Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Conceito
Por sentença, nos termos da definição legal (art. 162, § 1°), tem-se o ato
terminativo do processo, ou seja, é a decisão que põe fim ao mesmo, com ou sem
julgamento do mérito.
Vista pelo prisma legal, pode-se dizer que a sentença é o ato do órgão
jurisdicional que encerra o procedimento e põe termo à relação jurídica
processual.
Classificação doutrinária
Elementos essenciais
Reitere-se, por fim, que a falta de qualquer desses elementos inquina de vício
o ato decisório. Mesmo nas sentenças terminativas, as que não enfrentam o
mérito, onde não se exige a solenidade das definitivas, a despeito do artigo 459,
CPC, referir-se à forma concisa, em face ao texto constitucional, não é ali
dispensada a fundamentação.
A sentença, antes de mais nada, deve ser clara e precisa, mormente na parte
dispositiva, que é onde o juiz decide o mérito. A exigência de clareza na redação,
estende-se não só à sentença, como de resto a qualquer decisão, sendo que é a
própria lei quem contempla os embargos declaratórios, no intuito de alcançar uma
sentença que contenha obscuridade, que suscite dúvida ou que seja contraditória.
No que pertine à precisão, a sentença deve ser certa, isto é, deve apreciar e
decidir sobre as questões controvertidas trazidas ao processo. A sentença deve
corresponder fielmente ao pedido formulado pelas partes, não podendo dar o que
não foi pedido, nem mais nem menos do que foi pedido (art. 460, CPC). A
sentença extra, ultra ou citra petita será nula. Aqui incide o princípio da
adstrição, consagrado no art. 128, do Código de Processo Civil, que preceitua
dever o juiz decidir a lide nos limites em que foi proposta. Por isso, a sentença
deve ser sempre certa, ainda que decida sobre relação jurídica condicional (art.
460, par. único, CPC). Tampouco, pode o juiz proferir sentença ilíquida, quando
o autor formular pedido certo (art. 459, par. único, CPC). Isto não significa que o
juiz, na sentença, não possa determinar ao autor providências para a apuração da
quantia líquida. Essa providência não a torna incerta ou condicional.
Fatos supervenientes
Correção da sentença
Da Coisa Julgada
A coisa julgada formal não analisa o mérito da causa, apenas põe fim ao
processo nos termos do art. 267 do CPC, o que não impede nova propositura da
demanda, produzindo, portanto, efeitos apenas, no âmbito do processo do qual se
originara, ou seja, tão-somente tornando-se imutável dentro do processo.
O art. 467 do CPC dispõe que se denomina coisa julgada material a eficácia,
que torna imutável e indiscutível a sentença, não mais sujeita a recurso ordinário
ou extraordinário, estando à mesma, portanto, associada ao conceito de sentença
definitiva ou meritória, obstaculizando, inclusive, o ajuizamento de nova ação,
pelo que dispõe o art. 301, inciso VI e § 1º, do CPC, gerando o instrumento que
casualmente haverá de aparelhar a ação de execução a ser eventualmente
proposta.
[...]
Assim, a coisa julgada material, segundo estabelece o próprio art. 467 do CPC,
se constitui uma qualidade da sentença transita em julgado – chamada, pela lei,
de eficácia – que é capaz de outorgar ao ato jurisdicional as características da
imutabilidade e da inalterabilidade.
De fato, constatado que em face à situações diante das quais haverão de ser
considerados em caráter de supremacia outros valores não-jurídicos, tais como
valores morais, sociais, humanos, políticos e etc..., admite-se que em condição de
exceção venha a encontrar-se desconstituída a “coisa julgada”, da forma como
ocorre no caso da ação rescisória, prevista pelos art.s 485 e seg.s, do CPC e no
que se refere a revisão criminal, correspondente daquela contemplado pelo
processo penal, junto aos art.s 621 e seg.s.
Daí, admitir-se tanto com relação à coisa julgada penal quanto no que se refere
a coisa julgada civil, que eventualmente possam encontrar-se desconsideradas
estas para que efetivamente, sejam os julgados ou sentenças correspondentes as
mesmas, substituídos por outras decisões a cargo dos tribunais com relação aos
quais esteja definida a competência para tanto.