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Livro Goiaba V1-1
Livro Goiaba V1-1
Bibliografia
ISBN: 978-85-61848-06-4
CDU 634.42
Os Editores
PREFÁCIO
A fruticultura brasileira é um dos setores mais evoluídos
tecnicamente e que traz uma enorme contribuição financeira ao
País, pelo alto valor agregado de sua produção, receitas advindas
das exportações e, principalmente, pela rentabilidade por área.
Além disso, é um dos setores que mais usam mão de obra por
área plantada, e esta deve ser das mais qualificadas, pelo que, os
conhecimentos técnicos necessitam ser renovados e repassados
aos usuários com frequência. Esse quadro, em resumo, traz como
consequência a necessidade de pesquisa e extensão que atendam
aos anseios dos produtores.
A cultura da goiabeira passou por uma grande evolução
técnica nas últimas décadas, fruto da pesquisa e extensão prati-
cadas pelos órgãos públicos, apoiados pela iniciativa privada.
Destaque-se o lançamento de novas cultivares, métodos de pro-
pagação e manejo que modificaram e modernizaram a produção
de goiaba no Brasil. Essa evolução resultou em maiores produção
e produtividade e, principalmente, na qualidade do produto.
O lançamento de um novo livro, em dois volumes, abor-
dando aspectos relevantes da cultura da goiabeira, ampliando o
conhecimento em outras áreas e de outros países, apoiado no co-
nhecimento de técnicos que trabalham na área, certamente é uma
contribuição das mais importantes ao setor frutícola brasileiro,
devendo ser um marco importante e fonte obrigatória de consulta
a técnicos, produtores, estudantes e interessados em geral.
Congratulamo-nos com os editores, autores e patrocinado-
res destes dois volumes que compõem a obra pela visão de futuro
e pela contribuição ao conhecimento.
APOIO
• CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior
• CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico
• FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São
Paulo
• Fundunesp - Fundação para o Desenvolvimento da Unesp
• Funep - Fundação de Apoio à Pesquisa, Ensino e Extensão
• SBF – Sociedade Brasileira de Fruticultura
COLABORAÇÃO
• VAL – Indústria de Polpas e Conservas VAL Ltda.
• Ibraf – Instituto Brasileiro de Frutas
• All Plant
• Stéfani – Concessionária Massey Ferguson
AGRADECIMENTOS
Aos autores dos capítulos, que enobreceram esta obra com
informações técnicas e auxiliaram na reflexão, dirimindo dúvidas,
consolidando conceitos e ampliando o debate sobre o assunto.
A coautoria: Beneficiário de Auxílio Financeiro da FCAV,
CAPES-Brasil, CNPq, FAPESP, Fundunesp e SBF.
Ao Prof. Vitório Barato Neto, pela dedicação à revisão
gramatical dos textos e pela serenidade e competência no desem-
penho do trabalho.
Às Senhoras Nubia Josefina Lopes Brichi e Tieko T.
Sugahara, pela dedicação à revisão das literaturas citadas em
cada capítulo e pela serenidade e competência no desempenho
do trabalho.
A todas as empresas e entidades que colaboraram de
diferentes maneiras, possibilitando a edição deste importante
Livro, que seguramente contribuirá de maneira marcante para o
desenvolvimento da cultura da goiaba.
À Viviane Cristina Modesto e aos funcionários do setor de
eventos da Funep, pela compreensão e atenção que dispensaram
durante a execução desta obra.
À Flávia Maria Martucci Vidureto, pela dedicação na
elaboração da capa dos Livros, na diagramação e na edição das
imagens.
Aos funcionários da Gráfica e Editora Santa Terezinha,
pela seriedade e profissionalismo, assegurando a qualidade da
obra.
PRÓLOGO
Provérbio do Quênia
.
ÍNDICE
Volume 1
Capítulo 1
O potencial da fruticultura para o século XXI ............................... 13
Carlos Ruggiero
Capítulo 2
Pesquisas com goiabeira (Psidium guajava L.) no Brasil: breve
histórico e perspectivas futuras ..................................................... 27
Henrique Antunes de Souza, Daniel Angelucci de Amorim, Danilo
Eduardo Rozane e William Natale
Capítulo 3
Histórico da nutrição de plantas na fruticultura ............................. 83
Antonio Enedi Boaretto
Capítulo 4
Custo de implantação e produção da goiabeira no Estado de São
Paulo ............................................................................................... 113
Paul Frans Bemelmans, Marina Brasil Rocha e Danilo Eduardo
Rozane
Capítulo 5
Comercialização de goiaba no mercado nacional .......................... 133
Helio Satoshi Watanabe
Capítulo 6
Frutas, polpas e sucos: exportações de acordo com as exigências
do mercado internacional - demandas e entraves ........................... 151
Moacyr Saraiva Fernandes
Capítulo 7
Produção integrada de goiaba ........................................................ 193
Ryosuke Kavati
Capítulo 8
Riego y fertirrigacion ................................................................... 235
Ivan Vidal Parra
Capítulo 9
Adubação, nutrição e calagem na goiabeira ................................. 257
William Natale
Capítulo 10
Fert-Goiaba: software para recomendação de calagem e adubação
para goiabeira cultivar paluma, irrigada e manejada com poda
drástica .......................................................................................... 281
Silvia Helena Modenese Gorla da Silva, William Natale, Eduardo
Maciel Haitzmann dos Santos e Hugo do Nascimento Bendini
Volume 2
Capítulo 11
Rastreabilidade e normas para a produção e cultivo orgânico da
goiaba ........................................................................................... 285
Douglas Yoshimi Harada
Capítulo 12
Epidemiologia e manejo de doenças pós-colheita de goiabas ...... 309
Lilian Amorim, Marise Cagnin Martins Parisi e Angelo Pedro
Jacomino
Capítulo 13
Manejo integrado de pragas na goiabeira ..................................... 327
Miguel Francisco de Souza Filho e Valmir Antonio Costa
Capítulo 14
Manejo integrado de nematoides na cultura da goiabeira ............ 349
Gilson Soares da Silva
Capítulo 15
Melhoramento genético da goiabeira ........................................... 371
Fernando Mendes Pereira e Jair Costa Nachtigal
Capítulo 16
Propagação da goiabeira ............................................................... 399
Antonio Baldo Geraldo Martins e Ronaldo Hissayuki Hojo
Capítulo 17
Condução, arquitetura e poda da goiabeira para ‘mesa’ e/ou ‘in-
dústria’ ........................................................................................... 407
Danilo Eduardo Rozane, Valdemir Brugnara, Henrique Antunes
de Souza e Daniel Angelucci de Amorim
Capítulo 18
Pós-colheita e processamento mínimo de goiabas ......................... 429
José Fernando Durigan, Ben-Hur Mattiuz e Cristiane Maria Ascari
Margado
Capítulo 19
Nutrientes e substâncias bioativas da goiaba (Psidium guajava L.)
e seus efeitos na saúde ................................................................. 471
Delia Rodriguez Amaya e Jaime Amaya Farfan
Capítulo 20
Goiabeira (Psidium guajava L.) como bioindicador de poluentes
atmosféricos ................................................................................... 489
Claudia Maria Furlan e Regina Maria de Moraes
Capítulo 21
A cultura da goiabeira irrigada no nordeste brasileiro ................... 507
José Egídio Flori e José Mauro da Cunha e Castro
Capítulo 22
Cultivo, producción y postcosecha de la guayaba en Venezuela ... 525
Jesús Aular e Yerfinson Echeverría
Capítulo 23
A cultura da goiaba em Israel ........................................................ 557
Flávio Scharfstein
.
13
Capítulo 1
O POTENCIAL DA FRUTICULTURA
PARA O SÉCULO XXI
Carlos Ruggiero1
Para que sejam realizadas boas pesquisas e para que tenham como
objetivo principal atender ao produtor, deveremos considerar alguns
pontos fundamentais para que isso ocorra.
1
Professor Titular Aposentado, Departamento de Produção Vegetal, Universidade
Estadual Paulista – UNESP, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Cam-
pus Jaboticabal. Editor chefe da Revista Brasileira de Fruticultura, desde 1998. Via
de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n. 14870-000, Jaboticabal-SP. E-mail:
ruggiero@fcav.unesp.br
14 Carlos Ruggiero
1.3. Recursos
No terceiro ponto desse tripé, encontraremos, na alocação de
recursos para o desenvolvimento destas pesquisas, um importante elo,
com ênfase nas dos institutos de pesquisas e universidades citadas
acima, destacando-se no plano federal a criação do CNPq (www.cnpq.
br - 1951), que vieram a ser consolidados pelas criações das fundações
estaduais, com destaque para a FAPESP (www.fapesp.br - 1962), que
serviu de norte à criação de outras fundações, como a FAPERJ (www.
faperj.br - 1980), FAPEMIG (www.fapemig.br - 1985), FAPESB (www.
fapesb.ba.gov.br - 2001), dentre outras.
Outro ponto importante nesse quesito são os fundos para o desen-
volvimento de culturas, com destaque para o FUNDECITRUS (www.
fundecitrus.com.br - 1977), o mais importante, e proporcionando um
16 Carlos Ruggiero
3. DIFUSÃO DE INFORMAÇÕES
4. POLOS DE FRUTICULTURA
7. CRESCIMENTO DA FRUTICULTURA
8. RECOMENDAÇÕES FINAIS
9. LITERATURA CITADA
Capítulo 2
1. INTRODUÇÃO
1
Pesquisador, Doutorando em Produção Vegetal, Departamento de Solos e Adubos,
Universidade Estadual Paulista – Unesp, Faculdade de Ciências Agrárias e Veteriná-
rias (Unesp/FCAV) – Câmpus Jaboticabal. Via de Acesso Prof. Paulo Donato Cas-
tellane, s/n, km 5, Jaboticabal – SP, CEP: 14884-900.
E-mail: henrique.antuness@yahoo.com.br, danie@epamigcaldas.gov.br
2
Pesquisador, Doutor em Produção Vegetal, Departamento de Solos e Adubos, Unesp/
FCAV. E-mail: danilorozane@yahoo.com.br
3
Professor Adjunto, Departamento de Solos e Adubos, Unesp/FCAV. Bolsista de PQ
do CNPq. E-mail: natale@fcav.unesp.br
28 Souza, H. A. de, et al.
2. MELHORAMENTO E CULTIVARES
3. PROPAGAÇÃO
4. FITOTECNIA
5. SOLOS E NUTRIÇÃO
6. FITOSSANIDADE
6.1. Doenças
Nesta seção, há relatos de trabalhos com a cultura da goiaba em
relação a doenças e controles químicos.
Goés et al. (2004) avaliaram o efeito de fungicidas cúpricos,
aplicados isoladamente ou em combinação com mancozeb, na expres-
são de sintomas de fitotoxicidade e controle da ferrugem causada por
Puccinia psidii em goiabeira (cv. Paluma), nos municípios paulistas de
Monte Alto e Vista Alegre do Alto. Os autores citam que a combinação
de fungicidas cúpricos com mancozeb causou sintomas de fitotoxicidade
em níveis leves, enquanto com a aplicação de mancozeb isoladamente
não foram verificados tais sintomas. Os fungicidas cúpricos, aplicados
isoladamente, foram eficientes no controle da ferrugem da goiabeira,
apresentando eficiência comparável ao tratamento-padrão representado
pelo tebuconazole.
Em 2006, Silva et al. (2006) avaliaram a patogenicidade causada
pelo fungo Colletotrichum gloesporioides (Penz) em diferentes espécies
frutíferas, entre as quais a goiabeira. Segundo os resultados encontra-
dos, a goiaba é o hospedeiro que apresenta menor suscetibilidade aos
diversos isolados de C. gloesporioides. Tal fungo é causador de uma
série de doenças, dentre as quais a antracnose.
Na avaliação da seca dos ponteiros da goiabeira causada por
Erwinia psidii, tanto nos níveis de incidência como nos aspectos epide-
miológicos, Marques et al. (2007) investigaram as causas, em goiabeiras
no Distrito Federal. Os autores citam que a doença foi identificada em
56% das propriedades avaliadas no DF, com 81,9% de correlação entre
a presença de sintomas e o diagnóstico laboratorial; a melhor faixa de
temperatura de multiplicação de E. psidii foi de 23 a 33°C, e a bactéria
permaneceu viável por até 120 dias em suspensão de água.
Pessoa et al. (2007) avaliaram em Pernambuco o efeito do trata-
mento hidrotérmico associado a indutores de resistência no manejo da
52 Souza, H. A. de, et al.
6.2. Pragas
Nesta seção, são apresentados os dados referentes a algumas
pragas que atacam a cultura da goiaba.
Barbosa et al. (1999) avaliaram a eficiência e a seletividade do
imidacloprid e lambdacyhalothrin no controle do psilídeo (Triozoida
sp.), em goiabeira cv. Paluma. Concluíram que as plantas não tratadas
diferiram significativamente das tratadas pelos inseticidas.
Santos et al. (2003), em estudo de biologia comparada e consumo
foliar por Anisodes sp. (Lepidóptera: Geometridae), de folhas novas
e velhas de eucalipto e goiabeira, observaram que o inseto consumiu
maior biomassa ou área foliar de goiabeiras, apresentando seis estádios
quando alimentado com folhas velhas de goiabeira, em comparação
com o eucalipto, em que apresentou 5 estádios.
Em trabalho recente, Costa et al. (2007) avaliaram o parasitismo
de Anastrepha sp. (Díptera: Tephritidae) por Aganaspis pelleranoi
(Brèthes, 1924) e Dicerataspis sp. (Hymenoptera:Figitidae: Eucoili-
nae). Segundo os resultados apresentados houve parasitismo natural
de 20%.
Pesquisas com goiabeira (Psidium guajava L.) no Brasil: breve histórico e perspectivas futuras 53
7. PÓS-COLHEITA E PROCESSAMENTO
8. PERSPECTIVAS FUTURAS
Os trabalhos apresentados são apenas uma parte da pesquisa
com a cultura da goiaba. Há outras informações que não foram levan-
tadas, incluídas as dos dois primeiros Simpósios Brasileiros sobre a
cultura, realizados em Jaboticabal-SP, em 1997 (Pereira et al., 1997)
e, em Viçosa-MG, em 2003 (Rozane e Couto, 2003), além de livros,
boletins e outros periódicos que não os citados neste capítulo, mas que
caberiam plenamente neste breve histórico sobre as pesquisas com
a cultura. Pode-se resumir que muito do que se tem publicado, hoje,
são trabalhos recentes, com menos de 10-20 anos. Assim, a goiabeira
necessita, ainda, de muitas pesquisas, pois tem muito a evoluir, haja
vista os problemas enfrentados por técnicos, produtores e viveiristas.
De maneira geral, observa-se que grande parte da experimentação
está concentrada na cultivar Paluma, que é a mais plantada em todo o
Brasil. Outro ponto importante a destacar é a perenidade da cultura, o
que dificulta a obtenção de resultados conclusivos com a rapidez muitas
vezes desejada por empresários do setor e pelos órgãos que apoiam
a pesquisa. São necessários vários anos de experimentação para que
os dados sejam consistentes e possam ser publicados e colocados em
prática.
A pesquisa de qualidade sempre terá espaço nos bons periódicos,
e estas sempre trazem informações importantes ao agricultor brasileiro.
Diga-se de passagem que as informações geradas por pesquisas bra-
sileiras, com recursos brasileiros, e em centros de pesquisa nacionais
devem resolver ou ajudar a solucionar problemas enfrentados pelo
agricultor brasileiro, sempre na busca de maiores produtividades, quali-
dade do produto final e com o mínimo de prejuízo ambiental. Portanto,
tais resultados devem chegar ao produtor e, um meio para isto, seria a
publicação de tais resultados nas revistas nacionais. O que adiantaria
pesquisas voltadas com o único fim de ter citações internacionais, ou
66 Souza, H. A. de, et al.
que, no Brasil, as fruteira podem ser cultivas de norte a sul, pois ha-
veria condições agronômicas favoráveis, além da comercialização e a
possibilidade de criação de empresas ligadas ao setor, etc.
9. LITERATURA CITADA
638, 2007a.
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83
Capítulo 3
Histórico da nutrição de
plantas na fruticultura
Antonio Enedi Boaretto1
1. Introdução
1
Prof. Dr., Colaborador Senior, Universidade de São Paulo, Centro de Energia Nucle-
ar na Agricultura, Divisão de Produtividade Agroindustrial e Alimentos, Laboratório
de Nutrição Mineral de Plantas, Av. Centenário, 303 - São Dimas, Piracicaba, SP,
Caixa-Postal: 96, CEP: 13400-970. E-mail: a.e.boaretto@cena.usp.br
84 Boaretto, A. E.
a ampliação da produtividade.
O milho, o terceiro cereal mais importante, teve início de cultivo
nas Américas, por volta de 3.000 a 3.500 anos a.C.. A batata, de origem
andina, pressupõe-se que tenha sido cultivada desde 2.000 anos a.C.
Os antigos já conheciam algumas técnicas de cultivo, como a
seleção das melhores sementes para o plantio dos cereais, a prática da
irrigação, além do uso de esterco animal para adubação da terra e do
pousio de um ano, para recuperar sua fertilidade.
Há pouca informação sobre os frutos consumidos pelas civili-
zações antigas. A civilização Fenícia, que se desenvolveu numa estreita
faixa de terra entalada entre o mar e as cordilheiras montanhosas onde
hoje é o Líbano, cultivava árvores de frutos, como tâmara, figo, maçã,
romã, marmelo, amêndoa, pistáchio e sidra. A romã é uma fruta bastante
difundida e, devido à abundância de suas sementes, era um símbolo
da fertilidade e, segundo a Bíblia, era, com os figos e as uvas, frutas
características da Palestina.
Os gregos consumiam frutos frescos ou secos, silvestres ou cul-
tivados, como melões, uvas, figos, peras, maçãs, marmelos, nêsperas,
romãs, sorva e amêndoas (Amouretti, 1996).
Os humanos da antiguidade consumiam alimentos que eles
mesmos cultivavam ou recolhiam. Entretanto, com o surgimento das
cidades, os cidadãos que não produziam alimentos necessitavam de
ser abastecidos. Por exemplo, 15 a 20% dos romanos moravam nas
cidades e não exerciam controle sobre os produtos da terra (Flandrin
e Montanari, 1996a). A base alimentar, fundamentada no trigo, era
complementada com a cevada e as favas, além de algumas hortaliças,
como alhos, cebolas, couve, etc. Com os cereais, era elaborada uma
espécie de sopa e só mais tardiamente passou-se a elaborar o pão,
comido principalmente pelos cidadãos. A videira e a oliveira eram
consideradas plantações sagradas, pois delas produziam-se o vinho e
o azeite, consumidos diariamente.
A cultura grega, que dominou na antiguidade, caracterizou-se
pelo que poderia ser chamado de segundo momento do uso da razão.
Para os gregos, a essência mais íntima do mundo (cosmo) é a harmo-
nia, a ordem, simultaneamente justa e bela. Esta estrutura do universo
não é apenas “divina”, mas é também “racional”, de acordo com o que
os gregos chamam de logos, de onde deriva a palavra lógica. Alguns
Histórico da nutrição de plantas na fruticultura 89
da Idade Média, era formada por aqueles que lutam (os nobres), por
aqueles que rezam (o clero) e por aqueles que trabalham (os servos).
A cidade de Roma, depois do apogeu, foi perdendo importân-
cia. No século 2 d.C. havia mais de 1 milhão de habitantes e, após o
seu colapso, no final do século 4 d.C., nela habitavam menos de 50
mil habitantes. Roma só voltou a ter mais de 1 milhão de habitantes
por volta de meados do século 20 d.C., ou seja, depois de 1.800 anos
(Wikipedia, 2009c).
A partir do século 10 d.C. o continente europeu viveu um pe-
ríodo de paz, o que trouxe transformações, pois, a partir do século 11
d.C., até o século 15 d.C., ocorreu a decadência do feudalismo. Com o
aumento populacional, surgiu a necessidade de cultivar mais terras, e
os trabalhadores desenvolveram novas técnicas, que lhes facilitaram o
trabalho. Os arados e os instrumentos agrícolas passaram a ser fabri-
cados de ferro, inventaram-se os moinhos movidos pelo vento e pela
água para moerem os grãos. O cavalo começou a ser usado como força
de trabalho, em substituição aos bois.
O excesso de produção passou a ser comercializado e foram
desenvolvidas rotas comerciais terrestres e marítimas. Com o comércio,
houve multiplicação das grandes cidades, formadas agora por cidadãos
livres.
A única instituição que se manteve neste período foi a Igreja
Cristã, que após ser perseguida pelos imperadores romanos, foi-lhe
concedida liberdade pelo imperador Constantino. Esta instituição foi
fortalecendo-se cada vez mais como a religião oficial do Império. O
cristianismo manteve na Idade Média o que restou de força intelectual,
principalmente por meio da vida monástica, que floresceu tanto no
oriente como no ocidente, pois o homem instruído desse período era
quase sempre um religioso. Na metade da Idade Média, foram fundadas
as primeiras universidades, o que possibilitou o avanço das ciências
em geral.
Com a expansão do cristianismo, a visão grega do mundo,
que até então prevalecia, foi sendo substituída pela visão cristã do
mundo: não é mais na ordem do cosmos que a humanidade deve bus-
car as normas para o bem viver e, sim, nos ensinamentos de Jesus. O
entendimento grego do “logos” impessoal é substituído pelo “logos”
encarnado. A partir daí, não era mais a “razão” o meio para contemplar
Histórico da nutrição de plantas na fruticultura 91
de doces e bolos.
Na Idade Média, o consumo de frutos é extremamente limi-
tado, mas, a partir do século 13 d.C., ocorreu certo desenvolvimento
da arboricultura. A vinha tem importância fundamental neste período
da história, pois o vinho era consumido em grande quantidade, por
exemplo, na região onde é hoje a Itália (Cortonesi, 1996).
Para os historiadores, o sistema agrossilvopastoril, predominan-
te na Idade Média, garantiu uma alimentação suficiente para a sobrevi-
vência da população. Salienta-se ainda, que, sem dúvida, houve falta
de alimentos, que foi sendo superada. Assim, apesar das guerras, com
pilhagens frequentes, e das precárias condições de higiene reinantes
nas cidades, o conhecimento aprofundado das plantas e dos animais
permitiu que a população da Idade Média explorasse esses recursos e
assegurasse a sua sobrevivência quotidiana (Montanari, 1996).
Com o crescimento populacional, houve a aglomeração nas
cidades, onde os padrões de higiene eram os piores, fazendo com que
surgissem problemas com resíduos urbanos (esgoto e lixo), que disse-
minavam as doenças. Por exemplo, em meados do século 14 d.C., uma
doença, denominada peste negra, devastou a população Europeia. Esta
doença era transmitida por meio da picada de pulgas que tinham como
hospedeiros ratos doentes. Como as cidades medievais não tinham
condições higiênicas adequadas, a peste negra espalhou-se facilmente,
infectando as pessoas e causando muitas mortes.
metade do século 19 d.C., sendo que no ano de 1875, foi fundada a pri-
meira Escola de Agronomia, no Brasil, que hoje integra a Universidade
Federal da Bahia, no Campus de Cruz das Almas. A segunda escola foi
criada em Pelotas, no Rio Grande do Sul, no ano de 1883, e atualmente
é parte integrante da Universidade Federal de Pelotas. A posse do saber
agrícola, historicamente acumulado pelo homem do campo, a partir daí
foi gradativamente deslocada para os meios intelectuais e incorporada
na tecnologia, na condição de propriedade do capital, aprofundando a
divisão entre a concepção e a execução do processo produtivo, restando
para o homem do campo o trabalho braçal (Toscano, 2009).
A Sociedade Brasileira de Ciência do Solo foi criada em
1948, conforme relato feito por Eurípedes Malavolta (1926-2008), na
abertura da “XX Reunião Brasileira de Fertilidade do Solo e Nutrição
de Plantas”, no qual apresentou a história da nutrição de plantas no
Brasil (Malavolta, 1992). O relato é muito interessante e bem amplo e
destacam-se dois fatos importantes mencionados pelo autor. O primei-
ro é a criação do Instituto Agronômico de Campinas, que, no ano de
2009, completou 122 anos, e o austríaco F.W. Dafert foi o seu primeiro
diretor, convidado por D. Pedro II. Um segundo fato mencionado foi a
criação da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, em 1901.
Nesta instituição de ensino, até em 1964, a nutrição mineral de plantas
era ensinada como parte da fisiologia vegetal e da química agrícola,
mas com a criação dos cursos de pós-graduação de solos e nutrição de
plantas, passou a ser disciplina ensinada separadamente. A partir daí,
talvez por influência dos alunos saídos desse curso de pós-graduação, a
disciplina passou a ser ministrada em praticamente todas as faculdades
de Agronomia. Por que ensinar nestas faculdades a nutrição mineral
de plantas? Citando o Prof. Malavolta: “Pode-se dizer simplesmente: o
homem come planta ou planta transformada, portanto só alimentando a
planta pode-se alimentar o homem. O adubo é o veículo dos nutrientes
da planta”.
Nas diversas faculdades de Agronomia e nos institutos de pes-
quisa espalhados pelo Brasil, foram realizados muitos estudos sobre
temas importantes da nutrição de plantas e há muitos pesquisadores
brasileiros anônimos na história da nutrição de plantas, demonstrando,
assim, que, também em ciências agrárias, o conhecimento é cooperativo
e cumulativo.
Histórico da nutrição de plantas na fruticultura 103
8. LITERATURA CITADA
Capítulo 4
Custo de Implantação e
Produção da Goiabeira no
Estado de São Paulo
1. Introdução
1
Pesquisadores do Instituto de Economia Agrícola de São Paulo, Av. Miguel Stéfano, n°
3900, Água Funda, São Paulo, SP, CEP: 04301-903. E-mail: mabrasil@iea.sp.gov.br
2
Pesquisador, Doutor em Produção Vegetal, Departamento de Solos e Adubos, Uni-
versidade Estadual Paulista – Unesp, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias –
Câmpus Jaboticabal. Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n. CEP: 14884-
900, Jaboticabal-SP. E-mail: danilorozane@yahoo.com.br
114 Bemelmans, P. F. et al.
espaçamento 7,0x 6,0 m, Escritório de Desenvolvimento Rural (EDR- CATI) de Taquaritinga, Estado de
São Paulo, 1º ANO, 2007/2008.
Bemelmans, P. F. et al.
Continua...
Custo de implantação e produção da goiabeira no Estado de São Paulo 119
espaçamento 7,0 x 6,0 m, EDR - CATI de Taquaritinga, Estado de São Paulo, 2º ANO, 2007/2008
Bemelmans, P. F. et al.
Tabela 4. Estimativa de custo operacional de formação e renda da cultura de goiaba para a Indústria, ‘Paluma’, 208
plantas, Espaçamento 7,0 x 6,0m, Produção de 728 cx. (16380 kg), EDR - CATI de Taquaritinga, São Paulo,
3º ANO, 2007/2008.
Custo de implantação e produção da goiabeira no Estado de São Paulo
121
122 Bemelmans, P. F. et al.
Continua...
... continuação Tabela 8
126
Tabela 9. Estimativa de custo operacional de formação da cultura de goiaba para indústria, ‘Paluma’, por hectare,
espaçamento 7,0 x 5,0 m, Região de Vista Alegre do Alto, Taquaritinga e Monte Alto, Estado de São Paulo,
2º ano, 2008/2009
Bemelmans, P. F. et al.
127
Tabela 10. Estimativa de custo operacional de formação da cultura de goiaba para indústria, ‘Paluma’, por hectare, es-
128
paçamento 7,0 x 5,0 m, Região de Vista Alegre do Alto, Taquaritinga e Monte Alto, Estado de São Paulo, 3º
ano, produção de 90 t, 2008/2009
Custo de implantação e produção da goiabeira no Estado de São Paulo
Continua...
Bemelmans, P. F. et al. 129
espaçamento 7,0 x 5,0 m, Região de Vista Alegre do Alto, Taquaritinga e Monte Alto, Estado de São Paulo,
4º ano, produção de 140 t, 2008/2009.
Custo de implantação e produção da goiabeira no Estado de São Paulo
Continua...
Bemelmans, P. F. et al. 131
1º 3881,80 -
2º 1932,25 -
3º 7983,81 18000,00
Total 2
13797,86 18000,00 -4202,14 -210,11
1
Considerando-se preço de R$0,27/kg
2
Considerando-se preço de R$0,20/kg
Fonte: Dados da pesquisa
4. LITERATURA CITADA
Capítulo 5
COMERCIALIZAÇÃO DE GOIABA
NO MERCADO NACIONAL
Helio Satoshi Watanabe1
Variação
Estado 2007 (t) P. (%) Ordem 2008 (t) P. (%) Ordem
(2008/2007)
produto.
5. Ter um agente confiável no mercado de destino.
8. LITERATURA CITADA
Capítulo 6
1. Introdução
Dificuldades e Oportunidades
• As variedades para mesa e para processamento são diferentes.
• Atualmente, não existem tanto no Brasil quanto no exterior, variedades
adequadas ao processamento.
• A demanda para polpa de pêssego no Brasil é crescente, e a oferta
não atende às necessidades.
• A demanda crescente no Brasil por frutas frescas de caroço está bem
caracterizada como uma oportunidade comercial.
• As pesquisas para desenvolver e adaptar variedades estão bem enca-
minhadas, necessitando apenas de ações mais dinâmicas e recursos
para tornar seus resultados visíveis.
• No Brasil, a demanda por ameixas para sucos/polpas ainda é inexis-
tente e, no mercado internacional, limitada.
• Algumas variedades de ameixa podem servir tanto para a industria-
lização, como para o mercado in natura.
• A grande demanda e o grande nível de comercialização de derivados
da ameixa estão focados nas ameixas secas (desidratadas).
2.1.2. Maçãs
• Quarta fruta mais produzida (atrás da banana, laranja e uva).
• Produção mundial estável por volta de 60 milhões de toneladas.
157
Dificuldades e Oportunidades
• As principais dificuldades residem em:
- Custo elevado de produção;
- Instabilidade climática nas principais regiões produtoras, promovendo
quebra de safras e perda de qualidade dos frutos;
- Concentração dos plantios em poucas variedades.
• As principais oportunidades residem em:
158
Morangos
• A produção mundial de morangos atingiu, em 2006, o patamar de 4,1
Mt, com taxas de crescimento discrepantes de 65% nas Américas,
sem crescimento na Europa e 22% na Ásia.
• O morango, independentemente de variedades, é produzido em quase
todos os países com clima favorável, sendo que a América do Norte
participa com 31,4% da produção, a Europa com 28,3%, a Ásia com
159
Framboesas e Amoras
• A produção mundial de framboesas e amoras é de aproximadamente
1,1 Mt por ano e cresceu nos últimos 6 anos cerca de 20%.
• As framboesas e amoras são cultivadas no Oriente Médio, na Ásia,
na Europa, na América Latina e na América do Sul.
• O principal produtor é o Iran com 211,8 mil toneladas/ano, seguin-
do-se a Federação Russa com 175 mil toneladas/ano, a Sérvia e
Montenegro com 112 mil toneladas/ano e o Vietnam com 106 mil
toneladas/ano.
• A produção de framboesas e amoras no Brasil ainda é pequena e
concentrada no Rio Grande do Sul, na região de Vacaria.
• Segundo Emater/RS, na região, em 2007, foram cultivados 105 hec-
160
Cranberries e Mirtilos
• Produção mundial de cranberries e framboesas é hoje de aproxima-
damente 621.317 toneladas/ano.
• Os principais países produtores são os EUA e o Canadá, que detêm
em conjunto 88% da produção mundial.
• Na América do Sul o cultivo de mirtilos avança rapidamente no Chile,
Argentina e no Brasil.
• No Brasil, segundo a Emater/RS, começa a desenvolver-se o cultivo
do mirtilo e já existem 30 hectares que geraram, em 2007, cerca de
60 toneladas. O cranberry não é cultivado em nosso país.
• A comercialização internacional de cranberries e mirtilos, em 2005,
atingiu o patamar de 124,424 toneladas, o que representou 20% da
produção mundial.
• Praticamente toda a comercialização de cranberries é feita através de
derivados processados.
• Quanto aos mirtilos, em boa parte, também são comercializados
congelados ou em forma de sucos.
161
Dificuldades e Oportunidades
• As dificuldades de tratar com frutas vermelhas no Brasil têm a ver
com a sua fragilidade e falta de organização dos produtores.
• Porém, temos vantagens se decidirmos explorar os mercados derivados
de frutas vermelhas, em franco crescimento e com boa remuneração.
• Contudo, nesta situação de mercado favorável, os agronegócios que
fomentarem e organizarem a produção das frutas frescas, tanto para
o mercado in natura como principalmente para o mercado de proces-
sados, terão grandes vantagens sobre eventuais concorrentes.
Mercados Atrativos
EUA China
Reino Unido Noruega
Países Baixos (Holanda) Suíça
Federação Russa Áustria
Canadá Dinamarca
França Indonésia
Bélgica Suécia
Representam 67% do Mercado Mundial
Dificuldades e Oportunidades
• As principais dificuldades residem em:
- Complexidade da sua produção;
164
Barreiras e Dificuldades
Não são poucas as barreiras que dificultam a expansão compe-
165
2.2.1. Abacaxi
Dos 5 grandes grupos botânicos de abacaxis conhecidos, o
“Cayenne”, o “Spanish”, o “Queen”, o “Pernambuco” e o “Mordilo-
nus”. A cultivar “Smooth Cayenne”, do primeiro grupo, dominava a
produção mundial até meados dos anos 90, constituía a quase totalidade
do comércio internacional in natura, e era a variedade apropriada para
as conservas.
Três novidades apareceram nos mercados internacionais nos
últimos 15 anos:
• Os novos híbridos desenvolvidos pelas multinacionais, Del Monte
com seu “Gold” e Dole com o MD2 (provavelmente idênticos), de
tamanho similar ao smooth cayenne, muito mais doce, com polpa
fortemente alaranjada.
• Uma cultivar do grupo “Queen”, chamada “Victória” , de tamanho
médio de 400 g, sem parte fibrosa no meio, está conquistando uma
pequena fatia dos mercados muito “exóticos” da Europa,
• O nosso Pernambucano, ou Branco-Pérola, está começando a ser aceito
em alguns mercados da Europa, como Portugal, Espanha e França.
• A produção mundial de abacaxis está por volta de 18, 2 milhões de
toneladas.
• De acordo com dados do IBRAF, a Ásia é a maior produtora (49,7%);
166
As Dificuldades e as Oportunidades
Dificuldades
• A variedade mais cultivada ainda no Brasil é pouco conhecida e apre-
senta dificuldades de penetração no mercado internacional.
• Existe falta de organização da produção e comercialização, que obriga
quem deseja atuar no mercado a investir senão nela, pelo menos em
“paking houses” localizados nas áreas de produção, como forma de
possibilitar a canalização das frutas de pequenos e médios produtores,
destinando-as para o mercado fresco e para transformação.
• Necessidade de reconverter variedades buscando as mais conhecidas
e aceitas pelo consumo internacional.
• Baixo nível de produtividade no Brasil em comparação com os prin-
cipais países concorrentes.
• Inexistência de modelos de exploração, integrando mercado fresco
e derivados industrializados para maximizar o aproveitamento dos
frutos e melhorar o aproveitamento da produção agrícola.
Oportunidades
• A nossa variedade Branco-Pérola, pela existência de sabor, se for
bem divulgada e promovida, poderá ganhar nichos importantes e de
bom valor agregado.
• Se considerarmos os Mercados de Crescimento Sustentado e os
Mercados Esforçados, eles representam 89,5% das compras mun-
diais e, portanto, um enorme mercado potencial para as exportações
brasileiras.
• Existe forte crescimento das demandas interna e externa de abacaxis
frescos e pré-cortados (minimamente processados), com níveis inte-
ressante de remuneração.
• Temos domínio tecnológico para adequar variedades, para atender
rapidamente as demandas internacionais.
• O mercado orgânico equitativo ainda modesto cresceu como outros
frutos de forma sustentada, caracterizando um nicho importante.
• As tendências de demanda para as polpas e concentrados estão cres-
cendo ainda mais aceleradamente que para as frutas frescas.
168
2.2.2. Banana
• Sem entrar nas classificações botânicas, existem dois tipos de bana-
nas, as ditas de sobremesa, mais “nobres” comercialmente, e as para
cozinhar, muitas vezes consideradas como culturas de subsistência
local.
• Grande parte do comércio internacional está concentrada nas bananas
nobres e restrita praticamente às variedades do grupo “Cavendish”.
• As bananas para cozinhar são chamadas no Brasil de “bananas-da-
terra”, classificação popular que cobre diversas variedades. Essas
bananas são importantes em termos de produção mundial (33 Mt.)
e são essenciais para a nutrição das populações locais em todos os
países.
• Embora existe um pequeno comércio internacional de bananas
para cozinhar, ele representa menos de 3% das exportações totais
de bananas. Essas bananas são chamadas de “plantain” (inglês) ou
“plátanos” (espanhol).
• A produção mundial de banana está estimada em 67,2 milhões de
toneladas, segundo a FAO.
• As exportações de bananas tipo “Cavendish” (banana nanica) repre-
sentam 23% da produção total, 16,2 Mt. de exportação sobre 67,1
Mt. de produção. As exportações de bananas- da-terra (459 mil t.)
representam apenas 1,3% da produção de 33,9 Mt., e pouca impor-
tância econômica.
• Os principais mercados importadores são os países da União Europeia
(47%); os países da América do Norte (30,4%); Ásia (13,5%); Oriente
Médio (5,5%) e países da América do Sul (3,6%).
As Dificuldades e as Oportunidades
Dificuldades
• A dinâmica do comércio internacional de bananas frescas exige vo-
lume de escala para rentabilidades razoáveis;
• Mercado internacional de 1ª linha caracterizado (poucas empresas);
• Somente as bananas do grupo Cavendish têm atualmente grande
demanda pouco explorada no Nordeste, salvo Rio Grande do Norte
e Ceará;
• Uma nova empresa entrando no ramo e querendo adquirir frutas
para comercializá-las encontrará muitos obstáculos agrícolas pelas
empresas estabelecidas;
• Nível elevado de investimento necessário para atender às exigências
técnicas e de qualidade do mercado internacional.
170
Oportunidades
• Dos mercados analisados, não foram, até o presente momento, iden-
tificados mercados em retração;
• Os mercados atrativos (crescimento sustentado) e os mercados esfor-
çados representam 69% do mercado mundial;
• As variedades do grupo Cavendish, mais demandadas para o mer-
cado in natura, são também as mais demandadas para o mercado de
polpas;
• O mercado de polpas está em crescimento e as tendências são de
crescimento para os próximos 10 anos;
• A exploração integral da banana (fruta fresca mais processamento)
está mostrando-se em nova tendência. É importante conferir;
• O mercado equitativo “fair play”, assim como o mercado para bananas
cultivadas biologicamente ( banana orgânica) ainda são pequenos,
mas vêm crescendo com sustentabilidade.
2.2.3. Manga
Participação nas
Crescimento Crescimento
importações
País médio anual médio anual
mundiais
% Volume % Valor %
USA * 1,8 5,9 27,8
Holanda 15,2 26,6 16,2
França * 2,3 6,8 10,8
Reino Unido 11,2 23,8 10,7
Alemanha 12,2 19,4 9,3
China 9,2 19,2 8,0
Canadá 0,3 10,5 5,7
Japão * 4,0 10,4 5,3
Bélgica 17,5 33,5 4,3
Arábia Saudita * 3,3 7,2 2,9
Espanha * 11,1 12,4 2,6
Suiça 9,0 14,8 2,2
Noruega 26,0 41,2 1,2
Russia 24,0 43,0 0,8
Suécia 7,3 9,5 0,6
Dinamarca 15,5 25,3 0,6
República Checa * 14,3 21,1 0,3
Polônia * 40,2 38,6 0,2
Nota: (*) 2003-2007
Fonte: Base de dados IBRAF com dados do Comtrade.
As Dificuldades e as Oportunidades
Dificuldades
• A principal dificuldade para nossas exportações de manga é a ine-
quação das variedades às demandas, tanto em fruta fresca, quanto em
173
Oportunidades
• Através de reconversão de pomares com outras variedades mais
demandadas, poderemos continuar expandindo nossa presença no
mercado internacional.
• Os mercados atrativos para a manga, ou seja, os mercados de cres-
cimento sustentado, somados aos mercados esforçados, representam
um grande potencial de demanda, pois representam 83% das compras
mundiais.
• Como para outras, o mercado de manga orgânica ou via mercados
equativos, apesar de ainda não representativo, cresce sustentada-
mente.
• A Alemanha (mercado esforçado) com importações de manga na base
de 6% ao ano, representam 5% do mercado mundial.
• Há uma oportunidade que tem ser analisada, que diz respeito aos
mercados interno e externo de derivados processados.
• Tanto no Brasil como no exterior, os sucos e drinques de frutas prontos
para beber vem crescendo a taxas médias anuais de 12% a 15%. Basta
adequarmos as variedades para estas demandas.
• Outros derivados, como mangas desidratadas (através de tecnologias
174
Fonte: IBRAF.
175
• Oferta e Demanda
• As exportações mundiais cresceram, de 1997 a 2008 (nove anos),
87%, atingindo em 2008 US$ 13,1 bilhões.
• Os países em desenvolvimento contribuíram, em 2008, com 38% das
exportações, aumentando sua participação.
• O Brasil, mais em função do suco concentrado congelado de laranja,
continua como o maior provedor de sucos do mundo, com 16,5% do
total, equivalente a US$ 2,15 bilhões em 2008.
• Outros países, como Argentina (limão, maçã e uva) e Tailândia (prin-
cipalmente abacaxi), vêm destacando-se entre os países em desenvol-
vimento como supridores mundiais de sucos e polpas.
• Entre os países desenvolvidos, os cinco maiores provedores, ou seja,
Bélgica, China, Alemanha, Holanda e Estados Unidos, foram respon-
sáveis por 38% das exportações (US$ 6,10 bilhões).
• As importações passaram de US$ 6 bilhões em 1997 para US$ 12,9bi-
lhões em 2008, o que corresponde a uma expansão significativa no
período.
176
Países do Pacto
Produto Código Andino e América Brasil Terceiros Países
Central
--------------------------------- Tarifa ---------------------------------
Suco de Outras Frut. Trop. Brix ≤ 67 açúcar ≤ 30% em peso 0% 10,50% 10,50%
Suco de Out. Frutas Trop. Brix ≤ 67 (Exceto Goiaba) s/ açúcar 0% 11,00% 11%
0% + 12,9 10,5% + 12,9 10,5% + 12,9
Sucos de Maracujá e Goiaba Brix ≤ 67 açúcar 30% em peso
EUR/100 kg EUR/100 kg EUR/100 kg
0% + 12,9 10,5% + 12,9 10,5% + 12,9
Sucos de Outras Frut. Trop. * Brix ≤ 67 açúcar 30% em peso
EUR/100 kg EUR/100 kg EUR/100 kg
Suco de Goiaba Brix ≤ 67 sem açúcar 0% 11% 11%
Sucos de Outras Frutas Tropicais Brix ≤67 sem açúcar 0% 11% 11%
Fonte: IBRAF com dados TARIC da União Europeia
179
e outros.
Na União Europeia, não temos barreiras fitossanitárias, com
exceção de laranjas, tangerinas e limões-verdadeiros onde há alegações
que um fungo Guignardia citricarpa, que provoca a “pinta- preta” em
citros, é considerado uma praga quarentenária, e portanto sua presença
em lotes de citros é motivo para a rejeição da partida.
Não existe ainda concordância no meio técnico-científico quanto
ao desenvolvimento deste microrganismos na Europa, portanto estudos
conjuntos devem ser feitos, pois o mercado europeu de citros é muito
importante para a fruticultura de exportação.
5.3. ChileGAP
• O Protocolo de Boas Práticas Agrícolas (BPA) da Indústria de Pro-
dução e Exportação Frutícola Chilena é o único protocolo a nível
mundial homologado a EUREPGAP (Europa) e em processo de ser
reconhecido nos Estados Unidos como equivalente, por Davis fresh
Tecnologies (Prosafe);
• O único protocolo que garante a participação de produtores, exporta-
dores e organizações da indústria dentro da sua estrutura;
• O melhor instrumento de diminuição de custos de implantação e
certificação em PBA, e
• ChileGAP tem tido uma ampla campanha de difusão nos Estados
Unidos e Europa, a fim de dar tranquilidade às empresas chilenas a
respeito do conhecimento do protocolo nos mercados.
Comentários:
Os agronegócios brasileiros enfrentam dificuldades de atender
aos vários protocolos no processo de certificação, principalmente na
União Europeia. Uma harmonização dos protocolos é necessária, pois
os custos de certificação estão tornando-se elevados.
189
6. LITERATURA CITADA
Capítulo 7
1. Introdução
2. Produção Integrada
4. LITERATURA CITADA
* Produtos que não constam atualmente como de uso autorizado (AGROFIT, 17-08-2009)
** Existência de outros produtos que constam atualmente como de uso autorizado (AGROFIT, 17-08-2009)
p.a. = princípio ativo; G. químico = Grupo Químico; CT = Classe Toxicológica
Produção integrada de goiaba 201
Anexo II
ÁREAS TEMÁTICAS
1. CAPACITAÇÃO
1.4. COMERCIALIZAÇÃO
1.4.1. Normas recomendadas
Capacitação em processos de logística da comercialização de insumos
e da produção e em marketing.
2. ORGANIZAÇÃO DE PRODUTORES
3 RECURSOS NATURAIS
4 MATERIAL PROPAGATIVO
1 1 Observar o disposto na Resolução CONAMA nº 020, de 18 de junho de 2004.
Ver www.mma.gov.br/port/conama/index cfp
Produção integrada de goiaba 207
5 IMPLANTAÇÃO DE POMARES
5.1 DEFINIÇÃO DE PARCELA
5.1.1 Normas obrigatórias
É a unidade de produção formada por plantas de uma mesma varieda-
de, da mesma idade e submetidas ao mesmo sistema de cultivo e aos
mesmos tratos culturais e podadas na mesma ocasião, com intervalo
não superior a 5 (cinco) dias.
Identificar as parcelas com placas contendo o nome ou número de sua
identificação.
Informar o OAC caso ocorram mudanças na variedade-copa ou elimi-
nação da parcela.
5.2. LOCALIZAÇÃO
5.2.1 Normas obrigatórias
O terreno escolhido deverá satisfazer aos requisitos culturais da cul-
tura e da legislação de conservação do solo e preservação do meio
ambiente.
5.2.2 Normas recomendadas
No caso de implantação de pomares em áreas anteriormente cultivadas
com espécies do gênero Psidium, recomenda-se que o solo permaneça
em pousio, ou seja, cultivado com espécies de ciclo curto por pelo
menos um ano.
Recomenda-se evitar a instalação da cultura em solos com profundidade
inferior a um metro ou em terrenos com declividade superior a 15%.
Recomenda-se que sejam evitados os locais sujeitos a ocorrência de
geadas.
A cultura deverá estar protegida de contaminação química proveniente
de outras parcelas ou lavouras, quer pelo plantio suficientemente dis-
tante, quer pela instalação de barreiras físicas apropriadas, como é o
caso de cercas-vivas.
Produção integrada de goiaba 209
5.3 MUDAS
5.3.1 Normas obrigatórias
Quando não forem de produção própria, as mudas deverão ser ad-
quiridas de viveiristas credenciados e ser portadoras de certificado
fitossanitário.
Mudas de produção própria serão aceitas mediante cumprimento do
disposto na Lei no 10.711, de 5 de agosto de 2003, e em seus regula-
mentos.
As mudas deverão ser livres de sintomas visíveis de pragas e doen-
ças.
5.3.2 Normas recomendadas
No caso de mudas enxertadas, o porta-enxerto será oriundo de plantas
sadias de cultivares uniformes que apresentem bom nível de resistência
a pragas de solo.
O emprego de mudas ou porta-enxertos formados por estaquia, com o
objetivo de obter parcelas uniformes, inclusive quanto à produção.
As mudas obtidas por estaquia serão, de preferência, oriundas de cul-
tivares resistentes a pragas de solo.
5.4 PORTA-ENXERTOS
5.4.1 Normas obrigatórias
Adquirir material com certificado fitossanitário de produtores creden-
ciados conforme a legislação vigente.
No caso de mudas enxertadas, a variedade porta-enxerto deverá ser
uniforme em cada parcela.
5.5 CULTIVARES
5.5.1 Normas obrigatórias
Utilizar variedades indicadas para as condições do mercado visado
210 Kavati, R.
pela produção.
Utilizar uma cultivar para cada parcela, conforme os requisitos da
cultura.
5.5.2 Normas recomendadas
O emprego de variedades com bom nível de resistência à ferrugem,
psilídeos e demais pragas, sempre que disponíveis.
Enquanto as plantas utilizadas para implantação da parcela estiverem
vivas e em produção, manter arquivos do certificado fitossanitário
e dos demais documentos comprobatórios da origem do material de
propagação, juntamente com croqui detalhado da gleba.
5.5.3 Normas proibidas
Utilizar cultivares geneticamente modificadas sem a prévia autorização
da Comissão Técnica para a PIF (CTPIF).
6 NUTRIÇÃO DE PLANTAS
7 MANEJO DO SOLO
7.1 MANEJO DO SOLO
7.1.1 Normas obrigatórias
É obrigatória a adoção de medidas de conservação do solo com o ob-
jetivo de controlar o processo de erosão.
Com o objetivo de reduzir o escoamento superficial da água, os novos
plantios devem ser implantados com a utilização de práticas conserva-
cionistas mecânicas apropriadas ao grau de declividade do terreno e às
características físicas do solo.
Nos pomares já implantados, devem ser utilizadas práticas conservacio-
nistas vegetativas adequadas à declividade do terreno e às características
físicas do solo, com o objetivo de reduzir a ação da precipitação sobre
o solo.
7.1.2 Normas recomendadas
Recomenda-se o uso de cobertura morta, adubação verde ou a manu-
tenção do mato roçado como cobertura do solo, para preservar a sua
estrutura e o seu teor de matéria orgânica.
7.1.3 Normas proibidas
214 Kavati, R.
restrição, devendo o seu uso ser substituído por outras ferramentas mais
adequadas, como a roçadeira manual.
8 IRRIGAÇÃO
8.1 SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO
8.1.1 Normas obrigatórias
Utilizar sistemas de irrigação eficientes, que minimizem o uso da água
e de energia, realizando a manutenção periódica do sistema utilizado.
8.1.2 Normas proibidas
Utilizar sistemas de irrigação sobrecopa.
de segunda safra’, uma vez que estes sistemas não asseguram adequado
controle das pragas da cultura com a garantia da isenção de resíduos
tóxicos nos frutos produzidos.
profundas.
11 COLHEITA E PÓS-COLHEITA
11.1 HIGIENE NA COLHEITA
11.1.1 Normas obrigatórias
Ter procedimentos operacionais padronizados para as operações de
limpeza e higienização de utensílios e equipamentos de colheita, do-
cumentados e atualizados.
Utilizar mão de obra treinada com vestimenta adequada e limpa, cabelos
presos, unhas cortadas e mãos limpas.
Os trabalhadores devem ter acesso a equipamentos para lavagem das
mãos e a instalações sanitárias limpas a, no máximo, 500 (quinhentos)
metros do local de trabalho.
224 Kavati, R.
12 ANÁLISE DE RESÍDUOS
12.1 AMOSTRAGEM PARA ANÁLISE DE RESÍDUOS EM FRU-
TAS NA LAVOURA
12.1.1 Normas obrigatórias
Permitir a coleta de amostras de frutas para análise de resíduos.
As amostras devem representar um mínimo de 10% do total das parcelas
de cada produtor ou grupo de pequenos produtores.
As amostras serão coletadas ao acaso, devendo representar a parcela
de onde se originaram.
Para fins de determinação dos níveis de resíduos tóxicos contidos na
fruta a ser comercializada, a coleta das amostras deverá ser feita a partir
do início da colheita dos frutos.
Os resultados das análises deverão ser mantidos, em arquivo, na pro-
priedade de onde provieram as amostras, por um período mínimo de
três anos.
12.1.2 Normas recomendadas
Seguir um sistema de rodízio na escolha das parcelas a serem amostra-
das, de modo a assegurar que todas serão analisadas em um determinado
período de tempo.
Amostras adicionais deverão ser coletadas se ocorrerem falhas no uso
de agroquímicos.
12.1.3 Normas proibidas
A utilização de recursos humanos sem a devida capacitação.
13 PROCESSOS DE EMPACOTADORAS
13.1 EDIFÍCIO E INSTALAÇÕES
13.1.1 Normas obrigatórias
Ter construção sólida e sanitariamente adequada, que impeça a entrada
e o alojamento de animais domésticos, insetos, roedores ou pragas.
Ter as paredes revestidas de material impermeável e lavável.
Ter piso de material resistente ao trânsito, impermeável, lavável e an-
tiderrapante, com sistema de drenagem adequado.
Ter teto que impeça o acúmulo de sujeira.
Ter instalações elétricas e lâmpadas protegidas.
Ter janelas e outras aberturas construídas de maneira a evitar o acúmulo
de sujeira, e as que se comunicam com o exterior devem ser providas
de proteção antipragas.
Ter iluminação que possibilite a realização do trabalho sem compro-
meter a segurança e a higiene da fruta.
Ter ventilação adequada.
Ter instalações para outras finalidades sem acesso direto com a área
de beneficiamento.
228 Kavati, R.
13.7 LAVAGEM
13.7.1 Normas obrigatórias
230 Kavati, R.
13.11 PALETIZAÇÃO
13.11.1 Normas obrigatórias
Quando for utilizado sistema paletizado, os paletes devem ser montados
somente com frutas PIF.
produto.
13.12.2 Normas recomendadas
Armazenar os paletes em câmara fria, em temperatura e umidade relativa
adequadas para garantir a conservação do produto.
Executar programa de manutenção do sistema de refrigeração.
Realizar o transporte em veículos e equipamentos apropriados e higie-
nizados, conforme requisitos da cultura da goiaba.
13.12.3 Normas proibidas
Transportar frutas de produção integrada em conjunto com as de outros
sistemas de produção, sem a devida identificação e sem procedimentos
contra riscos de contaminação.
13.12.4 Normas permitidas com restrição
Armazenar frutas da PIF com as de outros sistemas de produção, desde
que devidamente separadas, identificadas e justificadas, com a adoção
de procedimentos contra riscos de contaminação.
13.14 LOGÍSTICA
13.14.1 Normas obrigatórias
Utilizar sistema de identificação, por meio dos Cadernos de Campo e
de Pós-Colheita, que assegure a rastreabilidade de processos adotados
na geração do produto.
15 ASSISTÊNCIA TÉCNICA
15.1 REQUISITOS PROFISSIONAIS
15.1.1 Normas obrigatórias
Contar com assistência técnica prestada por profissional habilitado pelo
Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA),
devidamente capacitado no sistema de produção integrada de goiaba,
perfeitamente familiarizado com seus princípios e objetivos e com
estas NTEs.
A área territorial atendida pelo técnico responsável deverá ser aquela
definida pelas normas do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura
e Agronomia (CREA).
Capítulo 8
RIEGO Y FERTIRRIGACION
Ivan Vidal Parra1
1. INTRODUCCION
que todavía puede estar presente, porque está totalmente fuera del
rango de la humedad aprovechable.
en donde :
Π x D2
P = ---------------
4 Eeh x Esh
Va = 4,6 mm/día * 6 m * 4 m
Va = 110 lt/día/planta
AFA
FR = ----------------
ETc
13,5
FR = ------------ = 3 días
4,6
244 Parra, I. V.
5. PROGRAMACION DE LA FERTIRRIGACION
7. CONCLUSIONES
8. LITERATURA CITADA
Capítulo 9
Adubação, Nutrição e
Calagem na goiabeira
William Natale1
1. INTRODUÇÃO
1
Professor Adjunto, Departamento de Solos e Adubos, Universidade Estadual Pau-
lista – Unesp, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Câmpus Jaboticabal.
Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n. CEP: 14884-900, Jaboticabal-SP.
Bolsista de PQ do CNPq. E-mail: natale@fcav.unesp.br
258 Natale, W.
et al., 1996).
A goiaba tem produção de destaque, sendo o Brasil o maior
produtor mundial de goiabas-vermelhas, e a Índia, de goiabas-brancas.
No território nacional, as maiores regiões de cultivo são o Sudeste e
o Nordeste, sendo São Paulo e Pernambuco os maiores produtores.
Em São Paulo, a goiabicultura ocupa mais de 6 mil hectares com 1,6
milhão de plantas, identificando-se três principais regiões produtoras,
compostas pelos municípios de Taquaritinga, Monte Alto, Vista Ale-
gre do Alto e Urupês (1); município de Valinhos (2); e município de
Mirandópolis (3). A primeira região tem como vantagem a existência
de agroindústrias localizadas nos municípios de Matão, Taquaritinga,
Monte Alto e Vista Alegre do Alto (Francisco et al., 2008).
A atividade agroindustrial ligada à cultura da goiaba é uma
das mais importantes no Brasil, pois a maior parte da fruta produzida
no País é consumida na forma industrializada, como doces, compotas,
geleias e sucos. Isso é função da elevada fragilidade e perecibilidade dos
frutos que, combinada ao seu alto grau de adequação ao processamen-
to industrial, permite sua transformação, agregando valor ao produto
colhido.
Gonzaga Neto (1990) ressalta que, além do interesse econô-
mico, a goiabeira tem grande importância alimentar, pois seus frutos
apresentam elevado teor de vitamina C, vitamina A, tiamina, niacina,
fósforo e ferro. Além disso, a goiaba-vermelha é a maior acumuladora
de licopeno, com cerca de 6,5 mg 100g-1 da fruta, seguida pela me-
lancia, Grapefrut-rosa e tomate com 4,1; 3,2; 3,0 mg 100g-1 da fruta,
respectivamente (Rozane et al., 2003). Não havendo síntese endógena,
o licopeno deve ser obtido exclusivamente através da dieta alimentar
do homem, sendo destacada sua ação contra o câncer, especialmente
de próstata, e doenças cardiovasculares (Bramley, 2000).
A quantidade total de goiabas produzidas no Brasil está em
torno de 300 mil toneladas/ano. Deste volume, cerca de 210 mil t são
originárias do Estado de São Paulo, sendo 160 mil t oriundas da região
em torno dos municípios de Taquaritinga, Monte Alto e Vista Alegre
do Alto.
Apesar de a goiabeira ser cultivada em diversas condições
edafoclimáticas e de manejo, informações da literatura indicam altas
respostas em termos de produtividade dessa frutífera com o emprego
262 Natale, W.
A relação Ca/Mg mostra, por outro lado, que valores muito es-
treitos dessa relação são prejudiciais à produção acumulada de goiabas
(Figura 3).
268 Natale, W.
5. Literatura Citada
Capítulo 10
1. APRESENTAÇÃO
2. LITERATURA CITADA