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BACHAREL EM TEOLOGIA LIVRE

TERAPIA DE ACONSELHAMENTO

PASTORAL

Profº Alexandre Freitas

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O ministério de uma igreja local de confissão cristã procura glorificar a Deus e
exaltá-lo em cada momento de sua trajetória eclesiástica, o que inclui a ministração da
Palavra de Deus, as celebrações com os cânticos de gratidão e dedicação, o zelo na
administração dos bens que o Senhor confiou aos fiéis e o compromisso com o
desenvolvimento saudável daqueles que buscam se tornar melhores discípulos de Jesus
Cristo.

Para que esta igreja local possa firmar-se ao longo de sua caminhada de fé, ela se
coloca como instrumento da graça divina, desenvolvendo a sua sensibilidade com
relação às necessidades daqueles que constituem a comunidade de fé mas também
procura perceber as carências daqueles que estão ao redor e prontos a serem
influenciados pelo seu ministério, tanto de orientação quanto de consolação,das muitas
oportunidades que a igreja local tem para servir aos fiéis, como também aqueles que ela
deseja alcançar com a mensagem da graça transformadora de Jesus Cristo, o ministério
de Aconselhamento Pastoral apresenta-se como um instrumento valioso no
fortalecimento dos fiéis no Senhor.

O Aconselhamento Pastoral prioriza o conhecimento e a prática da Palavra de


Deus, levando os ensinamentos – adequadamente interpretados pelos conselheiros
pastorais – àqueles que necessitam do suporte da igreja local, mesmo que a igreja – que
são os seus membros – precise se deslocar para além das suas dependências físicas,
chegando a escolas e universidades, postos de saúde e hospitais, como também a
empresas e corporações militares,quando a igreja local prepara se para ministrar a partir
do Aconselhamento Pastoral, ela precisa entender que pode fazê-lo em suas
dependências, mas pode fazê-lo também em outros espaços que oferecem condições
adequadas para a realização de tais atividades, no entanto como analisaremos no
desenvolvimento do estudo, o Aconselhamento Pastoral exige um preparo diferenciado
por parte daquele que se dispõe a auxiliar aqueles que buscam nesta área ministerial o
suporte para as suas dificuldades, tanto em nível pessoal quanto conjugal e familiar.

Quando mencionamos um preparo diferencial, não pensamos num preparo melhor


ou pior do que outros que são oferecidos no contexto da igreja. Por diferente, queremos
considerar abordagens específicas por parte dos conselheiros pastorais, que se colocam
ao lado daqueles que estão sofrendo e precisam do apoio incondicional da igreja, que o
faz com a atuação de conselheiros preparados, técnica e espiritualmente para a tarefa.

Atualmente, existe uma produção literária considerável sobre o ministério de


Aconselhamento Pastoral, o que favorece o estudo dessa temática no contexto
acadêmico, mas também permite aos conselheiros pastorais uma atualização que se
mostra fundamental no desempenho de um ministério tão relevante no contexto das
igrejas cristãs em todo o mundo, inclusive, no contexto de América Latina e Brasil. Isso
significa dizer que há uma variedade de títulos sobre os conceitos, as áreas de atuação e
as técnicas que podem ser utilizadas no processo de Aconselhamento Pastoral (no

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desenvolvimento do texto utilizaremos também aconselhamento pastoral, numa
referência ao trabalho de aconselhamento e não a área específica de ministério). O
trabalho e as propostas de aconselhamento são objetos de estudos e aplicações nas mais
variadas áreas de atuação educacional e profissional, mostrando-se pertinente para os
estudantes de teologia.

Tais estudantes serão desafiados a entenderem, aproximarem e aplicarem os


ensinamentos da Bíblia às situações e dificuldades comunicadas pelas pessoas que
procuram no aconselhamento o apoio para superarem as suas vicissitudes,e para os
estudantes de teologia cristã, mas sobretudo, para aqueles que desejam se aprimorar no
ministério de acompanhamento de pessoas, o conhecimento dos diversos conceitos
nesta área e o entendimento da utilização das técnicas revelam-se fundamentais. Assim,
a presente disciplina foi montada, começando pela discussão dos conceitos e encerrando
com uma compreensão sobre o sagrado no contexto do aconselhamento cristão.

A estrutura do curso, como também o conteúdo de cada capítulo foi pensada tendo
como referência os seguintes aspectos:

a) breves considerações históricas e conceituais, que serão tratadas no primeiro capítulo,


fornecendo apoio para os temas que se seguirão;

b) entendendo o Aconselhamento Pastoral, que propõe uma compreensão sobre a


percepção que temos desta área ministerial e a sua importância para o ministério da
igreja local;

c) o Aconselhamento Pastoral e as emoções, introduzindo uma discussão sobre alguns


elementos que constituem esta área da estrutura humana, entendendo que outras
emoções precisam ser conhecidas pelos conselheiros pastorais;

d) Aconselhamento Pastoral e a sociedade, procurando compreender como o


Aconselhamento Pastoral atua no contexto social brasileiro, e

e) o sagrado no Aconselhamento Pastoral, propondo uma compreensão das expressões


do sagrado no acompanhamento pastoral.

Antes de identificarmos alguns elementos que fazem parte do Aconselhamento


Pastoral ou mesmo de conceituarmos esta atividade que se mostra tão relevante no
contexto da Igreja Cristã local, cabe entendermos parte da trajetória histórica do que
nomeamos Aconselhamento. Assim, um dos objetivos deste primeiro capítulo é propor
algumas breves considerações históricas sobre o tema de nossa disciplina, procurando
entender como o aconselhamento se desenvolveu ao longo dos séculos, partindo dos
registros do Antigo e do Novo Testamento. Para Gary Collins, autor do livro
Aconselhamento Cristão, “A Bíblia contém vários exemplos de necessidades
humanas”, pois “através de suas páginas lemos a respeito de solidão, desânimo,
dúvida, tristeza, inveja, violência, pobreza, doença, tensão interpessoal e diversos
outros problemas pessoais – algumas vezes manifestados na vida dos maiores santos”,
(COLLINS, p. 18).

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Após citar a Bíblia como fonte para a compreensão Introdução dos problemas
humanos, o autor lembrou a condição de Jó, que “era um homem piedoso, conhecido,
rico e grandemente respeitado por seus contemporâneos”, (COLLINS, p. 18).

No entanto, acrescenta Collins, que aquele homem foi perdendo, gradativamente,


bens, família e saúde, ficando à mercê dos comentários de seus “amigos” mais
próximos ao considerar as contribuições do Novo Testamento ao processo de
aconselhamento, Gary Collins afirmou que “Jesus tinha (...) dois alvos para os
indivíduos: vida abundante na terra e vida eterna no céu”, (COLLINS, p. 19) Na
opinião do autor, os conselheiros que se colocam como seguidores dos ensinamentos de
Jesus Cristo podem ou devem se esforçar pelos mesmos ideais: ajudar as pessoas na
busca de uma melhor qualidade de vida terrena, esforçando se no sentido de indicar a
eternidade ao lado de Cristo como um dos principais objetivos na vida do aconselhado.

Entrando no universo do Aconselhamento

Se conselho fosse bom ninguém dava, vendia! Essa é uma versão de um ditado
popular, conhecido em muitos lugares,embora seja bem conhecida a expressão usada no
senso comum revela uma visão limitada sobre o valor de um bom conselho na vida da
pessoa que passa por momentos difíceis.

Este “conselho” que se tornou alvo de críticas não se constitui efetivamente, em


conselhos eficazes, tratando-se de uma provável referência aos “conselhos”
impensados, que são compartilhados no calor das discussões. Em contrapartida, temos o
processo de Aconselhamento Pastoral, constituindo-se numa fala pensada e ponderada,
que pode ser compartilhada com alguém que está próximo, sobretudo, quando esse
alguém está envolvido emocionalmente em situações complexas e desafiadoras. Assim,
desejamos na presente disciplina avançar além dos bons conselhos, pois buscamos uma
compreensão mais ampla e profunda da importância que o Aconselhamento Pastoral
desempenha no contexto ministerial da Igreja local (doravante chamada apenas Igreja),
como também diante das demandas de uma sociedade contemporânea aconselhamento-
pastoral.

Aconselhamento Pastoral caracterizada por sua complexidade, Inicialmente


propomos discutir os seguintes temas:

a) uma breve análise do papel do conselheiro pastoral;

b) a identificação dos principais requisitos para que o conselheiro ou a conselheira possa


desempenhar com habilidade o seu trabalho, e

c) a compreensão de alguns recursos técnicos disponíveis para o bom êxito no processo


de aconselhamento na atualidade antes de avançarmos em nossas reflexões, é
importante considerar o significado da expressão Aconselhamento Pastoral,

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entendendo que ela remete a alguns sentidos, permitindo a construção de determinados
conceitos, como veremos na sequência.

A palavra Aconselhamento indica uma ação que envolve o ato de aconselhar, ou


aconselhar se pode ser entendido também como uma ação no sentido de solicitar e
receber conselhos, como também determinadas orientações,estamos considerando tão
somente o termo Aconselhamento, sem as implicações associadas ao termo Pastoral, já
que este último confere outro sentido à primeira palavra e a partir desta breve
conceituação, podemos perceber que um bom processo de aconselhamento exige o
devido preparo do conselheiro, como também a percepção da necessidade de um lugar
ou espaço adequado e seguramente preparado para o eficaz desempenho das funções
exercidas pelos conselheiros e pelas conselheiras de acordo com Howard Clinebell,
autor de Aconselhamento Pastoral, podemos entender que o Aconselhamento Pastoral
é:

“ a utilização de uma variedade de métodos de cura (terapêuticos) para ajudar as


pessoas a lidar com seus problemas e crises de uma forma mais conducente ao
crescimento e, assim, a experimentar a cura de seu quebrantamento”

Para este mesmo autor “o aconselhamento pastoral é uma função reparadora,


necessária quando o crescimento das pessoas é seriamente comprometido ou
bloqueado por crises”, Notamos que a conselheira ou o conselheiro pastoral é a pessoa
que se coloca disponível para auxiliar aqueles que passam por determinadas
dificuldades, utilizando-se de recursos adequados para que sejam superadas as
dificuldades, Objetivamos com a nossa análise até o momento esclarecer que o
Aconselhamento Pastoral vai muito além de dar conselhos ao necessitado, embora isso
possa ocorrer em determinadas circunstâncias,assim conhecer os objetivos que devem
ser alcançados durante o processo de aconselhamento, enquanto o conselheiro ou da
conselheira busca o devido preparo, apresentam se como fundamentais no trabalho e
manejo do Aconselhamento Pastoral, Pessoalmente, tenho algumas reservas com
relação ao conceito oferecido por Clinebell, sobretudo, quando o seu texto reforça a
ideia de uma cura que a pessoa deve experimentar a idéia de cura remete a outro
conceito, que é o de doença,neste ponto discordo do autor, pois necessariamente, não
lidamos com doentes e suas doenças, mas com distúrbios, crises e conflitos que atingem
pessoas, casais e sistemas familiares e vamos então, entender outro conceito.

Para Roger Hurding, que escreveu A árvore da cura: modelos de


Aconselhamento e de Psicoterapia diz:

“Podemos definir o aconselhamento como uma atividade com o objetivo de ajudar aos
outros em todo e qualquer aspecto da vida, dentro de um relacionamento de cuidado”,

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É o próprio autor que sugere a seguinte divisão explicativa de seu conceito,
destacando três partes:

a) a ajuda direcionada ao outro;

b) esta ajuda deve ser em todo e qualquer momento da vida, e

c) a ajuda insere se num determinado relacionamento de cuidado. aconselhamento-


pastoral

Aconselhamento Pastoral Podemos compreender as considerações de Hurding a


partir da constatação de que:

“Por mais que compreendamos a complexidade da natureza humana, o


aconselhamento eu diria, pode ajudar as pessoas em todo e qualquer aspecto da vida
interior – emocional, volitivo, comportamental, racional, psicológico ou espiritual”,
(HURDING, p. 37).

A ênfase do autor portanto, recai num relacionamento entre pessoas; tal


relacionamento é marcado pelo desejo de ajudar o outro, em todo e qualquer momento
ou aspecto de vida. No entanto, essa ajuda é um pouco diferente de outras formas de
ajuda é o que buscamos perceber no desenvolvimento de nossa disciplina.

Requisitos para o desenvolvimento do Aconselhamento Pastoral

Uma passagem bíblica que ajuda a compreender o papel do conselheiro pastoral está
na carta que Paulo escreveu aos cristãos em Corinto. O texto sagrado não trata
especificamente do trabalho de aconselhamento, mas lembra um dos principais
objetivos dessa área ministerial: ajudar o próximo em seu processo de amadurecimento.

Após tratar do amor entre os cristãos da Igreja local em Corinto, o apóstolo Paulo
faz uma breve reflexão de sua vida, dizendo que quando era criança comportava-se
como uma criança, mas quando se tornou um homem – já amadurecido – deixou aquele
comportamento infantil e passou a agir como um adulto. O trabalho do conselheiro ou
da conselheira é ajudar a pessoa a superar as suas dificuldades, favorecendo o
amadurecimento pessoal, permitindo que ela alcance potencialidades em sua trajetória
de vida, como também desenvolva bons relacionamentos. Paulo, então, escreveu aos
coríntios:

“Quando falava como menino, eu era menino, pensava como menino e raciocinava
como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino”,
(BÍBLIA SAGRADA, NVI, I Coríntios 13.11, p. 1521).

E aqui está um dos pilares do aconselhamento pastoral: a capacidade da pessoa que


trabalha com os outros de olhar para si mesmo e, em seguida, perceber as mudanças que
ocorreram primeiramente em seu interior. Afinal, como ajudar alguém no processo de
transformação se a pessoa que assume esse papel não é capaz de olhar para si e avaliar
as mudanças que ocorreram consigo? Fica claro, portanto, que é necessário que a

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conselheira ou conselheiro pastoral faça uma análise sincera de sua vida, identificando
as mudanças ocorridas e aquelas que ainda podem acontecer, num movimento de
constante amadurecimento pessoal.

Voltando a Gary Collins, o autor aponta para alguns aspectos que dizem respeito
aos que desejam desenvolver um saudável ministério pastoral na área de
aconselhamento. Collins entende que o conselheiro ou a conselheira deve apresentar as
seguintes qualificações:

a) cordialidade, já que o “termo implica cuidado, respeito ou preocupação sincera, sem


excessos, pelo aconselhado – sem levar em conta seus atos ou atitudes”;

b) sinceridade, entendendo que o significado de sinceridade é ser autêntico, ou “uma


pessoa aberta, franca, que evita o fingimento ou uma atitude de superioridade”, e

c) empatia, que não pode ser confundida com simpatia, pois a empatia revela a
sensibilidade do conselheiro ou da conselheira para se colocar no lugar do outro, que
está em acompanhamento pastoral, (COLLINS, p. 20-21).

Para o autor, tal empatia revela-se na capacidade de se colocar no lugar do outro e


procurar sentir algo muito próximo do que ele está sentindo, numa busca de uma
compreensão de uma empatia adequada. Pode-se somar a essas três qualidades
indicadas por Collins aqueles nove elementos tão relevantes que fazem parte do Fruto
do Espírito Santo, aconselhamento-pastoral como apresentado por Paulo quando
escreveu aos cristãos da Galácia. Disse Paulo:

“Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade,


fidelidade, mansidão e domínio próprio”, (BÍBLIA SAGRADA, NVI, Gálatas 5.22-
23, p. 1545).

O desafio colocado diante da conselheira pastoral ou do conselheiro é procurar


perceber o que vai, primeiramente, em seu íntimo, para em seguida colocar-se como
facilitadora no processo de crescimento do semelhante. Vimos dois desafios que são
colocados diante daqueles que se apresentam para o trabalho de aconselhamento
pastoral:

a) o primeiro desafio focou a importância da pessoa atuante no aconselhamento


desenvolver o que a Bíblia chama de “Fruto do Espírito Santo”, como visto no livro de
Gálatas, e

b) o segundo desafio foi proposto por Gary Collins, chamando a atenção para a
existência de certas qualidades que os conselheiros devem desenvolver no desempenho
de suas funções.

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A Bíblia e algumas técnicas na Aconselhamento Pastoral

Partindo das considerações anteriores, queremos agora entender a importância de


algumas técnicas disponíveis e que podem ser utilizadas pelos que militam no
aconselhamento pastoral,tais técnicas são limitadas se não forem utilizadas sob a
orientação de Deus, tendo como referência os corretos ensinamentos e as adequadas
interpretações das Sagradas Escrituras (Bíblia Sagrada), objetivando alcançar aqueles
que sofrem em determinados momentos as suas vicissitudes, experimentando as
pressões da vida contemporânea. Antes, no entanto, é necessário mencionar a
importância da Palavra de Deus, revelada nas páginas da Bíblia Sagrada, para o êxito do
trabalho de aconselhamento pastoral a pessoa que deseja realizar um efetivo trabalho de
aconselhamento, cujos resultados serão observados no amadurecimento gradativo do
outro, precisará apropriar-se de um hábito de leitura e estudo sistemático da Bíblia
Sagrada. Tal leitura e estudo não visam, apenas, ao conhecimento textual para orientar a
pessoa em aconselhamento, mas ao fortalecimento do conselheiro ou da conselheira no
desempenho de suas tarefas ao ajudar aqueles que pedem auxílio em momentos difíceis.

Será na Bíblia que o conselheiro ou a conselheira encontrará respostas às situações


delicadas que envolvem a sua vida; como também será na Bíblia que ele identificará as
palavras consoladoras do Espírito de Deus para continuar desenvolvendo o seu
ministério pastoral, atendendo pessoas que passam por problemas semelhantes, com
maior ou menor intensidade. Assim, desenvolver o hábito de ler e estudar a Bíblia
sistematicamente contribuirá para um bom acompanhamento daqueles que estão
sofrendo, Tendo o desejo de desenvolver ou fortalecer o hábito de consultar, primeiro
para si mesmo, as Sagradas Escrituras, os conselheiros precisam conhecer algumas
técnicas que estão à disposição para uma intervenção segura e responsável junto às
pessoas que procuram por esse ministério. Gary Collins, citado anteriormente, pode
auxiliar mais uma vez na compreensão dos elementos básicos inerentes ao processo de
aconselhamento pastoral. Collins afirma em seu livro que “o aconselhamento é,
primariamente, uma relação em que uma pessoa, o ajudador, busca assistir outro ser
humano nos problemas da vida”, (COLLINS, p. 21-22).

Essa assistência, que passa pela empatia e cordialidade, exige um instrumental além
da boa vontade daquele que se dispõe, efetivamente, a ajudar,os familiares irmãos em
Cristo da Igreja local e amigos, colocam-se à disposição inúmeras vezes para ajudar no
entanto, falta-lhes (no que aconselhamento pese demonstrarem uma verdadeira
motivação) o conhecimento das técnicas adequadas para apoiar a pessoa no
aconselhamento, principalmente, em momentos de crise. O autor, então, sugere as
seguintes técnicas:

1) Atenção Segundo a sua percepção, aqueles que atuam no aconselhamento devem


procurar conceder total atenção ao aconselhado. Esta atenção passa, necessariamente,
pelo contato de olhos, quando a conselheira ou o conselheiro pastoral demonstra o seu
interesse pelo assunto, olhando diretamente para a pessoa, sem, contudo, intimidá-la ou
constrange-la,o exercício da atenção passa, em segundo lugar, pela postura corporal

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demonstrada pelo conselheiro ou pela conselheira, quanto o corpo passa a mensagem de
tranquilidade, embora o tema da conversa seja tenso. Por fim, a atenção é transmitida
durante o processo de aconselhamento com gestos naturais, cuidando para que não
sejam excessivos, desviando a atenção para qualquer outra realidade, a não ser o
processo de aconselhamento.

O que se espera do conselheiro pastoral, em seu trabalho de acompanhamento do


outro, é estar por inteiro com a pessoa que ele está atendendo,deve evitar ser
interrompido durante o processo, seja pessoalmente ou por telefone, como deve evitar
iniciar um atendimento preocupado com o horário, em virtude de ter outros
compromissos em seguida. A pessoa que procura ajuda no aconselhamento pastoral
procura alguém que possa dar-lhe a devida atenção, ajudando-a em suas inquietações.

2) Ouvir Essa é a segunda técnica sugerida por Collins, dizendo que “ouvir é um
modo de dizer-lhe, ‘Eu me interesso’ quando não ouvimos, mas aconselhamos falando,
esta é com freqüência uma expressão da própria insegurança do conselheiro ou de sua
incapacidade para tratar de situações ambíguas, ameaçadoras ou emocionais”,
(COLLINS, p. 22). Ouvir é participar atentamente do relato que o outro está
apresentando durante o atendimento. É perceber a narrativa, mas também observar os
gestos do aconselhado somente saberá falar e responder algo que seja pertinente
durante o processo de aconselhamento aquele ou aquela que souber ouvir atentamente o
outro, percebendo a sua comunicação verbal, como também a mensagem que passa
através dos gestos corporais,Jesus Cristo durante o seu ministério terreno deu outro
significado a algumas coisas que faziam parte de sua sociedade,dentre essas coisas que
foram (re) significadas por Cristo encontram-se os mandamentos do Antigo Testamento,
bastante conhecidos pelos seguidores do Senhor Jesus.

Em determinado momento, após ser questionado por um perito da Lei de Moisés


sobre o maior mandamento, o Mestre afirmou:

“Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o
seu entendimento. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante
a ele: Ame o seu próximo como a si mesmo”, (BÍBLIA SAGRADA, NVI, Mateus
22.37-39, p. 1304).

Quando se pensa no ministério de aconselhamento pastoral, parece natural associar


as palavras proferidas por Jesus Cristo, como citadas anteriormente, à aplicação das
técnicas no manejo de intervenção,a naturalidade reside apenas na aparência, pois
relacionar um genuíno amor ao próximo com o manejo de técnicas no aconselhamento
tem a ver com uma disposição interior de colocar-se como elemento ajudador diante das
carências humanas. Assim, é necessário desejar, optar e agir com amor fraternal em
direção ao semelhante, buscando entender o seu aconselhamento-pastor, sofrimento e a
dor que experimenta em algum momento de sua trajetória humana, Norman Geisler,
autor de Ética Cristã, ao considerar as contribuições de Joseph Fletcher, sobre o
situacionismo no contexto da Ética, analisa uma das proposições dessa posição quando
diz que o amor ao próximo não tem a ver com o gostar dessa mesma pessoa, pois

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“amor é uma atitude e não um sentimento”, (GEISLER, p. 56). Se para alguns que
defendem o situacionismo o amor é uma atitude e não somente um sentimento, o
mesmo não se pode dizer quando se pensa no amor pelo viés das ciências humanas,
quando, em determinados momentos, amar alguém é demonstrar um sentimento
singular pela pessoa. Assim, pode-se dizer que amar o seu próximo é, além de sentir
algo por ele, fazer algo em direção a ele, mesmo que isso implique não gostar dele ou,
sobretudo, não concordar com as suas atitudes. Cabe neste caso, lembrar da empatia
com relação ao outro no processo de aconselhamento, visto e comentado anteriormente.

3) Responder A partir de uma disposição e uma postura que exaltam o amor em direção
ao próximo, visando à realização de benefícios na vida da pessoa, pode-se pensar em
outras duas técnicas sugeridas por Gary Collins, que complementam as primeiras, como
tratadas anteriormente: Responder e Ensinar. Na percepção de Collins, a pessoa que
trabalha com aconselhamento precisa desenvolver a capacidade de responder
adequadamente, focando o processo de ensinar que está presente no processo de ajuda
ao outro. Assim, uma atenção cuidadosa com relação à fala do outro permitirá ao
conselheiro ou conselheira responder e/ou ensinar de maneira adequada diante dos
anseios e das demandas daqueles que procuram no aconselhamento pastoral o apoio
diante dos seus problemas. Dos vários elementos que compõe a técnica de responder
eficazmente durante o processo de ajuda, o autor cita 7 (sete) elementos. São eles:

a) saber orientar;

b) ter a capacidade de refletir;

c) saber perguntar;

d) estar apto a confrontar;

e) ter o conhecimento para informar;

f) desenvolver a habilidade para interpretar, e

g) conseguir apoiar na hora certa.

Todos esses elementos, na visão de Collins, fazem parte da técnica de responder


com relevância durante um atendimento ou numa intervenção de aconselhamento
pastoral. Podemos fazer alguns breves comentários sobre estes sete elementos dizendo
que a orientação não se caracteriza, necessariamente, em dizer ao outro o que ele deve
fazer ou deixar de fazer. Assim, orientar não é impor a vontade do conselheiro ou
conselheira sobre a vontade do aconselhado, mas auxiliar a pessoa a encontrar as
melhores alternativas diante dos conflitos pelos quais está passando. Isso remete a
capacidade de refletir de forma adequada sobre o que se passa com a pessoa em
aconselhamento e o que está ao redor dela,deve-se refletir também sobre as possíveis
origens dos problemas enfrentados por ela quanto à habilidade na formulação de uma
perguntar pertinente, que ajude no processo de aconselhamento, precisamos entender
que elas (as perguntas) serão mais consistentes à medida que o conselheiro ou a

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conselheira obtiver um conhecimento mais amplo de cada caso, o que demanda tempo
junto ao aconselhado. Perguntas levam a respostas, e algumas colocações feitas pelas
pessoas em aconselhamento demandam uma capacidade por parte da conselheira ou do
conselheiro em confrontar as afirmações feitas. Cabe lembrar, no entanto, que
confrontar não significa exercer qualquer tipo de julgamento sobre a vida e o
comportamento da pessoa que solicitou ajuda. Nesse caso, confrontar o outro é ajudá-lo
a pensar nas decisões, o que demanda conhecimento para informar, Sobre este
elemento aconselham Aconselhamento Pastoral (o informar), é suficiente dizer que
aqueles que ministram na área de aconselhamento pastoral precisam, necessariamente,
estudar e ler sobre outras áreas do conhecimento humano, tais como: filosofia,
antropologia, sociologia e Psicanálise, entre outras áreas.

A base de seu conhecimento é a teologia, fundamentada nas orientações bíblicas,


mas isso não representa dizer que não devem ter um bom conhecimento em matérias
que trabalham o desenvolvimento humano, também focado em outras áreas além da
teológica. Assim, bem preparados, os conselheiros pastorais saberão interpretar algumas
colocações feitas pelos que estão em processo de aconselhamento, podendo apoiá-los
em sua trajetória de superação pessoal, conjugal e familiar.

4) Ensinar Quanto à quarta técnica apontada por Collins, que considera a


habilidade de ensinar durante o aconselhamento, podemos ler:

“Todas essas técnicas são na verdade formas especializadas de educação psicológica.


O conselheiro é um educador, ensinando através da instrução e orientando o
aconselhado à medida que ele ou ela aprende a enfrentar os problemas da vida”,
(COLLINS, p. 24).

Dessa forma, os conselheiros pastorais são aqueles que usam o ensinamento para
facilitar o amadurecimento das pessoas que se sujeitam ao processo de aconselhamento,
vale repetir que é importante destacar que a técnica de ensinar não deve ser confundida
com a ação de dizer ao outro o que ele deve fazer ou deixar de fazer. A técnica de
ensinar caracteriza-se por auxiliar o outro a perceber a dimensão de suas dificuldades e
buscar soluções saudáveis, utilizando-se dos recursos ao seu dispor os conselheiros
pastorais podem desenvolver qualidades pessoais que aliadas às técnicas de
aconselhamento, produzirão bons resultados no processo de ajuda àqueles que
experimentam dificuldades em algumas circunstâncias da vida, Tais conselheiros
colocam-se à disposição de Deus, junto ao seu semelhante, para que soluções adequadas
sejam pensadas, discutidas durante o aconselhamento e aplicadas na vida daqueles que
experimentam momentos delicados em seu viver, percebemos e analisamos três
aspectos relacionados ao Aconselhamento Pastoral:

a) entrando no universo do aconselhamento pastoral;

b) requisitos para o desenvolvimento do aconselhamento pastoral, e

c) a Bíblia e algumas técnicas no Aconselhamento Pastoral.

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No desenvolvimento de nosso estudo sobre tema tão relevante no ministério
cristão, teremos a oportunidade de considerar outros aspectos, também muito importante
nestas considerações finais, é entender que o aconselhamento pastoral constitui-se num
universo complexo, que precisa ser compreendido de forma mais ampla e profunda por
todos aqueles e aquelas que se colocam em posição de ajuda do semelhante. Além da
disposição e “boa vontade”, que são importantes, é necessário que os conselheiros
desenvolvam requisitos pessoais para auxiliarem outras pessoas a “boa vontade” é
importante, mas as demandas do aconselhamento pastoral exigem um preparo
específico dos conselheiros assim, duas coisas são fundamentais para o
desenvolvimento de um bom processo de aconselhamento: conhecimento e aplicação
dos ensinamentos da Bíblia, e o aprimoramento com relação a técnicas básicas para o
acompanhamento dos aconselhados, Procure identificar num exemplar de jornal, que
circula diariamente, ou numa revista de circulação semanal, algum tema que discuta
questões que envolvem famílias e relacionamentos. Leia a reportagem ou a matéria,
procurando aplicá-la ao aconselhamento pastoral, respondendo a duas Indicações
culturais perguntas:

a) qual a postura de um conselheiro ou conselheira pastoral diante deste quadro familiar


ou relacional?

b) que referências bíblicas poderiam ser aplicadas ao caso identificado no jornal ou


revista?

Entendendo o aconselhamento pastoral

Introdução Áreas de atuação do Aconselhamento Pastoral é nesse contexto que o


trabalho dos conselheiros pastorais passa a ter um profundo significado, pois esse
ministério propõe estar ao lado das pessoas que experimentam dificuldades pessoais e
sistêmicas, identificadas nas dificuldades que se revelam no contexto das crises
conjugais, familiares, profissionais e sociais. Trata-se de um trabalho delicado,
minucioso e algumas vezes imperceptível aos olhos dos que estão do lado de fora do
processo, Mas para aqueles que são acompanhados – os aconselhados – os resultados
mostram-se eficazes, gerando uma melhor qualidade de vida e de relacionamentos
sociais. Trata-se de um trabalho que exige, além das habilidades e qualidades que
podem ser desenvolvidas pelos conselheiros ou pelas conselheiras, um ambiente
adequado para o bom desempenho do acompanhamento, o que desejo dizer é que o
processo de aconselhamento pastoral não pode ser realizado de qualquer forma ou em
qualquer lugar, pois se trata de um acompanhamento que exige um lugar tranquilo e
seguro para que as pessoas possam falar de suas dificuldades, sem o risco de que tais
conversas tornem-se de conhecimento público,a segurança do trabalho do conselheiro
pastoral reside também no sigilo das informações compartilhadas pelos aconselhados,e
Podemos apontar algumas áreas de atuação dos conselheiros pastorais:

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a) atendimento daqueles que frequentam ou são membros das igrejas locais de confissão
cristã;

b) acompanhamento daqueles que desenvolvem atividades de caráter acadêmico, nas


escolas e universidades;

c) apoio àqueles que estão internados em instituições de saúde, em função de doenças


ou transtornos os mais diversos, atendendo também os familiares, e

d) assistência aos que atuam em instituições civis ou militares, como também em


determinadas empresas,destas quatro áreas de atuação dos conselheiros pastorais,
provavelmente, a mais conhecida seja o trabalho de aconselhamento pastoral no
contexto religioso ou eclesiástico. No entanto, cresce a demanda para o exercício do
aconselhamento, além de oportunidades que estão se oferecendo, abrindo outros postos
de atendimento para aqueles que passam por momentos difíceis em sua jornada pessoal
e familiar, Vamos tecer breves considerações sobre estas quatro oportunidades ou áreas
de atuação no aconselhamento pastoral.

Como citado anteriormente, destacamos essas quatro áreas de atuação, embora


saibamos que outras podem ser identificadas. Vamos pensar, objetivamente, no:

Aconselhamento pastoral no contexto eclesiástico.

As igrejas cristãs, não importando o seu nome ou denominação, são caracterizadas


pelas especificidades das pessoas que escolhem congregar e frequentar aquela
determinada comunidade religiosa. No contexto brasileiro, dentre tantas Igrejas Cristãs
locais, as pessoas fazem escolhas e decidem conhecer, para depois optarem por se
inserir naquela comunidade religiosa. A beleza e a força de uma igreja cristã local
repousam, entre outras coisas, nesta diversidade de experiências e trajetórias de vidas,
destacando-se a pluralidade de recursos e talentos que cada membro agrega à sua igreja
local.

Nesse sentido, as igrejas cristãs devem, recorrentemente, abrir as suas portas para
que todas e todos possam conhecê-las e, no momento próprio, fazer a escolha de formar,
ao lado dos que chegaram antes, as suas fileiras. Assim, são para aqueles que já fazem
parte da igreja local que os conselheiros pastorais devem se voltar, sabendo que as lutas
da existência podem atingir as pessoas em momentos específicos do ciclo da vida, desde
o nascimento até o momento de ruptura social, no que chamamos morte. Mas os
conselheiros pastorais devem ficar atentos também àqueles que não são filiados à Igreja
local, mas frequentam à comunidade religiosa, e que também passam por momentos
difíceis. Eles também devem ser alvos da atenção e do cuidado dos conselheiros e
conselheiras pastorais, que atentos, se colocam à disposição para ajudar a comunidade
social que está ao redor da Igreja local.

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Aconselhamento pastoral no contexto acadêmico.

Outra área de atuação dos conselheiros pastorais é o espaço acadêmico, tanto


visando às famílias e aos seus filhos no Ensino Fundamental, quanto aos estudantes que
já alcançaram uma vaga numa dada instituição de formação superior, buscando a sua
graduação e capacitação para o desenvolvimento profissional. O trabalho de
aconselhamento pastoral nessa área já conta com algum reconhecimento, já que os
conselheiros são chamados e convidados para atender famílias, cujos filhos estão em
processo de transição e desenvolvimento. Os conselheiros pastorais podem ampliar a
sua atuação, visando atender àqueles que estão matriculados numa faculdade ou
universidade. Evidentemente, por serem espaços de formação acadêmica e não
religiosa, requer-se todo o cuidado daqueles que desejam atuar nessa esfera, sobretudo,
tendo a autorização por escrito dos órgãos gestores da instituição, permitindo a
assistência dos conselheiros. Todos os anos, milhares de jovens ingressam nas
faculdades e universidades de todo o Brasil. Muitos deixaram as suas cidades e famílias
para perseguirem o sonho da formação superior em outra localidade, experimentando
uma adaptação cultural e social, que algumas vezes não é simples e nem tão fácil de ser
transposta. Alguns desses jovens chegados à cidade, como também os da própria
localidade, experimentaram variados sentidos e se perceberam diante de desafios que
precisam ser superados. Para alguns, a possibilidade de conversar com um conselheiro
ou conselheira pastoral pode fazer uma grande diferença no processo de adaptação e
superaçãdas primeiras dificuldades enfrentadas no novo ambiente estudantil.

Aconselhamento pastoral no contexto de saúde coletiva.

Cresce a procura de conselheiros pastorais que possam desenvolver suas atividades


na área de saúde coletiva, dando suporte e apoio ao processo de recuperação daqueles
que foram vitimados por doenças e acidentes. Aqueles que passam pelos postos de
saúde coletiva ou são internados em unidades de tratamento clínico, além dos cuidados
dos profissionais da área de saúde, carecem do apoio e acompanhamento dos
conselheiros pastorais, que podem se colocar ao lado dessas pessoas no processo de
restauração. Deve-se ter, no entanto, alguns cuidados:

a) ter a permissão daqueles que são responsáveis pelo tratamento dos que se recuperam
em tais unidades, pois são eles que conhecem mais detalhadamente o quadro da pessoa
e o seu estado de saúde;

b) respeitar as normas estabelecidas pela instituição de saúde, não colocando em risco o


processo de recuperação das pessoas, e

c) ter o consentimento da pessoa que recebe a visita do conselheiro ou da conselheira


pastoral para ministrar uma palavra de esperança e encorajamento, entendendo que
alguns podem não estar dispostos à intervenção. Aconselhamento pastoral no contexto
institucional e empresarial.

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As três áreas ou contextos anteriores são, provavelmente, os mais conhecidos.
Talvez, sejam esses contextos que recebam o maior número de contingente de
conselheiros pastorais, pois existe, aparentemente, uma tradição nessa esfera de atuação,
No entanto, os mesmos recursos e técnicas aplicados ao aconselhamento pastoral em
outras áreas podem ser utilizados também no aconselhamento empresarial. Não é
incomum observamos a presença da influência daminfluência do desenvolvimento
humano nas empresas; como também podemos observar algumas empresas utilizando-
se de orientações alternativas, de cunho religioso, na busca de soluções para os seus
projetos e desafios. A empresa, seja ela de grande ou pequeno porte, constitui-se na
atualidade em outro contexto de atuação dos conselheiros pastorais. O conhecimento
que os conselheiros possuem sobre dinâmicas relacionais e pessoais, aliado ao
conhecimento que possuem também dos ensinamentos da Palavra de Deus, pode ser um
instrumento eficaz no acompanhamento das pessoas que trabalham em determinada
empresa. Muitas dessas pessoas se sentem pressionadas por vários fatores, como
também podem chegar ao trabalho sobrecarregadas e desmotivadas, em função dos
problemas pessoais e familiares.

Cuidados no processo de Aconselhamento Pastoral

Então, é importante considerar os seguintes elementos no processo de


aconselhamento:

a) o local adequado para o desenvolvimento do processo de aconselhamento pastoral;

b) a discussão do tempo durante o aconselhamento, tendo em vista o uso das técnicas


que já foram mencionadas, e

c) alguns perigos que cercam o processo de aconselhamento e os cuidados que o


conselheiro ou a conselheira deve desenvolver.

Aqueles que se propõem trabalhar nessa área do ministério, em qualquer localidade,


precisam observar alguns cuidados no desempenho de suas atividades, tendo sempre em
mente a ética cristã, como também o zelo no acompanhamento daqueles estão passando
por sofrimentos e dificuldades,duas passagens da Bíblia podem motivar os conselheiros
com relação ao local e tempo de aconselhamento, a primeira referência diz respeito a
um homem – chamado Nicodemos – procurou conversar com Jesus Cristo no período
da noite, O texto está no Evangelho de João, capítulo 03, Inicialmente, somos levados a
pensar que aquele homem, influente em sua comunidade sócio-religiosa, procurou Jesus
naquele período por temer uma exposição social, Mas pode-se pensar que ele procurou
Jesus naquele período para ter maior tranquilidade para expor as suas dúvidas. Afinal,
no período da noite, Jesus não estava cercado por multidões e a segunda referência
bíblica diz respeito ao lugar tranquilo para buscar a Deus em oração, quando orienta:
“Mas quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está em
secreto”, (BÍBLIA SAGRADA, NVI, Mateus 6.6a.).

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Algumas coisas devem ser ditas em lugares seguros e reservados, preservando a
integridade das pessoas que falarão de assuntos tão delicados,são dois aspectos sob a
responsabilidade dos conselheiros pastorais, pois cabe a eles cuidar para que o processo
seja realizado em segurança, escolhendo um lugar confortável e caracterizado pela
privacidade. O conteúdo do encontro deve ser guardado em sigilo absoluto, respeitando
a privacidade do aconselhado durante o encontro. Igualmente, é de responsabilidade da
pessoa que conduz o aconselhamento desenvolver uma sensibilidade com relação ao
tempo durante a entrevista. Nesse último caso, destaca-se o tempo como elemento
presente em todos os eventos, não somente com relação à duração do encontro em si,
mas também com relação à percepção que os conselheiros pastorais têm para entender
que algumas coisas serão trabalhadas num período maior ou menor, dependendo da
intensidade e dos significados das questões colocadas, gradativamente, pelo
aconselhado. O que se quer dizer, basicamente, é que o conselheiro ou a conselheira
deve cuidar para não provocar – consciente ou inconscientemente – a aceleração no
compartilhamento dos assuntos introduzidos pelas pessoas que buscam esse
acompanhamento.

Já que o assunto abordado é o tempo, vem em boa hora a lembrança do sábio no


Antigo Testamento:

“Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito debaixo do
céu... tempo de calar e tempo de falar”, (BÍBLIA SAGRADA, NVI, Eclesiastes 3.01 e
07b).

Essa orientação bíblica pode ajudar o conselheiro pastoral no uso do tempo, tanto
para ouvir quanto para falar e auxiliar a pessoa que é assistida em suas reflexões,assim
também no aconselhamento há tempo para tudo, inclusive para calar ou falar; e esse
tempo é trabalhado pelo conselheiro.

Duas considerações finais quanto ao tempo,É necessário ter em mente que há um


momento para se iniciar o encontro (se possível marcado com antecedência), como há
um momento para se encerrar esse mesmo encontro,na prática cada atendimento pode
variar entre 50 ou 60 minutos, com uma tolerância para mais ou para menos,
dependendo do desenvolvimento dos assuntos tratados. Não é uma norma ou regra
absoluta, mas apenas bom senso no desenvolvimento do aconselhamento pastoral, Esse
tempo de atendimento precisa ser tratado entre as duas partes envolvidas no processo: o
conselheiro ou a conselheira e o aconselhado. A segunda consideração é quanto ao
tempo adequado para fazer uma interpretação daquilo que é dito pela pessoa em
aconselhamento: a sensibilidade do conselheiro pastoral determinará se uma
interpretação deve ser feita em dado momento, ou reservada para outro momento mais
adequado à compreensão daquela ou daquele que está em acompanhamento. Assim,
uma pergunta mostra-se pertinente: quais os perigos que rondam o processo de
Aconselhamento Pastoral,quando se depara com essa questão, fica evidente que o
trabalho realizado por homens e mulheres, que abraçam esse tipo de ministério no

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contexto do cristianismo contemporâneo, não está imune aos riscos e tensões que
cercam outras atividades profissionais ou relacionadas ao ministério da Igreja local.

Embora existam alguns riscos, que serão mencionados e comentados brevemente


no texto, deve-se pensar que a dependência com relação a Deus, por parte do
conselheiro ou da conselheira, é fundamental para superar tais tensões. Vale lembrar
também que será no exercício desse ministério que a pessoa, que se dispõe a fazer tal
trabalho, buscará habilitar-se constantemente, preparando-se para identificar e desviar-
se desses riscos. Dos muitos riscos que cercam o trabalho de aconselhamento, podem
ser indicados os seguintes:

a) O sentimento de superioridade do conselheiro com relação ao aconselhado;

b) a negligência da conselheira ou do conselheiro com leituras que ajudam a atualizar-se


sobre as questões humanas;

c) a ausência de sensibilidade com relação à dor do outro, e

d) o pensamento dos conselheiros que acreditam que não vão sofrer com situações
semelhantes às situações compartilhadas pelas pessoas que buscam ajuda.

Assim, alguns breves comentários tornam-se importantes para uma melhor


compreensão desses riscos. O sentimento de superioridade do conselheiro com relação
ao aconselhado. A pessoa que trabalha no acompanhamento daqueles que passam por
dificuldades, em algum momento, pode – de forma equivocada – desenvolver um
sentimento de superioridade, pois considera que está numa posição superior à posição
do aconselhado.

Desenvolver esse tipo de sentimento é prejudicial no processo de ajuda ao


próximo,uma postura de negligência da conselheira com leituras que ajudam a atualizar-
se sobre as questões humanas. Outro risco é negligenciar o constante aprimoramento no
trabalho de aconselhamento cristão, deixando de ler obras atualizadas que contribuem
para uma maior reflexão no aconselhamento pastoral. A ausência de sensibilidade com
relação à dor do outro. Com o passar do tempo e com as constantes intervenções por
parte da conselheira, como também do conselheiro, pode se experimentar – e isso de
forma inconsciente – uma ausência de sensibilidade com relação à dor daqueles que
procuram ajuda no aconselhamento.

Esse risco existe, pois o conselheiro lida recorrentemente com pessoas em estado de
angústia, tornando-se esse quadro rotineiro em seu trabalho,imaginar que está livre de
sofrer com situações semelhantes às situações compartilhadas pelas pessoas que buscam
ajuda no processo de aconselhamento,o último risco que pode ser identificado tem a ver
com o pensamento de que algo semelhante ao vivido pelo aconselhado nunca vai
acontecer com o conselheiro, pois ele está acima de tais implicações. Dessa forma,
permanecendo atento aos riscos que foram mencionados, ao mesmo tempo em que
percebe outras dificuldades, aqueles que trabalham com o aconselhamento pastoral
estão aptos para atuar com competência e misericórdia junto às pessoas que buscam

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esse ministério de apoio e consideramos brevemente algumas áreas ou contextos
relacionados ao aconselhamento pastoral, partindo do contexto eclesiástico (Igreja local)
até entendermos as oportunidades associadas ao aconselhamento empresarial. Vimos
também que existem alguns equívocos que os conselheiros pastorais devem evitar,
começando com o sentimento de superioridade, Considerações finais desenvolvendo-se
até o estado de atenção ou alerta, sobretudo, com relação à sensação de que aquela
situação numa vai atingi-los e tomar consciência do sofrimento que experimentamos e
das lutas que enfrentamos nos fortalecerá, capacitando-nos nos processo de
aconselhamento pastoral junto àqueles que também estão com dores na alma e no corpo.

As crises como temas no Aconselhamento Pastoral

Mas, o que é uma crise? O presente capítulo propõe responder essa questão,
buscando compreender as crises na atualidade Propomos, então, conceituar crises,
partindo de uma proposta de tipologia, Num segundo momento, propomos analisar as
possibilidades de ajudar as pessoas no sentido de prevenir algumas crises, sobretudo,
aquelas que podem ser evitadas. Finalmente, avançamos no sentido de considerar uma
crise como oportunidade de crescimento, compartilhando essa visão durante o processo
de aconselhamento. Assim, como podemos conceituar crise? Existem vários conceitos
que podem ser utilizados, diferenciando-se a partir da descrição do que seja uma crise,
até considerar as consequências da mesma sobre a pessoa. Pensando no aprimoramento
do processo de aconselhamento, optou-se pelo conceito de Jorge Maldonado.
Maldonado afirmou que:

“crise é um estado temporal de transtorno e desorganização caracterizado


principalmente por: uma incapacidade do indivíduo, família ou grupo social para
resolver problemas usando métodos e estratégias costumeiras; e um potencial para
gerar resultados radicalmente positivos ou radicalmente negativos”, (MALDONADO,
p. 15).

A partir do conceito apresentado por Maldonado, podemos chegar a algumas


considerações relevantes:

a) o conceito de problema não é o mesmo de crise, mas alguns problemas mal


conduzidos ou elaborados podem originar o aparecimento de determinadas crises,
exigindo do sistema uma atenção adequada;

b) todas as pessoas experimentam algum tipo de crise durante a sua trajetória de vida,
mas o que muda é a intensidade dessas crises;

c) o desafio proposto para cada pessoa não é evitar a crise, que algumas vezes torna-se
impossível, mas administrá-las da melhor forma possível, e

d) o crescimento pode ser a melhor saída para uma crise, dependendo da maneira como
as pessoas ou sistemas familiares a encaram tal situação delicada em suas vidas.
Pensando no aconselhamento pastoral em momentos de crise, podemos considerar a
importância de dois textos bíblicos, que ajudam no processo de intervenção quando de

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crises pessoais ou sistêmicas. O primeiro é o texto do Salmo 139.01-05; 13-16 e 23-24,
e o segundo é o texto de Provérbios 4.01-04; 20-23. Anteriormente lembramos que
problemas pessoais não têm o mesmo sentido de crises pessoais, O mesmo se aplica às
famílias: um problema familiar não tem o mesmo sentido de crise familiar, Dessa
forma, problemas não são necessariamente crises; mas alguns problemas, como
enfatizado anteriormente, podem se transformar em crises, inclusive em crises
recorrentes.

Entender como as crises se manifestam e a sua tipologia pode auxiliar no trabalho


de aconselhamento pastoral é importante que no processo de aconselhamento pastoral as
pessoas se sintam seguras para compartilhar de suas crises pessoais ou conjugais, como
também sobre aquelas que trazem desconfortos no contexto familiar, É igualmente
importante que os conselheiros pastorais não vejam nas crises, necessariamente, um
problema espiritual ou religioso, como se os distúrbios indicassem a afastamento das
pessoas com relação a Deus e vice-versa. Algumas crises atingem pessoas fiéis e
comprometidas com o Reino de Deus, não caracterizando falta de fé ou a existência de
algum pecado não confessado. Lamentavelmente, alguns “conselhos” pastorais são
dados a partir de uma premissa que não se sustenta: toda crise é resultado de pecado
não confessado! Essa base de interpretação equivocada, que associa a crise a um pecado
não confessado, não tem base nas Escrituras Sagradas – a Bíblia. Uma tipologia sobre as
crises O presente capítulo propõe indicar as quatro formas de crise consideradas por
Jorge Maldonado, apresentadas e discutidas em seu livro Crises e perdas na família,
ajudando a refletir sobre esse tema no processo de aconselhamento pastoral ,de acordo
com Maldonado, os quatro tipos de crise são: Crises circunstanciais Segundo o autor,
basicamente as crises circunstanciais podem ser tidas como acidentais e ocorrendo de
forma inesperada,outro elemento que pode estar associado às crises circunstanciais é o
fator contextual ou ambiental, as crises circunstanciais, em determinados momentos,
não podem ser evitadas pelas pessoas e pelos sistemas conjugal e familiar, gerando
transtornos e sofrimentos às pessoas envolvidas, Como exemplos de crises
circunstanciais, podem ser apontados os fenômenos naturais e sociais, como
tempestades, terremotos, perdas de empregos, acidentes no trabalho, entre outros.
Circunstâncias que podem atingir todas as pessoas, independente de sua condição
religiosa ou espiritual, Crises de desenvolvimento as crises de desenvolvimento atingem
as pessoas e os sistemas em todos os lugares, já que são tidas como universais,
indicando certa previsão, Tais crises não podem ser detidas ou produzidas
prematuramente, mesmo que a pessoa pense que pode se preparar para tal evento,como
exemplos de crises do desenvolvimento podem ser indicadas as variações e mudanças
durante as etapas do ciclo da vida, pois as pessoas vão-se transformando à medida que
amadurecem e se desenvolvem.

Assim, as crises do desenvolvimento estão associadas à evolução humana, Crises


Estruturais aconselhamento-pastoral,são crises mais difíceis de serem percebidas e por
isso mesmo, de serem acompanhadas no processo de aconselhamento pastoral, Elas
foram consideradas por Maldonado como crises recorrentes, revelando a resistência que
temos às mudanças que são necessárias ao longo de nossa trajetória de vida. Em

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determinados momentos ou etapas da vida humana, as pessoas desenvolvem formas de
se comportar ou de se relacionar caracterizadas pela rigidez, produzindo resistência às
mudanças indicadas e orientadas durante o processo de aconselhamento pastoral.

Embora as crises estruturais apresentem tais características, como a recorrência e


a resistência às mudanças, os conselheiros e conselheiras pastorais devem continuar o
seu trabalho com esperança, acreditando que resultados positivos podem ser alcançados
com o acompanhamento do aconselhado.

Crises de desvalia Este tipo de crise exige, além da intervenção do


aconselhamento pastoral, a ajuda de outros profissionais especializados, pois ocorrem
quando o sistema se percebe diante de familiares com características disfuncionais ou
dependentes,em nossa sociedade contemporânea, nota-se o aumento do número de
pessoas que dependem umas das outras, exigindo um tipo de apoio e acompanhamento
durante a maturidade. Isso se dá pela idade avançada, como no caso dos adultos idosos,
ou pelo envolvimento de algum membro da família com substâncias químicas, podendo
gerar dependência. Neste último caso, o abuso de tais substâncias pode prejudicar o
desenvolvimento saudável do indivíduo e comprometer todo o equilíbrio do sistema
familiar,após identificarmos esses quatro tipos de crise, partindo das reflexões e
contribuições de Jorge Maldonado, podemos perceber que o importante é que os
conselheiros pastorais podem ter o pensamento e o sentimento de esperança, e tal
pensamento pode ser compartilhado com aqueles que passam por algum tipo de crise
em sua vida.

O trabalho daqueles que se colocam ao lado dos que sofrem não é questionar a
origem ou o motivo da crise, mas entendê-la e ajudar a pessoa a superá-la,igualmente
importante é mostrar à pessoa que está em aconselhamento que ela pode transformar a
sua crise em instrumento de superação. A crise, por ser temporal, não é permanente,
embora se revele como uma força geradora de dor ou sofrimento, marcando a trajetória
das pessoas que estão ao nosso redor e, algumas vezes, a nossa própria trajetória de
vida. Assim, o conselheiro e a conselheira pastoral podem entender e trabalhar com as
suas situações de crise, encontrando se habilitados para ajudar aqueles que ainda não
superaram as suas dificuldades, Cabe então, ao conselheiro notar a possibilidade de
transformar a sua experiência de crise em ferramenta motivacional, colocando-se ao
lado do outro que ainda sofre.

Aconselhamento pastoral e a sociedade

Introdução durante o seu ministério terreno, quando orou em favor de seus


discípulos: “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, pois eles não são do mundo,
como eu também não sou. Não rogo que os tires do mundo, mas que os protejas do
Maligno”, (BÍBLIA SAGRADA, NVI, João 17.14- 15, p. 1430).

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Assim, é nesse contexto complexo que o processo de ajuda se instala e se
desenvolve, favorecendo o amadurecimento do aconselhado,o ciclo vital Os desafios
dessa sociedade caracterizada por inúmeras identidades, que não são rígidas, mas
flexíveis, manifestam-se durante o Ciclo Vital ou o ciclo da vida,esse ciclo começa no
processo de constituição de outro ser, avançando para o momento do nascimento, que
caracteriza outra forma de relacionamento do sujeito com o mundo, desenvolvendo-se
pela infância, adolescência e vida adulta, encerrando-se com a vivência da morte, outra
ruptura na trajetória da vida. Assim, do nascimento até a morte os dramas, as crises e as
angústias são geradas no ambiente familiar, podendo influenciar os comportamentos das
pessoas no contexto social. Dessa forma, o conselheiro ou a conselheira pastoral precisa
conhecer as etapas básicas que fazem parte do Ciclo Vital, como também as suas
principais características:

1ª Etapa – O nascimento Esse momento no ciclo da vida marca o ingresso do ser


humano no contexto de uma sociedade já adaptada, ou em estado de adaptação. Após,
aproximadamente, nove meses de uma gestação segura, numa íntima relação com a
mãe, o bebê experimenta os primeiros momentos relacionais após o seu nascimento,
esse bebê também poderá encontrar uma família já organizada e constituída,
necessitando ser integrado e incluso no sistema,o nascimento marca uma etapa
fundamental no desenvolvimento humano, pois exige do sistema familiar uma
adaptação necessária para que todos os integrantes da família continuem em seu
processo de desenvolvimento.

Algumas crises do desenvolvimento podem surgir com a chegada de uma criança


ao contexto familiar,cabe dizer que essa criança não é um problema para a família, mas
como o sistema familiar percebe a chegada de um outro integrante será fundamental
para o processo de organização do grupo familiar,o casal que está bem organizado no
contexto da vida conjugal precisa se preparar para uma mudança na dinâmica relacional,
pois um filho ou uma filha constitui-se em mais um elemento ou membro da família,
que está crescendo. Tal crescimento exige adaptações e ajustes para que
aconselhamento o filho ou a filha seja bem recebido como o mais novo integrante
daquele sistema familiar.

2ª Etapa – A infância Alguns teóricos dividem a infância em etapas e vivências


relacionais, permitindo uma compreensão mais objetiva de cada característica que
marca este ciclo do desenvolvimento humano. Em nossa disciplina, tomamos a infância
como um período de socialização para além do convívio familiar, pois caracteriza os
múltiplos relacionamentos da criança com outras instituições, como escola, clubes,
associações recreativas e comunidades religiosas, entre outras. Esse momento é
marcado também por relações impulsivas, permitindo a criança descobrir-se, como
também compreender o outro ao seu redor. Durante o período de infância, as
descobertas fazem parte do processo de amadurecimento, pois a criança perceberá quem
ela é e quem é o outro. Trata se de um processo que auxiliará na constituição da
identidade pessoal, podendo, em determinadas circunstâncias, gerar conflitos
relacionais. Nesse período, a família consegue perceber as diferenças entre cada

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membro, sobretudo, as diferenças com relação aos filhos desse sistema e como eles
interagem como irmãos,é importante lembrar que as diferenças entre os irmãos e a
busca de autonomia tendem a produzir conflitos, que devem ser bem administrados pela
família,os conflitos relacionais e também entre gerações não precisam ser vistos como
ameaçadores, mas precisam ser considerados e elaborados, os pais então, têm uma
função relevante neste processo de ajustes relacionais no contexto familiar,
constituindo-se em facilitadores para o crescimento de todos os membros do sistema.

3ª Etapa – A adolescência esse período é considerado por alguns estudiosos como mais
uma etapa no processo constituinte da organização familiar, mas é visto também como
um momento de ajustes importantes, sobretudo, em razão do momento pelo qual passam
os filhos e filhas da família, Parte da complexidade dessa etapa fundamenta-se no desejo
de conhecimento que os adolescentes demonstram nesse período de crescimento, as
perguntas, nem sempre fáceis de responder, fazem parte do processo estruturador do
sistema familiar,as perguntas devem ser percebidas como algo natural no
desenvolvimento humano, pois indicam o desejo de conhecimento.

As respostas devem ser claras e sinceras, procurando atender às expectativas e aos


anseios dos filhos e das filhas que demonstram um crescimento vigoroso. É importante
lembrar também que a complexidade desse período de desenvolvimento tem a ver com
o processo de afirmação do adolescente com relação ao seu “eu” e aos outros que estão
ao redor. É um momento de rupturas e apropriações por parte do adolescente, que já
experimenta maior autonomia e liberdade para pensar e agir. Tal liberdade e autonomia
permitirão ao adolescente a percepção das possíveis incoerências que existem entre o
que se pensa e aquilo que se faz. Lidar com as possíveis incoerências que fazem parte
do nosso desenvolvimento humano nos ajuda no processo de organização pessoal,
conjugal e familiar.

4ª Etapa – O adulto jovem, maduro e idoso como acontece no período da infância,


alguns estudiosos dividem a fase adulta em três momentos ou subdivisão:

a) adulto jovem;

b) adulto maduro, e

c) adulto idoso.

No primeiro momento, geralmente, esse adulto jovem pode deixar a sua família de
origem, que podemos nomear de “família educacional”, para formar outra família, que
podemos chamar de “família gestacional”, produzindo outro sistema familiar, as
funções educativas e de gestação podem ser aconselhamento-pastoral entendidas num
sentido mais amplo, para além das implicações de caráter formal ou biológico.

Num segundo momento, partindo de uma visão generalizante, o adulto maduro


pode experimentar a sua afirmação profissional e um considerável crescimento
econômico, permitindo a ampliação de sua influência no contexto social, revelando um
período de produtividade profissional. No último momento deste ciclo que caracteriza a

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vida adulta, o adulto maduro ou chamado idoso, ainda dentro dessa proposta
generalizante, pode vivenciar a experiência de sua aposentadoria, mas também as
vivências marcadas pelos desligamentos e rupturas dos vínculos relacionais, deixando
para trás atividades que fizeram parte de sua trajetória durante décadas,tais rupturas
podem gerar algum desconforto nos adultos idosos ou maduros, exigindo deles outras
adaptações, como também dos sistemas familiares que estão ao redor.

5ª Etapa – A morte a última fase do ciclo da vida é a morte, da qual ninguém pode
escapar, esse período é difícil para as pessoas e famílias, pois elas nem sempre pensam e
se preparam para tal realidade, revelando a dor e a saudade daqueles que partiram,
sendo, no entanto, inevitável no que chamamos de ciclo da vida. Como foi considerado
anteriormente, a conselheira ou o conselheiro pastoral ministra às pessoas em constante
desenvolvimento tal desenvolvimento pode ser entendido pelo viés das transformações
psicológicas experimentadas pela pessoa, desde o nascimento até a morte, ou ainda, a
partir das mudanças que ocorrem no contexto da sociedade contemporânea.

Cabe lembrar que enquanto o conselheiro pastoral realiza o seu trabalho,


considerando as mudanças pelas quais a pessoa que ele atende experimenta, ele próprio
está em constante mudança. Assim, como a aconselhado não será o mesmo após o
processo de aconselhamento, a conselheira pastoral também não será a mesma, após
colocar-se ao lado da pessoa que solicitou a sua ajuda.

Aconselhamento e personalidade outro aspecto importante que o conselheiro ou a


conselheira pastoral precisa tomar conhecimento tem a ver com a constituição da
personalidade nese sentido, a discussão que se segue procura identificar uma das muitas
teorias relacionadas à formação da personalidade, entendendo que todos que atuam na
área humana podem empreender uma busca mais profunda sobre a constituição da
estrutura mental humana dois aspectos são relevantes quanto à teoria da
personalidade:

a) conhecer um conceito sobre a personalidade, e

b) conhecer uma teoria da personalidade, no contexto de várias propostas.

Sobre o primeiro aspecto, pode-se ler no livro de Psicanálise Clínica: uma


introdução ao estudo do desenvolvimento Humano:

“Personalidade refere-se ao modo relativamente constante e peculiar de perceber,


pensar, sentir e agir do indivíduo”.

Nesse conceito, é possível observar quatro elementos fundamentais relacionados à


personalidade, de acordo com os autores: o perceber, o pensar, o sentir e o agir, Quanto
à percepção, pode-se dizer que está relacionada à pessoa e ao seu interior, como também
a percepção que ela tem do mundo ao redor, Quanto ao pensar, talvez seja interessante
considerar a pertinência de desenvolver um pensamento positivo e construtivo,
mostrando ao aconselhado os benefícios de tal postura Já o sentir, podemos dizer que
ele está relacionado à instância das emoções, já que as emoções constituem parte da

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estrutura mental de cada pessoa. E por último, tem-se o agir, que pode ser associado à
coerência entre a relação dos elementos anteriores e um comportamento adequado nas
inter-relações. O segundo aspecto relevante quanto à personalidade está relacionado ao
conhecimento de uma teoria que ajude a conselheira pastoral ou o conselheiro no
entendimento da estrutura mental da pessoa. Dessa forma, a Teoria da Personalidade
proposta por Erich Fromm revela-se pertinente para a nossa disciplina, focando o
aconselhamento pastoral. Mais uma vez, são os autores de Psicologia: uma introdução
ao estudo da psicologia que podem oferecer uma compreensão da personalidade, como
se poder ler: “Natural da Alemanha, Erich Fromm (1900-1980) concluiu os estudos de
Psicologia, Sociologia e Filosofia em seu país, tendo-se radicado nos Estados Unidos,
em 1933.

Sua formação teórica foi em Psicanálise e é considerado um culturalista, isso


porque defendia enfaticamente que os aspectos culturais, sociais e políticos são
determinantes das possibilidades de realização humana e, portanto, da estruturação da
personalidade. Este autor postula a existência de cinco necessidades específicas que se
originam das condições da existência humana”, (BOCK, p. 104- 105). As cinco
necessidades indicadas por Erich Fromm são as seguintes:

a) a necessidade de relacionamento;

b) a necessidade de transcendência;

c) a necessidade de segurança;

d) a necessidade de identidade, e

e) a necessidade de orientação.

Aplicando essa proposta de teoria da personalidade ao trabalho de aconselhamento


pastoral, podemos considerar a importância dos conselheiros sondarem, junto aos
aconselhados, como esses elementos foram percebidos ao longo da trajetória de vida de
cada um deles. Cabe destacar que esta proposta de constituição da personalidade foi
formulada por um teórico, dentre outros teóricos, que também refletiram sobre a
estrutura mental dos seres humanos,para um aprofundamento sobre as várias teorias da
personalidade, outros autores e teóricos precisam ser estudados e compreendidos,
Voltando a Erich Fromm, que viveu e desenvolveu os seus estudos durante todo o
século XX, um século marcado por profundas transformações sociais, podemos pensar
objetivamente em algumas mudanças do século passado, Para o historiador Eric
Hobsbawm, autor de Era dos extremos: o breve século XX, um dos eventos marcantes
do século passado foi a primeira guerra mundial, envolvendo países e populações,
impactando a civilização ocidental daquele período e produzindo desdobramentos nas
décadas seguintes. Para Hobsbawm, aquela era uma “civilização capitalista na
economia; liberal na estrutura legal e constitucional; burguesa na imagem de sua
classe hegemônica característica; exultante com o avanço da ciência, do conhecimento
e da educação e também com o progresso material e moral; e profundamente

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convencida da centralidade da Europa, berço das revoluções da ciência, das artes, da
política e da indústria e cuja economia prevaleceu na maior parte do mundo, que seus
soldados haviam conquistado e subjugado”, (HOBSBAWM, p. 16).

Em sua síntese, Hobsbawm indica os principais elementos que vão nortear os


rumos das sociedades na primeira parte do século XX, não apenas na Europa, como
também de outros continentes, após os impactos de uma primeira guerra que envolveu
vários países, o mundo assistiu e participou de uma segunda guerra mundial, cujas
consequências puderam ser percebidas no processo de reconstrução de vários países e
na (re) organização de outras tantas sociedades. Foram dois eventos que impactaram o
mundo, além de outros que trouxeram mudanças significativas na ordem social e na
forma como as pessoas concebiam a sua maneira de viver.

O século XX foi marcado por profundas crises, mas também foi percebido como
um século de oportunidades para o desenvolvimento humano, como acentuou Eric
Hobsbawm, As religiões, inclusive o cristianismo ocidental, viram-se diante de desafios
e questionamentos para os quais deveriam apresentar respostas adequadas, enquanto
proclamavam uma mensagem de esperança aos povos, as instituições religiosas viram-
se diante do dilema de uma adaptação aos novos tempos, procurando entender e ao
mesmo tempo acompanhar os fiéis em suas mudanças pessoais,assim, novas tecnologias
passaram a fazer parte da estrutura institucional, introduzindo-se também nas
celebrações ritualísticas do cristianismo. Ontem como hoje, a religião cristã é chamada a
se posicionar diante das transformações sociais, e os conselheiros e conselheiras
pastorais enfrentam tal desafio na ministração de sua comunicação. Nesse sentido, os
conselheiros pastorais precisam ouvir com sensibilidade, como também responder às
inquietações dos aconselhados com sabedoria, tendo como base uma interpretação
segura e coerente dos ensinamentos bíblicos.

Vivemos dias modernos, caracterizados pela agitação da procura de algo que nos
esgota, não permitindo que coisas simples, como o conversar em família, sejam
vivenciadas,precisamos nos relacionar uns com os outros, como precisamos nos
relacionar com um Ser Superior, que chamamos Deus e a necessidade de
transcendência, Talvez, a nossa existência neste mundo em transformação seja uma das
maiores demonstrações do potencial que cada ser humano traz dentro de si a superação
que todos nós enfrentamos, a partir do nascimento, e como vencemos diversos desafios
nas primeiras semanas e meses de adaptação social. Em cada etapa do ciclo da vida,
vamos confirmando a nossa capacidade de superação ou transcendência, surpreendendo-
nos e surpreendendo aqueles que nos cercam.

Dentro deste viés, o depoimento do Apóstolo Paulo é bem oportuno: “quando eu


era menino falava com menino, pensava como menino e raciocinava como menino.
Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino”, (BÍBLIA SAGRADA,
NVI, I Coríntios 13.11, p. 1521). A ênfase do autor da carta aos coríntios está no
processo de crescimento: ele deixou claro que, enquanto menino, pensou e agiu como
menino, mas evoluiu até tornar-se um homem. Podemos pensar que Fromm aponta para

25
a necessidade de desenvolvermos processos evolutivos, vivenciando bem cada etapa do
ciclo da vida, mas avançando para realizarmos coisas mais complexas e desafiadoras.
Nesse sentido, os conselheiros pastorais também são importantes, pois podem auxiliar
as pessoas a compreenderem quem elas são e como podem desenvolver com maior
aptidão as suas qualidades ou potencialidades,a necessidade de segurança geralmente, o
ventre materno é tido com um lugar seguro, no qual o ser em formação pode
desenvolver-se plena e saudavelmente, acompanhado pelos cuidados e ternura de uma
mãe zelosa.

No entanto, aquele ser que se constitui não pode ficar além do tempo estipulado
pela natureza, usufruindo daqueles cuidados e segurança,e ele precisa romper com
aquela condição favorável e segura, passando a enfrentar o desconhecido, e ingressando
em outra dinâmica relacional se pensarmos dessa forma, as primeiras impressões e
registros que temos remetem a uma sensação e a um lugar de segurança: o ventre
materno e os primeiros cuidados de uma mãe amorosa,embora a dinâmica relacional
mude com o nascimento de cada ser humano, ele ainda precisa desenvolver-se num
contexto de segurança. A criança precisa sentir-se segura, embora não tenha consciência
do significado da palavra segurança.

A segurança que é oferecida a ela ajudará em seu desenvolvimento pleno, embora


ela não saiba que tais cuidados favoreçam o seu amadurecimento,assim, a busca pela
segurança interna nos mobiliza durante toda a nossa vida, sobretudo, quando somos
ameaçados pelas expressões de uma violência social, que nos vem do mundo externo,a
necessidade de identidade Quando a criança nasce, dizem os especialistas em
Desenvolvimento Humano, ela não sabe quem ela é e nem quem são os outros que
estão ao seu redor,Para a criança existe apenas ela no universo, Com o passar dos
primeiros meses de vida, essa criança começa a perceber os objetos que estão ao seu
redor, inclusive as pessoas que lhe cercam,ela ainda é o centro do universo, mas tal
condição e percepção vão-se transformando com os passar dos meses e anos de
existência, Provavelmente, uma das primeiras marcas de identidade é o nome que a
criança recebe, inserido num documento que afirma a sua existência para a sociedade
esses e outros registros farão parte do processo de construção da identidade da pessoa,
Embora tais registros civis, como uma certidão de nascimento, a construção da
identidade passa por outros processos simbólicos, como a percepção de quem a pessoa é
e o significado de sua existência na sociedade, indicando, de alguma forma, a
importância daqueles que estão ao redor.

Para Fromm, o desenvolvimento da personalidade passa pelo suprimento da


necessidade de identidade, no entanto, as mudanças rápidas que acontecem na
sociedade, gerando perdas e prejuízos pessoais, podem levar algumas pessoas a
questionarem quem elas de fato são. Um processo de aconselhamento pastoral bem
conduzido pode ajudar, também nesse sentido.

A necessidade de orientação se há uma discussão sobre as formas de educação e


disciplina infantil na atualidade, colocando em dúvida e no centro dos debates as formas

26
punitivas que as gerações passadas utilizaram, pode-se pensar que há certa concordância
quando se fala sobre a necessidade de orientação,para Fromm orientação é algo que o
ser humano necessita; ao suprir tal necessidade, contribui-se para o desenvolvimento da
personalidade, permitindo à pessoa ajustar-se aos movimentos familiares e sociais que
experimentará no longo de sua vida. Que fique claro que orientar não é punir ou
castigar, mas colocar-se ao lado daquele que não tem o pleno conhecimento e a
experiência para superar determinadas circunstâncias ao longo do desenvolvimento
humano. Em determinados momentos, os conselheiros pastorais serão desafiados a
auxiliar as pessoas neste processo de (re) orientação de suas práticas de vida.

O Sagrado no Aconselhamento Pastoral

Compreensão do sagrado Numa definição muito objetiva sobre o sagrado, Mircea


Eliade escreveu que:

“a primeira definição que se pode dar ao sagrado é que ele se opõe ao profano”,
(ELIADE, p. 17)

Não é justo afirmarmos que Eliade não está correto em sua compreensão sobre o
sagrado. Mas podemos considerar que, tomando apenas tal afirmação, a qualidade e os
significados atribuídos ao sagrado ficam encobertos, já que ele existe em oposição ao
profano, a afirmação do teórico permite algumas considerações, sobretudo, quando
focamos o sagrado em relação ao profano por outro lado, Peter Berger propõe outra
compreensão com relação ao sagrado, afirmando que:

“Por sagrado entende-se (...) uma qualidade de poder misterioso e temeroso, distinto
do homem e, todavia, relacionado com ele, que se acredita residir em certos objetos
da experiência”, (BERGER, p. 38).

Ele acrescenta, complementando a sua compreensão do sagrado, dizendo que “essa


qualidade pode ser atribuída a objetos naturais e artificiais, a animais, ou a homens,
ou às objetivações da cultura humana”, (BERGER, p. 38).

Como exemplo da presença do sagrado no processo de constituição da humanidade,


observa-se que “há rochedos sagrados, instrumentos sagrados, vacas sagradas. O
chefe pode ser sagrado, como o poder ser um costume ou instituição particular”,
(BERGER, p. 38-39).

Dessa forma, para o autor, “pode-se atribuir a mesma qualidade ao espaço e ao


tempo, como nos lugares e tempos sagrados. A qualidade pode finalmente encarnar-se
em seres sagrados, desde os espíritos eminentemente locais às grandes divindades
cósmicas”, (BERGER, p. 39).

Ao desenvolver a sua compreensão sobre o sagrado, discutida no livro O dossel


sagrado: elementos para uma teoria sociológica da religião, Peter Berger entende que
“o sagrado é apreendido como algo que ‘salta para fora’ das rotinas normais do dia a
dia, como algo de extraordinário e potencialmente perigoso, embora seus perigos

27
possam ser domesticados e sua força aproveitada para as necessidadescotidianas”,
(BERGER, p. 39).

Em certo sentido, Berger concorda com Eliade, pois “num certo nível, o antônimo
do sagrado é o profano, que se define simplesmente como a ausência do caráter
sagrado”, (BERGER, p. 39).

As considerações de Peter Berger ajudam a compreender as especificidades


relacionadas ao sagrado,assim tendo esse conhecimento, podemos observar que parte
daquilo que os aconselhados introduzem durante o processo de aconselhamento pastoral
pode remeter às questões associadas ao sagrado. Identificá-las e compreendê-las no
contexto existencial daqueles que buscam no aconselhamento pastoral a ferramenta para
a sua superação é tarefa dos conselheiros pastorais,por esse motivo além de
compreendermos o significado do sagrado, a partir de dois teóricos (Eliade e Berger),
podemos avançar para entendermos as discussões em torno do sagrado.

Discussões em torno do sagrado Dentre os vários temas que ocupam o


aconselhamento pastoral, observamos que a fala em torno do sagrado também está
presente,cabe lembrar que a abordagem do assunto que envolve o sagrado é pertinente
ao aconselhamento cristão, sendo que tal assunto, geralmente, é introduzido por
iniciativa das pessoas, que justificaram algumas de suas escolhas e as suas
consequências ao longo da vida. Nesse sentido, visando a uma compreensão mais
objetiva do tema, podemos considerar três abordagens teóricas que ajudam no
entendimento do sagrado no processo discursivo do sujeito em aconselhamento pastoral:

a) a Teoria Sistêmica;

b) a proposta da Psicanálise, e

c) as formulações da Logoterapia.

As duas últimas, através de seus principais interlocutores (respectivamente


Sigmund Freud e Viktor E. Frankl), apresentam contribuições e questionamentos
significativos ao estudo da constituição humana, abordando as questões de saúde e
também da influência da religião na vida das pessoas.

Quanto à Teoria Sistêmica, considerando as suas múltiplas indicações e propostas


de abordagens, tras reflexão mais pertinente sobre o sagrado nas questões que envolvem
os sistemas, sobretudo, quando trata do casamento e dos sistemas
familiares(Constelações Familiares de Bert Hellinger) embora consideremos, na
presente discussão, o sagrado no processo de formação discursiva, a proposta de uma
compreensão sobre a construção teórico-metodológica da Análise do Discurso deve
ficar para outro momento. O mesmo aplica-se a uma leitura ou uma releitura das
técnicas alusivas à Análise do Discurso, que podem ser percebidas, em diferentes
momentos, no estudo dessas três abordagens mencionadas anteriormente.

28
Porém, é importante enfatizarmos que as pessoas podem apoiar-se no sagrado como
mais um expediente que ajude no processo regulador da ansiedade. Ela – a ansiedade –
apresenta-se como uma sensação associada à aflição, ao receio ou ainda à angústia,
estando presente na vida de todas as pessoas, em maior ou menor intensidade. Assim, as
pessoas podem afirmar que suas escolhas não traduzem apenas as suas vontades e
desejos, já que foram “orientadas” por um “outro”, visto e constituído como um Ser
Superior ou uma divindade, remetendo ao sagrado numa tentativa de transferência de
responsabilidades. Conquanto o discurso sobre o sagrado esteja presente no processo de
aconselhamento pastoral, vale lembrar alguns cuidados que os conselheiros pastorais
devem ter ao tratarem dessa área. Um primeiro cuidado é não generalizar
Aconselhamento Pastoral experiências ligadas à religião, ao espiritual e ao sagrado,
apresentando “fórmulas mágicas” que visam recuperar as pessoas em acompanhamento
pastoral.

Com fórmulas mágicas me refiro aos tratamentos enlatados ou empacotados, que


influenciam no aconselhamento pastoral, como se algumas ações realizadas pelos
aconselhados fossem suficientes para a resolução de seus conflitos e crises, segundo
cuidado é não se impressionar com um aparente discurso religioso ou espiritual, que
objetiva revelar ou indicar alguém que tem um acesso exclusivo ao sagrado, estando
acima de qualquer questionamento por parte do conselheiro ou da conselheira pastoral,
Cabe lembrar que a experiência religiosa ou espiritual de alguém não é exatamente
igual à experiência dos conselheiros, mesmo que todos façam parte da mesma confissão
religiosa, como por exemplo, no caso o cristianismo. Mesmo confessando a fé em Jesus
Cristo, podemos dizer que a experiência de conversão do Apóstolo Paulo foi diferente
da experiência do Apóstolo Pedro, Ambos eram cristãos, convertidos a Cristo e
confiantes no Messias de Deus, mas tiveram trajetórias singulares e experiências
distintas com o sagrado.

O terceiro cuidado é procurar compreender o sentido de sagrado ou de religioso, ou


ainda o significado espiritual, apresentado pela pessoa que está em processo de
aconselhamento pastoral, tal cuidado ajudará o conselheiro ou a conselheira pastoral na
compreensão das múltiplas experiências que a pessoa teve ou tem com o sagrado,
inclusive, facilitando o entendimento sobre o processo de educação religiosa no qual ela
esteve submetida, tanto pelo contexto familiar quanto pelo social.

Assim, um cuidado importante deve ser dado às palavras que são colocadas durante
o aconselhamento, sobretudo, quando há relatos sobre experiências com o sagrado,
Voltando às questões que envolvem o sagrado e a ansiedade no processo de
aconselhamento, podemos fazer duas considerações:

a) em primeiro lugar, não propomos trabalhar ou discutir o significado de sagrado; mas


partimos, no entanto, das duas contribuições anteriormente citadas: a de Mircea Eliade e
as considerações de Peter Berger, e

29
b) em segundo lugar, o termo ansiedade neste texto não tem o mesmo significado que
pode ser encontrado no CID 10, que apresenta a classificação da OMS – Organização
Mundial de Saúde, quando se refere aos transtornos de ansiedade (CID 10, p. 137).

Para uma melhor compreensão sobre a ansiedade, podemos nos basear no conceito
formulado por Lawrence Kolb, quando diz que:

“A ansiedade pode ser descrita como uma dolorosa dificuldade mental, um estado de
muito alta tensão, acompanhado de um inexprimível temor, um sentimento de
expectativa apreensiva”, (KOLB, p. 385).

Para ele, tais reações ansiosas podem se revelar em qualquer situação “que constitua
uma ameaça à personalidade”, (KOLB, p. 385). Quando consideramos temas como
sagrado, religião, ansiedade ou saúde mental, somos levados a pensar se as experiências
religiosas podem produzir um estado de alienação ou estagnação diante dos desafios da
existência humana, que se manifesta no comprometimento com a vida em sociedade.

Partimos do princípio de que as estruturas religiosas foram constituídas para auxiliar


as pessoas em sua trajetória de vida neste mundo, produzindo esperança com relação às
aflições que podem ocorrer no futuro, inclusive, com relação à vida após a morte física,
Visto por esse ângulo, não podemos entender as vivências religiosas como influências
que levam à alienação,o que não significa dizer que não existam religiosos que optam
pelo estado e pela condição de alienação, a diante dos problemas e sofrimentos inerentes
à existência humana. Nesse sentido, não podemos responsabilizar a religião pelas
escolhas de determinados religiosos,nesse caso podemos pensar na pessoa que se
utiliza do sagrado, a partir de uma construção discursiva, visando manter as suas
resistências intactas com relação a não revelação de conteúdos ocultos e dolorosos,
presentes em sua estrutura emocional e que revelam as disfunções sistêmicas que fazem
parte de sua vida. É possível dizer que o risco de estagnação dessa pessoa existe, mas
não se pode responsabilizar a religião ou a experiência com o sagrado,no processo de
aconselhamento pastoral, desqualificar ou supervalorizar o discurso sobre o sagrado que
a pessoa apresenta, indicando que ele (o sagrado) mostra-se o legitimador de suas
escolhas, significa não acolher o ser – em toda a sua dimensão – de forma empática e
incondicional.

Ao contrário, quando o conselheiro pastoral acolhe a pessoa, como também o seu


discurso sobre o sagrado, ele se coloca como um facilitador no processo de (re)
organização sistêmica, respeitando eticamente a experiência religiosa do outro que está
em acompanhamento, Outra questão que pode ser levantada é sobre os temas que são
compartilhados no aconselhamento e que remetem às experiências com o sagrado,
Podemos propor algumas aproximações entre o sagrado e os seguintes temas, que são
recorrentes no desenvolvimento do aconselhamento pastoral:

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a) questões de ordem afetiva, incluindo vínculos relacionais entre cônjuges, vínculos
relacionais entre amigos e vínculos relacionais entre e pais e filhos;

b) questões de ordem profissional, questionando os resultados de algumas decisões e


seus desdobramentos práticos, e

c) questões de ordem espacial e temporal, sobre ser aquele o melhor momento ou o


melhor lugar para se fazer determinada escolha.

Ao vincular um tema específico ao sagrado, é razoável afirmar que existem traços


de memória coletiva de um determinado grupo religioso, que também se apropria do
sagrado em seu conjunto de dogmas e doutrinas e constrói várias modalidades
discursivas,ao aceitar a influência do grupo religioso na vivência da pessoa, a partir de
elementos ou conteúdos desta mesma memória coletiva, observamos que a pessoa passa
a internalizar e a tomar como seu o discurso de uma dada comunidade, permitindo uma
legitimação de escolha.

Nesse sentido, quando o conselheiro ou a conselheira pastoral acolhe um


determinado discurso sobre o sagrado, é relevante procurar compreender que influências
religiosas a pessoa recebeu, pois, talvez, parte do que esteja afirmando (o discurso
pessoal) venha a se constituir em parte de um pensamento coletivo vinculado a uma
determinada instituição religiosa (o discurso da instituição), Dessa forma, o discurso
do aconselhado pode ser uma espécie de eco da instituição religiosa, na qual se está
inserido ou se esteve inserido, aquela fala sobre o sagrado seja uma aparente reprodução
da formação discursiva do grupo religioso, no qual a pessoa está inserida, aquela fala
específica se torna a expressão do aconselhado ou da aconselhada, já que ele
internalizou o conteúdo do grupo, mas escolheu apresentar somente aquela parte do
discurso da instituição religiosa,de acordo com Raul Marino Júnior, autor de A religião
do cérebro: as novas descobertas da neurociência a respeito da fé humana, William
James entendeu que “para alcançar uma ciência crítica sobre as religiões, o material
básico deve proceder de fatos da experiência pessoal”, (MARINO JÚNIOR, p. 15).

Assim, os conselheiros pastorais, que trabalham mais especificamente com os


fenômenos religiosos, podem identificar os fragmentos que aproximam ciência e
religião, estabelecendo uma relação de diálogo entre o sagrado e as demais disciplinas.

Num livro intitulado Cartas entre Freud e Pfister (1909-1939): um diálogo entre
psicanálise e fé cristã,( amizade do criador da psicanálise com o pastor protestante
Oskar Pfister e o mesmo diz:

“Se me perguntassem sobre o lugar mais aprazível da terra, eu responderia:


Informem-se na casa do Professor Freud!”, revela Pfister, em 30.12.1923.

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“É muito doloroso para mim que os teólogos permaneçam atrasados e fracassem de modo tão
lamentável. Há mais de 18 anos estou no trabalho. Os pedagogos têm aceitado muitas coisas
e, de todos os lados, ouço que a análise vai ocupando cada vez mais o centro dos interesses
Os teólogos envolveram-se demais numa tola disputa por princípios, em vez de se
preocuparem com o bem-estar psíquico dos laicos — e o seu próprio. (Pfister, carta de
10.9.1926.)

podemos encontrar registros significativos de um relacionamento entre dois homens que


se interessaram pela mente e pelo comportamento humano. O primeiro, Sigmund Freud,
foi um médico austríaco que trocou correspondências pessoais com Oskar Pfister,
durante trinta anos.

O segundo, Oskar Pfiste foi pastor protestante, com doutorado em Filosofia,


demonstrando ser um persistente inquiridor das questões que afligiam a estrutura
humana de seu tempo. Parte dos diálogos entre Freud e Pfister ficou registrada no livro
citado anteriormente, constituindo-se numa referência bibliográfica pertinente aos que
desejam atuar no campo do aconselhamento pastoral, já que religião e psicanálise
aproximam-se nessas cartas analisadas. Freud, então, escreveu ao pastor protestante, a
quem chamou de cura de almas espiritual, agradecendo pelo envio de um trabalho
intitulado Representações delirantes e suicídio de alunos, considerando a diferença do
trabalho de um religioso e de um especialista.

Para Freud, a “psicanálise em si não é religiosa nem antirreligiosa, mas um


instrumento apartidário do qual tanto o religioso como o laico poderão servir se, desde
que aconteça tão somente a serviço da libertação dos sofredores. Estou muito
admirado de que eu mesmo não tenha me lembrado de quão grande auxílio o método
psicanalítico pode fornecer à cura de almas”, (FREUD, p. 25).

Após receber a carta de Freud, datada de 09 de fevereiro de 1909, Pfister escreveu


imediatamente de Zurique, em 18 de fevereiro de 1909, fazendo uma análise da
Reforma, De acordo com Pfiste disse:

“A Reforma na essência nada mais é do que uma análise da repressão sexual


católica, lamentavelmente uma análise muito insuficiente, por isso a neurose de
angústia da ortodoxia eclesiástica e seus sintomas correlatos, os processos de
bruxaria, o absolutismo político, a sujeição social nas corporações, etc.”, (PFISTER,
p. 27).

Ao citar as contribuições teóricas de Sigmund Freud e Oscar Pfister, que


contemplam o tema religioso no contexto europeu, objetivamos compreender, mesmo
que de forma superficial, uma discussão desenvolvida no início do século XX, quando
os transtornos da estrutura psíquica foram observados por teóricos, como Freud, e por
estudiosos dos fenômenos religiosos, como Pfister, um pastor de formação protestante,
Embora os diálogos entre teóricos do comportamento humano e estudiosos dos
fenômenos religiosos tenham avançado significativamente nas últimas décadas, ainda
existe um longo caminho a ser percorrido, aproximando e fazendo convergir ciência e
religião, Somente aqueles que se despirem de qualquer preconceito – seja com relação

32
ao lugar da ciência na sociedade moderna, ou com relação ao lugar do sagrado na
experiência individual de cada ser poderão desenvolver uma sensibilidade capaz de
ouvir o outro em suas angústias. Cabe lembrar que algumas dessas angústias foram
articuladas a partir dos discursos, que trazem o sagrado como tema dos processos de
ajuda e apoio ao próximo.

Partindo dos diálogos entre Freud e Pfister, podemos considerar que as expressões
que remetem ao sagrado não precisam ser desqualificadas como manifestações das
disfunções e dos transtornos da alma humana, ao contrário, essas expressões religiosas
que remetem ao sagrado podem ser percebidas como elementos integradores numa
busca de (re) conciliação da pessoa consigo mesma, mas também com o outro, que pode
ser o Deus do cristianismo, ou um semelhante próximo e Além de Freud e Pfister,
outros teóricos e estudiosos focaram o sagrado na estrutura emocional do sujeito.

Viktor Emil Frankl, em A presença ignorada de Deus, abordou o diálogo entre a


psicoterapia e a religião, chamando a atenção para o interesse dos profissionais que
atuam na saúde para os elementos constitutivos da religiosidade do paciente,Viktor
Frankl, então, afirmou:

“Não esqueçamos, porém, que seu interesse não é somente pela religiosidade do outro,
mas pela espontaneidade desta religiosidade. Em outras palavras, ele deve ter o
máximo interesse para que esta religiosidade possa se manifestar espontaneamente,
devendo aguardar com paciência que esta manifestação ocorra”, (FRANKL, p. 55).

Ao fazer a devida distinção dos objetivos da religião, da psicoterapia e do Campo


ético de atuação do sacerdote e do psicoterapeuta, Frankl entendeu que “a religião dá
ao homem mais do que a psicoterapia, mas também dele exige mais” deve ser evitada
com todo o rigor qualquer contaminação entre esses dois campos, que podem até
coincidir quanto a seus efeitos, mas são diferentes quanto à sua intencionalidade”,
(FRANKL, p. 57).

Outro teórico que discute a presença do sagrado no discurso humano é Carlos


Hernández, autor de (O lugar do sagrado na terapia) Hernández propõe uma análise
do sagrado no processo de formação discursiva e sua relação com o comportamento de
pacientes psicóticos, que passaram pelo processo de internação em instituições
psiquiátricas. Foi no contexto de confinação que ele percebeu como os gestos, as falas e
os objetos revelavam o sagrado no interior de homens e mulheres, que buscavam a
reorganização emocional e relacional. Hernández afirmou:

“Se como terapeuta não ignoro o corpo de meu paciente, já estou fazendo algo, da
mesma forma que não ignoro o aspecto sagrado dele e o meu”, (HERNÁNDEZ, p.
13).

Em outro momento de suas reflexões, ele afirmou que “a pessoa sempre tem um
espaço sagrado e, por conseguinte, misterioso e cheio de significado”, (HERNÁNDEZ,
p. 18).

33
Embora o autor considere a presença do sagrado no contexto da psicoterapia,
podemos nos apropriar de suas contribuições, aplicando-as ao processo de
aconselhamento pastoral, o que nos interessa na presente discussão.

Quando se considera o sagrado no processo de formação discursiva da pessoa,


apontando para a relação complementar entre religião e saúde, as considerações de
Hernández ganham outra relevância, Ele situa o seu leitor, informando que:

“Estou usando como critério de saúde o desenvolvimento de condutas criadoras”,


(HERNÁNDEZ, p. 42).

Considerações finais

O que aprendemos com as pessoas que estão em aconselhamento pastoral é que o


sagrado, que se manifesta nas múltiplas formas de discursividade e nas expressões
comportamentais, precisa ser compreendido na totalidade do ser humano.

Mais do que isso, o sagrado, quando visto e acolhido pelos conselheiros pastorais,
diante das angústias da alma humana, pode ser percebido como pertencente à história de
cada pessoa, merecendo ser entendido como elemento capaz de auxiliar no processo de
elaboração dos conflitos e das tensões da estrutura emocional de cada pessoa,o que
vimos neste último capítulo é que o sagrado está presente no processo de constituição
da estrutura humana, manifestando-se nas expressões religiosas das pessoas, que falam
de suas vivências no contexto de aconselhamento pastoral.

Cabe ao conselheiro ou a conselheira pastoral perceber nos temas que são


apresentados durante Indicações culturais aconselhamento a compreensão que se tem do
sagrado, associado aos objetos e às vivências humanas. Este sagrado deve ser entendido
a partir do discurso de cada aconselhado, pois os significados associados a ele são
diferentes dos significados que outros podem dar aos fenômenos religiosos.

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Identifique nas questões a seguir a única resposta correta:

Questão de reflexão A partir do desafio proposto por Paulo em Romanos 12.01-02, faça
uma reflexão sobre a importância do aconselhamento pastoral no crescimento daqueles
que confiam em Jesus Cristo.

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Bibliográficas

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