Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CCNC v2 c4
CCNC v2 c4
ao conservadorismo
reacionário
Jornada Internacional de Pesquisadores
Rosana Morgado
(ORG.)
PPGSS U F R J
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Roberto Leher
REITOR
Sheila Backx
VICE-DIRETORA
Rosana Morgado
DIRETORA ADJUNTA DE PÓS-GRADUAÇÃO
Fábio Marinho
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
75
do as minhas considerações ao que conheço dos estudos relativos
ao Brasil – embora com a convicção de que várias delas podem
ser estendidas a outros Estados do subcontinente –, advirto que
possíveis inferências referentes a distintos países (e aqui farei
algumas) exigem os necessários cuidados para não generalizá-las
de modo ilegítimo.
Creio que algo do que exporei aqui – mormente a hipótese
diretriz com que trabalho – possa ter alguma valia para pensar o
conjunto da América Latina, desta América que, parafraseando
secular mote mexicano, desgraçadamente está tão distante de
deus e tão perto dos Estados Unidos. Peço-lhes também que, nes-
te debate de natureza essencialmente acadêmica, levem em conta
que a minha exposição compromete-me exclusivamente a mim – é
público e notório que não ando perdido pelo espaço, vinculado
que sou ao mais antigo partido político brasileiro (o PCB) e a
movimentos sociais que põem em questão a ordem vigente; mas
o que aqui direi não expressa necessariamente a posição dessas
organizações, antes remetendo apenas à minha responsabilidade
pessoal. Por outra parte, sabem os não ingênuos que debates
acadêmicos possuem, sempre, supostos e implicações políticos.
Parece-me importante começar pela questão da unidade latino-
-americana, mesmo que o tempo disponível nesta oportunidade
– que desejo respeitar com o maior rigor possível – permita tão
somente tangenciá-la (e esta limitação decerto afeta o tratamento
de tudo o que a seguir se afirma). Esta questão está presente, há
muito, na agenda dos debates latino-americanos. Neste marco, a
hipótese diretriz com que trabalho é que tal unidade ainda não
existe: mas há, dela, projetos que podem se converter, pela ação
organizada de sujeitos coletivos, em processos efetivos.
A meu juízo, pensar concretamente a unidade latino-america-
na é pensá-la como unidade do diverso, do diferente e do distinto.
Concebê-la de modo equalizador conduz a visões equívocas de
um subcontinente idealmente identitário.
Ora, a diversidade da América Latina – o sul do Rio Grande, o
Caribe, o istmo e o que se estende até a Patagônia – é extraordiná-