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8º ANO - GEOGRAFIA

2º BIMESTRE

HABILIDADE: (EF08GE09) - analisar os padrões econômicos mundiais de produção, distribuição e intercâmbio dos
produtos agrícolas e industrializados, tendo como referência os estados unidos da américa e os países denominados de
brics (brasil, rússia, índia, china e áfricado sul).
OBEJTO DE CONHECIMENTO: o papel do brasil no cenário de exportação mundial de produtos agrícolas.

AGRICULTURA BRASILEIRA.

A agricultura brasileira é o segmento econômico que apresentou os melhores índices de crescimento nos últimos
anos.
A agricultura brasileira é uma das principais atividades econômicas desenvolvidas no país. A sua evolução ocorreu
por meio de diferentes ciclos produtivos, desde a cana-de-açúcar até o café e o algodão, sendo praticada com o auxílio
das técnicas tradicionais. O avanço da Revolução Verde promoveu uma transformação produtiva no Brasil a partir da
segunda metade do século XX, quando se deu a modernização da agricultura brasileira. Durante esse processo, novas
modalidades de agricultura ganharam espaço e a fronteira agrícola se expandiu para áreas como o Centro-Oeste e o
Nordeste, no Matopiba, duas importantes regiões produtivas atualmente. O Brasil se consolidou como um dos maiores
produtores e exportadores agrícolas do mundo. A soja se destaca como principal lavoura da agricultura brasileira,
além de ser o carro-chefe das exportações desse setor. Além da soja, o Brasil é um grande produtor de milho em grão,
café, cana-de-açúcar e algodão.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA AGRICULTURA BRASILEIRA

A agricultura é uma das principais atividades econômicas do Brasil, e representa uma parcela de 24,8% do Produto
Interno Bruto (PIB) do país, de acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
A cesta de produtos da agricultura brasileira é bastante diversificada, e é destinada tanto ao consumo interno
quanto ao mercado externo. Muitos produtos agrícolas brasileiros figuram entre os principais itens de exportação do
país, como é o caso da soja, do milho, do café e de derivados da cana-de-açúcar. Quando comercializados na sua
forma in natura, sem passarem por processos de beneficiamento, esses produtos são chamados de
commodities agrícolas. Existe uma diferença importante com relação à produção das commodities agrícolas e dos
demais itens consumidos no mercado interno, como alimentos. As commodities agrícolas do Brasil são
monoculturas produzidas em grandes propriedades de terra, chamadas de latifúndios, enquanto grande parte dos
alimentos é cultivada em pequenas e médias propriedades. Tal fato evidencia outra característica da agricultura
brasileira, a sua estrutura fundiária marcada pela concentração de terras. A agricultura do Brasil se desenvolve
sobre um espaço agrícola desigual, caracterizado pela má distribuição de terra. Grandes áreas estão concentradas
sob um pequeno grupo de produtores, geralmente empresários do setor do agronegócio, enquanto um número
expressivo de pequenos e médios agricultores detém a menor parcela das terras agrícolas do país. Essa configuração
provoca sérios conflitos no campo, e desencadeia uma luta intensa pela redistribuição de terras no país.

Há uma diferenciação regional na agricultura brasileira, o que se deve tanto aos aspectos do clima e do solo, em
cada uma das grandes regiões, quanto à maneira como se deram a evolução da fronteira agrícola e a garantia de
incentivos governamentais durante períodos de avanço da frente produtiva. Em linhas gerais, a agricultura brasileira
se estabelece entre as cinco grandes regiões da seguinte maneira:

• Região Norte: tem vivenciado a expansão mais recente da fronteira agrícola brasileira, com cada vez mais áreas
plantadas com commodities agrícolas como a soja. É uma grande produtora de mandioca, milho, açaí, cacau, banana
e fibras.
• Região Nordeste: possui áreas inseridas na região agrícola do Matopiba (formada pelos estados do Maranhão,
Tocantins, Piauí e Bahia), onde se produz soja, milho e algodão. Destaca-se também na produção de cana-de-açúcar,
cacau e frutas (banana, manga, maracujá, laranja, melancia, abacaxi, uva).
• Região Centro-Oeste: é a principal região do agronegócio brasileiro. Destaca-se pela produção de commodities
agrícolas, principalmente soja e milho, desenvolvendo também outros cultivos, como algodão, arroz e cana-de-açúcar.
• Região Sul: importante produtora de soja, arroz, milho e fumo. Concentra mais de 90% da produção de trigo do
Brasil, pois esse cultivo se desenvolve melhor em áreas de clima ameno e de clima frio.
• Região Sudeste: é a principal região produtora de café do país. Destaca-se também pelos cultivos de cana-de-açúcar,
soja, tomate, laranja e milho.

TIPOS DE AGRICULTURA NO BRASIL

• Agricultura moderna: praticada mediante o uso intensivo de maquinários e tecnologia moderna em todas as etapas
do processo produtivo, desde a seleção de sementes até a colheita. Surgiu com a Revolução Verde (conjunto de
inovações tecnológicas no campo da agricultura), e, no Brasil, ganhou espaço no meio rural a partir das décadas de
1970 e 1980. É o tipo de agricultura associado ao agronegócio e aos monocultivos, praticados em grandes extensões
de terra, com objetivo comercial. A agricultura moderna se faz presente nas lavouras de commodities agrícolas
principalmente.
• Agricultura tradicional: praticada sem o uso intensivo de tecnologias modernas ou maquinários, utilizando métodos
tradicionais de plantio e colheita. Essa é a modalidade mais antiga de agricultura, praticada em pequenas propriedades,
com grande diversidade de cultivos. É voltada para a subsistência, mas pode haver a comercialização no circuito
inferior da economia, como individualmente, em feiras e hortifrútis. No Brasil, esse tipo de agricultura é comum na
produção de hortaliças e alimentos.
• Agricultura familiar: é a principal modalidade de agricultura praticada no Brasil. Caracterizada pelo emprego de
mão de obra de pessoas de uma mesma família, além da gestão da propriedade ser feita por esse núcleo familiar.
Segundo o IBGE, 73% do pessoal ocupado no campo brasileiro têm algum laço de parentesco com o proprietário de
terras e produtor rural. É praticada em pequenas propriedades, com grande diversidade de cultivos. Abastece o
mercado interno com os alimentos mais consumidos pelo brasileiro, como feijão, arroz, mandioca, café, hortaliças e
outros. Fornece também matérias-primas para a indústria.
• Agricultura empresarial ou patronal: tem a sua produção voltada para a comercialização de produtos, em especial
para o mercado externo. A mão de obra empregada não possui relação com o proprietário de terras, e a produção faz
uso intensivo de capitais e de técnicas modernas da agricultura. É comum nas áreas de fronteira agrícola e nas
propriedades produtoras de commodities.
• Agricultura orgânica: modalidade que tem apresentado crescimento expressivo no Brasil nos últimos anos.
Atualmente existem mais de 17 mil propriedades certificadas que se enquadram na agricultura orgânica. É
caracterizada pelo manejo sustentável do solo e pela não utilização de fertilizantes sintéticos, agrotóxicos e outros
insumos que possam trazer prejuízos ao meio ambiente e ao organismo humano. Baseia-se na produção de alimentos,
e é muito encontrada em propriedades de agricultura familiar.

PRINCIPAIS PRODUTOS DA AGRICULTURA BRASILEIRA

Levando em consideração os dados mais recentes do IBGE e o último Censo Agropecuário, de 2017, listamos a seguir
os cinco principais produtos da agricultura brasileira.

• Soja: é o principal produto da agricultura brasileira atualmente, e corresponde a mais de 40% da produção agrícola
nacional. Em 2021, o valor produzido foi de 341,7 bilhões de reais, oriundos de mais de 236 mil estabelecimentos. A
soja é a commodity agrícola que lidera as exportações do setor agropecuário, sendo a China o maior comprador. A
área plantada com soja no país se expandiu com a modernização da agricultura brasileira, tendo hoje como principais
produtores os estados de Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Paraná.

• Milho: o milho em grão é uma importante commodity agrícola brasileira, cujo valor da produção chegou a 116,3
milhões de reais. É produzido em 1,6 milhão de estabelecimentos rurais no Brasil, e tem como principais estados
produtores Mato Grosso, Paraná e Goiás.
• Cana-de-açúcar: representa a terceira maior produção em termos de valor, tendo gerado 75 bilhões de reais em 2021.
É produzida em mais de 171 mil estabelecimentos rurais no campo brasileiro, destacando-se os cultivos dos estados
de São Paulo, Goiás e Minas Gerais.

• Café: importante produto agrícola desde o século XIX e consumido tanto no mercado interno quanto no externo. O
café brasileiro teve uma produção de quase 35 bilhões de reais, sendo desenvolvida em mais de 200 mil
estabelecimentos, quando se considera os mais diversos tipos de grão de café. Os maiores produtores são os estados
de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo. Atualmente o Brasil é o maior exportador de café do mundo.

• Algodão: é uma commodity brasileira que, embora presente desde muito cedo na economia agrícola do país, expandiu
sua área produtiva a partir das décadas de 1970 e 1980. Atualmente o valor da produção é de 26,5 bilhões de reais, e
tem como principais estados produtores Mato Grosso, Bahia e Mato Grosso do Sul.

IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA NO BRASIL

A agricultura é uma atividade econômica de extrema importância para a economia brasileira. Além de ter sido a base
da formação de uma estrutura econômica do país, o setor agrícola é o segmento que apresenta melhores taxas
de crescimento, e, em muitos períodos de crise econômica, foi justamente a agricultura que auxiliou na manutenção
de índices positivos para o Brasil, tanto na balança comercial quanto no PIB. É a agricultura que produz os alimentos
que consumimos no nosso dia a dia e fornece matéria-prima para a indústria. Pensando no contexto do Brasil,
os pequenos agricultores, assentados da reforma agrária e agricultores familiares são os principais responsáveis pelo
abastecimento doméstico e pelos alimentos que chegam à maior parte das residências brasileiras. Estima-se que 70%
dos produtos agrícolas absorvidos pelo mercado interno, tanto alimentos quanto matérias-primas, sejam oriundos de
produtores familiares. A agricultura é fundamental para a subsistência de parte da população que vive no campo,
que planta para o sustento próprio e familiar. Ademais, o setor é responsável pelo emprego direto de 20 milhões de
pessoas, aproximadamente, sem contar com a mão de obra de todo o circuito espacial produtivo que gira em torno
das produções agrícolas.

CONSEQUÊNCIAS DA AGRICULTURA NO BRASIL

A agricultura é fundamental para o abastecimento do mercado interno, para a geração de empregos e, em maior escala,
para as relações internacionais do Brasil. O país é um dos maiores fornecedores mundiais de commodities como a
soja, e esse fato tem gerado um debate acerca da dependência da economia brasileira para com o setor primário. Uma
consequência da agricultura brasileira é, com isso, a reprimarização da economia, o processo de concentração de
investimentos nas atividades primárias em detrimento da indústria. O avanço tecnológico na agricultura aliado ao
aumento da demanda por commodities agrícolas têm provocado a intensificação do uso solo, o que, pelo manejo
inadequado, pode levar ao esgotamento de seus nutrientes. Além disso, o emprego de agrotóxicos e outros defensivos
agrícolas na produção leva à poluição hídrica, do ar e do solo. Outro aspecto negativo no contexto da modernização
técnica é o fato de que, ao mesmo tempo em que foi benéfica para o aumento da produtividade das lavouras, a
mecanização do campo resultou na perda de postos de trabalho no campo. A abertura de novas áreas agrícolas
nas regiões de domínio dos biomas Amazônia e Cerrado que, em muitos casos, conta com o auxílio de técnicas como
as queimadas, tem causado sérios problemas ambientais, como o desmatamento e a poluição. Em maior escala, há
o desequilíbrio ambiental desses ecossistemas e a perda de biodiversidade.

HISTÓRIA DA AGRICULTURA NO BRASIL

A atividade de plantio e de colheita era praticada pelas populações nativas do Brasil muito antes da chegada dos
colonizadores portugueses. Com a implementação de uma colônia de exploração, uma das atividades econômicas
desenvolvidas passou a ser o cultivo da cana-de-açúcar, feito em grandes propriedades de terra (latifúndios) e com a
utilização de mão de obra escravizada. Em menor escala, desenvolvia-se também a cotonicultura — o cultivo de
algodão — e lavouras de subsistência. Com a interiorização da ocupação do território brasileiro, novas áreas
agropastoris surgiram. A maioria delas tinha como objetivo, também, a subsistência. A economia aurífera que se
instalou na região Sudeste e na região Centro-Oeste, a partir do século XVIII, suscitou o surgimento de núcleos
urbanos, os quais dependiam diretamente da atividade no meio rural para o fornecimento de alimentos. Estabelecia-
se, assim, uma relação de dependência do campo para com a cidade em termos de demanda. Durante os séculos XVIII
e XIX, foi a vez do algodão e do café tomarem a frente da economia brasileira. Até aqui, cabe frisar que a
modalidade de agricultura que se desenvolvia era a tradicional. Os produtos eram destinados ao mercado interno
e também ao exterior, mas em menor escala. Projetos de ocupação e povoamento do interior do Brasil, elaborados
pelo governo brasileiro durante a década de 1930, levaram à consolidação de novas regiões agrícolas no território
nacional, especialmente na região Centro-Oeste. No entanto, foi a partir de meados do século XX que a agricultura
brasileira se transformou e adquiriu os principais aspectos que observamos atualmente. As décadas de 1960 e 1970,
para a atividade agrícola, foram marcadas pelos incentivos ofertados aos produtores rurais de regiões como o Sul do
Brasil para se instalarem em terras no interior do país, observando-se assim o princípio da alteração da fronteira
agrícola nacional. Ao mesmo tempo, as tecnologias da Revolução Verde, como a mecanização, técnicas de correção
do pH do solo e a seleção de sementes, proporcionaram o avanço de novos cultivares para áreas onde o seu
desenvolvimento era difícil, consolidando, assim, o estabelecimento de novas regiões produtivas. A modernização
do campo brasileiro e o avanço da fronteira agrícola para o Nordeste, na região do Matopiba, e para o Centro-Oeste,
se deram em conjunto com a implementação do modelo produtivo do agronegócio, hoje principal atividade
econômica brasileira. Em função dessas transformações e do aumento da demanda internacional por alimentos e
matérias-primas, a agricultura brasileira se internacionalizou entre as décadas de 1980 e 1990, e o país se
consolidou como um dos principais fornecedores de commodities agrícolas do mundo.

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