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Material autoral do Instituto Constelação Clínica e do

Instituto Brasileiro de Psicanálise Clínica.

Integra o Curso de Formação em Constelação Clínica, Familiar e Sistêmica.

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ÍNDICE

Módulo 11: Aspectos da atuação prática do Constelador


Introdução
O que Estudar no Cliente?
Princípios da relação com o cliente
1. Atenção a sentimentos e pensamentos recorrentes
2. Atenção a sentimentos e pensamentos presentes
3. Investigação histórica
4. Análise do que o cliente espera
5. Foco no que realmente importa
6. Interpretação racional
7. Compromisso com o afeto e com a empatia
8. Comunicação não violenta
9. Responsabilidade
10. Resolutividade
Os 10 princípios na prática
Trabalho Voluntário e Comercial em Constelação
1. Como Praticar Voluntariamente?
2. Como Praticar Comercialmente?
Locais para ser Constelador - Vantagens e Custos
1. Consultório Próprio
2. Consultório Próprio com Auditório
3. Parcerias com Consultórios existentes
4. Coworking
5. Coworking por Nicho
6. Home office
7. Locais que complementam o Home Office
8. On-line
9. Projetos em Empresas, Escolas ou Locais de atendimento à saúde
10. Projetos piloto em instituições
10.1. Projeto Piloto em Empresa
10.2. Projeto Piloto em Escola

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11. Palestras e Constelações demonstrativas para um grupo de pessoas


Questões

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Módulo 11: Aspectos da atuação prática do

Constelador

Introdução

Você já entende como funciona uma sessão de constelação. Agora, vamos entrar em

alguns ​detalhes sobre a relação com o cliente e sobre as formas de trabalho que

você poderá adotar​, caso queira atuar na área.

Este Módulo tratará de aspectos relativos à ​prática da atuação do constelador, dos

princípios que vinculam terapeuta / cliente / sessão, além de algumas ideias de

onde/como você poderá atuar​, caso seja sua escolha atuar com atendimento ao

público.

Dentre nossos alunos, há pessoas que buscam a Constelação para diversos fins,

como: autoconhecimento, conhecer a teoria, agregar na profissão atual, melhorar

relacionamentos, ajudar pessoas próximas, congregar melhor sua família, atuar com

atendimentos a clientes.

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Se, no momento, sua intenção não for atuar especificamente como Terapeuta

Constelador(a), anote as ideias que constam neste Módulo: pode ser que, no futuro,

você se interesse por uma atuação específica na área e essas dicas serão bastante

úteis.

Além disso, temos entre nossos alunos psicanalistas, coaches, profissionais liberais e

terapeutas de outras linhas: ​algumas ideias aqui presentes (e também presentes no

próximo módulo, sobre Divulgação) ​poderão ser adaptadas à realidade de outros

ofícios​.

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O que Estudar no Cliente?

Basicamente, o foco ou mesmo método que o Terapeuta precisa seguir em

Constelação é o seguinte:

O cliente e o terapeuta ​definem o problema​.

Então o cliente (ou, às vezes, o terapeuta) ​escolhe os representantes dos

membros da sua família​.

O ​cliente põe os representantes na sala e os orienta​, ou seja, coloca na ordem que

ele considera como relevante para o sistema familiar e que melhor simbolize as

relações.

O terapeuta pode ​perguntar se está tudo de acordo​. O terapeuta pode identificar se

está faltando alguém à Constelação: ​verificar se falta algum membro familiar não

mencionado e que parece ser importante​, ainda que seja de gerações passadas

(avós, bisavós etc.).

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O campo da Constelação se estabelece: os presentes (em especial terapeuta e

cliente) ​começam a compreender as relações​. Alguns representantes relatam

experimentar aquilo que sentiriam os membros originais (aqueles a que eles estão

substituindo). O terapeuta pode tanto interrogar os representantes sobre o que

está acontecendo com eles, como simplesmente deixá-los fazer os "movimentos da

alma". Os representantes podem sentir necessidade de se movimentar ou expressar

em palavras o que estão sentindo (isso nem sempre deve ser tomado ao pé da letra

pelo terapeuta, mas pode lhe servir de ​insight​).

O ​terapeuta oferece algumas interpretações e pede aos representantes que

pronunciem determinadas frases escolhidas que tenham um valor de verdade para

os representantes e que sejam relevantes à compreensão do problema. Essas

interpretações e frases visam a gerar um novo equilíbrio. Via de regra, são frases que

significam perdoar, ou então compreender porque algum membro agiu como agiu, ou

então dizer que determinado “fardo” é de responsabilidade daquele membro

representado (eximindo outro membro, por exemplo o cliente, de continuar se

sacrificando como tentativa de “salvar” o sistema).

Todos os deslocamentos, todas as palavras são consideradas como

experimentais​, pois se o campo de energia muda, quando a solução se aproxima,

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temos a prova de que eles foram oportunos​. Difícil dizer que haja um “certo” ou um

“errado”; mas, muitas vezes o cliente percebe algo como certo (algo que já estava

inconsciente a ele e que, vindo à tona, ajuda-o a se libertar).

Na maioria das vezes, quando a Constelação se aproxima de sua solução, ​o

cliente pode tomar o seu lugar no seio da Constelação (por exemplo, estando

junto ou no lugar do representante que fazia o papel desse cliente), sendo que a

solução é quando as pessoas representadas encontram a paz ou, pelo menos, uma

situação mais confortável.

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Princípios da relação com o cliente

Na relação com o cliente / constelado, algumas coisas devem ser observadas pelo

Constelador.

Abaixo, listamos ​princípios que o Constelador deve seguir e que, sempre que

possível, ​o Constelador deve requerer que o cliente também siga​, para maior

efetividade do trabalho.

1. Atenção a sentimentos e pensamentos recorrentes

O constelador pode fazer perguntas ao cliente, do tipo: ​Em que o você pensa sempre?

O que mais te incomoda? Quais as ideias fixas, os pensamentos ou sentimentos que

atrapalham a sua vida e o seu desenvolvimento? O que você acha desses

pensamentos e sentimentos? De certa forma, você está apegado a eles?

Via de regra, ​as grandes questões a serem consteladas partem desses

sentimentos e pensamentos recorrentes​, exatamente porque eles acompanham o

cliente a maior parte do tempo.

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2. Atenção a sentimentos e pensamentos presentes

O que o cliente está sentindo agora? O que você sentiu hoje a respeito desse tema?

A gestalt-terapia nos ensina sobre a importância de observar o momento presente.

Para esta linha terapêutica, perguntar-se “​o que sinto/penso agora?​” é uma das

ferramentas mais poderosas. O ​mindfullness t​ ambém segue esta abordagem.

O pensamento deixaria de se prender intensivamente ao passado (amenizando

depressão) e ao futuro (amenizando ansiedades).

Na Constelação, isso é uma técnica para o constelador compreender ​onde está o

pensamento e a emoção do cliente no momento da sessão​.

Além disso, o cliente (aprendendo a se perguntar “como estou agora? Em que penso

agora? O que sinto agora?”) ​passa a compreender melhor sua estrutura emocional

e a estar mais atento a ela​.

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3. Investigação histórica

O Constelador pode perguntar ao cliente: ​De onde isso vem? O que na sua infância

pode ter levado a isso? O que levou a isso? E como era antes? E como era com seus

pais / com seus avós?

Veja que o Constelador ​identifica os pensamentos/sentimentos

recorrentes/presentes, mas isso ainda não atua no nível da causa​, da origem.

É a ​investigação histórica que poderá reconstituir eventos traumáticos que serão

o centro da Constelação​.

A Constelação parte do princípio que os fatos atuais originam-se no passado: uma

tristeza presente, uma angústia presente, uma ansiedade presente etc. são resultados

de fenômenos do passado, via de regra, ​fenômenos relacionados com as relações

humanas (especialmente familiares) e da infância / adolescência​.

Muitas vezes, o cliente pode estar interessado a só falar do presente, o que pode ser

um mecanismo inconsciente de defesa para manter antigas estruturas.

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4. Análise do que o cliente espera

O Constelador deve se perguntar: ​O que o seu cliente espera da terapia da

Constelação? E o que o cliente espera desta sessão de Constelação? E o que o cliente

espera de mim (constelador) em relação a isso que ele acabou de falar ou desta

estrutura constelar que ele acabou de montar?

Por vezes, o cliente espera ajuda, ​ele tem um interesse real na superação de um

problema​. Outras vezes, o cliente espera compaixão: ​ele quer que o constelador

fique do lado dele e contra algum familiar representado​.

Ocorre que ​o papel do Constelador é ficar a favor do clã, da família, do grupo

familiar (ou corporativo etc.). Isso, por vezes, significa ​questionar o cliente, mostrar

as razões dos outros membros, compreendê-los perdoá-los​.

O Constelador deve pedir que o cliente abaixe suas guardas, que esteja aberto a uma

possível nova interpretação, que é a contribuição que o constelador e a constelação

pode lhe trazer.

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O Constelador pode apontar a responsabilidade que tem para com o cliente e pedir que

o cliente entenda que, embora não seja o mais fácil, ​uma outra forma de elaborar e

enfrentar o problema pode ser mais libertadora​.

5. Foco no que realmente importa

Quando o cliente reporta sentimentos/pensamentos ou fatos passados, ​ele pode focar

em algo secundário​.

Numa terapia de longo prazo (como a Psicanálise), o secundário importa, pois é uma

forma de associação livre que pode abrir caminhos para chegar ao inconsciente.

Porém, na terapia da Constelação, o cliente (via de regra) aborda um problema por

vez, isto é, ele constela um problema e monta a estrutura familiar para tentar entender

aquele problema.

O terapeuta mais sensível perceberá que algo secundário merece, na verdade, um

lugar prioritário, mas ​nem sempre isso é simples de identificar numa terapia breve

como a Constelação​.

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Em outras palavras, o constelador pode perguntar para o cliente ​o que ele

pensa/sente agora/sempre​, isso deve funcionar como uma abertura investigativa.

Quando isso ocorrer, o constelador pode perguntar “​de onde isso vem?​” para tentar

ver se o cliente tem alguma ideia, ainda que hipotética, sobre fatos familiares passados

que tenham gerado o transtorno.

Se o cliente reportar-se a vários fatos a serem constelados, ​cabe ao constelador

focar no mais importante, naquele momento, para aquele problema relatado​.

Nada impede que, numa sessão futura, o cliente e o constelador tratem de outros

problemas, encontrem outros eventos causadores e montem outras constelações sobre

eles.

6. Interpretação racional

A Constelação busca ​inspirar olhares mais neutros​, isto é, menos envolvidos no

turbilhão de emoções que podem se tornar as relações humanas, especialmente

aquelas mais próximas como as familiares.

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O cliente, muitas vezes, está envolvido em questões emotivas, que sustentam sua

família, e ​pode não conseguir observar elementos importantes​.

Pelo simples fato de ​externalizar as relações (dispondo os representantes em um

espaço físico ou virtual que simbolize os vínculos afetivos), ​a Constelação possibilita

um olhar de fora​.

Acresça a isso a visão do terapeuta constelador, que também deve colaborar para que

o cliente compreenda um pouco mais racionalmente a origem dos problemas.

7. Compromisso com o afeto e com a empatia

O racional é importante, mas não basta.

A Constelação é um exercício de ​colocar-se no lugar do outro​.

Sem a experiência de “colocar-se no lugar do outro”, não há constelação: ​cada

membro familiar continuaria reproduzindo suas verdades, seu “amor” por vezes

distorcido que sacrifica a si ou a outro membro do sistema​.

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As ​representações já permitem esse “estar no lugar do outro”​: são representantes

que fazem o papel dos membros reais (os representantes, portanto, já experimentam

essa primeira empatia para com os membros reais).

O Constelador também é empático: ​precisa sentir a dor do cliente para saber como

ajudá-lo​. Mas esse “sentir” é apenas no início (na identificação do tema), não se

prolonga no decorrer da Constelação. Quando for preciso (como vimos na fala de Bert

Hellinger), ​o Constelador deve ser realista com o cliente, mesmo quando precise

lhe apontar verdades que cause dor e interrompa uma visão distorcida à qual o

cliente estava apegado​.

Por fim, ​o cliente tem uma relação empática para com seu clã​: ele percebe o

comportamento dos outros membros e tem uma chance de compreender soluções que

favoreçam a continuidade qualificada daquela família.

8. Comunicação não violenta

O Constelador deve ser realista, mas deve ​evitar palavras agressivas​.

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Da mesma forma, quando perceber que o cliente está desrespeitando o trabalho, ​o

Constelador deve-lhe pedir dedicação e respeito​. No caso de não haver ambiente

propício à constelação, ​o Constelador deve interromper aquele atendimento​.

O Constelador precisa ser ​assertivo​: mostrar que está focando no problema e

buscando uma solução para o clã. Deve mostrar que seu objetivo não é ofender

pessoas, nem julgar ninguém.

9. Responsabilidade

A Constelação funciona melhor quando ​todos estão imbuídos de responsabilidade:

em resolver um problema e em beneficiar o clã​.

Não se faz constelação simplesmente para colocar a culpa nos membros familiares não

presentes e para “aliviar” a culpa do cliente / constelado.

Há circunstâncias em que o cliente é vítima de alguma violência ou abandono, mas, ​até

que ponto lhe servirá uma Constelação que reafirme o que ele já sabe​?

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A Constelação busca ​mostrar possíveis razões (pessoais, históricas) para as

pessoas agirem como agiram, dentro de um sistema​. Além disso, a Constelação

visa a ​mostrar a responsabilidade de cada membro representado​, para que isso

fique nítido ao cliente.

Sabendo das responsabilidades, é mais fácil quebrar os emaranhados e cessar

comportamentos destrutivos compensatórios (que buscam equilibrar o sistema familiar,

mas o fazem de maneira equivocada, sacrificando um de seus membros).

Os membros percebem que ​não devem assumir maior responsabilidade do que

aquela que lhes cabe​. Da mesma forma, percebem que ​é preciso assumir a

responsabilidade pelo que lhes cabe e pelo compromisso de reativar relações

humanas​.

Outra forma de responsabilidade para com a qual o cliente deve estar comprometido é

a resolutividade, que abordaremos no ponto a seguir.

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10. Resolutividade

É a ​capacidade de tomar decisões e cumpri-las​.

É uma forma de responsabilidade, portanto. Mas é uma responsabilidade que (a

princípio) não afeta quem está ausente da constelação. Expliquemos…

O cliente que está presente na Constelação compreende melhor as relações

interpessoais, compreende as responsabilidades de cada um e também compreende a

sua própria responsabilidade.

Algumas vezes, ​o mero ato de ​compreender (ressignificar) j​ á tem um fator

curativo​, é o famoso “cair a ficha”.

Outras vezes, compreender é apenas ​parte do processo de cura: ou seja, ​ainda serão

necessárias ações a tomar, e o que o cliente deve estar resoluto a fazer o que

precisa ser feito​.

Cabe ao cliente ser assertivo para assumir responsabilidade de melhorar a qualidade

dos relacionamentos e cooperar para o reavivamento do seu clã familiar (ou, ainda,

ajudar quem precisa ser ajudado no clã).

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Assertivamente, ​o cliente, ao assumir suas responsabilidades, pode inspirar

outros membros do grupo (isto é, da família, da empresa etc.) a também assumir

responsabilidades​: isso funciona muito melhor do que brigas ou cobranças baseadas

em comunicação violenta.

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Os 10 princípios na prática

A ideia dos 10 princípios que apresentamos na sessão anterior é uma construção do

nosso Curso de Formação em Constelação Clínica.

Na nossa experiência lecionando, vivenciando centenas milhares de horas de

constelações realizadas ou de atendimento clínico por outros métodos (como a

Psicanálise), percebemos que esses princípios potencializam resultados, melhoraram o

envolvimento do cliente e favorecem a credibilidade do Constelador.

O Constelador deve vivenciar esses princípios; e a Constelação será tanto mais efetiva

quanto mais o Constelador inspirar esses mesmos princípios em seus clientes,

representantes, plateia.

A seguir, vamos imaginar algumas situações de aplicação desses princípios na prática.

1. Atenção a sentimentos e pensamentos recorrentes

Use sempre quando o cliente estiver com bloqueio para definir qual tema será

constelado.

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Use para compreender as dores que afligem seu cliente.

Use para comprovar se uma determinada escolha de tema é, de fato, impactante para

o cliente.

2. Atenção a sentimentos e pensamentos recorrentes

Use nas mesmas circunstâncias do tópico anterior.

Use quando for importante mostrar para o cliente a importância do foco, da mente estar

no momento presente e na técnica de interpretar sentimentos/emoções como forma de

amenizar angústias e ansiedades.

Use para saber se um movimento feito na constelação (a troca de um representante de

lugar, por exemplo) causou um conforto ou um desconforto no cliente ou nos

representantes dos membros da constelação.

3. Investigação histórica

Use quando o cliente lhe der um sintoma (uma angústia, um medo, um sentimento),

mas não lhe der uma causa.

Use para caminhar em direção à família e à infância / início da adolescência do cliente:

é provavelmente lá que as questões, os valores e os conflitos podem ter surgido.

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Use para compreender fatos relevantes dos antepassados do cliente (pais e avós,

principalmente).

4. Análise do que o cliente espera

Use quando você perceber que o cliente está tentando legitimar velhos hábitos e

conceitos através da Constelação (p.ex., o cliente não gosta de um dos membros

familiares e busca fazer com que o Constelador o apoie).

Use para identificar mecanismos de defesa e narcisismo da parte do cliente, que

impeçam a constelação de atingir seus objetivos.

Esses comportamentos do cliente costumam ser inconscientes (ele não sabe que está

agindo assim). Compete ao Constelador dizer o que precisar ser dito, mas com respeito

também ao cliente, mostrando a ele que o Constelador está do lado da família, não do

cliente ou de um membro isoladamente.

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5. Foco no que realmente importa

Use para identificar o que realmente é prioritário: a Constelação trabalha um tema por

sessão (o Constelador é partícipe da decisão de qual tema constelar).

Quando o Constelador considerar que algo não é o ponto principal, deve continuar

fazendo perguntas: “de onde isso vem?”, “por que é assim?”, “o que você acha que

pode ter levado a isso?”, “você sabe de algum fato para você ou para sua família que

tenha sido marcante ou traumático?”.

6. Interpretação racional

Use para evitar julgamentos emotivos do cliente, que possam distorcer aspectos

relevantes do relacionamento interpessoal dentro de um sistema.

Use para buscar entender as razões das emoções: “Você se sente angustiado, mas o

que você acha que causa esta angústia?”.

Na verdade, o Constelador está com seu lado racional constantemente ligado: a cada

momento pode ser necessária a intervenção do Constelador para interpretar,

reposicionar, ditar falar etc.

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7. Compromisso com o afeto e com a empatia

Use para entender a dor do cliente e compreender o tema que é relevante para ele

constelar.

Use para colocar-se a favor do sistema, isto é, do conjunto de pessoas (família,

empresa, escola etc.). Não use para defender o cliente incondicionalmente.

Use para que os representantes tenham respeito ao representar os membros dos

sistema familiar.

Use para sensibilizar o cliente a compreender as razões dos outros, bem como as

interpretações e atitudes futuras mais benéficas ao sistema.

Use para se colocar no lugar do cliente que toma atitudes extremas em prol do sistema

familiar: “compreendo e me sensibilizo com seu sacrifício para reequilibrar o sistema

familiar, mas o nível de responsabilidade que você está assumindo parece-me muito

exagerado”.

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8. Comunicação não violenta

Use para focar os problemas, não atacar as pessoas.

Use para apontar ao cliente quando ele estiver se comunicando agressivamente, ou se

recusando a ouvir.

Use para se lembrar de nunca ofender ou emitir julgamentos agressivos contra

ninguém: presentes ou ausentes à constelação.

Use para evitar que o cliente desrespeite o espaço da constelação, ou até mesmo use

para interromper uma constelação que não conte com a constelação do cliente.

Se a falta de cooperação é de um representante e há uma plateia presente, o

constelador pode substituir o representante por um novo representante, escolhido na

plateia: e o constelador pode fazer isso sem aprofundar as razões para tal, pois o foco

é resolver o problema e voltar as atenções para o sistema constelado, não julgar quem

esteja atrapalhando.

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9. Responsabilidade

Nas introduções e fechamentos de constelações e nas palestras/aulas sobre

constelações, use para declarar que a Constelação demanda compromisso e

responsabilidade para compreender causas de transtornos familiares e buscar

soluções (interpretativas ou atitudes) para superação.

Use para lembrar que todos os presentes são responsáveis por compreender a

questão, em prol do clã, mesmo que isso não pareça “agradável” a um membro

isoladamente.

Use para evitar que o cliente responsabilize unilateralmente um membro familiar: a

constelação mostra que algumas atitudes dos membros familiares precisam ser

compreendidas (investigando, por exemplo, que o comportamento do pai tem a ver

com um evento relacionado ao avô) e perdoadas.

Use para lembrar ao cliente que o objetivo da Constelação não é se colocar

necessariamente a favor dele, mas sim a favor do sistema.

Use para mostrar que o cliente pode estar se sacrificando (assumindo responsabilidade

excessiva no lugar dos outros) como tentativa equivocada de equilibrar o sistema.

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Não use para aconselhar o cliente a chegar em casa e colocar a culpa em outro

membro familiar. Ainda que outro membro tenha responsabilidade, ela deve ser

mostrada pelo exemplo e com o cliente dando os primeiros passos, para inspirar os

outros membros a alterarem o comportamento.

10. Resolutividade

Use para engajar o cliente em favor de uma solução e para mostrar que a Constelação

requer mudança de entendimento e/ou atitude. Use isso em momentos como:

● quando o cliente precisar estar aberto a ter um novo olhar sobre velhos

fenômenos;

● quando o cliente precisar adotar uma nova interpretação sobre velhos

fenômenos (muitas vezes, uma nova compreensão já é libertadora);

● quando o cliente precisar tomar atitudes em relação a si ou em relação ao

sistema familiar, depois de concluída a sessão.

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Trabalho Voluntário e Comercial em Constelação

1. Como Praticar Voluntariamente?

É sim possível aplicar este método em ONGs, escolas, asilos, igrejas etc.

Se a intenção do potencial terapeuta é ser voluntário ou mesmo quer fazer caridade a

partir de oferecer seu conhecimento, é algo que certamente será bem visto pela

comunidade. Tenha certeza de que você será bem recepcionado.

Muitos terapeutas iniciam atividades com palestras gratuitas, em que explicam o que é

Constelação e também, na mesma palestra, constelam alguns casos de pessoas

presentes, para demonstrar o método na prática.

Pode ser uma forma inicial de praticar. Se você seguir este método no começo, não o

abandone depois. Continue reservando um tempo mensal para:

a) para palestras e demonstrações de Constelação, inclusive como forma de conquistar

novos clientes;

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b) constelar gratuitamente, como parte de seu trabalho social.

A estratégia de constelar a baixo custo ou gratuitamente deve ser ponderada: use

como forma de divulgar seu trabalho ou como forma de retribuir à sociedade.

Não faça do baixo custo a sua tônica: seu público pode interpretar como um trabalho

de pouco valor.

Em Psicanálise, para fazermos um paralelo, entende-se que cobrar um preço mais

elevado por uma sessão é uma forma de valorizar o analista, o setting psicanalista e

engajar o analisado na terapia.

2. Como Praticar Comercialmente?

Quem tiver o desejo de transformar este método terapêutico em uma forma de

sustento, tenha certeza de que será necessário ampla divulgação, organização,

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profundidade nos estudos e criação de uma rede de relacionamentos (para indicação

de novos clientes).

Um profissional liberal precisa ter bom senso com os custos do negócio e também

saber lidar com os altos e baixos que qualquer pessoa voltada a serviços terapêuticos

acaba sentindo no faturamento mensal.

Estude muito bem seus planos e metas, veja o que é viável no momento para você e o

que não é. Uma alternativa é o trabalho ​part-time: ​você preserva sua profissão atual e,

nas horas disponíveis, você se dedica a divulgar e a constelar.

A parte de divulgação será tratada no módulo seguinte, em que traremos alguns

insights ​de como você pode promover seu trabalho.

Por enquanto, neste módulo atual, serão detalhadas algumas formas para você atuar

como Constelador, de forma remunerada, a seguir.

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Locais para ser Constelador - Vantagens e Custos

1. Consultório Próprio

Esta é a via mais rápida para iniciar atividades, porém é certamente aquela com maior

custo inicial.

Valores de caução, locação de sala, móveis, tudo isto muitas vezes é alto demais para

a realidade do Terapêuta iniciante.

Analise bem essa possibilidade, veja se tem como manter no período de captação de

clientes e quanto tempo se espera para conseguir o retorno do investimento.

2. Consultório Próprio com Auditório

Para o Constelador, há uma questão mais delicada, quando comparada com a maioria

dos terapeutas: se for trabalhar com plateia, precisará de um espaço maior.

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O constelador pode até já ter sua sala / consultório menor: para fazer reuniões de

apresentação e contrato, para atender individual ou pequenos grupos (casais, pais com

filhos etc.), para atender on-line.

E, quando precisar fazer constelação com plateias ou palestras maiores de

apresentação gratuita ou cursos pagos, poderá alugar auditórios ou salas de aula, por

hora de uso.

3. Parcerias com Consultórios existentes

A partir de parcerias, é possível minimizar custos, mas requer certa dose de

diplomacia. Dividir espaço ou se unir a algum profissional que possa trabalhar em

conjunto, certamente é uma boa ideia para expandir o negócio.

Se uma pessoa conhecida sua já tem um consultório (de preferência na área da saúde

ou de coaching) e tem uma sala ociosa, você pode alugar dela esta sala: com isso,

gastos comuns de infraestrutura (energia, água, internet, IPTU etc.) são minimizados.

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Outra opção é se esta pessoa tem uma sala só, mas que não usa o dia todo. Por

exemplo, uma psicanalista tem uma sala, mas só atende das 9h às 16h30. Você

precisará da sala das 18h às 21h, três vezes por semana (porque você decidiu não

abandonar sua profissão atual), você poderá alugar só por este tempo.

Seja qual for a escolha, o importante é ter regras claras de convívio, pagamento e

horários.

4. Coworking

Um espaço de Coworking é um local especializado de alugar espaços para empresas

ou profissionais liberais.

A empresa de coworking reúne a estrutura necessária para que profissionais ou

empresas se juntem a eles e desenvolvam seus negócios.

Estes espaços podem ter fins comerciais ou não, e contam com toda estrutura que um

escritório ou consultório.

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Esta é uma versão muito econômica para iniciar atividades. É possível locar apenas

por hora, por semana, por mês etc., você faz o pacote conforme a quantidade de

sessões que você for atender.

5. Coworking por Nicho

Se o coworking é desorganizado ou é de um nicho muito distinto do seu (por exemplo,

um coworking de engenharia em que há objetos desta área e há muito barulho), parece

não ser o ambiente mais propício.

Hoje, grandes cidades já possuem coworking especializado em atendimento clínico

e/ou na área de saúde: um coworking mais nichado seria mais interessante.

Você não precisa contratar exatamente um coworking de nicho; você pode contratar

um coworking genérico, mas antes visite o local e tente se imaginar no lugar do seu

cliente.

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Coworking também costumam ter salas para aulas, que você pode contratar para

palestras (apresentando o método), cursos (você poderá cobrar por eles) ou sessões

de constelação.

Para constelações: veja se o auditório comporta o tamanho do seu público e lhe

permite mexer com cadeiras. Evite auditórios com cadeiras fixas e que tenham pouco

espaço para montar a constelação. Evite, também, auditórios feito em degraus de

fileiras de cadeiras, porque dificulta formar círculos.

6. Home office

Se você vai atender no local do cliente ou apenas on-line (veremos mais adiante sobre

on-line), você sequer precisará ter um consultório ou sede. Você pode atuar home

office, isto é, de sua própria casa.

Alguns cuidados no trabalho home office:

● Evite misturar o particular com profissional;

● Peça a colaboração das pessoas de sua casa em relação ao horário de trabalho

e o silêncio;

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● Vista-se como se estivesse num escritório com outras pessoas (isso lhe ajuda a

ter um padrão mental de seriedade e desempenho);

● Tenha um espaço adequado: uma mesa, um computador (se possível, dedique

um cômodo inteiro de sua casa para isso).

● Cumpra os horários: comece e termina na hora que você planejou.

● Não arraste trabalho demais para dentro de sua vida pessoal, para não

prejudicá-la.

7. Locais que complementam o Home Office

Você só deve constelar na sua casa se tiver um espaço realmente adequado para isso.

A ideia de Home-office que recomendamos no tópico anterior é para que você tenha

um escritório de trabalho em casa, mas que faça reuniões e constelações em espaços

apropriados externos.

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Tenha bons locais para fazer compromissos públicos, quando precisar:

● Se for uma reunião de apresentação, pode ser (i) num café ou num coworking

(escolha um ambiente que seja propício a uma reunião), ou (ii) na casa/escritório

do cliente (especialmente se partir do cliente o convite para ir até o local dele),

ou (iii) via Skype ou outro aplicativo de mensagem (especialmente se o cliente

estiver muito distante e não for possível uma reunião presencial);

● Se for uma sessão de constelação presencial individual (ou pequeno grupo),

pode ser num consultório de parceria, num coworking ou no espaço escolhido

pelo cliente;

● Se for uma aula ou constelação com plateia, contrate uma sala de aula (há

locais, como coworkings, que alugam por hora).

● Se for constelação on-line ou uma reunião on-line de apresentação, você pode

fazer em sua casa (tenha um bom cenário de fundo e um local sem ruídos

externos).

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8. On-line

Já abordamos em módulos anteriores a possibilidade de constelar a distância.

Como regra, isso é feito usando um aplicativo de mensagem, como Skype, Messenger,

Google Hangouts (ou Google Meet) ou Whatsapp.

O mais simples é que você escolha um aplicativo que seja estável e que permita

transmissão de imagens: se você tiver um ambiente silencioso (mesmo sendo seu

home-office), um microfone, uma webcam e um computador ou smartphone com bom

conexão com internet já será suficiente.

Você precisará também de bonecos de constelação (veja, por exemplo, no Mercado

Livre a oferta desse tipo de boneco, para venda): assim, você conseguirá usar a

webcam para focar nos bonecos, para que o cliente do outro lado consiga ver e

interagir com a constelação.

9. Projetos em Empresas, Escolas ou Locais de atendimento à saúde

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Conforme já explicitado, Constelações podem ser aplicadas em empresas, a fim de

organizar e melhorar equipes.

Além disso, praticamente qualquer lugar que envolva agrupamento de pessoas e

questões ligadas ao sofrimento físico / espiritual pode comportar atividades de

Constelação.

Justamente, aqui vem a parte que é necessário fazer o papel comercial. Sim, bater nas

portas, ter um folder e um cartão de visitas, ter um e-mail bem escrito e um PDF de

apresentação de seu trabalho. Eventualmente, você pode criar um site ou páginas em

redes sociais (veremos essas técnicas de divulgação no módulo seguinte).

Mas, sem dúvida, o marketing mais forte é o de relacionamento ou indicação. Com

seus contatos, busque meios de conseguir abertura nas empresas e outras instituições.

Você pode iniciar um projeto remunerado desde o início, na empresa, na escola etc.

Entretanto, no começo da sua atuação como Constelador (e pelo fato de a Constelação

somente agora começar a ser difundida), você poderá não ter ainda condições para

contratos maiores logo de início de um vínculo com tal organização-cliente.

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Por isso, recomendamos abaixo estratégias adicionais de projetos piloto, que você

poderá complementar ou adaptar a outras estratégias.

10. Projetos piloto em instituições

Seja trabalhando home office, em consultório próprio ou compartilhado, você pode

atuar junto a instituições, com constelação familiar e sistêmica (corporativa,

educacional etc.).

Com o tempo, você será procurado(a): pela qualidade do seu trabalho e pelos

resultados que a Constelação pode gerar.

No início, ter um projeto “piloto” ou demonstrativo (gratuito) para cada área em que

você quiser atuar pode ser uma forma interessante de apresentar seu “cartão de

visitas”.

Veja que isso não é rebaixar ou desvalorizar seu trabalho.

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Vamos imaginar que você fique duas horas falando com o diretor de uma empresa

sobre fazer constelação com uma conflituosa equipe de vendas. Qual a chance de isso

reverter em um projeto efetivo e remunerado? São baixas, a menos que você já tenha

uma forte indicação prévia de alguém.

Agora, vamos imaginar que você faça uma reunião de uma hora com esse diretor, e

depois uma atividade prática demonstrativa de 2 horas já com o grupo (estando o

diretor presente). Esta forma é muito mais efetiva, porque houve uma demonstração

prática.

Este princípio pode se aplicar a todas as ideias abaixo. Você pode pensar em novas

ideias e públicos.

Diga que o seu objetivo é mostrar como a constelação trará resultados. Deixe claro

que, havendo resultados, serão planejados projetos remunerados na sequência.

É importante que, quando você for realizar o piloto, você já tenha ideia de qual será o

projeto principal, por exemplo: conjunto de 5 sessões com equipe de vendas; conjunto

de 12 sessões (uma por sala de aula de uma escola), etc. Você não precisa ainda

expor a ideia logo na primeira reunião, mas você precisa ter isso em mente.

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O que entendemos de importante é que, na demonstração, a pessoa que toma a

decisão (o dono da empresa, o diretor comercial, o diretor ou coordenador da escola

etc.) esteja presente e que veja como o projeto poderá prosseguir de forma

remunerada.

Algumas ideias de públicos e de projetos piloto serão apresentadas a seguir.

10.1. Projeto Piloto em Empresa

Após uma primeira e rápida reunião com o diretor da empresa, ofereça uma sessão

gratuita.

Diga que esta equipe deve ser relativamente pequena (de 5 a 12 pessoas).

Diga que o objetivo será mostrar que a constelação ajudará as pessoas a se

autoconhecerem e a trabalharem melhor em grupo.

O tema da constelação pode ser: aspectos familiares dos colaboradores; aspectos do

dia-a-dia de trabalho que representem os principais conflitos dentro da equipe.

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10.2. Projeto Piloto em Escola

Após uma primeira e rápida reunião com o diretor / coordenador da escola, ofereça

uma sessão gratuita.

Diga que esta equipe deve ser relativamente pequena (de 5 a 12 pessoas).

O público pode ser: professores (peça o horário de uma reunião pedagógica, que já

costuma ocorrer semanalmente em horário fixo, entre professores e coordenação), pais

de uma turma de alunos, alunos de uma turma ou mesmo alunos com uma

característica em comum (alunos que não moram com os pais, alunos que são vítimas

de bullying, alunos agressores, alunos com baixo desempenho, alunos tímidos, ou

mesmo público mesclado).

Diga que o objetivo será mostrar que a constelação ajudará as pessoas a se

autoconhecerem e a trabalharem melhor em grupo e que, funcionando nesta

demonstração, haverá um plano para aplicação na escola toda.

O tema da constelação pode ser: aspectos familiares dos colaboradores / alunos;

aspectos do dia-a-dia da sala de aula que representem os principais conflitos dentro

daquele sistema, dentre tantos outros temas possíveis.

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11. Palestras e Constelações demonstrativas para um grupo de pessoas

Você possui contato com uma alguma instituição ou associação de pessoas?

Por que não oferecer uma palestra grátis e constelar alguns casos de quem estiver

nesta palestra? Ao final, você oferece seu serviço, que pode ser individual (não precisa

que todo o grupo queira), ou você pode convidar para o dia fixo de constelação que

você realiza semanalmente, por exemplo.

Explicando: a palestra grátis pode ser para um público específico (você pode fazer

essa palestra na sede da própria instituição), mas a constelação pode ser de diversas

formas: individual, convidando pessoas para a constelação paga que você já faz

semanalmente ou formando um pequeno grupo de membros daquela instituição que

queiram prosseguir com o projeto.

Alguns lugares que você pode visitar e propor a palestra: ONG, APAE, sindicatos,

associações, Rotary Club, Lions Club, projetos filantrópicos, casas de permanência de

idosos, clínicas médicas, escolas, órgãos públicos, postos de saúde etc.

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A lista é virtualmente infinita: qualquer local que reúna pessoas poderá receber uma

palestra com constelação. Eventualmente, essas instituições podem contratar você

para realizar uma sequência de constelações (que serão gratuitas para os membros e

pagas pela organização).

Você pode usar esta mesma técnica e fazer uma palestra gratuita aberta, isto é, para

um público amplo: o problema de fazer isso no começo é que você não terá uma

instituição ou associação de apoio para lhe ajudar a angariar pessoas para estarem

presentes.

Seja criativo(a) na hora de pensar as palestras e os planos de pilotos gratuitos. Tenha

sempre em mente que tipo de projeto maior (remunerado) você irá propor para

prosseguir (na empresa, na associação ou para as pessoas individualmente), depois do

piloto ou da palestra de demonstração.

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Questões

Ao final de cada módulo, você responde a 5 perguntas de múltipla escolha.

Você precisa obter a média 7 ao final dos 12 módulos (a média não é considerada por

prova).

Concluindo uma prova, você já pode começar o estudo do módulo seguinte, assim que

o sistema liberar seu acesso ao módulo.

O tempo para estudos de um módulo a outro é de 7 dias, em média, para garantir o

bom aproveitamento do Curso e um prazo hábil para que o(a) aluno(a) reflita sobre os

temas apresentados.

Estude as perguntas abaixo. Quando se sentir preparado, vá até a Área de Membros,

clique em “Prova 11” e responda às questões.

1. Sobre os Princípios para o bom funcionamento das constelações, faça a

associação correta:

( ) Grandes questões a serem consteladas costumam ser aquelas que acompanham,

dia após dia, o pensamento e o sentimento do cliente.

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( ) A Constelação requer um olhar sobre fatos pretéritos, que ajudem a justificar

pensamentos, sentimentos e comportamentos do cliente e dos demais membros

familiares.

( ) Perguntar ao cliente "o que está sentindo/pensando agora?" pode ajudar o

terapeuta a entender as dores do cliente.

Princípios:

I. Atenção a sentimentos e pensamentos recorrentes

II. Investigação histórica

III. Atenção a sentimentos e pensamentos presentes

Preenchendo as lacunas com os números I, II e III, encontraremos o vínculo correto

entre as afirmações e os princípios, na respectiva ordem, conforme proposto na

alternativa:

a) I, II, III

b) I, III, II

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c) II, I, III

d) II, III, I

e) III, I, II

2. Uma terapeuta consteladora encontrou algumas dificuldades durante uma

sessão de constelação com seu cliente. Analise as dificuldades abaixo e, depois,

associe com o princípio adequado (conforme debatido no Módulo 11) que

poderia ser proposto pela terapeuta ao cliente, para buscar melhores resultados.

( ) O cliente tem uma visão emotiva sobre seu transtorno e sequer considera analisar o

que a constelação parece estar lhe oferecendo como ​insight​.

( ) O cliente monta a constelação e passa a apontar um dos membros familiares com o

único responsável pelos conflitos gerados pelo sistema familiar; a impressão é que o

cliente está mais preocupado com a “condenação” daquele membro.

( ) O cliente insiste em focar em membros familiares que, na visão da terapeuta, não

são os que mais interessam para a compreensão do tema abordado pelo cliente.

Princípios:

I. Análise do que o cliente espera

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II. Foco no que realmente importa

III. Interpretação racional

Preenchendo as lacunas com os números I, II e III, encontraremos o vínculo correto

entre as afirmações e os princípios, na respectiva ordem, conforme proposto na

alternativa:

a) I, II, III

b) I, III, II

c) III, II, I

d) II, III, I

e) III, I, II

3. Sobre empatia, responsabilidade e resolutividade, analise a adequação dos

itens a seguir em relação ao que estudamos no Módulo 11.

I. A Constelação funciona sempre, mesmo que o cliente e os representantes estejam

desinteressados e desrespeitem a sessão de constelação.

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II. O principal objetivo da Constelação é o cliente inventar histórias sem o menor fundo

de verdade, que concentrem a culpa em um membro familiar em específico, para que,

assim, o cliente se exima dos conflitos geradores de traumas.

III. A Constelação pode oferecer insights de atitudes que o cliente identifique como

importantes a serem tomadas, mas competirá a esse cliente a decisão de

verdadeiramente realizar tais atitudes.

IV. Perguntar ao cliente "qual pensamento ou sentimento vem te incomodando?" é uma

forma de identificar pensamentos recorrentes a este cliente; porém, apenas identificar

não basta, pois é importante que a Constelação aponte as causas dessas dores e

sugira interpretações e atitudes que criem um equilíbrio mais adequado e confortável.

Está correto o que se afirma em:

a) I e II, apenas

b) II e III, apenas

c) I e III, apenas

d) III e IV, apenas

e) Todos os itens

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4. Sobre a possibilidade de montar um consultório ou sala comercial para atuar

como terapeuta constelador, assinale a alternativa correta, de acordo com as

recomendações do Módulo 11.

a) Se houver afinidade e compromisso, dois terapeutas podem compartilhar uma

mesma sala comercial, inclusive em horários distintos, mesmo que um seja constelador

e outro, por exemplo, psicanalista.

b) Se o terapeuta tem uma intuição mínima de que deve trabalhar com Constelação, é

recomendado que ele abandone todo o resto imediatamente e obtenha empréstimos

para criar e manter seu consultório, em regime integral desde o começo.

c) Não é possível atuar em regime de parceria, compartilhando espaço de atendimento

com outros especialistas, pois o profissional deve ter um espaço exclusivo de

atendimento.

d) Antes de montar uma sala comercial ou um ​home-office,​ o terapeuta constelador

deve primeiro comprar ou alugar uma ampla sala para realizar palestras e

constelações, desde que a sala comporte mais de 20 pessoas.

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e) Se optar por locar espaços compartilhados, o terapeuta constelador deve,

necessariamente, locar um ​coworking exclusivo da área da saúde, recusando

coworkings que atendam profissionais de outras áreas.

5. Um terapeuta constelador criou um espaço ​home-office em sua casa. Começou

a divulgar seu trabalho e recebeu um contato de um empresário interessado em

conhecer o que é constelação e como é o trabalho que o constelador poderá

realizar junto à equipe de vendas. Porém, o terapeuta não tem, em sua casa, um

​ apenas um
lugar adequado para atendimento ao público, pois seu ​home-office é

local para trabalho individual. Para marcar uma primeira reunião de apresentação

para um cliente de cada vez (reunião que não envolverá, por enquanto, nenhuma

palestra ou constelação na prática), o terapeuta pode fazer esta reunião com

interessado:

I. em um café ou ​coworking​, desde que o ambiente seja propício a uma reunião.

II. na empresa do potencial cliente, especialmente quando o convite partir do próprio

potencial cliente.

III. via Skype ou outra ferramenta de comunicação a distância, especialmente se o

cliente estiver muito distante e não for possível uma reunião presencial.

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Está correto o que se afirma em:

a) I, apenas

b) I e II, apenas

c) II e III, apenas

d) III, apenas

e) Todos os itens

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