 C A P Í T U LO 2

A Forma Reduzida Escalonada por Linhas


Uma matriz está na forma reduzida escalonada por linhas quando satisfaz as seguintes
condições:
1. Não existem linhas contendo apenas zeros acima de linhas que contêm elementos dife-
rentes de zero.
2. O elemento mais à esquerda de todas as linhas que contêm elementos diferentes de zero
é 1. Esse elemento é chamado de pivô 1 da linha.
3. O pivô 1 de cada linha que contém elementos diferentes de zero está à esquerda do pivô
1 de todas as linhas situadas mais adiante.
4. Todos os elementos de uma coluna que contém um pivô 1 são zero.
Quando uma matriz satisfaz apenas as três primeiras condições, dizemos que está na forma esca-
lonada por linhas. Uma dada matriz pode ser linha-equivalente a muitas matrizes escalonadas
por linhas, mas só pode ser equivalente a uma matriz na forma reduzida escalonada por linhas.

INÍCIO

Matriz de
Entrada

Escolha um elemento diferente de zero na coluna


diferente de zero mais à esquerda. Esse é o pivô.

Mude a posição da linha que contém o pivô para


que se torne a primeira linha da matriz.

Divida todos os elementos da linha que contém o


pivô pelo valor do elemento pivô. Com isso, o
pivô passa a ser um pivô 1.

Use o pivô 1 para reduzir a zero todos os elementos


da mesma coluna que estão abaixo do pivô 1.

Examine a submatriz formada eliminando a


primeira linha.

A submatriz
contém um elemento Sim
diferente de zero?

A matriz está na forma


Não escalonada por linhas.

Use cada pivô 1 para reduzir a zero todos os


elementos na mesma coluna que estão acima do
pivô 1 em cada coluna.
A matriz está na forma
reduzida escalonada
por linhas.
FIGURA 1 Fluxograma do PARE
algoritmo de redução.
SUPLEMENTO DE ÁLGEBRA MATRICIAL 19

Note que uma matriz reduzida escalonada por linhas é sempre uma matriz escalonada por
linhas, mas a recíproca não é verdadeira. Assim, por exemplo, todas as matrizes a seguir são
matrizes escalonadas por linhas, mas apenas as matrizes (a) e (d) são matrizes reduzidas esca-
lonadas por linhas.

 1 0 −3 2   1 −2 4 7 
(a)  0 1 7 −9  (b) 0 0 1 3 
   
 0 0 0 0   0 0 0 0 

 0 1 −2 5   1 3 0 −2 0 
(c)  0 0 1 3 (d)  0 0 1 0 0 
 
 0 0 0 1   0 0 0 0 1 

O método usado para colocar uma matriz na forma reduzida escalonada por linhas é chamado
de algoritmo de redução e está resumido no fluxograma da Figura 1. No Exemplo 2.3, o algo-
ritmo de redução é usado para resolver um sistema de equações lineares.

EXEMPLO 2.3 Solução de um Sistema de Equações Lineares Usando


o Método de Eliminação Gaussiana
Resolva o sistema de equações
−2 x3 + 2 x 4 = −3
2 x1 + 6 x 2 + x3 = 7, 5
−3 x1 − 9 x 2 + x3 − 2, 5 x 4 = −7, 5

ou mostre que o sistema não tem solução.

Solução
Para começar, usamos o algoritmo de redução para colocar a matriz aumentada do sistema de
equações na forma reduzida escalonada por linhas. Nos cálculos adiante, cada passo da redução
da matriz aumentada é descrito em termos gerais na coluna da esquerda, e a equação matemá-
tica correspondente aparece na coluna da direita.
Passo da Redução Efeito Operação
Matriz aumentada do sistema  0 0 −2 2 −3 
linear 2 6 1 0 7, 5 
 
 −3 −9 1 −2, 5 −7, 5 

1. Escolha um elemento diferente Pivô


Colocar 1 aqui
de zero (chamado pivô) na coluna
da esquerda. Permute linhas para 2 6 1 0 7, 5 
 0 0 −2 R1↔R2
que a linha à qual o pivô pertence 2 −3 
 
se torne a primeira linha da matriz.  −3 −9 1 −2, 5 −7, 5 

2. Divida a linha de cima pelo  1 3 0, 5 0 3, 75  1


 0 0 −2 R1 → R1
valor do elemento pivô. A 2 −3  2
operação coloca o número 1 na
Colocar
0 aqui
 
 −3 −9 1 −2, 5 −7, 5 
extremidade esquerda da primeira
coluna da matriz (esse elemento
passa a ser chamado de pivô 1).
3. Reduza a 0 todos os elementos Segundo pivô
Colocar 1 aqui
verticalmente abaixo do pivô 1
 1 3 0, 5 0 3,75 
somando múltiplos apropriados  0 0 −2 2 − 3  3R1R3R3
da primeira linha a todas as  
outras linhas da matriz.
Colocar
0 aqui
 0 0 2, 5 −2, 5 3, 75 
20 C A P Í T U LO 2

Primeira verificação. Ignore a  1 3 0, 5 0 3, 75 


primeira linha. Se a matriz  0 0 −2 2 −3 
restante (conhecida como  
submatriz) possui elementos  0 0 2, 5 −2, 5 3, 75 
diferentes de zero, escolha um
elemento diferente de zero na
coluna da esquerda para ser o
novo pivô.
Repita os Passos 1 a 3 para a
submatriz formada ignorando a Colocar
−1
0 aqui  1 3 0, 5 0 3,75  R2 → R2
primeira linha (ou seja,  0 0 1 −1 1, 5  2
transforme o novo pivô em pivô 1   2, 5 R2  R3 → R3
e reduza a zero todos os  0 0 0 0 0 
elementos da coluna do pivô 1).
Segunda verificação. Ignore as  1 3 0, 5 0 3, 75 
duas primeiras linhas. Como a  0 0 1 −1 1, 5 
submatriz resultante contém  
apenas zeros, a primeira fase da  0 0 0 0 0 
redução está completa e a matriz
se encontra na forma escalonada
por linhas.
Reduza a zero todos os elementos  1 3 0 0, 5 3 
que estão verticalmente acima de  0 0 1 −1 1, 5 
cada pivô 1 somando múltiplos   0,5R2R1R1
apropriados da linha do pivô a  0 0 0 0 0 
todas as outras linhas da matriz.
Com isso, a redução está
completa e a matriz se encontra
na forma reduzida escalonada
por linhas.

Para resolver o sistema de equações, introduzimos de volta as incógnitas para formar o sistema
cuja matriz aumentada está agora na forma reduzida escalonada por linhas:

x1 + 3 x 2 + 0, 5 x 4 = 3
x3 − x 4 = 1, 5

As variáveis x1 e x3, que correspondem aos pivôs 1 das linhas da matriz reduzida escalonada por
linhas diferentes de zero, são chamadas de variáveis básicas do sistema, enquanto as variáveis
restantes, x2 e x4, são chamadas de variáveis não básicas ou variáveis paramétricas. Para resol-
ver o sistema, usamos transformações algébricas para expressar as variáveis básicas em termos
das variáveis paramétricas,

x1 = 3 − 3 x 2 − 0, 5 x 4
x3 = 1, 5 + x 4

e, finalmente, fazemos x2  t1 e x4  t2 para escrever a solução na forma paramétrica em que


todas as quatro incógnitas são expressas em termos de t1 e t2:

x1 = 3 − 3t1 − 0, 5t2
x2 = t1
x3 = 1, 5 + t2
x4 = t2
SUPLEMENTO DE ÁLGEBRA MATRICIAL 21

Note que existe um número infinito de soluções, uma para cada escolha dos valores dos parâme-
tros t1 e t2. Assim, por exemplo, para t1  1 e t2  0, temos a solução x1  0, x2  1, x3  1,5 e
x4  0, enquanto para t1  0 e t2  1, as soluções são x1  2,5, x2  0, x3  2,5 e x4  1.

No Exemplo 2.4, usamos a eliminação gaussiana para resolver o problema do Exemplo 2.1.

EXEMPLO 2.4 Uso do Método de Eliminação Gaussiana para


Resolver um Sistema de Equações Lineares
Use o método de eliminação gaussiana para resolver o seguinte sistema de equações lineares:

2 P + 4Q = 30
2 P + 2Q + 6 R = 30
6 P + 4Q + 4 R = 50

Solução
Para resolver o sistema, formamos a matriz aumentada e a colocamos na forma reduzida esca-
lonada por linhas. Os passos necessários são os seguintes:

Matriz Aumentada Operação

Colocar  2 4 0 30 
1 aqui  2 2 6 30 
 
 6 4 4 50 

 1 2 0 15  1
 2 2 6 30  R1 → R1
2
Colocar  
0 aqui
 6 4 4 50 

 1 2 0 15  2R1R2R2
Colocar
1 aqui  0 −2 6 0  6R1R3R3
 
 0 −8 4 − 40

1 2 0 15  1
 0 1 −3 0  R2 → R2
2
Colocar
0 aqui
 
 0 −8 4 − 40

1 2 0 15 
 0 1 −3 0  8R2R3R3
Colocar
1 aqui
 
 0 0 −20 − 40 

Colocar  1 2 0 15
0 aqui
 0 1 −3 0  −1
R3 → R3
  20
 0 0 1 2 

1 0 0 3 3R3R2R2
0 1 0 6  2R2R1R1
  Forma reduzida escalonada por linhas.
 0 0 1 2 
Introduzindo novamente as variáveis na última matriz, a coluna da direita nos dá a solução:
P  3, Q  6 e R  2.
Interpretando o resultado em termos do problema das sementes de grama, chegamos à conclusão
de que são necessários três sacos da marca P, seis sacos da marca Q e dois sacos da marca R.
22 C A P Í T U LO 2

No Exemplo 2.5, analisamos um sistema de equações lineares que não tem solução.

EXEMPLO 2.5 Uso do Método de Eliminação Gaussiana para


Mostrar que um Sistema de Equações Lineares Não
Tem Solução
Mostre que o sistema de equações lineares a seguir não tem solução.

− x1 + x 2 − 5 x3 − 4 x 4 = 2
3 x1 + 9 x3 + 15 x 4 = 1
x1 + x 2 + x3 + 6 x 4 = 1

Solução
Aplicando o método de redução à matriz aumentada do sistema proposto, obtemos:

Matriz Aumentada Operação


 −1 1 −5 −4 2 
Colocar 3 0 9 15 1 
1 aqui  
 1 1 1 6 1 
1 −1 5 4 − 2 
3 0 9 15 1 
Colocar   R1R1
1 1 1 6 1 
0 aqui

 1 −1 5 4 − 2 
Colocar  0 3 −6 3 7  3R1R2R2
1 aqui
  R1R3R3
 0 2 −4 2 3 

 1 −1 5 4 −2 
 7
 0 1 −2 1  1
Colocar R2 → R2
0 aqui  3 3
 0 2 −4 2 3 

 
 1 −1 5 4 −2 
 
 0 1 −2 1 7  2R2R3R3
 3 
 
0 0 0 0 − 5 
 3 

Observando a última matriz, constatamos que a terceira linha corresponde à equação 0x1 
0x2  0x3  0x4  5/3, que não tem solução para nenhum valor das variáveis. Assim, o sis-
tema de equações lineares original não tem solução.

Solução Única de Nos problemas aplicados, muitas vezes é importante saber se um sistema de equações lineares
um Sistema Linear possui apenas uma solução. No Exemplo 2.4, encontramos uma solução única para um sistema
3  3, mas é possível, como mostra o Exemplo 2.6, que um sistema m  n possua uma solução
única, mesmo que m não seja igual a n.

EXEMPLO 2.6 Um Sistema de Equações Lineares 4  3 com uma


Solução Única
Mostre que o sistema linear
SUPLEMENTO DE ÁLGEBRA MATRICIAL 23

x1 + 2 x 2 − 3 x3 = −7
− x1 + 3 x 2 + 4 x3 = 4
3 x1 − x3 = 1
4 x1 − x 2 + 2 x3 = 9

possui uma solução única.

Solução
No final da primeira etapa (os detalhes foram omitidos), a matriz aumentada do sistema está na
forma escalonada por linhas.

 1 2 −3 −7   1 2 −3 −7 
 −1 3 4 4   0 1 −99 −19 
 →  
 3 0 −1 1   0 0 1 2 
   
 4 −1 2 9   0 0 0 0 

Antes de prosseguir, podemos ver que o sistema tem solução e que todas as variáveis envol-
vidas (x1, x2 e x3) são variáveis básicas, o que significa que não existem variáveis paramétricas
e, portanto, a solução é única. Para obter a solução, terminamos o processo de redução:

 1 2 −3 −7   1 0 0 1
 −1 3 4 4   0 1 0 −1
 →  
 3 0 −1 1   0 0 1 2
   
 4 −1 2 9   0 0 0 0

De acordo com a coluna da direita da matriz reduzida escalonada por linhas, a solução única
é

x1  1, x2  1, x3  2

Um sistema de equações lineares m  n possui uma solução única se tiver solução e se todas
as variáveis forem básicas. Como existe pelo menos uma variável básica em cada equação, nem
todas as variáveis podem ser básicas em um sistema com um número de variáveis maior que o
número de equações. Isso significa o seguinte:

Um sistema de equações lineares m  n não pode ter uma solução única se n > m, ou seja,
se o número de variáveis for maior que o número de equações.

Finalmente, no caso especial em que m  n, um sistema de equações lineares possui uma


solução única se e apenas se a matriz reduzida escalonada por linhas foi a matriz identidade.
Essa solução única também pode ser obtida usando álgebra matricial, como vamos vez na pró-
xima seção.
Problemas do Capítulo 2
Nos Problemas 1 a 6, determine se a matriz dada está na forma reduzida escalonada por linhas,
na forma (apenas) escalonada por linhas ou em nenhuma das duas formas.

1 0 0 0  0 1 0 1 0  0 1 2 0 
1.  0 1 3 −6  2.  0 0 1 −3 0  3.  1 0 0 0 
   
 0 0 0 0   0 0 0 0 1   0 0 0 1 

1 0 3 0   1 2 3 4 −2  0 0 1 0 
4.  0 0 1 4  5.  0 0 1 −3 7  6.  0 0 0 1 
 
 0 0 0 1   0 0 0 1 0   0 0 0 1 

Nos Problemas 7 a 14, a matriz dada é a matriz reduzida escalonada por linhas de um sistema
de equações lineares da forma AX  B. Em cada caso, resolva o sistema ou mostre que o sis-
tema não tem solução.

1 0 0 0  1 0 0 2 
7.  0 1 0 −1 
8.  0 0 1 5 

 
 0 0 1 3   0 0 0 4 

1 2 0 3   1 0 1 −2 
9.  0 0 1 3  10.  0 1 0 5 
 
 0 0 0 0   0 0 0 0 

0 1 0 0 7 1 0 0 0 5
0 0 1 0 9 0 1 4 0 −2 
11.   12.  
0 0 0 1 −8  0 0 0 1 0
   
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

 1 −3 0 4  0 1 −2 0 5 0 0
13.  0 0 1 −2  0 0 0 1 9 0 0
  14.  
 0 0 0 0  0 0 0 0 0 1 0
 
0 0 0 0 0 0 0

Nos Problemas 15 a 18, escreva a matriz dada na forma reduzida escalonada por linhas.

1 9 15 −3  1 0 0 9
0 2 1 1 0 1 5 0
15.   16.  
0 0 0 4  0 −2 1 0
   
0 0 0 0 3 0 0 7

 1 −1 −8 1  3 1 −18 −5 4 4 
17.  2 1 −1 1  1 1 2 3 1 1
18.  
 −3 1 14 7   −1 1 −8 −1 0 0 
 
1 2 −1 4 −5 −5 
SUPLEMENTO DE ÁLGEBRA MATRICIAL 25

Nos Problemas 19 a 40, coloque o sistema de equações lineares na forma de uma matriz redu-
zida escalonada por linhas e determine se a solução é impossível, ou encontre uma solução
paramétrica.

x1 − 2 x 2 = −6 x1 − 2 x 2 = −3
19. 20.
5 x1 + x 2 = 3 3 x1 + x 2 = 5

5 x1 − 2 x 2 = 1 x1 − 3 x 2 = 0
21. 22.
10 x1 − 4 x 2 = −1 3 x1 + x 2 = 0

−2 x1 + 6 x 2 = 20 x1 + 3 x 2 = 5
23.
3 x1 − 9 x 2 = 30 24. −2 x1 − 4 x 2 = 6
3 x1 + 9 x 2 = 15

3 x1 − 6 x 2 + 9 x3 = 15 x1 − 33 x 2 = 7
25.
−2 x1 + 4 x 2 − 6 x3 = −10 26. −2 x1 − x 2 = 4
−3 x1 + 10 x 2 = 5

− x1 + 2 x 2 + x3 = 14 x1 − 2 x 2 + 3 x3 = 2
27. 2 x1 − 3 x 2 + 4 x3 = −1 28. −3 x1 + 8 x 2 − 9 x3 = −6
−2 x1 + 4 x 2 − 5 x3 = 0 − x1 + 2 x 2 − 4 x3 = −2

x1 + 2 x 2 − 2 x3 = 1 − x1 − 2 x 2 = 14
29. 2 x1 + 5 x 2 − 4 x3 = 2 30. 3 x 2 − 6 x3 = −1
− x1 + x 2 + 2 x3 = −1 3 x1 − 7 x 2 + 2 x3 = 0

x1 + 2 x 2 − x3 + 3 x 4 = 1 3 x1 + x 2 + x3 + x 4 = 4
−2 x1 − 3 x 2 + 4 x3 − 5 x 4 = 3 32. −2 x1 − x 2 − x3 + x 4 = 6
31.
4 x1 + 8 x 2 − 5 x3 + 9 x 4 = 2 x1 + x 2 + x4 = 1
− x1 − 4 x 2 − 3 x 4 = −5

7 x1 − 5 x 2 + 3 x3 − 3 x 4 = 2 −3 x1 + 3 x 2 + 4 x3 − 17 x 4 = −8
33. −2 x1 + x 2 + x3 + 8 x 4 = −1 2 x1 − 2 x 2 − x3 + 8 x 4 = 7
3 x1 − 3 x 2 + 5 x3 + 13 x 4 = 1 34. x1 − x 2 + x3 + x 4 = 5
− x1 + x 2 + 5 x3 − 13 x 4 = 1

x1 − 3 x 2 + x3 + x 4 = 4 − x1 + 2 x 2 + x3 = 2
−7 x1 − x 2 + x3 − 5 x 4 = −6 36. x1 − 2 x 2 − 2 x3 = 7
35.
x1 + x 2 − x3 + x 4 = 0 x1 − 2 x 2 + x3 = 8
4 x1 + 3 x 2 − 2 x3 + x 4 = −11

x1 − x 2 + 10 x3 − 7 x 4 = 0 x1 − x 2 + 3 x3 − 4 x 4 + 2 x5 = 8
37. x1 + 2 x 2 + x3 − x 4 = 0 3 x1 + x 2 + 5 x3 + 16 x 4 = 16
38.
3 x1 + 5 x 2 + 6 x3 − 5 x 4 = 0 −5 x1 + 2 x 2 − 12 x3 − x 4 + 8 x5 = −7
x1 + x 2 + x3 + 10 x 4 + x5 = 8

7 x1 + 14 x 2 − 5 x3 = 13 3 x1 + x 2 − 23 x3 = 11
39. 3 x1 + 6 x 2 + 7 x3 = 33 40. 2 x1 + x 2 + 12 x3 + 15 x 4 = 1
2 x1 + 4 x 2 + 5 x3 = 23 4 x1 − x 2 + 30 x3 + 3 x 4 = −13
x1 + 2 x 2 + x3 = 7
26 C A P Í T U LO 2

Nos Problemas 41 a 44, determine se o sistema de equações lineares possui uma solução
única.

x1 − x 2 + x3 = 11 13 x1 + 2 x 2 − 5 x3 + x 4 = 17
2 x1 + 3 x 2 − 2 x3 = 3 42. x1 − x 2 + 14 x3 − 9 x 4 = 2
41.
x1 + x 2 + x3 = 5 7 x1 + x 2 + 5 x3 − 19 x 4 = 1
2 x1 + 5 x 2 + 2 x3 = 1

x1 − 3 x 2 − 5 x3 + x 4 = 9 − x1 + x 2 + x3 = 9
43. x1 − x3 + 2 x 4 = 0 2 x1 + x 2 − x3 = −10
44.
3 x 2 − 2 x3 − 4 x 4 = −5 3 x1 − 2 x3 = −19
− x1 + x 2 − 3xx3 = −10

Nos Problemas 45 a 56, escreva um sistema de equações lineares para o problema dado e
resolva o sistema usando o método de eliminação gaussiana.
45. PRODUÇÃO Um fabricante produz dois tipos de concreto. Um saco de concreto espe-
cial contém 10 kg de brita e 5 kg de cimento, enquanto um saco de concreto comum con-
tém 12 kg de brita e 3 kg de cimento. No momento, o fabricante dispõe de 1.920 kg de brita
e 780 kg de cimento. Quantos sacos de cada tipo de concreto ele pode produzir com o esto-
que disponível?
46. PRODUÇÃO Em uma fábrica de produtos de couro, são necessários 0,2 m2 de couro,
uma hora de mão de obra especializada e uma hora de mão de obra não especializada para
fabricar uma maleta, e 0,6 m2 de couro, uma hora de mão de obra especializada e duas
horas de mão de obra não especializada para fabricar uma mala. Em certo dia, estão dis-
poníveis 4 m2 de couro, sete horas de mão de obra especializada e 11 horas de mão de obra
não especializada. Quantas malas e maletas podem ser produzidas nesse dia?
47. COMIDA CHINESA Um grupo de estudantes se reuniu para jantar em um pequeno
restaurante chinês, perto da universidade, que oferece a seguinte escolha de pratos:

Pratos
Jantar #1 Sopa de wonton, rolinho primavera, frango xadrez R$ 6,50
Jantar #2 Sopa de wonton, rolinho primavera, porco agridoce R$ 7,00
Jantar #3 Rolinho primavera, frango xadrez, porco agridoce R$ 8,50

Os estudantes querem pedir sete tigelas de sopa de wonton, nove rolinhos primavera, seis
porções de frango xadrez e cinco porções de porco agridoce; eles têm R$ 64,00 para gas-
tar. Quantos jantares de cada tipo os estudantes devem escolher?
48. CONTROLE DE ENCOMENDAS As remessas de um fornecedor consistem em 10
unidades do produto A e 36 unidades do produto B, enquanto as remessas de um segundo
fornecedor consistem em 30 unidades do produto A e 12 unidades do produto B. Quantas
encomendas deve fazer um varejista de cada fornecedor para obter exatamente 120 unida-
des do produto A e 240 unidades do produto B?
49. NUTRIÇÃO Uma nutricionista está planejando uma refeição de três pratos. Uma porção
de 30 gramas do primeiro prato contém cinco unidades de proteína, duas unidades de car-
boidratos e três unidades de ferro. Uma porção de 50 gramas do segundo prato contém 10
unidades de proteína, três unidades de carboidratos e seis unidades de ferro. Uma porção
de 20 gramas do terceiro prato contém 15 unidades de proteína, duas unidades de carboi-
dratos e uma unidade de ferro. Quantos gramas de cada prato devem ser usados para com-
por uma refeição que contenha 55 unidades de proteína, 13 unidades de carboidratos e 17
unidades de ferro?
50. PRODUÇÃO Um brinquedo de peças de montar é fabricado em três tamanhos. O tama-
nho Pequeno contém 20 pinos, cinco rodas e 30 blocos; o tamanho Médio contém 40 pinos,
15 rodas e 40 blocos; o tamanho Grande contém 60 pinos, 25 rodas e 60 blocos. No final
de uma jornada de trabalho, sobraram 240 pinos, 85 rodas e 290 blocos. O fabricante gos-
SUPLEMENTO DE ÁLGEBRA MATRICIAL 27

taria de usar essas peças para formar mais brinquedos completos. Isso é possível? Se a res-
posta for afirmativa, quantos brinquedos a mais é possível formar?
51. INVESTIMENTOS Um investidor recebe R$ 5.700,00, por ano, de juros sobre três apli-
cações, que rendem 4%, 5% e 8% ao ano. A quantia aplicada a 4% é R$ 20.000,00 a mais
que a quantia aplicada a 5%, e os juros referentes à quantia investida a 8% são oito vezes
maiores que os juros referentes à quantia investida a 5%. Qual é o valor de cada investi-
mento?
52. PRODUTOS AGRÍCOLAS Uma loja de produtos agrícolas vende três produtos para
jardins, A, B e C. A tabela a seguir mostra a composição de cada produto.

Fertilizante Herbicida Inseticida


Produto A 30% 20% 50% 
Prodduto B 60% 30% 10% 
 
Produto C 90% 10% 0% 

Quantos quilogramas de cada marca devem ser usados para produzir uma mistura de 100
quilogramas que contenha 19 quilogramas de herbicida e uma quantidade de fertilizante
duas vezes maior que a quantidade de inseticida?
53. CAFÉ EM PÓ Um varejista vende três tipos de café em pó. O primeiro tipo é uma mis-
tura de 20% de café do Brasil, 60% de café da Colômbia e 20% de café da Indonésia; o
segundo tipo é uma mistura de 50% de café do Brasil, 40% de café da Colômbia e 10% de
café da Indonésia; o terceiro tipo é 20% de café do Brasil, 40 % de café da Colômbia e
40% de café da Indonésia. Quantos quilogramas de cada marca devem ser combinados
para produzir um café que contenha 122 quilogramas de café do Brasil, 172 quilogramas
de café da Colômbia e 76 quilogramas de café da Indonésia?
54. PRODUÇÃO INDUSTRIAL Uma companhia fabrica três tipos de máquina, M1, M2 e
M3, e a produção de cada máquina é executada em três etapas, S1, S2 e S3. O número de
homens-horas necessários em cada etapa de produção de cada máquina é dado na tabela a
seguir.

M1 M 2 M3
S1 0,2 0,1 0,2
S2 0, 2 0, 2 0, 3
S3 0 ,1 0 0 ,1

A empresa dispõe de 525 homens-horas por dia para a etapa S1, 740 homens-horas por dia
para a etapa S2 e 190 homens-horas por dia para a etapa S3. Quantas máquinas de cada tipo
devem ser produzidas por dia para que a fábrica trabalhe na capacidade máxima?
55. PRODUÇÃO INDUSTRIAL Uma indústria de brinquedos produz dois modelos de car-
ros, um Jaguar e uma Ferrari, que são feitos de alumínio e aço e depois pintados. Para
fabricar um Jaguar, são necessárias quatro unidades de alumínio, três unidades de aço e
uma unidade de tinta, enquanto, para fabricar uma Ferrari, são necessárias duas unidades
de alumínio, três unidades de aço e 1,5 unidade de tinta. Toda semana, a fábrica recebe
6.700 unidades de alumínio, 9.300 unidades de aço e 3.150 unidades de tinta. Quantos car-
ros de brinquedo de cada tipo devem ser produzidos por semana para que a fábrica traba-
lhe na capacidade máxima?
56. PRODUÇÃO INDUSTRIAL Uma indústria de doces pretende lançar três tipos de doces,
I e II e III, feitos de três tipos de ingredientes, A, B e C. O doce I contém 30% do ingre-
diente A, 10% do ingrediente B e 60% do ingrediente C. O doce II contém 50% do ingredie-
nte A, 30% do ingrediente B e 20% do ingrediente C. O doce III contém 60% do ingrediente
A, 30% do ingrediente B e 10% do ingrediente C. A fábrica dispõe de 857 quilogramas do
ingrediente A, 436 quilogramas do ingrediente B e 627 quilogramas do ingrediente C.
Quantos quilogramas de cada tipo de doce devem ser fabricados para que a indústria tra-
balhe na capacidade máxima?
28 C A P Í T U LO 2

57. PRODUÇÃO INDUSTRIAL Uma indústria de móveis fabrica três tipos de cadeira: sim-
ples, padrão e de luxo. Para fabricar uma cadeira básica, são necessárias 0,4 hora de lixa-
mento, 0,7 hora de pintura e 0,3 hora de montagem. Para fabricar uma cadeira-padrão, são
necessárias 0,7 hora de lixamento, 1 hora de pintura e 0,6 hora de montagem. Para fabricar
uma cadeira de luxo, são necessárias 1,1 hora de lixamento, 1,5 hora de pintura e 0,8 hora
de montagem. Se a oficina de lixamento está disponível 95 horas por semana, a oficina de
pintura está disponível 140 horas por semana e a oficina de montagem está disponível 75
horas por semana, quantas cadeiras de cada tipo devem ser fabricadas por semana para que
a indústria trabalhe na capacidade máxima?
58. POSTAGEM Tiago tem 100 selos velhos de 5, 10 e 25 centavos. Se ele possui quatro
vezes mais selos de 10 centavos do que selos de 25 centavos, pode selar uma carga com
R$ 9,80 usando todos os selos disponíveis? Se a resposta for afirmativa, quantos selos de
cada tipo irá usar?
59. DINHEIRO TROCADO Um homem está com o bolso cheio de moedas de 1 centavo,
5 centavos e 10 centavos. Se ele tem 14 moedas e o valor total das moedas é 89 centavos,
quantas são as moedas de cada tipo?
60. IDADE DO PAI E DO FILHO Há 10 anos, a idade do pai era seis vezes a idade do filho.
Daqui a 10 anos, a idade do pai será duas vezes maior que a idade do filho. Qual é a idade
do pai e qual é a idade do filho?
Capítulo 3 Inversão de Matrizes
Se a é um número diferente de zero, existe um e apenas um número a1  1/a, chamado recí-
proco ou inverso de a, tal que a1a  1. Analogamente, se A é uma matriz quadrada, existe uma
e apenas uma matriz A1, chamada matriz inversa de A, tal que A1 A  I, em que I é a matriz
identidade. Neste capítulo, vamos aprender a calcular a matriz inversa e usá-la em problemas
práticos.

Matriz Invertível e Não Invertível


Dizemos que uma matriz quadrada A é invertível se existe uma matriz A1 tal que

AA1  I e A1 A  I

em que I é a matriz identidade. Se a matriz A1 existe, é chamada de matriz inversa da matriz
A. Se a matriz A1 não existe, dizemos que a matriz A é não invertível.

NOTA A prova de que a matriz A1 é única fica por conta do leitor (Problema 42). ■

Cálculo da Vamos agora apresentar um método para determinar se uma dada matriz A é invertível; caso a res-
Matriz Inversa posta seja afirmativa, calcular os elementos da matriz A1. O método é ilustrado no Exemplo 3.1.

EXEMPLO 3.1 Cálculo da Matriz Inversa


Mostre que a matriz A a seguir é invertível e determine a matriz A1.

3 5
A= 
4 7

Solução
Suponha que a matriz A é invertível e que a matriz inversa é

a b 
A−1 =  
c d 

Nesse caso, a matriz A1 satisfaz a equação matricial AA1  I, ou seja,

3 5 a b  1 0 
4 7  c d  = 0 1 
    

Executando o produto de matrizes, obtemos

 3a + 5c 3b + 5d   1 0 
 4 a + 7c 4 b + 7d  =  0 1 
   

e, portanto,

3a + 5c = 1 3b + 5d = 0
4 a + 7c = 0 4 b + 7d = 1
Primeira coluna de I Segunda coluna de I

Como a matriz dos coeficientes é a mesma (A) nos dois sistemas de equações, uma forma efi-
ciente de resolver o problema é colocar a matriz aumentada a seguir na forma reduzida escalo-
nada por linhas:
30 C A P Í T U LO 3

[A I ] Matriz A
 Colunas de I
↓ ↓

Colocar 3 5 1 0
1 aqui 4 7 0 1 
 
Colocar  1 5
3
1
3 0  1
0 aqui
4 7 0 1  R1 → R1
  3
 1 5
3
1
3
0 
Colocar
1 aqui   4R1 R2→R2
 0 3 − 3 1 
1 4

 1 53 13 0 
Colocar   3R2→R2
0 aqui
 0 1 −4 3 
5
 1 0 7 − 5 − R2 + R1 → R1
 0 1 −4 3
 3
[I B] Forma reduzida escalonada por linhas.

Isso significa que a solução do sistema

3a + 5c = 1 a=7
é
4 a + 7c = 0 c = −4

e a solução do sistema

3b + 5d = 0 b = −5
é
4 b + 7d = 1 d =3

Assim, a matriz A é invertível e a matriz inversa é

 a b   7 −5 
A−1 =  = 
 c d   −4 3 

Suponha que, para simplificar a notação, o processo de redução do Exemplo 3.1 seja indicado
na forma [A ¦ I]  [I ¦ B], em que

 1 −2   7 −5 
A=  e B =  −4 3 
 −3 6   

Nesse caso, a matriz B obtida no processo de redução é precisamente a matriz A1. Resu-
mindo,

Se [A¦I][I¦B], então B  A1


O que acontece se aplicamos o mesmo processo a uma matriz não invertível? A resposta é mos-
trada no exemplo a seguir.

EXEMPLO 3.2 Demonstração de que uma Matriz É Não Invertível


Mostre que a seguinte matriz é não invertível:

 1 −2 
A= 
 −3 6 

Solução
Raciocinando como no Exemplo 4.1, suponha que A1 existe e é da forma
SUPLEMENTO DE ÁLGEBRA MATRICIAL 31

a b 
A−1 =  
c d 

Nesse caso, a equação matricial AA1  I nos dá os sistemas de equações lineares

a − 2c = 1 b − 2d = 0
e
−3a + 6c = 0 −3b + 6d = 1

Quando formamos a matriz aumentada [A ¦ I] e colocamos a submatriz A na forma reduzida


escalonada, obtemos o seguinte resultado:

[A I]  1 −2 1 0
Colocar  −3 6 0 1 
0 aqui 
 1 −2 1 0 3R1R2→R2
0 0 3 1 
[E B] 

em que E é a forma reduzida escalonada por linhas da matriz A. Quando introduzimos nova-
mente as variáveis, obtemos os sistemas de equações

a − 2c = 1 b − 2d = 0
e
0 a + 0c = 3 0b + 0d = 1

que não têm solução. Isso significa que a matriz A é não invertível.

Método para Determinar uma Matriz Inversa


Para determinar se uma matriz quadrada A é invertível e calcular os valores de A1 se a res-
posta for afirmativa, executamos primeiro a redução composta

[A ¦ I ][E ¦ B]

em que E é a forma reduzida escalonada de A. Nesse caso,


1. Se E  I, a matriz é invertível e A1  B.
2. Se E  I, a matriz não é invertível (A1 não existe).

EXEMPLO 3.3 Inversão de Matrizes


Verifique se as matrizes a seguir são invertíveis; se a resposta for afirmativa, determine a matriz
inversa.

3 8 3  0 −1 2 
 
(a) A =  −1 1 10  (b) C =  1 3 −4 
 1 2 −1  1 2 −3 

Solução
(a) Para verificar se a matriz A é invertível, escrevemos a matriz aumentada [A ¦ I] e colocamos
a submatriz A na forma reduzida escalonada por linhas. O resultado é o seguinte:
32 C A P Í T U LO 3

[A I] 3 8 3 1 0 0
Colocar
1 aqui  −1 1 10 0 1 0 
Colocar
 
0 aqui  1 2 −1 1 2 −3 
1 2 −1 0 0 1  R1 ↔ R3
0 3 9 0 1 1 R1 + R2 → R2
Colocar
Colocar
1 aqui
 
0 aqui  0 2 6 1 0 − 3 −3 R 1 + R3 → R3
 1 0 −7 0 − 2 1 
 3 3 
  1
1 1  R2 → R2
0 1 3 0 3
 3 3  − R2 + R3 → R3
 
0 0 0 1 − 2 11
−  −2 R2 + R1 → R1
[E B]  3 3 

Como o resultado é uma matriz aumentada da forma [E ¦ B], em que

 1 0 −7 
E = 0 1 3 
 
 0 0 0 

não é a matriz identidade I, a matriz A é não invertível.


(b) Para verificar se a matriz C é invertível, escrevemos a matriz aumentada [C ¦ I] e colocamos
a submatriz C na forma reduzida escalonada por linhas. O resultado é o seguinte:

Colocar
[C I] 1 aqui
0 −1 2 1 0 0 
1 3 −4 0 1 0 
Colocar
0 aqui  
 1 2 −3 0 0 1 
Colocar
1 3 −4 0 1 0 
1 aqui
0 R1 ↔ R2
−1 2 1 0 0 
Colocar   − R1 + R3 → R3
0 aqui
 0 −1 1 0 −1 1 
 1 3 −4 0 1 0 
Colocar
0 aqui  0 1 −2 −1 0 0  − R2 → R2
  R2 + R3 → R3
Colocar  0 0 −1 −1 −1 1 
1 aqui
− R3 → R3
 1 0 0 1 −1 2  2 R3 + R2 → R2
 0 1 0 1 2 −2 
  4 R3 + R2 → R2
[I B]  0 0 1 1 1 −1 −3 R2 + R1 → R1

Como o resultado é uma matriz aumentada da forma [I ¦ B], em que I é a matriz identidade,
concluímos que a matriz C é invertível e que a matriz inversa é C1  B, ou seja,
−1
 0 −1 2  1 −1 2 
 1 3 −4  = 1 2 −2 
   
 1 2 −3  1 1 −1

Solução de Sistemas A matriz inversa pode ser usada para resolver os sistemas de equações lineares em que o número
Lineares Usando de variáveis é igual ao número de equações. Assim, por exemplo, um sistema de três equações
a Matriz Inversa lineares e três incógnitas
SUPLEMENTO DE ÁLGEBRA MATRICIAL 33

a1 x + a2 y + a3 z = b1
a4 x + a5 y + a6 z = b2
a7 x + a8 y + a9 z = b3

pode ser escrito como uma equação matricial da forma AX  B, em que

 a1 a2 a3  x  b1 
A =  a4 a5 a6  X =  y e B =  b2 
 
 a7 a8 a9   z   b3 

Se a matriz A é invertível, podemos resolver a equação AX  B multiplicando ambos os mem-


bros (pela esquerda) por A1, o que nos dá

A1 AX  A1B e, portanto, X  A1B

Essa técnica para resolver sistemas de equações lineares tem algumas desvantagens óbvias.
Em primeiro lugar, pode ser usada apenas se o número de equações for igual ao número de
incógnitas e se a matriz dos coeficientes for invertível. Além disso, o trabalho necessário para
calcular a matriz inversa da matriz dos coeficientes pode ser maior que o trabalho necessário
para resolver diretamente o sistema. Existem, porém, situações nas quais o método é mais fle-
xível que a abordagem direta. Considere o exemplo a seguir, que foi apresentado anteriormente
como Exemplo 2.1.

EXEMPLO 3.4 Uso da Matriz Inversa para Resolver um Problema


Logístico
Um fornecedor de sementes mantém em estoque três marcas de sementes de grama cujos ingre-
dientes são mostrados na tabela a seguir, em que os números representam quilogramas por saco.

Azevém Festuca Grama-azul


Marca P 2 2 6
Marca Q 4 2 4
Marca R 0 6 4

(a) Formule um método simples para determinar o número de sacos de cada marca que devem
ser misturados para atender às exigências de qualquer freguês.
(b) Aplique o método a uma mistura contendo 30 kg de sementes de azevém, 30 kg de semen-
tes de festuca e 50 kg de sementes de grama-azul.

Solução
(a) Suponha que um freguês esteja interessado em uma mistura de b1 quilogramas de azevém,
b2 quilogramas de festuca e b3 quilogramas de grama-azul. Chamando de P, Q e R o número
de sacos de sementes da marca P, Q e R, respectivamente, o pedido do freguês leva ao
seguinte sistema de equações:

2 P + 4Q = b1
2 P + 2Q + 6 R = b2
6 P + 4Q + 4 R = b3

A equação matricial correspondente é AX  B, em que

2 4 0  P  b1 
A = 2 2 6 X = Q e B =  b2 
   
   
 6 4 4   R   b3 
34 C A P Í T U LO 3

Se A é invertível, a solução é X  A1B.


Usando o método para calcular matrizes inversas, é possível mostrar que a matriz A é
invertível e que

 −0, 2 −0, 2 0, 3 
A−1 =  0, 35 0,1 −0,15 
 
 −0, 05 0, 2 −0, 05 

Assim, podemos escrever a equação matricial X  A1B na forma

 P   −0, 2 −0, 2 0, 3   b1 
Q  =  0, 35 0,1 −0,15   b2 
   
 R   −0, 05 0, 2 −0, 05   b3 

Usando a expressão citada, o fornecedor de sementes pode calcular o número de sacos de


sementes de cada marca necessários para atender a qualquer pedido, sejam quais forem os
valores de b1, b2 e b3.
(b) Para b1  30, b2  30 e b3  50, temos:

 −0, 2 −0, 2 0, 3  30   3 


 0, 35 0,1 −0,15  30  =  6 
    
 −0, 05 0, 2 −0, 05  50   2 

Assim, serão necessários três sacos da marca P, seis sacos da marca Q e dois sacos da marca
R.
Problemas do Capítulo 3
Nos Problemas 1 a 4, verifique se as matrizes dadas são mutuamente inversas.
1 3  −5 3 
1.  2 5  e  5 −1
   
 1 −1  0 − 12 
2. 2 0  e 1 1 
   2 

 −1 2 3  5 2 3
3.  2 0 −5  e  0 1 0 
   
 1 −3 4   2 0 1 

 1 0 2  3 −2 1 
4.  0 1 3  e  3 −2 3 
   2

 −2 2 0   −1 1 − 12 

Nos Problemas 5 a 18, verifique se as matrizes dadas são invertíveis e, caso a resposta seja
afirmativa, calcule a matriz inversa.
 −1 2  6.  2 6 
5.    −1 0 
 5 −9   

 −2 6  2 0 
7.   8.  
 3 −9  0 2 

 1 3 −1  1 −2 0 
9.  2 8 −6  10.  0 3 −6 
 
 −3 −9 1   3 −7 2 

 1 −2 3  1 2 −1 3 
11.  −3 8 −9   −2 −3 4 −5 
 −1 2 −4  12.  4 8 −5 9 
 
 −1 −4 0 5 
19 0 0   5 −3 1 
13.  0 −5 0  14.  0 1 4 
   
 0 0 0   0 0 −6 

 −5 −15 9   5 −2 3 
15.  3 9 8
 16.  0 1 7 
 4 12 −1  2 −1 0 

5 7 −1 9  1 0 1 0
1 1 1 1  1 −1 1 3
17.   18.  
 −1 2 −10 3  5 2 1 1
   
7 9 1 11  2 0 −3 9

Nos Problemas 19 a 24, use o método de inversão de matrizes para resolver o sistema de equações
lineares dado.

x + 5y = 2 2x + 4 y = 1
19. 20. −2 x − 3 y = −5
−3 x − 14 y = −1
36 C A P Í T U LO 3

x − y + 2z = 2 x − 3 y + 2z = 0
21. −4 x + 5 y − 5z = 3 22. −2 x + 6 y − 5z = −4
2 x + 3 y − 6z = 9 − x + 4 y + 4z = 1

x − 2 y − 2z = 4 x+w=3
23. −3 x + 4 y − 4 z = −8 z+w=0
24.
5x − 7 y + 9z = 6 y+w =5
x+y=4

Nos Problemas 25 a 28, use o método de inversão de matrizes para determinar a matriz X para
a qual AX  B.
1 2  −2 1 
25. A =   e B= 
0 7  0 −4 
2 0   −8 10 
26. A =   e B= 0 6
 0 2   
1 0 6  1 1 1
27. 
A = 2 1 10  e B = 1 1 1
   
 −1 3 −11 1 1 1
 1 0 −2  4 1 8
28. A =  0 1 3  e B =  5 9 1 
 
 0 2 8   7 1 1 

29. JARDINAGEM Uma loja de produtos agrícolas vende três produtos para jardins, I, II e
III. A tabela a seguir mostra a composição de cada produto.

Produto I Produto II Produto III


Fertilizante 3 6 9
Herbicida 2 3 1
Inseticida 5 1 0

em que os números estão em quilogramas por saco.


a. Se um freguês está interessado em uma mistura que contenha a quilogramas de ferti-
lizante, b quilogramas de herbicida e c quilogramas de inseticida, encontre um método,
baseado no uso de matrizes, que permita calcular o número de sacos de cada marca
que devem ser usados para preparar a mistura desejada.
b. Use o método desenvolvido no item (a) para determinar o número de sacos de cada
marca que devem ser usados para atender a três fregueses cujos pedidos aparecem na
tabela a seguir.

a b c
Freguês 1 36 17 27
Freguês 2 60 30 40
Freguês 3 300 10 20

30. MARCAS DE CAFÉ Um varejista vende duas marcas de café. A marca A é uma mis-
tura de 20% de café do Brasil e 80% de café da Colômbia, enquanto a marca B é uma
mistura de 60% de café do Brasil e 40% de café da Colômbia.
a. Se um freguês está interessado em uma mistura das duas marcas que contenha a qui-
logramas de café do Brasil e b quilogramas de café da Colômbia, escreva uma equação
para calcular o número de quilogramas de cada marca que devem ser usados para pre-
parar a mistura desejada.
SUPLEMENTO DE ÁLGEBRA MATRICIAL 37

b. Use a equação obtida no item (a) para determinar o número de quilogramas de cada
marca que devem ser usados para atender a três fregueses cujos pedidos aparecem na
tabela a seguir.

a b
Freguês 1 8 12
Freguês 2 6 10
Freguês 3 10 8

31. PRODUÇÃO Uma empresa fabrica dois modelos de um produto: o modelo básico e o
modelo de luxo. Para fabricar o modelo básico, são necessárias três horas de mão de obra não
especializada e quatro horas de mão de obra especializada, enquanto para fabricar o modelo
de luxo são necessárias quatro horas de mão de obra não especializada e cinco horas de mão
de obra especializada. Um acordo com o sindicato estabelece que a empresa deve utilizar
4.100 horas de mão de obra não especializada para cada 3.200 horas de mão de obra espe-
cializada. Determine, usando um método baseado em inversão de matrizes, quantas unidades
de cada modelo devem ser produzidas para atender à exigência do sindicato.
32. LOGÍSTICA As remessas de um atacadista consistem em três unidades do produto A e
seis unidades do produto B, enquanto as remessas de outro atacadista consistem em 12 uni-
dades do produto A e três unidades do produto B.
a. Determine, usando um método baseado em inversão de matrizes, quantas remessas
devem ser pedidas a cada atacadista para atender à encomenda de um varejista que
necessita de a unidades do produto A e b unidades do produto B.
b. Use o resultado do item (a) para determinar o número de remessas de cada fornecedor
que devem ser pedidas para atender a três varejistas cujos pedidos aparecem na tabela
a seguir.

a b
Varejista 1 396 288
Varejista 2 504 273
Varejistta 3 354 309

33. ADMINISTRAÇÃO DE UMA FACULDADE Uma faculdade tem professores titula-


res, adjuntos e assistentes. Semanalmente, os professores passam seis horas em sala de aula,
oito horas corrigindo provas e trabalhos de casa e quatro horas em reuniões; os professores
adjuntos passam nove horas em sala de aula, 12 horas corrigindo provas e trabalhos de casa
e três horas em reuniões; os professores assistentes passam 12 horas em sala de aula, 15
horas corrigindo provas e trabalhos de casa e uma hora em reuniões.
a. Determine, usando um método baseado em inversão de matrizes, quantos professores de
cada categoria devem ser contratados se a faculdade necessita, semanalmente, de A horas
de aula, C horas de correção de provas e trabalhos de casa e R horas de reuniões.
b. A administração está em dúvida entre dois planos que envolvem diferentes atividades
do corpo docente (em horas por semana), de acordo com a tabela a seguir.

Ensino Correção Reuniões


Plano 1 1.227 1.572 265
Pllano 2 1.305 1.680 315

Use o resultado do item (a) para determinar o número de professores de cada categoria
que devem ser contratados para atender a cada plano.
34. INVESTIMENTOS Leila pretende investir R$ 100.000,00 em ações, fundos de ações e
fundos de renda fixa e espera conseguir 15% de retorno para as aplicações em ações, 10%
para as aplicações em fundos de ações e 8% para as aplicações em fundos de renda fixa. A
moça também estima que existe um fator de risco de 7% para as aplicações em ações, 5%
para as aplicações em fundos de ações e 3% para as aplicações em fundos de renda fixa.
38 C A P Í T U LO 3

a. Determine, usando um método baseado em inversão de matrizes, as quantias que Leila


deve investir em ações, fundos de ações e fundos de renda fixa para obter um lucro total
estimado de P reais com um risco estimado de R reais.
b. A moça pode escolher entre três planos de investimento, cujas características aparecem
na tabela a seguir.
Lucro total esperado (P) Risco total esperado (R)
Plano 1 R$11.400 R$5.200
Plano 2 R$12.100 R$5.500
Plano 3 R$13.900 R$6.500

Use o resultado do item (a) para determinar as quantias que Leila deve investir em
ações, fundos de ações e fundos de renda fixa de acordo com cada plano.
35. NUTRIÇÃO Uma nutricionista deseja planejar uma refeição com certo teor de proteínas,
ferro e carboidratos. A tabela a seguir mostra o teor de proteínas, ferro e carboidratos (em
unidades por grama) em três alimentos diferentes.
Proteínas Ferro Carboidratos
Alimento A 7 2 10
Alim
mento B 9 2 3
Alimento C 4 1 6

a. Determine, usando um método baseado no uso de matrizes, o número de unidades de


cada alimento que deve ser usado para preparar uma refeição com a gramas de proteí-
nas, b gramas de ferro e c gramas de carboidratos.
b. Três pacientes da nutricionista têm diferentes necessidades, como mostra a tabela a
seguir.

Proteínas (a) Ferro (b) Carboidratos (c)


Paciente 1 45 11 35
Paciente 2 38 10 45
Paciente 3 55 14 600

Use o resultado do item (a) para determinar o número de unidades de cada alimento
que a nutricionista deve incluir na refeição para que cada paciente tenha suas necessi-
dades atendidas.
36. FABRICAÇÃO DE BRINQUEDOS Um brinquedo de montar contém pinos, rodas e
cubos. As peças são fabricadas em três cidades, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Hori-
zonte. O brinquedo é fabricado em três tamanhos, Pequeno, Médio e Grande, cujas carac-
terísticas estão descritas na matriz a seguir.

Pinos Rodas Cubos


 a1 a2 a3  Pequeno
A =  a4 a5 a6  Médio
 a7 a8 a9  Grande

A matriz a seguir mostra o número de peças que foram fabricadas em cada cidade durante
o mês de novembro.

Pinos Rodas Cubos


 b1 b2 b3  RJ
B =  b4 b5 b6  SP
 b7 b8 b9  BH

Que tipo de informação é possível extrair da matriz BA1?


SUPLEMENTO DE ÁLGEBRA MATRICIAL 39

37. FABRICAÇÃO DE MÓVEIS Uma indústria de móveis tem duas fábricas, uma no Rio
de Janeiro e outra em Minas Gerais. A matriz
Mesa Cadeira
 a1 a2  Especializados
A= a
 3 a4  Não especializados

mostra o número de homens-horas necessário para produzir mesas e cadeiras, enquanto a


matriz
RJ MG
 b1 b2  Especializados
B=  
 b3 b4  Não especializados

mostra o número de homens-horas de trabalho nas duas fábricas durante o mês de julho.
Determine que tipo de informação é possível extrair da matriz A1B e rotule as linhas e
colunas dessa matriz.
38. a. Mostre que a matriz

 4 −2 5 
A =  1 1 −2 
 
 6 1 −1

é invertível e determine a matriz inversa.


b. Use a matriz A1 para obter a solução do sistema de equações lineares
4 x − 2 y + 5z = a
x + y − 2z = b
6x + y − z = c

em que a, b e c são números reais.


39. Se
 a 1 1 7 d 4 
A =  −2 3 b  e −1
A = e 9 −37 
   
 −9 c 0   29 −4 f 

quais são os valores de a, b, c, d, e e f?


 2 −5  7 5
40. Se A =   e B=  , determine as seguintes matrizes:
 −1 3  3 2
a. A1 e B1 b. (AB) 1 c. (3B) 1
41. Se A é uma matriz invertível e s é um número diferente de zero, mostre que as matrizes
A1 e sA também são invertíveis e demonstre as seguintes relações:
1
a. (A1) 1 = A b. ( sA )−1 = A−1
s
42. O objetivo desse problema é provar que uma matriz invertível A só pode ter uma matriz
inversa. Suponha que A possui duas matrizes inversas, B e C, e que, portanto,

AB  I  BA e AC  I  CA

a. Mostre que C(AB)  C e (CA)B  B.


b. Use o resultado do item (a) para mostrar que B  C e que, portanto, a matriz A possui
apenas uma matriz inversa.
43. Por que uma matriz com uma linha cujos elementos são todos nulos é necessariamente não
invertível? Pode-se dizer o mesmo de uma matriz com uma coluna cujos elementos são
todos nulos?
40 C A P Í T U LO 3

44. Na lista de afirmações a seguir a respeito de matrizes invertíveis, mostre que a afirmação
é verdadeira ou dê um exemplo, utilizando matrizes 2  2, que mostre que a afirmação é
falsa.
a. Se A e B são invertíveis, A  B é invertível.
b. Se A  B e A  B são invertíveis, A e B são invertíveis.
c. Se A e B são invertíveis e A2  B2  I, (AB) 1  BA.
d. Se A satisfaz a equação A2 2A  3I  0, A é invertível.
Capítulo 4 Determinantes, Expansão em Cofatores e
Regra de Cramer
Seja o sistema de equações lineares

ax + by = r
cx + dy = s

Multiplicando a primeira equação por c, a segunda por a, e subtraindo a segunda equação da


primeira, obtemos o sistema equivalente

( ac ) x + ( bc ) y = rc
( ad − bc ) y = as − rc

Se ad  bc  0, o sistema não possui uma solução única; mas, se ad  bc  0, a solução é

rd − bs as − rc
x= y=
ad − bc ad − bc

(verifique). Assim, o número 2  ad  bc determina se o sistema 2  2 tem uma solução única.


Por essa razão 2 é chamado de determinante do sistema e é representado pelo símbolo det A,
em que A é a matriz dos coeficientes do sistema.
No caso geral, o determinante de um sistema de equações lineares n  n é um número det A
que pode ser calculado a partir da matriz dos coeficientes do sistema e que determina se o sis-
tema possui uma solução única. Vimos que, no caso de um sistema 2  2,

a b 
det A = det   = ad − bc
c d  1

e é possível mostrar que, no caso de um sistema 3  3,

 a11 a12 a13 


det  a21 a22 a23  = a11a22 a33 − a11a23 a32 − a12 a21a33 + a12 a23 a31 + a13 a21a32 − a13 a22 a31
 a31 a32 a33 

No caso geral, o determinante de uma matriz n  n é uma soma de n! produtos da forma


a1i1,a2i2 ,. . ., anin em que i1, i2, . . ., in são permutações dos números 1, 2, . . ., n. Vamos calcular
apenas determinantes 2  2 usando essa definição. No caso de outros determinantes, vamos
usar as propriedades a seguir, que podem ser demonstradas a partir da definição geral de deter-
minante.
42 C A P Í T U LO 4

Propriedades dos Determinantes


Propriedade 1 Se uma matriz A possui uma linha ou coluna na qual todos os elementos
são nulos, det A  0.
Propriedade 2 Se uma matriz B é formada permutando duas linhas ou colunas de uma
matriz A, det B  det A.
Propriedade 3 Se uma matriz B é formada multiplicando todos os elementos de uma linha
ou coluna de uma matriz A por uma constante c diferente de zero, det B  c det A.
Propriedade 4 Se uma matriz B é formada somando um múltiplo de uma linha ou coluna
de uma matriz A a outra linha ou coluna da matriz A, det B  det A.
Propriedade 5 Se T é uma matriz triangular (uma matriz na qual todos os elementos acima
ou abaixo da diagonal principal são nulos), det T  t11t22 . . . tnn, ou seja, o determinante
de T é igual ao produto dos elementos da diagonal.
Propriedade 6 Se uma matriz A pode ser escrita na forma triangular por blocos
 A11 A12 
A=
 0 A22 

em que A11 e A22 são matrizes quadradas (não necessariamente de mesma dimensão) e 0
é uma matriz nula, então det A  (det A11)(det A22).

Usando as propriedades anteriores, podemos calcular o valor de determinantes por um método


semelhante ao utilizado para resolver sistemas de equações lineares.

Cálculo do Valor do Determinante de uma Matriz A por Redução


1o Passo Usar operações elementares sobre as linhas da matriz A para reduzi-la à forma
triangular (ou triangular por blocos) T, levando em conta o fato de que as operações ele-
mentares 1 e 2 afetam o valor do determinante.
2o Passo Usar as propriedades 2 a 4 para expressar det A em termos de det T.
3o Passo Calcular o valor de det T usando a propriedade 5 ou a propriedade 6 e usar a
relação do 2o Passo para calcular o valor de det A.

EXEMPLO 4.1 Cálculo de Determinantes


Calcule os determinantes das matrizes a seguir.

0 4 1 3
 7 5 −1  3 −5 2 1
(a ) A1 =  1 −3 4  ( b) A2 =  
  7 1 4 3
 2 0 6   
 1 1 −2 1

Solução
(a) Em primeiro lugar, permutamos as linhas 1 e 2 e usamos a nova primeira linha para reduzir
a 0 todos os elementos da primeira coluna, exceto o primeiro, multiplicando a primeira linha
por constantes apropriadas e subtraindo o resultado das outras duas linhas:

 7 5 −1  1 −3 4 
det A1 = det  1 −3 4  = − det  7 5 −1
   
 2 0 6   2 0 6 
 1 −3 4 
= − det  0 26 −29 
 
 0 6 −2 
SUPLEMENTO DE ÁLGEBRA MATRICIAL 43

Em seguida, multiplicamos a segunda linha por 6/26 e somamos o resultado à terceira


linha:

 1 −3 4 
det A1 = − det  0 26 −29 
 
 0 0 26 
122

A matriz agora está na forma triangular; aplicando a propriedade 5, obtemos

 122  
det A1 = − (1)( 26 )   = −122
  26  

(b) Em primeiro lugar, permutamos as linhas 1 e 4 e usamos a nova primeira linha para reduzir
a 0 todos elementos da primeira coluna, exceto o primeiro, multiplicando a primeira linha por
constantes apropriadas e subtraindo o resultado das outras três linhas:

 1 1 −2 1 
 0 −8 8 −2 
det A2 = − det  
 0 −6 18 −4 
 
0 4 1 3

Continuando a redução, usamos o elemento 8 na posição (2, 2) para reduzir a 0 todos os ele-
mentos da segunda coluna abaixo da segunda linha:

 1 1 −2 1 
 0 −8 8 −2 
det A2 = − det  
 0 0 12 − 52 
 
0 0 5 2

A matriz agora está na forma triangular por blocos; aplicando a propriedade 6, obtemos

1 1  12 − 52 
det A2 = − det   det 5 2 
 0 −8   
= − [(1)((8 ) − (1)( 0 )] (12 )( 2 ) − ( − 52 ) ( 5)  = 292

Expansão de um Existe outro método para calcular determinantes, conhecido como expansão em cofatores, que
Determinante envolve a eliminação progressiva de linhas e colunas. Seja Apq a submatriz formada a partir da
em Cofatores matriz A eliminando a linha de ordem p e a coluna de ordem q. Definimos o cofator (p, q) da
matriz A como o número

Cpq  (1) pq det Apq

EXEMPLO 4.2 Determinação dos Cofatores de uma Matriz


Determine os cofatores c12 e c23 da matriz

 4 −3 2 
A = 7 5 1
 
 0 2 9 

Solução
Como
44 C A P Í T U LO 4

7 1  4 −3 
A12 =   e A23 =  
0 9 0 2 

temos:

7 1
C12 = ( −1)1+ 2 det A12 = ( −1)3 det   = ( −1) ( 63 − 0 ) = −63
0 9

 4 −3 
C23 = ( −1)2+3 det A23 = ( −1)5 det   = ( −1) (8 − 0 ) = −8
0 2 

O determinante de uma matriz A 3  3

 a11 a12 a13 


A =  a21 a22 a23 
 a31 a32 a33 

foi definido como a expressão

det A = a11a22 a33 − a11a23 a32 + a12 a23 a31 − a12 a21a333 + a13 a21a32 − a13 a22 a31

que pode ser escrita na forma

det A = a11 ( a22 a33 − a23 a32 ) + a12 ( a23 a31 − a21a33 ) + a13 ( a21a32 − a22 a31 )

o que significa que

det A = a11C11 + a12C12 + a13C13

A expressão anterior é chamada de expansão em cofatores de matriz A ao longo da primeira


linha. Um determinante pode ser expandido em cofatores ao longo de qualquer linha ou
coluna.

Expansão de um Determinante em Cofatores


Dada uma matriz A n  n, temos
det A  ap1Cp1  ap2Cp2  . . .  apnCpn (ao longo da linha p)
 a1qC1q  a2qC2q  . . .  anqCnq (ao longo da coluna q)
em que p e q são números inteiros entre 1 e n.

EXEMPLO 4.3 Cálculo de um Determinante por Expansão em


Cofatores
Calcule o determinante da matriz A a seguir por expansão em cofatores, primeiro ao longo da
terceira linha e depois ao longo da segunda coluna.

 3 −7 5 
A =  −2 1 0 
 
 4 8 −9 
SUPLEMENTO DE ÁLGEBRA MATRICIAL 45

Solução
Expandindo a matriz A em cofatores ao longo da terceira linha, obtemos:

 −7 5   3 5  3 −7 
det A = ( 4 ) ( −1)3+1 det   + (8 ) ( −1)3+ 2 det   + ( −9 ) ( −1)3+3 det  
 1 0  −2 0   −2 1 
= 4 (1) ( −5) + 8 ( −1)(10 ) + ( −9 )(1) ( −11) = −1

Expandindo a matriz A em cofatores ao longo da segunda coluna, obtemos:

 −2 0  3 5   3 5
det A = ( −7 ) ( −1)1+ 2 det   + (1) ( −1) det  4 −9  + (8 ) ( −1) det  −2 0 
2+ 2 3+ 2

 4 − 9     
= ( −7 ) ( −1)(18 ) + (1)(1) ( −47 ) + (8 ) ( −1)(10 ) = −1

Cálculo da Matriz A matriz inversa de uma matríz invertível poder ser obtida formando a seguinte matriz de
Inversa pelo Método cofatores:
dos Cofatores
Definição ■ A matriz adjunta de uma matriz n  n A  (aij) é a matriz adj A cujos
elementos (i, j) são os cofatores cij da matriz A:

 c11 c21  cn1 


c c22  cn 2 
adj A =  
12

    
 
c1n c2 n  cnn 

 −3 1 2   c11 c12 c13  13 7 −16 


Assim, se A = 4 5 −6 , adj A = c21 c22 c23  =  4 3 10  . A principal razão para
 
     
 0 3 −1  c31 c32 c33  12 9 −19 
definir a matriz adjunta é o seguinte teorema, que estabelece a relação entre a matriz adjunta e
a matriz inversa.

Relação entre Matriz Adjunta e Matriz Inversa


Se A é uma matriz quadrada,

A(adj A)  (det A)I  (adj A)A

Assim, A é invertível se e somente se det A  0; nesse caso,

adj A
A−1 =
det A

EXEMPLO 4.4 Uso da Matriz Adjunta para Determinar a Matriz Inversa


Mostre que a matriz

 −3 1 2 
A =  4 5 −6 
 
 0 3 −1

é invertível, e determine A1.


46 C A P Í T U LO 4

Solução
Temos:

13 7 −16 
adj A =  4 3 −10  e det A = −11
 
12 9 −19 

(verifique). Como det A  0, a matriz A é invertível e a matriz inversa é

13 7 −16 
adj A 1 
A =−1
= 4 3 −10 
det A −11  
12 9 −19 

EXEMPLO 4.5 Uso de um Determinante para Verificar se uma Matriz


É Invertível
Para que valores de t a matriz a seguir é invertível?

 −2 t 1 
A ( t ) =  3 1 −4 
 
 t 0 −1 

Solução
Sabemos que A(t) é invertível se e somente se det A(t)  0. Expandindo a matriz em cofatores
ao longo da primeira linha de A(t), obtemos:

det A ( t ) = −2 ( −1) − t ( −3 + 4t ) + ( −t ) = −4t 2 + 2t + 2 = −2 ( 2t + 1) ( t − 1)

(verifique). Assim, det A  0 apenas se t  1/2 ou se t  1, o que significa que A(t) é invertí-
vel para t  1/2, 1.

−1 adj A
Regra de Cramer para O uso da relação A = não é uma forma eficiente de calcular o inverso de uma matriz
det A
Resolver Sistemas de n  n para n > 3, mas a relação é muito importante do ponto de vista teórico. A relação pode
Equações Lineares ser usada, por exemplo, para provar o resultado a seguir, que recebeu o nome de Regra de Cra-
mer em homenagem ao matemático suíço Gabriel Cramer (1704-1752).

Regra de Cramer Se A  (aij) é uma matriz invertível n  n, o sistema de equações lineares


AX  B tem como solução única

det Aˆ1 det Aˆ 2 det Aˆ n


x1 = , x2 = , … , xn =
det A det A det A

em que Âk é a matriz formada substituindo a coluna de ordem k da matriz A pela matriz coluna B.

EXEMPLO 4.6 Solução de um Sistema de Equações Lineares Usando


a Regra de Cramer
Resolva o sistema de equações lineares

3 x1 −7 x 2 +2 x3 = −1
4 x1 + x2 = 12
2 x1 −4 x 2 + x3 = 1
SUPLEMENTO DE ÁLGEBRA MATRICIAL 47

usando a regra de Cramer.

Solução
O sistema de equações lineares dado pode ser escrito na forma AX  B, em que

 3 −7 2   x1   −1
 
A = 4 1 0 , X =  x 2  e B = 12  .
 
   
 2 −4 1   x3   1 

Para resolver o sistema usando a Regra de Cramer, formamos as matrizes

 −1 −7 2   3 −1 2   3 −7 −1
ˆA = 12 1 0  ˆA =  4 12 0  Â3 =  4 1 12 
1   2    
 1 −4 1   2 1 1   2 −4 1 

e calculamos a solução X  (x1, x2, x3) da seguinte forma:

det Aˆ1 −15


x1 = = =3
det A −5
det Aˆ 2 0
x2 = = =0
det A −5
det Aˆ 3 25
x3 = = = −5
det A −5
Problemas do Capítulo 4
Nos Problemas 1 a 15, calcule o determinante da matriz dada.

 7 −11  0, 3 −0, 02  1 1 0 
1.   2. 
2 8   7 1,17  
3.  0 1 0 

 1 0 1 

 7 1 9  5 −4 3   1 −3 7 
4.  −2 9 0  5.  3 1 7 6.  7 1 4 
     
 3 1 4   2 −5 −4   9 5 −3 

 2 −3   2,1 −3   3 −5 −2 
7.   8.  
1 5   0, 7 1, 01 9.  1 7 0 
 
 2 1 −1

 5 1 3  −2 1 1 0 3 5 −2 1
10.  −2 1 1   1 −3 1 5 0 2 3 1
  11.   12.  
 1 1 2   6 −2 0 3 1 0 4 0
   
7 1 1 1  −2 1 1 1

3 2 1 2  −4 2 −8 7   11 −2 9 1
 7 −1 0 1 2 1 4 −3   −3 1 −2 1
13.   14.   15.  
 −8 0 0 1 3 1 6 4 2 1 3 1
     
 11 0 0 0 5 0 10 2   7 −3 4 1

Nos Problemas 16 a 21, calcule adj A.

 7 4
16.   −3 5 1   7 −3 4 
 17.  2 0 3  18. 8 1 1 
 −2 3     
 1 1 3   1 −1 1 

 4 2 −5  3 4 1   0 3 −1 0 
19.  1 3 1  20.  2 −5 7   0 0 5 13 
    21.  
 2 −4 −7   5 −1 8  2 0 0 1 
 
 7 −4 0 0 

adj A
Nos Problemas 22 a 27, use a relação A−1 = para determinar a matriz inversa da matriz
dada. det A

5 3   −3 5 1   7 −3 4 
22.  
 7 −2  23.  2 0 3  24. 8 1 1 
   
 1 1 3   1 −1 1 

0 3 0   −1 4 −2 1   0 3 −1 0 
25.  0 0 −7   0 0 −5   0 0 5 13 
  26.  1  27.  
 5 0 0  0 1 6 7 2 0 0 1 
   
3 2 −5 9   7 −4 0 0 
SUPLEMENTO DE ÁLGEBRA MATRICIAL 49

Nos Problemas 28 a 31, resolva o sistema de equações lineares usando a Regra de Cramer.

7 x1 + 4 x 2 = −10 −3 x1 + 5 x 2 + x3 = 3
28.
−2 x1 + 3 x 2 = 7 29. 2 x1 + 3 x3 = 6
x1 + x 2 + 3 x3 = 7

7 x1 − 3 x 2 + 4 x3 = 0 3 x 2 − x3 = 0
30. 8 x1 + x 2 + x3 = 15 5 x3 + 13 x 4 = 2
31.
x1 − x 2 + x3 = −2 2 x1 + x 4 = 3
7 x1 − 4 x 2 = 10

Nos Problemas 32 e 33, use a Regra de Cramer para determinar todos os números x, y e z que
satisfazem as equações dadas.

27 11 2 17 19
− =8 − + = 23
x y x +1 y z −1
32.
13 23 11 14 29
+ = −7 33. + − = −5
x y x +1 y z −1
−37 4 7
+ + = 13
x +1 y z −1

Nos Problemas 34 a 37, determine todos os valores de t para os quais a matriz dada é invertível.

8 −3 1  t 1 0 
34.  3 t −2  35.  0 t 1 
   
 2 −5 5  15 17 t + 1

t − 6 1 5   3 t 1
36.  0 t + 1 −1  37.  3 1 t
   
 −9 1 t + 8  t + 5 2 2 

38. Mostre que

a b c 
det  b c a  = 3abc − ( a 3 + b 3 + c3 )
 
 c a b 

39. a. Mostre que

1 a a 2 
 
det 1 b b 2  = ( b − a ) ( c − a ) ( c − b )
1 c c 2 

b. Determine uma expressão semelhante para

1 a a2 a3 
 
1 b b2 b3 
det 
1 c c2 c3 
 
1 d d2 d3 
50 C A P Í T U LO 4

Determinantes desse tipo são conhecidos como determinantes de Vandermonde.


40. A matriz inversa de uma matriz é

 −2 1 3 1
4 1 0 2
A−1 =  
 1 −3 −2 5
 
12 0 −7 0

Determine A, det A e adj A.


41. Seja A uma matriz invertível na qual todos os elementos são números inteiros.
a. Mostre que todos os elementos da matriz adj A são números inteiros.
b. Mostre que todos os elementos da matriz A1 são números inteiros se det A  1 ou det
A  1.
c. Determine números inteiros x, y e z tais que todos os elementos da matriz inversa da
matriz

 3 −1 2 
A = 1 1 5
 
 x y z 

sejam números inteiros.


42. a. Mostre que, se todos os elementos de uma linha de uma matriz A forem nulos, det A  0.
b. Mostre que, se duas linhas de uma matriz A forem iguais, det A  0.
Capítulo 5 O Modelo Insumo-Produto de Leontief e
Outras Aplicações das Matrizes
Concluímos este capítulo com três aplicações de matrizes a problemas práticos.

O Modelo Insumo- Uma economia moderna é composta de várias indústrias diferentes em constante interação.
Produto de Leontief Assim, por exemplo, a indústria siderúrgica fornece material para a fabricação de equipamentos
de mineração, que são usados para obter carvão, que, por sua vez, é usado na produção de aço.
Esse tipo de interação de vários componentes da economia torna muito difícil o gerenciamento
de uma economia planejada.
Para analisar uma economia com múltiplas interações, o economista russo-americano Was-
sily Leontief criou um modelo matemático conhecido como modelo insumo-produto. O modelo
de Leontief se revelou extremamente útil em vários setores da economia, como na previsão das
necessidades de produção e na avaliação dos efeitos de variações de preços. Leontief recebeu o
prêmio Nobel de Economia de 1973.
Para descrever os componentes básicos do modelo de Leontief, vamos supor que o sistema
econômico a ser estudado possui n setores diferentes, S1, S2, . . . , Sn. Setores típicos nesse con-
texto seriam, por exemplo, a agricultura, a indústria, os meios de transporte, a geração de ener-
gia e as forças de segurança. Partes do produto de cada setor são usadas como insumo por outros
setores. Um setor pode usar também como insumo parte de seu próprio produto. Assim, por
exemplo, alguns fazendeiros usam parte da colheita de alfafa para alimentar o gado.
Para representar essas interações em forma de matriz, vamos chamar de aij o número de uni-
dades do produto do setor Si usadas como insumo para produzir uma unidade do produto do
setor Sj e usar os elementos aij para formar a matriz insumo-produto, também conhecida como
matriz de tecnologia
Setor que fornece o produto
S1 S2  Sn
 a11 a12  a1n  S1
a a22  a2 n  S2
A=  21  Setor que fornece o insumo
      
 
 an1 an 2  ann  Sn

Considere, por exemplo, uma economia simples com apenas três setores: computadores (C), ser-
viços (S) e energia (E). Suponha que a matriz insumo-produto dessa economia é a seguinte:

C S E
 0 ,1 0 , 3 0 , 2  C
 0 , 2 0 ,1 0 , 4  S
 
 0, 5 0, 5 0, 3  E

Os elementos de cada coluna representam o número de unidades de insumo necessárias para pro-
duzir uma unidade de produto. Por exemplo: os números da coluna S (serviços) mostram que, para
produzir uma unidade de serviços, são necessárias 0,3 unidade do setor de computadores, 0,5 uni-
dade do setor de energia e 0,1 unidade do próprio setor de serviços. Expressando as unidades em
termos monetários, isso significa que, para cada R$ 1,00 de serviços prestados, o setor de serviços
usa 30 centavos de computadores, 50 centavos de energia e 10 centavos de serviços.
O modelo insumo-produto pode ser usado para determinar os níveis de produção dos diver-
sos setores que são necessários para atender a uma demanda. Segue um problema típico.

EXEMPLO 5.1 Determinação da Produção Necessária para


Satisfazer uma Demanda Conhecida
Considere uma economia simples na qual só existem três setores: computadores (C), serviços
(S) e energia (E), e a matriz insumo-produto é
52 C A P Í T U LO 5

C S E
 0 ,1 0 , 3 0 , 2  C
A =  0 , 2 0 ,1 0 , 4  S
 
 0, 5 0, 5 0, 3  E

Suponha que nessa economia existe uma demanda de 70 unidades de computadores, 100 unida-
des de serviços e 150 unidades de energia. Qual deve ser o nível de produção de cada setor para
que a demanda seja atendida?

Solução
A demanda D pode ser representada pela matriz coluna

 70 
D = 100 
 
150 

Estamos interessados em determinar os níveis de produção x do setor C, y do setor S e z do setor


E para que a produção excedente (a parte da produção que não é usada internamente pelos três
setores) seja igual à demanda D.
A matriz coluna

x
P =  y
 
 z 

é denominada matriz de produção. A produção do setor de computadores usada como insumo


pela economia é dada por

 produção de computadores  0,1x + 0, 3 y + 0, 2 z


 usada pela economia 
  Unidades usadas por C Unnidades usadas por D Unidades usadas por E

Analogamente, a produção do setor de serviços e a produção do setor de energia usadas como


insumos pela economia são dadas por

 produção de serviços 
 usada pela economia  0, 2 x + 0,1y + 0, 4 z
 

 produção de energia 
 usada pela economia  0, 5 x + 0, 5 y + 0, 3z
 
o que significa que o consumo interno da economia é dado pelo produto matricial

 0 ,1 0 , 3 0 , 2   x 
AP =  0, 2 0,1 0, 4   y 
  
 0, 5 0, 5 0, 3   z 

A produção excedente da economia é a diferença entre a produção P e o consumo interno


AP. Como queremos que a produção excedente seja igual à demanda D, precisamos resolver a
equação matricial P  AP  D. Assim, temos:
P − AP = D
( I − A) P = D Lei distributiva

e se a matriz I  A for invertível, a solução é

P  (I  A) 1 D
SUPLEMENTO DE ÁLGEBRA MATRICIAL 53

Executando as operações indicadas, obtemos

 1 0 0   0 ,1 0 , 3 0 , 2 
I − A =  0 1 0  −  0 , 2 0 ,1 0 , 4 
   
 0 0 1   0, 5 0, 5 0, 3 
 1 − 0,1 0 − 0, 3 0 − 0, 2   0, 9 −0, 3 −0, 2 
=  0 − 0, 2 1 − 0,1 0 − 0, 4  =  −0, 2 0, 9 −0, 4 
   
 0 − 0, 5 0 − 0, 5 1 − 0, 3   −0, 5 −0, 5 0, 7 

Calculando a matriz inversa pelo método apresentado no Capítulo 3, obtemos

 2, 46 1, 77 1, 71 
( I − A)−1 =  1, 94 3, 03 2, 29 
 3,14 3, 43 4, 29 

Finalmente, substituindo a matriz inversa na equação P  (I  A) 1D, obtemos a matriz produção


desejada:

 2, 46 1, 77 1, 71   70 
P = ( I − A ) D =  1, 94 3, 03 2, 29  100 
−1
  
 3,14 3, 43 4, 29  150 
 605, 7 
=  782, 3 
 
1206, 3 

Assim, para que a demanda seja atendida, o setor de computadores deve produzir x  605,7 uni-
dades, o setor de serviços deve produzir y  782,3 unidades e o setor de energia deve produzir
z  1.206, 3 unidades.
O fluxo de insumos entre os setores está indicado no diagrama da Figura 2. Assim, por exem-
plo, o setor de computadores produz 605,7 unidades, que são divididas entre os três setores, da
seguinte forma:

Setor de computadores 0,1 (605,7)  60,6 unidades


Setor de serviços 0,3 (782,3)  234,7 unidades
Setor de energia 0,2 (1206,3)  241,3 unidades
Demanda externa  70 unidades
0,1 x  60,57

Computadores
C
x  605,7
1,1

0,2
12

z
y


0,5

24
0,2

1,3
4,7

x
23

30
x

2,9
0,3

Serviços 0,4 z  482,5 Energia


S E
x  782,3 z  1206,3
0,1 y  78,23 0,3 z  361,93
0,5 y  391,2

FIGURA 2 Diagrama esquemático do fluxo de insumos entre os setores do Exemplo 5.1.


54 C A P Í T U LO 5

Comentário: Embora a equação matricial (I – A)X  D possa ser resolvida usando a relação
X  (I  A) 1D em todos os casos em que a matriz I  A é invertível, a solução só faz sentido
se todos os elementos da matriz X forem não negativos.

Matrizes de As matrizes podem ser usadas para representar redes de comunicações. Suponha, por exemplo,
Comunicações que uma comunidade seja composta por quatro indivíduos, p1, p2, p3 e p4, e que certos pares des-
ses indivíduos estejam em comunicação direta, como mostra a Figura 3.

FIGURA 3 Uma rede de comunicações.

Para representar a rede de comunicações em forma matricial, construímos uma matriz A


4  4, com uma linha e uma coluna para cada um dos quatro indivíduos. Para indicar que dois
indivíduos, pi e pj, estão em comunicação direta, colocamos o número 1 nas posições (i, j) e (j,
i) da matriz. Para indicar que dois indivíduos não estão em comunicação direta, colocamos o
número 0 nas posições (i, j) e (j, i) da matriz. (Por questões técnicas, supomos que os indivíduos
não podem se comunicar com eles mesmos.)
O método para construir uma matriz de comunicações A  (aij) pode ser descrito sucinta-
mente da seguinte forma:

 1 se pi se comunica diretamente com p j


aij = 
0 se pi não se comunica diretamente com p j

Assim, por exemplo, a matriz de comunicações da rede da Figura 3 é


p1 p2 p3 p4
0 1 1 1 p1
1 0 0 1 p2
A=  
1 0 0 1 p3
 
1 1 1 0 p4

Se uma matriz de comunicações é multiplicada por si mesma, o resultado é uma matriz A2


que mostra o número de formas pelas quais dois indivíduos podem se comunicar por um inter-
mediário. Assim, se C  A2, o elemento cij da matriz C é o número de formas pelas quais os
indivíduos pi e pj podem se comunicar por um intermediário.
No caso da rede da Figura 3, temos:
p1 p2 p3 p4
0 1 1 1  0 1 1 1 3 1 1 2 p1
1 0 0 1  1 0 0 1 1 2 2 1 p2
A=  =  
1 0 0 1  1 0 0 1 1 2 2 1 p3
    
1 1 1 0  1 1 1 0 2 1 1 3 p4

O 2 na posição (3, 2) da matriz A2 mostra que existem duas formas pelas quais o indivíduo p3
pode se comunicar com o indivíduo p2 por um intermediário. Observando a Figura 3, vemos que
essas duas formas são
p3 ↔ p4 ↔ p2 e p3 ↔ p1 ↔ p2
SUPLEMENTO DE ÁLGEBRA MATRICIAL 55

Para compreender por que a matriz A2 fornece o número de formas pelas quais dois indiví-
duos podem se comunicar por um intermediário, note que, de acordo com a definição de produto
de matrizes, se C  A2,

cij = ai1a1 j + ai 2 a2 j +  + ain anj

O primeiro termo da soma do lado esquerdo, aij, pode ser interpretado da seguinte forma:

 número de formas (0 ou 1)   número de formas (0 ou 1) 


   
ai1a1 j =  pelas quais pi pode se ⋅
  pelas qua
ais p1 pode se 
 comunicar diretamente com p1   comunicar diretamente com p j 
 
 número de formas pelas quais pi pode se comunicar 
= 
 com p j usando p1 como intermediário 

Do mesmo modo,

 número de formas pelas quais pi pode se 


ai 2 a2 j =  
 comunicar com p j usando p2 como intermediário 

Como os termos restantes têm interpretações análogas, a soma de todos os termos, cij, pode ser
interpretada da seguinte forma:

 número total de formas pelas quais pi poode se 


cij =  
 comunicar com p j por um intermediário 

Interpretações semelhantes podem ser aplicadas aos elementos das matrizes A3, A4 etc. De
modo geral, é fácil mostrar que os elementos da matriz Ak representam o número de formas pelas
quais dois indivíduos podem se comunicar por k  1 intermediários.

EXEMPLO 5.2 Uso de uma Matriz para Determinar Formas de


Comunicação
Quatro jovens, Adão, Bianca, Carlos e Darlene, são amigos. Entretanto, Adão fala apenas com
Carlos, Bianca fala apenas com Darlene, Carlos fala apenas com Adão e com Darlene e Darlene
fala apenas com Bianca e Carlos. Qual o menor número de intermediários a que Darlene precisa
recorrer para enviar uma mensagem a Adão?

Solução
A Figura 4 mostra a rede de comunicações dos quatro amigos e a matriz M associada à rede.

FIGURA 4 Rede de comunicações do Exemplo 5.2.

Darlene não pode se comunicar diretamente com Adão. Para verificar se a moça pode se
comunicar por apenas um intermediário, calculamos a matriz M2.
56 C A P Í T U LO 5

A B C D
0 0 1 0  0 0 1 0 1 0 0 1 A
0 0 0 1  0 0 0 1 0 1 1 0 B
M2 =   =  
1 0 0 1  1 0 0 1 0 1 2 0 C
    
0 1 1 0  0 1 1 0 1 0 0 2 D

Como existe um elemento diferente de zero na interseção da quarta linha (Darlene) com a pri-
meira coluna (Adão), concluímos que Darlene pode se comunicar com Adão por apenas um
intermediário (Carlos).
Nesse exemplo, seria fácil encontrar a resposta por inspeção, mas o mesmo método pode ser
usado para analisar redes de comunicações muito mais complexas.

Criptografia As matrizes também podem ser usadas em criptografia, que é a arte de escrever mensagens
secretas. Vamos descrever um método que usa a multiplicação de matrizes para codificar (colo-
car em linguagem cifrada) e decodificar (colocar em linguagem comum) uma mensagem.
Para começar, atribuímos a cada letra do alfabeto um número de 1 a 26 e usamos o 0 para
representar os espaços em branco.

− A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26

Em seguida, convertemos a mensagem para a forma numérica, dividimos os números resultan-


tes em grupos de n elementos para formar uma matriz n  m, em que m é o número de grupos,
e transformamos a matriz multiplicando-a por uma matriz invertível n  n conhecida como
matriz de codificação. Assim, por exemplo, para codificar a mensagem “A prova vai ser na sexta”
usando blocos de três elementos, começamos por escrever a mensagem em forma numérica:

A  P R O V A  V A I  S E R  N A  S E X T A
1 0 16 18 15 22 1 0 22 1 9 0 19 5 18 0 14 1 0 19 5 24 20 1

Em seguida, escolhemos uma matriz invertível 3  3, como

 0 −1 2 
A =  1 3 −4 
 
 1 2 −3 

e multiplicamos a matriz que contém a mensagem em forma numérica por essa matriz:

A−P 1 0 16  16 31 −46 


   
ROV 18 15 22   27 71 −90 
A−V  1 0 22   22 43 −64 
   0 −1 2   
AI −  1 9 0   9 26 −34 
 1 3 −4  
SER 19 5 18   1 2 −3 
 23 32 −36 
     
− NA  0 14 1 15 94 −59 
−SE  0 19 5
 
67

−91 
  24
XTA  24 10 1   11 8 5 
M A C
matriz da matriz de matriz
mensagem codificação codificada
SUPLEMENTO DE ÁLGEBRA MATRICIAL 57

Alguém que não conheça a matriz de codificação terá dificuldade para interpretar a mensagem
contida na matriz C. O destinatário, por outro lado, conhece a matriz de codificação A e pode
usar a matriz inversa, A1, para decodificar a mensagem multiplicando a matriz C por A1 pela
direita, ou seja, usando a relação M  CA1.
No nosso caso, a matriz inversa, que pode ser calculada usando os métodos discutidos no
Capítulo 4, é

1 −1 2 
A−1 = 1 2 −2 
 
1 1 −1

e a mensagem original é

16 31 −46  1 0 16 
   
 27 71 −90  18 15 22 
 22 43 −64  1 0 22 
  1 −1 2   
9 26 −34    1 9 0
M = CA  
−1
1 2 −2  
 23 32 −36  19 5 18 
  1 1 −1  
 
15 94 −59  0 14 1 
   
 24 67 −91  0 19 5 
 11 8 5   24 10 1 

Usando a correspondência entre números e letras, obtemos:

1 0 16 18 15 22 1 0 22 1 9 0 19 5 18 0 14 1 0 19 5 24 20 1
A  P R O V A  V A I  S E R  N A  S E X T A

como era de se esperar.


Problemas do Capítulo 5
O MODELO INSUMO-PRODUTO DE LEONTIEF

Os Problemas 1 a 5 se referem a uma economia com quatro setores interdependentes, S1, S2,
S3 e S4, e a matriz insumo-produto

S1 S2 S3 S4
 0, 41 0, 05 0, 08 0, 03  S1
 0, 06 0, 23 0, 37 0, 05  S2
A=  
 0,11 0, 04 0,14 0, 03  S3
 
 0, 08 0,13 0, 07 0, 04  S4

1. Quantas unidades de S3 são consumidas para produzir uma unidade de S1?


2. De que setor S1 mais depende? De que setor S1 menos depende?
3. Qual setor depende mais de S2? Qual setor depende menos de S2?
4. Se a produção do setor S3 vale 4,7 milhões de reais, quanto ela consome de cada um dos
quatro setores?
5. Se a produção do setor S4 vale 9,3 milhões de reais, quanto ela consome de cada um dos
quatro setores?
6. Uma economia tem dois setores interdependentes: energia e manufatura. São necessárias
0,2 unidade de energia e 0,5 unidade de manufatura para produzir uma unidade de energia
e 0,3 unidade de energia e 0,2 unidade de manufatura para produzir uma unidade de manu-
fatura.
a. Qual é a matriz insumo-produto A da economia?
b. Determine a matriz (I  A) 1.
7. Uma economia simples é composta por três setores interdependentes, agricultura (A), manu-
fatura (M) e transporte (T). Suponha que a matriz insumo-produto da economia é

A M T
A  0 , 4 0 ,1 0 , 2 
M  0, 2 0, 4 0, 4 
 
T  0, 2 0, 3 0,1 

a. Quantas unidades de agricultura são necessárias para produzir uma unidade de manu-
fatura?
b. Que setor utiliza o maior número de unidades de transporte para produzir uma de suas
unidades?
c. Quantas unidades de transporte são necessárias para produzir cinco unidades de agri-
cultura, oito unidades da manufatura e duas unidades de transporte?
8. Uma economia simples é composta por três setores interdependentes, compostos químicos
(C), máquinas (M) e transporte (T). As interações dos setores são descritas pela seguinte
matriz insumo-produto:

C M T
 0 ,1 0 , 4 0 , 2  C
A =  0, 2 0, 3 0, 4  M
 
 0, 5 0, 2 0,1  T

O número de unidades produzidas pelos três setores é dado pela matriz de produção
SUPLEMENTO DE ÁLGEBRA MATRICIAL 59

 400  C
X =  600  M
 
 500  T

a. Calcule o número de unidades de cada setor que são usadas pela economia como insu-
mos para a produção, e apresente os resultados na forma de uma matriz 3  1.
b. Combine as matrizes A e X de uma forma apropriada para obter uma matriz 3  1 que
expresse o número de unidades de produção de cada setor que não são usadas pela eco-
nomia como insumos para a produção.
9. A interação dos setores S1 e S2 de uma economia simples é descrita pela matriz insumo-
produto
S1 S2
 0, 8 0, 2  S1
A=  
 0 ,1 0 , 4  S 2

Suponha que o número de unidades de cada setor demandadas pelos consumidores é dado
pela matriz de demanda
50  S1
D= 
 36  S2

Quantas unidades cada setor deve produzir para atender à demanda dos consumidores?
10. A matriz insumo-produto de uma economia de três setores é
S1 S2 S3
 0,1 0,1 0,1  S1
A =  0 , 2 0 , 2 0 ,1  S 2
 
 0, 2 0, 2 0, 2  S3

a. Determine (I  A) 1.
b. Determine o vetor produto X necessário para atender à demanda de 2.000 unidades do
produto do setor S1, 1.000 unidades do produto do setor S2, e 3.000 unidades do setor S3.
c. Faça um diagrama como o da Figura 2 para mostrar o fluxo da produção nessa economia.
11. A matriz insumo-produto de uma economia de três setores, S1, S2 e S3, é

 0 ,1 0 , 5 0 , 3 
A =  0, 2 0, 2 0, 4 
 
 0, 6 0, 2 0, 2 

a. Determine (I  A) 1.
b. Determine o vetor produto X necessário para atender à demanda de 30 unidades do
produto do setor S1, 45 unidades do produto do setor S2 e cinco unidades do setor S3.

MATRIZES DE COMUNICAÇÕES
12. Uma rede de comunicações é representada pelo diagrama a seguir.
60 C A P Í T U LO 5

a. Escreva a matriz de comunicações da rede.


b. Determine uma matriz que forneça o número de formas pelas quais cada par de indi-
víduos pode se comunicar por um intermediário. Em seguida, consultando o diagrama,
identifique o percurso de cada comunicação.
c. Some a matriz do item (b) à matriz do item (a) e use o resultado para determinar se
existem dois indivíduos na comunidade que não podem se comunicar, seja diretamente,
seja por um único intermediário. Consulte o diagrama, para confirmar que o resultado
está correto.

Nos Problemas 13 a 16, desenhe o diagrama da rede de comunicações representada pela


matriz.

p1 p2 p3 p4 p1 p2 p3 p4 p5
p1 0 1 0 1 p1 0 0 0 1 0
13. p2 1 0 1 1 p2 0 0 1 1 1
   
p3 0 1 0 1 14. p3 0 1 0 0 1
   
p4 1 1 1 0 p4 1 1 0 0 1
p5  0 1 1 1 0 

p1 p2 p3 p4 p5 p6 p1 p2 p3 p4 p5 p6
p1 0 0 0 1 1 1 p1 0 0 1 0 1 0 
p2 0 0 0 0 1 0 p2 0 0 1 1 0 0 
   
15. p3 0 0 0 0 0 1 16. p3 1 1 0 1 1 1 
   
p4 1 0 0 0 0 0 p4 0 1 1 0 0 1 
p5 1 1 0 0 0 1 p5 1 0 1 0 0 0 
   
p6 1 0 1 0 1 0 p6 0 0 1 1 0 0 

17. Suponha que A é a matriz de comunicações de uma comunidade de n indivíduos.


a. Que tipo de informação é representada pela soma de matrizes B  A  A2  A3  ...
 An1?
b. Como é possível usar a soma de matrizes do item (a) para determinar se a comunidade
contém dois indivíduos que não podem se comunicar nem de forma direta nem de forma
indireta?
18. Seja A uma matriz de comunicações.
a. Usando um argumento semelhante ao usado no texto para justificar a interpretação da
matriz A2, explique por que a matriz A3 fornece o número de modos pelos quais cada
par de indivíduos pode se comunicar por dois intermediários. (Sugestão: Pense em A3
como o produto A2 A e use as interpretações de A e A2.)
b. Suponha que A representa as comunicações de uma comunidade composta por cinco
indivíduos e considere a matriz B dada por

p1 p2 p3 p4 p5
2 0 2 0 0 p1
0 3 0 3 3 p2
 
B = A + A 2 + A3 + A 4 =  2 0 2 0 0 p3
 
0 3 0 3 3 p4
 0 3 0 3 6  p5

Todos os membros da comunidade tomaram conhecimento do conteúdo de uma fita secreta.


Um investigador acredita que pelo menos dois membros da comunidade tinham conheci-
mento direto do conteúdo da fita. Use as informações contidas na matriz B para verificar
se a teoria do investigador está correta.
SUPLEMENTO DE ÁLGEBRA MATRICIAL 61

CRIPTOGRAFIA

Nos Problemas 19 a 22, use a correspondência a seguir entre letras e números.

− A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26

19. Escreva a mensagem “COMPRE NA BAIXA E VENDA NA ALTA” usando o código


numérico.
20. Escreva a mensagem “HOJE FUI AO CINEMA” usando o código numérico.
21. Decodifique a mensagem em código numérico

16 5 14 19 15 0 12 15 7 15 0 5 24 9 19 20 15

22. Decodifique a mensagem em código numérico

13 5 21 0 3 1 18 18 15 0 6 15 9 0 18 15 21 2 1 4 15

23. Escreva a mensagem “VOLTO PARA CASA NA SEXTA” usando o código numérico e,
em seguida, aplique a matriz de codificação a seguir.

 3 −1 5 
A =  2 4 −3 
 
 2 1 1 

24. Escreva a mensagem “O SOL NASCE PARA TODOS” usando o código numérico e, em
seguida, aplique a matriz de codificação do Problema 25.
25. Uma mensagem foi codificada com a matriz de codificação

 7 1 4
A =  −1 0 1 
 
 4 1 6 

Se a mensagem transmitida é

75 15 87 62 9 37 187 33 163 67 21 143 153 35 206 39 6 26 159 33 185

qual é a mensagem original (em letras)?


26. Se um espião que usa a matriz de codificação do Problema 27 recebe a mensagem

155 32 179 111 18 87 104 17 82 83 14 71 61 15 95 16 5 34 190 34 169 81 20 121 125 20 95

qual é a mensagem original (em letras)?


27. Uma mensagem é codificada usando a matriz

1 1 2 
A = 1 −1 1 
 
1 2 2 

Se a mensagem transmitida é

41 35 68 23 22 41 15 15 15 27 23 45 22 21 39 33 3 51 25 19 45 28 35 52
qual é a mensagem original (em letras)?

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