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Mossoró

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Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Nota: Este artigo é sobre o município. Para outros significados,
veja Mossoró (desambiguação).

Mossoró

Município do Brasil
Skyline da cidade,
Centro histórico, Praça Vigário Antônio Joaquim (marco zero da cidade), com a estátua
de Dix-Sept Rosado e, ao fundo, a Catedral de Santa Luzia, Igreja de São Vicente e
vista aérea da cidade a noite.

Símbolos

Brasão de armas
Bandeira

Hino

Gentílico mossoroense

Localização

Localização de Mossoró no
Rio Grande do Norte
Mossoró

Localização de Mossoró no Brasil

Wikimedia | © OpenStreetMap

Mapa de Mossoró

Coordenadas 5° 11' 16" S 37° 20' 38" O

País Brasil

Unidade federativa Rio Grande do Norte

Municípios limítrofes Tibau e Grossos (ao norte), Areia Branca (a


nordeste), Serra do Mel (a leste), Assu (a
sudeste), Upanema e Governador Dix-Sept
Rosado (ao sul), Baraúna (a oeste)
e Aracati (CE) (a noroeste)

Distância até a capital 281 km

História
Fundação 15 de março de 1852 (172 anos)

Administração

Prefeito(a) Allyson Bezerra (União Brasil, 2021 – 2024)

Características geográficas

Área total [2] 2 099,333 km²

• Área 74,031 km²


urbana (EMBRAPA/2015)[3]

População 303 792 hab.


total (estimativa IBGE/2021[2])

• Posição RN: 2º

Densidade 144,7 hab./km²

Clima Semiárido (BSh)

Altitude [4] 16 m

Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)

CEP 59600-000 a 59649-999[1]

Indicadores

IDH (PNUD/2010[5]) 0,720 — alto

• Posição RN: 3°

PIB (IBGE/2019[2]) R$ 6 926 042,23 mil

PIB per capita (IBGE/2019[2]) R$ 23 290,37

Sítio www.prefeiturademossoro.com.br (Prefeitura)


www.mossoro.rn.leg.br (Câmara)

Mossoró(ver ortografia) é um município brasileiro no interior do estado do Rio Grande


do Norte, capital do Semiárido brasileiro[6]. Ocupa uma área de
aproximadamente 2 100 km², sendo o maior município do estado em área,
estando distante 281 quilômetros da capital estadual, Natal. Com mais de 300
mil habitantes, é o segundo mais populoso do Rio Grande do Norte, depois da
capital, o mais populoso do interior do estado e o 95º do Brasil.
Localizado entre duas capitais, Natal e Fortaleza, ambas ligadas pela BR-304,
que passa pelo município, Mossoró é uma das principais cidades do interior
nordestino e vive um intenso crescimento econômico e de
infraestrutura,[7] sendo uma das cidades brasileiras de médio porte mais
atraentes para investimentos no país.[8] O município é um dos maiores
produtores nacionais de petróleo em terra e sua economia tem como destaque
a fruticultura irrigada, voltada em grande parte para a exportação.
Separado de Assu em 1852, o município possui sua história marcada por fatos
notórios, dentre os quais a abolição da escravidão (1883), cinco anos antes
da Lei Áurea, o primeiro voto feminino e a resistência histórica ao bando
de Lampião (1927). Reduto cultural do Rio Grande do Norte, Mossoró se
destaca também pelo turismo de negócios. As festividades realizadas na
cidade anualmente atraem uma enorme quantidade de turistas, como
o Mossoró Cidade Junina, um dos maiores arraiás do Brasil, e o Auto da
Liberdade, o maior espetáculo brasileiro em palco ao ar livre.[9]
Toponímia
Não se sabe ao certo a origem do topônimo "Mossoró", mas existem várias
versões contadas a respeito desse assunto. Conta-se que o nome provém de
"Monxoró", nome atribuído aos primeiros indígenas que habitavam a região.
Outros dizem que o nome vem de "Mororó", árvore resistente e flexível.[10]
De acordo com as atuais regras de ortografia da língua portuguesa, a grafia
correta é Moçoró, pois prescreve-se o uso da letra "ç" para palavras de
origem tupi. O nome vem do tupi e quer dizer erosão, corte, ruptura. Ao longo
dos anos, a grafia foi alterada para mo-so-'roka, mossoró e finalmente
para moçoró. Do mesmo vocábulo vem moçoroense, que é o natural do
município.[11][12]
História
Origens e emancipação
Por volta de 1600, por meio de cartas e documentos que faziam referência às
salinas existentes na região, acredita-se que, pela primeira vez, o território que
hoje corresponde ao município de Mossoró teria sido povoado. De acordo
com Luís da Câmara Cascudo, historiador potiguar experiente e notório, os
holandeses Gedeon Morris de Jonge e Elbert Smiente extraíam o sal existente
na região até meados de 1644.[13]
Fernando Martins Mascarenhas, que era governador de Pernambuco,
concedeu, em 1701, terras em Paneminha ao Convento do Carmo de Recife,
com sesmarias de entrada em volta, que ainda hoje pertencem ao município de
Mossoró. Do mesmo modo, foram sendo concedidas mais terras
a brasileiros e portugueses.[13] Durante o século XVIII, às margens de um rio,
várias fazendas instaladas por proprietários vindos de outras regiões. A
população desses lugares era restrita somente aos vaqueiros, criadores e
procuradores da fazenda, uma vez que seus donatários moravam geralmente
fora de suas propriedades, como em Natal ou em outras províncias vizinhas,
como a Paraíba e o Ceará. Acredita-se que as primeiras pessoas a se
instalarem de forma definitiva em suas propriedades foram
as famílias Gamboa, Guilherme e Ausentes, que habitavam locais situados às
margens do Rio Mossoró, e foram se espalhando para outros lugares até
chegarem a Apodi.[14]
Ainda no século XVIII, mudou-se para o mesmo lugar o sargento-mor
português Antônio de Souza Machado e sua família, em meados de 1760, com
anseio de povoar aquele lugar. Ele foi proprietário da fazenda Santa Luzia e
mandou construir uma capela de Santa Luzia, um dos marcos fundamentais ao
surgimento de Mossoró. A capela foi fundada oficialmente no dia 5 de agosto
de 1772.[13][14]
Em 1842, o pequeno povoado tornou-se uma freguesia, cuja população se
restringia a um quadro em frente à capela de Santa Luzia.[14] Em 15 de
março de 1852, a lei n° 246 concedeu autonomia ao povoado de Mossoró, que
foi elevado à categoria de vila, desmembrando-se de Assu (na época
"Princesa") e tornando-se um novo município do Rio Grande do Norte. Dez
anos depois, a capela de Santa Luzia foi reconstruída e tornou-se uma matriz.
Mais tarde, em 9 de novembro de 1870, a vila de Mossoró foi elevada à
categoria de cidade.[13]
A capela de Santa Luzia foi demolida e reconstruída para se tornar uma igreja
matriz, em 1862. Ela foi reconstruída novamente entre os anos de 1878 e 1880.
Tempos depois, o povoado de Mossoró foi experimentando um crescimento,
quando a viúva do sargento-mor Antônio de Souza Machado doou terras para o
povoamento do município.[14]
Motim das mulheres e abolição da escravatura
Ver artigo principal: Motim das Mulheres
Denomina-se "motim das mulheres" o movimento liderado por Anna
Floriano,[15][16] cujo principal palco foi a sede do jornal O Mossoroense, que
ocorreu em 30 de agosto de 1875, quando cerca de trezentas mulheres saíram
pelas ruas da cidade em passeata com o objetivo de protestar contra
a obrigatoriedade do alistamento militar.[16] As mulheres fizeram de refém o
escrivão de paz e em praça pública rasgaram o livro e os papéis que
recrutavam os homens mossoroenses para lutar na Guerra do
Paraguai.[17] Revoltadas, mulheres nordestinas invadiram repartições públicas e
delegacias, armadas com pedras e pedaços de pau, para rasgar documentos
que convocavam seus maridos para o Exército ou para a
Marinha.[17] Atualmente, o Motim das Mulheres é apresentado em um
espetáculo encenado no Auto da Liberdade.[18]
A abolição da escravatura ocorreu em 30 de setembro de 1883, cinco anos
antes da lei Áurea. A luta para a libertação dos escravos do intenso trabalho e
dos castigos físicos começou muito tempo antes. Mossoró foi, em geral, o
primeiro município potiguar a abolir a escravidão. O estado do Rio Grande do
Norte não chegou a ser uma unidade da federação dependente da mão de
obra escrava para que pudesse ocorrer o desenvolvimento.[17]
Em 1º de setembro de 1848, um deputado geral do Rio Grande do Norte fez
um discurso geral durante uma assembleia. Em suas palavras, ele destacou e
afirmou:[17]
Casarão Lili Duarte, que funcionou como sede
do governo estadual em 2011, por três dias, em comemoração aos 128 anos
da abolição da escravidão em Mossoró
Concorda em que o trabalho do escravo não é necessário. No Rio Grande do
“ Norte há poucos escravos, e quase toda a agricultura é feita por braços livres.
Conhece muitos senhores de engenho que não têm quatro ou cinco escravos,
entretanto que têm 20, 25 e 40 trabalhadores livres, e se não os têm em maior
número, é pelo pequeno salário que lhes pagão. Disto se convenceu o orador
quando ali foi presidente, porque em consequência de elevar o salário a 400 reis
por dia, nunca lhe faltarão operários livres para trabalharem na estrada que teve
de fazer. ”
Em 1862, a população total de Mossoró era de 2 493 pessoas, entre os quais
153 eram escravos.[17] Um dos pontos que teria justificado o movimento de
abolição do movimento escravista teria sido a grande seca devastadora
ocorrida no Brasil de 1877 e 1878, onde milhares de pessoas sofreram,
inclusive os donos e proprietários dos escravos. A partir daí, esses donatários
começaram a mandar seus escravos para serem vendidos, em municípios
litorâneos. Além disso, o comércio escravista também estava sendo
estabelecido em Mossoró. Ao todo, várias casas de comércio foram lugares
destinados à comercialização dos escravos, como, por exemplo, a Mossoró &
Cia, pertencente ao Barão de Ibiapaba. Esses escravos, ao serem vendidos,
eram mandados para Fortaleza, capital do Ceará, e depois enviados para
províncias do sul. A ideia de

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