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Curso de Especialização

Direito da vida Religiosa

Módulo II

Prof. Pe. Paulo Profilo, sdb


Linhas Orientativas para a gestão
dos bens nos Institutos de Vida
Consagrada

Prof. Pe. Paulo Profilo, sdb


Características e Princípios do Documento

Carta Circular
Linhas Orientativas e Princípios

Contexto de um Simpósio que aconteceu em


2014

“A gestão dos bens eclesiásticos dos


Institutos de Vida Consagrada e das
Sociedades de Vida Apostólica a serviço do
humanum e da missão da Igreja

Indicar os elementos
Antes de indicar uma Instrução fundamentais sobre a gestão e
Objetivo
sobre a matéria oferecer sugestões para a
reorganização das Obras
Características e Princípios do Documento

Pessoas jurídicas Ligados à finalidade


Bens dos Institutos Bens eclesiásticos
públicas dos Bens Eclesiásticos

Fazer memória das escolhas


inovativas e proféticas dos Dimensão econômica está
Urge, ainda hoje, o testemunho
consagrados ao longo dos intimamente ligada a pessoa
profético dos consagrados
tempos no campo da e a missão
Economia

gratuidade
partilha
A atenção a dimensão evangélica Fundamentos
da economia não deve ser de uma
princípios fraternidade
negligenciada pelos economia
administradores evangélica
comunhão
justiça
Características e Princípios do Documento

Que não exclui a


Está ligado Na lógica do dom
justiça

Carisma
Fundacional

Como consagrados damos a nossa


contribuição ao desenvolvimento
econômico, social e político
Gestão dos Bens

Linhas orientativas Ajuda para que os Institutos respondam com


e princípios audácia e profecia os desafios do nosso tempo
Carisma, missão, obras e projetualidade

Fidelidade ao Releitura da missão


carisma fundacional Riscos
em função do carisma

Gerir obras que não estão mais alinhadas com a expressão atual da missão e
imóveis que não estão mais de acordo com as obras que exprimam o carisma

Definir quais obras continuar e quais eliminar ou modificar e sobre quais


fronteiras iniciar percursos de desenvolvimento e testemunho da missão
Linhas orientativas
e princípios
Criar procedimentos que permitam um bom planejamento dos recursos,
prevendo orçamentos e balanços preventivos. Procedimentos necessários para
abertura de novas obras

Elaborar planos plurianuais para prevenção de riscos


Carisma, missão, obras e projetualidade

Utilizar orçamentos não somente nas obras mas também nas comunidades,
como instrumento de

Criar procedimentos que permitam um bom planejamento dos recursos,


prevendo orçamentos e balanços preventivos. Procedimentos necessários para
abertura de novas obras

Linhas orientativas Elaborar planos plurianuais e projeção para prevenir problemas ou afrontá-los
e princípios enquanto ainda são geríveis

Utilizar balanços não só para as obras mas também para as comunidades como
instrumento de formação à dimensão econômica e de verificação do real grau de
pobreza pessoal e comunitária

Uso de apropriados sistemas de controle para as obras em prejuízo para evitar


resolver cobrir as perdas sem resolver os problemas de gestão
Carisma, missão, obras e projetualidade

Dar atenção à sustentabilidade (espiritual, relacional e econômica) das obras e


se nos for assegurada, rever a obra

Linhas orientativas
e princípios

Construir, se necessário, novas estruturas, que sejam ágeis e fácil de gestir,


menos onerosas no tempo e nos momentos de dificuldade vocacional.
Transparência e vigilância: garantia de correção

O testemunho evangélico exige que as obras sejam gerenciadas com plena


transparência, no respeito às leis canônicas e civis, à serviço das tantas formas
de pobreza

Linhas orientativas
A transparência é fundamental para a eficiência e eficácia da missão
e princípios

Vigilância e controle: não é limitação da autonomia e nem falta de confiança,


mas expressão de um serviço à comunhão e à transparência
Transparência e vigilância: garantia de correção

Elaborem sistemas de controles internos apropriados às dimensões das obras

Assegurem que a missão se realize no respeito dos princípios evangélicos e ao


mesmo tempo com objetivos de economicidade

Superiores maiores Tenham um quadro claro de como são gestidas todas as obras ao interno de
e seus conselhos cada província

Aprovem os planos de investimento e orçamentos ao início do ano

Exijam uma adequada documentação e registo das diversas operações


Transparência e vigilância: garantia de correção

Apresentem uma prestação de conta periódica aos Superiores Maiores e seus


Conselhos sobre o andamento administrativo, da gestão e das finanças do
Instituto ou da Província ou de cada obra

Documentem as transações e os contratos em conformidade aos requisitos


Os Ecônomos
legais da legislação civil

Utilizem modernos sistemas de arquivamento e conservação informática dos


dados
Prestação de contas e balanços

façam-se os balanços segundo esquemas internacionais uniformes, seguindo


regras contábeis e modelos de prestação de contas e critérios de avaliação
comuns a níveis nacionais e internacionais

Linhas Operativas Introduzir nas obras certificações de auditorias

Pedir o suporte a especialistas qualificados e alinhados com os critérios da Igreja


Gestão dos bens e patrimônio estável

Conceito de Conjunto de bens imóveis e moveis, dos direitos e das obrigações ativas e
Patrimônio passivas da pessoa jurídica

Conceito de
Bens legitimamente assinalados à pessoa jurídica como dote permanente
Patrimônio Estável
Gestão dos bens e patrimônio estável

Cada Instituto disponha um elenco dos bens que constituem o patrimônio


estável

Linhas Operativas

Quem de direito no Instituto estabeleça a legitima assinalação. A


Obrigatoriedade de introduzir o conceito de patrimônio estável nas
Constituições ou em outro texto de direito próprio.
Colaboração com a Igreja local, com outros Institutos e com os consultores

O diálogo com o Ordinário do lugar é importante no caso no qual os Institutos


tenham intenções de fechar casa ou obras ou de alienar imóveis.
Relações com o Ordinário do
lugar e a Igreja local
Antes de tomar decisões relativas a um território, é interessante que os
Superiores Maiores partilhem as próprias intenções com outros Institutos
presentes no território para evitar deixar uma cidade ou uma diocese
desprovida de presença religiosa.

Princípio: a responsabilidade em âmbito administrativo, econômico, de gestão e


Relações com colaboradores financeiro é sempre do Instituto e não pode ser deixada aos leigos ou a
e consultores membros de outros Institutos. Os consultores podem ser de ajuda mas não
podem substituir os responsáveis do Instituto.
Colaboração com a Igreja local, com outros Institutos e com os consultores

Necessário valer-se de colaboradores leigos nas áreas as quais o Instituto não é


dotado capacidade específica e técnica entre os membros

Relações com
As relações com os profissionais sejam reguladas por contratos claros e com
colaboradores e
prazos, relativos aos serviços que são fornecidos
consultores

Podem ser de grande ajuda comissões de estudo que incluam membros de


outros Institutos ou leigos, com um regulamento formal que indiquem os
escopos e a duração do serviço
Formação

Os superiores Maiores entendam que nem todas as técnicas de gestão


correspondem aos princípios evangélicos e são de acordo com a Doutrina Social
da Igreja

A formação inicial preveja itinerários de educação para a dimensão econômica e


de gestão e de responsabilidade no viver o voto de pobreza no atual contexto
socioeconômico

Princípios e diretrizes
A formação dos ecônomos sensibilize aos princípios evangélicos que movem a
ação econômica e forneça a eles competência técnica para poder desenvolver o
serviço do economato na linha da gestão

Todos os membros dos Institutos sejam conhecedores da importância de


habituar-se a trabalhar com orçamentos entendendo que refeltem os valores e
o espírito do Instituto e assumam como via prática de formação à dimensão
econômica das missões e das obras
Formação

Os ecônomos sejam ajudados e acompanhados a viver o próprio ofício como


serviço e não como domínio e sejam generosos e preventivos no garantir a
disponibilidade dos bens para o apostolado e a missão

Princípios e diretrizes

Os leigos que colaboram com o Instituto compreendam que trabalham em um


Instituto dotado de um carisma próprio e que, no espírito de pobreza, o uso dos
bens tem como finalidade o desenvolvimento da missão
Economia a serviço do carisma e da
missão

Orientações

Prof. Pe. Paulo Profilo, sdb


Características e Princípios do Documento

Em conformidade com o magistério do Papa


Francisco

Contexto de um Simpósio que aconteceu em


Orientações
2016

Continuidade e explicação do texto anterior


Características e Princípios do Documento

Continuar um caminho de reflexão

Explicitar alguns aspectos da normativa canônica sobre os bens


temporais tendo como referência a práxis do Dicastério

Objetivos
Sugerir alguns instrumentos de planificação e programação inerentes
à gestão das obras

Solicitar aos Superiores e membros que repensem a economia na


fidelidade ao carisma
Orientações práticas

Composto de bens imóveis e móveis, garante a subsistência do


Patrimônio Estável Instituto, das Províncias e das casas legitimamente eretas e dos seus
membros e assegura a realização da sua missão

Bem imóveis, por exemplo os lugares e que se desenvolvem as


atividades, habitação das comunidades, bens relevantes do ponto de
vista histórico ou que fazem parte da raíz histórica do Instituto. Seja
proporcional à capacidade de gestão do Instituto, da Pronvíncia ou
Podem ser legitimamente da cada religiosa.
assinalados ao patrimônio
estável

Bens imóveis que servem para subsistência do Instituo, da Província


ou da casa religiosa
Orientações práticas

Bens imóveis e móveis que constituem os bens culturais e memória


histórica, como objetos de arte e preciosidades. Podem representar
um empenho econômico para cuidar e manutenção

Podem ser legitimamente


assinalados ao patrimônio
estável

Fundo de tutela e segurança


Orientações práticas

Os bens são regidos pelas disposições do Livro V do CIC e dos cânn.


634 a 640 para os Institutos Religiosos, cân. 718 para os Institutos
Seculares e cân. 741 para as Sociedades de Vida Apostólica

O governo da Economia

Os Institutos estabeleçam normas acerca do uso e administração os


bens
Orientações práticas

Romano Pontífice Supremo Administrador e exercita poder de jurisdição


Orientações práticas

Absolve todas as tarefas que se esperam da Santa Sé relacionadas a


vida e atividade dos Institutos e Sociedades de Vida Apostólica

Dicastério para os Institutos de


Vida Consagrada e as Sociedades
de Vida Apostólica

Concede as licenças nos casos previstos, no entanto, não assume as


eventuais responsabilidades econômicas
Orientações práticas

Estabelecer linhas fundamentais em matéria econômica e


administrativa e elaborar um plano carismático do Instituo que
ofereça indicações em tal âmbito

Dispor e aprovar um diretório econômico em conformidade ao


Capítulo Geral
carisma do Instituto, sua missão e à pobreza.

Estabeleça soma máxima para os atos de extraordinária


administração de cada Província e os procedimentos para pôr em
ato
Orientações práticas

O superior disponha do seu Conselho, em conformidade ao direito


Superior e Conselho universal e próprio no âmbito dos atos de extraordinária
administração
Orientações práticas

Redija um plano para a província

Capítulo provincial e Superior Superior com o consenso do seu Conselho submeta os atos que
Provincial necessitam de aprovação do Superior Geral com seu Conselho

Comunique tempestivamente ao Superior Geral o surgimento de


problemas críticos
Orientações práticas

O direito próprio preveja, a norma do cân. 1280, para o Instituto e


para a Província, um Conselho, a fim de que o Superior, obtenha,
Conselho para os Assuntos
para os atos de extraordinária administração, o parecer deste
Econômicos
Conselho para Assuntos econômicos além do consenso do seu
Conselho
Orientações práticas

O Superior competente com o seu Conselho pode adotar,


Regulamento Administrativo se oportuno, um regulamento administrativo para a
gestão das obras
Orientações práticas

Possibilidade de instituir comissões ou grupos de


Comissão trabalho sobre questões específicas de natureza
jurídico-econômica.
Orientações práticas

Compete ao direito próprio optar por eleição ou nomeação para o


ofício. Seja previsto um tempo limite para o mandato. Estabelecer se
Ecônomo
o ecônomo é também conselheiro. O Direito próprio preveja
também a obrigação da prestação de contas por parte do ecônomo.
Orientações práticas

Necessário um representante legal no âmbito canônico e civil. Age


sempre e somente nos limites do mandato. Pode colocar atos de
Representante Legal
ordinária administração. Para os atos de extraordinária
administração precisa de autorização do Superior Competente.
Orientações práticas

Na escolha privilegiem pessoas que conheçam a peculiaridade dos


Colaboração de
Institutos e especialistas no específico âmbito de intervenção. A
profissionais externos
relação seja baseada em contratos claros e com fim previsto.
Orientações práticas

Estabeleça formas de controle interno para que o Superior e seu


Controle interno Conselho possam vigiar as atividades do ecônomo e dos
profissionais encarregados
Orientações práticas

Particular atenção ao atribuir delegações para a gestão. Sejam


determinadas no conteúdo e nos limites, modalidades e exercício.
delegações
Evitem-se procurações genéricas conferindo poderes ilimitados para
agir em nome e por conta do Instituto.
Orientações práticas

O direito próprio estabeleça as modalidades para contrair


Recurso a créditos
validamente mútuos, débitos, hipotecas ou penhoras.

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