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CORREDOR INTERNACIONAL SUL

LINHA DE SINES

MODERNIZAÇÃO DA LIGAÇÃO FERROVIÁRIA ENTRE SINES E


A LINHA DO SUL

PROJETO DE EXECUÇÃO

VOLUME 01 – Infraestruturas e Plataforma de Via Férrea

TOMO 03 – Estruturas de Proteção e Estabilização da


Plataforma

Condições Técnicas

48155.PE.01.ECT.03_CTE
Nº SAP 10003871663-323
Versão 00 JUNHO/2020
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Realizado Revisto Aprovado Diretor Projeto

Mário Pedrosa

2020-06-26 2020-06-26 2020-06-26

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Data 2020-06-26

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00 Junho 2020 Mário Pedrosa Edição inicial ---------------------------------

48155.PE.01.ECT.03.CTE
ii / iv
CORREDOR INTERNACIONAL SUL
LINHA DE SINES
MODERNIZAÇÃO DA LIGAÇÃO FERROVIÁRIA ENTRE SINES E A LINHA DO SUL
ÍNDICE

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1

2 FORNECIMENTO DE EQUIPAMENTO, MÃO-DE-OBRA E MATERIAIS .............................. 2

3 TOPOGRAFIA E IMPLANTAÇÃO DA OBRA ......................................................................... 6

4 DEPÓSITOS PROVISÓRIOS E ZONA(S) DO(S) ESTALEIRO(S) ......................................... 8

5 DESTINO FINAL LICENCIADO/HOMOLOGADO ................................................................... 9

6 FASEAMENTO DA OBRA ..................................................................................................... 10

7 DRENAGEM PROVISÓRIA ................................................................................................... 11

8 CONTROLO DE QUALIDADE ............................................................................................... 12

9 TRABALHOS PREPARATÓRIOS ......................................................................................... 13


9.1 Demolições ........................................................................................................................... 13
9.2 Desvio e reposição de serviços afetados ......................................................................... 13
9.3 Proteção do meio ambiente ................................................................................................ 13

10 MARCAS TOPOGRÁFICAS PARA MEDIÇÃO DE DESLOCAMENTOS SUPERFICIAIS .. 15


10.1 Materiais ................................................................................................................................ 15
10.1.1 Marcas superficiais de referência ........................................................................................... 15
10.1.2 Marcas superficiais ................................................................................................................. 15
10.2 Métodos construtivos .......................................................................................................... 16

11 MICROESTACAS EM PERFIS METÁLICOS (ARTIGOS F.01.03.99.01 E F.01.03.99.02) .. 18


11.1 Materiais ................................................................................................................................ 18
11.1.1 Aço para elementos de construção metálica .......................................................................... 18
11.1.2 Caldas de injeção ................................................................................................................... 20
11.1.3 Microbetão .............................................................................................................................. 21
11.2 Métodos construtivos .......................................................................................................... 22
11.2.1 Prescrições gerais................................................................................................................... 22
11.2.2 Regras gerais de execução .................................................................................................... 22
11.2.3 Mão-de-obra............................................................................................................................ 22
11.2.4 Regras gerais de montagem ................................................................................................... 22
11.2.5 Cordões de soldadura ............................................................................................................. 23
11.2.6 Sequência das soldaduras ...................................................................................................... 23
11.2.7 Proteção anti-corrosiva e pintura ............................................................................................ 23
11.2.8 Colocação dos perfis verticais e inclinados ............................................................................ 24

12 VIGA DE DISTRIBUIÇÃO EM PERFIS METÁLICOS (ARTIGO F.01.03.99.03) .................. 32

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iii / iv
12.1 Materiais ................................................................................................................................ 32
12.2 Métodos construtivos .......................................................................................................... 32

13 PRANCHAS DE MADEIRA PARA CONTENÇÕES TIPO “BERLIM” PROVISÓRIAS


(ARTIGO F.01.03.99.04) ........................................................................................................ 33
13.1 Materiais ................................................................................................................................ 33
13.2 Métodos construtivos .......................................................................................................... 33

14 REMATE EM BETÃO C16/20; X0(P); CL1.0; DMÁX.20; S2 NA LIGAÇÃO DOS DOIS


TRECHOS DA PH AO KM 141+536, INLCUINDO O CORTE DO PERFIL METÁLICO E
REMOÇÃO DAS PRANCHAS DE MADEIRA ADJACENTES .............................................. 34
14.1 Materiais ................................................................................................................................ 34
14.1.1 Ligantes hidráulicos ................................................................................................................ 34
14.1.2 Agregados ............................................................................................................................... 40
14.1.3 Água ........................................................................................................................................ 46
14.1.4 Adjuvantes .............................................................................................................................. 47
14.1.5 Madeira para cofragens .......................................................................................................... 50
14.2 Métodos construtivos .......................................................................................................... 52
14.2.1 Betões de ligantes hidráulicos ................................................................................................ 52
14.2.2 Cofragens................................................................................................................................ 59

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1 INTRODUÇÃO

As presentes Condições Técnicas Especiais referem-se aos trabalhos associados à execução das
Contenções Provisórias descritas no Tomo 03 do Volume 01 do presente projeto e destinam-se a
complementar as Cláusulas Técnicas Gerais e o Dicionário de Rubricas e Critérios de Medição da
Infraestruturas de Portugal, nas situações em que estas sejam omissas.

Em casos de sobreposição de matérias destes documentos, prevalecerá o constante nestas


Cláusulas Técnicas Especiais. As definições do Projeto de Execução contidas nas restantes peças
escritas e desenhadas do projeto, onde aplicáveis, sobrepõem-se às descrições de carácter genérico
definidas nestas Condições Técnicas Especiais.

O Adjudicatário fica obrigado a executar todos os trabalhos dentro das boas normas de engenharia e
de harmonia com esta especificação, cumprindo as instruções complementares que, com esse fim,
lhe sejam dadas pela Fiscalização.

Em caso de omissão, deverão ser respeitadas as seguintes disposições regulamentares e


certificações, que, em caso de sobreposição, deverão respeitar a ordem abaixo indicada:

✓ Legislação, Normas e Certificações Portuguesas em vigor;

✓ Legislação, Normas e Certificações Europeias em vigor;

✓ Legislação, Normas e Certificações em vigor de outros países com prática comprovada para
o tipo de obra em execução;

✓ Normas e Práticas de boa construção.

O Adjudicatário obriga-se ainda a executar os trabalhos acessórios indispensáveis ao perfeito e


completo desenvolvimento da obra, designadamente os caminhos de serventia, o arranjo e limpeza
do terreno no final dos trabalhos e, de uma forma geral, todas as ações acessórias que se tornem
necessárias à perfeita execução da obra tal e qual se encontra definida no Projeto e nas demais
condições contratuais. Para todos os efeitos considera-se que tais encargos estão implicitamente
distribuídos pelos preços contratados, em conformidade com o prescrito no Dicionário de Rubricas e
Critérios de Medição.

Nenhuma atividade poderá ser iniciada sem a prévia elaboração, por parte do Adjudicatário, do Plano
de Inspeção e Ensaios (PIE) e do Plano de Inspeção e Prevenção (PIP), e respetiva aprovação pela
Fiscalização, com uma antecedência mínima de 11 dias úteis.

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2 FORNECIMENTO DE EQUIPAMENTO, MÃO-DE-OBRA E MATERIAIS

O Adjudicatário deverá fornecer todos os equipamentos, mão-de-obra, materiais e serviços


necessários para executar, no seu total, todas as atividades relacionadas com os trabalhos
especificados e indicados no concurso.

O equipamento a utilizar terá de respeitar, em tipo e quantidade, o indicado no plano de trabalhos


que acompanhou a proposta do Adjudicatário. A pretensão do Adjudicatário em adotar equipamento
diferente do previsto terá de merecer a prévia aceitação da Fiscalização.

Caberá ao Adjudicatário recolher a informação necessária à movimentação do equipamento na zona


da obra, designadamente quanto à travessia de obras de arte (p.ex. túneis e pontes).

Para todos os produtos de construção, definidos como “produtos a ser incorporados de modo
definitivo numa obra de construção”, a aplicar na empreitada, e em conformidade com a legislação
vigente aplica-se o seguinte:

✓ A marcação CE é obrigatória para todos os produtos de construção que satisfaçam em


simultâneo os seguintes requisitos: i) estejam destinados a ser incorporados ou aplicados de
forma permanente na empreitada; ii) estejam colocados no mercado comunitário e
relativamente aos quais existam normas harmonizadas (NH), aprovações técnicas europeias
(ETA ou ETAG) ou ainda especificações técnicas nacionais cuja referência seja publicada no
Jornal Oficial da União Europeia;

✓ Os produtos de construção relativamente aos quais não for obrigatória a marcação CE devem
apresentar certificação da sua conformidade com especificações técnicas em vigor em
Portugal;

✓ Para os produtos que não possam preencher nenhuma das condições anteriores a sua
aplicação na empreitada fica condicionada à respetiva homologação pelo Laboratório
Nacional de Engenharia Civil.

Todos os materiais a empregar em obra terão a qualidade, dimensões, forma e demais características
designadas no Projeto, com as tolerâncias regulamentares ou admitidas nestas Condições Técnicas.

Todos os materiais a aplicar devem ser acompanhados de certificados de origem e obedecer ainda
a:

✓ Sendo Nacionais, às Normas Portuguesas, Documentos de Homologação de laboratórios


oficiais, Regulamentos em vigor e Especificações destas Condições Técnicas;

✓ Sendo Estrangeiros, às Normas e Regulamentos em vigor no País de origem, caso não haja
Normas Nacionais aplicáveis e Especificações destas Condições Técnicas;

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✓ Na eventualidade de se encontrarem em vigor quer a Pré-norma Europeia, quer a Norma
Nacional, de aplicação simultânea, relativas a um determinado material, fica entendido que o
referido material obedecerá obrigatoriamente à Especificação mais severa, considerando-se
não só os regulamentos citados ou pertinentes, mas também o estabelecido nas
Especificações destas Condições Técnicas.

As exigências estabelecidas no artigo 166º do Decreto-Lei nº 159/2000, de 27 de Julho, relativas às


especificações dos materiais a empregar, deverão ser rigorosamente seguidas pelo Empreiteiro.

O estabelecido no Artigo 174º do Decreto-Lei nº 159/2000, regerá as exigências a observar


relativamente à aplicação dos materiais e deverá ser rigorosamente seguido pelo Empreiteiro.

Os critérios para a aprovação dos materiais deverão seguir, escrupulosamente, o estabelecido no


Artigo 171º do Decreto-Lei nº 159/2000.

Todos os materiais necessários à obra serão diretamente adquiridos ou explorados pelo Empreiteiro,
sob a sua responsabilidade e encargo ficando sujeitos à aprovação da Fiscalização.

O facto de se indicar uma marca de produto nos elementos de projeto serve, unicamente, para referir
o tipo ou estabelecer o padrão mínimo de qualidade do produto em questão.

O Empreiteiro, quando autorizado pela Fiscalização, poderá aplicar materiais diferentes dos previstos
se a solidez, estabilidade, aspeto, duração e conservação da obra não forem prejudicados e se não
houver alteração, para mais, no preço.

O facto de a Fiscalização permitir o emprego de qualquer material não isenta o Empreiteiro da


responsabilidade sobre a sua aplicação e o seu comportamento.

Todos os materiais e produtos a utilizar deverão ser produzidos por fabricantes que possam provar
ter experiência na produção destes materiais com a qualidade e nas quantidades exigidas.

A aprovação de todo e qualquer material estará dependente da apresentação de declaração por


escrito, pelo Empreiteiro, a garantir o cumprimento das propriedades e das características desse
material relativamente ao estipulado nas Especificações Técnicas destas Condições Técnicas.

Nenhum material pode ser aplicado em obra sem a prévia autorização da Fiscalização.

O Empreiteiro fará prova de que todos os materiais possuem as características de qualidade exigidas
pelas normas e regulamentos aplicáveis, em vigor à data de execução da empreitada, ainda que não
expressamente referido, e justificará que a composição, o fabrico e os processos de aplicação são
compatíveis com a respetiva finalidade.

Dentro de um critério de equivalência de preço e qualidade dar-se-á preferência a materiais e


produtos da indústria nacional.

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Serão da conta do Empreiteiro todos os transportes, cargas, descargas, armazenamentos e
aparcamentos, realizados de modo a evitar a mistura de materiais de tipos diferentes, bem como a
sua conservação e todos os encargos com a arrumação e acondicionamento dos materiais.

Serão da conta do Empreiteiro as perdas de materiais no transporte, armazenamento e aplicação.

O Empreiteiro obriga-se a apresentar à Fiscalização, com a antecedência mínima de quinze dias em


relação à data prevista da sua aplicação em obra, amostras de todos os materiais a empregar,
acompanhadas de certificado de origem, as quais, depois de aprovados, servirão de padrão.

Cumpre ao Empreiteiro fornecer em qualquer ponto do estaleiro e sem direito a retribuição todas as
amostras de materiais para ensaios laboratoriais que a Fiscalização pretenda efetuar.

As amostras serão geralmente tomadas em triplicado e levarão as indicações necessárias à sua


correta identificação.

As análises, provas e ensaios necessários à determinação das características dos materiais a aplicar
em obra serão sempre executados por conta do Empreiteiro e por entidades previamente aprovadas
pela Fiscalização.

A Fiscalização poderá mandar efetuar, sempre que assim o entender, a expensas do Empreiteiro,
todos os ensaios que considere necessários para verificação das características dos materiais a
aplicar em obra em complemento dos que o Empreiteiro tenha de efetuar.

A aceitação e o controlo exercidos pela Fiscalização não reduzem a responsabilidade do Empreiteiro


sobre os materiais utilizados.

Todos os resultados destes ensaios serão comunicados à Fiscalização, devendo o Empreiteiro


respeitar as instruções que lhe forem dadas por escrito resultantes da análise dos resultados desses
ensaios, nomeadamente e se for o caso, a interrupção da frente de trabalho onde estava prevista ou
se estava a proceder à sua aplicação.

Após a interrupção de uma frente de trabalho, esta só poderá ser retomada por ordem escrita da
Fiscalização.

Os materiais que não satisfaçam as condições exigidas serão rejeitados, sem exceção, pela
Fiscalização, e considerados como não fornecidos.

Os materiais rejeitados serão retirados do local dos trabalhos e dos terrenos do Dono da Obra pelo
Empreiteiro, no prazo máximo de três dias após a data da comunicação escrita da rejeição, sem
direito a qualquer indemnização ou prorrogação de prazos.

A falta de cumprimento desta determinação confere à Fiscalização o direito de remover, a encargo


do Empreiteiro, pela forma que entender, os materiais rejeitados, cabendo ao Empreiteiro toda a
responsabilidade pela sua eventual deterioração ou extravio.

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Os materiais deterioráveis serão obrigatoriamente colocados em armazéns que ofereçam segurança
e proteção aos agentes atmosféricos, à humidade do solo, do ambiente do local da obra e de todo o
tipo de intempéries.

O Empreiteiro assegurará a guarda e conservação dos materiais durante o seu armazenamento e


depósito. Rejeita-se qualquer responsabilidade por prejuízos que ocorram nos materiais a encargo
do Empreiteiro ou nos trabalhos da Empreitada, antes da receção provisória, sejam quais forem as
circunstâncias que tenham originado tais prejuízos.

O Empreiteiro não poderá depositar no estaleiro da obra, sem autorização da Fiscalização, materiais
ou equipamentos que não se destinem à execução dos trabalhos da Empreitada.

O Empreiteiro deve abastecer-se, armazenar e utilizar, carburantes, explosivos e acessórios de tiro


ou outros materiais perigosos em conformidade com a legislação em vigor, sendo o único responsável
por todo e qualquer acidente que resulte da sua má utilização e manipulação.

A Fiscalização reserva-se o direito de controlar todos os estaleiros e instalações do Empreiteiro e


seus fornecedores relacionados com a obra, pelos seus próprios meios ou por organismos ou
empresas da sua escolha. O Empreiteiro deverá facilitar o trabalho de controlo da Fiscalização ou
dos seus representantes, os quais se apresentarão devidamente habilitados e credenciados para tal.

Após a conclusão da Obra o Empreiteiro é obrigado a remover do local, no prazo fixado nas
Condições Jurídicas, os restos dos materiais, entulhos, equipamentos e andaimes e tudo o mais que
tenha servido de apoio à execução dos trabalhos e, se não o fizer, a Fiscalização mandará proceder
à sua remoção a expensas do Empreiteiro.

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3 TOPOGRAFIA E IMPLANTAÇÃO DA OBRA

O Adjudicatário procederá, em conjunto com a Fiscalização, ou sob o controlo direto desta, à


verificação do levantamento topográfico fornecido pelo Dono da Obra da área abrangida pelos
trabalhos, referindo todas as cotas altimétricas à de base indicada no projeto e recorrendo ao mesmo
sistema de referenciação deste.

Todos os trabalhos de implantação topográfica, tais como execução de marcos topográficos,


nivelamentos, reperfilamentos, drenagens provisórias, estaleiro, caminhos de acesso e as destinadas
a outros fins, serão exclusivamente encargo do Adjudicatário e sujeitos a verificação e aprovação da
Fiscalização. O Adjudicatário fica responsável pelas estacas e marcas colocadas, devendo mandar
substituir as que, por qualquer motivo, desapareçam, bem como a recolocá-las à sua custa em
condições idênticas (quer em posição definitiva, quer numa outra, se as necessidades do trabalho o
exigirem, depois de o Dono da Obra ter concordado com a modificação da piquetagem). Será também
responsável pelos prejuízos que possam resultar da eventual deslocação das estacas e marcas
colocadas.

O Adjudicatário obriga-se a ter, na zona da obra, todo o equipamento e pessoal habilitado adequado
à respetiva implantação e a todas as medições que a Fiscalização entenda necessárias durante a
execução dos trabalhos.

Após a implantação topográfica, o Adjudicatário informará por escrito a Fiscalização, para obter
aprovação, informando também das eventuais ocorrências. Nenhum trabalho programado será
iniciado antes desta aprovação. Este levantamento, uma vez aprovado, servirá de base a todas as
medições dos trabalhos que envolvam movimentação de terras.

O Adjudicatário será responsável pela delimitação da área do trabalho.

Serão da responsabilidade do Adjudicatário as consequências para terceiros, resultantes de erros de


implantação. É, ainda, da sua competência, tratar com os Serviços Públicos interessados, das redes
afetadas pelos trabalhos.

O Adjudicatário tomará a seu cargo a piquetagem e levantamento das infraestruturas de


telecomunicações enterradas. Deverão ser tomados cuidados especiais nas Passagens de Nível
onde se localiza a maior parte dos atravessamentos das condutas. Todos os trabalhos deverão ser
acompanhados por pessoal da DRF e IP Telecom, com conhecimento da localização dos cabos de
sinalização e de fibra ótica. Qualquer dano provocado nestas estruturas será da responsabilidade do
Adjudicatário.

Antes de iniciar qualquer das fases de um trabalho, o Adjudicatário deverá proceder à implantação
das obras com base na poligonal de apoio fornecida pelo Dono de Obra, a qual também serviu para
o desenvolvimento do projeto.

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O plano de implantação e piquetagem será submetido, pelo Adjudicatário, ao Dono da Obra e/ou à
Fiscalização, que o aprovará ou modificará no prazo de 5 dias úteis. O Adjudicatário terá um prazo
de 5 dias úteis para verificação no local e apresentação, se for caso disso, de observações,
assinalando as deficiências que eventualmente encontre, deficiências essas que serão objeto de uma
verificação contraditória com o Dono da Obra.

Se não comunicar oportunamente, conforme estipulado no Código de Contratação Pública, qualquer


omissão, erro ou descoordenação, o Adjudicatário assume inteira responsabilidade pelos mesmos,
não lhe cabendo qualquer direito a reclamação.

Na piquetagem dos trabalhos serão utilizadas mestras de alvenaria ou estacas de madeira com 8 a
10 cm de diâmetro na cabeça, cravadas e numeradas, sendo as cotas das suas cabeças ligadas às
marcações de referência fixas, definidas no projeto.

A implantação de toda a obra será feita de harmonia com as indicações do projeto e a partir dos
pontos principais de referência definidos, sendo da inteira responsabilidade do Adjudicatário a
demarcação e implantação correta de todos os trabalhos a executar.

Na escolha dos pontos principais de referência dever-se-á ter em atenção o desenvolvimento da obra
e os movimentos de terra necessários, para que todas as implantações a executar em obra se possam
sempre relacionar aos pontos principais de referência inicialmente tomados.

A tolerância nas implantações e cotas altimétricas é de 5 mm.

Os eixos principais de construção serão marcados mediante referências precisas e permanentes,


colocadas fora das obras de escavação, de depósito de terras, de materiais ou da zona de estaleiro.

A implantação pormenorizada será necessariamente verificada pela Fiscalização.

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4 DEPÓSITOS PROVISÓRIOS E ZONA(S) DO(S) ESTALEIRO(S)

O Adjudicatário deverá submeter à aprovação da Fiscalização, com a devida antecedência, e


simultaneamente com o plano de movimento de terras e com as justificações requeridas, a escolha
dos locais de depósito provisório.

As terras levadas a depósito dispor-se-ão de modo que não prejudiquem a cultura das terras
adjacentes nem embaracem o escoamento das águas.

As zonas de depósito provisório ficarão, sempre que possível, situadas em locais não visíveis da
linha. Quando tal não for possível, os mesmos deverão ter formas regulares e ser executados de
modo a não prejudicar o escoamento das águas, e em nenhum caso a sua altura poderá ser superior
à da plataforma da via-férrea.

Concluído o depósito de terras em destino final licenciado/homologado, todas as áreas afetadas


deverão ser modeladas e integradas no relevo da zona, para o que se farão as necessárias
regularizações sendo os encargos daí resultantes suportados pelo Adjudicatário. Se as não fizer no
prazo fixado, serão estas executadas pela Fiscalização por conta daquele.

Na zona do estaleiro, após a conclusão da obra, o Adjudicatário é obrigado a remover do local, antes
da Receção Provisória, os restos dos materiais, entulhos e equipamentos, bem como proceder ao
desmantelamento do(s) estaleiro(s) e obras auxiliares e à limpeza e regularização da zona, a fim de
se proceder ao seu recobrimento vegetal. Os respetivos encargos são da responsabilidade do
Adjudicatário.

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5 DESTINO FINAL LICENCIADO/HOMOLOGADO

Sempre que os materiais provenientes de escavações não tenham as qualidades exigidas para serem
aplicados em obra, ou que, tendo-as, não tenham aplicação por serem excedentes, serão levados a
destino final licenciado/homologado.

O Adjudicatário deverá submeter à aprovação da Fiscalização, com a devida antecedência, e


simultaneamente com o plano de movimento de terras e com as justificações requeridas, a escolha
dos locais de depósito em destino final licenciado/homologado.

Os solos a levar a estes locais terão de ser dispostos de modo a que não prejudiquem as culturas
dos terrenos adjacentes e o arvoredo existente.

Tanto as áreas de destino final licenciado como as de armazenamento e de empréstimo terão de ser
previamente autorizadas pela Fiscalização. Em qualquer delas o Adjudicatário obriga-se a:

✓ Garantir uma drenagem eficiente que impeça a acumulação de águas;

✓ Providenciar a conformação harmoniosa da sua superfície com a topografia do terreno


natural.

Todas as áreas de serventia, utilizadas pelo Adjudicatário, serão repostas nas condições anteriores
ao início das obras, sendo o respetivo encargo da responsabilidade do Adjudicatário. A Receção
Definitiva da obra dependerá da aprovação, pela Fiscalização, daqueles trabalhos.

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6 FASEAMENTO DA OBRA

Para a execução de todos os trabalhos previstos no âmbito do presente projeto o Adjudicatário


obrigar-se-á a respeitar o faseamento apresentado em fase de concurso, sendo de sua
responsabilidade a análise dos elementos de projeto existentes e, a partir deles, fazer uma análise
do encadeamento e duração dos trabalhos a executar.

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7 DRENAGEM PROVISÓRIA

Sempre que aplicável, toda a área terraplenada deverá ser protegida contra a erosão e possuir
drenagem provisória eficaz.

As escavações serão conduzidas de modo a garantirem, ao longo da sua execução, uma drenagem
gravítica contínua. Para tal o fundo da escavação, nas suas várias etapas até atingir as cotas de
projeto, deverá estar sempre em rampa.

O Adjudicatário deverá dispor durante todo o período do contrato, de bombas, tubagens provisórias
e outros acessórios para proteger a área terraplenada da água subterrânea e de superfície, nos
termos já referidos.

Toda a água que seja necessário escoar ou bombear das escavações, deverá ser descarregada em
locais aprovados pela Fiscalização.

O Adjudicatário será responsável por danos causados à obra, devido a falta de proteção e drenagem
adequadas, durante o prazo da empreitada.

A remuneração dos trabalhos de drenagem provisória encontra-se incluída na verba prevista para
estaleiro (item 10.01.01 do Mapa de Quantidades de Trabalho).

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8 CONTROLO DE QUALIDADE

Previamente à sua instalação, o Adjudicatário deverá submeter à aprovação da Fiscalização uma


proposta de acompanhamento laboratorial dos trabalhos, acompanhado de uma relação dos meios
humanos e dos equipamentos que pretende afetar em exclusivo à obra.

O Adjudicatário deverá dispor na obra de equipamento suficiente para a realização dos ensaios
necessários à aprovação e execução de todos os trabalhos, cumprindo os normativos adequados e
em vigor e o especificado nas presentes Condições Técnicas.

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9 TRABALHOS PREPARATÓRIOS

9.1 Demolições

O Adjudicatário procederá às demolições definidas nas peças desenhadas do projeto,


nomeadamente contenções provisórias, muros, caixas, vedações, canais, valetas, coletores, drenos
ou quaisquer outros obstáculos intersetados pelos trabalhos previstos.

Nos trabalhos de demolição e remoção deverão ser observadas as normas de segurança previstas
nos respetivos regulamentos em vigor, salvaguardando todos e quaisquer danos materiais e
pessoais.

O Adjudicatário deverá realizar os trabalhos necessários para garantir a estabilidade e segurança das
construções vizinhas, sendo o responsável pelos danos que lhes venham a ser induzidos.

Os custos inerentes ao excesso de demolições, nomeadamente eventuais reparações, são da


responsabilidade do Adjudicatário.

Os materiais aproveitáveis serão transportados e arrumados, por conta do Adjudicatário, em local a


indicar pelo Dono de Obra, ficando pertença deste, ou a depósito/operador gestão de resíduos
devidamente licenciado, proposto pelo Adjudicatário, se aquele assim o preferir.

Os trabalhos de demolição englobam a remoção completa e transporte dos materiais e entulhos


resultantes a depósito/operador gestão de resíduos devidamente licenciado, de acordo com o definido
no PPGRCD ou, caso este seja omisso, de acordo com as indicações da Fiscalização.

9.2 Desvio e reposição de serviços afetados

Os cabos de telecomunicações, que existem atualmente enterrados na plataforma da via-férrea


deverão ser desviados, e posteriormente repostos, para execução da fundação da parede de forro.

Estes trabalhos deverão ser executados com os devidos cuidados, de modo a não danificar os cabos,
sendo obrigatório o devido acompanhamento por técnicos da IP Telecom.

A reposição será feita na mesma localização ou noutra indicada pelo Dono de Obra.

9.3 Proteção do meio ambiente

É encargo do Adjudicatário a implementação dos dispositivos necessários à proteção do meio


ambiente, essencialmente no que respeita à vegetação, nas áreas de trabalho e limítrofes, de modo
a não ser afetada com a localização de estaleiros, depósitos de materiais, instalações de pessoal e
outras ou com o movimento de máquinas e viaturas.

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Compete ao Adjudicatário tomar as disposições adequadas para o efeito, designadamente instalando
vedações e resguardos onde for conveniente ou necessário e instalando bacias de limpeza
adequadas para receção dos resíduos de betão e caldas produzidos em obra.

Da vegetação existente nas áreas a escavar e que, de acordo com o previsto no projeto, for
recuperável, será transplantada, em oportunidade e para locais indicados no projeto ou pela
Fiscalização.

A instalação do estaleiro, depósito de materiais e outras dependências será feita com o abate do
menor número possível de árvores e estará sujeito à aprovação da Fiscalização.

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10 MARCAS TOPOGRÁFICAS PARA MEDIÇÃO DE DESLOCAMENTOS SUPERFICIAIS

10.1 Materiais

10.1.1 Marcas superficiais de referência

As marcas superficiais de referência (pontos estação) serão utilizadas para determinar os


deslocamentos das restantes marcas superficiais (pontos objeto).

A localização destas marcas tem por base o definido no Projeto de Execução. Estas marcas terão de
ficar fundadas em terreno firme, para que a sua posição seja considerada constante ao longo da vida
da obra.

As marcas serão constituídas por peças metálicas de centragem forçada, instaladas no topo de
pilares de betão.

As peças de centragem forçada terão de ser compatíveis com os equipamentos de observação que
serão utilizados posteriormente na realização das leituras.

Os pilares de betão, armados em toda a sua altura, terão como fundação um maciço de betão cuja
cota da base será ajustada em obra de tal forma que se garanta que, ao longo do tempo, não haverá
assentamentos das marcas relativamente ao terreno de fundação.

A altura dos pilares de betão poderá ter de ser ajustada no local, em função das visadas para todas
as marcas de observação a instalar.

Os pilares de betão deverão ser integralmente pintados de branco, de forma a serem bem visíveis.

Nos maciços onde serão instaladas as marcas deverá inscrever-se, de forma indelével, o número de
identificação de cada uma.

10.1.2 Marcas superficiais

As marcas superficiais têm como objetivo a medição de assentamentos e de deslocamentos


horizontais.

As marcas serão constituídas por peças metálicas de centragem forçada, instaladas no topo de
pilaretes de betão envolvidos por manilhas de fibrocimento ou em sistemas de apoio com condições
similares.

As peças de centragem forçada terão de ser compatíveis com os equipamentos de observação que
serão utilizados posteriormente na realização das leituras.

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Os pilaretes de betão, armados em toda a sua altura, terão como fundação um maciço de betão cuja
cota da base será ajustada em obra de tal forma que se garanta que, ao longo do tempo, não haverá
assentamentos das marcas relativamente ao terreno de fundação.

A altura dos pilaretes de betão será definida no local, em função das visadas.

Os pilaretes de betão deverão ser integralmente pintados de branco, de forma a serem bem visíveis.

Após a instalação dos pontos estação e tomando estes como referência proceder-se-á a uma
campanha para determinar a localização (planimétrica e altimétrica) das marcas de superfície
instaladas.

Nos maciços onde serão instaladas as marcas deverá inscrever-se, de forma indelével, o número de
identificação de cada uma.

10.2 Métodos construtivos

O Empreiteiro apresentará uma proposta dos dispositivos de observação a instalar e fornecerá


documentação detalhada relativamente às suas características, bem como os procedimentos de
instalação, requisitos de manutenção e todas as referências e documentos que atestem o seu bom
funcionamento. A aparelhagem escolhida deverá ser proveniente de fabricantes com experiência e
qualidade devidamente comprovadas, especialmente no respeitante à fiabilidade e durabilidade dos
equipamentos.

A instalação dos dispositivos de observação só poderá realizar-se após a aprovação dos mesmos
pela Fiscalização, devendo obedecer sempre às disposições estabelecidas pelos fabricantes.

O Empreiteiro fornecerá mão-de-obra qualificada e com experiência na instalação dos dispositivos de


observação, garantindo, ainda, sempre que necessário, a presença em obra e o apoio técnico dos
representantes dos equipamentos. Para além disso, a instalação dos equipamentos deverá realizar-
se, quando considerado apropriado, com a presença de técnicos do Dono de Obra e do LNEC.

Os equipamentos que se revelarem deficientemente instalados terão de ser removidos e substituídos,


a custas do Empreiteiro.

O Empreiteiro terá de executar todos os trabalhos necessários e acessórios à completa instalação


dos dispositivos de observação, visando o integral cumprimento do definido no Projeto.

O Empreiteiro deverá coordenar os trabalhos de instalação dos equipamentos com as tarefas com as
quais haja interferência.

Após a conclusão dos trabalhos o Empreiteiro terá de fornecer ao Dono de Obra um relatório
integrando os seguintes aspetos:

✓ Descrição completa dos trabalhos realizados, incluindo datas e condições de instalação dos
equipamentos;

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✓ Peças desenhadas com a perfeita implantação e identificação de todos os instrumentos,
incluindo os pormenores que forem necessários à sua completa compreensão;

✓ Cotas e coordenadas de todos os equipamentos de observação;

✓ Resultados, devidamente tratados, das leituras iniciais de todos os equipamentos;

✓ Reportagem fotográfica da instalação dos equipamentos.

A receção definitiva dos equipamentos de observação instalados está dependente da realização de


ensaios que permitam comprovar o seu adequado funcionamento. Estes ensaios serão promovidos
pelo Empreiteiro, na presença da Fiscalização.

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11 MICROESTACAS EM PERFIS METÁLICOS (ARTIGOS F.01.03.99.01 E F.01.03.99.02)

11.1 Materiais

11.1.1 Aço para elementos de construção metálica

Esta secção compreende os requisitos gerais relativos a:

✓ Aços para estruturas;

✓ Metal de adição para soldaduras;

No presente capítulo são apresentadas as condições técnicas a que deverão obedecer os materiais,
os ensaios e o controlo do comportamento das microestacas constituídas por perfis metálicos.

Será considerada, em tudo o que for omisso na presente especificação, a seguinte norma:

✓ EN 14199 - Execution of special geotechnical work – Micropiles.

O dimensionamento de uma microestaca envolve a ponderação e fixação de variáveis que,


sistematicamente, se podem agrupar nos três grupos seguintes:

✓ Referentes à geometria: comprimento livre, comprimento de selagem, inclinação e diâmetro


do furo;

✓ Referentes aos esforços: carga de dimensionamento;

✓ Referentes à execução: processos de perfuração, de realização da selagem e tipo de


protecção contra a corrosão.

Em geral, a natureza da obra e a litologia local é que determinam os níveis, os comprimentos e as


inclinações das microestacas e é a tecnologia de que se dispõe que, convenientemente julgada e
tendo em consideração a experiência existente, fornece os preceitos respeitantes à execução.

Para as microestacas serão utilizados perfis metálicos do tipo HEB em aço S355 (NP EN 10025-2),
com tensão de cedência mínima σy ≥ 355 MPa e a seção indicada nas peças de projeto. O aço para
estruturas deve ser constituído por produtos laminados a quente que satisfaça as exigências
indicadas no projeto e de acordo com a norma EN 10025: 2004 (partes 1 a 6).

Os elementos acima definidos deverão ter a carga de rotura mínima, as secções, comprimentos,
dimensões e restantes características indicadas nas peças desenhadas do Projeto, devendo
obedecer ainda aos requisitos das normas e recomendações que são válidas para os respetivos
produtos acabados.

O Empreiteiro deverá apresentar um comprovativo da classe de resistência dos perfis metálicos e de


todos os elementos metálicos a utilizar nas microestacas, juntamente com comprovativos de
marcação CE ou certificados.

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Os perfis metálicos e todas as restantes peças metálicas deverão estar armazenados de modo a
manterem-se limpos e sem ferrugem.

Antes de proceder à encomenda dos perfis laminados, o Empreiteiro deverá obter junto da
Fiscalização a aprovação das características técnicas do material, indicadas pelo fornecedor. É
necessário indicar o processo de fabrico do aço, sendo este escolhido pelo fabricante. O aço
estrutural será fornecido com um valor de Carbono Equivalente (CEV) inferior ou igual a 0,50%. O
valor de CEV é determinado com base na fórmula seguinte (valores em %):

Mn Cr + Mo + V Ni + Cu
CEV = C + + +
6 5 15

Considerando os inconvenientes do pré-aquecimento durante a soldadura, pretende-se um aço com


um valor de carbono equivalente adequadamente baixo.

Todo o aço a aplicar deverá ser apropriado para receber pintura ou galvanização por imersão a
quente, conforme for o tratamento da superfície preconizado no projeto.

A Fiscalização deverá ser notificada com antecedência da produção de elementos de aço em fábrica,
para que possa eventualmente efetuar um controlo se o desejar.

O Adjudicatário deve encomendar material suficiente, tendo em conta possíveis necessidades de


material para ensaios suplementares e ensaios de soldadura, incluindo materiais para ensaios
exigidos pela Fiscalização.

Depois de aprovado o material a enviar por determinado fornecedor, a encomenda deverá ser feita
apenas para o material e fornecedor aprovados. Não se tolerará a presença no estaleiro de perfis
provenientes de uma origem não aprovada. A aprovação referida não iliba o Empreiteiro da sua
responsabilidade contratual de fornecer material de acordo com as especificações. Se, em qualquer
ocasião, a Fiscalização considerar que o material não satisfaz as características especificadas e
previamente acordadas, este será rejeitado e deverá ser removido do estaleiro.

O aço deverá ser isento de defeitos superficiais, inclusões de escórias, lâminas, fissuras,
empolamento, etc., que a Fiscalização considere nocivos para a construção e utilização das
estruturas.

Não será utilizado o aço que, quando for recebido, pareça de qualidade insatisfatória para o fim
especificado. O aço recusado será imediatamente removido e substituído por material que satisfaça
as especificações.

O aço de construção deverá ser fornecido com um certificado e este deverá incluir informação sobre
o método de fabrico do aço e se este é fornecido laminado a quente, normalizado ou com laminação
controlada.

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O certificado deverá incluir informação sobre a natureza, o âmbito e o resultado de todos os ensaios
necessários. Deverá demonstrar que todos os ensaios especificados foram efetuados com resultado
satisfatório.

Além disso, deverá haver indicação de todos os outros elementos que se adicionam ao aço, incluindo
a respetiva dosagem.

Em chapas de espessura superior a 25mm, o material deverá ser fornecido com exame de ultra-sons
e respetivo relatório que garanta adequado comportamento ao arranque lamelar.

Os certificados originais serão incluídos no Registo de Garantia da Qualidade, do Adjudicatário, e


serão apresentadas cópias à Fiscalização para aprovação.

O metal de adição será ensaiado e aprovado em conformidade com normas aplicáveis, estando
igualmente dependente da aprovação da Fiscalização. O metal de adição a utilizar será apropriado
ao aço e ao método de soldadura, podendo ser utilizado para soldaduras de posicionamento, quando
tiver sido ensaiado para essa utilização com resultados satisfatórios. Os consumíveis para soldadura
devem adequar-se aos elementos e ao tipo de soldadura a realizar e devem estar de acordo com as
normas EN440:1994 ou EN499:1994.

11.1.2 Caldas de injeção

Para garantir a adequada proteção contra a corrosão, o cimento a adotar, tipo Portland, constituído
essencialmente por clinquer, deverá ser do tipo CEM I 52R ou CEM I 42,5R, possuindo baixo teor de
alumina, devido à existência de sulfuretos naquele componente, assim como baixo conteúdo dos
cloretos.

A água também deve ser de qualidade adequada, sem impurezas e sem grandes quantidades de
cloretos, especialmente no caso de a armadura ficar em contacto direto com a calda. A relação água-
cimento deve ser escolhida e otimizada para assegurar a fluidez necessária à capacidade de
bombagem da calda no furo, garantir o envolvimento adequado da armadura, assim como assegurar
as boas características de impermeabilização e de resistência após presa e, por último, possuir baixa
retração e elevada durabilidade. A relação água-cimento deverá ser de 0,4 para a selagem.

A resistência da calda de cimento deverá ser compatível com a mobilização de tensões de aderência
entre as interfaces armadura-calda-terreno, não devendo ser inferior a 30 MPa, aos 28 dias ou a 27
MPa, aos 7 dias. Tendo presente a mistura a aplicar deverão ser realizados pelo menos 4 ensaios de
compressão simples, onde a geometria dos provetes deverá ser cilíndrica ou prismática, com secções
de 100 mm de diâmetro por 80 mm de altura ou 40 x 40 x 160 [mm], respetivamente para provetes
com forma cilíndrica ou prismática.

A sua amassadura será sempre mecânica, com dosagem ponderal, devendo o produto apresentar-
se de consistência uniforme e manter-se em agitação contínua até ao momento da aplicação, que

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deve fazer-se até meia hora após o fabrico. À saída da betoneira a calda será coada de forma a
apresentar-se isenta de grânulos.

A sua viscosidade deverá estar compreendida entre 17 e 25 segundos, medidos no cone de MARSH.

A exsudação da calda, medida em proveta cilíndrica hermeticamente fechada, com 100 mm de


diâmetro e 80 mm de altura, não será superior a 2% às 3 horas, nem a 4%, como máximo absoluto,
devendo a leitada reabsorver em 24 horas a água exsudada.

A concentração da calda, medida sobre a proveta referida no parágrafo anterior, não deverá
ultrapassar os 2%.

As caldas de injeção sem retardadores de presa, devem ser utilizadas no máximo 30 minutos após a
mistura, sendo este prazo fundamental no caso de se utilizarem adjuvantes.

A calda de cimento deverá ser misturada em equipamentos que permitam obter uma calda
homogénea, devendo a misturadora ser mantida em movimento desde a conclusão do processo de
mistura até à conclusão do processo de injeção da microestaca.

O recurso a aditivos para melhorar o fabrico ou as propriedades do cimento deverá ser utilizado de
forma criteriosa, tendo presente os constituintes destes elementos. A quantidade total de aditivos não
deverá exceder 1,0 % da massa de cimento.

A aplicação de cargas deverá ser efetuada, pelo menos, após 7 a 10 dias da última operação de
injeção, no caso de se utilizar cimento do tipo CEM I 42,5R, ou 3 a 4 dias, no caso de utilização de
cimento CEM I 52,5R.

Efetuar-se-ão os ensaios necessários à comprovação das características sempre que justificável, de


acordo com as normas e regulamentos em vigor.

11.1.3 Microbetão

O microbetão a utilizar nas injeções de selagem das microestacas deverá ser muito fluido (classe S4
ou S5, de acordo com a NP EN 206-1), para que o mesmo possa atingir as profundidades definidas
em projeto ao longo de um furo de reduzido diâmetro.

A fluidez do microbetão deverá ser assegurada quer pela limitação do diâmetro máximo dos
agregados (4 mm, no máximo), quer pela adição de adjuvantes que poderão facilitar a sua
trabalhabilidade em obra (tais como retardadores de presa).

Assim, o microbetão a incorporar em obra deverá cumprir com os seguintes requisitos:

✓ Granulometria: 0 – 4 mm;

✓ Fluidez (NP EN 206-1): S4 ou S5;

✓ Resistência à compressão simples (7 dias): 15 MPa;

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✓ Resistência à compressão simples (28 dias): 20 MPa

11.2 Métodos construtivos

11.2.1 Prescrições gerais

As estruturas metálicas a fornecer e a montar, compreenderão todos os elementos metálicos e todos


os órgãos de ligação como parafusos, porcas, anilhas, etc., além dos elétrodos para as soldaduras a
efetuar. Os perfilados e chapas a empregar nas estruturas, serão de aço de construção, partindo de
material novo e trabalhado segundo a melhor técnica.

11.2.2 Regras gerais de execução

Todos os perfilados serão convenientemente desempenados, para que seja possível a verificação
das tolerâncias usuais de laminagem.

Todos os cortes efetuados a oxi-corte, e nos quais se vão aplicar cordões de soldadura, deverão ser
convenientemente limpos e afagados.

Todos os furos serão abertos por brocagem ou por punçoamento, seguidos de mandrilagem.

As superfícies a soldar deverão estar bem limpas e sem escórias, procedendo-se à repicagem das
escórias quando os cordões forem obtidos por mais de uma passagem.

Nos cordões de topo e sempre que isso seja construtivamente possível, proceder-se-á à esmerilagem
da raiz e à execução do respetivo cordão.

Os goussets serão obtidos por oxi-corte.

11.2.3 Mão-de-obra

Os soldadores afetos à obra deverão ser devidamente qualificados.

Se os cordões apresentarem defeitos tais como fendas, poros e entalhes a Fiscalização não aceitará
o trabalho.

11.2.4 Regras gerais de montagem

O plano de montagem e os meios utilizados terão de ser apreciados pela Fiscalização e merecer a
aprovação desta.

Os parafusos das ligações com dilatação serão munidos de contra-porca. O aperto da porca deverá
permitir a livre dilatação.

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11.2.5 Cordões de soldadura

A espessura de todos os cordões de ângulo será a máxima possível, de acordo com o especificado
no Regulamento de Estruturas de Aços para Edifícios, artigos 35º, 39º e 42º, ou equivalente.

Quando a espessura dos cordões é indicada nos desenhos, devem observar-se as indicações aí
contidas.

11.2.6 Sequência das soldaduras

A sequência das soldaduras a executar e os elétrodos a utilizar deverão ser objeto de aprovação da
Fiscalização.

11.2.7 Proteção anti-corrosiva e pintura

Em todas as superfícies das peças metálicas será aplicado o seguinte esquema de proteção contra
a corrosão, constando de decapagem, pintura com primário e três camadas de tinta anti-corrosiva:

a) Decapagem em oficina com grenalha de aço ao grau SA 2 ½;

b) Uma demão de primário de epoxy rico em zinco com espessura mínima de 50 microns, com
exceção das zonas na vizinhança dos bordos a soldar. Nas zonas soldadas e na sua
vizinhança será aplicado um primário especial de grande espessura baseado em resina
epoxídica modificada e alumínio, aplicada em obra imediatamente após a soldadura e a sua
escovagem com escova de arame duro. As zonas próximas das soldaduras, efetuadas nas
montagens, serão novamente decapadas e aplicado o primário especificado;

c) Três camadas de tinta anti-corrosiva.

A camada de tinta a aplicar sobre o primário epoxídico (subcapa) deverá ter 75 microns sendo
baseada em resinas acrílicas e de borracha clorada.

As camadas seguintes de tinta a aplicar sobre a subcapa terão 35 microns de espessura, com a
coloração a definir pela Fiscalização, serão também baseadas em resinas acrílicas e de borracha
clorada.

As tintas a aplicar nas diversas camadas deverão ter cores diferentes.

As tintas deverão satisfazer as prescrições gerais estabelecidas nas normas portuguesas aplicáveis.
A Fiscalização poderá exigir os ensaios necessários antes da aprovação.

A aplicação da tinta será feita por pintores brochantes especializados, seguindo cuidadosamente o
que for aconselhado pelos técnicos do fabricante.

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A pintura no local da obra, será executada somente depois dos elementos estarem perfeitamente
assentes e cuidadosamente limpos, não podendo ser realizada com tempo chuvoso ou com
superfícies húmidas.

As camadas de tinta deverão cobrir perfeitamente as superfícies e apresentar espessura uniforme,


não se permitindo a aplicação de uma camada sobre outra já executada senão depois de se verificar
que esta está completamente seca.

Nas superfícies expostas serão aplicadas duas de mão de tinta de acabamento com características
intumescentes conferindo proteção contra o fogo “resistência ½ hora”, após conclusão da montagem
da estrutura.

Sempre que uma pintura, antes de completamente seca, venha a ficar exposta à ação da chuva ou
humidade, deverá ser definida imediatamente qual a zona que ficou afetada pela ocorrência. Após
secagem completa das superfícies atingidas, as pinturas danificadas terão que ser totalmente
rejeitadas, procedendo-se para isso à remoção da tinta já aplicada nessas zonas e repetindo-se todo
o esquema de pintura até à fase em que se tenha verificado a ocorrência assinalada.

Igualmente, todas as pinturas que tenham ficado danificadas por operações de transporte ou
montagem, terão que ser refeitas, utilizando-se o processo atrás descrito.

11.2.8 Colocação dos perfis verticais e inclinados

Consideram-se dois tipos de micro-estacas: sem formação de bolbo e com formação de bolbo. A
escolha do tipo de micro-estacas será efetuada de acordo com o definido em Projeto.

A micro-estaca é composta por uma armadura-invólucro, de secção HEB em aço, sendo colocada
num furo previamente aberto, procedendo-se posteriormente à sua selagem exterior com calda de
cimento (com formação de bolbo) ou microbetão doesado (sem formação de bolbo).

A micro-estaca injetada, com formação de bolbo, é utilizada em terrenos em que se pretenda


aumentar significativamente a resistência do novo elemento de fundação, transmitindo o esforço em
profundidade.

A execução de micro-estacas compreende as seguintes fases:

✓ Furacão;

✓ Colocação da armadura;

✓ Injeção.

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11.2.8.1 Furação

Para execução do furo correspondente ao comprimento da micro-estaca, torna-se necessário adotar


o método de furacão mais adequado às características dos terrenos a atravessar e deste modo
adequar também os meios para execução desses furos.

A técnica de furação do terreno para a realização das micro-estacas deverá ser tal que garanta que
o terreno atravessado não é perturbado. Nesse sentido, a perfuração do terreno deverá ser feita
utilizando equipamento apropriado, trabalhando exclusivamente à rotação, com um número elevado
de rotações, afundando progressivamente um tubo moldador. Os detritos da perfuração serão
eliminados continuamente utilizando uma corrente fluída que é introduzida através da cabeça de
rotação e sai pela parte inferior do tubo.

11.2.8.2 Colocação da armadura

A armadura da micro-estaca é proveniente de fornecedores da especialidade.

Terminada a furacão, procede-se à introdução da armadura da micro-estaca no furo, por troços


únicos. A introdução inicia-se pela colocação de tubo munido de ponteira ou tampão de fundo
seguindo-se os tubos com válvulas tipo manchete destinadas a injeção a alta pressão de modo a
materializar a zona do bolbo de selagem. Por último, introduzem-se os troços desprovidos de válvulas
até se completar a totalidade do comprimento da micro-estaca.

11.2.8.3 Injeção/selagem

Para microestacas sem formação de bolbo:

Terminada a perfuração, e posteriormente à colocação no tubo da armadura metálica, procede-se ao


enchimento da micro-estaca com um microbetão doseado e aditivado de forma a permitir grande
fluidez e elevada resistência.

A preparação do microbetão será feita com equipamento apropriado, devendo-se obter uma mistura
plástica e homogénea. Na confeção do microbetão deverá ser utilizada exclusivamente água potável,
e seguidas as instruções do fabricante. Na composição do microbetão não deverão entrar agregados
que prejudiquem a sua capacidade de penetração, nem cloretos, compostos de alumínio, coque ou
outros agentes que originem expansibilidade através da libertação de hidrogénio, oxigénio, ar ou
outros gases.

A colocação do microbetão deverá ser feita de baixo para cima, expulsando o material fluido utilizado
durante a perfuração, por processo que garanta a inexistência de quaisquer descontinuidades. Será
feito o controlo da pressão de injeção, que não ultrapassará nunca os 0.5 MPa. Atingindo o total
preenchimento do tubo moldador inicia-se a sua extração, compensando o abaixamento que se
verificar no nível do microbetão. Durante esta operação procede-se à compressão da massa de

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microbetão com ar comprimido, utilizando um adaptador apropriado, com uma pressão máxima de
0.5 MPa.

Para microestacas injetadas com formação de bolbo:

Após colocação da armadura no furo dá-se início à operação de injeção de selagem exterior utilizando
para o efeito um obturador expansível colocado no interior do furo da armadura. A injeção de selagem
exterior tem como missão o preenchimento do espaço anelar entre as paredes do furo e a armadura
de micro-estaca, transportando em simultâneo até à superfície eventuais detritos depositados no
fundo do furo.

Logo que se inicia a presa da calda de selagem, introduz-se novamente o tubo de injeção no tubo de
“manchettes” e através de uma bomba fazem-se as injeções que vão fraturar a calda de selagem, e
criar bolbos de calda de cimento ao longo do tubo, a partir das “manchettes”.

O intervalo de tempo entre a injeção e a abertura das “manchettes”, embora dependa de fatores como
as características da calda e as condições ambientais, estabelece-se entre as 8 e 12 horas, para
cimento normal. Mas este intervalo pode ter que ser menor, só sendo determinável caso a caso,
consoante outros tipos de mistura e outros fatores, que condicionam o tempo de presa de calda, como
é o caso da constituição geológica do terreno. Para micro- estacas compridas, o intervalo de tempo
entre a injeção de enchimento e as injeções secundárias tem que ser menor, situando-se no valor
limite inferior de 4 horas.

A perfuração com vista à execução das micro-estacas obriga, por vezes, à utilização de fluidos de
perfuração, seja com a função de lubrificar e arrefecer a ferramenta de corte, seja com a função de
ajudar a conter as paredes do furo, evitando o seu desmoronamento.

As caldas de injeção utilizadas cumprem uma dupla função:

a) Função mecânica, ao assegurar a ligação da armadura ao terreno na zona desejada e nas


melhores condições, garantindo assim a transmissão das cargas ao solo ou rocha injetados;

b) Função de proteção contra a corrosão dos aços utilizados, em particular se estes constituem
realmente a armadura (tubo ou perfilados), que transmite os esforços da micro-estaca.

Assim como nos betões, também nas caldas de cimento tem grande importância a relação água-
cimento (A/C).

O tipo de cimento a utilizar obedece às condições específicas do terreno e ao programa de execução,


sendo a sua escolha feita em função de dois critérios:

a) Agressividade do terreno (e da água que este contém), para com o cimento;

b) Agressividade do cimento para com a armadura.

Assim, poder-se-á utilizar cimento Portland normal, cimento resistente a sulfatos e cimentos de presa
rápida.

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A água deverá ser potável, isenta de sulfatos (mais que 0.1%), cloretos (mais que 0.5%), açúcar ou
matéria suspensa são evitadas.

Um excesso de água origina exsudação, reduz a resistência, aumenta a retração e a porosidade da


calda endurecida, a qual pode, assim, deixar de assegurar a necessária função de proteção da
armadura contra a corrosão.

Na execução das caldas, nomeadamente na mistura dos seus componentes, seguem-se as seguintes
regras:

a) A ordem de mistura dos componentes é água – cimento – aditivos sólidos – aditivos líquidos;

b) O cimento e aditivos sólidos (quando utilizados) são doseados em peso;

c) A mistura é feita por meios mecânicos e nunca manualmente;

d) O tempo de agitação depende do tipo de equipamento, mas nunca é inferior a 3 minutos em


misturadores de alta turbulência; outros valores dependem das especificações do
equipamento, sendo obtidos previamente;

e) O equipamento utilizado é suficientemente potente para permitir a preparação de uma calda


homogénea, com uma velocidade de circulação tal que se consiga uma dispersão completa
das partículas de cimento, com ausência de aglomerações e falsa presa.

Em função do pretendido em cada caso e das condicionantes da obra, poderão ser utilizados aditivos
nas caldas de cimento.

O uso de aditivos deve ser limitado ao máximo, apenas recorrendo à sua utilização quando
absolutamente necessário.

A pressão é sempre medida à entrada do furo e depende, basicamente, de três fatores:

a) Dimensão dos vazios do terreno, ou seja da sua permeabilidade;

b) Viscosidade da calda;

c) Obstáculos que a calda encontra até atingir o solo, como sejam as mangas das “manchettes”
e as caldas de selagem ou de enchimento prévias.

d) Tempo gasto nas operações.

Normalmente as pressões de injeção serão da ordem de 1 a 3 MPa, só sendo aceitáveis pressões


maiores em casos especiais devidamente acompanhados pela Fiscalização.

Para um terreno e uma dada calda, a pressão é comandada pelo débito de injeção, o qual pode ser
facilmente regulado. Não convém que esse débito seja muito fraco, para não afetar o rendimento dos
trabalhos, nem forte demais, para que não se ultrapasse a pressão que o solo suporta (por forma a
evitar fenómenos de fracturação e fissuração do terreno) nem afete construções vizinhas.

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11.2.8.4 Processos de execução

As operações para a realização de micro-estacas injetadas com formação de bolbo serão:

a) Utilizando trados ocos:

a. Furação;

b. Extração das varas do interior dos trados;

c. Introdução do tubo de aço com “manchettes” através do qual se vai fazer a injeção de
selagem ou de enchimento do furo;

d. Injeção de selagem e remoção dos trados em simultâneo;

e. Lavagem com água do interior do tubo de aço com “manchettes”, a fim de retirar calda
de cimento da selagem anteriormente feita e que ficou dentro do tubo;

f. Quando se iniciar a presa na calda de selagem, introduz-se o obturador no tubo de


“manchettes” e através de uma bomba, fazem-se as injeções repetidas (a alta
pressão) de calda de cimento, o que vai fraturar, na zona de cada “manchette” e ao
longo do tubo, a calda de cimento semiendurecida. Normalmente, a pressão
necessária varia entre 40 e 50 kg/cm2 (4 a 5 MPa). O comprimento do bolbo injetado
é pré-determinado, mas confirmado em obra face ao comportamento das pressões
de injeção, tendo em conta os volumes de calda injetados.

g. Enchimento da parte restante da micro-estaca, pelo interior e pelo exterior do tubo, se


tal for necessário.

b) Utilizando coroa e tramos de tubo de aço de revestimento: Neste caso, o tubo de “manchettes”
é colocado através do interior dos tramos de tubos de aço de furação e de revestimento,
sendo a selagem feita à medida que se retiram estes tubos.

c) Sem utilização de tubo de revestimento:

a. Após a conclusão do furo, e com os cuidados necessários para evitar o


desmoronamento das suas paredes, introduz-se no seu interior um tubo de
“manchettes”;

b. Injeção de selagem do tubo de “manchettes”, utilizando o tubo de injeção munido de


obturadores.

11.2.8.5 Controlo sobre os processos de execução

De forma a se garantir a funcionalidade que se pretende da micro-estaca, são tidos em atenção


alguns controlos essenciais nas várias fases, indicados seguidamente:

a) Análise prévia:

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a. Estudar previamente as condições do terreno, nomeadamente em termos de
consistência, permeabilidade e ocorrência de níveis freáticos;

b. Avaliar e comparar os principais parâmetros geotécnicos com os valores iniciais de


base;

c. Evitar “clacquages” (fracturação) do terreno;

d. Se for caso disso, devem-se realizar ensaios de permeabilidade nos furos, de modo
a garantir a permanência da calda na zona de selagem, e realizar, com critério, as
operações de injeção subsequentes, no caso das micro-estacas injetadas;

e. Observar e/ou confirmar as características do terreno através da perfuração;

f. Analisar a eventual agressividade do solo de maneira a implementar as medidas


necessárias (necessidade de proteções especiais, composição das caldas a injetar,
recobrimento mínimo e outros imperativos particulares).

g. Verificação de caraterísticas do terreno extraído, comparando com as sondagens e


propondo, se necessário, correções ao projeto.

h. Verificação da adequação de processo de furacão ao terreno extraído e demais


condições de trabalho;

i. Verificação da limpeza do fundo do furo;

b) Controlo sobre os materiais:

a. Verificação da existência dos materiais em armazém: cimento, aços, água, etc.;

b. Controle de tempo para execução das injeções;

c. Controle das condições de armazenagem;

d. Verificação da qualidade da calda de retorno à boca do furo, na injeção de selagem;

e. Aditivos;

f. Vistoria prévia das armaduras a introduzir, sua forma, comprimento, dimensões dos
elementos, etc.

g. Confirmação da não existência de correntes subterrâneas que lavem a calda de


injeção;

c) Controlo sobre o equipamento:

a. Verificar o estado de funcionamento dos vários componentes dos equipamentos


necessários à realização dos trabalhos;

b. Ensaiar as “manchettes” antes da colocação das armaduras;

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c. Executar a manutenção e limpeza.

d) Controlo sobre as operações:

a. Controlar a abertura das válvulas;

b. Controlar a resistência da calda ao longo do tempo, por meio de provetes;

c. Controlar e analisar o binómio pressões/volumes injetados;

d. Ter em atenção os ressurgimentos à boca do furo;

e. Observar, permanente e atentamente, eventuais “reações” do terreno e refluimentos


de calda de injeção;

f. Para proteção da armadura contra a corrosão, a calda de cimento deve recobri-la


numa espessura mínima de 2 a 3 cm. Em solos agressivos é fundamental estar atento
às especificações do projeto, tanto no que respeita ao recobrimento mínimo, como à
composição das misturas, modo de operar e outros requisitos.

e) Cuidados na execução:

a. A unidade de furação deve estar na horizontal e devidamente estabilizada ou fixa;

b. A furação deve ser feita para que a micro-estaca fique com a inclinação do projeto,
de modo a que a base do maciço de amarração fique perpendicular ao eixo da
armadura e a capacidade de carga não seja reduzida;

c. Quando se trate de furação a trado, o enroscamento dos diversos elementos de


ligação (trados de 220 mm), deve ser feito para que as roscas não fiquem
sobrepostas; têm igualmente que ser colocadas as cavilhas de engate, para que não
haja o perigo de, ao rodar para a esquerda - sentido de desaperto - os trados não se
desliguem;

d. Nos trados com ligação macho/fêmea (diâmetro 110 mm), os pinos têm que se colocar
sempre com a lingueta para a esquerda;

e. Nas operações de retirada dos trados, e quando do seu desaperto, deve-se colocar
sempre o garfo de maneira que este assegure o suporte dos trados, que estão no
interior do terreno;

f. As caraterísticas da calda devem ser verificadas permanentemente, devendo-se


assegurar que mantém as características desejadas e não é diluída, continuando a
injeção após transbordar, pelo menos durante um minuto;

g. Quando se faz a injeção de baixo para cima, em retirada, deve-se ter o cuidado de
verificar que o extremo está sempre mergulhado na calda durante a injeção;

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h. No caso de estacas verticais, deve-se garantir a verticalidade da micro-estaca, de
forma a evitar momentos fletores; pela mesma razão, se for inclinada, deve-se garantir
a sua linearidade e inclinação constante;

i. As armaduras devem ser centralizadas, recorrendo-se, para tal, a espaçadores;

j. A injeção deve ser contínua, nunca devendo faltar calda no injetor, para se evitar a
introdução de ar nas tubagens.

k. Proceder à elaboração de uma ficha por estaca na qual seja registado:

i. q1 – número da estaca;

ii. q2 – data de colocação do tubo;

iii. q3 – datas de execução e sequência das selagens;

iv. q4 – datas de execução das injeções repetidas;

v. q5 – registo dos volumes de calda e pressão em todas as injeções realizadas;

vi. q6 – dados de implantação da estaca comparativamente ao projeto;

vii. q7 – cotas de fundo do furo e cabeça da estaca;

viii. q8 – referência aos ensaios de caldas realizados;

ix. q9 – pormenores relevantes na execução da estaca.

Quanto aos critérios de segurança, será obtida informação pelo Adjudicatário quanto a eventuais
canalizações de esgoto situadas na zona da obra. Uma fuga repentina do fluído de perfuração que
eventualmente esteja a ser utilizado pode acarretar aluimentos das paredes do furo e mesmo
situações graves nas micro-estacas vizinhas já executadas.

Além de canalizações a pequena profundidade, existem, por vezes, coletores ou galerias a


profundidade apreciável. Em obras em ambiente urbano, a perfuração de infraestruturas enterradas,
pode trazer prejuízo de elevado montante. Terá o Empreiteiro que implantar previamente estas
infraestruturas e controlar cuidadosamente todas as operações. Será dada a atenção às redes
elétricas, de água e telefones. Corte de rede de água ou telefones são altamente gravosos, porque
perturbam gravemente o terreno e o trabalho e por impedirem o funcionamento ou abastecimento
normal dos circuitos.

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12 VIGA DE DISTRIBUIÇÃO EM PERFIS METÁLICOS (ARTIGO F.01.03.99.03)

12.1 Materiais

Para as vigas de distribuição serão utilizados perfis metálicos do tipo UNP e chapas metálicas em
aço S355 (NP EN 10025-2), com tensão de cedência mínima σy ≥ 355 MPa e a seção indicada nas
peças de projeto. O aço para estruturas deve ser constituído por produtos laminados a quente que
satisfaça as exigências indicadas no projeto e de acordo com a norma EN 10025: 2004 (partes 1 a
6).

No que lhes for aplicável, deverão ser observadas as prescrições constantes do ponto 11.1.1 das
presentes Condições Técnicas Especiais.

12.2 Métodos construtivos

O Empreiteiro apresentará ao Dono da Obra o estudo detalhado, acompanhado de especificações e


desenhos, referentes aos materiais e processos de construção dos perfilados e métodos de controlo
que pretende adotar na execução dos trabalhos e no qual se expressa o faseamento de todas as
operações, nomeadamente os que se descrevem abaixo.

No preço unitário dos perfis do tipo UNP200 previstos para os travamentos e escoramentos, incluem-
se todos os trabalhos e fornecimentos necessários à sua correta execução, salientando-se:

✓ O fornecimento e colocação de todos os elementos metálicos previstos, nomeadamente


ligações entre troços de perfis com chapas cobre-juntas e soldaduras aos perfis existentes;

✓ Todo o equipamento necessário à execução do trabalho;

✓ Corte de perfis e eventual recolocação;

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13 PRANCHAS DE MADEIRA PARA CONTENÇÕES TIPO “BERLIM” PROVISÓRIAS (ARTIGO
F.01.03.99.04)

13.1 Materiais

A madeira para uso nas contenções tipo “Berlim” provisórias deverá ser de pinho, da classe C18 (EN
338) e com a espessura mínima definida no projeto.

13.2 Métodos construtivos

Devem tomar-se todas as medidas previstas no PSS de forma a evitar o desmoronamento de terras,
bem como corrigir prontamente todas as que eventualmente ocorram. Igualmente, o Empreiteiro deve
tomar todas as precauções necessárias para evitar infiltrações de água, quer subterrâneas quer
provenientes da chuva, fossa, esgotos, condutas, drenos, etc. O Empreiteiro é o único responsável
pelos prejuízos causados a terceiros na sequência de desabamentos de terreno ou infiltrações de
águas.

O Empreiteiro tem inteira responsabilidade pelas características de resistência e durabilidade dos


materiais aplicados na entivação. Se durante os trabalhos de escavação o Empreiteiro verificar que
a escavação não pode ser realizada em condições de estabilidade e segurança, deve informar o
representante do Dono de Obra e/ou a Fiscalização.

O Empreiteiro levará a cabo a entivação sempre que a natureza específica do solo e ou profundidade
do aterro reperfilado o tornem necessário, e sempre que a Fiscalização o solicitar.

Sempre que a preparação da vala implicar a destruição de rochas, deslocação de terras,


terraplenagens ou aterros, estes trabalhos serão executados para que a pista resulte estável e não
haja risco de desmoronamento ou deslizamento de materiais soltos.

As escoras ou travejamento não serão removidos até que o processo de aterro permita fazê-lo sem
qualquer prejuízo quer para o pessoal a trabalhar na vala, quer para a via-férrea.

Qualquer estrutura que possa ser danificada durante as obras de abertura deverá ser protegida.

Na eventualidade dos trabalhos de abertura de vala comprometerem a solidez de postes de catenária,


pilares de fundações ou outras estruturas adjacentes, devem estas ser devidamente estabilizadas
através de escoras, esteios ou outros meios apropriados.

Nos locais onde as tubagens ou instalações subterrâneas interferirem com as obras de construção,
o Empreiteiro adotará as medidas necessárias à manutenção da utilização contínua destas redes ou
instalações, durante e depois das obras de construção da tubagem.

O Empreiteiro será responsável pela aplicação das normas de segurança em vigor e pelas
consequências da aplicação de medidas de segurança inadequadas ou insuficientes.

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14 REMATE EM BETÃO C16/20; X0(P); CL1.0; DMÁX.20; S2 NA LIGAÇÃO DOS DOIS
TRECHOS DA PH AO KM 141+536, INLCUINDO O CORTE DO PERFIL METÁLICO E
REMOÇÃO DAS PRANCHAS DE MADEIRA ADJACENTES

14.1 Materiais

14.1.1 Ligantes hidráulicos

14.1.1.1 Disposições regulamentares e certificações

O cimento a utilizar deverá ter aposto a Marcação CE de acordo com o decreto-lei nº 4/2007 de 8 de
Janeiro e deverá obedecer às seguintes disposições regulamentares:

✓ NP EN 197-1:2001/A3:2008 (Ed. 1) - Cimento. Parte 1: Composição, especificações e critérios


de conformidade para cimentos correntes;

✓ NP EN 197-2:2001 (Ed. 1) - Cimento. Parte 2: Avaliação da conformidade;

✓ NP EN 197-4:2006 (Ed. 1) - Cimento. Parte 4: Composição, especificações e critérios de


conformidade para cimentos de alto-forno de baixas resistências iniciais;

✓ NP EN 413-1:2006 (Ed. 1) - Cimento de alvenaria. Parte 1: Composição, especificações e


critérios de conformidade;

✓ NP EN 14216:2005 (Ed. 1) - Cimento. Composição, especificações e critérios de


conformidade para cimentos especiais de muito baixo calor de hidratação.

✓ NP 4435:2004 (Ed. 1) - Cimentos. Condições de fornecimento e recepção;

✓ EN 14647:2005 (Ed. 1) – Cimento de aluminato de cálcio. Composição, especificações e


critérios de conformidade.

Os métodos de ensaio para determinação das características exigidas pelas normas referidas, devem
estar de acordo com os seguintes documentos:

✓ NP EN 196-1:2006 (Ed. 3) - Métodos de ensaio de cimentos. Parte 1: Determinação das


resistências mecânicas;

✓ NP EN 196-2:2006 (Ed. 3) - Métodos de ensaio de cimentos. Parte 2: Análise química dos


cimentos;

✓ NP EN 196-3:2005+A1:2009 (Ed. 4) - Métodos de ensaio de cimentos. Parte 3: Determinação


do tempo de presa e da expansibilidade;

✓ NP ENV 196-4:1990 (Ed. 1) - Métodos de ensaio de cimentos. Determinação quantitativa dos


constituintes;

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✓ NP EN 196-5:2006 (Ed. 3) - Métodos de ensaio de cimentos. Parte 5: Ensaio de
pozolanicidade dos cimentos pozolânicos;

✓ NP EN 196-6:1990 (Ed. 1) - Métodos de ensaio de cimentos. Determinação da finura;

✓ NP EN 196-7:2008 (Ed. 2) - Métodos de ensaio de cimentos. Parte 7: Métodos de colheita e


de preparação de amostras de cimento;

✓ NP EN 196-8:2006 (Ed. 1) - Métodos de ensaio de cimentos. Parte 8: Calor de hidratação.


Método da dissolução;

✓ NP EN 196-9:2006 (Ed. 1) - Métodos de ensaio de cimentos. Parte 9: Calor de hidratação.


Método semi adiabático;

✓ NP EN 196-10:2007 (Ed. 1) - Métodos de ensaio de cimentos. Parte 10: Determinação do teor


do crómio (VI) solúvel em água no cimento.

14.1.1.2 Características do material

Os cimentos classificam-se, conforme a natureza e a percentagem dos constituintes, determinados


segundo a Norma NP EN 196-4, e tendo em vista as diversas aplicações, em quatro tipos: I, II, III, IV.

A resistência de referência de um cimento é a resistência à compressão aos 28 dias determinada


segundo a Norma NP EN 196-1. Consideram-se três classes de resistência de referência: classe
32.5, classe 42.5 e classe 52.5. A classificação de um cimento é indicada pelos valores 32.5, 42.5 e
52.5.

A resistência aos primeiros dias de um cimento é a resistência à compressão aos 2 ou 7 dias,


determinada segundo a Norma NP EN 196-1. Para cada classe de resistência de referência, são
definidas duas classes de resistência aos primeiros dias. No caso de ser especificada uma resistência
elevada aos 2 dias, a designação do cimento comporta a letra R.

Os cimentos a empregar serão escolhidos segundo o tipo e classe dos betões e argamassas a
fabricar de acordo com o indicado nas peças do projeto.

O cimento a ser empregue no betão prescrito para um dado elemento de obra deve ser, sempre que
possível, da mesma proveniência, comprovada por certificados de origem. Caso contrário, deve o
Adjudicatário demonstrar, através de ensaios, a equivalência das propriedades físicas, químicas e
mecânicas dos cimentos empregues, tendo em especial atenção a sua alcalinidade.

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14.1.1.3 Receção, amostragem e ensaios

14.1.1.3.1 Receção

O cimento será fornecido a granel em contentares metálicos, ou em sacos de papel impermeabilizado,


onde conste a marca da fábrica, em perfeito estado de conservação.

Os critérios de receção, salvo se em contrato específico for disposto de modo diferente, consistem,
basicamente, na divisão do fornecimento em lotes, na colheita de amostras e na determinação sobre
essas amostras das características definidas nas NP EN 197-1 e NP EN 197-4, de acordo com os
métodos de ensaio nelas especificados.

As determinações das características referidas, ou de outras eventualmente acordadas, serão


efetuadas por um laboratório especializado, escolhido entre o comprador e o fornecedor.

No caso de existência de contrato específico de receção, quer os procedimentos de amostragem quer


os valores a verificar devem constar e ser justificados no contrato, se tais valores forem diferentes
dos estabelecidos nas normas em vigor.

14.1.1.3.2 Amostragem

Os métodos de colheita e preparação de amostras devem satisfazer o estabelecido na Norma NP EN


196-7.

A dimensão dos lotes em que o fornecimento é dividido deve ser estabelecida por acordo entre o
comprador e o fornecedor. Na falta de acordo, cada lote será de 100 toneladas. Do mesmo modo,
constituirá um lote qualquer fornecimento inferior a 100 toneladas, resultante da divisão do
fornecimento em lotes.

Os lotes devem ser devidamente delimitados e identificados em correspondência com as amostras


que deles vão ser retiradas e ser conservados cuidadosamente, se o cimento for fornecido em sacos,
preservando-os da humidade e, no caso de fornecimento a granel, colocando o cimento em
contentores ou silos estanques.

A divisão em lotes e a colheita das amostras serão efetuadas na presença das partes interessadas
ou dos seus representantes. No entanto, se o fornecedor, oportunamente avisado, não se fizer
representar nos atos de amostragem, estes serão efetuados apenas pelo comprador.

A colheita das amostras será, em geral, efetuada junto do local de utilização do cimento (nas pilhas
de sacos ou nos silos). Poderá também, por acordo entre as partes, ser efetuada no veículo de
transporte (camião, vagão ou barco), ou mesmo nos silos do fornecedor, situados na fábrica ou no
centro de distribuição. No entanto, se o transporte do cimento não for da responsabilidade do
fornecedor ou se este provar que a armazenagem do cimento no local de utilização não é efetuada

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em boas condições para a conservação do produto, poderá exigir que a colheita das amostras seja
realizada nas suas próprias instalações.

Se o lote for de cimento ensacado, tomar-se-ão três sacos, colhendo, ao acaso, um saco do primeiro,
do segundo e terceiro terços.

Se o lote for de cimento a granel, tomar-se-ão cerca de 50 kg no total, resultantes da colheita de cerca
de 17 kg por três vezes. O esquema de colheita deverá ser estabelecido de forma a salvaguardar a
representatividade do lote.

Se o lote for de cimento ensacado, os três sacos colhidos ao acaso serão abertos e, de cada um
deles, retirados cerca de 17 kg, de modo a perfazer no seu conjunto cerca de 50 kg, quantidade esta
que será devidamente homogeneizada. Após a divisão do total da amostra em quartos, retirar-se-ão
de cada um deles, por meio de um utensílio adequado, cerca de 0,5 kg de cada vez, que se colocam
sucessivamente em três recipientes destinados a receber amostras. Esta operação será prosseguida
até que a massa da amostra por recipiente seja de cerca de 6 kg, sendo as três amostras assim
constituídas representativas do lote.

Se o lote for de cimento a granel, a amostra colhida será do mesmo modo homogeneizada, sendo
submetida ao mesmo processo de divisão e redução indicado para a amostra referente a um lote de
cimento ensacado.

Cada amostra deve ser guardada em recipiente estanque, de preferência metálico, devidamente
identificado, onde será conservada até à realização dos ensaios.

Em qualquer dos modos de fornecimento, duas das amostras ficarão na posse do comprador, uma
das quais obrigatoriamente selada, e a terceira ficará na posse do fornecedor.

Sempre que entender conveniente, o comprador mandará submeter a ensaio a amostra não selada,
o mesmo podendo fazer o fornecedor com a amostra na sua posse. A amostra obrigatoriamente
selada, a ensaiar em laboratório, no prazo máximo de seis meses, servirá de prova decisória em caso
de dúvida.

Poderá ser rejeitado todo o saco ou contentor que, no ato da receção, se apresente com sinais de
violação ou deteriorado em termos de fazer perigar a qualidade do cimento ou impedir a sua
identificação.

Serão rejeitados os sacos de cimento cujo invólucro não esteja em bom estado, quer à entrada para
o armazém, quer à saída para aplicação.

Poderá igualmente ser motivo de rejeição de um lote em sacos o facto de a massa média dos sacos,
determinada a partir da pesagem de um grupo de 20 sacos, tomados ao acaso, ser inferior à massa
nominal definida atrás.

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Todo o cimento adulterado pela humidade que tiver mais de 5 % de grumos retidos pelo crivo de 60
malhas por cm2 será rejeitado, não se permitindo o esmagamento sobre o crivo para facilitar a sua
passagem através dele.

No ato de aplicação, o cimento deverá apresentar-se sem vestígios de humidade e isento de grânulos.

Todo o cimento rejeitado deve ser identificado e retirado de imediato do estaleiro.

14.1.1.3.3 Ensaios

Os ensaios a efetuar são os definidos nas normas NP EN 197-1 e NP EN 197-4.

14.1.1.4 Armazenamento

O cimento fornecido a granel será armazenado em silos metálicos, que deverão ser estanques à
humidade e garantir escoamento perfeito. Quando fornecido em sacos será conservado em armazém
fechado, exclusivamente destinado a esse fim, dispondo dos requisitos necessários para ser evitada
uma ação sensível da humidade.

Tomar-se-ão as medidas convenientes para que o cimento seja utilizado segundo a ordem de entrada
em armazém.

Como regra o cimento deve estar armazenado o menor tempo possível e tanto menos quanto maior
finura tiver (i.e. classe mais elevada) e mais elevado for o teor de aluminato tricálcico (que é o
componente do clínquer mais meteorizável).

Deve ainda evitar-se a ação direta da humidade, devendo o local de armazenamento ser ventilado.

Como indicação geral e seguindo as indicações da NP EN 196-7, o cimento não deve estar
armazenado, ainda que em boas condições, mais de três meses, mas no caso de classes de
resistência mais altas não será recomendável mais que dois meses.

14.1.1.5 Adições

A mistura em obra de adições aos cimentos só deve ser admitida em casos excecionais devidamente
justificados e quando a Indústria Cimenteira não produza, de forma corrente, cimentos certificados
com características equivalentes.

Sem prejuízo do disposto no ponto anterior a junção de adições na fase de amassadura só pode ser
admitida quando tiver por objetivo a obtenção da durabilidade adequada para o betão dando
satisfação às Especificações e Normas em vigor e quando sejam satisfeitas simultaneamente as
seguintes condições:

✓ O cimento for do tipo CEM I ou CEM II/A e da classe de resistência 42,5 ou superior;

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✓ As adições sejam do tipo I de origem calcária e satisfazendo a Especificação LNEC E 466 ou
do tipo II;

✓ A composição da mistura satisfaça os limites estabelecidos para a composição de um dos


cimentos do Quadro 1 da NP EN 197-1;

✓ A proporção de sílica de fumo em relação ao clínquer seja igual ou inferior a 11%.

As propriedades e requisitos a satisfazer pelas adições devem estar cobertos pelas seguintes Normas
ou Especificações:

✓ Fileres:

o EN 12620-2002+A1:2008 (Ed. 1) - Aggregates for concrete.

✓ Pigmentos:

o EN 12878:2005 (Ed. 2) - Pigmentos para a coloração de materiais de construção à


base de cimento e/ou cal. Especificações e métodos de ensaio.

✓ Cinzas volantes:

o EN 450-1:2005+A1:2007 (Ed. 1) - Cinzas volantes para betão. Parte 1: Definição,


especificações e critérios de conformidade.

o NP EN 450-1:2005+A1:2008 (Ed. 2) - Cinzas volantes para betão. Parte 1: Definição,


especificações e critérios de conformidade.

o NP EN 450-2:2006 (Ed. 1) - Cinzas volantes para betão. Parte 2: Avaliação da


conformidade.

✓ Sílica de fumo:

o NP EN 13263-1:2005+A1:2009 (Ed. 1) - Sílica de fumo para betão. Parte 1:


Definições, requisitos e critérios de conformidade.

o NP EN 13263-2:2005+A1:2009 (Ed. 1) - Sílica de fumo para betão. Parte 2: Avaliação


da conformidade.

✓ Pozolanas:

o NP 4220:1993 (Ed. 1) - Pozolanas para betão. Definições, especificações e


verificação da conformidade.

o NP 4220:1993/Errata Fev:1994 - Pozolanas para betão. Definições, especificações e


verificação da conformidade.

✓ Escória de alto-forno:

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o NP EN 15167-1:2008 (Ed. 1) - Escória granulada de alto forno moída para betão,
argamassa e caldas de injecção. Parte 1: Definições, especificações e critérios de
conformidade.

o NP EN 15167-2:2008 (Ed. 1) - Escória granulada de alto forno moída para betão,


argamassa e caldas de injecção. Parte 2: Avaliação da conformidade.

14.1.2 Agregados

14.1.2.1 Disposições regulamentares e certificações

Os agregados a utilizar deverão ter aposto a Marcação CE de acordo com o Decreto-lei nº 4/2007 de
8 de Janeiro e deverão obedecer e satisfazer ao prescrito na Norma Portuguesa NP EN 206-1:2007.

As propriedades dos agregados para argamassas e betões e os requisitos a satisfazer são indicados
nas Normas e Especificações seguintes:

✓ EN 12620-2002+A1:2008 (Ed. 1) - Aggregates for concrete (agregados para betão).

✓ NP EN 13139:2005 (Ed. 1) - Agregados para argamassas.

✓ NP EN 13055-1:2005 (Ed. 1) - Agregados leves. Parte 1: Agregados leves para betão,


argamassas e caldas de injecção.

✓ E 467 - Guia para a utilização de agregados em betão de ligantes hidráulicos.

✓ E 471 - Guia para a utilização de agregados reciclados grossos em betões de ligantes


hidráulicos.

Os métodos de ensaio para determinação das características exigidas pelas normas referidas devem
estar de acordo com os seguintes documentos:

✓ NP 1380:1976 (Ed. 1) - Inertes para argamassas e betões. Determinação do teor de partículas


friáveis.

✓ NP 1039:1974 (Ed. 1) - Inertes para argamassas e betões. Determinação da resistência ao


esmagamento.

✓ NP 1382:1976 (Ed. 1) - Inertes para argamassas e betões. Determinação do teor de álcalis


solúveis. Processo por espectrofotometria de chama.

✓ NP 957:1973 (Ed. 1) - Inertes para argamassas e betões. Determinação do teor em água


superficial de areias.

✓ NP EN 1097-1:2002 (Ed. 2) - Ensaios das propriedades mecânicas e físicas dos agregados.


Parte 1: Determinação da resistência ao desgaste (micro-Deval).

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✓ NP EN 1097-2:2002 + Errata Fev:2006 - Ensaios das propriedades mecânicas e físicas dos
agregados. Parte 2: Métodos para a determinação da resistência à fragmentação.

✓ NP EN 1097-3:2002 (Ed. 2) - Ensaios das propriedades mecânicas e físicas dos agregados.


Parte 3: Determinação da baridade e do volume de vazios.

✓ NP EN 1097-6:2003 (Ed. 1) - Ensaios das propriedades mecânicas e físicas dos agregados.


Parte 6: Determinação da massa volúmica e da absorção de água.

✓ EN 1097-1:1996/A 1:2003 (Ed. 1) - Tests for mechanical and physical properties of


aggregates. Part 1: Determination of the resistance to wear (micro-Deval).

✓ NP EN 1097-9:2002 (Ed. 1) - Ensaios das propriedades mecânicas e físicas dos agregados.


Parte 9: Determinação da resistência ao desgaste provocado por pneus com correntes.
Ensaio nórdico.

✓ EN 1097-2:1998/A 1:2006 (Ed. 1) - Tests for mechanical and physical properties of


aggregates. Part 2: Methods for the determination of resistance to fragmentation.

✓ EN 1097-4:2008 (Ed. 2) - Tests for mechanical and physical properties of aggregates. Part 4:
Determination of the voids of dry compacted filler.

✓ EN 1097-5:2008 (Ed. 2) - Tests for mechanical and physical properties of aggregates. Part 5:
Determination of the water content by drying in a ventilated oven.

✓ EN 1097-6:2000/A 1:2005 (Ed. 1) - Tests for mechanical and physical properties of


aggregates. Part 6: Determination of particle density and water absorption.

✓ EN 1097-7:2008 (Ed. 2) - Tests for mechanical and physical properties of aggregates. Part 7:
Determination of the particle density of filler - Pyknometer method.

✓ EN 1097-8:2009 (Ed. 2) - Tests for mechanical and physical properties of aggregates. Part 8:
Determination of the polished stone value.

✓ EN 1097-9:1998/A 1:2005 (Ed. 1) - Tests for mechanical and physical properties of


aggregates. Part 9: Determination of the resistance to wear by abrasion from studded tyres -
Nordic test.

✓ EN 1097-10:2002 (Ed. 1) - Tests for mechanical and physical properties of aggregates. Part
10: Determination of water suction height.

✓ NP EN 1367-2:2002 (Ed. 1) - Ensaios das propriedades térmicas e de meteorização dos


agregados. Parte 2: Ensaio do sulfato de magnésio.

✓ NP EN 1367-3:2005 (Ed. 1) - Ensaios das propriedades térmicas e de meteorização dos


agregados. Parte 3: Ensaio de ebulição para basaltos "Sonnenbrand".

48155.PE.01.ECT.03.CTE
41 / 60
✓ NP EN 1367-5:2005 (Ed. 1) - Ensaios das propriedades térmicas e de meteorização dos
agregados. Parte 5: Determinação da resistência ao choque térmico.

✓ EN 1367-1:2007 (Ed. 2) - Tests for thermal and weathering properties of aggregates. Part 1:
Determination of resistance to freezing and thawing.

✓ EN 1367-2:2009 (Ed. 2) - Tests for thermal and weathering properties of aggregates. Part 2:
Magnesium sulfate test.

✓ EN 1367-4:2008 (Ed. 2) - Tests for thermal and weathering properties of aggregates. Part 4:
Determination of drying shrinkage.

✓ EN 1367-6:2008 (Ed. 1) - Tests for thermal and weathering properties of aggregates. Part 6:
Determination of resistance to freezing and thawing in the presence of salt (NaCl).

✓ NP EN 1744-1:2000 (Ed. 1) - Ensaios para determinação das propriedades químicas dos


agregados. Parte 1: Análise química.

✓ NP EN 1744-3:2005 (Ed. 1) - Ensaios das propriedades químicas dos agregados. Parte 3:


Preparação de eluatos por lexiviação dos agregados.

✓ NP EN 932-1:2002 (Ed. 2) - Ensaios das propriedades gerais dos agregados. Parte 1:


Métodos de amostragem.

✓ NP EN 932-2:2002 (Ed. 1) - Ensaios das propriedades gerais dos agregados. Parte 2:


Métodos de redução de amostras laboratoriais.

✓ NP EN 932-3:2002 (Ed. 2) - Ensaios das propriedades gerais dos agregados. Parte 3: Método
e terminologia para a descrição petrográfica simplificada.

✓ NP EN 932-5:2003 (Ed. 1) - Ensaios das propriedades gerais dos agregados. Parte 5:


Equipamento comum e calibração.

✓ NP EN 932-6:2002 (Ed. 1) - Ensaios das propriedades gerais dos agregados. Parte 6:


Definições de repetibilidade e reprodutibilidade.

✓ NP EN 933-1:2000 (Ed. 1) - Ensaios das propriedades geométricas dos agregados. Parte 1:


Análise granulométrica. Método de peneiração.

✓ NP EN 933-2:1999 (Ed. 1) - Ensaios para determinação das características geométricas dos


agregados. Parte 2: Determinação da distribuição granulométrica. Peneiros de ensaio,
dimensão nominal das aberturas.

✓ NP EN 933-3:2002 (Ed. 2) - Ensaios das propriedades geométricas dos agregados. Parte 3:


Determinação da forma das partículas - Índice de achatamento.

✓ NP EN 933-5:2002 (Ed. 1) - Ensaios das propriedades geométricas dos agregados. Parte 5:


Determinação da percentagem de superfícies esmagadas e partidas nos agregados grossos.

48155.PE.01.ECT.03.CTE
42 / 60
✓ NP EN 933-7:2002 (Ed. 1) - Ensaios das propriedades geométricas dos agregados. Parte 7:
Determinação do teor de conchas. Percentagem de conchas nos agregados grossos.

✓ NP EN 933-8:2002 (Ed. 1) - Ensaios das propriedades geométricas dos agregados. Parte 8:


Determinação do teor de finos - Ensaio do equivalente de areia.

✓ EN 933-1:1997/A 1:2005 (Ed. 1) - Tests for geometrical properties of aggregates. Part 1:


Determination of particle size distribution - Sieving method.

✓ EN 933-3:1997/A 1:2003 (Ed. 1) - Tests for geometrical properties of aggregates. Part 3:


Determination of particle shape - Flakiness index.

✓ EN 933-4:2008 (Ed. 2) - Tests for geometrical properties of aggregates. Part 4: Determination


of particle shape - Shape index.

✓ EN 933-6:2001 (Ed. 1) - Tests for geometrical properties of aggregates. Part 6: Assessment


of surface characteristics. Flow coefficient of aggregates.

✓ EN 933-9:2009 (Ed. 2) - Tests for geometrical properties of aggregates. Part 9: Assessment


of fines - Methylene blue test.

✓ EN 933-10:2009 (Ed. 2) - Tests for geometrical properties of aggregates. Part 10: Assessment
of fines - Grading of filler aggregates (air jet sieving).

✓ EN 933-11:2009 (Ed. 1) - Tests for geometrical properties of aggregates. Part 11:


Classification test for the constituents of coarse recycled aggregate.

14.1.2.2 Disposições gerais

14.1.2.2.1 Características do material

Os agregados para betão são os constituintes pétreos usados na composição de betões,


nomeadamente areias e britas (inerte grosso).

Os agregados podem ser reciclados desde que respeitem as características indicadas neste
documento, o patente na especificação E 471 e aprovados pela Fiscalização.

Os agregados deverão apresentar resistência mecânica, forma e composição química adequadas


para o fabrico da argamassa ou do betão a que se destinam. Exige-se também que não contenham,
em quantidades prejudiciais, películas de argila ou de qualquer outro revestimento que as isole do
ligante, partículas demasiadamente finas e partículas moles. Não devem também conter matéria
orgânica e outras impurezas.

Os agregados não devem conter constituintes prejudiciais em quantidades tais que possam afetar a
durabilidade do betão ou provocar a corrosão das armaduras.

48155.PE.01.ECT.03.CTE
43 / 60
Os agregados podem ser britados ou de seixo anguloso. Serão rejeitados quando se apresentarem
de forma lamelar.

A granulometria dos agregados deverá obedecer às orientações estabelecidas nas normas EN


12620-2002+A1:2008 e NP EN 13055-1:2005. A sua determinação constituirá um ensaio obrigatório
quando seja necessário o estudo da composição do betão.

A granulometria dos agregados grossos (dimensão máxima superior a 5 mm) deve ser estudada em
conjunto com a da areia de modo a conferir ao betão a máxima compacidade.

A máxima dimensão do agregado do betão não deve exceder:

✓ Um quarto da menor dimensão do elemento estrutural;

✓ A distância livre entre as barras da armadura diminuída de 5 mm, a não ser que se tomem
providências especiais, por exemplo, agrupando os varões da armadura;

✓ 1,2 vezes a espessura do recobrimento das armaduras.

A areia a empregar no fabrico de betões e argamassas deve, em especial, satisfazer as seguintes


condições:

✓ Possuir grãos de diferentes dimensões, nunca superiores a 5 mm, não devendo a


percentagem dos elementos com dimensões inferiores a 0,20 mm exceder 6% em peso;

✓ Ser limpa ou lavada, não conter quantidades prejudiciais de argila e de substâncias orgânicas
ou outras impurezas, devendo ser peneirada se necessário;

✓ Ter grão anguloso áspero ao tato;

✓ Ser rija, de preferência siliciosa ou quartzosa.

A areia deverá ser ainda cirandada, se a Fiscalização considerar necessário.

O inerte grosso deve ser, de preferência, proveniente de pedra britada ou de seixo anguloso e deve,
em especial, satisfazer as seguintes combinações:

✓ Ter resistência mecânica adequada ao betão a fabricar;

✓ Não conter, em quantidades prejudiciais, elementos que o isolem do ligante, como por
exemplo partículas de argila;

✓ Não conter elementos achatados ou alongados em percentagem superior a 20%. Entende-se


por elementos achatados aqueles em que a relação espessura/largura é menor que 0,5 e
alongados aqueles em que esta relação é superior a 1,5.

48155.PE.01.ECT.03.CTE
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14.1.2.2.2 Receção, amostragem e ensaios

14.1.2.2.2.1 Receção

O Adjudicatário apresentará, à aprovação da Fiscalização, o plano de obtenção dos agregados,


respetivas lavagens e seleção, proveniência, transporte e armazenamento, a fim de se verificar a
garantia da sua produção e fornecimento, com características convenientes e constantes, nas
quantidades e dimensões exigidas.

Os agregados serão provenientes de pedreiras em exploração, existentes na região próxima do local


da obra. Uma vez escolhida a pedreira, o Adjudicatário deverá proceder à caracterização dos
materiais que pretende utilizar, submetendo os resultados à aprovação da Fiscalização. O
Adjudicatário deverá ainda submeter à aprovação da Fiscalização o programa de ensaios que
pretende executar para comprovar a qualidade dos materiais que irão ser utilizados.

14.1.2.2.2.2 Ensaios

A Fiscalização, o Dono de Obra ou seu representante, podem a qualquer momento solicitar ensaios
de receção que terão de obedecer às exigências referidas neste documento.

Quando seja necessário o estudo da composição do betão, a determinação da granulometria dos


agregados constitui um ensaio obrigatório.

14.1.2.2.2.3 Armazenamento

Os agregados para betão devem ser depositados em lotes distintos, definidos de acordo com a sua
granulometria e proveniência. Não devem nunca ser misturados inadvertidamente. A segregação das
diferentes frações deve ser evitada (p. ex. depositando pequenos montes de inerte lado a lado).

O armazenamento deve ser reduzido ao mínimo indispensável, para se evitar alterações do material,
exposto por longos períodos de tempo a más condições de armazenamento. Os lotes respetivos
devem estar sobre betonilhas devidamente drenadas, para que sejam criadas as condições de
armazenamento que possibilitem a uniformização do teor de água superficial dos agregados.

Os agregados devem ser armazenados no estaleiro de modo a poder-se garantir uniformidade no


fabrico de betões, pelo que o Adjudicatário deverá tomar as medidas necessárias para obter a
uniformização da humidade antes da sua utilização e selecionar as britas por duas ou três categorias,
quer se trate de betão armado ou não.

48155.PE.01.ECT.03.CTE
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14.1.3 Água

14.1.3.1 Disposições regulamentares e certificações

A água a utilizar no fabrico de argamassas e betões deverá obedecer ao prescrito na NP EN 206-


1:2007.

As propriedades da água de amassadura para betões e os requisitos a satisfazer são indicados nos
seguintes documentos:

✓ E 372 (1993) – Água de amassadura para betões. Características e verificação da


conformidade. Especificação do LNEC.

✓ NP EN 1008:2003 (Ed. 1) – Água de amassadura para betão. Especificações para a


amostragem, ensaio e avaliação da aptidão da água, incluindo água recuperada nos
processos da indústria de betão, para o fabrico de betão.

A água utilizada para a cura do betão deverá satisfazer os mesmos requisitos da água de
amassadura.

14.1.3.2 Disposições gerais

14.1.3.2.1 Características do material

A água a utilizar na obra, tanto no fabrico dos betões e argamassas como para a cura do betão,
deverá, na generalidade, ser doce, limpa e isenta de matérias estranhas em solução ou suspensão,
aceitando-se como utilizável a água que, empregue noutras obras, não tenha produzido
eflorescências nem perturbações no processo de presa e endurecimento dos betões e argamassas
com ela fabricados.

14.1.3.2.2 Receção, amostragem e ensaios

A água a utilizar, se não for de abastecimento público, será obrigatoriamente analisada devendo os
resultados obtidos satisfazer os limites indicados nas normas e especificações enumeradas neste
documento.

Os métodos de ensaio para determinação das características da água de amassadura para betões
constam das normas ou especificações referidas neste documento.

A utilização de água potável dispensa a realização dos ensaios para comprovação das características
exigidas na regulamentação.

48155.PE.01.ECT.03.CTE
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No caso de a água não respeitar a NP EN 1008 no que se refere ao teor de cloretos, a sua utilização
ficará dependente de parecer da fiscalização, que verificará o cumprimento do estabelecido na NP
EN 206-1:2007.

14.1.3.2.3 Armazenamento

Deverá haver o maior cuidado na limpeza dos recipientes em que seja armazenada ou transportada
a água de amassadura.

14.1.4 Adjuvantes

14.1.4.1 Disposições regulamentares e certificações

O adjuvante a utilizar deverá ter aposto a Marcação CE de acordo com o Decreto-Lei n.º 4/2007 de 8
de Janeiro e deverá obedecer às seguintes disposições regulamentares:

✓ NP EN 206-1:2007 - Betão. Parte 1: Especificação, desempenho, produção e conformidade.

✓ NP EN 934-1:2008 (Ed. 1) - Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injeção. Parte 1:


Requisitos gerais.

✓ NP EN 934-2:2009 (Ed. 4) - Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injeção. Parte 2:


Adjuvantes para betão. Definições, requisitos, conformidade, marcação e etiquetagem.

✓ EN 934-3:2009 (Ed. 2) - Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injeção. Parte 3:


Adjuvantes para argamassa de alvenaria Definições, requisitos, conformidade, marcação e
rotulagem.

✓ NP EN 934-4:2009 (Ed. 2) - Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injeção. Parte 4:


Adjuvantes para caldas de injeção para bainhas de pré-esforço. Definições, requisitos,
conformidade, marcação e etiquetagem.

✓ NP EN 934-5:2008 (Ed. 1) - Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injeção. Parte 5:


Adjuvantes para betão projetado. Definições, requisitos, conformidade, marcação e
etiquetagem.

✓ NP EN 934-6:2003 (Ed. 1) - Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injeção. Parte 6:


Amostragem, controlo da conformidade e avaliação da conformidade.

✓ NP EN 934-6:2003/A 1:2008 (Ed. 1) - Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injeção.


Parte 6: Amostragem, controlo da conformidade e avaliação da conformidade.

Os métodos de ensaio para determinação das características exigidas pelas normas referidas, devem
estar de acordo com os seguintes documentos:

48155.PE.01.ECT.03.CTE
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✓ NP EN 480-1:2007 (Ed. 2) - Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injeção. Métodos
de ensaio. Parte 1: Betão de referência e argamassa de referência para ensaio.

✓ NP EN 480-2:2007 (Ed. 2) - Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injeção. Métodos


de ensaio. Parte 2: Determinação do tempo de presa.

✓ NP EN 480-4:2007 (Ed. 2) - Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injeção. Métodos


de ensaio. Parte 4: Determinação da exsudação do betão.

✓ NP EN 480-5:2007 (Ed. 2) - Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injeção. Métodos


de ensaio. Parte 5: Determinação da absorção capilar.

✓ NP EN 480-6:2007 (Ed. 2) - Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injeção. Métodos


de ensaio. Parte 6: Análise por espectrofotometria de infravermelhos.

✓ NP EN 480-8:1998 (Ed. 1) - Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injeção. Métodos


de ensaio. Parte 8: Determinação do teor de resíduo seco.

✓ NP EN 480-10:2009 (Ed. 2) - Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injeção. Métodos


de ensaio. Parte 10: Determinação do teor de cloretos solúveis em água.

✓ NP EN 480-11:2007 (Ed. 2) - Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injeção. Métodos


de ensaio. Parte 11: Determinação das características dos vazios do betão endurecido com
ar introduzido.

✓ NP EN 480-12:2007 (Ed. 2) - Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injeção. Métodos


de ensaio. Parte 12: Determinação do teor de álcalis dos adjuvantes.

✓ EN 480-13:2009 (Ed. 2) - Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injeção. Métodos de


ensaio.. Parte 13: Argamassa de alvenaria de referência para o ensaio de adjuvantes de
referência..

✓ NP EN 480-13:2009 (Ed. 2) - Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injeção. Métodos


de ensaio. Parte 13: Argamassa de alvenaria de referência para o ensaio de adjuvantes para
argamassa.

✓ NP EN 480-14:2007 (Ed. 2) - Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injeção. Métodos


de ensaio. Parte 14: Medição da susceptibilidade à corrosão do aço em betão armado pelo
ensaio electroquímico potenciostático.

48155.PE.01.ECT.03.CTE
48 / 60
14.1.4.2 Disposições gerais

14.1.4.2.1 Características do material

Adjuvante para betão é o material adicionado durante a amassadura do betão em quantidade que
não exceda 5% em massa do teor de cimento do betão, para modificar as propriedades do betão no
estado fresco ou endurecido.

Os adjuvantes podem ser de vários tipos e a sua classificação é feita com base na sua função
principal, nomeadamente:

✓ Redutor de água / plastificante;

✓ Redutor de água de alta gama / superplastificante;

✓ Retentor de água;

✓ Introdutor de ar;

✓ Acelerador de presa;

✓ Retardador de presa;

✓ Acelerador de endurecimento;

✓ Hidrófugo.

Poderão ser utilizados adjuvantes nas argamassas e nos betões, como plastificantes, introdutores de
ar, ou ambos, ou ainda retardadores de presa e aceleradores, desde que aprovados pela
Fiscalização.

Os adjuvantes para impermeabilização de massas podem ser em pó ou líquidos, devendo os


primeiros ser adicionados ao cimento seco e com ele muito bem misturados antes da adição dos
agregados e água, devendo os segundos ser adicionados à água de amassadura mexendo muito
bem.

Os adjuvantes para acelerar a presa por elevação de temperatura também se podem aplicar em
betonagens a baixas temperaturas, devendo ser líquidos, adicionando-se à água de amassadura.

Os adjuvantes destinados a aumentar a trabalhabilidade de betões não devem ser de tipo que
aumente a quantidade total de ar nas massas para além de 1%.

14.1.4.2.2 Receção, amostragem e ensaios

Os adjuvantes deverão ser previamente submetidos à aprovação da Fiscalização, para o que o


Adjudicatário deverá fornecer todas as indicações e esclarecimentos necessários sobre as
características e modo de aplicação dos produtos, sempre que possível acompanhados de resultados

48155.PE.01.ECT.03.CTE
49 / 60
de ensaios comprovativos das características referidas, realizados por laboratório de reconhecida
competência. Em caso de dúvida dever-se-ão respeitar as indicações e os limites estabelecidos na
regulamentação.

O emprego de adjuvantes em relação aos quais não exista experiência de aplicação obriga o
Adjudicatário a promover, por sua conta, a realização de ensaios que provem a eficiência e inocuidade
dos mesmos adjuvantes.

Os adjuvantes retardadores de presa devem ser objeto de experiências preliminares que permitam
determinar, em bases seguras, o seu real efeito nos betões previstos.

Sempre que recorra ao emprego de adjuvantes, o Adjudicatário obriga-se a observar as prescrições


de aplicação fixadas pelo fabricante, particularmente no que respeita à dosagem.

Não devem ser utilizados adjuvantes à base de cloretos. O teor de cloretos no betão será, no máximo,
o indicado na NP EN 206-1:2007 para o betão simples, armado e pré-esforçado.

Não serão permitidas misturas de adjuvantes de diferentes marcas embora da mesma natureza.

Quando se coloque a possibilidade de utilização de vários tipos de adjuvantes, deverá ser feito
previamente um estudo de compatibilidade, de forma a verificar-se o resultado final.

A quantidade total de adjuvantes, quando utilizados, deverá respeitar os limites indicados na NP EN


206-1:2007.

Todos os produtos que venham a ser aprovados pela Fiscalização devem ser aplicados em
conformidade com as instruções do respetivo fabricante e com os resultados de ensaios realizados.

14.1.4.2.3 Armazenamento

Os adjuvantes devem estar armazenados o menor tempo possível, devendo o local de


armazenamento ser ventilado de forma a evitar-se a ação direta da humidade.

Tomar-se-ão as medidas convenientes para que o adjuvante seja utilizado segundo a ordem de
entrada em armazém.

14.1.5 Madeira para cofragens

14.1.5.1 Disposições regulamentares e certificações

As madeiras a empregar em escoramentos e moldes deverão ter aposto a Marcação CE de acordo


com o Decreto-Lei nº 4/2007, de 8 de Janeiro e deverá obedecer aos seguintes documentos
regulamentares ou de classificação e homologação:

✓ NP 180:1962 (Ed. 1) - Anomalias e defeitos da madeira.

48155.PE.01.ECT.03.CTE
50 / 60
✓ NP 480:1983 (Ed. 2) - Madeira serrada de resinosas. Dimensões. Termos e definições.

✓ NP 481:1983 (Ed. 2) - Madeira serrada de resinosas. Dimensões. Métodos de medição.

✓ NP 614:1973 (Ed. 1) - Madeiras. Determinação do teor em água.

✓ NP 615:1973 (Ed. 1) - Madeiras. Determinação da retracção.

✓ NP 616:1973 (Ed. 1) - Madeiras. Determinação da massa volúmica.

✓ NP 617:1973 (Ed. 1) - Madeiras. Determinação da dureza.

✓ NP 618:1973 (Ed. 1) - Madeiras. Ensaio de compressão axial.

✓ NP 619:1973 (Ed. 1) - Madeiras. Ensaio de flexão estática.

✓ NP 620:1973 (Ed. 1) - Madeiras. Ensaio de flexão dinâmica.

✓ NP 621:1973 (Ed. 1) - Madeiras. Ensaio de tracção transversal.

✓ NP 622:1973 (Ed. 1) - Madeiras. Ensaio de fendimento.

✓ NP 623:1973 (Ed. 1) - Madeiras. Ensaio de corte.

✓ NP 890:1972 (Ed. 1) - Madeiras de resinosas. Nomenclatura comercial.

✓ NP EN 460:1995 (Ed. 1) - Durabilidade da madeira e de produtos derivados. Durabilidade


natural da madeira maciça. Guia de exigências de durabilidade das madeiras na sua utilização
segundo as classes de risco.

✓ NP 3229:1988 (Ed. 1) - Madeiras redondas de resinosas. Classificação por qualidade.

✓ NP 1881:1982 (Ed. 1) - Madeiras redondas. Métodos de medição.

✓ EN 1313-1:1997/A 1:1999 (Ed. 1) - Round and sawn timber. Permitted deviations and
preferred sizes. Part 1: Softwood sawn timber.

✓ EN 1313-1:2010 (Ed. 2) - Round and sawn timber. Permitted deviations and preferred sizes.
Part 1: Softwood sawn timber.

14.1.5.2 Disposições gerais

14.1.5.2.1 Características do material

As madeiras para moldes devem ser aplainadas e tiradas de linha e possuir secções que permitam
assegurar a indeformabilidade dos moldes durante as operações de betonagem. Regra geral, terão
uma espessura não inferior a 3 cm e as juntas serão a meia madeira, para que as superfícies
exteriores das peças de betão resultem perfeitamente lisas e isentas de cavidades, com vista a
dispensar-se a aplicação de rebocos de argamassa.

48155.PE.01.ECT.03.CTE
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As madeiras a empregar devem ser bem cerneiras, não ardidas, sem nós viciosos, isentas de
caruncho, fendas ou falhas que possam comprometer a sua resistência.

Devem ser de primeira escolha, isto é, selecionadas de modo a que, mesmo os pequenos defeitos
(nós, fendas, etc.) não ocorram com grande frequência nem com grandes dimensões, nem em zonas
das peças em que venham a instalar-se as maiores tensões.

Devem ser de quina viva e bem desempenadas permitindo-se, em casos a fixar pela Fiscalização, o
emprego de peças redondas em prumos ou escoras, desde que para tal não comprometa a segurança
ou a perfeição do trabalho.

Os calços ou cunhas a aplicar devem ser de madeira dura.

Se forem utilizados cavaletes de madeira, não é permitido o emprego de peças de peso volúmico
excessivamente baixo, não podendo ser inferior a três o número de anéis de crescimento da madeira,
sendo preferível que seja igual ou próximo de seis.

As madeiras a empregar em obras auxiliares tais como pontes de serviço, andaimes, escoramentos,
etc., terão as qualidades e dimensões adequadas aos fins a que se destinam, segundo as regras de
arte e consenso geral.

14.1.5.2.2 Receção, amostragem e ensaios

As determinações e ensaios a que as madeiras devem ser submetidas para a sua completa
caracterização e aprovação, sempre que o Dono da Obra o exigir, são as definidas pelas Normas
Portuguesas NP 180, NP 480 e 481, NP 614 a 623 e NP 890 e Normas Europeias EN 1313.

14.2 Métodos construtivos

14.2.1 Betões de ligantes hidráulicos

14.2.1.1 Equipamentos

A instalação de fabrico do betão deverá ser moderna, segura e com capacidade suficiente para o
cumprimento dos programas de trabalho.

A instalação deverá satisfazer às seguintes características: doseamento por peso com o rigor exigido
pela qualidade do betão; robustez suficiente para trabalho com material inerte até 38 mm, mistura
uniforme dos agregados, cimento, eventuais aditivos e água, e descarga da mistura sem segregação.

48155.PE.01.ECT.03.CTE
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14.2.1.2 Preparação

14.2.1.2.1 Tipos, classes e qualidades do betão

A composição dos vários tipos de betão, em qualquer parte da obra, deverá ter em atenção a
satisfação das dosagens mínimas de cimento, os valores característicos das tensões de rotura, tudo
de acordo com as normas NP EN 206-1:2007 – Betão. Parte 1: Especificação, desempenho,
produção e conformidade e NP EN 13670-1:2007 – Execução de estruturas em betão. Parte 1: Regras
gerais.

Para a classificação do betão em termos da resistência à compressão, utiliza-se a resistência


característica aos 28 dias obtida a partir de provetes cilíndricos de 150 mm de diâmetro por 300 mm
de altura (fck,cyl) ou a partir de provetes cúbicos de 150 mm de aresta (fck,cube).

A seleção da classe de exposição depende das disposições válidas no local de utilização do betão e
são designadas em função das ações ambientais.

14.2.1.2.2 Preparação dos locais de colocação do betão

Os trabalhos de betonagem não poderão ser iniciados sem que a Fiscalização proceda à verificação
da implantação dos moldes e armaduras e ao exame das superfícies de fundação ou das juntas e
dos moldes.

14.2.1.3 Requisitos do betão

14.2.1.3.1 Requisitos para o betão fresco

14.2.1.3.1.1 Consistência

Quando for necessário determinar a consistência do betão, deve utilizar-se um dos seguintes
métodos:

✓ Ensaio de abaixamento, de acordo com a EN 12350-2 – Ensaios de betão fresco. Parte 2:


Ensaio de abaixamento;

✓ Ensaio Vêbê, de acordo com a EN 12350-3 – Ensaios de betão fresco. Parte 3: Ensaio Vêbê;

✓ Ensaio de compactabilidade, de acordo com a EN 12350-4 – Ensaios de betão fresco. Parte


4: Grau de compactabilidade;

✓ Ensaio de espalhamento, de acordo com a EN 12350-5 – Ensaios de betão fresco. Parte 5:


Ensaio da mesa de espalhamento;

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Quando for necessário determinar a consistência do betão, o requisito especificado aplica-se no
momento em que o betão é utilizado ou, no caso de se tratar de betão pronto, no momento da entrega.

Se o betão for entregue por camião betoneira ou por equipamento agitador, a consistência pode ser
medida usando uma amostra pontual obtida a partir da descarga inicial. A amostra pontual deve ser
colhida após a descarga de aproximadamente 0,3 m3, de acordo com a EN 12350-1 – Ensaios de
betão fresco. Parte 1: Amostragem.

14.2.1.3.1.2 Dosagem de cimento e razão água/cimento

Quando for necessário determinar a dosagem de cimento, de água ou de adições, devem tomar-se
como dosagens os valores registados pelo sistema de doseamento ou, quando não for utilizado
equipamento que permita o seu registo, os valores do registo de produção relacionados com a
instrução da amassadura.

14.2.1.3.1.3 Teor de ar

Quando for necessário determinar o teor de ar do betão, este deve ser medido de acordo com a EN
12350-7 – Ensaios de betão fresco. Parte 7: Determinação do teor de ar. Métodos pressiométricos
para o betão normal e para o betão pesado, e de acordo com a ASTM C 173 para o betão leve. O
teor de ar é especificado através de um valor mínimo. O limite superior do teor de ar é o valor mínimo
especificado acrescido de 4%.

14.2.1.3.1.4 Máxima dimensão do agregado mais grosso

Quando for necessário determinar a máxima dimensão do agregado mais grosso do betão fresco,
esta deve ser medida de acordo com a EN 933-1 – Ensaios das propriedades geométricas dos
agregados. Parte 1: Análise granulométrica. Método de peneiração.

A máxima dimensão do agregado mais grosso (Dmax) deve ser escolhida tendo em conta a espessura
de recobrimento das armaduras e a largura mínima da secção.

O recobrimento das armaduras será o indicado no projeto, e de um modo geral, o estipulado no art.
78º do Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-Esforçado. No entanto, nas superfícies
que se destinem a ficar em contacto com o terreno natural, o recobrimento mínimo será sempre de
0,04 m.

14.2.1.3.1.5 Adjuvantes

A aplicação de adjuvantes deverá seguir a EN 934-2:2009.

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14.2.1.3.1.6 Classe de teor de cloretos do betão

O teor de cloretos de um betão, expresso em percentagem de iões cloreto por massa de cimento,
não deve exceder o valor dado na norma NP EN 206-1:2007.

O cloreto de cálcio e os adjuvantes à base de cloretos não devem ser adicionados ao betão com
armaduras de aço, aço de pré-esforço ou com qualquer outro tipo de metal embebido.

14.2.1.3.2 Requisitos para o betão endurecido

14.2.1.3.2.1 Resistência à compressão

Quando for necessário determinar a resistência à compressão do betão, esta deve ser obtida em
ensaios de cubos de 150 mm de aresta ou de cilindros de 150mm/300mm conformes com a EN
12390-1 – Ensaios de betão endurecido. Parte 1: Forma, dimensões e outros requisitos para o ensaio
de provetes e para os moldes, fabricados e curados de acordo com a EN 12390-2 – Ensaios de betão
endurecido. Parte 2: Execução e cura dos provetes para ensaios de resistência mecânica, a partir de
amostras colhidas segundo a EN 12350-1.

14.2.1.3.2.2 Resistência à tração por compressão diametral

Quando for necessário determinar a resistência à tração por compressão diametral do betão, esta
deve ser medida de acordo com a EN 12390-6 – Ensaios de betão endurecido. Parte 6: Resistência
à tração por compressão de provetes.

14.2.1.3.2.3 Massa volúmica

Quando for necessário determinar a massa volúmica seca, esta deve ser medida de acordo com a
EN 12390-7 – Ensaios de betão endurecido. Parte 7: Massa volúmica do betão endurecido.

14.2.1.3.2.4 Resistência à penetração da água

Quando for necessário determinar a resistência à penetração da água em provetes, esta deve ser
especificada indiretamente através de valores limite para a composição do betão.

14.2.1.3.2.5 Reação ao fogo

Desde que o betão seja constituído por agregados especificados na norma NP EN 206-1:2007, está
classificado como Euroclasse A e não necessita de ser ensaiado.

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14.2.1.4 Betonagem

14.2.1.4.1 Amassadura

Para a amassadura ter-se-á em consideração o disposto na norma NP EN 206-1:2007.

14.2.1.4.2 Meios de transporte

Nas descargas das betoneiras para os veículos ou recipientes de transporte, bem como no transporte
e colocação dos betões em obra, deverão ser utilizados meios que evitem a segregação ou a perda
dos seus componentes, ou o começo de presa.

O betão não deverá cair livremente de altura superior a 1,5 m, de forma a evitar-se a segregação.

Os betões serão empregues logo após o seu fabrico, apenas com a demora inerente à exploração
das instalações.

O período decorrido entre a fabricação dos betões e o fim da vibração não deverá exceder uma hora,
ou outro período que venha a ser fixado pela Fiscalização, em face das condições existentes.

No transporte do betão deverá ter-se em consideração o disposto na norma NP EN 206-1:2007.

14.2.1.4.3 Depósito do betão

Sempre que haja necessidade de depositar o betão durante um certo tempo antes de o colocar em
obra, deverá observar-se o disposto na norma NP EN 206-1:2007.

14.2.1.4.4 Colocação do betão

O início efetivo da colocação do betão só poderá verificar-se depois da autorização e com a


assistência da Fiscalização.

Em períodos de chuva não deverá ser iniciado qualquer trabalho de colocação de betão, a céu aberto,
mas se o começo da chuva se verificar com betonagens em curso, estas poderão continuar desde
que não haja deslavamento da superfície; caso contrário, o trabalho deverá ser suspenso e retomado
quando o betão estiver suficientemente resistente, tratando-se a superfície como a de uma junta de
trabalho.

Em caso algum a betonagem se poderá fazer sobre ou contígua a uma camada em começo de presa,
nem tão pouco será estabelecida uma junta de trabalho sem o betão estar suficientemente endurecido
para não ser prejudicado pela ação da vibração.

Na colocação do betão serão sempre tomadas precauções para evitar a segregação dos seus
componentes.

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No omisso, a colocação do betão em obra deve ser efetuada de acordo com o disposto na NP EN
13670-1:2007.

14.2.1.4.5 Vibração do betão

Todos os betões serão vibrados, devendo para o efeito dispor-se de número conveniente de
vibradores com a potência e frequência de vibração adequada ao trabalho.

Em caso algum será permitida a utilização de vibradores para deslocar o betão.

Não será utilizada a vibração à cofragem, salvo expressa autorização da Fiscalização.

A duração da vibração será limitada ao mínimo necessário para produzir uma boa compactação.

No omisso, a vibração do betão atenderá ao disposto na norma NP EN 13670-1:2007.

14.2.1.4.6 Proteção do betão

Depois de a última camada de betonagem ter sido vibrada, deverá a mesma ser imediata e
cuidadosamente protegida da ação de chuvas violentas e de água corrente.

Em períodos de elevada temperatura ambiente poderão ser exigidas disposições para subtrair o
betão à ação direta dos raios solares, cobrindo-o com linhagem, areia ou esteiras de palha que se
conservarão encharcadas.

No omisso, atender-se-á às disposições da NP EN 13670-1:2007.

14.2.1.4.7 Cura do betão

Deverão ser adotadas as disposições necessárias para manter o betão permanentemente


humedecido por qualquer meio durante pelo menos 8 dias.

Poderão ser utilizadas, em vez da rega, membranas de cura, exceto nas juntas de betonagem.

14.2.1.4.8 Desmoldagem e descimbramento

A desmoldagem realizar-se-á tão cedo quanto possível, a fim de evitar o atraso da presa do betão e
permitir quanto antes a reparação das superfícies defeituosas, mas nunca antes dos prazos mínimos
fixados pela Fiscalização.

Todas as operações de desmoldagem deverão merecer os maiores cuidados de modo a que as


superfícies não sejam deterioradas.

No omisso atender-se-á ao disposto na NP EN 13670-1:2007.

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14.2.1.4.9 Atravessamento de estruturas de betão por tubos

Os tubos deverão ser colocados em correta posição, antes de realizada a betonagem.

Caso o Empreiteiro opte por executar as pregagens do sistema de redes pregadas após execução
dos preenchimentos, os tubos negativos deverão ter um diâmetro superior ao diâmetro de furação
das pregagens, com vista a facilitar a execução destas. Se, pelo contrário, o Empreiteiro optar pela
execução das pregagens previamente ao preenchimento das infra- escavações, o tubo negativo
deverá ter o diâmetro mais próximo possível do diâmetro do varão de forma a permitir o correto
tensionamento da pregagem.

14.2.1.5 Controlo de qualidade

14.2.1.5.1 Critérios gerais

As características essenciais do betão de comportamento especificado devem cumprir o estipulado


na norma NP EN 206-1:2007 – Betão. Parte 1: Especificação, desempenho, produção e
conformidade.

De acordo com esta norma, o controlo da conformidade inclui o conjunto de ações e de decisões a
implementar de acordo com as regras de conformidade previamente adotadas para verificar a
conformidade do betão com as especificações.

As propriedades do betão utilizadas para o controlo da conformidade são as que são medidas por
meio de ensaios apropriados usando procedimentos normalizados. Os valores reais das propriedades
do betão na estrutura podem diferir dos determinados pelos ensaios, dependendo, p.e., das
dimensões da estrutura, da colocação, da compactação, da cura e das condições climatéricas.

O plano de amostragem e de ensaio e os critérios de conformidade devem ser conformes com os


procedimentos dados na referida norma.

14.2.1.5.2 Ensaios iniciais

De acordo com a norma NP EN 206-1:2007, os ensaios iniciais têm como objetivo demonstrar que
um betão satisfaz todos os requisitos especificados para o betão fresco e endurecido. Quando for
possível demonstrar que uma composição é adequada com base em resultados de ensaios prévios
ou numa experiência de longa duração, tal pode ser considerado como uma alternativa aos ensaios
iniciais.

Os ensaios iniciais devem ser executados antes da utilização de um novo betão.

Para os ensaios iniciais de um dado betão, devem ser feitas pelo menos três amassaduras e
ensaiados pelo menos três provetes de cada uma delas. A resistência de uma amassadura deve ser

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a média dos resultados dos ensaios dos respetivos provetes. O resultado do ensaio inicial do betão
é a média das resistências das amassaduras.

Para avaliar as propriedades do betão, em particular as do betão fresco, devem ser tidas em
consideração as diferenças entre o tipo de betoneira e os procedimentos de amassadura utilizados
durante os ensaios iniciais e os utilizados durante a produção real.

14.2.2 Cofragens

O Empreiteiro deverá submeter à aprovação da Fiscalização, com a devida antecedência, os tipos de


moldes e os seus sistemas de montagem e desmontagem.

Os moldes e respetivas estruturas de montagem deverão ser dotados da necessária rigidez e


estabilidade de modo a realizar com exatidão as formas representadas no projeto.

Os moldes deverão ser estanques e indeformáveis e apresentar as faces interiores perfeitamente


lisas e húmidas, na ocasião da betonagem, de modo a assegurar que as superfícies de betão resultem
perfeitamente lisas, desempenadas, contínuas e sem rebarbas ou ressaltos. As juntas entre moldes
e entre estes e as superfícies de encosto deverão garantir perfeita vedação.

A geometria das peças de betão a executar deverá corresponder aos desenhos do Projeto, dentro
das seguintes tolerâncias:

✓ Desvios nas secções transversais: ± 4 mm;

✓ Desvios de alinhamento: 10 mm em 5 m.

Na preparação dos moldes de cofragem o Empreiteiro deverá ter em consideração os traçados das
condutas e os pormenores respeitantes à sua montagem.

Antes das betonagens serão colocados e solidamente fixados os troços de tubagem para posterior
passagem de elementos que deverão atravessar as peças.

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Nota informativa:

A presente publicação é da exclusiva responsabilidade do autor. A União Europeia não se


responsabiliza pela eventual utilização das informações nela contidas.

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